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curso 27627 aula 03 v1

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Aula 03
Atualidades e Geografia p/ ABIN 2017 - Agente e Oficial de Inteligência
Professor: Leandro Signori
88961184768 - marcelo borba ramos da silva
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AULA 03 ± A Questão Ecológica em Nível Mundial 
 
 Caro Aluno, 
 O tema desta aula é a questão ecológica em nível mundial. Para estudá-
la, vamos trazer um panorama da questão ambiental atual e dos principais 
problemas ambientais do planeta e do Brasil. 
 Bons estudos, 
 Leandro Signori 
 Sumário Página 
1. As origens das preocupações ambientais 5 
2. A sociedade de consumo 6 
3. O desenvolvimento sustentável 8 
3.1 Um novo patamar de discussões 8 
3.1.1. Conferência de Estocolmo 9 
3.1.2 Relatório Brundtland: Nosso Futuro Comum 9 
3.1.3 Rio 92 ou Eco-92 10 
3.1.4 Rio+20 11 
4. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 
5. Problemas ambientais do planeta e do Brasil 14 
5.1 Aquecimento global 14 
5.2 Desmatamento 22 
5.3 Biodiversidade e extinção de espécies 23 
5.4 Desertificação 25 
5.5 Escassez de água 27 
6. Questões Comentadas 35 
7. Lista de Questões 80 
8. Gabarito 106 
 
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1. As origens das preocupações ambientais 
A subsistência do ser humano sempre dependeu dos recursos naturais à 
sua volta. Ao longo da história, a exploração do meio ambiente contribuiu para 
o apogeu e para o declínio de grandes civilizações. Por conta dessa forte 
interdependência, o debate ambiental ganhou visibilidade aos poucos, trazendo 
diferentes visões sobre o desenvolvimento e a conservação da natureza. 
Durante milhares de anos, o homem argumentou que destruía o meio 
ambiente para obter recursos indispensáveis à sua subsistência. Hoje, cientistas 
mostram que a própria sobrevivência da humanidade está em xeque por causa 
da exploração desenfreada dos recursos da natureza. Já não resta outra saída: 
a preservação de nossa espécie depende de uma mudança radical. 
Praticada há milênios, a agricultura sempre produziu impactos negativos 
sobre o meio ambiente. O desmatamento e a desertificação do solo promovidos 
por nossos ancestrais são prova disso. Porém, foi com o avanço tecnológico que 
se impôs um novo ritmo de ação predatória. Foi só a partir da industrialização 
que os cientistas começaram a se articular para discutir os efeitos da poluição 
e os inúmeros problemas socioambientais causados pelo novo modelo de 
produção. 
Iniciada na Inglaterra, a Revolução Industrial foi um divisor de águas 
na história da humanidade. Ela transformou artesãos em proletários, ambientes 
domesticados em artificiais, subsistência em salário, imprimindo uma drástica 
mudança na organização social. Além das transformações socioeconômicas, a 
Revolução Industrial também intensificou problemas ambientais, acelerando a 
extração dos recursos naturais. 
No final do século XVIII, a comunidade científica passa a se interessar mais 
intensamente pelas questões ambientais. Preocupados com a falta de freio do 
progresso tecnológico, os cientistas argumentavam que era necessário 
estabelecer áreas intocáveis, onde a ação transformadora do homem fosse 
bloqueada. Nasciam, assim, os primeiros santuários ecológicos, como o Parque 
Yellowstone nos Estados Unidos, criado em 1872. 
Após a II Guerra Mundial, no período da Guerra Fria, Estados Unidos e 
União Soviética armaram-se até os dentes, ostentando arsenais bélicos 
suficientes para destruir o planeta inteiro várias vezes. A corrida armamentista 
alarmou não apenas os estudiosos, mas largas parcelas da população mundial. 
O debate ambiental, antes restrito às camadas intelectuais, ganhou a atenção 
de todas as classes, tornando-se um assunto do dia a dia. 
Influenciados pela crescente pressão social, os governos não ignoraram 
esses alertas. Com a chegada do século XX, diversos acordos internacionais 
buscaram mitigar os efeitos nocivos da ação humana sobre a natureza. 
 
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2. A sociedade de consumo 
 Vivemos em uma sociedade marcada e dominada pela lógica do consumo. 
Todas as pessoas - jovens, adultos, idosos ± sejam elas ricas ou pobres - estão 
inseridas nesse contexto. São centenas de milhares de produtos apresentados 
como se tivéssemos a necessidade de tê-los para se alcançar a felicidade. O ato 
de consumir é colocado como uma das formas que permitem ao cidadão ou ao 
indivíduo sentir-se inserido na sociedade. 
 A economia mundial vive um momento em que um dos seus sustentáculos 
é a produção em larga escala de bens materiais. Vive-se um tempo em que 
existe forte pressão para que o estilo de vida seja baseado no consumo. A casa, 
o carro, as viagens fazem parte desse estilo. 
 A expansão do consumismo acelerado acarreta alta demanda/necessidade 
de energia, minérios, água e tudo o que é necessário à produção e ao 
funcionamento dos bens de consumo. O consumo exacerbado, não sustentável, 
globalizou-se. A expansão desenfreada do consumo trouxe consigo problemas 
que antes eram vistos como indiretos, mas que hoje estão cada vez mais ligados 
de forma direta aos problemas ambientais. 
A ONU tem alertado para a velocidade da utilização dos recursos naturais, 
que já é muito maior que a capacidade de regeneração da natureza. Para alguns 
elementos da natureza a reposição é impossível, a escala de tempo para a 
formação é milhões de vezes maior que a vida média dos seres humanos. 
Segundo o World Wildlife Fund (WWF), uma das ONGs ambientalistas mais 
ativas no mundo, o homem está consumindo 30% a mais dos recursos naturais 
que a Terra pode oferecer. Se continuarmos nesse ritmo predatório, em 2030 a 
demanda atingirá os 100% - ou seja, precisaremos de dois planetas para 
sustentar o mundo. 
A biocapacidade é um indicador que mede a área de terras e águas 
capazes de gerar recursos biológicos úteis e de absorver os resíduos produzidos 
pelas atividades humanas. A Terra tem uma biocapacidade de 13,4 bilhões de 
hectares globais. A pressão das atividades humanas sobre os ecossistemas é 
medida pela pegada ecológica. Ela nos mostra se o nosso estilo de vida está 
de acordo com a capacidade do planeta em oferecer e renovar seus recursos 
naturais e absorver os resíduos provocados pela atividade humana. 
O índice, apresentado em hectares globais, representa a superfície 
ocupada por terras cultivadas, pastagens, florestas, áreas de pesca ou 
edificadas. Em tese, a sustentabilidade do planeta estaria garantida se cada 
pessoa no mundo utilizasse 1,8 hectares de área (quase dois campos de futebol). 
O problema é que essa média é de cerca de 2,7 hectares. Nos países 
desenvolvidos, esse número é ainda maior ± o índice dos Estados Unidos, por 
exemplo, é de 9,6 hectares por pessoa. 
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Pegada ecológica humana 
 
Crédito: Ecological Footprint Network, 2010 
PASSAMOS DO LIMITE - A linha azul representa tudo de que a humanidade 
dispõe para sobreviver - os recursos de um planeta, nem mais nem menos. É 
sobre esseplaneta que a humanidade imprime sua pegada ecológica (linha 
vermelha). A maneira de manter o equilíbrio entra a pegada ecológica e a 
biocapacidade é reduzir o ritmo de exploração dos recursos naturais, 
desenvolvendo a produção de uma forma equilibrada. 
 
(FGV/AL BA/2014 ± TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR) É um indicador 
utilizado para avaliar o consumo humano de recursos naturais em 
relação à capacidade da Terra de regeneráǦlos. 
Esse indicador mede a área biologicamente produtiva necessária para 
regenerar os recursos consumidos por uma população humana, de modo 
D�HVWLPDU�TXDQWRV�³SODQHWDV�7HUUD´�VHULDP�QHFHVViULRV�SDUD�VXVWHQWDU�D�
humanidade, caso todos vivessem segundo um determinado estilo de 
vida. 
A descrição acima faz referência à noção de 
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a) pegada ecológica. 
b) manejo sustentável. 
c) biodiversidade. 
d) sustentabilidade. 
e) ecossistema. 
COMENTÁRIOS: 
A pressão das atividades humanas sobre os ecossistemas é medida pela 
pegada ecológica. Ela nos mostra se o nosso estilo de vida está de acordo com 
a capacidade do planeta em oferecer e renovar seus recursos naturais e absorver 
os resíduos provocados pela atividade humana. 
O índice foi criado pelo World Wildlife Fund (WWF). Apresentado em 
hectares globais, representa a superfície ocupada por terras cultivadas, 
pastagens, florestas, áreas de pesca ou edificadas. Em tese, a sustentabilidade 
do planeta estaria garantida se cada pessoa no mundo utilizasse 1,8 hectares 
de área (quase dois campos de futebol). O problema é que essa média é de 
cerca de 2,7 hectares. Nos países desenvolvidos, esse número é ainda maior ± 
o índice dos Estados Unidos, por exemplo, é de 9,6 hectares por pessoa. 
Gabarito: A 
 
3. O desenvolvimento sustentável 
 $SHVDU� GH� UHODWLYDPHQWH� UHFHQWH�� D� LGHLD� GH� ³GHVHQYROYLPHQWR�
VXVWHQWiYHO´�HUD�SHUFHELGD�Ki�PXLWDV�GpFDGDV��$�GHWHULRUDomR�GR�DU��GD�iJXD�H�
dos solos já preocupava muitos governos europeus, que vivenciavam a 
destruição das florestas e dos rios, bem como a péssima qualidade de vida dos 
seus habitantes. 
No início do século XX ficava cada vez mais claro que esses problemas 
somente cresceriam e que seria necessária uma ação conjunta. Porém, foi 
somente depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) que os esforços 
internacionais pela preservação ambiental começaram a ter algum resultado. 
 Em 1972, o Clube de Roma, uma organização voltada ao debate do futuro 
da humanidade, publicou com apoio de especialistas do Massachusetts Institute 
of Technology (MIT), o relatório Limites do Crescimento. Alvo de muita 
polêmica, o relatório afirmava que se continuassem os ritmos de crescimento da 
população, da utilização de recursos naturais e da poluição, a humanidade 
correria sérios riscos de sobrevivência no final do século XXI. 
 
3.1 Um novo patamar de discussões 
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O relatório do Clube de Roma repercutiu de tal forma que, em 1972, a 
ONU organizou a Conferência de Estocolmo, conhecida como 1ª Conferência 
Internacional para o Meio Ambiente Humano. 
 
3.1.1. Conferência de Estocolmo 
 Considerada um marco do movimento ambiental, foi a primeira 
conferência organizada pela ONU que debateu os problemas ambientais do 
planeta. Poucos avanços foram conseguidos ao final da conferência, porém, a 
sensibilização das lideranças da comunidade internacional acabou levando a 
ONU a criar o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(Pnuma). 
A conIHUrQFLD� IRL� PDUFDGD� SHOD� GLVSXWD� GR� ³GHVHQYROYLPHQWR� ]HUR´��
GHIHQGLGR�SHORV�SDtVHV�GHVHQYROYLGRV��H�R�³GHVHQYROYLPHQWR�D�TXDOTXHU�FXVWR´��
defendido pelas nações subdesenvolvidas. Os países desenvolvidos 
argumentaram que para preservar o planeta era preciso controlar o crescimento 
populacional ou reduzir a velocidade do crescimento econômico. Essa tese ficou 
conhecida como neomaltushianismo. 
Se implementada, a proposta dos ricos afetaria diretamente os países em 
desenvolvimento. Esses haviam iniciado recentemente o seu processo de 
industrialização e inserção na economia mundial e suas populações tinham altas 
taxas de crescimento vegetativo. Os países em desenvolvimento protestaram, 
acusando os países ricos de tentar restringir o seu desenvolvimento e assim 
manter a dependência dos países pobres. 
 
 3.1.2 Relatório Brundtland: Nosso Futuro Comum 
 Em 1987, o Pnuma divulgou um documento contundente que voltou a 
agitar muitos governos, no qual apresenta um novo conceito ± 
Desenvolvimento Sustentável. 
 O relatório Nosso Futuro Comum é o primeiro grande documento científico 
que apresenta com detalhes as causas dos principais problemas ambientais e 
ecológicos, envolvendo atividades e políticas econômicas e discutindo 
abertamente os problemas das tecnologias usadas para movimentar a 
sociedade. 
 O documento popularizou o conceito de desenvolvimento sustentável, 
assim definido pelo relatório: 
 ³'HVHQYROYLPHQWR�VXVWHQWiYHO�p�DTXHOH�TXH�VDWLVID]�DV�QHFHVVLGDGHV�GD�
geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de 
satisfazerem as suas próprias necessidades.´ 
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Galera, a ideia de sustentabilidade diz respeito à noção de que a sociedade 
deve viver com os recursos naturais que o meio ambiente pode fornecer-lhe, e 
não com o que ela deseja que a Terra lhe forneça. O grande desafio é aliar o 
progresso econômico à preservação do meio ambiente, o que exige uma 
mudança de modelo de desenvolvimento e nos padrões de consumo 
vigentes. 
 
3.1.3 Rio 92 ou Eco-92 
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (CNUMAD), realizou-se no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de 
junho de 1992. A cúpula constituiu-se em um dos maiores eventos organizados 
pela ONU, nela foram elaborados os seguintes documentos oficiais: 
x Três convenções 
o Mudança do Clima 
o Biodiversidade 
o Desertificação 
x Agenda 21 
x Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
x Declaração de princípios sobre florestas 
x Carta da Terra 
Vamos conhecer os principais documentos: 
 
Convenção do Clima 
Nesta convenção, a comunidade internacional reconheceu as mudanças 
climáticas como um problema ambiental real e global e o papel das atividades 
humanas nas mudanças climáticas. O objetivo do tratado é a estabilização dos 
gases estufa em um nível no qual a atividade humana não interfira seriamente 
no sistema climático, ou no qual as mudanças no clima ocorram lentamente de 
modo a permitir a adaptação dos ecossistemas. 
A ³UHVSRQVDELOLGDGH� FRPXP�� SRUpP� GLIHUHQFLDGD´, é o princípio 
básico da convenção. Esse princípio estabelece a necessidade de que todos os 
países devem dividir entre si os custos com as ações que visem à redução das 
emissões. Cabe aos países desenvolvidos assumirem os maiores compromissos. 
Historicamente, são eles os grandes emissores e apresentam maior capacidade 
econômica para suportar os custos de redução de emissões dos gases estufa. 
Os países em desenvolvimento são os mais vulneráveis aos impactos 
gerados pela mudança climática, além de não terem recursos para enfrentar 
adequadamenteseus efeitos adversos. O Protocolo de Kyoto é o primeiro 
instrumento da convenção. 
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Convenção da Biodiversidade 
A Convenção da Biodiversidade (CDB) estabelece valores comerciais ao 
conhecimento acumulado pelos povos das florestas, bem como que os países 
paguem pelo direito de uso de produtos sintetizados com a biodiversidade de 
fora de seu território. 
Uma vez que a maior parte dos produtos é fabricada por transnacionais 
sediadas em países ricos e as maiores biodiversidades encontram-se em nações 
mais pobres, o acordo pode significar a entrada de recursos nesses países, que 
poderão ser aplicados em desenvolvimento e na preservação de seus 
ecossistemas. 
 Com o tratado, a saída de material genético de uma nação para a 
exploração comercial em outra, sem pagamento de patente, passa a ser 
considerada biopirataria. A CDB deu origem ao Protocolo de Cartagena 
sobre Biossegurança que estabelece normas para transferência, manipulação 
e uso de organismos vivos modificados por biotecnologia, inclusive transgênicos. 
 
Agenda 21 
A Agenda 21, é o principal documento aprovado pelos Estados-membros 
presentes na ECO 92. O documento está dividido em quatro seções e quarenta 
capítulos sobre as mais variadas áreas. Trata-se de um planejamento de 
futuro, com ações de curto, médio e longo prazos, contendo metas, 
indicadores, instrumentos, recursos e responsabilidades definidas. Não 
é uma agenda ambiental, mas uma agenda para o desenvolvimento sustentável. 
O compromisso com a sustentabilidade traduz-se, na Agenda 21, em vinte 
e sete princípios calcados em três premissas: 
‡� RV� SDtVHV� GHVHQYROYLGRV� GHYHP� PXGDU� VHX� SDGUmR� GH� SURGXomR� H�
consumo e, portanto, seu modelo econômico; 
‡�RV�SDtVHV�HP�GHVHQYROYLPHQWR�GHYHP�PDQWHU�DV�PHWDV�GH�FUHVFLPHQWR��
mas adotar métodos e sistemas de produção sustentáveis; 
‡�DV�QDo}HV�GHVHQYROYLGDV�GHYHP�DSRLDU�R�FUHVFLPHQWR�GDV�PDLV�SREUHV��
com recursos financeiros, transferência de tecnologia e reformas nas relações 
comerciais e financeiras internacionais. 
 
3.1.4 Rio+20 
Vinte anos após a Rio92, os países membros da ONU, reuniram-se em 
2012, no Rio de Janeiro, na Conferência da ONU para o Desenvolvimento 
Sustentável. O evento teve como objetivo analisar os progressos feitos desde 
1992 e avançar na adoção de políticas para o desenvolvimento sustentável. 
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Previamente à conferência, a ONU divulgou um balanço geral da situação 
do planeta. A entidade considerou que o progresso em prol da sustentabilidade 
nas duas décadas anteriores, havia sido bastante limitado. Segundo a ONU, 
novas tecnologias e métodos de produção adotados pela indústria baixaram em 
um terço o volume de recursos empregados em cada bem ou serviço produzido 
nos últimos vinte e cinco anos. 
Apesar dessa evolução, no resultado final, o planeta passou a consumir 
50% a mais de recursos naturais. Isso ocorreu porque as nações mais ricas não 
reduziram seu nível de consumo. Simultaneamente, as economias emergentes, 
como Índia e China, extremamente populosas, passaram a consumir mais do 
que nas décadas anteriores. 
Enquanto um norte-americano consome 90 quilos de recursos (matérias-
primas e insumos) por dia, e um europeu, 45 quilos, na África o padrão é de 10 
quilos per capita. O mundo atual abriga ainda bilhões de pessoas carentes de 
bens de consumo básicos ± até mesmo de alimentos. 
Como o cenário era de muita expectativa, esperavam-se resultados 
concretos. Não foi o que ocorreu. A Rio+20 causou frustração aos que 
esperavam metas ou agendas de compromissos. O resultado final da Rio+20, o 
documento ³2� IXWXUR� TXH� TXHUHPRV´, aborda mais de 30 temas que vão 
desde cidades, transporte, comércio e turismo até agricultura verde, combate à 
pobreza, proteção dos oceanos e desertificação. 
No documento, os países signatários afirmam seu compromisso com 
diretrizes gerais, mas não com metas ou prazos específicos, que foram jogados 
para uma conferência futura. Os países ricos não se comprometeram com mais 
recursos para o Fundo Verde, criado para as nações em desenvolvimento. Outra 
proposta desconsiderada foi a de aumentar o poder e a estrutura do Programa 
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), transformando-o em uma 
agência do sistema ONU. 
O documento final da conferência aborda ainda formas de promover uma 
³economia verde´��TXH�QmR�SUHMXGLTXH�R�PHLR�DPELHQWH��SURPRYD�D�HILFLrQFLD�
no uso dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, promova a erradicação da 
pobreza e da fome. 
 
Sustentável é o desenvolvimento visto da maneira mais ampla possível ± 
crescimento econômico com igualdade e justiça social, sem comprometer os 
recursos naturais, que garanta qualidade de vida para as gerações futuras. A 
ideia é que a pressão exercida pelas atividades humanas não seja tão intensa a 
ponto de esgotar seus recursos, como as terras aráveis, água limpa e florestas. 
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Ao mesmo tempo, todo desenvolvimento deve garantir condições de saúde, 
moradia e educação a toda a população ± respeitando, inclusive, as 
peculiaridades e culturas de diferentes grupos, como as populações indígenas. 
 
(ESAF/MF/2014 ± ASSISTENTE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO) Sobre o 
desenvolvimento sustentável e iniciativas governamentais e de 
organismos internacionais voltadas à sua promoção, assinale a 
afirmativa incorreta. 
a) A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o 
Desenvolvimento (Eco-92) propôs a superação da ideia de que 
crescimento econômico é o mesmo que desenvolvimento. Com a Eco-92, 
passa-se a falar em desenvolvimento sustentável, que contempla 3 
dimensões interdependentes: a econômica, a social e a ambiental. 
b) A primeira definição de desenvolvimento sustentável ± como sendo 
³DTXHOH� TXH� VDWLVID]� DV� QHFHVVLGDGHV� SUHVHQWHs, sem comprometer a 
capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades" 
± adota somente o enfrentamento dos problemas ambientais como 
objetivo do desenvolvimento sustentável. 
c) A Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) é um programa 
de gestão socioambiental criado pelo Ministério do Meio Ambiente. O 
programa tem sido implementado por diversos órgãos e instituições 
públicas das três esferas de governo e no âmbito dos três poderes e 
pode ser usado como modelo de gestão socioambiental por outros 
segmentos da sociedade. 
d) A Eco-92 e as conferências internacionais que a sucederam tiveram 
importante papel na edição de leis brasileiras voltadas à promoção do 
desenvolvimento sustentável, a exemplo da Lei n. 12.187/2009, que 
institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima, e da Lei n. 
12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. 
e) Embora os resultados práticos das conferências que sucederam a 
Eco-92 ± em especial a Rio+10 em Johanesburgo e a Rio+20 no Brasil ± 
sejam fortemente criticados, estas conferências têm um importante 
papel de questionamento e mobilização dos povos em relação ao tipo de 
desenvolvimento que se deseja e às responsabilidades individuais e 
coletivas pelo legado que deixaremos às geraçõesfuturas. 
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a) Correta. Crescimento econômico é um conceito referente ao crescimento da 
atividade econômica, à expansão do Produto Interno Bruto (PIB). Isso é 
diferente de desenvolvimento, que pode ser humano, social, econômico, 
ambiental, entre outros. Muitos autores discorrem que o desenvolvimento 
sustentável contempla até mais de três dimensões interdependentes, seriam 
cinco: econômica, social, ambiental, cultural e política ou democrática. 
b) Incorreta. O mais conhecido conceito de desenvolvimento sustentável é 
aquele apresentado no Relatório Brundtland ± Nosso Futuro Comum. 
&RQIRUPH�R�GRFXPHQWR��GHVHQYROYLPHQWR�VXVWHQWiYHO�p�³DTXHOH�TXH�VDWLVID]�DV�
necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras 
de suprir suas próprias necessidades". Veja que o conceito é um tanto genérico, 
amplo e não restringe o desenvolvimento sustentável ao o enfrentamento dos 
problemas ambientais. 
c) Correta. A Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) é um programa 
de gestão socioambiental criado pelo Ministério do Meio Ambiente. O programa 
tem sido implementado por diversos órgãos e instituições públicas das três 
esferas de governo e no âmbito dos três poderes e pode ser usado como modelo 
de gestão socioambiental por outros segmentos da sociedade. 
d) Correta. A Eco-92 e as conferências internacionais que a sucederam tiveram 
importante papel na edição de leis brasileiras voltadas à promoção do 
desenvolvimento sustentável, a exemplo da Lei n. 12.187/2009, que institui a 
Política Nacional sobre Mudança do Clima, e da Lei n. 12.305/2010, que institui 
a Política Nacional de Resíduos Sólidos. 
e) Correta. As conferências da ONU são os principais momentos de debate e 
tomada de decisões sobre o futuro do planeta. Elas têm um importante papel de 
questionamento e mobilização dos povos em relação ao tipo de desenvolvimento 
que se deseja e às responsabilidades individuais e coletivas pelo legado que 
deixaremos às gerações futuras. 
Gabarito: B 
 
4. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 
 A Rio+20 deliberou pela elaboração dos Objetivos do Desenvolvimento 
Sustentável (ODS), que viriam após o fim do período dos Objetivos do 
Desenvolvimento do Milênio (ODM) da ONU. 
 Em, 2015, após mais de três anos de discussão, os líderes de governo e 
de estado aprovaram, por consenso, o documento ³7UDQVIRUPDQGR� 1RVVR�
0XQGR�� $� $JHQGD� ����� SDUD� R� 'HVHQYROYLPHQWR� 6XVWHQWiYHO´. Nas 
SDODYUDV� GD� 318'�218�� ³D� Agenda é um plano de ação para as pessoas, o 
planeta e a prosperidade. Ela busca fortalecer a paz universal com mais 
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liberdade e reconhece que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e 
dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global ao 
desenvolvimento sustentável´. 
A Agenda consiste em uma Declaração, 17 Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável e as 169 metas, uma seção sobre meios de implementação e de 
parcerias globais, e um arcabouço para acompanhamento e revisão. Os ODS 
aprovados foram construídos sobre as bases estabelecidas pelos Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio (ODM), de maneira a completar o trabalho deles e 
responder a novos desafios. São integrados e indivisíveis e mesclam, de forma 
equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável, consideradas 
pela ONU: a econômica, a social e a ambiental. 
A Agenda considera cinco áreas como de importância crucial para a 
humanidade e para o planeta no período 2016-������GHQRPLQDGDV�GH�FLQFR�3¶V��
Vejamos na figura a seguir: 
2V�FLQFR�3¶s da Agenda 2030 
 
 
 Vamos ver agora os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável: 
1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. 
2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da 
nutrição e promover a agricultura sustentável. 
3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, 
em todas as idades. 
4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e 
promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. 
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5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e 
meninas. 
6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e 
saneamento para todos. 
7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço 
acessível à energia para todos. 
8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e 
sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos. 
9. Construir infraestruturas robustas, promover a industrialização 
inclusiva e sustentável e fomentar a inovação. 
10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles. 
11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, 
seguros, resistentes e sustentáveis. 
12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. 
13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus 
impactos. 
14. Conservar e usar sustentavelmente dos oceanos, dos mares e dos 
recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. 
15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos 
ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a 
desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de 
biodiversidade. 
16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento 
sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir 
instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. 
17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global 
para o desenvolvimento sustentável. 
 
(FCC/TCE SP/2015 ± AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA) Em 02 
de agosto, os 193 Estados-membros da ONU chegaram a um acordo 
sobre o rascunho do documento final que constituirá a nova agenda de 
desenvolvimento sustentável (ODS), que será formalmente adotada 
pelos líderes mundiais em Nova York durante a Cúpula de 
Desenvolvimento Sustentável em setembro. 
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O documento final destaca, como um de seus principais objetivos: 
a) a erradicação da pobreza no mundo. 
b) o fim do terrorismo na África e no Oriente Médio. 
c) a luta contra a xenofobia no mundo. 
d) a expansão da justiça social em todo o mundo. 
e) o fim das perseguições religiosas no mundo. 
 
COMENTÁRIOS: 
 Eis uma forma fácil de memorizarmos os ODS: 
 
 Pelo que estudamos, o gabarito é a alternativa ³$´� 
 
5. Problemas ambientais do planeta e do Brasil 
 
5.1 Aquecimento global 
O aquecimento global tem como causa a intensificação do 
fenômeno natural do efeito estufa. Ele permite à atmosfera da Terra reter 
parte do calor que o Sol envia ao planeta, o que mantém a temperatura média 
do nosso planeta em torno de 14ºC, essencial para boa parte das formas de 
vida. 
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Quando os cientistas falam em mudança do clima e em aquecimento 
global, estão se referindo ao aumento extraordinário da capacidade da 
atmosfera de reter calor. Situações desse tipo já ocorreram antes na história da 
Terra, motivadas, por exemplo, por alterações na atividade solar ou por grandes 
erupções vulcânicas. Mas agora a maioria dos cientistas acredita que o fenômeno 
está sendo alimentado pela ação do homem. 
Os gases responsáveis pelo efeito estufa, como o dióxido de carbono e o 
gás carbônico (CO2), são produzidos pela queima de combustíveis fósseis, como 
petróleo e carvão mineral. O metano (CH4) é gerado pelo arroto e flatulência do 
gado, pela decomposição da matéria orgânica no lixo e em plantações alagadas. 
O óxido nitroso (N2O) advém do processo digestivo do gado. Além disso, ao 
alterar o uso da terra, por meio do desmatamento e de atividades agrícolas, o 
ser humano lança no ar CO2 que estava acumulado nas plantas e no solo. 
O excesso de gases liberados na atmosfera tem como consequência 
alterações no clima, como o aumento das chuvas em várias regiões, o avanço 
do mar em áreas litorâneas e rasas e o agravamento das secas. 
Considerando as emissões anuais, tendo como base os últimos anos, a 
China é o maior emissor mundial de CO2, seguida dos Estados Unidos, União 
Europeia, Rússia, Índia, Japão, Brasil e Canadá. No entanto, se considerarmos 
as emissões acumuladas, os dados são diferentes. Estudo do World Resources 
Institute e Global Carbon Project/Programa Internacional Geosfera-Biosfera das 
emissões acumuladas, no período entre 1850 a 2011, informam que os Estados 
Unidos são os maiores emissores de CO2, seguidos da União Europeia, China, 
Rússia e Japão. 
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da 
ONU analisa e acompanha o processo do aquecimento global. O organismo 
elabora relatórios e documentos para acompanhar a situação ambiental do 
planeta. As conclusões são de que já existe um aquecimento global em 
andamento, com evidências de que ele é agravado pelas atividades humanas. 
A posição do IPCC não é unânime no meio científico. Um grupo 
bastante minoritário de cientistas contesta a afirmação de que o aquecimento 
global estaria sendo causado pelas atividades humanas. Os críticos argumentam 
que até hoje a ciência não conhece todos os mecanismos que regem o clima, e 
que mudanças climáticas intensas sempre aconteceram e são naturais. 
Nos últimos 500 mil anos ocorreram vários períodos glaciais (nos quais a 
temperatura global baixava muito) e também interglaciais (em que havia um 
aquecimento global). Assim, para os críticos, mesmo que esteja ocorrendo um 
aquecimento global, ele pode ter causas naturais, e não há certeza de que as 
ações humanas reforcem significativamente o efeito estufa. 
 
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Efeito Estufa 
 
 
O Protocolo de Kyoto 
Para enfrentar o problema do aquecimento global, governos do mundo 
todo buscam, sob o guarda-chuva da ONU, adotar atitudes em conjunto para 
diminuir as emissões dos gases de efeito estufa. Pelo Protocolo de Kyoto, 
elaborado em 1997, os países desenvolvidos se comprometeram a reduzir sua 
emissão de gases do efeito estufa em pelo menos 5,2% em relação aos níveis 
de 1990 ± meta que deveria ser cumprida entre 2008 e 2012. Nações em 
desenvolvimento, como Brasil e China, não têm metas de redução. 
Para entrar em vigor, o protocolo precisava ser ratificado por países que 
representassem pelo menos 55% das emissões mundiais de gases do efeito 
estufa. O Protocolo de Kyoto entrou em vigor em 2005, mas grandes poluidores, 
como os Estados Unidos, não o ratificaram, por considerar que isso afetaria sua 
economia. 
O prazo do protocolo venceu em 2005, mais foi prorrogado até 2020 por 
falta de um novo acordo. 
 
E o Brasil? 
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O Brasil é o sétimo maior emissor mundial de gases estufa. Neste 
quesito, o Brasil continua melhorando, ao diminuir as suas emissões totais. A 
Terceira Comunicação Nacional do Brasil, submetida à Convenção-Quadro das 
Nações Unidas sobre Mudança do Clima, aponta redução de 53,5% no total de 
gás carbônico (CO2) emitido pelo Brasil na atmosfera, entre 2005 e 2010. O 
setor que mais se destacou na redução das emissões foi o uso da terra, ou 
seja, a retirada da vegetação para a atividade agropecuária. 
A Lei da Política Nacional da Mudança do Clima (PNMC) oficializa o 
compromisso do país em reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa em 
37% até 2025 e 43% até 2030 em relação aos valores de 2005. Essas metas 
apresentadas na COP-21 foram consideradas ambiciosas porque são absolutas, 
ou seja, não dependem do crescimento da economia como foi apresentado por 
outros países. Vejamos as metas apresentadas pelo Brasil: 
9 Acabar com o desmatamento ilegal; 
9 Restaurar 12 milhões de hectares de florestas; 
9 Recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas; 
9 Integrar 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-florestas; 
9 Garantir 45% de fontes renováveis no total da matriz energética; 
9 Ampliar para 66% a participação da fonte hídrica na geração de 
eletricidade; 
9 Ampliar para 23% a participação de fontes renováveis (eólica, solar 
e biomassa) na geração de energia elétrica; e 
9 Aumentar para 16% a participação de etanol carburante e das 
biomassas derivadas de cana-de-açúcar no total da matriz 
energética. 
Segundo relatório científico do Painel Brasileiro de Mudanças 
Climáticas, 2013, o aquecimento global pode levar a uma elevação da 
temperatura no Brasil de 3ºC a 6ºC até 2100, situação que ficaria ainda mais 
crítica com uma possível escassez de chuvas. 
Na Amazônia, por exemplo, em 2100 a temperatura pode subir cerca de 
6ºC e a distribuição de chuvas na região pode cair 45%. Desmatamento e 
queimadas no bioma podem contribuir para alterar drasticamente o ciclo 
hidrológico da floresta, prolongando a estação de seca e alterando a distribuição 
de chuvas no país. 
O calor acentuado, até 5,5ºC a mais do que a temperatura registrada 
atualmente, desencadearia um processo de desertificação da Caatinga, bioma já 
considerado ameaçado de extinção. O Pantanal sofreria uma redução de 45% 
na quantidade de chuvas e um aumento de 4,5ºC na temperatura. Na Mata 
Atlântica (porção Sul/Sudeste) a quantidade de chuva pode subir até 30% nas 
próximas décadas, e no Pampa, até 40% ± o que aumenta o risco de inundações 
e deslizamentos em áreas costeiras. 
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Se acontecerem, essas mudanças trarão drásticas consequências para a 
produtividade agrícola, a vazão dos rios vai diminuir reduzindo a geração de 
energia, entre outros efeitos negativos. Veja no mapa a seguir, as previsões do 
Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. 
 
 
 Fonte: Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas 
 
 
(UEPA/SEFAZ PA/2013 ± FISCAL DE RECEITAS ESTADUAIS) Leia o texto 
para responder a questão³2�DTXHFLPHQWR�JOREDO�p�XPD�FRQVHTXrQFLD�GDV�DOWHUDo}HV�FOLPiWLFDV�
ocorridas no planeta." 
Diversas pesquisas confirmam o aumento da temperatura média global. 
Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança do 
Clima (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), o século XX foi 
o mais quente dos últimos cinco séculos, com aumento de temperatura 
média entre 0,3°C e 0,6°C. "Esse crescimento pode parecer 
insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região 
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e afetar profundamente a biodiversidade, desencadeando vários 
desastres ambientais". 
Brasil Escola, disponível: http://www.brasilescola.com/ geografia/aquecimento-
global.htm (com adaptações) 
 Sobre o aquecimento global é correto afirmar que: 
a) o aquecimento global está diretamente relacionado aos fenômenos 
físicos e naturais como degelo das camadas polares a desertificação e à 
atividade industrial. 
b) as previsões mais otimistas da comunidade científica estimam que 
nos próximos anos nos aproximaremos da erradicação da emissão de 
gases poluentes pela consciência social e política do problema. 
c) o Brasil, principal poluidor e emissor de gases de efeito estufa, tem 
nos desmatamentos e nas queimadas as principais fontes de emissão de 
gases causadores do aquecimento global. 
d) as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas 
às atividades humanas, que intensificam o efeito estufa através do 
aumento na queima de gases de combustíveis fósseis, como petróleo, 
carvão mineral e gás natural. 
e) através do Protocolo de Kyoto as nações desenvolvidas 
comprometem-se a reduzir sua emissão de gases que provocam o efeito 
estufa, pela metade em relação aos níveis de 1990. 
COMENTÁRIOS: 
a) Incorreta. O aquecimento global está diretamente relacionado ao aumento 
da concentração de gases estufa na atmosfera. O degelo das camadas polares é 
uma das consequências do aquecimento global. 
b) Incorreta. As previsões da comunidade científica indicam um aumento da 
emissão de gases estufa na atmosfera, em linha com o que vem ocorrendo nas 
últimas décadas. Os sucessivos alertas dos cientistas não têm sido suficientes 
para a formação de uma sólida consciência social e da adoção, por meio da 
classe política mundial, de medidas para a efetiva solução do problema. 
c) Incorreta. O desmatamento foi, durante muito tempo, a principal fonte das 
emissões brasileiras de gases do efeito estufa. Conforme o último Relatório de 
Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa, divulgado em outubro 
de 2013 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, a agropecuária passou a ser 
a maior emissora, seguida do conjunto dos usos da energia, sobretudo os 
combustíveis fósseis. 
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d) Correta. As atividades antrópicas (humanas) são as grandes responsáveis 
pelo fenômeno da intensificação do efeito estufa, principalmente, por meio da 
queima de combustíveis fósseis como o petróleo, carvão e gás natural. 
e) Incorreta. Por meio do Protocolo de Quioto, as nações desenvolvidas se 
comprometeram a reduzir as suas emissões de gases em 5,2% em relação aos 
níveis de 1990. A redução deveria ter ocorrido no período de 2008 a 2012, 
denominado de Primeiro Período de Compromisso do Protocolo de Quioto. 
Gabarito: D 
 
COP-21 ± Conferência do Clima de Paris 
A Vigésima Primeira Conferência das Partes da Convenção Quadro sobre a 
Mudança do Clima (COP 21) da ONU, realizou-se nos dias 30 de novembro a 11 
de dezembro de 2015, em Paris, França. A COP-21 foi realizada sobre um inédito 
e fortíssimo sistema e controle de segurança, pois, foi realizada poucos dias após 
os atentados terroristas de Paris. 
O acordo, alcançado na COP-21, determina que seus 195 países 
signatários ajam para que temperatura média do planeta sofra uma 
elevação "muito abaixo de 2°C", mas "reunindo esforços para limitar o 
aumento de temperatura a 1,5°C", frente aos níveis da era pré-
industrial. Não foram dadas metas de redução de emissão de gases do efeito 
estufa, mas uma intenção global em mudar para uma economia de baixo 
carbono. 
É a primeira vez que se atinge um consenso global em um acordo em que 
todos os países reconhecem que as emissões de gases do efeito estufa precisam 
ser desaceleradas e, em algum momento, comecem a cair. 
Cientistas criticaram a ausência de metas específicas de cortes de emissão 
para períodos de longo prazo ± de 2050 -, mas o acordo deixa em aberto a 
possibilidade de que essas sejam estabelecidas posteriormente, com "a melhor 
ciência possível". 
O tratado não determina com precisão até quando as emissões precisam 
parar de subir e começar a cair, mas reconhece o pico tem de ocorrer logo. 
"As partes do acordo visam atingir um pico global nas emissões de gases 
de efeito estufa assim que possível, reconhecendo que o pico levará mais tempo 
para países em desenvolvimento", diz o texto. 
O documento ainda conclama os países a "adotarem reduções rápidas a 
partir de então, de acordo com a melhor ciência disponível, de modo a atingir 
um equilíbrio entre as emissões antropogênicas por fontes [queima de 
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combustíveis fósseis] e pela remoção por sorvedouros de gases de efeito estufa 
na segunda metade deste século." 
Antes da COP-21, as partes (países) apresentaram Contribuições 
Nacionalmente Determinadas (CND) de redução de emissões. São intenções de 
cada país, não são compromissos obrigatórios. O Brasil apresentou como CND 
reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 
2030, sobre o que o país emitiu no ano de 2005. 
Também está incluído o compromisso de países ricos de garantirem um 
financiamento de ao menos US$ 100 bilhões por ano para combater a mudança 
climática em nações pobres e em desenvolvimento a partir de 2020, até ao 
menos 2025, quando o valor deve ser rediscutido. 
O acordo também inclui um mecanismo para revisão periódica das 
promessas nacionais dos países para rever suas metas (CNDs) de desacelerar 
as emissões do efeito estufa, que não atingem hoje nem metade da ambição 
necessária para evitar o aquecimento de 2°C. 
Tanto o financiamento quanto a ambição terão de ser revistos de cinco em 
cinco anos. A primeira reunião para reavaliar o grau de ambição dos cortes é 
prevista para 2023, mas em 2018 deve ocorrer um encontro que vai debatê-las 
antecipadamente. 
O Acordo de Paris deve entrar em vigor no trigésimo dia depois que pelo 
menos 55 países que representem 55% das emissões globais tenham ratificado. 
Nas discussões sobre a mudança do clima, o Brasil se articula e coordena 
posições com a China, Índia e África do Sul, num grupo denominado de 
Basic. 
 
Principais pontos do Acordo do Clima aprovado: 
- Manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2°C e 
perseguir esforços para limitar este aumento em 1,5 °C acima dos níveis pré-
industriais. 
- Pico de emissões o mais rápido possível - As partes deste acordo 
objetivam alcançar um pico de emissões de GEE o mais rapidamente possível, 
reconhecendo que as nações em desenvolvimento vão levar mais tempopara 
alcançar seu pico de emissões. O texto não determina quando emissões 
precisam parar de subir. 
- Não há menção à porcentagem de corte de emissão de gases-estufa 
necessária - Cada parte (país) deve fazer sucessivas contribuições 
nacionalmente determinadas (CND) para o acordo, mas no acordo não há um 
número a ser atingido ou já inicialmente prometido. 
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- Países ricos devem garantir financiamento de US$ 100 bilhões por ano. 
- Acordo deve ser revisto a cada 5 anos. 
 
5.2 Desmatamento 
A destruição das florestas está entre os grandes problemas ambientais da 
humanidade. O desmatamento acentua o aumento das temperaturas globais e 
afeta os níveis de biodiversidade. A expansão de novas terras dedicadas à 
agropecuária corresponde a ¾ da redução das superfícies das formações 
florestais do mundo. Outras causas do desmatamento são a exploração de 
madeira, o crescimento das cidades, a construção de grandes obras, como 
estradas e barragens de hidrelétricas, e a mineração. 
Nos séculos passados, os países desenvolvidos devastaram a maior parte 
de suas florestas. A Europa, por exemplo, praticamente eliminou todas as 
matas nativas do continente. Hoje, o desmatamento é maior nas nações em 
desenvolvimento, principalmente no Brasil e na Indonésia. 
As áreas florestais do mundo cobrem aproximadamente 1/3 das terras 
emersas do planeta. Em termos continentais, a América é o continente que 
apresenta as mais extensas áreas recobertas por formações florestais, devido 
principalmente as terras florestadas do Brasil, Canadá e EUA. Cinco países ± 
Rússia, Brasil, Canadá, Estados Unidos e China -, concentram pouco mais da 
metade das formações florestais do mundo. 
O Brasil é um país florestal com aproximadamente 54% do seu território 
coberto por florestas naturais. No entanto, o país perde anualmente milhares de 
quilômetros quadrados de vegetação com o corte de árvores e as queimadas. 
Estima-se que quase um quinto da mata original já tenha sido derrubada, até 
2010. 
Somente no Bioma Amazônia, estima-se que, até 2010, tenham sido 
derrubados em torno de 740 mil km2, cerca de 18% da mata original do Bioma. 
O desmate da Amazônia acontece tanto nas zonas de transição, nas bordas da 
floresta com o cerrado ± região conhecida como Arco do Desmatamento ±, 
quanto no interior da mata, principalmente no oeste paraense e no entorno da 
Rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), na Terra do Meio. 
A taxa de desmatamento na Amazônia cresceu 16% em 2015, puxada por 
aumentos expressivos em Mato Grosso, Rondônia e Amazonas. A devastação 
acumulada na floresta entre agosto de 2014 e julho de 2015 foi de 5.831 
quilômetros quadrados, contra 5.012 quilômetros quadrados no período 
anterior. O maior crescimento percentual foi no Amazonas ± 54%. Mas Mato 
Grosso foi o Estado que mais perdeu floresta: 433 quilômetros quadrados de 
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mata viraram fumaça em várias regiões mato-grossenses, mas sobretudo no 
noroeste, região de grilagem, pecuária extensiva e extração de madeira. 
Uma outra pesquisa, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) 
e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), analisou o 
desmatamento acumulado nos últimos dez anos. Por este levantamento o Pará 
foi o Estado que mais desPDWRX�D�IORUHVWD�QR�SHUtRGR�DQDOLVDGR��³O avanço da 
agricultura se dá pelo estado do Pará e Mato Grosso, por isso chefiam a lista dos 
grandes desmatadores da Amazônia Legal" concluiu Igor Narvaes, que realizou 
o estudo. 
Diminuir o desmatamento na Amazônia é um dos focos mais importantes 
da Política Nacional de Mudança do Clima (PNMC). O plano objetiva alcançar até 
o ano 2020, uma taxa 80% menor que a média registrada entre 1996 e 2005. 
Uma das grandes polêmicas atuais sobre o uso do solo na Amazônia diz 
respeito à construção de usinas hidrelétricas, que pretendem aproveitar o 
potencial hídrico da Bacia Amazônica. Em 2010 e 2011, foram iniciadas obras 
das represas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia (ambas já 
inauguradas), e a de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Essa usina, com 
capacidade instalada para gerar 11,2 mil megawatts, será a segunda maior do 
país. Entidades ambientalistas temem os impactos sobre os ecossistemas 
amazônicos, as comunidades ribeirinhas e os 2,2 mil indígenas da região. 
 
5.3 Biodiversidade e extinção de espécies 
A biodiversidade consiste na variedade de todas as formas de vida 
(animais, vegetais e micro-organismos), espécies e ecossistemas em uma região 
ou em todo o planeta. Estudos recentes começam a avaliar o valor econômico 
da biodiversidade considerando os serviços ambientais que oferece à sociedade 
humana, tais como, a possibilidade de amenizar impactos de eventos extremos 
(ex. enchentes) e a contribuição para o equilíbrio da saúde mental e física da 
população (lazer e turismo). 
Não se fala mais em conservação de florestas apenas por causa de seu 
papel climático na absorção do carbono. Florestas, como outros biomas, devem 
também ser conservadas porque a diversidade genética das plantas e animais é 
a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e extrativistas e da 
moderna indústria de biotecnologia. A manutenção da biodiversidade é essencial 
para processos vitais do meio ambiente, como a purificação de ar e água, a 
fertilidade do solo, a manutenção das chuvas e a regulação climática. A 
biodiversidade não se distribui de maneira uniforme pelo planeta. Ela é maior 
em ambientes em que há abundância de luz solar, água doce e clima mais 
estável. Isso explica por que as florestas tropicais, mesmo ocupando 
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apenas 7% da superfície do globo, podem abrigar até 90% de todos os 
seres vivos. 
Humm .... agora deu para entender por que o Brasil é destaque em termos 
de biodiversidade. Está no território nacional a maior floresta tropical úmida 
(Floresta Amazônica), com mais de 30 mil espécies vegetais, bem como a maior 
planície inundável (o Pantanal), além do Cerrado, da Caatinga e da Mata 
Atlântica. Além disso, a costa brasileira possui uma série de ecossistemas que 
incluem recifes de corais, dunas, manguezais, estuários e lagoas. O país abriga 
20% das espécies conhecidas, graças à extensão de seu território e aos diversos 
climas que caracterizam os seus biomas. 
A Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais devastado. Por esta situação 
crítica ela é considerada um hotspot (ponto quente, em português). O termo é 
usado para designar lugares que, além de apresentarem alto grau de diversidade 
biológica e endemismo (referência a espécies que só existem naquele 
ecossistema), devem ser especialmente protegidos, pois estão muito ameaçados 
pela atividade humana. Foram definidos 34 hotspots no planeta, visando 
concentrar esforços na proteção dessas áreas, sendo dois no Brasil. Além da 
Mata Atlântica, o Cerrado também é um hotspot. 
No mundo todo, ocorre um processo acelerado de perda de biodiversidade, 
de tal modo que há cientistas falando que a Terra está passando por seu sexto 
período de extinção em massa (já houve cinco antes, por diversos motivos). O 
Brasilpossui atualmente 627 espécies de animais ameaçados de extinção, de 
acordo com o Ministério do Meio Ambiente. As principais causas de extinção de 
espécies são a degradação de ambientes naturais ± consequência da abertura 
de grandes áreas para a implantação de pastagens ou da agricultura 
convencional ±, o extrativismo desordenado, a expansão urbana, a ampliação 
da malha viária, os desastres ambientais (derramamento de petróleo, poluição), 
o desmatamento, a formação de lagos para hidrelétricas e a mineração. 
Outra causa importante é a introdução de espécies exóticas. São aquelas 
que entram em um ecossistema no qual não existiam (como, por exemplo, 
ocorre no Brasil com os eucaliptos, árvore australiana). Algumas dessas espécies 
se veem com vantagens competitivas no novo ambiente e, favorecidas pela 
ausência de predadores, dominam nichos ocupados por espécies nativas. 
A Convenção da Biodiversidade é o acordo internacional que busca 
garantir a conservação e o uso sustentável da biodiversidade no mundo. O 
tratado estabelece que deve haver valores comerciais para o conhecimento 
acumulado pelos povos das florestas, e que os países paguem pelo direito de 
usar produtos sintetizados com a biodiversidade de fora de seu território. O 
acordo pode significar a entrada de recursos nos países em desenvolvimento, 
em que há florestas preservadas, que poderão ser aplicados para desenvolver e 
preservar seus ecossistemas. Com o tratado, a saída de material genético de 
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uma nação para a exploração comercial em outra sem pagamento de patente 
passa a ser considerada biopirataria. 
No âmbito da convenção, o Protocolo de Cartagena sobre 
Biossegurança estabelece normas para transferir, manipular e usar 
organismos vivos modificados por biotecnologia, inclusive transgênicos. A 
convenção inclui ainda o Protocolo de Nagoya, com metas para a conservação 
e o uso sustentável da biodiversidade no mundo. 
 
Hotspots 
Regiões ricas em diversidade biológica mais ameaçadas do planeta 
 
Fonte: Conservation International 
 
5.4 Desertificação 
A desertificação é a redução da vegetação e da capacidade produtiva do 
solo, principalmente em regiões áridas, semiáridas e subúmidas, causada pela 
ação humana e, em menor grau, por mudanças naturais. Cerca de 15% da 
superfície terrestre sofre algum tipo de desertificação. As áreas mais afetadas 
são o oeste da América do Sul, o nordeste do Brasil, o norte e o sul da África, o 
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Oriente Médio, a Ásia Central, o noroeste da China, a Austrália e o sudoeste dos 
Estados Unidos. 
O principal fator para a expansão das regiões áridas no globo é a ação do 
homem, por meio do desmatamento, das atividades de agropecuária extensiva 
e de certos tipos de mineração. Essas atividades levam à redução da cobertura 
vegetal, ao surgimento de terrenos arenosos, à perda de água e nutrientes do 
subsolo e à erosão eólica. 
Quando o solo se desertifica, a população se desloca para outras terras, 
nas quais, com frequência, provoca os mesmos danos, criando um círculo 
vicioso. A longo prazo, a desertificação pode causar redução drástica das terras 
férteis. Atualmente, ela ameaça mais de 110 países e afeta a vida de mais de 
250 milhões de pessoas. Um bilhão vive em regiões de risco e podem ser 
prejudicadas nos próximos anos. 
As áreas semiáridas somam 13% do território brasileiro e incluem o 
Polígono das Secas, que abrange a região do semiárido nordestino e o norte de 
Minas Gerais. Cerca de 10% do polígono sofre de desertificação grave. O Brasil 
conta com um Plano de Ação de Combate à Desertificação. Segundo o Ministério 
do Meio Ambiente, os quatro núcleos de desertificação onde o processo ocorre 
de forma mais acentuada são Cabrobó (PE), Gilbués (PI), Seridó (RN) e Irauçuba 
(CE). 
Polígono das Secas 
Mais de 60% da polução nordestina vive em áreas ameaçadas pela desertificação 
 
 Fontes: Ibama e Agência Nacional de Águas 
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5.5 Escassez de água 
Mais de um bilhão de pessoas no mundo vivem sem acesso à quantidade 
mínima de água de que necessitam diariamente. A crescente escassez hídrica é 
uma realidade local e global. Resultado de um fenômeno natural e cíclico, 
agravado por falta de políticas públicas eficientes, a seca castiga o ser humano 
há muito tempo. 
Historicamente, diversos conflitos foram travados pelo controle do líquido. 
A ONU identifica 273 aquíferos e 163 bacias hidrográficas transnacionais, onde 
vivem mais de 40% da população mundial. A disputa pelo controle de rios e 
aquíferos integra as causas de alguns dos mais longos embates entre nações, 
como o confronto entre Israel e seus vizinhos. 
Costuma-se dizer que a escassez é também de qualidade da água. Estima-
se que mais de 700 milhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável 
e 2,3 bilhões carecem de esgoto tratado. A água transmite diferentes tipos de 
doenças, que podem ser evitadas com investimento econômico maciço na área 
de saúde e saneamento básico. Essas medidas fariam a mortalidade infantil 
diminuir drasticamente no mundo e, como resultado, haveria o aumento da 
expectativa de vida da população mundial. 
 
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Especialistas em gestão de recursos hídricos ponderam que a crise de água 
é mais uma questão de mau gerenciamento do recurso do que de escassez 
natural. O acelerado crescimento demográfico, as alterações climáticas e a 
rápida urbanização do planeta estão entre os principais fatores que pressionam 
o ciclo hidrológico. Consome-se água mais rapidamente do que a capacidade de 
reposição do líquido pela natureza. 
O Brasil é um dos países mais ricos em recursos hídricos do planeta. Abriga 
12% de toda a água doce disponível na superfície de planeta. O líquido, porém, 
não se distribui de maneira uniforme pelo território nacional. Cerca de 72% das 
reservas encontram-se nos rios da Região Norte, que reúne 5% da população 
nacional. 
Para a gestão de políticas públicas, o Brasil é dividido em 12 regiões 
hidrográficas. O clima e o regime de chuvas alimentam uma rede hidrográfica 
extensa, formada por rios com grande volume de água. Com exceção das 
nascentes do Rio Amazonas, que se abastecem com o derretimento das geleiras 
andinas, a origem das águas dos rios brasileiros são basicamente as chuvas. 
 
As regiões hidrográficas brasileiras 
 
Crédito: Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil - Informe 2012. Agência Nacional de Águas (ANA) 
 
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O nosso país também possui muita água subterrânea. Embora ainda não 
haja dados finalizados, considera-se que existam27 aquíferos principais no país, 
entre os quais se destacam o Aquífero Guarani, que se estende do Centro-Oeste 
ao Sudeste e Sul. 
Maior aquífero do Brasil em extensão e volumes de água, o Sistema 
Guarani, se distribui por uma área de aproximadamente 1,1 milhão de 
quilômetros quadrados. Deste total, 70% estão em território brasileiro, 
espalhados pelo subsolo de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas 
Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e o restante nos 
territórios do Uruguai, do Paraguai e da Argentina. As reservas potenciais 
calculadas do Guarani são de 37 trilhões de metros cúbicos de água. 
Em 2010, pesquisadores das universidades federais do Pará (UFPA) e do 
Ceará (UFC) divulgaram dados de um estudo preliminar no qual dimensionam o 
Aquífero Alter do Chão, nos estados do Pará e Amazonas, com um volume de 
água que o situa entre os maiores do mundo. Com área de 437,5 mil quilômetros 
quadrados, projetando reservas que seriam de 86 trilhões de metros cúbicos, 
um volume tão grande que, caso confirmado, alteraria todos os cálculos das 
reservas brasileiras, atualmente em 112 trilhões de metros cúbicos. 
Com toda esta água na superfície e no subsolo, o Brasil não está livre do 
flagelo da escassez de água. Como já dissemos, ela não está uniformemente 
distribuída, tendo muito pouca água no semiárido, que sofre com secas 
constantes. 
No Brasil, o semiárido, no Nordeste, é uma região que sofre com secas 
constantes. A seca é um fenômeno natural, mas, quando prolongada, causa 
graves problemas sociais, econômicos e ambientais no sertão. 
Para atenuar o problema, o Estado brasileiro desenvolveu, principalmente 
a partir do século XX, políticas públicas de combate aos efeitos da seca, tais 
como a construção de açudes, represas, perímetros de irrigação e políticas 
sociais. Atualmente dois grandes programas governamentais estão em execução 
no semiárido. Um deles é a instalação de um milhão de cisternas para coletar a 
água da chuva, nas zonas rurais. 
O outro programa é a controversa obra de transposição do Rio São 
Francisco, com previsão de gastos de oito bilhões de reais. Alguns especialistas 
afirmam que a construção de poços profundos e de cisternas para a coleta de 
água da chuva seria uma alternativa mais eficaz e barata para combater a seca. 
Opositores da obra também argumentam que o projeto não alcançará muitas 
comunidades e beneficiará principalmente os grandes fazendeiros, além de 
FDXVDU�LPSDFWRV�DPELHQWDLV�DLQGD�QmR�EHP�PHQVXUDGRV�QR�HQWRUQR�GR�³9HOKR�
&KLFR´� 
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 O Brasil é um dos países mais ricos em recursos hídricos do planeta. Abriga 
12% de toda a água doce disponível na superfície de planeta. O líquido, porém, 
não se distribui de maneira uniforme pelo território nacional. Cerca de 72% das 
reservas encontram-se nos rios da Região Norte, que reúne 5% da população 
nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS: 
 
01) (FEPESE/PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS/2016 ± PROFESSOR) 
Assinale a alternativa correta a respeito das consequências da COP21 
(conferência do clima da ONU). 
a) A assinatura de um acordo histórico, que pela primeira vez obriga os 
países ricos e industrializados a pagarem as despesas necessárias para 
reduzir as emissões de carbono e conter os efeitos do aquecimento 
global. 
b) A assinatura de um acordo histórico, que pela primeira vez proíbe 
todos os países do mundo a acabarem, até 2020, com as emissões de 
carbono e conter os efeitos do aquecimento global. 
c) A assinatura de um acordo histórico, que pela primeira vez envolve 
quase todos os países do mundo em um esforço para ampliar as 
emissões de carbono e conter os efeitos do aquecimento global. 
d) A assinatura de um documento reconhecendo que, de acordo com as 
mais recentes descobertas, as emissões de carbono não são 
minimamente responsáveis pelo aquecimento global. 
e) A assinatura de um acordo histórico, que pela primeira vez envolve 
quase todos os países do mundo em um esforço para reduzir as 
emissões de carbono e conter os efeitos do aquecimento global. 
 
COMENTÁRIOS: 
Na COP-21, 195 países chegaram a um acordo histórico para reduzir as 
emissões de carbono e conter os efeitos do aquecimento global. O acordo 
determina que os signatários ajam para que a temperatura média do planeta 
sofra uma elevação "muito abaixo de 2°C", mas "reunindo esforços para limitar 
o aumento de temperatura a 1,5°C", frente aos níveis da era pré-industrial. Não 
foram dadas metas de redução de emissão de gases do efeito estufa, mas uma 
intenção global em mudar para uma economia de baixo carbono. 
Gabarito: E 
 
02) (FEPESE/PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS/2016 ± PROFESSOR) A 
cidade de Mariana, em Minas Gerais, foi palco de uma das maiores 
tragédias ambientais ocorridas no Brasil. 
Assinale a alternativa que indica uma causa deste triste evento. 
a) O derramamento nos rios de milhões de metros cúbicos de petróleo 
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b) Um incêndio que destruiu a Mata Atlântica e causou a morte de 
milhares de animais. 
c) O rompimento da barragem da hidrelétrica Samarco, que inundou a 
cidade provocando centenas de mortes e uma grande destruição. 
d) O rompimento de uma barragem de uma empresa mineradora que 
provocou o vazamento de milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos 
de minério 
e) O rompimento de uma barragem de uma empresa mineradora que 
provocou o vazamento de milhões de metros cúbicos de substâncias 
radioativas. 
 
COMENTÁRIOS: 
 Em novembro de 2015, a barragem do Fundão que armazenava lama 
resultante do rejeito da produção de minério de ferro se rompeu em Mariana 
(MG). Milhões de metros cúbicos escorreram causando uma grave acidente 
ambiental e social. A barragem é de propriedade da mineradora Samarco, 
controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. 
 Gabarito: D 
 
(CESPE/TJDFT/2015 ± TÉCNICO JUDICIÁRIO) Naomi Oreskes, 
historiadora americana e professora em Harvard, autora do livro O 
colapso da civilização ocidental��DYLVD��³&KHJRX�D�KRUD�GH�percebermos 
que é possível ter crescimento econômico e cuidado com o meio 
ambiente ao mesmo tempo. Dizer que as duas coisas são excludentes é 
D� UHDO� DPHDoD� j� QRVVD� SURVSHULGDGH´�� 1D� VXD� FUX]DGD� FLHQWtILFD� SHOD�
salvação do planeta, ela exalta o papa FrancisFR��3DUD�HOD��³FLHQWLVWDV�
tratam o problema em termos científicos, e não atingem o coração das 
pessoas. O papa veio colocar a questão em termos morais e veio dizer 
que o que está acontecendo é uma injustiça. Ele está fazendo o que os 
líderes políticos não ID]HP´� 
O Estado de S. Paulo, caderno Aliás, capa, 30/8/2015 (com adaptações). 
Considerando que o fragmento de texto apresentado é uma referência 
inicial, julgue o item que se segue acerca do tema nele abordado. 
 
03) O texto sugere que optar pelo desenvolvimento material e proteger 
o planeta são fatores excludentes no mundo atual. 
 
COMENTÁRIOS: 
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O texto não sugere o que diz o enunciado. Vejamos a transcrição da frase 
GH� 1DRPL� 2UHVNHV�� ³&KHJRX� D� KRUD� GH� SHUFHEHUPRV� TXH� p� SRVVtYHO� WHU�
crescimento econômico e cuidado com o meio ambiente ao mesmo tempo. Dizer 
TXH�DV�GXDV�FRLVDV�VmR�H[FOXGHQWHV�p�D�UHDO�DPHDoD�j�QRVVD�SURVSHULGDGH´� 
Fica claro que, conforme o texto, é possível haver crescimento econômico 
(desenvolvimento material) cuidando do meio ambiente (proteção do planeta). 
Este é o paradigma do desenvolvimento sustentável, crescimento 
econômico com preservação ambiental. 
Gabarito: Errado 
 
04) O tema aquecimento global é controverso e está inscrito na pauta 
das grandes questões ambientais, que, nos dias de hoje, são debatidas 
por organizações não governamentais, em foros acadêmicos, e por 
líderes políticos mundiais, em encontros. 
 
COMENTÁRIOS: 
O aquecimento global é uma realidade e é motivo de grandes e 
permanentes debates envolvendo cientistas, ONGs, governos, organismos 
internacionais e cidadãos. A opinião majoritária desses atores é a de que o 
planeta Terra está aquecendo e de que a causa da elevação da temperatura 
média do planeta provém da ação humana. 
A controvérsia está em que um grupo minoritário questiona se a Terra 
estaria em processo de aquecimento global. Outros concordam que a 
temperatura média do planeta está em elevação, mas divergem que as causas 
provêm da ação humana. Defendem que é um processo natural, do próprio 
planeta Terra. 
Gabarito: Certo 
 
05) O avanço da industrialização no mundo contemporâneo contribuiu 
para a degradação de áreas naturais e para o surgimento de sensíveis 
alterações climáticas devido ao modelo que privilegiava o aumento da 
capacidade produtiva sem maiores preocupações com o meio ambiente. 
 
COMENTÁRIOS: 
A industrialização é um acontecimento relativamente recente na história 
da humanidade. Iniciou na Europa na segunda metade do século XVIII. Por dois 
séculos, o avanço da industrialização ocorreu quase sem nenhuma preocupação 
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com a preservação ambiental, com o uso racional e sustentável dos recursos 
naturais. A industrialização gerou também a urbanização das sociedades. 
A emergência da questão ambiental é um fenômeno recente na história da 
humanidade, data da segunda metade do século passado. Durante muito tempo 
considerava-se a natureza como uma fonte inesgotável de recursos naturais e 
com capacidade de absorver a poluição em qualquer escala. Mentalidade, que, 
mais tarde, a realidade comprovou estar errada. 
Gabarito: Certo 
 
06) Responsável pelo maior volume de gases do efeito estufa lançados 
na atmosfera, o petróleo é hoje uma fonte de energia relegada a plano 
secundário, o que tem diminuído a relevância que tinha frente a outras 
fontes de energia, como a eólica e a solar. 
 
COMENTÁRIOS: 
O maior volume de gases intensificadores do efeito estufa lançados na 
atmosfera provém da queima do petróleo como combustível. Não é uma fonte 
de energia secundarizada na matriz energética mundial. Individualmente é o 
insumo mais utilizado como fonte de energia no mundo. Lentamente, o petróleo 
perde relevância, mas, por várias décadas, segundo projeções, continuará sendo 
o insumo mais utilizado na matriz energética mundial. 
Gabarito: Errado 
 
07) (IDECAN/PRODEB/2015 ± ANALISTA DE PROCESSOS 
ORGANIZACIONAIS) Os objetivos de redução dos gases de efeito estufa, 
anunciados até agora em nível mundial, levariam a um aquecimento 
FOLPiWLFR�³EHP�VXSHULRU�D�GRLV�JUDXV´�� OLPLWH� IL[DGR�SHOD�2UJDQL]DomR�
das Nações Unidas (ONU), segundo estudo divulgado em setembro de 
2015, em Bonn (Alemanha). Ocupando o posto de maior país emissor de 
gases do efeito estufa está: 
A) Índia. 
B) Brasil. 
C) Rússia. 
D) Estados Unidos da América. 
 
COMENTÁRIOS: 
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Considerando o total emitido pelos países, do chamado carbono 
acumulado, os Estados Unidos são os maiores emissores mundiais. Dados do 
World Resources Institute e do Global Carbon Project, entre 1850 a 2011, 
indicam que os EUA foram responsáveis por 27% das emissões totais de CO ? no 
período, seguidos da União Europeia (25 países) com 25%, China com 11%, 
Rússia com 8% e Japão com 4%. 
Contudo, considerando as emissões recentes, as que são emitidas 
anualmente, os EUA não são mais o maior emissor, estão em segundo lugar. 
Nos últimos anos, no balanço anual, o país que mais emite CO ? é a China. 
Gabarito: D 
 
08) (FCC/METRÔ SP/2015) Em entrevista à TV NBR em 23/09/2014, a 
Ministra do Meio Ambiente do Brasil disse que a comunidade 
internacional vai se debruçar, a partir de agora, sobre a agenda dos 
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecida na 
Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. 
(Adaptado de: http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2014-
09/brasil-reforca-necessidade-da-agendade-desenvolvi-mento-sustentavel) 
Um dos temas fundamentais da agenda sustentável é a 
a) redução dos cultivos familiares que empregam agrotóxicos. 
b) proibição do plantio e consumo de alimentos transgênicos. 
c) ampliação da geração de energias renováveis. 
d) promoção de campanhas para o planejamento familiar. 
e) erradicação dos intermediários na coleta de lixo reciclável. 
 
COMENTÁRIOS: 
A RIO+20 deliberou pela elaboração dos Objetivos do Desenvolvimento 
Sustentável (ODS), que deverão orientar as políticas nacionais e as atividades 
de cooperação internacional até 2030, sucedendo e atualizando os Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio (ODM). Os ODS foram lançados em setembro de 
2015. São 17 Objetivos e 169 metas, envolvendo temáticas diversificadas, como 
erradicação da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação, 
igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, 
padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, cidades 
sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas 
terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e industrialização, 
governança, e meios de implementação. Na área de energia uma das metas é 
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PDWUL]�HQHUJpWLFD�JOREDO´� 
Gabarito: C 
 
09) (VUNESP/SAP/2015 ± VUNESP) Na segunda semana de dezembro 
de 2014, ocorreu, no Peru, a 20ª Conferência das Partes da Convenção 
sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP-20), que contou com a 
presença de 196 países. Ao final da conferência, 
a) os principais órgãos de proteção ambiental da ONU conseguiram criar 
uma rígida política de controle do desmatamento que ocorre nos países 
tropicais. 
b) os ambientalistas obtiveram importante vitória após a aprovação de 
um documento que garante proteção especial aos países mais atingidos 
por catástrofes climáticas. 
c) os principais

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