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Módulo 02 Os mercados financeiros

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Os mercados financeiros: monetário, 
crédito, capitais e cambial
Introdução
Considerando que na economia existem agentes que, de um lado possuem su-
perávit em seus orçamentos (ao fim de um determinado período de tempo sobra di-
nheiro) e de outro, agentes que possuem déficit (ao fim de um determinado período 
falta dinheiro), é necessário que a economia possibilite a transação entre esses dois 
grupos. 
Semelhante à ideia de mercado de bens e serviços, onde os agentes se encontram 
num determinado momento para demandar produtos e serviços pagando por eles, os 
mercados financeiros (também conhecido como mercado do dinheiro) possibilitam o 
encontro dos mesmos agentes, no entanto com objetivos diferentes: de um lado, obter 
liquidez (os deficitários) e de outro lado fornecer liquidez (os superavitários). Neste 
encontro entre os agentes e das diferentes configurações, volume de recursos, prazos 
e formas de remuneração pela liquidez surgem quatro tipos de mercados específi-
cos: o mercado monetário; o mercado de crédito, o mercado de capitais e o mercado 
cambial.
Assim, o objetivo deste capítulo é compreender as características fundamentais 
de cada tipo de mercado e sua função no contexto da economia.
O mercado monetário: generalidades
Na medida em que as autoridades monetárias como, por exemplo, o Banco Cen-
tral, não consegue interferir diretamente no cotidiano dos agentes econômicos (fa-
mílias e empresas) para aumentar ou reduzir o consumo – as autoridades interferem 
de forma indireta através das políticas monetárias – surge o mercado monetário que 
induz os agentes econômicos a alterarem seu perfil de consumo, estruturado de forma 
a controlar a liquidez monetária da economia.
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Os papéis que são negociados nesse mercado são de curtíssimo e de curto prazo 
de resgate e de alta liquidez.
Nesse mercado, os principais papéis que são negociados são aqueles emitidos 
pelo Banco Central do Brasil (Bacen), com objetivo de executar a política monetária 
(por exemplo, o Bônus do Banco Central – BBC); pelo Tesouro Nacional emitidos com 
o objetivo de financiar o orçamento público (por exemplo, Notas do Tesouro Nacional 
– NTN e Letras do Tesouro Nacional – LTN), além dos títulos públicos emitidos pelos 
Estados e municípios e aqueles emitidos exclusivamente entre instituições financeiras 
(por exemplo Certificados de Depósitos Interfinanceiros (conhecidos também por In-
terbancários) – CDI, os Certificados de Depósitos Bancários – CDB e debêntures.
Uma das características mais marcantes desse mercado é que grande parte dos 
papéis públicos e privados negociados são escriturais (não-tangíveis), quer dizer, não 
são emitidos fisicamente, o que exige um elevado grau de organização para a liqui-
dação e transferência. Imagine você que nos lê e que deseja adquirir um dos papéis 
acima como, por exemplo, um CDB. Reflita como será difícil para o banco que emitiu 
esse papel controlar, liquidar e transferir o rendimento gerado por esse CDB para você, 
se em nenhum momento você recebeu do banco um documento. Na verdade o único 
controle que você terá é o acompanhamento do seu extrato bancário informando que 
você adquiriu o tal CDB, de quanto é o capital, e qual é a posição de liquidação no dia. 
Dada essa complexidade, as negociações com esses títulos são rigorosamente 
controladas e custodiadas por dois grandes sistemas denominados Sistema Especial 
de Liquidação e Custódia (Selic) e Central de Custódia e de Liquidação Financeira de 
Títulos Privados (Cetip).
Na verdade esses dois sistemas são grandes computadores que têm por objetivo 
final promover a boa liquidação das operações do mercado monetário, propiciando 
maior segurança e autenticidade e segurança aos negócios realizados. No entanto o 
Selic assim como o Cetip guardam suas diferenças.
O Selic foi criado em 1979 pelo Bacen e pela Andima (Associação Nacional das 
Instituições do Mercado Aberto) com objetivo de controlar e liquidar financeiramente 
as operações de compra e venda de títulos públicos e manter sua custódia física e es-
critural. Os negócios realizados são acertados diretamente entre os operadores das 
instituições financeiras credenciadas a operar no mercado monetário, que repassam 
as informações, via terminal de computador, ao Selic, para que ocorra a transferência 
do dinheiro.
O Cetip, por sua vez, foi criado mais tarde, em 1986, apresentando características 
semelhantes ao Selic, mas com a diferença que nesse sistema só operam títulos priva-
dos, como por exemplo, os Certificado de Depósitos Bancários (CDB), Recibo de De-
pósitos Bancários (RDB), debêntures, Certificado de Depósitos Interbancários (CDI) etc. M
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Por outro lado, algumas vezes esse sistema opera com títulos públicos a condição que 
estes estejam em poder do setor privado.
Os títulos públicos e o mercado monetário
Na mesma medida, mas em proporções diferentes, em que você, eu e os outros 
agentes econômicos temos num determinado período de tempo problemas de li-
quidez e passamos a ser tomadores de recursos, o governo, não raro apresenta esse 
mesmo comportamento.
Nesse sentido, o governo nas suas três esferas (federal, estadual e municipal) capta 
recursos no mercado emitindo títulos representativos da dívida pública. A diferença 
entre as três esferas é que, enquanto os títulos da esfera federal apresentam maior 
aceitação e liquidez no mercado, os da esfera estadual e municipal apresentam pouca 
aceitação e liquidez mais baixa, além de serem mais restritos quanto a sua circulação.
Dado que os títulos da esfera estadual e municipal apresentam baixa liquidez e 
são restritos quanto a sua circulação, este capítulo não tratará desses papéis, focando 
nosso estudo nos títulos da esfera federal.
Assim, os títulos da dívida pública do Governo Federal classificam-se pela natu-
reza de suas emissões, e suas principais características estão listadas a seguir1. Antes, 
porém, é importante deixar claro que a partir do ano 2000, o Bacen não pode mais 
emitir títulos da dívida pública. Isso ocorreu por resolução do Conselho Monetário Na-
cional com a Lei de Responsabilidade Fiscal – 4 de maio de 2000. 
Títulos do Tesouro Nacional
Letras do Tesouro Nacional (LTN)
Tratam-se de títulos que são negociados com deságio (desconto), pagando ao 
investidor uma quantia inferior a seu valor de face. O valor de face é o valor declarado 
no título, mas ao ser liquidado este perde parte de seu valor. 
Exemplo: imagine um agente que adquiriu uma LTN com valor de face igual 
R$100.000,00. Considerando que o desconto é de 10%, o investidor receberá somente 
R$90.000,00 (R$100.000 . 0,1 = R$10.000 logo R$100.000 – R$10.000 = R$90.000 ). Quanto 
ao prazo desses títulos, estes são definidos no momento de sua emissão. As formas de 
emissão das LTNs ocorrem por oferta pública, podendo ser ao par, com ágio ou deságio, 
ou direta, não podendo nesse caso serem colocados por valor inferior ao par.2
1 Por uma questão didática, apresentaremos apenas os principais títulos.
2 Valor ao par é o valor de um título ou ação idêntico ao oficial ou nominal.
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Letras Financeiras do Tesouro (LFT)
São títulos que têm seus rendimentos definidos pela média da taxa Selic (overnigth3), 
garantindo uma rentabilidade de mercado ao investidor. São papéis, cujos prazos de res-
gate são definidos por ocasião de sua emissão. O investidor recebe, por ocasião do resgate, 
o valor nominal acrescido do rendimento respectivo.
Notas do Tesouro Nacional (NTN)
Esses títulos oferecem rendimentos pós-fixados e atrelados a um indexador da 
economia4. Os juros são pagos periodicamente e o prazo mínimo de emissão são de 
três meses.
Títulos do Banco Central
Bônus do Banco Central (BBC)
São papéis de curto prazo e utilizadosem leilões de títulos públicos do Bacen. 
Apresentam rendimentos prefixados na forma de desconto (deságio). Os prazos desses 
títulos podem variar entre 28 a 49 dias.
Letra do Banco Central (LBC)
São títulos muito semelhantes as LTF, tendo sua remuneração definida pela taxa 
média diária (overnight) do Selic.
Notas do Banco Central (NBC)
São títulos que oferecem rendimentos postecipados e atrelados a um indexador 
da economia. Os juros normalmente são pagos periodicamente, e seu prazo de emis-
são mínimo é de três meses.
O mercado aberto (open market)
Como vimos anteriormente, o mercado monetário encontra-se estruturado com 
o objetivo de controlar a liquidez monetária da economia através das operações de 
compra e venda de títulos públicos.
3 Overnight são aplicações realizadas no open market (mercado aberto) por prazo mínimo de um dia. O mercado aberto por sua vez é um mercado no qual o 
Bacen de cada país regula o fluxo de moeda comprando e vendendo seus títulos.
4 Indexador é um mecanismo pelo qual as obrigações monetárias têm seus valores em dinheiro corrigidos com base em índices oficiais do governo. Os prin-
cipais índices são : INPC, IPCA.
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Nestas operações de compra e venda de títulos, as autoridades monetárias re-
gulam a oferta de dinheiro na economia. Ao decidir, por exemplo, reduzir a oferta de 
dinheiro da economia, a autoridade monetária vende títulos de sua emissão junto aos 
agentes econômicos (pessoas e empresas), retirando do sistema monetário parte do 
dinheiro em circulação. Se desejar o contrário, portanto, aumentar a liquidez da econo-
mia expandindo a oferta de dinheiro, recompra os títulos anteriormente vendidos. 
Dessa forma, além de constituir um importante instrumento de política monetá-
ria, as operações do mercado aberto revelam que a liquidez monetária da economia 
pode ser regulada, bem como supridas as necessidades de caixa do Tesouro Nacional, 
de forma mais dinâmica e imediata pelas operações de compra e venda de títulos pú-
blicos no mercado. A maior flexibilidade nessas operações permite que se regule, no 
dia a dia da economia, o nível de oferta monetária e da taxa de juros de curto prazo.
O funcionamento do mercado aberto
Assim como o funcionamento de qualquer outro mercado onde se encontram 
ofertantes e demandantes, o mercado aberto é bastante simples quanto ao seu 
funcionamento.
Tudo começa com o Bacen, executor da política monetária, que emite seus títulos 
e os vende (oferta) para captar recursos (demanda) num leilão primário5. Quando isso 
ocorre, o Bacen recebe propostas das instituições financeiras junto aos dealers, que são 
instituições escolhidas como representantes do Bacen no mercado. Nesse momento, o 
Bacen pode ou não aceitar as ofertas recebidas de compra dos títulos de sua emissão 
(conhecidos como objetos do leilão).
Vamos admitir que o Bacen tenha aceito a proposta de uma instituição financeira 
qualquer.
Uma vez aceita a proposta, o Bacen recebe o dinheiro pelo título emitido e a institui-
ção financeira que adquiriu o papel no leilão primário pode renegociar esses papéis no 
denominado mercado secundário, cujo instrumento de operação é o open market (merca-
do aberto). Através desse mecanismo, a instituição financeira vende o título com o com-
promisso de recomprá-lo em uma data futura, financiando assim sua posição. O diferen-
cial de taxa de juros verficada entre o ganho na compra do título e o que é pago em sua 
colocação (financiamento) é que determina a receita financeira (spread) da instituição.
Normalmente, o prazo de vencimento de um título objeto do mercado aberto 
é superior ao de sua colocação no mercado (com compromisso de recompra), deter-
minando-se assim a possibilidade de que um mesmo papel seja negociado diversas 
vezes até seu resgate final.
5 Dá-se o nome de leilão primário aos títulos que pela primeira vez estão sendo ofertados pelo Bacen. A venda desses títulos também é conhecida como 
venda primária.
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As operações de open market são exclusivas das instituições financeiras onde os 
bancos utilizam esse mercado secundário também para recompor suas necessidades 
mais imediatas de caixa, mediante trocas de reservas lastreadas em títulos públicos. 
Vejamos a seguir um esquema que mostra essas operações.
Bacen: emite 
BBC e recebe 
dinheiro em 
troca
Bancos 
comerciais: 
adquirem o 
BBC em em 
troca pagam 
com dinheiro
Bancos múlti-
plos: adqui-
rem o BBC 
e em troca 
pagam com 
dinheiro
Corretoras: 
adquirem 
o BBC e em 
troca pagam 
com dinheiro
As empresas 
poderão se 
beneficiar das 
operações 
da seguinte 
forma: quanto 
mais dinheiro 
os bancos 
tiverem com 
as operações, 
mais dinheiro 
as empresas te-
rão a partir de 
empréstimos
Instituição 
financeira A
Instituição 
financeira B
Instituição 
financeira C
Obs. – a flecha contínua significa a entrega do título, enquanto a flecha pontilhada, o 
pagamento em dinheiro pelo título.
Leilão primário Mercado secundário
Figura 1 – Esquema do funcionamento do mercado aberto.
Na figura 1 percebemos três pontos de vista distintos: o ponto de vista do Bacen, 
o ponto de vista das instituições financeiras e o ponto de vista das empresas. Vejamos 
cada um deles.
 O Bacen – quando o Bacen vende um título que ele emitiu, ele está na verdade 
enxugando o excesso de liquidez da economia pois está trocando títulos por 
dinheiro advindo dos bancos. O problema que pode ocorrer é, por exemplo, 
se uma empresa precisa retirar grande importância de dinheiro para pagar à 
vista uma grande máquina que acabou de importar. Nesse caso o banco não 
terá liquidez suficiente para fazer face ao saque da empresa. Por isso, há ne-
cessidade de que os bancos disponham de uma reserva de dinheiro para não 
comprometer inteiramente sua liquidez. Vamos imaginar que o banco igno-
rou a reserva. Nesse caso ele pode ainda negociar, no mercado secundário, 
aquele título que ele adquiriu no mercado primário, vendendo-o para outro 
banco. Note que ao fazer isso ele terá dinheiro suficiente para não incorrer em 
solvência técnica caso a empresa precise sacar uma grande importância.
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 As instituições financeiras – quando um banco, por exemplo, adquire o título 
do Bacen, ele reduz seu caixa e portanto sua liquidez. Ao fazer isso ele precisa 
estar atento caso ocorra um grande saque ou vários grandes saques. O banco 
pode, nesse caso, renegociar o título no mercado secundário ou estar atento a 
sua reserva de caixa.
 As empresas – a empresa, na ponta final, espera que sempre que realizar uma 
operação de investimento ela possa contar com o banco que deverá honrar os 
saques realizados.
Uma observação deve ser feita: na história do Brasil não são raros os bancos 
que quebraram, pois não tinham reserva de dinheiro suficiente para honrar seus 
compromissos. 
Visto, então, que os bancos desempenham um papel central e de elo entre o 
Bacen e as empresas e indivíduos, vejamos no próximo tópico sua atuação no merca-
do monetário.
Os bancos comerciais e o mercado monetário
As reservas monetárias dos bancos são formadas pelo volume de depósitos volun-
tários (aqueles que nós todos temos na conta corrente), compulsórios mantidos junto 
às autoridades monetárias (reserva que o Bacen determina), e dinheiro (papel-moeda e 
moeda metálica) disponível no caixa das instituições. 
Na mesma medida em que o Bacen emite títulos, os bancos também o fazem, 
levantando recursos no mercado mediante captação de depósitos à vista e colocação 
de títulos de sua emissão com os mais diversos objetivos: concessão de créditos, for-
maçãode carteiras de títulos e valores mobiliários etc.
No entanto, a maneira mais vantajosa de captação de recursos são os depósitos 
que nós fazemos, pois estes não são remunerados (é como se nós, ao fazermos um de-
pósito no banco em nossa conta conrrente, estivéssemos emprestanto o nosso dinhei-
ro para o banco fazer o que ele bem desejar – curiosamente, na relação cliente-banco, 
quem precisa mais um do outro é de fato o banco, pois sem estes depósitos ele não 
operaria).
Na medida em que os bancos têm a exclusividade de criar moeda, esses depósitos 
permitem que se multipliquem suas aplicações remuneradas, por meio de emprésti-
mos. Na verdade, os depósitos que fazemos junto aos bancos transformam-se em em-
préstimos, que, por sua vez, retornam às instituições financeiras sob a forma de novos 
depósitos, configurando-se assim um contínuo fornecimento de recursos ao sistema.
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Ao final de cada dia, as instituições bancárias devem equilibrar suas contas de 
débito e crédito das diversas transações financeiras realizadas. Ocorrendo sobras ou 
faltas de recursos, o equilíbrio é feito através do Bacen6 e entre os bancos no mercado 
interfinanceiro, atuando na situação de comprador ou vendedor de reservas de acordo 
com a liquidez.
O mercado interfinanceiro surge da necessidade de atender ao fluxo de recursos 
demandado pelas instituições financeiras. Nesse mercado, uma instituição com sobras 
de caixa (excesso de liquidez) empresta fundos a outra com baixa disponibilidade 
de dinheiro (baixa liquidez), permitindo o equilíbrio. As operações são lastreadas em 
CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro), de emissão das instituições participan-
tes e com circulação restrita nesse mercado. As transações são feitas eletronicamente 
entre os bancos e repassadas aos terminais da Cetip, que controla todo o sistema de 
operações.
Normalmente as taxas do CDI apresentam-se um pouco superiores às praticadas 
pelos títulos públicos controlados pelo Selic. Isso ocorre, porque os papéis privados 
apresentam maior risco do que os papéis públicos negociados no mercado aberto. 
Vejamos abaixo um esquema dessas operações:
Indivíduos 
e empresas 
depositam 
seu dinheiro 
nos bancos
Banco A: recebe 
o depósito dos 
agentes e emite 
um CDI para 
captar mais 
recursos
Banco B: recebe 
o depósito 
dos agentes e 
recebe o CDI do 
Banco A
Equilíbrio dos 
bancos: A que 
tinha falta de 
liquidez emite 
um título que 
B compra e 
em troca envia 
dinheiro para A
Obs. – a flecha contínua significa a entrega do título en-
quanto a flecha pontilhada, o pagamento, em dinheiro, 
pelo título.
Figura 2 – Esquema de funcionamento dos bancos.
6 É importante notar que essa política de socorro financeiro junto ao Bacen é uma das últimas alternativas feitas pelos bancos, na medida em que ela se reveste 
de caráter punitivo. Isso ocorrerá quando os juros cobrados excederem às taxas cobradas pelas instituições em suas operações de crédito.
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As taxas de juros e o mercado monetário
Para finalizarmos o estudo do mercado monetário resta ainda conhecermos as 
principais taxas praticadas no mercado financeiro. São elas: Taxa de Referencial de 
Juros (TR); Taxa Financeira Básica (TBF) e a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).
A Taxa Referêncial de Juros (TR)
Até o início dos anos 1990, em que a economia brasileira convivia com altas taxas 
de inflação chegando à hiperinflação, a economia era indexada mediante alguns índi-
ces como a ORTN (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional), a OTN (Obrigações 
do Tesouro Nacional) e a BTN (Bônus do Tesouro Nacional – com a variação da BTNF – 
Bônus do Tesouro Nacional Fiscal). Isso causava sérios problemas na economia, além 
de confundir os agentes mais importantes – os indivíduos. A partir de 1991 foi criada 
a TR com o mesmo objetivo, ou seja, de corrigir todos os instrumentos financeiros de 
mercado que previssem alguma forma de indexação em seus valores, além de permitir 
a emissão de títulos públicos e privados com correção atrelada à TR.
As autoridades monetárias esperavam que a TR funcionasse como uma taxa básica 
da economia, quer dizer, uma referência para a formação dos juros de seus varios ativos 
e passivos financeiros.
A divulgação da TR é de extrema importância para o mercado na medida em que 
permite que os agentes melhorem suas estimativas com relação às varias taxas de eco-
nomia, como: inflação, juros reais etc.
A TR é formada a partir das taxas dos CDB/RDB (Certificados de Depósitos Bancá-
rios e Recibos de Depósitos Bancários), as quais são definidas supondo influências das 
variações da taxa CDI (Certificados de Depósitos InterBancários). Com isso, verifica-se a 
grande importância da taxa CDI para todo o mercado financeiro, pois atua efetivamen-
te sobre a formação dos preços de seus diversos instrumentos financeiros.
Taxa Básica Financeira (TBF) 
A TBF foi criada em 1995 com o objetivo principal de alongar o perfil das aplica-
ções financeiras da economia, o que se constitui uma meta desejada pelas autoridades 
monetárias. Os rendimentos da TBF são superiores aos da TR, pois em seu cálculo não 
está incluso o redutor (o redutor é um valor que expressa a tributação incidente sobre 
qualquer aplicação financeira – para o caso da TR a tributação incidente é sobre os 
CDB/RDB).
Nesse sentido, a TBF é uma taxa futura de juros dos títulos de renda fixa do merca-
do financeiro nacional que transmite aos agentes uma ideia sobre o comportamento 
dos juros previstos para os próximos 30 dias.
102
A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP)
A TJLP é uma taxa de juros aplicada preferencialmente em operações de longo 
prazo, constituída de maneira a viabilizar as operações de maior maturidade e substi-
tuir definitivamente a indexação na economia. O prazo de vigência da TJLP é de três 
meses, sendo divulgada pelo Bacen, como taxa nominal anual, no primeiro dia útil 
do período de aplicação. A TJLP é utilzada para remunerar o PIS/PASEP, o Fundo de 
Amparo ao Trabalhador (FAT), entre outros.
Para o cálculo da TJLP, são considerados as taxas de juros dos títulos da dívida 
externa e interna do Brasil. A proporção e a natureza dos títulos a serem incluídos 
no cálculo da TJLP são definidas pelo Bacen tendo como foco sua negociabilidade e 
liquidez.
O mercado de crédito
O mercado de crédito surge da necessidade de recursos de curtíssimo, curto e 
médio prazos dos agentes da economia (empresas e indivíduos) para financiar a aqui-
sição de bens de consumo duráveis e da demanda de capital de giro (esse último das 
empresas). A oferta desse mercado se situa fundamentalmente nas instituições bancá-
rias (bancos comerciais e múltiplos). 
Nesse sentido apresentaremos esse mercado sob o ponto de vista do prazo do 
crédito: os de curto e médio prazos e o crédito de longo prazo.
As instituições financeiras bancárias realizam diversas modalidades de crédito de 
curto e médio prazos no mercado, entre elas estão: 
 desconto bancário de títulos; 
 contas garantidas; 
 créditos rotativos; 
 operações hot money; 
 empréstimos para capital de giro; e 
 Crédito Direto ao Consumidor. 
Vejamos cada uma delas particularmente.
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Desconto bancário de títulos
Trata-se de uma operação do sistema bancário que envolve principalmente dupli-
catas e notas promissórias. O banco concede um empréstimo mediante a garantia de 
um título representativo de um crédito futuro. É uma forma de antecipar o recebimen-
to do crédito por meio da cessão de seus direitos a um montante. Por exemplo, se um 
credor de uma duplicata, cujo vencimento se daráem alguma data futura, necessitar 
do dinheiro, poderá negociá-la junto a um banco, quer dizer, receber à vista o valor de 
seu crédito mediante o pagamento de alguma compensação financeira. Note que o 
valor liberado ao tomador é inferior ao valor nominal (valor de resgate) dos títulos, em 
razão da cobrança antecipada dos encargos financeiros, caracterizando assim a opera-
ção de desconto bancário.
Nessas operações, a responsabilidade final da liquidação do título negociado pe-
rante a instituição financeira (pagamento), caso o sacado não pague no vencimento, 
é do tomador de recursos (cedente). Na verdade, o desconto constitui-se mais efetiva-
mente num empréstimo.
Contas garantidas
As contas garantidas nada mais são do que a abertura de uma conta com um 
limite de crédito garantido pela instituição bancária. O mutuário (cliente) saca fundos 
até o limite contratado para saldar suas necessidades.
Essas contas são movimentadas, normalmente com cheques ou em terminais ele-
trônicos dos bancos. Os encargos financeiros são calculados sobre o saldo que perma-
necer a descoberto e cobrados dos clientes normalmente ao final de cada mês.
Créditos rotativos
São linhas de créditos que visam ao financiamento das necessidades de curto 
prazo (capital de giro) das empresas.
Esse tipo de crédito é muito semelhante às contas garantidas, a diferença é que é 
necessário dar em garantia duplicatas. Assim, a empresa entrega a duplicata (ou dupli-
catas) como garantia da operação ao banco e esse abre uma linha de crédito com base 
num percentual calculado sobre o montante dessas duplicatas. Conforme as duplica-
tas forem sendo resgatadas, a empresa deverá ir substitundo-as por outras de forma a 
manter o limite e a rotatividade do crédito concedido.
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Operações de hot money
São operações de curto e curtíssimo prazos, normalmente de um a sete dias, com 
o objetivo de cobrir as necessidades mais urgentes de caixa das empresas. As taxas do 
hot money são formadas com base nas taxas do mercado interfinanceiro (taxa CDI). 
Empréstimos para capital de giro
Os empréstimos de capital de giro são oferecidos pelos bancos por meio de uma 
formalização contratual que estabelece as condições básicas da operação, como ga-
rantias, prazo de resgate, encargos financeiros etc. As garantias podem ser: reais (má-
quinas, equipamentos e veículos), duplicatas, avais, notas promissórias etc.
Crédito Direto ao Consumidor (CDC)
Conhecido como CDC, é uma operação destinada a financiar aquisição de bens 
e serviços por consumidores. A concessão do crédito é efetuada por uma instituição 
financeira e a garantia usual da operação é a alienação fiduciária do bem objeto do 
financiamento. A alienação fiduciária, por sua vez, é a transferência ao credor do do-
mínio e posse de um bem, em garantia de pagamento de uma obrigação que lhe é 
devida por alguém. O bem é devolvido a seu antigo proprietário depois que ele resga-
tar a dívida.
O mercado de capitais
Enquanto o mercado de crédito procura suprir as necessidades de recursos de 
curtíssimo, curto e médio prazos, o mercado de capitais procura suprir as necessidades 
de médio e longo prazos dos agentes da economia.
Nesse sentido, o mercado de capitais assume um dos papéis mais relevantes em 
todo o sistema econômico, pois ele serve de elo entre aqueles que têm capacidade de 
poupança, ou seja, os investidores, e aqueles carentes de recursos de longo prazo; os 
agentes deficitários.
As principais modalidades de financiamentos a médio e longo prazos são: finan-
ciamento do capital de giro; arrendamento mercantil; oferta pública de ações e a ca-
derneta de poupança. Vejamos cada uma delas separadamente.
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Financiamento de capital de giro 
O financiamento de capital de giro é realizado pelos bancos comerciais e múlti-
plos e bancos de investimentos que têm como objetivo suprir as necessidades de re-
cursos do ativo circulante das empresas. As operações são feitas normalmente dentro 
de um prazo de 6 a 24 meses, e os pagamentos podem ser feitos de uma só vez ou em 
prestações (mensais, semestrais etc). As garantias exigidas normalmente são garantias 
reais (hipotecas de ativos reais).
Arrendamento mercantil
Trata-se de uma forma especial de financiamento na medida em que envolve um 
contrato de arrendamento, aluguel, efetuado de um lado o cliente (arrendatário) e uma 
sociedade de arrendamento mercantil (arrendadora), em que o primeiro, o arrendatá-
rio, visa à utilização de certo bem durante um prazo determinado, cujo pagamento é 
efetuado em forma de aluguel (arrendamento).
A empresa de leasing faz o papel de ligação entre a empresa ofertante do bem e a 
empresa que necessita do bem. Assim, o bem demandado pela empresa arrendatária 
é adquirido pela sociedade de arrendamento mercantil e transferido ao cliente por 
determinado período. Ao final do prazo, é assegurado o direito de prorrogar o contrato 
para a arrendatária, devolver o bem à empresa arrendadora ou adquirir o bem (ficar 
com ele) pelo preço estabelecido em contrato. 
Oferta pública de ações
Trata-se de uma operação exclusiva das empresas de sociedades anônimas (S.A.). 
A empresa que deseja um financiamento (precisa de recursos) deve obedecer uma 
sistemática legal. Dessa forma, a empresa, por meio de uma chamada de capital, pro-
cura uma instituição financeira do mercado de capitais e oferece a venda de um lote 
(ou vários) das novas ações emitidas. Essa transação chama-se subscrição de ações ou 
underwriting. Por outro lado, é importante notar que os atuais acionistas da empresa 
terão sempre o privilégio da compra dessas ações.
Uma vez que a instituição financeira adquiriu as ações, ela efetuará seu lançamen-
to no mercado primário. Após essa operação, esses investidores podem negociar entre 
si e com outros as ações subscritas (nesse caso o mercado é conhecido como mercado 
secundário, identificado nas negociações que se efetuam nos pregões das bolsas de 
valores).
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Caderneta de poupança
A caderneta de poupança é essencialmente uma alternativa de aplicação bas-
tante conservadora e que oferece segurança (o governo garante o depósito até certo 
limite) e baixa remuneração se comparado às outras aplicações financeiras.
O mercado cambial
Independentemente se são ricos ou pobres, todos os países do mundo se preo-
cupam com o seu desenvolvimento econômico. Como as transações com o exterior 
afetam diretamente a economia interna, sabemos porque os governos e autoridades 
responsáveis pela política econômica de seus países dedicam especial atenção ao setor 
externo de suas economias, estabelecendo políticas de comércio exterior, visando ao 
desenvolvimento econômico.
Para que essas operações ocorram, surge o mercado cambial, que é o segmento 
financeiro em que ocorrem operações de compra e venda de moedas internacionais 
conversíveis, ou seja, em que se verificam conversões de moeda nacional em estran-
geiras e vice-versa.
Nesse mercado se reúnem todos os agentes econômicos que tenham algum inte-
resse em realizar operações com o exterior, entre eles: operadores do comércio inter-
nacional; instituições financeiras; investidores e bancos centrais.
O Bacen, de forma mais específica, atua nesse mercado com o objevo de controlar 
as reservas cambiais e manter o valor da moeda nacional em relação a outras moedas.
Assim, a demanda por moeda estrangeira está refletida nos importadores, inves-
tidores internacionais, devedores que desejam amortizar seus compromissos com cré-
ditos estrangeiros, empresas multinacionais etc. No grupo de vendedores de moedas 
estrangeiras, incluem-se os exportadores, os tomadores de empréstimos, os turistas 
que deixam o país, entre outros.
Por fim, as operações cambiais processam-sebasicamente por meio de opera-
dores (corretores) de câmbio, que são especialistas vinculados às instituições finan-
ceiras na função de transacionar divisas, e as corretoras de câmbio, que atuam como 
intermediários entre os operadores e os agentes interessados em comprar ou vender 
moedas.
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Considerações finais
Para avaliar o grau de desenvolvimento de determinado país, há vários indica-
dores econômicos, no entanto, um deles é, sem dúvida, o tamanho e a diversificação 
do seu mercado financeiro constituído pelo mercado monetário, mercado de crédito, 
mercado de capitais e mercado cambial. Um mercado financeiro forte e bem diversifi-
cado implica atrair poupanças, sejam estas nacionais ou estrangeiras.
Com o crescimento econômico, inúmeros agentes vislumbram possibilidades de 
ganhos em determinados setores de produção. Pelo fato de não possuírem recursos 
necessários, para montar seus negócios ou mesmo ampliar, buscam nos intermediá-
rios financeiros os montantes requeridos.
Assim pudemos observar neste capítulo a importância dos quatro mercados que 
formam o Sistema Financeiro Nacional e sua implicação para o desenvolvimento da 
economia.
Texto Complementar
Mercados financeiros
(WESSELS, 1998, p. 312-313) 
Assim como os demais mercados, o financeiro resulta em instrumentos se-
melhantes (ações, bônus, opções e contratos futuros) que são comercializados por 
preços semelhantes. Assim como os demais mercados, os financeiros incentivam 
maior especialização e ajudam a difundir informações através do preço.
O mercado de ações, por exemplo, incentiva as firmas a investir capital na fabri-
cação de produtos especializados. Se o mercado de ações não existisse, as pessoas 
provavelmente só investiriam em áreas mais tradicionais (por exemplo, fazendas e 
postos de gasolina), e provavelmente teriam mais facilidade em encontrar compra-
dores quando quisessem vender seus negócios. No entanto, os que investem em 
áreas novas e pioneiras encontram dificuldade de atrair capital. É aí que os mercados 
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de ações oferecem participantes importantes no cenário financeiro: os bancos de 
investimentos, que promovem o encontro entre os compradores e vendedores de 
ações (títulos), usando sua reputação para garantir aos compradores que o preço da 
ação é adequado. Lançam ações de novas firmas no mercado, assim como ações e 
títulos de firmas já existentes, e também ajudam em fusões e incorporações […]
Outra vantagem dos mercados financeiros é que permitem uma redistribuição 
do risco. Algumas pessoas aceitam rendimentos mais baixos em troca de segurança 
(como os títulos de curto prazo), e outras preferem maior rendimento e risco (como 
nas ações). Os mercados financeiros permitem que as pessoas diversifiquem seus 
ativos financeiros de modo a obter a melhor combinação disponível entre risco e 
rendimento.
Atividades
O mercado financeiro se assemelha ao mercado de bens e serviços na medida 1. 
em que em ambos encontramos dois grupos de agentes. No mercado de bens 
e serviços, os agentes demandam bens e serviços e os ofertantes esperam re-
ceber pelos bens e serviços ofertados. No mercado financeiro, qual é tipo de 
relação que existe entre ofertantes e demandantes?
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A principal função do mercado monetário é induzir os agentes econômicos a 2. 
alterarem seu perfil de consumo, estruturado de forma a controlar a liquidez 
monetária da economia. Nesse sentido, o que se observa nesse mercado é que 
os papéis (títulos) transacionados não são tangíveis e a forma de controle é 
eletrônica. Dada a sua complexidade, de que forma as autoridades monetárias 
acompanham essas negociações?
O ponto de partida para que o mercado aberto funcione é a emissão de um 3. 
título do Bacen que ocorre no leilão primário. Num segundo momento esse 
título é negociado no mercado secundário. O que ocorre nesse mercado sen-
cudário?

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