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Aula 1 - 2017.01

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Aula 1. – Linguagem Coloquial e Norma Culta
Linguagem ( Todo e qualquer ato comunicativo se dá por meio do uso de alguma linguagem. Existem dois tipos: 
Verbal ( É aquela que se vale das palavras. Sejam elas faladas ou escritas. Nesse caso, o código utilizado para manter a comunicação é a própria língua. Ex.: Diálogo no Whatsapp e Bate papo.
Não-Verbal ( É aquela que utiliza outros códigos diferentes da língua. Essa linguagem pode se manifestar por meio das cores, dos gestos, de um olhar, da música. Ex.: Semáforo (cores) e Orquestra (música instrumental). Alguns gestos como olhar, expressões faciais, em uma pessoa dizem mais que as palavras.
Adequação ( Devemos adequar nossa fala ao ambiente que estamos. Saber quando devemos ser mais ou menos formal. Isso significa que o emprego dos diferentes registros da língua depende de seus contextos de uso. Existe uma norma linguística especifica para cada situação, quando estamos fora do contexto podemos dizer que houve inadequação da língua falada ou escrita.
Ambiente Formal ( É aquele em que usamos a norma culta da língua, cujo o registro segue o que esta escrito na gramática normativa. Ex.: Em uma entrevista de emprego, se perguntado quanto ao tempo disponível deveríamos responder: “Disponho de tempo integral para assumir o cargo”.
Ambiente Informal ( É aquele em que usamos uma linguagem coloquial, que dispensa de formalidade. É a nossa linguagem do cotidiano. Ex.: Já num restaurante, se a amiga pergunta sobre como vai à vida, podemos responder: “Nada de novo. Continuo seguindo a mesma vidinha de sempre”.
A língua varia de acordo com o lugar, situação comunicativa ou até mesmo com o interlocutor. A expressão linguística se realiza por duas diferentes modalidades: A fala e a escrita, porém existem diferenças entre elas. 
Fala ( Há entre falante e ouvinte trocas sucessivas e simultâneas. As marcas de planejamento do texto costumam não aparecer porquê sua produção e execução acontecem ao mesmo tempo. Por isso é marcada por pausas, interrupções, retomadas, correções e etc.
Escrita ( A comunicação acontece geralmente na ausência de um dos participantes. O texto se apresenta acabado e há um tempo para sua elaboração.
Porém não podemos associar a língua falada ao registro informal e nem a linguagem escrita ao formal porque tanto em um quanto ao outro, temos diferentes graus de formalidade. Podem existir textos muito formais na linguagem falada e textos completamente informais na língua escrita. Variação Linguística ( Corresponde a diferentes realizações de uma mesma língua. Pode ser:
Regional ( Manisfestam-se principalmente, pelo sotaque e por palavras ou expressões utilizadas pelos falantes de determinada região. Porém não podemos dizer que determinada região fale o “português mais correto”. Tal afirmação é falsa, pois o que temos são variações da Língua Portuguesa. Nenhuma pronúncia é certa ou errada, mas simplesmente o modo de articular os sons daquela comunidade linguística.
De Registro ( A formalidade ou informalidade da situação comunicativa determinam as diferentes formas de usar a língua. Há dois registros: formal e informal. Uma mesma informação pode ser transmitida dos dois modos.
Social ( As diferentes formas de falar marcam os grupos sociais ou, até mesmo, a faixa etária de determinado conjunto de pessoas. Além de usar um figurino apropriada para se inserir em determinado grupo também deve-se adequar o estilo da língua.
Nem todas as formas de variação passam para um uso mais formal da língua, pois como a linguagem é utilizada por pessoas, haverá tanta variação quanto suas necessidades comunicativas. Essas problemáticas aparecem na escrita acadêmica quando consideramos as variações linguísticas e a adequação.
Norma Culta ( É aquela formada por um conjunto de estruturas concebidas como corretas, que podem ser usadas tanto para falar quanto para escrever. É tão valorizada socialmente que, quando estão em um ambiente mais formal, os indivíduos com alto nível de escolaridade procuram monitorar sua fala. A norma culta deve ser utilizada tanto na fala quanto na escrita, porém precisamos ter cuidado para não levar para escrita aspectos da fala
A ideia básica é de que a expressão “a gente” pode ser usada em ambientes informais e o pronome pessoal do caso reto “nós” em ambientes formais. No entanto precisamos considerar que, quando usada, a forma “a gente” deve ser acompanhada do verbo na terceira pessoa do singular: “a gente vai”.
Forma Marcada da Língua ( Usá-la permite que aqueles que nos ouvem nos definam como parte do um grupo com baixo nível de escolaridade.
	Fala
	Escrita
	Contextualizada
	Descontextualizada
	Implícita
	Explícita
	Não Planejada
	Planejada
	Pouco Elaborada
	Elaborada
	Predominância de frases curtas, simples ou coordenadas
	Predominância de frases complexas, com subordinação abundante.
Isso significa que quando falamos, planejamos menos do que quando escrevemos. Além disso, a fala nos permite deixar informações mais implícitas, em função do contexto que está ali, diante dos falantes, o que não ocorre na escrita. Por isso a escrita, deve ser mais elaborada, planejada e explícita.
Norma Padrão X Coloquialismo ( Alguns fenômenos são típicos da escrita e merecem um pouco mais de cuidado por parte de quem escreve, principalmente em ambientes de maior formalidade.
	Registro Coloquial
	Registro Culto
	Eu vi ela ontem.
	Eu a vi ontem.
	Isso é muito bom pra gente.
	Isso é muito bom para nós.
	O trabalho era uma parada sinistra.
	O trabalho era dificílimo.
	Cê tira o negocinho da torneira e conserta ela.
	Tire a carrapeta da torneira e conserte-a.
	Todo mundo sabe esse negócio.
	Todos tem conhecimento desta questão.
	Se retire daqui.
	Retire-se daqui.
	O cara veio para cima de mim berrando.
	O homem interpelou-me aos gritos.
	Falta cinco minutos pra acabar a aula.
	Faltam cinco minutos para acabar a aula.
	O diretor pediu pra mim vim aqui.
	O diretor pediu para eu vir aqui.
	Usos muito comuns na oralidade, mas que têm que ser evitados principalmente em textos escritos. Todavia até mesmo em contextos onde a fala culta é requerida.
	Mesmos usos ajustados de acordo com a norma culta da língua.
Onde X Aonde:
Quando há, na oração, um verbo que indica movimento – como o verbo IR, por exemplo, o correto é usar AONDE. 
Mas, se a pergunta fosse feita com o verbo ESTAR, o correto seria: “Onde você está?”, pois o verbo estar não indica movimento.
Há X A:
Há é uma flexão do verbo Haver que pode ser usada no sentido de existir: “Há dez alunos fazendo prova” e no tempo decorrido ou passado: “Nós chegamos há duas horas”. ATENÇÃO: Se o verbo “haver” já indica tempo passado não há necessidade de dizer: “Há dez minutos atrás”, o uso da palavra atrás indica pleonasmo (repetição desnecessária das ideias). 
Já o A é usado como artigo definido: “A aluna não devolveu o trabalho corrigido” e em tempo futuro: “Ela chegará daqui a 10 minutos”. Isso também influi na expressão “Há cerca” e “A cerca”. Funciona da mesma forma, pois o Há e A que definem como será usada a expressão.
Mau X Mal:
Mau é o oposto de Bom, e neste caso o MAU é um adjetivo que pode variar em número e grau: “o garoto mau ofendeu sua tia” e “a garota má ofendeu sua tia”. 
Já o Mal é o oposto de Bem, neste caso o MAL é um adverbio e por isso não sofre variação de gênero: “O garoto está passando mal” e “A garota esta passando mal”. Em alguns casos MAL também pode ser um substantivo, porém neste caso sempre haverá um determinante qualquer e acompanhado de artigo pode sofrer variação em número: “Este é um mal necessário” e “Os males da vida são muitos”.
Menos X Menas:
Menas não existe na Lingua Portuguesa.
Já o menos é um adverbio, uma palavra que exprime uma circunstância, neste de caso de quantidade ou intensidade. E advérbios são invariáveis.

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