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TRANSCRIÇÃO DE IMUNOLOGIA BÁSICA AULA 19 E 20 – (18/06) Vacinas Conceitos IMUNIZAÇÃO ATIVA O agente da imunização ativa é inativado, ou viável atenuado, ou antígeno purificado, ou recombinante. O agente é o antígeno, seja na forma de microrganismo inativado, viável ou subunidades, ocorrendo indução de anticorpos específicos contra o antígeno (memória), havendo participação das células B de memória. Essa imunização vai induzir memória que pode ser de longa ou curta duração. IMUNIZAÇÃO PASSIVA O agente da imunização passiva é o anticorpo, logo não induz memória. Esses anticorpos vão estar na circulação a depender da meia-vida das imunoglobulinas. O tempo de meia-vida da IgG, por exemplo, é em torno de 21 dias. A imunização passiva decai depois de algumas semanas, no caso da IgG, depois de 21 dias ou 3 semanas. Um exemplo de agente da imunização passiva é uma imunoglobulina antitetânica. Histórico A varíola foi uma das primeiras patologias em que se descobriu a possibilidade da existência de vacina. A varíola é um vírus da família Chordopoxviridae, subfamília Chordopoxvirinae e gênero Ortopoxvirus. Ela levava a uma mortalidade de 30%, sendo a via de transmissão por gotículas de objetos contaminados. Edward Jenner foi um médico que descobriu o princípio da vacina. O termo vacinação é usado por conta do vírus vaccínia, que causa a varíola bovina, enquanto o Ortopoxvirus variolae causa a varíola humana. Edward Jenner é considerado o pai da imunologia. Ele se deu conta de que pessoas que trabalhavam com bovinos não adoeciam, mesmo estando o bovino infectado com a varíola bovina. Ele então deduziu que o vírus que acometia os bovinos era inócuo ao humano e como essas pessoas não adoeciam, de certa forma, elas se tornavam imunes. Ele começou a realizar experimentos extraindo linfa e pele de bezerro e infectando pessoas com essa pele ou linfa de bezerro infectado por varíola bovina. Depois disso, essas pessoas não adoeciam. De alguma forma, o sistema imunológico do humano reconhecia e desenvolvia uma resposta protetora contra o vírus selvagem que causava a varíola humana, sendo este o princípio da vacinação. Louis Pasteur (1822-1895) obteve a vacina contra raiva. Ele pegou a saliva de um paciente infectado por raiva e inoculou em coelhos. Depois, ele extraiu a medula espinhal desses animais, tratava com hidróxido de potássio e vacinava cães, observando resultado positivo. Certa vez, o pediram para cuidar de um jovem de 14 anos que havia se infectado com raiva e que inevitavelmente iria falecer da doença. “A morte dessa criança parecia inevitável. Decidi, não sem profunda angústia e ansiedade, como se pode imaginar, aplicar em Joseph Meister o método que eu havia experimentado com sucesso consistente nos cães”. – Louis Pasteur Ele sabia do sucesso nos cães, mas não havia testado em humanos, sendo este o primeiro jovem que ele testa, injetando 11 injeções do vírus atenuado, conseguindo salvar a vida desta criança. Ambos os pesquisadores, Edward Jenner e Louis Pasteur, introduziram o princípio da vacina. Oswaldo Cruz foi um médico sanitarista que, com essa ânsia de vacinar todos contra a varíola, solicitou ao congresso com sucesso para tornar obrigatória a vacinação, criando a Lei da Vacina Obrigatória. Isso causou grande confusão, chamada Revolta das Vacinas, porque naquela época, no Rio de Janeiro, as pessoas estavam incomodadas com a situação política conturbada, somando que Oswaldo Cruz entrava com policiais e tentava aplicar a vacina à força. Havia um preconceito, pois se achava que o governo queria matar os pobres através da vacina. A Lei foi revogada e com o tempo as pessoas foram entendendo como funcionava. Dois pesquisadores, Jonas Salk e Albert Sabin, produziram a vacina contra o poliovírus ou poliomielite. A vacina de Salk, desenvolvida por Jonas Salk, é utilizada a partir de vírus inativado, administrada via intramuscular e leva a uma imunidade sistêmica. Albert Sabin foi o primeiro pesquisador que utiliza um poliovírus atenuado via oral, induzindo uma resposta imune de mucosa e sistêmica. Essa é uma das únicas vacinas que teve um sucesso total, no sentido de induzir resposta a nível de mucosas e a nível sistêmico. Alguns países, como os EUA, são contra essa vacina porque, como a vacina é o vírus atenuado, há a chance de reversão à virulência. Esse risco porém é muito baixo: em torno de 1 em 6 milhões, mas optam por usar a vacina de Salk, que é de vírus inativado, de via intramuscular e não induz imunidade de mucosas. Com a história das vacinas, um dos últimos casos de poliomielite foi no final da década de 80. Agora, há a campanha para erradicar a poliomielite no mundo. No Brasil, em 1989 ocorreram os últimos casos de poliomielite, e atualmente se quer considerar a poliomielite erradicada no mundo. Outra vantagem da vacina da poliomielite ser por via oral é que o indivíduo pode excretar nas fezes. Em países como o Brasil, onde se tem algumas regiões sem saneamento, o vírus (da vacina) indo para o esgoto pode, indiretamente, acabar imunizando outras crianças. Então, essa é a ideia também. No Brasil, a BCG começou a ser produzida em 1968 e se tornou obrigatória em 1977. Nessa década, começa a ser obrigatório vacinas para tuberculose, poliomielite, sarampo, difteria, tétano e coqueluche. O gráfico ao lado representa o número de casos de poliomielite quando a vacina começou a se tornar obrigatória. Pode-se observar que os últimos casos são do final da década de 80, com cobertura vacinal que chega a aproximadamente 100%. Com isso, praticamente, não temos mais casos de poliomielite. O gráfico ao lado mostra dados sobre a difteria, tétano acidental e coqueluche. Nesse caso também a cobertura vacinal chega a quase 100%. Os números de casos ao longo dos anos vem tendo uma maior diminuição. Ao lado, para título de curiosidade, estão indicadas algumas vacinas, expressas no calendário vacinal do Ministério da Saude. A BCG, por exemplo, é administrada ao nascimento. Lembrar que a BCG é uma vacina atenuada, logo existem riscos para pacientes imunossuprimidos. A BCG é contra as formais mais graves da tuberculose: a neurotuberculose e a tuberculose miliar. Na tuberculose, é importante a imunidade celular. A imunidade celular já está preservada a medida que ao nascimento já é possível a administração da BCG. Vacinação Resposta primaria e secundária de uma resposta imune contra antígenos A vacina é administrada quantas vezes forem necessárias. Na primeira administração da vacina é a primeira vez que o indivíduo é exposto ao antígeno, então ele formará um pequeno pico de imunoglobulinas, depois de alguns dias ou uma semana, que será resultado do reconhecimento, ativação, proliferação e produção de anticorpo. Além disso, uma parte se torna células de memória. O que é falado pelos autores é que uma parte desses plasmócitos, que normalmente têm meia-vida curta, vão para a medula óssea e conseguem sobreviver mais tempo e portanto passam a produzir anticorpos que estarão circulando. Então, temos dois pontos a destacar: Ocorre a geração dos linfócitos de memória e também ocorre de uma parte dos linfócitos se tornar efetora. O linfócito efetor vai se diferenciar em plasmócito, produzindo os anticorpos (preferencialmente IgM e depois IgG) e além disso, temos ainda plasmócitos que vão se direcionar para a medula óssea, ficando mais tempo sem sofrer apoptose e produzindo anticorpos. Em uma segunda dose dessa vacina ou desse antígeno,haverá uma melhora tanto do repertório dos linfócitos de memória como, possivelmente, dos plasmócitos da medula óssea e dos níveis de imunoglobulinas na circulação. À medida que o tempo passa, sendo esses antígenos na maioria das vezes timo-dependentes, eles gerarão anticorpos de maior afinidade. Lembrar que embora ao longo do tempo os anticorpos possam diminuir seus níveis na circulação, há também a memória imunológica. Normalmente, a memória imunológica das vacinas é de longa duração, exceto da influenza (depois será explicado o porquê). Doses Para algumas vacinas, depois de x doses, não é mais necessário se vacinar porque se sabe que, do ponto de vista epidemiológico, tudo que o indivíduo possui tanto a nível de circulação como a nível de memória são suficientes para debelar a infecção. No entanto, para outras patologias como tétano, é necessário dar um desafio (nova dose) a cada 10 anos. Possivelmente, a cada vacinação feita, há melhora todo o desempenho: aumenta o numero de linfócitos de memória, aumenta o numero de plasmócitos da medula óssea e os circulantes. E como a ação da toxina tetânica é tão rápida, é necessário níveis de anticorpos suficientes para neutralizar, deve ser por conta disso que se indica a tomada de dose a cada 10 anos. Reforço Se há uma queda dos anticorpos séricos, é preciso que se haja um reforço. Cada nova vacina que entra no mercado, é sempre uma especulação: vai precisar de um reforço ou não. Por exemplo, quando se introduziu a vacina da catapora, a cerca de uns 15 anos, os médicos tinham muitas duvidas: “Será que a cada 5 anos teremos que entrar com uma dose reforço?”, “Será que é a cada 10 anos?”, “Como será?”. Essa vacina foi então para o mercado e foi observado o que iria acontecer ao longo do tempo. O resultado foi que a vacina foi tão eficiente que não foi necessário o reforço. Assim, depois das doses recomendadas, não é mais necessário o reforço. A nível epidemiológico sabe-se mais ou menos quanto de anticorpo é necessário em cada patologia para o individuo conseguir se proteger. Um outro exemplo: a epidemia de sarampo foi uma falha vacinal (a pessoa se vacinou, mas não houve proteção) ou foram pessoas que ainda não se vacinaram? A epidemia atual de sarampo provavelmente não é devido a uma falha vacinal, provavelmente é porque pais não estão querendo vacinar seus filhos. Portanto, é importante sempre estar de olho se o evento está ou não associado a uma falha vacinal. O evento adverso pós-vacina também é importante, como por exemplo: uma pessoa morreu X dias depois de tomar a vacina e depois outros casos surgem. Procura-se o que houve em comum e se avaliar possíveis falhas no controle qualidade (como presença de algum pirógeno na vacina), falha no controle de segurança, ou se foi comprada em outro país que não tem um controle de qualidade tão bom. Esses pontos são sempre um problema na vacinação em massa. Características de uma vacina ativa efetiva *Obs: induzir linfócitos T protetores (no caso não só de vírus, mas de patógenos em geral). Atividade funcional dos anticorpos Quanto aos anticorpos é importante: títulos, avidez, subclasses de IgG, e capacidade neutralizante dos anticorpos. Títulos, avidez e subclasses de IgG Com o decorrer das doses os títulos melhoram, mas podem decair ao longo do tempo. A afinidade também melhora, assim como a avidez para os antígenos T dependentes. É Importante ressaltar que não se faz avidez de IgM, se faz avidez de IgG. IgM não melhora sua avidez com o tempo, a IgG sim. A justificativa para essa melhora da avidez é por conta da resposta T dependente que acontece dentro do folículo secundário. Para os antígenos T dependente a melhor resposta é dada por IgG1 e IgG3, uma vez que são as melhores opsoninas, são as melhores em levar a citotoxicidade mediada por anticorpo e NK, e são as melhores na ativação do complemento. Isso tudo, além de outras funções como bloqueio de receptores e neutralização de toxinas. TESTE DE AVIDEZ: Tem-se um tubo, onde é adsorvido o antígeno em questão, depois coloca-se o anticorpo. Esse anticorpo terá uma afinidade X pelo antígeno (levando em conta que a avidez é dada por todas as afinidades/ligações dos braços dos anticorpos com os epítopos presentes nos antígenos). Posteriormente se adiciona um agente chamado caotrópico (por exemplo: a ureia), agente que rompe ligações não covalentes. Espera-se que o anticorpo que tenha sido produzido e administrado no animal ou no ser humano com o tempo melhore sua avidez e isso é inferido a partir do fato de que a ureia terá cada vez mais dificuldade em retirar/desiquilibrar essas ligações do anticorpo com o antígeno. Ao fim do teste, se faz o uso do revelador. Resumindo: quanto maior afinidade, maior a interação de ligação e maior dificuldade da ureia em desequilibrar essas ligações. Não esqueça: A avidez melhora com o tempo. Isso é muito importante para a vacina. Capacidade neutralizante dos anticorpos Existe um ensaio de neutralização que costuma ser realizado: Inibição do efeito citopático. A neutralização de vírus é a capacidade de o anticorpo conseguir inibir o efeito citopático do vírus sobre uma cultura de células. Na figura ao lado vemos: uma cultura de células, anticorpos que foram produzidos contra uma vacina em questão, anticorpos que não estão relacionados com a vacina em questão (anticorpos inespecíficos) e vemos ainda partículas virais. Inicialmente se incuba os anticorpos específicos com as partículas virais, e separadamente também se incuba os anticorpos inespecíficos com as partículas virais (nesse caso como não há especificidade, não haverá interação). Posteriormente se aplica separadamente esses sistemas, previamente encubados, em culturas de células em monocamadas. É observado, então, se houve o efeito citopático. Se o anticorpo produzido contra a vacina for realmente efetivo, ele vai se ligar as partículas virais e vai impedir que essas partículas causem algum dano a cultura de células. Logo, será obtido um efeito citopático negativo. Já no outro caso, como o antígeno já não era especifico para a partícula viral, não houve interação entre eles e assim as partículas virais ficaram “livres” para causar dano às células. Nesse caso tem-se um efeito citopático positivo. Ou seja, os anticorpos não foram capazes de neutralizar as partículas virais que conseguiram promover um efeito citopático: as células se desorganizam, perdem sua estrutura celular, sofre apoptose e descola da placa. Então vemos que se, por exemplo, há a obtenção de um anticorpo resultante de vacinação que se enquadra nessa ultima situação (efeito citopático positivo), o anticorpo não está bom. Com tudo isso, vemos que não adianta apenas produzir uma vacina que induzir título. Ela também tem que garantir o melhoramento da avidez com o tempo, tem que induzir subclasses que sejam eficientes, e tem que ter a capacidade de neutralizar o vírus. Assim, são realizados uma série de experimentos em que se avalia a função do anticorpo. Há ainda uma outra técnica: Inibição da hemaglutinação. Faz-se a diluição do soro (a diluição feita é do tipo razão constante seriada na razão 2), coloca-o em uma placa de microtitulação e posteriormente de adicionam hemácias (geralmente de aves). Sabendo que nesse soro pode haver o anticorpo específico gerado pela indução da vacinação, se faz uma incubação com o vírus. No caso, o vírus pode serpor exemplo o da Influenza. O vírus da Influenza tem uma proteína chamada hemaglutinina que se adere ao ácido siálico das hemácias. Quando se tem somente o vírus e as hemácias, será formada uma suspensão de hemácias porque os vírus estão aderidos à elas. Caso haja anticorpos específicos contra o vírus, eles não vão estar livres para se aderir as hemácias, sendo formado uma espécie de botão no fundo da placa. Exemplificando: Se deseja saber se um dado anticorpo impede o vírus de se ligar a hemácia, e também se pretende saber qual é o título desse anticorpo. Se o anticorpo de interesse conseguir inibir a ação do vírus, então os vírus não vai conseguir se ligar as hemácias, e as hemácias formarão um botão no fundo, um vez que ocorrerá a sedimentação. Entretanto, se o anticorpo não tiver ação nenhuma sobre o vírus (no caso do anticorpo ser inespecífico), será visto uma suspensão de hemácias sobre a placa. O exemplo da figura ao lado é de uma doença, mas serve para mostrar como funciona a técnica. Foram feitas diluições do soro na fase aguda e na fase de convalescência. Espera-se que se tenha mais anticorpos na fase de convalescência. O titulo da amostra para a fase aguda foi de 1/2, e na fase de convalescência foi 1/8. Até 1/2 (aguda) e 1/8 (covalescente) vemos a formação do botão significando que o anticorpo se ligou ao vírus e impediu que ele se ligasse à hemácia. Porém, quando se tem 1/4 (aguda) e 1/16 (covalescente) não se forma mais o botão, significando que não tem mais anticorpos suficientes para ligar ao vírus que passa a ficar disponível para se liga a hemácia. Tipos de Vacina Vacina atenuada Vacina atenuada é quando o microrganismo vai está viável. Nesse caso atenuam-se os fatores de virulência do microrganismo. Essa atenuação ocorre passando-se esse microrganismo por sucessivos cultivos celulares ou então, quando o pesquisador consegue, ele pode manipular geneticamente, então ele pode retirar o gene que vai codificar o fator de virulência. Vacina morta Na vacina morta ou inativada pode-se se usar os agentes químicos, como o formaldeído ou físicos como o calor e a radiação UV. Vacina de subunidades As vacinas de subunidades são chamadas assim porque se utiliza partes do microrganismo. Essa parte pode ter sido purificada (por exemplo, a vacina para o Haemophilus influenzae em que se extrai a cápsula da bactéria) ou então, conhecendo-se o gene que codifica a proteína (como o HbSAg), pode-se colocar esse gene num plasmídeo bacteriano e a própria bactéria vai produzir a proteína recombinante. Ou ainda pode ser obtida por síntese protéica. Situação do microorganismo utilizado Quando se pensa em uma BCG, o problema de se injetar essa vacina em um paciente HIV positivo é que há o perigo de ocorrer uma patologia vacinal, ou seja, indivíduos imunossuprimido podem desenvolver a doença ao qual estão se vacinando. Vias de imunização Oral Leva a imunidade de mucosa e às vezes pode levar a imunidade sistêmica. No caso, tem-se a influenza nasal que induz imunidade mucosa, mas não sabemos se induz imunidade sistêmica. Entretanto isso não é importante no caso da influenza porque provavelmente o indivíduo no máximo terá uma pneumonia. Ou seja, quando se pensa em vacina ideal, temos que pensar no sistema que nós queremos induzir a proteção. Se o patógeno fica restrito a via entérica ou via do trato urinário, não é necessário que ambas as vias (mucosa e sistêmica) sejam ativadas. O rota vírus, por exemplo nunca se ouviu falar que tenha ação sistêmica, assim com a administração oralmente e indução da imunidade mucosa, já é o suficiente. Já para o poliovirus apenas a imunidade de mucosa não é interessante porque ele tem tropismo pelo sistema nervoso central, sendo nesse caso necessária a imunidade sistêmica. Nasal A nasal tem uma vantagem que ela não sofre o metabolismo gastrico. Há também a vantagem de que os linfócitos da mucosa nasal migram da mucosa nasal para o trato geniturinário. Intramuscular Induz apenas imunidade sistêmica. (ex: Vacina Salk). Adjuvantes Muitas vezes é necessária a adição de adjuvantes as vacinas. Dentre as funções temos: Eles irão induzir moléculas co-estimulatórias (Ex: B71 e B72 nas APC’s). Eles podem induzir as APC a produzirem citocinas. Eles prolongam a retenção do antígeno (ele captura e vai liberando aos poucos para o sistema imune), isso é uma vantagem porque ativa aos poucos a resposta imune atraindo muito mais células fagocitárias e induzindo um ambiente mais propicio para a resposta. Aumenta o influxo de neutrófilos e macrófagos Aumenta a intensidade de captura do antígeno. Exemplos de adjuvantes: Adjuvante completo de Freund (emulsão de água em óleo); Adjuvante completo de Freund (emulsão água em óleo com micobactérias mortas); e Hidróxido de alumínio (é o mais utilizado). Com a vacina com o adjuvante se pode ter uma ativação de toll like da APC, havendo a indução da produção de citocinas, ativando a APC. A vacina também pode induzir a ativação dos inflamossomas com a produção de IL1-β. Ocorre a maior produção de moléculas de MHC, melhorando sua apresentação aos linfócitos TCD4+. A vacina pode ainda induzir ou resposta celular, ou resposta humoral, ou ambas. MATRIZ PARA ANTINGENOS VACINAIS ADMINISTRADOS ORALMENTE Quando a vacina é administrada via oral, o problema é que ela irá sofrer metabolismo gástrico podendo ser rapidamente eliminada. Esse é um motivo para se existir poucas vacinas por via oral. Ultimamente tem se estudado o ESCOM (complexo imuno-estimulante). Eles são, por exemplo, saponinas que proveem de plantas (como a Quillaia saponária). Coloca-se os vírus inativados nessas saponinas que passam a se organizar em complexos. Quando se administra esses complexos no indivíduo, esses complexos se aderem à membrana celular das células e os antígenos presentes na vacina acabam indo para o citoplasma. Posteriormente esses antígenos serão degradados proteoliticamente, sendo injetado no retículo endoplasmátio (onde está sendo produzido MHC I, por exemplo, e apresenta pra TCD8). Esse complexo é interessante uma vez que ele acaba induzindo uma resposta celular, extremamente importante para vírus, por exemplo. Inclusive, falam que essa saponina ela pode substituir o B7I na imunoestumulação, e as desvantagens são a existência da toxicidade, o fato se serem também pouco solúveis e o fato de poderem ter efeito hemolitico. O quadro abaixo é o resumo de alguns adjuvantes. Qual tipo de vacina escolher? A capacidade imunogênica da vacina contendo microrganismos viáveis (vacina atenuado) é superior à vacinas contendo o mricrorganismo morto (vacina inativada). Atenuação de vírus A atenuação pode ser feita por: Por passagem em cultura de células in vitro ou em óvulos embrionados; Deleção de genes; e Alteração de temperatura do meio. Alguns exemplos são mostrados na figura ao lado. Passagem em cultura A BCG (bacilo de Calmette-Guérin) é chamada assim por conta dos seus pesquisadores. Para sua elaboração foram feitas 231 passagens de cultura. E nesse processo o patógeno vai perdendo a virulência porque ele sempre tem que se adptar ao meio em que ele está sendo submetido. Deleção de genes Se o gene responsável pelo fator de virulência é conhecido e um dado laboratóriodomina a capacidade de manipulação genética, então ele deleta esse fator. Passagem em cultivo celular O polivirus se expressam em celular renais de macaco, influenza em células renais caninas e raiva, em células do cérebro de camundongo. Pega-se o vírus patogênico para o indivíduo e cultivam-o primeiramente em células humanas. Embora o vírus já seja adaptado a humano, o ambiente que ele está sendo submetido já é diferente: Um coisa é estar no organismo, outra é estar em células em cultivo no laboratório. Ou seja, já se começa a atenuação. Depois as células são trocadas. Usam-se agora células de macaco. Nesse novo ambiente o vírus perde alguns fatores de virulência para poder se adaptar e sobreviver na cultura. Ou seja, novamente se tem a atenuação dos fatores de virulência. Posteriormente se submete novamente à células humanas, e o vírus já não consegue mais se ligar a essa células, mostrando que ele já está atenuado o suficiente para ser utilizado como vacina atenuada. Vacinas de subunidades virais Hemaglutinina e Neuraminidases O exemplo dado é o vírus do Influenza. A hemaglutinina e a neuraminidases são 2 moléculas importantes para o vírus da influenza, pois ele usa a hemaglutinina para se ligar ao ácido siálico para projetar o material genético na célula do hospedeiro e se replicar, e depois ele sai clivando o ácido siálico com a neuraminidase. A vacina é produzida a partir dessas 2 moléculas. Mas, temos um problema importante na Influenza: o desvio antigênico que é a capacidade de mutação pontual, de forma que agora ele tem uma “cara”, já no próximo ciclo ele vai ter outra “cara”. Então o anticorpo que o reconhece nesse ciclo já vai não reconhecê-lo no próximo ciclo. Por isso, temos que renovar a vacina para o Influenza todos os anos. Embora a memoria seja sim prolongada, ela é prolongada para o mesmo antígeno. Assim, com a mudança do perfil do antígeno os anticorpos produzidos já não serão mais eficientes. Imaginemos o trabalho “brutal” que dá preparar essa vacina todos os anos. Sabemos que a vacina 2015-2016 começou a ser preparada há 6 meses atrás. Esse estudo é realizado pela OMS. Eles fazem um estudo em 100 centros em 100 países. Esses centros têm que coletar amostras de pessoas infectadas naquele momento, então eles estudam a probabilidade dos vírus do próximo episódio/ciclo de infecção. Então, eles produzem vacinas trivalentes, ou tetravalentes, dependendo dessa probabilidade. Depois de decidir quais os vírus serão utilizados, eles colocam em frascos e mandam para os países para que estes sigam com a produção descrita a seguir. Produção No Brasil, quem recebe é o Instituto Butantan. Eles fazem o controle de qualidade dos ovos que têm que estar fecundados, frescos e adequados. Então eles injetam no alantoide do ovo, com equipamento adequado, 1 dose por ovo. Posteriormente eles incubam numa câmara fria para matar os embriões, e então, separam o alantoide, que contém o vírus. Se faz depois uma inativação química e fragmentação do vírus, se segue com a purificação a hemaglutinina e da neuraminidase. Isso é para uma vacina monovalente. Então se for tetravalente tem que se pegar cada um das 4 cepas e fazem isso tudo 4 vezes. Depois de purificado e filtrado é que eles juntam 4 monovalentes, para formar a tetravalente, por exemplo. Vacinas recombinantes Nas vacinas recombinantes, pode-se usar as vacinas de subunidades, ou o vetor, por exemplo. Ela é dita recombinante porque é proveniente de manipulação genética. Por exemplo, o antígeno do HBS, é um antígeno de envelope do vírus da hepatite B, ele induz a produção de anticorpo contra o HBS-AG, e dessa forma induz proteção. Esse antígeno HBS é feito por recombinação, uma vez que se conhece o gene que codifica essa proteína, e inserem no plasmídeo bacteriano. A Vacina da Meningite B, licenciada mês passado, foi uma descoberta muito importante, porque este tipo de meningite tem quase 100% letalidade. O problema da Meningite B é porque o antígeno do polissacaríde encapsulado tem um tecido semelhante a um tecido fetal humano. Então, era muito difícil a produção de anticorpos contra o polissacarídeo, por isso que demorou tanto tempo. Nessa vacina se tem 4 proteínas recombinantes da membrana externa (dizem capsulas, mas são da membrana externa). Nela não se usam adjuvantes, logo esses antígenos devem ser suficientemente imunogênicos uma vez que não se precisa usar adjuvantes. Como exemplo de vetores temos o vírus da Influenza Equina e o vírus da Cinomose canina. Obs: se usa o termo quimérico para indicar quando se tem material genético de duas espécies diferentes. Obtenção de Vacinas recombinantes por uso de plasmídeo Na maioria das vezes, se usam plasmídeos para produção de vacinas recombinantes. O plasmídeo é um DNA circular, extra-crosmossômico, que pode ter uma ou muito mais cópias por bactéria. Ele se replica independente do DNA cromossômico. Tem-se, primeiro, que conhecer qual o gene daquilo que se quer produzir. Ex: gene que codifica proteína do HBS-AG. Então se conhecendo o gene, ocorre a construção da sequência gênica, se cliva o plasmídeo com enzimas próprias e insere essa sequência nesse plasmídeo. Esse plasmídeo tem que ter um marcador para identificar as colônias de interesse, uma vez que quando ele é inserido em uma bactéria e esta for colocada na cultura para crescer, irão aparecer várias outras diferentes colônias de bactérias, que durante a multiplicação não receberam a copia desse plasmídeo contendo o gene de interesse. Então normalmente se usa plasmídeo que possui o gene resistente a ampicilina e assim se cultivam as bactérias em um meio que contém ampicilina, onde só vão crescer as bactérias que possuem o plasmídeo que tem o gene que confere resistência a ampicilina. Assim, dá para saber que as colônias que cresceram no meio em questão, são as que têm o plasmídeo de interesse, e logo estão produzindo a proteína recombinante. Depois irão para culturas maiores, que são chamados de fermentadores. Nessa incubação, geralmente se tem agitação, e as proteínas de interesse produzidas serão depois purificadas e utilizadas no preparo das vacinas. Nesse caso, a proteína de interesse é a proteína recombinante, porque foi o gene inserido na bactéria que fez ela codificar e produzir a proteína de interesse correspondente ao gene de interesse. Também poderia ser usada outra técnica que não é proteína recombinante, poderia ser pela técnica chamada de proteína sintética, onde se conhecendo a sequência de um peptídeo, por exemplo, pode se construir a sequência de aminoácidos para formar a proteína. No caso, a vacina do HbsAg é uma proteína recombinante de subunidade, pois foi feita de uma parte do vírus. Entretanto, há também a opção de se usar o próprio plasmídeo como fonte de vacina, ou seja, o próprio plasmídeo funcionará como vacina: Vacina recombinante de DNA plasmidial. No individuo, se insere o plasmídeo com o gene de interesse que é incorporado na célula e induz tanto a imunidade celular quanto humoral. Ou seja, uma das maneiras de se induzir as duas imunidades é através do uso do DNA plasmidial. Agora, o ponto que está se trabalhando/estudando é saber quais as proteínas chaves que devem ser obtidas para gerar a resposta protetora. Por exemplo: digamos que se conhecem dentro da Mycobacterium tuberculosis quais os genes que vão codificar proteínas importantes na induçãoda resposta imune, mas será que com essas proteínas irá se conseguir criar uma resposta protetora contra a tuberculose? Ou seja, não é qualquer proteína. Então, uma vez se conhecendo os genes da proteina, se pode sintetizar esses genes e inseri-los em plasmídeo. Em outras palavres: criar um DNA plasmidial que contenham genes que codificam proteínas importantes contra proteínas, por exemplo, da Mycobacterium tuberculosis. Uma vez criado esse DNA plasmidial, ele é injetado a nível muscular. Só que esse DNA plasmidial tem que entrar dentro da célula, e para isso se usa o chamado Gene Gun (revolver do gene). Abaixo estão algumas características dessa técnica. Em uma comparação com DNA plasmidial em lipossomos e o DNA plasmidial em Gene Gun (Biobalistica), viu-se que nesse segundo método biobalística se usa bem menos (1mg) e a produção de anticorpos é muito maior. Alguns artigos falam, que por injeção ocorre a indução de Th1 e por biobalistica, se induz mais Th2. Mas se sabe o porquê, talvez seja apenas palpite. Obtenção de Vacinas VIÁVEIS recombinantes por uso de vetores São vacinas quiméricas, ou seja, usa-se material de espécies diferentes. Exemplo: Varíola aviária (vírus da bouba aviária). Os benefícios das vacinas viáveis recombinantes são: Eliminam uso de adjuvantes Eliminam risco de reversão à virulência (Tem que se ter garantia de que o vetor é inócuo ao hospedeiro) Apresentam rotas alternativas de imunização Reduzem os riscos de reações adversas Induzem imunidade celular e humoral São estáveis a temperatura ambiente VACINA DA CINOMOSE Pega-se 2 fragmentos de genes do vírus que causa a cinemose canina: um que codifica hemaglutinina e outro que codifica proteína de fusão. O gene (que codifica essas proteínas) é inserido no genoma da bouba aviária. A bouba aviária é um vírus que causa varíola na ave, mas é inócuo no cão, e servirá como o vetor para carrear os genes de hemaglutinina e proteína de fusão do vírus causador da cinemose. A esse processo dá-se o nome de vacina recombinante de vetor. Isso é injetado no cão via subcutânea, no cão. O vírus vai entrar na célula do cão e induzir uma resposta humoral e celular. Essa vacina já está no mercado. VACINA DA SADONI-PASTEUR PARA DENGUE A Sanofi-Pasteur finalizou a fase três dessa vacina quimérica. Nela, se usa como vetor o vírus da febre amarela utilizando genes não estruturais da febre amarela (genes que codificam as proteínas que irão participar da multiplicação viral, como enzimas, por exemplo). Existem 4 sorotipos de dengue. Existem partes que são comuns aos sorotipos e partes que são específicas de cada sorotipo (no caso, as proteínas da pré-membrana e do envelope). O problema da dengue hoje é que: quando você é acometido pela dengue 1 serão produzidos anticorpos e resposta imune celular contra dengue 1. E essa resposta é duradoura. Se, nesse meio tempo, você for acometido por dengue tipo 3, por exemplo, aqueles anticorpos e linfócitos que reconheciam dengue 1 não irão ajudar e irão atrapalhar e piorar o processo imunológico. Eles irão desencadear a gravidade da dengue. Logo, o ideal é que a vacina imunize o indivíduo como um todo, contra os quatro sorotipos igualmente e que a resposta imune celular e humoral seja persistente. Usa-se apenas os genes não estruturais da febre amarela associados os sorotipos 1, 2, 3 e 4 da dengue. Usando isso, infecta-se as células chamadas de células vero e depois cada uma dessas células (1, 2, 3 e 4) separadamente o vírus que é essencialmente um patógeno intracelular vai se multiplicar no interior dessas células. Ao fim, essas células são lisadas, juntam-se o material obtido das 4, e é feita a vacina quimérica viável da dengue. O que foi mostrado no estudo sobre a fase três da vacina da dengue foi que a das 20.869 representa crianças e adolescentes, 13.920 receberam a vacina e 6.949 receberam o placebo. Foi realizado o acompanhamento para averiguar se essas crianças e adolescentes adquiriram dengue, se precisaram de hospitalização. Ao final se verificou 64,7% de eficácia da vacina contra dengue. Embora se pense que não é alta verificou-se, contudo, 80,3% de eficácia contra hospitalização, e isso é muito bom. Além disso, mostrou 95,5% de eficácia contra dengue grave que pacientes à morte consideradas evitáveis. A vacina se mostrou mais eficaz contra os subtipos IV, III e I, e menos eficaz contra II, mas mesmo assim, a vacina está indo para o mercado (a eficácia já está provada em nível de Estados Unidos, restando apenas provar em nível de ANVISA). O grande problema é que as vacinas têm um cunho político, já que existe muito dinheiro envolvido. Existe ainda a competitividade, por exemplo, o Instituto Butantan também está desenvolvendo uma vacina, logo, se a primeira vacina entrar no mercado, o Butantan vai necessitar de muito mais dinheiro para provar que a sua vacina possui uma eficácia superior àquela. Dessa forma, não se sabe ao certo se essa vacina da dengue vai mesmo ser lançada em 2016. Vacinas polissacarídicas conjugadas O polissacáride é um timo independente dois. Dessa forma, ele induz uma resposta no indivíduo após os cinco anos de idade, só que até chegar nessa idade, a criança fica altamente suscetível a desenvolver infecções sistêmicas (de menor ou maior gravidade) por essas bactérias que possuem cápsulas polissacarídicas. Dessa forma, no início da década de 90, ao transformar esses antígenos em T-dependentes, conseguiu-se “burlar” o sistema imune, a tal ponto que ele entende estar lidando com proteínas (ou seja, ele reconhece como T-dependente). Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B Ocorria a purificação da cápsula bacteriana de Haemophilus influenzae (já que ele só tem um sorotipo que é patogênico, o sorotipo B), isolava e conjugava quimicamente com toxóides, seja ele tetânico ou diftérico. Depois disso, administravam no individuo e as células B reconheciam isso com T- dependente, endocitavam e apresentavam via MHC II para TCD4+. Essa por sua vez, através das citocinas, começava a produzir IgG principalmente. Dessa forma, atualmente, a doença causada por Haemophilus influenzae tipo B é prevenível por vacina e já não há muitos casos graves (sendo que até a década de 80 não era previnível). Vacina contra Streptococcus pnemoniae Tem mais de cem sorotipos de pneumococos, sendo que cerca de 23 sorotipos são responsáveis por infecções mais ou menos graves. Existe ainda o fato que de região para região há uma diferença de prevalência dos sorotipos, isso faz com que seja muito complicado produzir uma vacina. Enquanto o Haemophilus foi um sorotipo para um toxóide, imagina o pneumococos em que são 23 sorotipos. Fazer a conjugação química com toxoide para apenas um já é complexo, imagine para 23. Portanto, começou-se a se investigar país a país quais eram os sorotipos mais prevalentes. Assim teve-se a chamada 23 valente: a pneumovax, que é uma vacina polissacarídicas constituída de 23 sorotipos. Contudo, ela só é eficaz de fato, acima de 5 anos de idade. Ela é indicada para idosos e imunossuprimidos, ou seja, só induz resposta a partir de 5 anos de idade. Além do Haemophilus influenzae, o pneumococos é um grande responsável por pneumonia, otites, sinusites e meningites. O fato é que existe a necessidade de transformar em T-dependente, e como existem 23 sorotipos, seria impossível transformar cada um. Assim, existem atualmente a 7 valente, 10 valente e 13 valente. Isso quer dizer que são7, 10 e 13 polissacárides conjugados à proteína, que pode, por exemplo, ser toxóide tetânico. E dessa forma ele torna-se T-dependente, produz IgG e é imunogênica a partir de 2 meses de idade. Outro exemplo de vacina viável recombinante é Vacina Meningocócica C e B. Aplicação das vacinas Riscos Em relação à administração, se for administrado via subcutânea uma vacina que contenha alumínio, existe o risco de se causar uma necrose, por isso que é indicada a via intramuscular. Se a administração for via intramuscular, existe o risco (dependendo da idade) de dano neural, por isso que abaixo de 2 meses de idade, é indicado a administração no músculo deltoide. Administração de vacinas diferentes Existem as vacinas combinadas, por exemplo: toxoide tetânico, difteria e coqueluche, tudo junto. Essas vacinas combinadas podem ser administradas no indivíduo, ou então as vacinas separadamene podem ser administradas no mesmo momento. Por exemplo: Caso o indivíduo precise tomar a toxoide tetânico, hepatite B e mais outra vacina, não tem problema delas serem administradas simultaneamente. Normalmente usam membros diferentes que podem ser administrados para aplicação em um mesmo momento. Agora, se o indivíduo foi vacinado com a vacina A e esqueceu de tomar a vacina B, o ideal é esperar em torno de um mês para se vacinar com a vacina B. Por exemplo: O individuo se vacinou com toxoide tetânico e esqueceu que deveria ter tomado hepatite B. Então, daqui a um mês é que ele deve se vacinar contra Hepatite B. Nesse período de um mês não é interessante se vacinar, porque nesse tempo o sistema imunológico ainda está respondendo à primeira vacina. No momento que você entrar com a vacina B, pode ser que seja gerado uma resposta inespecífica/resposta sub-ótima. Depois de um mês, quando a resposta imunológica está mais baixa, é quando se deve entrar com a outra vacina. O outro ponto importante é quando se administra uma vacina ativa em conjunto com uma passiva. Por exemplo: Tive um acidente no trabalho por toxoide tetânico, então é preciso que a gamaglobulina antitetânica seja administrada em um membro e a vacina ativa em outro, porque se você administra os dois no membro o que vai acontecer é que o anticorpo (passiva) vai reagir com o antígeno (antígeno). Reação de Arthus Por exemplo: o paciente tomou a vacina de polissacarídeos de estreptococos e por algum motivo não houve resposta. O médico com pressa, antes do indicado (2 anos), realiza a re-administração após 6 meses. Se esse paciente tiver produzido anticorpo específico justamente contra o sorotipo 13 (porque a vacina previamente administrada era contra os 23 sorotipos de Streptococcus pneumoniae, e dentre os sorotipos estava o 13), e não houve uma averiguação prévia para qualificar e quantificar os anticorpos que foram produzidos na primeira vacinação, vai ocorre a chamada reação de Arthus. Nela, o indivíduo está em um estado hiper-imunizado (altos níveis de anticorpos), então caso haja a administração do antígeno intra-dermica isso levará então à formação de imuno complexos, que se depositarão nos vasos localizados e levarão a lise daquele vaso, seja por ação do complemento ou seja por recrutamento de neutrófilos. Se pode ter então uma vasculite localizada, sendo a típica Hipersensibilidade do tipo 3. Ou seja, Reação de Arthus é uma reação de hipersensibilidade tipo 3, decorrente de uma injeção intra-dermica de antígenos em indivíduos hiper-imunizados Ela é igual a doença do soro, só que localizada. No caso da doença do soro, se você administrar em um indivíduo gama antitetânica (por exemplo) proveniente de cavalos, depois de 14 dias ele pode começar a apresentar febre, vasculite, nefrite, atralgia. Isso porque houve a deposição de imunocomplexos que ativaram completo e recrutaram de neutrófilos. Essa hiper-reação não foi devido à antitetânica, mas sim à proteínas heterólogas presentes no soro do cavalo que o indivíduo reconheceu como antígeno, e houve a ativa e diferenciação dos linfócitos para produzir anticorpos, que reagiram com essas proteínas formando os imunocomplexos. Depois os anticorpos são eliminados e a reação cessa voltando à normalidade. Lupus é chamada de doença do soro like, porque ela se comporta como a doença do soro. Na reação de Arthus temos: Uma reação de hipersensibilidade do tipo 3, na qual o complexo é formado no excesso de anticorpo; Deposição local, principalmente em vênulas (essa só ocorre quando o indivíduo está exposto frequentemente ao Antígeno de modo a produzir excesso de Anticorpo) A Lesão tecidual ocorre no local onde o Antígeno entrou pois os complexos são grandes. O que favorece a forma de grandes complexos é que os Anticorpos chegam rapidamente ao local. Isso, por sua vez é favorecido por vasodilatação. Ativação do complemento Complexo Antígeno- Anticorpo; C3a, C5a → Degradação de mastócitos e liberação de vasodilatadores (aumenta afluxo e Quimiotaxia de neutrófilos de sangue) Exocitose de grânulos Lesão tecidual; Agregação Plaquetária; Isquemia; A fagocitose eficiente diminui esse quadro. Entretanto complexos grandes são de difícil fagocitose. Os Linfócitos não estão envolvidos na hipersensibilidade tipo 3. Esta depende apenas de Anticorpo. Síndrome de Guillain-Barré A síndrome de Guillain-Barré é uma reação auto-imune que acontece após algumas infecções e as vezes ocorre após vacinas. Ela é um polineuropatia desmielinizante inflamatória aguda, sendo precedida de infecção ou vacinação. Tem uma mortalidade de aproximadamente 4%. Nessa síndrome, o indivíduo vai produzir anticorpos contra a bainha de mielina, pois talvez haja um mimetismo molecular na qual a bainha de mielina tem estrutura semelhante ao patógeno, seja ele proveniente da vacina ou de uma infecção, então essa resposta auto imune acaba atacando a bainha de mielina. Isso é tratado com gama globulina endovenosa. O individuo pode ter formigamento, fraqueza muscular, e em maior gravidade pode haver fraqueza muscular respiratória, sendo necessário realização de plasmaferese e/ou gamaglobulina endovenosa. Imunização Passiva Abaixo temos exemplos de Gamaglobulinas. Meia vida delas é de 21 dias, deve se tomar cuidado com a via de administração, não pode ser muito rápido. Há o risco de anafilaxia, por exemplo, gamaglobulina endovenosa é contra indicada em casos de pacientes deficientes de IgA, pois podem produzir IgE contra os componentes da gamaglobulina. Há também o risco da doença do soro. Eventos adversos da imunização ativa Presença de endotoxina nos preparados, ou seja, pirógenos. Assim devese fazer um controle de qualidade extremamente rigoroso. Possibilidade da presença de rastros de antibióticos, isso tem maior importância para pessoas que possuem alergias a medicamentos, ou mesmo para quem tenha alergia aos componentes do ovos. A presença de mercúrio nas vacinas foi uma suposição de um médico americano de isso estaria relacionado a prováveis casos de autismo gerados em crianças vacinada. Parece que não foi verídico, mas foi o suficiente para afastar muitos pais da vacinação de seus filhos.
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