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INTEMPERISMO Conjunto de processos operantes na superfície terrestre que ocasionam a decomposição dos minerais das rochas, graças à ação de agentes atmosféricos e biológicos. Todos os corpos sofrem uma variação no volume causada pela temperatura. A maioria das rochas é formada de vários minerais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, sendo assim, em um mesmo mineral, geralmente há mudanças nos coeficientes de dilatação que pode variar. A variação do coeficiente de dilatação dos diferentes minerais que compõem uma rocha, faz com que estes recebam esforços intermitentes durante séculos e séculos, com o contínuo aquecimento diurno seguido do resfriamento noturno. Desta forma, ocorre a fadiga dos minerais, e os minerais em fadiga serão facilmente desagregados e reduzidos a pequenos fragmentos. A variação da temperatura produzida pela insolação durante o dia e o resfriamento à noite pode ser muito grande, e além disso, a superfície terrestre aquece de 1,5 a 2,5 vezes mais que a atmosfera. Os minerais em fadiga serão facilmente desagregados e reduzidos a pequenos fragmentos. Nas regiões semiáridas do Nordeste brasileiro, a insolação é grande, aquecendo as rochas, sendo estas expostas a uma chuva repentina podem sofrer quebramento brusco, às vezes com estalo. MATACÃO A formação de um matacão pode acontecer em qualquer tipo de rocha, desde que seja homogênea quanto à resistência e que contenha três direções de juntas aproximadamente perpendiculares entre si. A obediência a este princípio. De que a alteração é mais pronunciada nos vértices do que nas arestas, e menos intensa no meio das faces, formam-se corpos arredondados que podem medir desde muitos metros de diâmetros até poucos centímetros. Campos de Matacão - Estrada da Concórdia - Itu Matacão de rocha granítica dentro de uma residência na Paraiba. EFLORESCÊNCIA Cristalização de sais: em climas áridos e semiáridos, os sais solúveis não são removidos pelas águas, pois a precipitação pluviométrica é insuficiente. Dá-se então o inverso: em vez dos sais serem lixiviados e conduzidos ao mar, eles são trazidos do fundo à superfície pelas poucas águas que ocasionalmente são precipitadas, e que sobem novamente à flor da terra, graças à ação capilar. Com isso, dissolvem-se muitos sais que são precipitados quando a água se evapora. Quando a cristalização se dá em fendas, estas tendem a ser aumentadas, graças ao esforço do crescimento dos cristais. A repetição secular deste fenômeno faz com que as rochas se desagreguem lentamente. À superfície a água é evaporada e os sais (sulfatos, cloretos, nitratos, carbonatos) cristalizam-se formando as chamadas eflorescências. Eflorescências salinas (cor clara) em fendas de retração, originadas nos períodos de seca, em zonas muito aplanadas, de fraca pluviosidade e com ventos fortes. CONGELAÇÃO A água ao congelar-se, expande-se em 9% do seu volume. Por este motivo a congelação da água inclusa nas fendas das rochas exerce uma força expansiva bastante importante. A atividade destrutiva é tanto maior quanto maior for o número de poros preenchidos pela água . O fenômeno é acelerado se a rocha contiver fendas ou diáclases, que são regiões de fraqueza da rocha. Com a repetição contínua de degelar e congelar , a rocha afrouxa-se e desagrega-se, formando lascas ou blocos de tamanhos variados. AGENTES FÍSICO-BIOLÓGICOS A pressão do crescimento das raízes vegetais pode provocar a desagregação de uma rocha, desde que esta possua fendas por onde penetrem as raízes e desde que a resistência oferecida pela rocha não seja muito grande. Os ventos que fazem balançar as árvores são também ativos, afrouxando as rochas fendilhadas e facilitando a penetração dos agentes químicos, provindos inclusive das próprias raízes, graças às suas atividades biológicas. As atividades de vários animais, como minhocas, formigas, cupins e vários roedores que abrem buracos, fazem com que o solo seja afofado, mais facilmente removido, facilitando também a penetração de outros agentes ativos, na decomposição das rochas. DECOMPOSIÇÃO QUÍMICA Este processo de intemperismo é caracterizado pela ação química entre rocha e soluções aquosas diversas. Tal processo é mais rápido se a rocha for previamente preparada pelo intemperismo físico, que a reduz a fragmentos menores, facilitando e aumentando o contato com os agentes aquosos ativos na degradação da rocha. A água de precipitação atmosférica, apesar de naturalmente destilada, não é pura, pelo fato de os gases do ar serem nela dissolvidos. Destes gases, os mais importantes no intemperismo são o oxigênio e o gás carbônico. O nitrogênio atmosférico, graças à ação das faíscas elétricas e do oxigênio do ar nos dias chuvosos, forma ácido nitroso e nítrico, de ação corrosiva sobre as rochas. Ao infiltrar-se no solo, a água dissolve e acarreta ainda diversas substâncias orgânicas e inorgânicas, muitas vezes de natureza ácida, ativas também no intemperismo químico FORMAÇÃO DO SOLO Ao produto final do intemperismo das rochas dá-se o nome de solo, caso as condições físicas, químicas e biológicas permitam o desenvolvimento da vida vegetal junto a atividades de microrganismos em íntima associação com a vida de vegetais mais desenvolvidos. Denomina-se também regolito ou manto de intemperismo, pelo fato de formar um manto sobre a rocha em vias de decomposição. ALGUNS DADOS SOBRE A DECOMPOSIÇÃO QUÍMICA DE ROCHAS NO BRASIL A decomposição intensiva no Brasil produz com muita frequência blocos rochosos arredondados de dimensões variáveis, mergulhados no regolito. Trata-se de núcleos ainda não atingidos pela decomposição. Quando a erosão é estimulada por devastação da vegetação, poe exemplo, o material decomposto e fino é levado, deixando estes blocos no terreno de forma residual. Forma-se assim, os campos de matacões em numerosos lugares no Brasil. A profundidade máxima atingida pelo intemperismo químico varia varia com a topografia e com o grau de diaclasamento da rocha. Na Serra do Mar, a espessura do solo chega ao redor de 70 metros (dados recentes apontam que em uma perfuração para água subterrânea encontrou xistos decompostos a quase 150 metros de profundidade.
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