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Processo do Trabalho

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Aula 01 História do Processo do Trabalho.pptx
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Grasielly de Oliveira Spinola Cardoso
1 HISTÓRIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Evolução dos Modelos de Estado
Do Estado Absolutista ao Democrático de Direito
Gerações de Direitos Fundamentais
Influências no Surgimento do Direito do Trabalho:
Revolução Industrial
Pensamento Socialista/Comunista
Surgimento do Sindicalismo
1.1 Constitucionalização do Direito do Trabalho
Com o avanço da industrialização e consequente crescimento da legislação trabalhista, houve um fenômeno de constitucionalização do Direito do Trabalho.
Constituição Mexicana de 1917
Constituição de Weimar (Alemanha) 1919
Constituição Brasileira de 1934
1.2 Direito do Trabalho Constitucional
O Direito do Trabalho é um Direito Fundamental Social de Segunda Geração.
Em razão disso, assume as características inerentes aos Direitos Fundamentais: Historicidade, Universalidade, Aplicabilidade Imediata, Inalienabilidade, Imprescritibilidade, Relatividade, Rol Exemplificativo, Efeito Irradiante. 
1.3 Direito Material x Direito Processual
O Direito Material e o Direito Processual do Trabalho se complementam para a conservação da ordem jurídica trabalhista e para a realização do direito objetivo e subjetivo, através do processo. 
Dada a importância e abrangência de algumas normas de Direito Material do Trabalho, elas irão refletir no Direito Processual do Trabalho, alterando algumas regras tradicionais de processo. 
1.4 Direito Processual do Trabalho no Brasil
Alguns entraves significativos para o desenvolvimento do Processo do Trabalho como ramo autônomo do Direito: 
Ausência de um Código de Processo do Trabalho: normas de Direito Material e Processual estão previstas na CLT (1943)
Aplicação Subsidiária do CPC
Normas Procedimentais decorrentes do Princípio da Proteção – espinha dorsal do Direito do Trabalho. 
1.5 Direito Processual do Trabalho no Brasil 
Inexistência de uma Justiça do Trabalho autônoma.
A Justiça do Trabalho era um “braço” do Poder Executivo e não do Poder Judiciário
Existência de Juntas de Conciliação e Julgamento
Jurisdição exercida por Juízes Classistas: juiz leigo, não necessariamente formado em Direito, que é escolhido pelos sindicatos dos trabalhadores e dos empregadores para exercício de um mandato. 
1.6 Emenda Constitucional 24/99
Antiga redação do art. 116 CF: A junta de conciliação e julgamento será composta de um juiz do trabalho, que a presidirá, e dois juízes classistas temporários, representantes dos empregados e dos empregadores.
Redação dada pela EC 24/99: Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular. 
Extinção da figura do juiz classista e das Juntas de Conciliação e Julgamento. 
1.7 CONCEITO
Processo é o instrumento através do qual a jurisdição é exercida, objetivando-se a aplicação do Direito Material para a solução de conflitos e a pacificação social. 
Processo do Trabalho é o “complexo das normas legais, dos princípios, das opiniões doutrinárias e jurisprudenciais e das práticas doutrinárias destinados a regular o exercício da função jurisprudencial do Estado, com vistas a solucionar os conflitos de interesses, individuais ou coletivos, constitucionalmente atribuídos à Justiça do Trabalho” (FILHO, Manoel Antônio Teixeira. 2009, p. 102)
1.8 FUNÇÃO
Função maior: Conferir efetividade às regras de Direito Material.
Correlação com outros ramos do Direito como o Direito Constitucional, Direito Processual Civil, Direito Penal, Direito Administrativo e Direito Internacional Público. 
Dificuldades: Inexistência de um Código de Processo do Trabalho;
Aplicação Subsidiária do CPC;
Autonomia como ramo da ciência jurídica;
Aula 02 Fontes do Direito Processual do Trabalho.pptx
2 FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Popularmente, fonte significa origem, local das emanações. Juridicamente significa a origem das regras do Direito. 
Não se confundem com as fontes de Direito Material, pois destinam-se à analisar as normas que regulam o processo trabalhista em si e não o Direito do Trabalho. 
A jurisdição no campo trabalhista possui regramento próprio e específico, disciplinada pelo Processo do Trabalho e a Justiça do Trabalho. 
2.1 FONTES FORMAIS E MATERIAIS
Fontes Materiais são os fatores sociais, históricos, filosóficos e econômicos que atuaram no momento pré-jurídico e, por consequência, influenciaram na elaboração da norma. (momento pré-jurídico) 
Fontes Formais são os canais através do quais as normas vêm ao mundo jurídico. (momento jurídico)
Por ser o Direito Processual do Trabalho um ramo de Direito Público, composto de normas preponderantemente cogentes, não há muito espaço para atuação de outras fontes senão aquelas emanadas do Estado. 
2.1.1 FONTES FORMAIS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Constituição Federal 
Leis (CLT e leis esparsas: 5.584/1974, Lei: 7.701/1988, Lei C. 75/1993
Jurisprudência
OBS1: alguns entendimentos jurisprudenciais podem estar consolidados em Súmulas e Orientações Jurisprudenciais do TST (Art. 896, § 3º da CLT)
OBS2: Por não serem vinculantes, não é pacífica sua inclusão como fonte formal do Direito Processual do Trabalho 
2.1.1 FONTES FORMAIS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Usos e Costumes: no âmbito processual, são condutas e práticas dos juízos e tribunais, presente de forma reiterada no curso dos processos. 
Princípios Jurídicos: Na atualidade reconhece-se a força normativa dos princípios, aplicando-os nas relações jurídico-sociais. 
OBS: Normas é o gênero, do qual são espécies, regras e princípios. 
Regras: se aplicam ou não à determinado caso concreto
Princípios: Mandamentos de otimização que se relativizam ao caso concreto. 
Aula 03 Formas de Solução de Conflitos Trabalhistas.pptx
3 FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS TRABALHISTAS
“E eliminação dos conflitos ocorrentes na vida em sociedade pode-se verificar por obra de um ou de ambos os sujeitos dos interesses conflitantes, ou por terceiro. Na primeira hipótese, um dos sujeitos (ou cada um deles) consente no sacrifício total ou parcial do próprio interesse (autocomposição) ou impõe o sacrifício de interesse alheio (autodefesa ou autotutela). Na segunda hipótese, enquadram-se a defesa de terceiro, a conciliação, mediação e o processo (estatal ou arbitral).” (GRINOVER, Ada Pellegrine et all., 2005, p. 22) 
 
São meios de solução de conflitos trabalhistas: autotutela ou autodefesa, autocomposição e heterocomposição. 
3.1 AUTOTUTELA OU AUTODEFESA 
É o meio mais primitivo de resolução de conflitos em que uma das partes, por meio da força, impõe sua vontade à parte mais fraca, sem intervenção do Estado. 
Também chamada “vingança privada”, ela pode ser autorizada pelo legislador, tolerada ou proibida. 
Resquícios de autotutela: Legítima defesa da posse (D. Civil) e Estado de Necessidade e Legítima Defesa (Direito Penal). 
No Direito Coletivo do Trabalho temos a GREVE e o LOCAUTE, sendo este último proibido (art. 722 da CLT). Na esfera individual, o direito de resistência do empregado às alterações contratuais lesivas (art. 468 e 483 da CLT) e o poder disciplinar do empregador. 
3.2 AUTOCOMPOSIÇÃO
É a modalidade de solução de conflitos coletivos de trabalho pelas próprias partes interessadas sem a intervenção de um terceiro. Ex: Negociações Coletivas para os conflitos coletivos e o Acordo ou Transação para os conflitos individuais. 
São espécies da autocomposição: I-Desistência, II- Renúncia, III- Submissão e IV- Transação. 
Os Acordos e Convenções Coletivas são instrumentos típicos de autocomposição. 
3.3 HETEROCOMPOSIÇÃO
Caracteriza-se pela presença de um agente externo e desinteressado ao litígio que irá solucioná-lo. Sua decisão será imposta às partes de forma coercitiva. Ex: Decisão judicial e arbitragem. 
A heterocomposição sob a modalidade Decisão Judicial é a forma mais comum de solução de conflitos trabalhistas no Brasil (cultura romano-germânica).
3.4 MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO
A Conciliação é uma forma de solução de conflitos no qual o conciliador aproximará as partes buscando a solução de conflitos mediante concessões recíprocas. O conciliador tem um papel ativo e pode apresentar eventuais soluções para o litígio. 
Já a Mediação é a forma de solução de conflitos por meio do qual o mediador se insere entre as partes, procurando aproximá-las para que elas próprias cheguem à uma solução consensual do conflito. É “algo mais do que a conciliação e menos que a arbitragem” (MARTINEZ, 2010, p.1355). 
Em ambos os casos, o terceiro não pode impor uma solução para o conflito, mas inegavelmente contribuem para a criação de uma cultura de paz. 
3.4.1 Mediação e Conciliação no novo CPC
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
3.5 CONCILIAÇÃO 
“A conciliação é uma sentença dada pelas partes e a sentença é uma conciliação dada pelo juiz” (CARNELUTTI)
É uma forma de solução de conflitos em que as próprias partes chegam à solução, cabendo ao magistrado acolhê-la. Pode se caracterizar pela transação, reconhecimento ou renúncia. 
Somente são passíveis de conciliação os direitos patrimoniais disponíveis. Direitos Inerentes à Personalidade do Trabalhador, bem como normas que se referem à medicina, segurança e meio ambiente do trabalho são de indisponibilidade absoluta. 
OBS: A Conciliação é tão importante no Direito Processual do Trabalho que chega a ser obrigatória, sob pena de nulidade (art. 846 e 850 da CLT). 
3.5.1 COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
São órgãos facultativos criados no âmbito dos sindicatos ou das empresas para resolução e conflitos individuais através de autocomposição. Trata-se de meio alternativo, extrajudicial, que conta com a presença de conciliadores para dirimir o conflito de forma mais célere e menos burocrática que a Justiça do Trabalho. (art. 625-A da CLT) 
O prazo prescricional fica suspenso a partir da provocação da CCP (Art. 625-G da CLT) recomeçando a fluir a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo de 10 dias para realização da audiência. 
3.5.2 CCP: Obrigatória ou Facultativa 
Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. 
Obrigatória: pressuposto processual ou condição da ação – Extinção do processo sem resolução do mérito. (Sérgio Pinto Martins) 
Facultativa: A lei não fixou penalidade, logo não é norma obrigatória. Regras restritivas de direitos não podem ter interpretação ampliativa. Art. 5º, XXXV da CF/88. Eventual ausência de tentativa de conciliação judicial fica suprida pela tentativa judicial. (Jorge Luiz souto Maior) STF pacificou a matéria. 
3.6 ARBITRAGEM
Meio de solução de conflitos através de um terceiro imparcial (árbitro) previamente escolhido pelas partes que irá solucionar o conflito de forma definitiva. É considerado meio alternativo porque o árbitro não pertence ao Estado. 
No Brasil, não há tradição de utilização de Arbitragem, embora ela seja autorizada e regulamentada pela Lei 9307/96. 
A arbitragem é facultativa e eventuais nulidades do procedimento arbitral podem ser discutidas no Judiciário. 
Há previsão constitucional para a Arbitragem Trabalhista apenas nos conflitos coletivos (Art. 114, §1º CF/88), motivo pelo qual a jurisprudência tende a não reconhecer sua aplicabilidade nos conflitos individuais. 
Aula 04 Princípios do Processo do Trabalho.pptx
4 PRINCÍPIOS
Gerais e Específicos do Processo do Trabalho
4.1 NOÇÃO DE PRINCÍPIO
O sistema jurídico contêm normas que representam um gênero, do qual são espécies as regras e os princípios. 
Os princípios são mandamentos nucleares e estruturais do sistema jurídico, servindo de sustentação e fundamento para as regras. Constituem “verdades fundantes” (Miguel Reale) ou “mandamentos de otimização” (Robert Alexy), que podem ser satisfeitos em distintos graus, enquanto as regras serão cumpridas ou não. Em todo caso, o neoconstitucionalismo reconhece a FORÇA NORMATIVA DOS PRINCÍPIOS, não se tratando de meros enunciados formais. 
4.2 FUNÇÕES DOS PRINCÍPIOS
Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.
Principal função: Integração do ordenamento jurídico. Não apenas para suprir lacunas mas eficácia normativa direta, com aplicação imediata nas decisões. 
4.2 PRINCÍPIOS GERAIS APLICÁVEIS AO PROCESSO DO TRABALHO 
Princípio do Dispositivo ou da Demanda – Também associado à inércia da jurisdição. Constitui o constitucional Direito que todos têm de provocar a tutela jurisdicional. 
Princípio Inquisitivo ou do Impulso Oficial - Significa que a despeito de o processo ser marcado pela dispositividade, o juiz pode, em busca da verdade real, afastar-se dessa dispositividade, até a inquisitoriedade, determinando provas que nem mesmo tenham sido pretendidas pelas partes.      (CLT, arts. 39, § 1º, 765, 795, § 1º, 820, 827, 848)
4.2 PRINCÍPIOS GERAIS APLICÁVEIS AO PROCESSO DO TRABALHO 
Princípio da Instrumentalidade das Formas: O processo não é um fim em si mesmo. Deve estar à serviço da Justiça. O Processo deve estar à serviço do Direito Material e não o contrário. Se a lei prescrever uma forma para o ato e esta forma não for observada, o juiz considerará o ato válido se não resultar nulidade. 
Impugnação Especificada. Tem que contestar e impugnar os pedidos de forma pormenorizada. Defesa por negação geral não produz efeito. Contestação genérica enseja Confissão Ficta. 
4.2 PRINCÍPIOS GERAIS APLICÁVEIS AO PROCESSO DO TRABALHO 
Devido processo legal - Trata-se de uma garantia constitucional por meio da qual se assegura que qualquer ato praticado por autoridade para ser considerado válido, eficaz e completo deve seguir todas as etapas procedimentais previstas na legislação. 
Contraditório - É parte integrante do devido processo legal; assegura às partes igualdade de tratamento no processo, necessidade de citação inicial do réu como condição de validade do processo, proibição de alteração do pedido após a citação do réu (há exceções), direito de ser intimado da juntada de qualquer documento, oitiva de testemunhas, prazo de recurso etc.
4.2 PRINCÍPIOS GERAIS APLICÁVEIS AO PROCESSO DO TRABALHO
Ampla defesa - É também corolário do devido processo legal. Consiste no direito de merecer o mesmo tratamento no processo, com iguais prazos e de produzir todas as provas legais, com a mesma intensidade e amplitude. 
Publicidade - Destina-se a dar completa transparência ao processo, às audiências e às sentenças para garantir a lisura do procedimento. Excepcionam-se os processos que correm em segredo de justiça (por exigência do interesse público e os que dizem respeito a casamento, filiação, separação de cônjuges, conversão da separação em divórcio, alimentos e guardas de menores). 
4.2 PRINCÍPIOS GERAIS APLICÁVEIS AO PROCESSO DO TRABALHO 
Juiz natural - Também corolário do devido processo legal. Deve entender-se o direito
de ser submetido a julgamento por um juiz investido de jurisdição pelo Estado e não por um juízo de exceção, constituído para aquele caso em concreto, (art. 5º, XXXVII e LIII CF/88) 
Acesso à Justiça - O processo deve ser, sempre que possível, gratuito, ou, no mínimo, acessível a todos; impedir o acesso do menos favorecido ao Judiciário, em razão de custas exorbitantes, é denegar-lhe justiça.art.  (art. 5º, LXXIV., CF/88 Leis nº. 1.060/50 e 5.584/70 e art. 822 da CLT) 
4.2 PRINCÍPIOS GERAIS APLICÁVEIS AO PROCESSO DO TRABALHO 
Inafastabilidade da Jurisdição - Detendo, o Estado, o monopólio da jurisdição, nenhuma lei pode excluir do Judiciário lesão ou ameaça de lesão. (art. 5º, XXXV, CF/88)
Livre convencimento motivado - Significa que o juiz poderá apreciar livremente as provas, não ficando adstrito a nenhuma delas; deverá, contudo, fundamentar as razões de seu convencimento. (arts. 456, 818, 829, 830, 844 da CLT) 
4.2 PRINCÍPIOS GERAIS APLICÁVEIS AO PROCESSO DO TRABALHO 
Eventualidade - Significa que os atos processuais devem ser praticados de forma concentrada, isto é, de uma só vez, de sorte que a economia processual não seja comprometida e o processo não se alongue além do necessário. CLT, art. 795.
Identidade física do juiz - Significa que o juiz mais habilitado a julgar a causa é aquele que tomou contato mais íntimo com as partes e as provas, isto é, aquele que presidiu a instrução. Daí o princípio da identidade física do juiz com o processo, de tal sorte que o juiz que iniciou o processo só não o sentenciará ser for transferido, promovido, aposentar-se ou morrer. Não se aplica à Justiça do Trabalho mas é adotado com frequência pelos magistrados.
4.2 PRINCÍPIOS GERAIS APLICÁVEIS AO PROCESSO DO TRABALHO 
Duplo grau de jurisdição - em tese, assegura-se a todo vencido o direito de ver reexaminada a sentença de mérito de 1ª instância, por um Tribunal, desde que satisfeitos certos requisitos de prazo, forma, depósito prévio, encargos de sucumbência. (arts. 893 e seguintes da CLT) 
 
Non reformatio in pejus - Significa que os Tribunais só podem apreciar a matéria que lhes foi devolvida no recurso; nunca poderão reformar a decisão para prejudicar o recorrente.
4.2 PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO PROCESSO DO TRABALHO
1 Princípio da Proteção no Processo do Trabalho: Caracteriza-se pela presença, principalmente na legislação, de previsões que procuram conferir tratamento mais favorável à parte mais vulnerável da relação processual, ou seja, ao empregado. 
Não comparecimento do Reclamante à audiência: arquivamento 
Não comparecimento do Reclamado à audiência: revelia e confissão quanto à à matéria de fato. 
Arts. 844, 731 e 732 da CLT 
1.1 Desdobramentos do Princípio da Proteção
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência.
Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.
Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.
1.2 Outros Desdobramentos Processuais do Princípio do Proteção
O trabalhador também recebe tratamento diferenciado em razão de sua hipossuficiência, como por exemplo, na exigência do depósito recursal apenas para o empregador, (art. 899 da CLT) isenção de pagamento de custas e despesas apenas para os trabalhadores (art. 790 da CLT)), fixação da competência em razão do lugar no local da prestação do serviço (art. 651 da CLT) e início da execução de ofício pelo juiz (inquisitivo); 
Sobre a Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova vide: SUMULA 212 DO TST: (término do contrato de trabalho) e SÚMULA 338 TST (Controle de Ponto)
2. Princípio do Ius Postulandis
É a capacidade que a própria parte tem de ingressar em juízo com a ação, independente da constituição de advogado, conferindo às partes (empregado e empregador) a CAPACIDADE POSTULATÓRIA. 
  Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
§ 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado.
§ 3o  A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada.     
2.1 Restrições do Jus Postulandis
Súmula nº 425 - TST - Res. 165/2010
Jus Postulandi - Justiça do Trabalho - Alcance – Limitação
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
Acesso à Justiça ou Desequilíbrio entre as partes???? Art. 133 CF/88
3. Princípio da Oralidade/Simplicidade
Este princípio está ligado à ideia de Jus Postulandi e no Direito Processual do Trabalho encontra terreno fértil para sua aplicação, na previsão expressa de possibilidade de RECLAMAÇÃO VERBAL, contida no art. 840, § 2º da CLT. 
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
 § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
 § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior.
4. Princípio da Conciliação
Estabelece que, no procedimento ordinário, haverá duas tentativas de conciliações, uma após a abertura da audiência e antes da defesa (Art. 846 CLT), e a segunda depois das razões finais e antes da sentença (Art. 850 CLT). Apesar de não ser uma exclusividade do Processo do Trabalho é aqui que ele encontra maior espaço para aplicação. 
A ideia de conciliação já prevista e bastante utilizada no Direito Processual do Trabalho começa a ser ampliada para o processo civil comum, especialmente com as mudanças trazidas pelo novo CPC/2015. 
5. Princípio da Concentração dos Atos Processuais
 Significa que toda a instrução processual deve resumir-se a um número mínimo de audiências; se possível, uma, para conferir celeridade ao procedimento. Essa celeridade é tão prestigiada porque a verba discutida é de natureza alimentar. 
Art. 849 da CLT - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
Art. 852-C da CLT. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular.
6. Princípio da Irrecorribilidade das decisões interlocutórias
Visa impedir, tanto quanto possível, interrupções da marcha processual motivadas por recursos opostos pelas partes das decisões proferidas pelo juiz antes da sentença. A matéria fica imune à preclusão, sendo apreciada depois, pelo Tribunal.
Atende ao princípio da celeridade processual. Na CLT, arts. 799, § 2º e 893, § 1º.
PRECLUSÃO: IMPLICITO NO ART. 795 DA CLT: As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, às quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. Trata-se do FAMOSO PROTESTO ANTI-PRECLUSIVO.
7. Princípio da Normatização Coletiva 
A Justiça do Trabalho brasileira é a única que pode exercer o chamado PODER NORMATIVO, que consiste no poder de criar normas e condições gerais e abstratas (atividade típica do Legislativo) proferindo sentença normativa com eficácia ultra partes, cujos efeitos alcançarão os contratos individuais dos trabalhadores das categorias representadas pelo sindicato que ajuizou o Dissídio Coletivo. 
Essa competência especial foi conferida pelo art. 114, § 2º da CF/88 e encontra restrições na própria CF/88 (art. 7º) e na CLT (art. 8º e 444). 
8 Desconstituição da Personalidade Jurídica do Empregador
Constitui a rigor, um princípio de direito material trabalhista previsto no art. 2º, 10 e 448 da CLT, mas alguns doutrinadores interpretam como princípio específico. 
É encontrado em outros ramos como Direito Comercial, Civil, das Relações de Consumo e no Direito Tributário, entretanto, sua atuação é mais destacada no Direito Processual do Trabalho, com ênfase para a execução trabalhista. 
No Direito do Trabalho não é necessário comprovação de má-fé (ou fraude) nem de confusão patrimonial, basta a insolvência da empresa para se alcançar o patrimônio dos sócios proprietários. 
9 Princípio da Subsidiariedade
 Estabelece aplicação subsidiária do Processo Civil ao Processo do Trabalho se obedecidos 2 requisitos: 
 1) Omissão da CLT 
 2) Compatibilidade da norma civil com os princípios do processo do trabalho.
Observação1 : Art. 889. Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.
Observação 2: Art. 15 CPC/2015: Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
Aula 05 Organização Judiciária Trabalhista.pptx
Organização Judiciária Trabalhista
1 Previsão Constitucional
A organização Judiciária Trabalhista está prevista nos art. 111 a 116 da Constituição Federal, sendo composta hierarquicamente pelos seguintes órgãos: 
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: I - o Tribunal Superior do Trabalho; II - os Tribunais Regionais do Trabalho; III - Juízes do Trabalho. 
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.          (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999) extinção dos juízes classistas e criação das Varas do Trabalho  
2 Competência Delegada 
OBS: ART. 112 CF/88 Trata da possibilidade de um juiz de direito atuar como juiz do trabalho
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.     (EC 45/2004) 
3 Características 
a) não há divisão em entrâncias nas Varas, ou seja, as Varas com maior número de casos é igual àquela com menor número, 
b) não existem Varas especializadas como na Justiça Comum em que uma vara trata apenas de questões de família, sucessões, fazenda pública, crime, etc. 
c) os tribunais são criados por Regiões e não por Estados, como acontece com o Poder Judiciário Estadual.
d) Tribunais são divididos em Turmas e não em Câmaras. 
4 Jurisdição Trabalhista – Ingresso
Os juízes do trabalho ingressam na magistratura como juízes substitutos, nomeados após aprovação em concurso público de provas e títulos realizado pelo TRT.
O candidato deve ser Bacharel em Direito, 03 anos de atividade jurídica e idoneidade moral. O art. 654, § 4o da CLT que fazia exigência de idade entre 25 e 45 anos não é aplicado em face do disposto no art. 7º, XXX da CF/88 e art. 39, § 3º da CF/88. 
Aplicam-se ao juiz trabalhista todas as garantias e vedações inerentes à Jurisdição. 
5 Tribunal Superior do Trabalho
O Tribunal Superior do Trabalho - TST, com sede em Brasília-DF e jurisdição em todo o território nacional, é órgão de cúpula da Justiça do Trabalho, nos termos do artigo 111, inciso I, da Constituição da República, cuja função precípua consiste em uniformizar a jurisprudência trabalhista brasileira.
O TST é composto de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.

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