Buscar

3 unidade 2 2.3 PODERES DEVERES (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO I
Unidade 2.
2.3. Poderes e deveres administrativos. Poder vinculado, discricionário, regulamentar e hierárquico. Poder de polícia.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
Tais poderes são inerentes à Administração Pública pois, sem eles, ela não conseguiria fazer sobrepor-se a vontade da lei à vontade individual, o interesse público ao interesse privado.
São chamados de poderes-deveres por parte da doutrina (por ex. Hely Lopes), enquanto outra parte chama somente de deveres (por ex. José dos Santos Carvalho Filho). 
Segundo Di Pietro, não se trata de faculdade da Administração, na realidade trata-se de poder-dever, já que reconhecido ao poder público para que o exerça em benefício da coletividade; os poderes são, pois, irrenunciáveis e só podem ser exercidas nos limites da lei.
Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-la em benefício da comunidade. Essa dúplice característica é que se denomina de Poder-Dever De Agir.
ABUSO DE PODER
É a conduta ilegítima do administrador, quando atua fora dos limites expressa ou implicitamente previstos na lei. 
* Formas de abuso de poder:
- excesso de poder
- desvio de poder
Excesso de poder: forma de abuso própria da atuação do agente fora dos limites de sua competência administrativa. O agente invade as atribuições de outro agente.
Desvio de poder (ou desvio de finalidade): o agente busca alcançar fim diverso daquele que a lei lhe permitiu (sempre de interesse público). Previsto na lei da ação popular – art. 2º, § único, e, lei nº 4717/65. Configura ilegalidade.
1 - PODER-DEVER DE EFICIÊNCIA: 
É o próprio princípio da eficiência que atualmente se encontra no caput do art. 37 CF, (princípio explícito) introduzido pela E.C. n° 19/98: É o dever de boa administração, que impõe ao agente público uma obrigação de realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, que obriga que os sujeitos da atividade tenham qualificação compatível com as funções a seu cargo, etc. Por esse princípio procura-se maximizar os resultados em toda e qualquer intervenção da alçada do agente público. 
Ex: não se deve estender rede de energia elétrica ou de esgoto por ruas onde não haja edificações ocupadas, nem implantar rede de iluminação pública em ruas não utilizadas. Nos dois exemplos, a execução dessas obras não apresentaria resultados positivos.
O Decreto-Lei 200/67 em seu art. 6º enumera os princípio fundamentais da Administração Federal, e todos eles buscam uma maior eficiência na atividade administrativa:
“Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais: I – Planejamento;II – Coordenação;III – Descentralização;IV - Delegação de Competência;V - Contrôle.”
2 - PODER DEVER DE PROBIDADE: 
A atuação do administrador público deve pautar-se pelos princípios da honestidade e moralidade, quer em face dos administrados quer em face da própria Administração.
O administrador, em obediência a essa orientação, deve buscar o melhor para a Administração Pública. Assim, entre duas opções permitidas pela lei, deve o agente público escolher a mais vantajosa, a melhor, sob pena de ilegitimidade das suas ações. A probidade administrativa exige que a Administração procure fazer o melhor negócio para o Erário.
Não deve cometer favorecimento nem nepotismo, devendo ser honesto (conceito extraído do cidadão médio). Ex: se várias pessoas têm interesse no uso privativo de certo bem público, não pode o agente público, mesmo que a lei lhe faculte, escolher livremente uma. A escolha há, nesses casos, de ser por licitação.
A improbidade acarreta vários efeitos para o administrador constantes do art. 37, § 4º da CF: suspensão de direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade de bens, obrigação de ressarcir o erário público pelos danos que causar e responder a ação penal cabível.
Regulamentando esse artigo foi editada a Lei 8429/1992 que dispõe sobre os atos de improbidade administrativa. Eles podem ser caracterizados como: 
1 - Os que dão ensejo ao enriquecimento ilícito; 
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
2 – Os que geram prejuízo ao erário; e 
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
3 – Os que ofendem os princípios da Administração Pública. 
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
Esta lei abrange todo e qualquer agente público, e também aqueles que não sendo agentes concorram para as condutas de improbidade ou delas se beneficiem.
Qualquer um poderá representar à autoridade administrativa ou ao MP se tomar conhecimento de ato de improbidade para providenciar a apuração do fato.
Quem pode praticar atos de improbidade?
Qualquer agente público, assim entendido todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades da Administração Pública ou que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, bem como aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
      Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
        Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
        Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
3 - PODER-DEVER DE PRESTAR CONTAS: 
Como é encargo dos administradores públicos a gestão de bens e interesses da coletividade devem prestar contas de sua atividade. O dever abrange o circulo integral da gestão, mas é na utilização do dinheiro público que mais se acentua.
A prestação de contas de administradores pode serrealizada internamente através dos órgãos escalonados em graus hierárquicos, ou externamente. 
O dever de prestar contas alcança a Administração Direta e Administração Indireta, e também pessoas que recebam subvenção governamental. (lei 6233/75, lei 7295/94).
O presidente tem o dever de prestar contas ao Congresso Nacional auxiliado pelo Tribunal de Contas- art. 84, XXIV CF.
4 - PODER VINCULADO (ou regrado):
É aquele que o direito positivo (lei) confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização.
Obs: Di Pietro afirma que os chamados poderes “discricionário e vinculado”, não existem como poderes autônomos; a discricionariedade e a vinculação são, quando muito, atributos de outros poderes ou competências da Administração.
Para a autora, “poder vinculado'', na realidade, não encerra "prerrogativa" do Poder Público, mas, ao contrário, dá ideia de restrição, pois, quando se diz que determinada atribuição da Administração é vinculada, quer-se significar que está sujeita à lei em praticamente todos os aspectos.
Já a discricionariedade tem inserida em seu bojo a ideia de prerrogativa, uma vez que a lei, ao atribuir determinada competência, deixa alguns aspectos do ato para serem apreciados pela Administração diante do caso concreto; ela implica liberdade a ser exercida nos limites fixados na lei. No entanto, não se pode dizer que exista como poder autônomo; o que ocorre é que as várias competências exercidas pela Administração com base nos poderes regulamentar, disciplinar, de polícia, serão vinculadas ou discricionárias, dependendo da liberdade, deixada ou não, pelo legislador à Administração Pública.
Conceito: Poder Vinculado (ou regrado) é aquele que o direito positivo (lei) confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização.
O que caracteriza o ato vinculado é a predominância de especificações da lei sobre os elementos deixados livres para a Administração. 
Elementos vinculados são sempre: competência, finalidade e forma.
O agente público fica inteiramente preso ao enunciado da lei, em todas as suas especificações. A liberdade de ação do administrador é mínima. Deixando de atender a qualquer dado expresso na lei, o ato é nulo. 
O Princípio da legalidade impõe que o agente público observe, fielmente, todos os requisitos expressos na lei como da essência do ato vinculado.
5. PODER DISCRICIONÁRIO – 
É o que o direito concede à Administração, de modo explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo (mérito administrativo).
Limites: adequação da conduta à finalidade que a lei expressa. Se a conduta destoa da finalidade da norma, ela é ilegítima e deve merecer o devido controle judicial.
Discricionariedade ≠ arbitrariedade
Discricionariedade é liberdade de agir dentro dos limites legais.
Arbitrariedade é ação fora da lei, com abuso ou desvio de poder.
A discricionariedade é relativa, porque, a lei sempre disporá sobre a competência, a forma e a finalidade do ato.
O administrador deverá ter competência legal para praticar qualquer ato; deverá obedecer à forma legal e atender à finalidade legal (sempre o interesse público).
ATO ILEGAL E NULO: praticado por autoridade incompetente, ou realizado por forma diversa da prescrita em lei, ou com outra finalidade que não seja o interesse público.
DESVIO DE PODER OU DE FINALIDADE: Ocorre se o administrador praticar ato com outra finalidade que não seja o interesse público, incidindo em ilegalidade.
6 – PODER-DEVER REGULAMENTAR 
Também chamado de Poder normativo (Di Pietro).
Ao editar leis, nem sempre o Poder Legislativo possibilita que elas sejam executadas. Cumpre, então, à Administração Pública criar os mecanismos de complementação das leis indispensáveis à sua efetiva aplicabilidade. Essa é a base do poder regulamentar. 
Conceito (Diógenes Gasparini): 
Certos agentes públicos têm competência para editar atos normativos, chamados regulamentos, compatíveis com a lei e visando desenvolvê-la.
Essa competência que em outros países é outorgada a agentes diversos, é conferida, entre nós, privativamente ao Presidente da República. nos termos do art. 84, IV da Constituição Federal. 
Em razão do princípio da simetria que reina entre as três esferas do governo (União. Estado-Membro-Distrito Federal e Município) também é reconhecida a favor dos Governadores e dos Prefeitos.
Portanto, é atribuição privativa dos chefes do Executivo de explicar a lei para a sua correta execução. 
Limites à atribuição regulamentar
A atribuição regulamentar sofre três ordens de limites que, se inobservados, invalidam-na. São os limites: formais, legais e constitucionais. 
Ex. de limite formal: os que dizem respeito ao veículo de exteriorização. O regulamento, conforme prescrito no art. 84, IV da Constituição Federal, há de ser manifestado mediante decreto. A portaria, se utilizada para exteriorizar o regulamento, seria um veículo ilegal. 
Ex. limite legal: os que se relacionam com o extravasamento da atribuição (por regulamento aumentou-se certo prazo fixado em lei). Dispôs-se, por regulamento, mais do que a lei permite. 
Ex. limite constitucional: se relacionam com as reservas legais (criação de cargos por regulamento. Quando a Constituição da República exige lei). 
A inobservância desses limites vicia o regulamento, tornando-o ilegal.
Regulamento
O ato que se origina do exercício da atribuição regulamentar chama- se regulamento.
O instrumento ou veículo do regulamento é o decreto. Pelo decreto o regulamento exterioriza-se (inciso IV do art. 84)
Classificamos os regulamentos em relação: 
- aos destinatários (gerais e especiais), 
- à abrangência de seus efeitos (nacionais e regionais),
- às entidades que os editam (federais, estaduais, distritais e municipais) e
- à lei (executivos, delegados e autônomos).
Regulamentos em relação à lei:
regulamento executivo e 
regulamento independente ou autônomo
Regulamento executivo
Também chamado de execução ou subordinado.
Complementa a lei ou, nos termos do artigo 84, IV, da Constituição, contém normas "para fiel execução da lei".
Não pode estabelecer normas contra legem ou ultra legem: Ele não pode inovar na ordem jurídica, criando direitos, obrigações, proibições, medidas punitivas, até porque ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, conforme artigo 5º, II, da Constituição; ele tem que se limitar a estabelecer normas sobre a forma como a lei vai ser cumprida pela Administração.
O Executivo não pode invadir as “reservas da lei”, ou seja, aquelas matérias só disciplináveis por lei. Sendo o regulamento, na hierarquia das normas, ato inferior à lei, não pode contrariar, nem restringir ou ampliar suas disposições. Só lhe cabe explicitar a lei, dentro dos limites por ela traçados.
Se desbordar desse limite, no plano federal, enseja ao Congresso Nacional, com exclusividade, a oportunidade de decretar a sustação de seus efeitos, conforme estabelece o art. 49, V da Constituição Federal.
As leis que trazem a recomendação de serem regulamentadas não são exeqüíveis antes da expedição do decreto regulamentar, porque esse ato é uma condição suspensiva da atuação normativa da lei, deixando seus efeitos pendentes até a expedição do ato do executivo. 
Da lei que visa executar, o regulamento retira sua legitimidade, de sorte que, com a desaparição daquela, ele desaparece.
Regulamento autônomo ou independente 
Inova na ordem jurídica, porque estabelece normas sobre matérias não disciplinadas em lei; ele não completa nem desenvolve nenhuma lei prévia.
No direito brasileiro, a Constituição de 1988 limitou consideravelmente o poder regulamentar, não deixando espaço para os regulamentosautônomos, a não ser a partir da Emenda Constitucional nº 32/01.
Com a Emenda Constitucional nº 32, alterou-se o artigo 84, VI, para outorgar ao Presidente da República competência para "dispor, mediante decreto, sobre: 
(a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
(b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
Com a alteração do dispositivo constitucional, fica restabelecido, de forma muito limitada, o regulamento autônomo no direito brasileiro, para a hipótese específica inserida na alínea a.
Portanto, no direito brasileiro, excluída a hipótese do artigo 84, VI, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, só existe o regulamento de execução, hierarquicamente subordinado a uma lei prévia, sendo ato de competência privativa do Chefe do Poder Executivo.
- Outros aspectos do regulamento
Pelo fato de ser tido como lei em sentido material, o regulamento observa o mesmo ou quase o mesmo regime da lei, no que respeita à técnica legislativa (preâmbulo, texto e fecho), à vigência, à publicação (só obriga depois de publicado), à nulidade (é nulo se afrontar a lei ou a Constituição), à revogação (por conveniência e oportunidade), à vacatio (espaço temporal entre a publicação e a vigência).
Quanto à omissão do Poder Executivo em editar regulamentos, a Constituição de 1988 trouxe remédio que resolve parcialmente o problema; previu o mandado de injunção e a ação de inconstitucionalidade por omissão. (art. 5º, LXXI, CF).
Poder disciplinar 
É o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa.
PODER DE POLÍCIA (OU LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS)
O ordenamento jurídico confere aos administrados uma série de direitos relacionados com o uso, gozo e disposição da propriedade e com o exercício da liberdade, a exemplo do que está consignado nos incisos IV, XIII, XV e XXII do art. 5º da Constituição. 
O exercício desses direitos, apesar disso, não é ilimitado e deve ser compatível com o bem-estar social ou com o próprio interesse do Poder Público.
A intervenção estatal de conformação das condutas privadas é:
- repressiva e/ou
- impõe condutas reputadas como desejáveis (exs: proteção à moral e aos bons costumes, a preservação da saúde pública, o controle de publicações, a segurança das construções e dos transportes até a segurança nacional em particular).
ART. 78 Código Tributário Nacional:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.�
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
CONCEITO: 
O poder de polícia administrativa é a competência administrativa de disciplinar e restringir o exercício da autonomia privada, em favor do interesse público adequado, direitos e liberdades individuais para a realização de direitos fundamentais e da democracia, obedecendo os princípios da legalidade e da proporcionalidade.
Fundamento
Está centrado na supremacia do interesse público, que autoriza o condicionamento do uso, gozo e disposição da propriedade e do exercício da liberdade individual em benefício do interesse/bem estar público ou social. 
A autoridade que se afastar da finalidade pública incidirá em desvio de poder e acarretará a nulidade do ato com todas as consequências nas esferas civil, penal e administrativa.
Objetivo:
Prevenir o surgimento (quando ainda não aconteceu - “poder de polícia preventivo”) de atividades particulares nocivas aos interesses sociais ou públicos ou a obstar (paralisar, impedir - “poder de polícia repressivo”) seu desenvolvimento.
Competência - Em regra, o exercício da atribuição de polícia compete à entidade a quem a Lei Maior outorga a competência.
Competências da União: art. 22 CF
Competências do Município: assuntos de interesse local - art. 30, I CF
Competências do Estado-Membro: matérias remanescentes – art. 25 CF
Competências do Distrito Federal: as atribuições que tocam aos Estados e ao Município - art. 32, § 1º da Constituição Federal.
A atribuição de polícia pode ser delegada, sempre por lei, é ampla e pode abranger “o estabelecimento de normas, o exercício de atividades necessárias ao cumprimento dessas normas, bem como a designação de agentes de polícia”.
Di Pietro (2014): É indelegável o exercício do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado, essa característica tem sido reconhecida pela jurisprudência, inclusive do Supremo Tribunal Federal, com base no argumento de que, em se tratando de atividade típica do Estado, só pode ser por este exercida.
ARE – 662.186- repercussão geral – Aplicação de multa de trânsito por sociedade de economia mista.
	Polícia administrativa VS Polícia Judiciária
	Essencialmente preventiva
Exceção: repressiva
	Essencialmente repressiva
	Disseminado pelos órgãos e agentes da Administração Pública
	privativo de certo e determinado órgão (Secretaria de Segurança)
	Objeto: propriedade e a liberdade
	Objeto: pessoa - apurar as infrações penais
	Predispõe-se a impedir ou paralisar atividades antissociais
	Preordena-se a descobrir e conduzir ao Judiciário os infratores da ordem jurídica penal
	Rege-se por normas administrativas
	Rege-se por normas processuais penais
	
	As atribuições de polícia judiciária são da competência das Polícias Civis dos Estados e do DF, e da Polícia Federal (art. 144, §§ 4º e 1º CF).
Características
Ato de policia é o caracterizado pelos seguintes elementos:
I — editado pela Administração Pública (ou por quem lhe faça às vezes);
II — fundamento num vínculo geral: interesse público e/ou social;
III — incidir sobre a autonomia privada (sobretudo, propriedade e liberdade).
Exs. de atos de poder de polícia: 
A proibição de construir acima de certa altura. a obrigatoriedade de observar determinado recuo de construção. o dever de denunciar doença contagiosa. a vedação de manter certos animais na zona urbana ou de. nessa zona, promover certa lavoura.
NÃO são exs. de atos de polícia administrativa, embora restrinjam a liberdade: 
a) imposição de servidor público trabalhar de uniforme (restrição),
b) concessionário de serviço público ter que colocar determinados dizeres nos ônibus,
Porque decorrentes de um vínculo especial (estatuto. contrato).
c) Vedação de colocação de móveis em áreas comuns de prédios de apartamentos, pois é restrição imposta pelo condomínio em benefício dos condôminos.
Limites: observância dos direitos assegurados aos administrados pelo ordenamento positivo.
Campos de atuação
As mais variadas matérias, mas não há várias espécies de polícia administrativa, somente se dá nomes diferentes para fins didáticos, como por ex. polícia sanitária, polícia florestal, polícia de caça e pesca, polícia de diversões públicas, etc.
Atributos: 
* Discricionariedade, auto-executoriedade e coercibilidade.
-> Discricionariedade – oportunidade e conveniência
O ato de polícia é, em principio, discricionário, mas passará a ser vinculado se a norma legal que o rege estabelecer o modo e forma de sua realização. 
Tal atribuição se efetiva por atos administrativos expedidos através do exercício de uma competência às vezes vinculada, às vezes discricionária.Ato vinculado: porque a lei prevê os requisitos diante dos quais a Administração é obrigada a conceder o alvará.
ex.: licença para dirigir veículos automotores, para exercer determinadas profissões, para construir. 
Ato discricionário: porque a lei consente que a Administração aprecie a situação concreta e decida se deve ou não conceder a autorização, diante do interesse público em jogo.
ex.: autorização para porte de arma, com a autorização para circulação de veículos com peso ou altura excessivos, com a autorização para produção ou distribuição de material bélico .
-> Auto-executoriedade 
(Alguns autores desdobram o princípio em dois: exigibilidade e a executoriedade)
Faculdade da Administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do judiciário.
A Administração Pública pode promover, por seus próprios meios, humanos e materiais, a submissão do administrado às determinações editadas, para vê-lo conformado à legislação a que deve obediência, sem necessidade de recorrer a qualquer outro Poder.
Exs. de auto-executoriedade: ordem de interrupção de um espetáculo teatral, por obsceno, a apreensão de
gêneros alimentícios impróprios para o consumo, demolição de edificação que oferece perigo à coletividade, interdição de estabelecimento que encerra atividade poluente, tudo por determinação própria, sem necessidade de ordem judicial.
Auto-executoriedade ≠ punição sumária e sem defesa. 
A Administração só pode aplicar sanção sumariamente nos casos urgentes que ponham em risco a segurança ou saúde pública (principalmente as de interdição de atividade, apreensão ou destruição de coisas), ou quando se tratar de infração instantânea surpreendida na sua flagrância, aquela ou esta comprovada pelo respectivo auto de infração. Nos demais casos exige-se o processo administrativo correspondente, com plenitude de defesa ao acusado, para validade da sanção imposta.
Se o particular se sentir agravado em seus direitos, poderá reclamar ao Judiciário, que intervirá para a correção de eventual ilegalidade ou fixação da indenização, pois a Administração Pública responde por qualquer abuso, especialmente de natureza patrimonial, nos termos do § 6 do art. 37 da Constituição Federal.
Diógenes Gasparini alerta que “essas medidas, diga-se, só têm cabida se expressamente autorizadas em lei ou se forem urgentes. Fora dessas hipóteses, não cremos válida a auto-execução das medidas de polícia”. Assim, se inexistente a previsão legal e não se tratar de situação de emergência, caracterizada pela urgência de pronto atendimento, e, ainda assim, for necessária à adoção de tal ou qual medida, a Administração Pública deve valer-se do Judiciário. 
Exs.: demolição de construção irregular, que só é legítima se o Judiciário dela tiver conhecimento e determinar a demolição, ou nos casos de retomada de bem público ocupado por terceiro. Reintegração de posse só poderá efetivar-se em cumprimento de ordem judicial, salvo se se tratar de bem público de uso comum do povo ou de bem público de uso especial.
Excluem-se da auto-executoriedade, as multas, ainda que decorrentes do poder de polícia, que só podem ser executadas por via judicial.
-> Coercibilidade 
A coercibilidade é indissociável da autoexecutoriedade. O ato de polícia só é autoexecutório porque dotado de força coercitiva.
Imposição coativa das medidas adotadas pela Administração.
Todo ato de polícia é imperativo (obrigatório para o seu destinatário), admitindo ate o emprego da força pública para o seu cumprimento, quando resistido pelo administrado.
Entre a medida adotada e o desejo da lei, há de existir proporcionalidade, sob pena de vício de nulidade do ato de polícia e de responsabilidade de seu autor.
A autoridade administrativa não pode empregar meio de coação majs severo do que seja necessário para conseguir o fim proposto.
Ex.: apreensão de veículo de transporte clandestino de passageiros, pois o que se deseja com a apreensão é obstar a continuidade da atividade ilegal.
Coercibilidade ≠ violência desnecessária ou desproporcional 
A violência desnecessária ou desproporcional configura excesso de poder e abuso de autoridade nulificadores do ato praticado e ensejadores das ações civis e criminais para a reparação do dano e punição dos culpados.
Exs.: prisão de motorista que não portava carteira de habilitação, quando bastava apenas a apreensão do veículo, ou na proibição de espetáculo teatral, quando seria suficiente fixar o limite mínimo de idade dos espectadores para atender à moralidade social, ou, ainda, na interdição de uma indústria, dado que um de seus fornos polui a atmosfera, quando era suficiente, para eliminar o mal, a interdição do equipamento poluente.
O poder de polícia deve obedecer o princípio da proporcionalidade
A Proporcionalidade é requisito específico para a validade do ato de polícia.
Assim, qualquer limitação só será válida, se:
- Adequada (adoção da providência dotada de menor potencial de restritividade possível)
- necessária
- compatível com os valores consagrados na CF e nas leis (não se pode utilizar meios ilegais para sua consecução, embora lícito e legal o fim pretendido: “os fins não justificam os meios”). 
Meios de atuação - Preventiva - ordens e proibições, por meio de normas limitadoras e sancionadoras da conduta daqueles que utilizam bens ou exercem atividades que possam afetar a coletividade.
O legislativo edita leis e o executivo expede regulamentos e instruções fixando as condições e requisitos para o uso da propriedade e o exercício das atividades que devam ser políciadas. Após as verificações necessárias é outorgado o respectivo alvará (de licença ou autorização).
Sanções
Fixadas em lei. 
Basicamente são: multa (pagamento em dinheiro), interdição (de atividade), a demolição (de prédios), a destruição (de armas apreendidas), a inutilização (de gênero alimentício impróprio ao Consumo) e o embargo (de obra).
� Art. 78 com redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 28.12.66.

Outros materiais