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cont_teorico_INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA e de ÁGUA QUENTE

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Unidade I: 
 
Unidade: INSTALAÇÕES PREDIAIS DE 
ÁGUA FRIA e de ÁGUA QUENTE 
 
 
 
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Unidade: Instalações Prediais De Água Fria E De Água Quente 
 1 - INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA1 
 
1.1 Terminologia 
Abastecimento: é a obtenção e o fornecimento de água para uma edifica-ção; 
Água fria: trata-se da água que se encontra na temperatura resultante das 
condições do ambiente em que está inserida essa água; 
Água potável: é o tipo de água que atende ao padrão de potabilidade 
determinado pelo Ministério da Saúde, podendo portanto ser bebida por 
pessoas ou animais; 
Alimentador predial: é uma tubulação que liga a fonte de abastecimento local 
ao medidor de consumo de água da edificação (hidrômetro); 
Aparelho sanitário: é todo aparelho destinado ao uso da água ou ao 
recebimento de dejetos líquidos ou sólidos que se destinam a esgoto; 
Barrilete: é a tubulação que se inicia no reservatório superior e conduz a água 
até o início de cada uma das colunas de distribuição; 
Coluna de distribuição: é toda tubulação vertical que a partir do barrilete 
alimenta os ramais de distribuição; 
Diâmetro nominal: é o número que serve para designar o diâmetro de uma 
tubulação e corresponde às normas específicas de fabricação deste produto, 
portanto é estabelecido para cada material de tubulação; 
Duto: espaço reservado na edificação destinado a acomodar a passagem de 
tubulações podendo ser horizontal ou vertical; 
Fonte de abastecimento: é todo elemento gerador de água que possibilita a 
captação e o fornecimento para a instalação hidráulica predial; 
Hidrômetro: é o medidor de consumo de água da edificação; 
Instalação elevatória: é um sistema que possibilita o lançamento de água em 
sentido antigravitacional, possibilita o abastecimento de reservatórios elevados 
quando a pressão da água for insuficiente para atingir a entrada destes 
reservatórios; 
 
1
 A termino logia especificada da área está baseada a partir do trabalho do Professor Enedir Ghisi. 
Instalações prediais de Água Fria, 2004. 
 
 
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Ponto de utilização: é a extremidade final da rede de distribuição onde a água 
passa a ser considerada servida para o destino que lhe foi previamente 
estabelecido no projeto; 
Ramal: é a tubulação que a partir da coluna alimenta os sub -ramais de 
distribuição; 
Rede de distribuição: é todo o conjunto de tubulações constituído por captores, 
redes, barriletes, colunas, ramais, sub-ramais e pontos de utiliza-ção, 
destinados a conduzir a água acumulada em reservatórios até o seu consumo 
na edificação; 
Registro de fechamento: é um tipo de aparelho que, quando instalado na 
tubulação, tem a função de interromper totalmente a passagem da água; 
Sub-ramal: é a tubulação que a partir do ramal alimenta os pontos de utilização 
para o consumo de água; 
Tubulação de Extravasão: é a tubulação destinada a escoar o excesso de água 
em reservatórios quando o volume desta atingir o limite estabelecido, pelo 
projeto, para o reservatório; 
Tubulação de limpeza: é uma tubulação destinada a esvaziar o reservatório 
para permitir a sua limpeza e manutenção. 
 
1.2 Abastecimento 
Denominamos abastecimento, em instalações hidráulicas, a tarefa de 
obter e fornecer para uma determinada construção civil água tratada e potável 
para consumo interno na edificação e água em condições de reuso, que não é 
um tipo de água potável porém apresenta condições de ser utilizada para 
diversas outras finalidades tais como rega de jardins, lavagem de pisos, 
lavagem de veículos e demais finalidades que não incluam a ingestão de água 
e higiene corporal por animais e humanos. 
Podemos iniciar o nosso projeto de instalações hidráulicas prediais de 
água fria abordando inicialmente a questão do abastecimento, ou seja, de que 
forma em nosso projeto trataremos da obtenção de água para utilização futura 
quando a edificação projetada estiver construída e liberada para seu uso. 
Este abastecimento, na edificação, pode ser feito de formas diferentes. 
O mais comum e tradicional é através do fornecimento denominado público que 
 
 
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geralmente é feito por parte de uma concessionária de serviços públicos para 
áreas urbanizadas. 
Cada município, em suas áreas urbanas, se compromete a fornecer sete 
tipos de serviços públicos e um destes sete serviços públicos é o fornecimen-to 
de água potável canalizada para cada lote urbano. (o fornecimento de água de 
reuso está sendo implantado gradativamente e apenas em alguns municípios 
este serviço já está sendo parcialmente ofertado). 
No sistema de fornecimento de água potável, ao longo da via pública de 
acessibilidade ao lote, em frente à testada deste passa uma rede pública de 
água canalizada, tratada e em condições que lhe permitem a potabilidade, ou 
seja, pode ser bebida por seres humanos e por animais sem risco de trans-
missão de doenças pelas bactérias ou pela contaminação desta água. 
Neste caso a ligação ao lote se faz através da construção de um ramal 
desta rede até a entrada do lote e este ramal é denominado ramal predial. 
Outra forma de abastecer uma edificação é pelo fornecimento 
denominado particular. Nesta forma através de uma fonte de água existente no 
lote, que pode ser uma mina d’água, uma captação de águas pluviais, um poço 
até o lençol freático de águas superficiais ou um poço artesiano profundo, que 
acessa as águas de um lençol freático profundo, obtemos a água necessária 
em estado bruto porém temos que fazer esta água passar por um processo de 
tratamento local para a colocarmos em condição de consumo sem risco. 
Por último temos também condições de abastecer uma edificação por 
um sistema denominado misto. Neste sistema temos a incidência das duas 
formas anteriormente descritas para obtenção da água sendo que através da 
rede pública obtemos a água tratada para consumo da população da edificação 
para higiene e alimentação e a água captada de forma particular para emprego 
em irrigação, lavagens, produções industriais, reservas para combate a 
incêndios, abastecimento e manutenção de piscinas, etc. 
Este sistema com ênfase na racionalidade de uso, no racionamento do 
consumo, no reuso da água tem sido o indicado como a forma mais sustentável 
de abastecermos e utilizarmos uma edificação. 
Seja qual for o sistema adotado, quanto ao projeto, devemos 
dimensioná-lo para que a edificação fique sendo permanentemente abastecida 
e portanto nunca fique faltando água para a uti lização nesta. 
 
 
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1.3 Dimensionamento do abastecimento 
O cálculo do volume de água para abastecimento se faz em função do 
consumo diário previsto para a edificação e este consumo é em função da 
quantidade de pessoas que vão ocupar esta edificação e da quantidade de 
serviços que consomem águaque são previstos para essa edificação. 
Para este cálculo consultamos inicialmente algumas tabelas de 
recomen-dações que estabelecem parâmetros entre tipos de edificações e 
quantidade de pessoas. 
Em habitações recomenda-se que se considere para o cálculo da 
quantidade de pessoas uma relação que estabelece o número de duas 
pessoas para cada dormitório da edificação acrescida ainda de mais uma 
pessoa prevista como serviçal ou hóspede. 
Para prédios com atividades comerciais, de serviços ou públicas 
recomenda-se adotar taxas de ocupação conforme a tabela a seguir. 
 
Atividade Taxa de ocupação (m2 por pessoa) 
Escritórios 6 
Bancos 5 
Lojas 5 
Bares e restaurantes 1,4 
Auditórios 1 
 
Uma vez determinada a população da edificação temos que multiplicar 
esta quantidade de pessoas pelo consumo pessoal previsto para cada uma. 
Este consumo predial previsto também depende de qual tipo de 
atividade esta pessoa terá dentro dessa edificação o que nos leva a consultar 
mais um tipo de tabela de recomendação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tipo de atividade Consumo previsto (litros por pessoa) 
Atividades domésticas 200 
Atividades em escritórios 80 
Escolas 50 
Hospitais (pacientes internados) 250 
Ambulatórios 25 
Hotéis 200 
Hospedarias 100 
Restaurantes 25 
Mercados 5 
Auditórios 2 
Indústrias (funcionários) 80 
 
Para atividades não listadas adotam-se critérios por semelhança de 
ativida-de. Por exemplo: para “auditórios” temos como assemelhados: cinemas, 
teatros, anfiteatros, templos religiosos e demais locais de reunião onde se 
concentra um público que ouve ou assiste. 
 
1.4 Reservatórios 
No mínimo podemos considerar que o volume de água reservado para 
consumo deve ser igual ao volume para atender a necessidade de água na 
edificação durante 24 horas, não incluindo nesta conta a necessidade de água 
para combate a incêndio. 
Ocorre que devido a deficiências no abastecimento público tem-se 
procurado aumentar este volume reservado de forma a garantir o 
abastecimento por um tempo maior que um único dia. 
Podemos, portanto, dimensionar o volume do reservatório para garantir 
o abastecimento por um período de dois ou até cinco dias desde que tenhamos 
condições financeiras para arcar com o aumento das despesas de constru-ção 
de reservatórios maiores. 
Numa edificação de porte muito pequeno podemos colocar todo o 
volume de água reservada num único reservatório elevado e deste 
distribuirmos a água para toda a edificação que está em baixo de forma que a 
 
 
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água desça pelo simples efeito de gravidade em função do desnível entre as 
alturas do ponto em que a água sai do reservatório e do ponto onde esta vai 
ser consumida. 
Porém quando o volume de água reservada necessária é muito grande 
fica muito dispendioso construirmos reservatórios elevados para grandes 
volumes de água. A solução para este problema, adotada na prática, é a 
construção de dois reservatórios: um de maior volume que fica enterrado no 
solo e outro de menor volume que fica elevado em relação a edificação. 
A proporção de volume sugerida entre eles é que o reservatório elevado 
tenha 40% do total de reserva e o reservatório enterrado tenha os outros 60% 
do total de reserva. 
Outra forma de se dividir o volume de reserva é construir um reservatório 
elevado que comporte o volume previsto de consumo de um dia e o 
reservatório enterrado comporte a reserva que foi adotada para os outros dias 
que como vimos podem ser para 1 a 4 dias (considerando-se que a do primeiro 
dia já se encontra no reservatório elevado). 
 
1.5 Recalque e Conjunto Elevatório 
Denominamos canalização de recalque a rede de tubulações por onde a 
água sobe até o reservatório elevado para abastecê-lo. 
Denominamos conjunto elevatório o conjunto de equipamentos de 
bombea-mento necessário para produzir esse movimento de subida da água 
por ser um movimento não gravitacional e portanto um movimento não natural 
da água. 
Em edificações de pequeno porte (um ou dois pavimentos) a pressão da 
água que vem pelo fornecimento da rede pública geralmente já é suficiente 
para o recalque e portanto a água na tubulação de recalque com essa pressão 
incorporada consegue atingir o reservatório elevado sem necessida-de de 
instalação de um conjunto elevatório. 
Por outro lado em edificações de um porte maior (três ou mais 
pavimentos) a pressão incorporada da rede pública na canalização de recalque 
não é suficiente para que a água chegue até o reservatório elevado. 
 
 
 
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Neste caso torna-se necessário adotar a solução com dois reservatórios: 
o reservatório enterrado é alimentado diretamente com a pressão incorporada 
que já vem da rede pública e o reservatório elevado é alimentado através de 
um conjunto elevatório e uma tubulação de recalque. 
Nestes casos e para efeito de dimensionamento do conjunto elevatório 
adota-se uma capacidade de bombeamento que consiga produzir o enchimento 
do reservatório elevado num período entre 4 a 6 horas de funcionamento 
destes equipamentos. 
 
1.6 Dimensionamento da tubulação de recalque e de sucção: 
Para o dimensionamento da tubulação de recalque é recomendada a 
utilização da fórmula de Forschheimmer cuja equação é: 
 
Dr = 1,3 √Q 4√h/24 
Onde: 
Dr é o diâmetro da tubulação de recalque em metros 
Q é a vazão de recalque em metros cúbicos por segundo 
√ é a raiz quadrada 
4√ é a raiz a quarta (raiz da raiz) 
h é o número de horas de funcionamento da moto-bomba (horas/dia) 
Obs.: Para dimensionamento da tubulação de sucção adota-se um 
diâmetro imediatamente superior ao diâmetro necessário para a 
tubulação de recal-que. 
 
1.7 Sistema de distribuição 
Denominamos sistema de distribuição o conjunto de tubulações, 
conexões e aparelhos destinados a fornecer a água nos seus pontos de 
consumo numa edificação. 
Existem, na prática, quatro tipos de sistemas de distribuição: 
 
1.7.1 Sistema direto 
No sistema direto de distribuição a água obtida na rede pública de 
forneci-mento vai diretamente, através da rede de distribuição, até os pontos de 
consumo da edificação. Não existe neste sistema a reserva por meio de 
 
 
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reservatórios. Os inconvenientes deste sistema: um deles é que se o abaste-
cimento público no local não for constante existirão momentos em que não 
haverá água nos pontos de consumo, outro inconveniente deste sistema é que 
a pressão na rede pública apresenta variações para maior ou para menor que a 
ideal o que acaba ocasionando problemas no funcionamento de equi-pamentos 
como, por exemplo, os chuveiros elétricos ou as válvulas de descarga dos 
sanitários, que neste sistema não conseguem operar. 
 
1.7.2 Sistema indireto 
Neste tipo de sistema a água sempre provémde um ou mais 
reservatórios existentes na edificação. O sistema de distribuição indireto com 
bombea-mento é o mais comumente utilizado nas edificações de grande porte 
por estas necessitarem de reservatórios de grandes volumes. 
 
1.7.3 Sistema misto 
Este tipo de sistema adota, na mesma edificação, as duas formas 
descritas anteriormente, ou seja, parte dos pontos de consumo é alimentada 
direta-mente sem passar por reservatórios de acumulação e parte é alimentada 
através de redes ligadas aos reservatórios. Geralmente os pontos conecta-dos 
diretamente são para usos secundários tais como torneiras para lavagem de 
pisos, de automóveis ou para rega de jardins. 
 
1.7.4 Sistema hidropneumático 
É um tipo de sistema que dispensa os reservatórios e a água que vem 
da rede pública de abastecimento inicialmente por uma abertura entra num 
tanque metálico para pressurização desta e por outra abertura sai devida-
mente pressurizada de forma a conseguir atingir todos os pontos de consumo 
da edificação, portanto dispensando a construção de reservatórios. O incon-
veniente deste sistema é que o tanque de pressurização é de pequeno volume 
o que acarreta a necessidade de uma perfeita e constante fonte de alimentação 
de água já tratada. 
 
 
 
 
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1.8 Dimensionamento da rede de distribuição 
Qualquer que seja o sistema de distribuição adotado temos a 
necessidade de dimensioná-lo no projeto para garantir a suficiência de 
abastecimento nos pontos de consumo da edificação. 
Podemos optar por dois critérios para isso: 
 
1.8.1 Critério do consumo máximo possível: 
Este critério considera a possibilidade de utilização dos pontos de 
consumo todos ao mesmo tempo num determinado ramal da canalização. Isto 
geral-mente ocorre em locais onde o uso ocorre dessa forma como por 
exemplo nos vestiários de clubes ou de fábricas, onde todas as peças de 
fornecimento de água podem estar sendo utilizadas ao mesmo tempo em 
determinados horários. 
Isto implica no fato que para o dimensionamento das tubulações 
precisamos levar em consideração a soma total das vazões necessárias em 
cada ponto da instalação. 
O dimensionamento, neste caso é feito através do Método das Seções 
Equivalentes. Trata-se de um método onde os diâmetros de cada trecho das 
tubulações são dimensionados em função de suas equivalências em relação ao 
diâmetro de 15 mm (1/2 polegada). 
Para isso utilizamos duas tabelas: uma estabelece quais são os 
diâmetros mínimos necessários para a alimentação dos tipos de aparelhos e a 
outra tabela estabelece os diâmetros equivalentes para a aplicação desses 
critérios. 
 
 
 
 
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Tabela dos diâmetros mínimos 
Tipo de aparelho Diâmetro mínimo (mm) 
Aquecedor de baixa pressão 20 
Aquecedor de alta pressão 15 
Banheira 15 
Bebedouro 15 
Bidé 15 
Chuveiro 15 
Filtro de pressão 15 
Lavatório 15 
Máquina de lavar louça 20 
Máquina de lavar roupa 20 
Mictório auto-aspirante 25 
Mictório de descarga contínua 15 
Pia de cozinha 15 
Pia de despejo 20 
Tanque de lavar roupa 20 
Torneira de jardim 20 
Vaso sanitário com caixa de descarga 15 
Vaso sanitário sem caixa de descarga 50 
 
Tabela dos diâmetros equivalentes 
Diâmetro Número de equivalências ao ø15mm 
Mm Polegadas Nº 
15 1/2 1,0 
20 3/4 2,9 
25 1 6,2 
32 1 1/4 10,9 
40 1 1/2 17,4 
50 2 37,8 
60 2 1/2 65,5 
75 3 110,5 
100 4 189 
150 6 527,0 
200 8 1200,0 
 
 
 
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1.8.2 Critério do consumo máximo provável 
Neste critério nos baseamos no fato da pouca probabilidade do uso 
simultâ-neo dos aparelhos, o que ocorre na maioria das edificações. Usando-se 
do critério de uma probabilidade menor de uso de uma quantidade maior de 
equipamentos podemos adotar um critério para o dimensionamento que resulta 
mais econômico em relação ao critério anteriormente apresentado Isto se deve 
ao fato de podermos executar as instalações utilizando diâmetros menores nas 
canalizações o que resulta em custos menores em relação ao material que é 
utilizado nas canalizações. 
Os dimensionamentos, neste caso, podem ser feitos pelo Método da 
Soma dos Pesos. Trata-se de um método muito prático baseado nas 
probabilidades do uso simultâneo. 
Para o dimensionamento efetuamos o seguinte roteiro: 
1 Verificar o peso relativo de cada aparelho existente no projeto utilizando 
a seguinte tabela: 
 
Tabela dos pesos relativos 
Aparelho Vazão de projeto Peso relativo 
Bacia sanitária com caixa de descarga 0,15 0,3 
Bacia sanitária com válvula de descarga 1,70 32 
Banheira 0,30 1,0 
Bebedouro 0,10 0,1 
Bidê 0,10 0,1 
Chuveiro elétrico 0,10 0,1 
Ducha 0,20 0,2 
Lavadora de pratos 0,30 1,0 
Lavadora de roupa 0,30 1,0 
Lavatório 0,15 0,3 
Mictório com válvula de descarga 0,50 2,8 
Mictório com caixa de descarga 0,15 0,3 
Pia com torneira de água fria 0,25 0,7 
Pia com torneira elétrica 0,10 0,1 
Tanque 0,25 0,7 
Torneira de jardim 0,20 0,4 
 
 
 
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2 Somar os pesos relativos dos aparelhos alimentados em cada trecho da 
tubulação; 
3 Calcular a vazão em cada trecho da tubulação através da equação: 
 Q = 0,3 √∑P 
 Ou obter a vazão através da utilização do ábaco conforme o ábaco a 
seguir: 
4 Determinar o diâmetro de cada trecho da tubulação através do mesmo 
ábaco; 
5 Verificar se a velocidade atende ao limite estabelecido por norma que 
neste caso é 3 m/s no máximo. Acima desta velocidade a água 
provocará um ruído decorrente da vibração das paredes da canalização 
provocado pelo escoamento da água. 
 Como já se obteve a vazão e o diâmetro da tubulação a velocidade é 
calculada através da seguinte equação: 
 2 V = 4000 Q/(πD ) 
 Onde: 
 V é a velocidade da água em metros por segundo; 
 Q é a vazão em litros por segundo e 
 D é o diâmetro da tubulação em milímetros. 
 
6 Verificar a perda de carga: 
Para tubos rugosos utilizar a equação: 
 5 1,88 - 4,88 
 J = 20,2 x 10 x Q x D 
 
Para tubos rugosos utilizar a equação: 
 5 1,75 - 4,75 
 J = 8,69 x 10 x Q x D 
 
Onde: 
 J é a perda de carga unitária em metros de coluna de água por metro; 
 Q é a vazão estimada na seção considerada em litros por segundo e 
 D é o diâmetro da tubulação em milímetros. 
 
 
 
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Para determinação da velocidade e da perda de carga pode-se também 
utilizar os ábacos deFair-Whipple-Hsiao. 
 
7 Verificar se a pressão se situa dentro dos limites da norma que neste 
caso é 400kPa(40mca) no máximo para a pressão estática e 
5kPa(0,5mca) no mínimo para a pressão dinâmica. 
 As pressões dinâmicas mínimas para os aparelhos são apresentadas 
 na tabela: 
 
Aparelho Pressão dinâmica mínima em kPa 
Bacia sanitária com caixa de descarga 5 
Bacia sanitária com válvula de descarga 15 
Banheira 10 
Bebedouro 10 
Chuveiro elétrico 10 
Ducha 10 
Lavadora de pratos 10 
Lavadora de louças 10 
Lavatório 10 
Mictório com caixa de descarga 10 
Mictório com válvula de descarga 10 
Pia 10 
Tanque 10 
Torneira de jardim 10 
 
Observação importante: 
Para os dimensionamentos das tubulações podemos nos utilizar dos ábacos 
que podem ser encontrados nas páginas dos livros indicados na Bibliografia 
desta disciplina. 
 
 
 
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1.9 Roteiro para projeto de instalações prediais de água fria 
a Abastecimento 
a.1 Definir em planta o local para a instalação do hidrômetro. (deve ser 
próximo do alinhamento e interno ao lote). 
a.2 Calcular o volume de água para abastecimento conforme item 1.3. 
a.3 Dimensionar o(s) reservatório(s) necessário(s) junto com a definição 
do(s) local(is) onde este(s) poderá ser colocado, conforme item 1.4. 
a.4 Definir por onde passará a tubulação de recalque desde o 
hidrômetro até o reservatório. 
a.5 Dimensionar a tubulação de recalque conforme 1.6 e dimensionar a 
tubulação de sucção no caso da necessidade de existir um 
conjunto elevatório, conforme 1.6. 
b Distribuição 
b.1 Definir o tipo de sistema de distribuição conforme 1.7. 
b.2 Definir por onde passará a rede de distribuição. 
b.3 Dimensionar a rede de distribuição conforme 1.8. 
 
 
2 Instalações prediais de água quente 
 
Em determinados tipos de edificações a utilização de água quente é 
extremamente necessária como, por exemplo, em restaurantes, em hospitais, 
em saunas, em lavanderias, etc. 
 
2.1 Terminologia 
Aquecedor de acumulação: é um tipo de aparelho que contém um 
reserva-tório dentro do qual a água acumulada é aquecida. 
Aquecedor instantâneo: é um tipo de aparelho que não possui 
reservatório porém aquece a água quando esta passa por ele. 
Isolamento térmico: é um revestimento de tubulação com material que 
permite reduzir as perdas de calor ao longo da tubulação que conduz a água 
quente. 
Misturador: é um aparelho que processa a mistura entre a água fria e a 
água quente. 
 
 
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2.2 Temperaturas indicadas 
 Local Temperatura indicada 
Uso pessoal e banhos 35ºC a 50ºC 
Cozinhas 60ºC a 70ºC 
Lavanderias 75ºC a 85ºC 
Hospitais 100ºC ou mais 
 
2.3 Tipos de fornecimento de água quente 
Água quente é sempre produzida dentro da própria edificação. Para isso 
é necessário gerar ou gerar e reservar esta água, dependendo do tipo de aque-
cedor que se utiliza. 
 
2.4 Distribuição 
Quando se utilizam aparelhos aquecedores instantâneos não temos a 
necessidade de uma rede de tubulações condutoras de água quente pois os 
aparelhos são instalados nos pontos de utilização destes. 
Este é um sistema mais econômico pois dispensa a execução de toda 
uma rede de tubulações com materiais próprios e com isolamento térmico ao 
longo desta rede. 
Exemplos: torneiras elétricas, chuveiros elétricos, aquecedores de 
passagem para bidês ou para banheiras. 
Quando se utilizam aparelhos aquecedores de acumulação temos a 
necessi-dade de uma rede de tubulações condutoras de água quente pois os 
apare-lhos são instalados nos pontos de uti lização destes porém o aquecedor 
de acumulação é instalado num ponto central distante dos locais de consumo. 
Na utilização de aparelhos aquecedores de acumulação entre este e os 
pontos de consumo necessitamos executar toda uma rede de distribuição de 
água quente devidamente isolada termicamente. 
Este sistema é mais utilizado em empreendimentos de maior porte que 
os habitacionais como por exemplo indústrias, hotéis, hospitais, lavanderias, 
saunas, etc. 
 
 
 
 
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As fontes comumente utilizadas para a geração da energia térmica para 
aquecimento são a eletricidade, a energia solar, o óleo combustível, o gás 
combustível ou a lenha. 
Os materiais empregados nas tubulações e conexões para condução de 
água quente são o cobre, o ferro, o CPVC (termoplástico), o polipropileno 
ou o PEX (polietileno reticulado). 
 
2.5 Dimensionamento 
2.5.1 Avaliação do consumo 
O consumo diário de água quente é calculado através da seguinte 
equação: 
Cd = C x P 
Onde: 
 Cd é o consumo diário de água quente; 
 C é o consumo diário por pessoa; 
 P é a população da edificação 
 
Para determinação do consumo diário por pessoa temos que levar em 
conta a questão da destinação da edificação o que é sugerido na seguinte 
tabela: 
 
Tipo de edificação Consumo por pessoa em litros por dia 
Alojamento provisório 24 
Casa popular 36 
Residência 46 
Escola (período integral) 45 
Hotel 36 
Hospital 125 
Obs. Para restaurantes estima-se o consumo em torno de 12 litros por refeição 
produzida e para as lavanderias estima-se o consumo em 15 litros para cada 
kilograma de roupa seca. 
 
 
 
 
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2.5.2 Dimensionamento da tubulação 
2.5.2.1 Vazão 
As vazões recomendadas, os diâmetros mínimos necessários e os 
pesos relativos são apresentados na seguinte tabela: 
 
Utilização Vazão (l/s) Diâmetro mínimo Peso relativo 
Banheira 0,30 ½ 1,0 
Bidê 0,06 ½ 0,1 
Chuveiro 0,12 ½ 0,5 
Lavatório 0,12 ½ 0,5 
Pia de cozinha 0,25 ½ 0,7 
Lavadora de roupa 0,30 ¾ 1,0 
 
Utilizando-se o critério de considerar os pesos relativos apresentados 
nesta tabela o dimensionamentos dos ramais e da rede segue os mesmos 
critérios que são adotados para o dimensionamento de redes de água fria. 
 
2.6 Roteiro para projeto de instalações prediais de água quente: 
 
a Fornecimento 
a.1 Definir o(s) tipo(s) de aparelho(s) gerador(es) de água quente. 
a.2 Definir em planta o local para a instalação do(s) aparelho(s) gera-
dor(es) de água quente. 
a.3 Calcular o consumo de água quente, conforme item 2.5.1. 
b Dimensionamento 
b.1 Definir por onde passarão as tubulações condutoras de água quente. 
b.2 Dimensionar a tubulação de água quente, conforme item 2.5.2 
 
 
 
 
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Referências 
Borges, R.S.;Borges, W.L. Manual de instalações Hidráulico-Sanitárias e de 
Gás, 4.ed., São Paulo, Pini, 1992. 
 
Carvalho JR., R. Instalações Hidráulicase o Projeto de Arquitetura, 3. ed. 
São Paulo, Blucher, 2010. 
 
Macintyre, A. J. Instalações Hidráulicas - Prediais e Industriais. Rio de 
Janeiro, Ltc, 2010 
 
Santos, S. L. Bombas e Instalações Hidráulicas. São Paulo, Lcte, 2007 
 
Sites: 
 
ABNT: www.abnt.org.br 
 
 
 
 
 
 
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www.cruzeirodosul.edu.br 
Campus Liberdade 
Rua Galvão Bueno, 868 
01506-000 
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000

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