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CATÓLICA DE SANTA CATARINA WILSON SEIDEL FALHAS EM ENGRENAGENS JARAGUÁ DO SUL 2011 WILSON SEIDEL FALHAS EM ENGRENAGENS Trabalho de pesquisa científica da disciplina de Elementos de Máquinas Dois, orientado pelo professor Carlos Roberto Fernandes, do curso de Engenharia Mecânica do Centro Universitário Católica de Santa Catarina. JARAGUÁ DO SUL 2011 ii SUMÁRIO DE FIGURAS Figura 01: Parâmetros existentes em engrenagens. .............................................. 8 Figura 02: Engrenagem de dentes retos. .............................................................. 10 Figura 03: Engrenagens helicoidais paralelas entre si. ....................................... 11 Figura 04: Engrenagem helicoidal 90º. .................................................................. 11 Figura 05: Engrenagem Cônica com dentes a 90º................................................ 12 Figura 06: Engrenagem Cônica com dentes em ângulo. ..................................... 12 Figura 07: Engrenagem Hipóide com revestimento externo. .............................. 13 Figura 08: Engrenagem Hipóide. ........................................................................... 13 Figura 09: Engrenagem Cremalheira. .................................................................... 14 Figura 10: Engrenagem tipo parafuso sem fim. ................................................... 15 Figura 11: Tensões máximas e mínimas nos dentes. .......................................... 18 Figura 12: Dente desgastado. ................................................................................ 19 Figura 13: Engrenagem com “pits” , originado pela fadiga de contato. ............ 20 Figura 14: Engrenagem com escoamento a frio. .................................................. 22 Figura 15: Engrenagem com superfície com enrugamento. ............................... 22 Figura 16: Engrenagem com escoamento direcional. ......................................... 22 Figura 17: Falha por impacto (carga excessiva). .................................................. 23 iii SUMÁRIO CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO .................................................................................... 5 1.1. OBJETIVO ........................................................................................................ 5 1.1.1.Objetivo Geral ............................................................................................ 6 CAPÍTULO 2 - ENGRENAGENS ................................................................................ 7 2.1. TIPOS DE ENGRENAGENS ............................................................................ 9 2.1.2. Engrenagens Cilíndricas ......................................................................... 9 2.1.2.1. Engrenagens Cilindricas de dentes retos ............................................ 9 2.1.2.2. Engrenagens Cilindricas de Dentes Helicoidais ................................ 10 2.1.3. Engrenagens Cônicas ............................................................................ 11 2.1.4. Engrenagens Hipóides .......................................................................... 13 2.1.5. Engrenagens cremalheiras ................................................................... 14 2.1.6. Engrenagem Parafuso Sem Fim ........................................................... 14 CAPÍTULO 3 - MATERIAIS ...................................................................................... 15 3.1 - ENGRENAGENS DE AÇO ............................................................................ 15 3.2 - ENGRENAGENS DE FERRO FUNDIDO ...................................................... 16 3.3 - ENGRENAGENS DE LIGAS NÃO-FERROSAS ............................................ 16 3.4 - ENGRENAGENS DE POLIMEROS ............................................................... 17 CAPÍTULO 4 - FALHAS EM ENGRENAGENS ........................................................ 17 4.1 - DESGASTES DOS DENTES ........................................................................ 19 CAPÍTULO 5 - CONCLUSÃO ................................................................................... 24 CAPÍTULO 6 - REFERÊNCIAS ................................................................................ 25 5 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1.1. OBJETIVO Existem mecanismos muito simples que nos auxiliam cotidianamente em nossas tarefas que não damos a mínima importância, mas quando estudados nos revelam a infinidade de empregabilidade que tem no mundo. As engrenagens são um exemplo perfeito desses tipos de mecanismos que usamos diariamente e que não damos a devida importância de sua aplicação a tudo que nos cerca, desde um relógio de pulso até o automóvel que você usa. A engrenagem é um dos dispositivos mecânicos mais antigos utilizados pelo homem, relatos mostram sua utilização por mais de 5000 anos, porém existe um registro de Aristóteles sobre engrenagens, datado em 330 AC. O dispositivo funcional mais antigo de engrenagens que se tem conhecimento foi desenvolvido por volta de 2600 AC, pelos chineses e se chamava “South Pointing Chariot” 1. Com o passar do tempo muitos relatos ocorreram com da utilização de engrenagens em mecanismos, maquinas, etc., mas o grande nome, quando se fala em engrenagens, segundo CASTRO (2005) foi Leonard Euler (1754), por ser considerado o grande pioneiro de engrenagens com perfil evolvente, ou seja, foi ele que começou a utilização das engrenagens que são utilizadas até hoje, claro, com propriedades especificas muito inferiores as usadas atualmente, mas já com a visão da correta utilização desse mecanismo. Depois do grande avanço que Euler propôs ao mundo, quase todas as máquinas começaram a utilizar as engrenagens como meio de transmissão de potência, de torque, de velocidade, etc., apenas houve mudanças nas características dos materiais utilizados na fabricação das mesmas, passando de madeira e ossos na antiguidade, para a era dos metais e posteriormente, para cerâmicas, polímeros, etc.. Com todos esses avanços por parte dos materiais, também ocorreram os avanços por parte dos estudos para melhorar as propriedades mecânicas das 1 South Pointing Chariot- espécie de charrete com um complexo sistema de engrenagens. 6 engrenagens, para a utilização de materiais adequados para cada aplicação, tendo como base para escolha, custo e beneficio. Como cada processo tem um custo, as engrenagens geradas por esses processos têm seu custo diferenciado, isso aliado a boa empregabilidade de certo material para um processo definem e escolha da engrenagem e seu material especifico. 1.1.1.Objetivo Geral Conhecer um campo que tem uma vasta aplicação, pois tudo o que prescisa de distribuição de forças, velocidades, torque tem como base de funcionamento as engrenagens, ou algo que tenha surgido a partir delas. Existem diversos tipos de engrenagens, cada um com sua caracteristica propria, tanto para aplicação, como formato, mas todas tem em comum uma boa aplicação, tendo pouca perda de potencia, alta resistencia dependendo do material, entre outros fatores mais. Estudar sobre as falhas ocorridas nas engrenagens é o principal foco desse trabalho, buscando, principalmente informações sobre fadiga, ruptura e deformações ocorridas no material, alem de uma ideia sobre dimensionamento dos materiais para que não ocorramquebras catastróficas nas mesmas. 7 CAPÍTULO 2 - ENGRENAGENS Segundo SANTOS JÚNIOR (2002): Engrenagens são elementos rígidos utilizados na transmissão de movimentos rotativos entre eixos (...), consistem basicamente de dois cilindros nos quais são fabricados dentes (...), a transmissão se dá através do contato entre dentes (SANTOS JÚNIOR, 2002. P 02). As engrenagens são os acoplamentos mais usados em máquinas e mecanismos desde o início das transmissões de carga e velocidade por acoplamentos segundo KODA (2009), geralmente aplicadas para transmissão de força, velocidade e inversão de sentido da rotação. A principal indicação das engrenagens é quando tiver uma relação constante entre dois acoplamentos com esforços muito altos. De acordo com ANDRADE (2010), existem basicamente quatro tipos de engrenagens básicas, as cilíndricas, as helicoidais cilíndricas, as cônicas e as sem fim ou coroas. Cada um desses tipos de engrenagens tem seus aspectos específicos, mas todos eles têm em comum as definições básicas para obtenção da mesma em um processo produtivo. Segundo ANDRADE (2010), as engrenagens são obtidas através dos parâmetros: • Circunferência primitiva; • Passo frontal; • Módulo; • Passo diametral; • Altura da cabeça do dente ou saliência; • Altura do pé ou profundidade; • Altura total do dente; • Ângulo de ação ou de pressão; • Circunferência de base. 8 Figura 01: Parâmetros existentes em engrenagens. Fonte: Engrenagens _ Aula 022. Segundo ANDRADE (2010), a circunferência primitiva é a base para todos os cálculos feitos para obtenção da engrenagem, o seu diâmetro é o diâmetro primitivo (d), duas circunferências primitivas acopladas são tangentes. Tudo que é dimensionado em uma engrenagem sai do diâmetro primitivo, todos os cálculos têm como base esse diâmetro e por isso, é fundamental o dimensionamento de um diâmetro primitivo correto para que o acoplamento tenha um bom funcionamento. O passo frontal é a distância entre dois pontos semelhantes medidos ao longo da circunferência primitiva, o módulo é a relação entre o diâmetro primitivo e o numero de dentes, sendo expresso em milímetros e tendo como característica, duas engrenagens acopladas com mesmo valor de modulo e o passo diametral é o numero de dentes por polegada. As características geométricas das engrenagens, segundo ANDRADE (2010), são dadas através da altura da cabeça do dente, altura do pé, altura total, ângulo de ação e circunferência de base. A altura da cabeça do dente é a distancia da circunferência primitiva até a circunferência da cabeça, a altura do pé é a distancia radial entre a circunferência primitiva e a circunferência do pé, a altura total do dente 2 Disponível em: www.dem.ufba.br/download/ENG444/Engrenagens%20aula2.ppt 9 é a soma da altura do pé com a altura da cabeça, o ângulo de ação ou ângulo de pressão é o ângulo que define a direção da força motora sobre a engrenagem movida e a circunferência de base é a base na qual são gerados os dentes. 2.1. TIPOS DE ENGRENAGENS Em nosso cotidiano existem vários tipos de engrenagens empregadas em diversos tipos de serviços, aplicar forças, transmitir movimentos em diferentes direções, transmitir torque, velocidade, mas vamos nos ater as mais utilizadas atualmente segundo a autora NICE (2009), sendo elas as cilindricas, seja de dentes retos ou helicoidais, as conicas, as hipoides, as cremalheiras e as de parafuso sem fim. Cada um desses tipos de engrenagens se diferenciam entre si por movimento, aplicação, capacidades de carga diferenciados, sendo então todas muito importantes, mas com aplicações indicadas diferenciadas. 2.1.2. Engrenagens Cilíndricas De acordo com o autor CASTRO (2005), as engrenagens cilindricas são as mais utilizadas no mercado atualmente, como o próprio nome já diz, são em formato cilíndrico e se sub-dividem em dois grupos, as de dentes retos e as de dentes helicoidais. 2.1.2.1. Engrenagens Cilindricas de dentes retos As engrenagens cilindricas de dentes retos tem os dentes dispostos paralelamente entre si em relação ao seu eixo. Segundo a autora NICE (2009), é o tipo mais comum de engrenagem e o de mais baixo custo. É usada em transmissão 10 que requer mudança de posição das engrenagem em serviço, pois é fácil de engatar. É mais empregada na transmissão de baixa rotação do que na de alta rotação, por causa do ruído que produz. Este tipo de engrenagem aplica somente cargas radias aos mancais pela configuração de seus dentes, que nao têm nenhuma componente na direção de x, nao provocando cargas axiais. Figura 02: Engrenagem de dentes retos. Fonte : Engrenagens de dentes retos 3. 2.1.2.2. Engrenagens Cilindricas de Dentes Helicoidais Segundo SOUZA (2008), as engrenagens cilindricas de dentes helicoidais tem os dentes dispostos transversalmente em forma de hélice em relação ao eixo. É usada em transmissão fixa de rotações elevadas, por ser silenciosa devido a inclinação dos seus dentes causarem uma componente axial de força que deve ser compensada por mancal ou rolamento. Serve para transmissão de eixos paralelos entre si e também para eixos que formam um ângulo qualquer entre si (normalmente 60 ou 90°). 3 Imagem retirada do artigo: Engrenagens de dentes retos. Disponível em: <http://ciencia.hsw.uol.com.br/engrenagens2.htm>. 11 Figura 03: Engrenagens helicoidais paralelas entre si. Fonte: Engrenagens Helicoidais 4. Figura 04: Engrenagem helicoidal 90º. Fonte: Engrenagens Helicoidais 5. 2.1.3. Engrenagens Cônicas De acordo com SOUZA (2008), as engrenagens conicas são empregadas quando as árvores se cruzam; o ângulo de intersecção é geralmente 90°, podendo ser menor ou maior. Sua superfície primitiva geralmente é formalizada como um 4 Imagem retirada do artigo: Engrenagens Helicoidais. Disponível em: < http://ciencia.hsw.uol.com.br/engrenagens3.htm>. 5 Imagem retirada do artigo: Engrenagens Helicoidais. Disponível em: < http://ciencia.hsw.uol.com.br/engrenagens3.htm>. 12 tronco de cone, podendo variar, pois existem diferentes tipos de engrenagens conicas, dentre as mais utilizadas, a de dentes retos. Os dentes das rodas cônicas tem formato também cônico, o que dificulta a sua fabricação, diminui a precisão e requer uma montagem precisa para o funcionamento adequado. A engrenagem cônica é usada para mudar a rotação e a direção da força, em baixas velocidades. Estas engrenagens geram cargas tanto radiais como de empuxo nos mancais que as suportam. Figura 05: Engrenagem Cônica com dentes a 90º. Fonte: Tipos de Engrenagens 6. Figura 06: Engrenagem Cônica com dentes em ângulo. Fonte: Engenharia e Mecânica de Leonardo Da Vinci 7. 6 Imagem retirada do artigo: Tipos de Engrenagens. Disponível em: < http://jeffoliveira.blogspot.com/2008/10/engrenagem.html> 7 Imagem retirada do artigo: Engenharia e Mecânica de Leonardo Da Vinci. Disponível em: < http://projectodavinci.blogspot.com/2009/05/elementos-das-invencoes-de-da-vinci.html> 13 2.1.4. Engrenagens Hipóides As engrenagens hipóides são uma variedade de engrenagens que, ao contrário das cónicas, os seus eixos não se cruzam. De acordo com SOUZA (2008), são empregadas para transmitir movimento e cargas elevadas entreeixos que não se cruzam. Podem ser de diversos tipos de dentados espirais. Figura 07: Engrenagem Hipóide com revestimento externo. Fonte: Tipos de engrenagens 8. Figura 08: Engrenagem Hipóide. Fonte: Engrenagem Hipóide 9. 8 Imagem retirada do artigo: Tipos de engrenagens. Disponível em: < http://jeffoliveira.blogspot.com/2008/10/engrenagem.html> 9 Imagem retirada do artigo: Engrenagem Hipóide. Disponível em: < http://portuguese.alibaba.com/product-gs/hypoid-gear-356141281.html> 14 2.1.5. Engrenagens cremalheiras Segundo NICE (2009), engrenagens cremalheiras são barras com dentes acoplados a uma engrenagem cilíndrica de dentes geralmente retos responsável por transmitir movimento rotativo em linear ou vice-versa. O dimensionamento é semelhante às engrenagens cilíndricas ou helicoidais, mas a diferença é que uma segunda engrenagem acoplada à primeira tem diâmetro infinito, o que a torna linear. Figura 09: Engrenagem Cremalheira. Fonte: Engrenagens 10. 2.1.6. Engrenagem Parafuso Sem Fim Engrenagens do tipo parafuso sem-fim são usadas quando grandes reduções de transmissão são necessárias. Segundo a autora NICE (2009), esse tipo de engrenagem costuma ter reduções de 20:1, chegando até a números maiores do que 300:1. Muitas engrenagens sem-fim têm uma propriedade interessante que nenhuma outra engrenagem tem: o eixo gira a engrenagem facilmente, mas a engrenagem não consegue girar o eixo. Isso se deve ao fato de que o ângulo do eixo é tão pequeno que quando a engrenagem tenta girá-lo, o atrito entre a engrenagem e o eixo não deixa que ele saia do lugar. Essa característica é útil para máquinas como transportadores, nos quais a função de travamento pode agir como um freio para a esteira quando o motor não estiver funcionando. A aplicação desta configuração de engrenagens pode ser detalhada em um violão, onde necessita-se de precisão para afinar o instrumento, por isso usa-se engrenagens de parafuso sem-fim, para que o ajuste seja o quanto reduzido possível, afim de chegar ao tom desejado. 10 Imagem retirada do artigo: Engrenagens. Disponível em: < http://www.itver.com.br/engrenagens/especiais/index.asp>. 15 Figura 10: Engrenagem tipo parafuso sem fim. Fonte: Tipos de Engrenagens e Engrenagens Diferentes 11. CAPÍTULO 3 - MATERIAIS Os materiais usados na fabricação de engrenagens segundo RODRIGUEZ (2008), devem ter boa resistência (especialmente resistência à fadiga), elevada rigidez, boa resistência ao desgaste, elevada resistência a fadiga superficial, boa usinabilidade, e em casos específicos, boa resistência a corrosão, sendo assim, os materiais que atendem a estes critérios incluem ligas de aço, ferros fundidos, latão, bronze e alguns tipos de poliméricos, porém podem ser aplicados outros materiais para situações especiais. 3.1 - ENGRENAGENS DE AÇO As engrenagens de aço são muito utilizadas segundo COLLINS (2006), devido à elevada resistência, baixo custo, mas devido ao desgaste excessivo é aconselhado fazer um tratamento térmico superficial, aumentando assim a dureza 11 Imagem retirada do artigo: Tipos de Engrenagens e Engrenagens Diferentes. Disponível em: < http://www.asaber.com.br/tipos-de-engrenagem-engrenagens-diferentes/>. 16 superficial da peça. Segundo o autor, as ligas mais utilizadas são o 4140 e 4340, por terem facilidade em sofrer tratamento térmico.Os processos de tratamentos mais utilizados são: • Nitretação: Utilizado com a finalidade de proporcionar superfícies de dente com elevada dureza; • Cementação seguida de Tratamento Térmico (Têmpera): Produzir uma superfície de dente dura e resistente ao desgaste. 3.2 - ENGRENAGENS DE FERRO FUNDIDO São baratas e apresentam elevada capacidade de amortecimento, tornando a operação relativamente silenciosa. De acordo com COLLNS (2006), o ASTM Grade 20 é a mais usual, porém outros com resistências mais elevadas são empregados em aplicações mais exigentes. Pinhões de aço são montados com engrenagens de ferro fundido, proporcionando uma resistência razoável com uma operação silenciosa. 3.3 - ENGRENAGENS DE LIGAS NÃO-FERROSAS De acordo com SANTOS (2007), as engrenagens de ligas não-ferrosas são utilizadas para evitar problemas de corrosão, ou como, por exemplo, em uma coroa sem-fim, onde elevadas velocidades de deslizamento devem ser absorvidas e uma maior conformabilidade do acoplamento, as ligas de bronze são comumente utilizadas. 17 3.4 - ENGRENAGENS DE POLIMEROS As engrenagens de polimeros são utilizados em aplicações com carregamento leve segundo SANTOS (2007), para se obter uma operação silenciosa, distribuição efetiva de carga devida à baixa rigidez e custo razoável. De acordo com o autor, os polímeros podem ser lubrificantes ou preenchidos com lubrificantes sólidos em alguns casos, para permitir o funcionamento do engrenamento a “seco”. As engrenagens de polímeros podem ser acopladas em eixos de aço ou ferro fundido, garantido as características do projeto. CAPÍTULO 4 - FALHAS EM ENGRENAGENS Segundo RODRIGUES (2008), as falhas em engrenagens ocorrem de formas variadas, dependendo do tipo de engrenagem, do tipo de transmissão requerida pelo sistema e pelo material base do corpo da engrenagem. Como engrenagens têm contato contínuo entre dentes, o modo como ocorrem esses contatos é responsável pela capacidade de carga que elas oferecem, dependendo da velocidade de contato entre dentes e superfícies, pois é esse contato que causa geração de calor. Segundo KODA (2009), a pressão de contato e a magnitude cíclica por fadiga nos dentes causam as principais influências sobre o desgaste dos dentes, já que as cargas operacionais em uma engrenagem estão concentradas em regiões de altas tensões, como no diâmetro primitivo e na raiz do dente, onde se concentram as tensões de contato e de flexão, respectivamente. 18 Figura 11: Tensões máximas e mínimas nos dentes. Fonte: Engrenagens _ Aula 0212 Para RODRIGUES (2008), a classificação do tipo de falha sofrida em uma engrenagem é realizada a partir do exame de aparência, tendo a necessidade de buscar as reais causas dessa falha que são obtidas através do estudo cinemático e cinético do mecanismo, a fim de entender os seus esforços e fazer as devidas modificações de projeto. Segundo RODRIGUES (2008), a maior parte das falhas em engrenagens tem origem ligada à montagem, a lubrificação inadequada e sobrecarga, sendo classificadas em quatro classes gerais: desgaste, fadiga, deformação plástica e quebras. Vários fatores influenciam na falha de uma engrenagem, os principais segundo KODA (2009), o uso ou não uso de lubrificante, a escolha do lubrificante correto, e o principal, com o desgaste dos dentes, as partículas que se soltam dos dentes ficam no meio dos dentes, fazendo com que os dentes se desgastem mais. Conclui-se então que as falhas em engrenagens são geralmente ligadas aos tópicos citados à cima, mas também podem ocorrer falhas ligadas a erro de projeto e de fabricação, mas independente do causador da falha, ela deve ter um tratamento corretivo especial, para evitar uma nova quebra, podendo danificar a máquina ou 12 Disponível em: www.dem.ufba.br/download/ENG444/Engrenagens%20aula2.ppt 19 mecanismo que opera esse conjunto de engrenagens. Segundo COLLINS (2006), o mais indicado quando ocorremfalhas em engrenagens é trocar o conjunto de engrenagens a qual teve um dano, para garantir que a engrenagem que seja colocada no lugar da danificada e se ajuste a outra nova, para garantir uma perfeita sincronia entre ambas, caso que não aconteceria se estivesse sendo usadas uma nova e uma com desgastes. Segundo KODA (2009), para não ocorrerem surpresas quanto à vida útil das engrenagens empregadas em determinado mecanismo, deve-se fazer inspeções de rotina, verificando folgas, dimensões, trincas superficiais, lascamentos, etc., dados que permitem ao responsável pela manutenção prevenir quebras ou desgaste excessivo podendo fazer a troca das mesmas antes de ocorrer um problema envolvendo todo o mecanismo. 4.1 - DESGASTES DOS DENTES O desgaste dos dentes de engrenagens ocorre pelo atrito, como ocorre um contato direto entre os dentes na transmissão de potencia e velocidade, acaba ocorrendo um desgaste nos dentes gerando perda de material para o meio onde está trabalhando. Os mecanismos de desgaste que ocorrem em engrenagens, segundo KODA (2009) e RODRIGUES (2008), são classificados em: fadiga de contato, adesão, abrasão, corrosão, deformação plástica e quebras. Figura 12: Dente desgastado. Fonte: Curso de Especialização em Manutenção Produtiva Total 13. 13 Curso ministrado pelo Prof. Msc. Luiz Eduardo Miranda Rodrigues, disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAH3EAB/manuntencao-engrenagens. 20 A fadiga de contato ocorre em circunstâncias normais de trabalho e é a mais comum forma de desgaste que ocorre nas engrenagens. Segundo o autor KODA (2008), afadiga de contato ocorre geralmente por acumulo de tensões superficiais, gerados por tensões cíclicas na superfície. A fadiga de contato fica nítida quando começa a surgir micro trincas na superfície do dente, geralmente, ocorrem no diâmetro primitivo do dente, onde se concentram as tensões de contato. Quando a fadiga superficial fica mais consistente, os dentes podem estar suscetíveis a ruptura, podendo gerar danos mais sérios ao mecanismo, então, o ideal é sempre verificar as condições superficiais dos dentes, para fazer a troca do conjunto de engrenagens antes da ruptura de uma delas. Figura 13: Engrenagem com “pits” 14, originado pela fadiga de contato. Fonte: Engrenagens _ Aula 0215. A adesão acontece em toda a vida útil de uma engrenagem, desde que ela é posta a trabalhar, começam a ocorrer esfregamentos entre dente motor e dente movido, causando um alisamento da superfície, o que caracteriza a adesão. Segundo KODA (2009), a superfície onde ocorre esse contato contínuo chega a ter partículas menores que 10µm. A adesão ocorre através do amaciamento da superfície, que segundo RODRIGUES (2008), é o processo que ocorre com o contato de metal com metal, ele ocorre durante a operação normal das engrenagens e sua principal característica é uma superfície do dente muito lisa, resultante do atrito entre os dentes quando estão operando. O amaciamento de uma superfície ocorre quando as engrenagens trabalham em baixa velocidade e com um filme de óleo muito fino, mas em geral, o amaciamento não constitui um problema, podendo ser resolvido com a mudança do tipo de óleo lubrificante, escolhendo um com viscosidade maior. 14 Pits: significa buraco, Tradução livre do autor. 15 Disponível em: www.dem.ufba.br/download/ENG444/Engrenagens%20aula2.ppt. 21 Segundo KODA (2009), a abrasão ocorre pela presença de resíduos que se formam a partir do desgaste dos dentes, esses resíduos ficam entre os dentes aumentando o desgaste dos dentes em trabalho. Essas partículas quando ficam evolvidas no lubrificante intensificam ainda mais o problema, causando um desgaste ainda maior. A solução para esse problema seria instalar um filtro de óleo, para retirar as impurezas do óleo melhorando o desempenho do óleo e prolongando a vida útil das engrenagens. O desgaste provocado pela abrasão pode ser classificado em moderado e acentuado segundo RODRIGUES (2008), sendo o desgaste moderado apenas o deslizamento entre dentes provocado por sobrecarga, dureza insuficiente, ruim lubrificação e o desgaste acentuado são semelhantes ao acentuado, mas tem uma remoção de material mais rápida e de muito mais material, fazendo com que a vida útil da engrenagem seja muito pequena. A causa do desgaste acentuado dos dentes ocorre por insuficiência de lubrificação, escolha do óleo inadequado, filtragem inadequada, entre outras causas existentes. Segundo KODA (2009) e RODRIGUES (2008), a corrosão é a perda de material devido a reações químicas ou eletrolíticas na superfície, podem ser geradas de diversas formas, desde aditivos do próprio óleo lubrificante até o próprio ar do meio de trabalho da engrenagem. As deformações plásticas ocorrem segundo RODRIGUES (2008), quando as altas tensões de contato junto com o movimento de rolamento e deslizamento dos dentes ultrapassam o limite de escoamento do material. Geralmente ocorre quando o material da engrenagem é de baixa dureza e não tem tratamento térmico na superfície, mas também podem ocorrer por sobrecargas. De acordo com RODRIGUES (2008), existem três tipos de deformação plástica que ocorrem em engrenagens, o escoamento a frio, o enrugamento e o escoamento direcional. O escoamento a frio acontece quando ocorre escoamento de material da superfície do dente, o enrugamento forma uma superfície ondulada na superfície do dente, sendo comum em engrenagens que tenham passado por um tratamento térmico e o escoamento direcional causa vários picos e valos que se formam na direção dos dentes. 22 Figura 14: Engrenagem com escoamento a frio. Fonte: Curso de Especialização em Manutenção Produtiva Total 16. Figura 15: Engrenagem com superfície com enrugamento. Fonte: Curso de Especialização em Manutenção Produtiva Total 17. Figura 16: Engrenagem com escoamento direcional. Fonte: Curso de Especialização em Manutenção Produtiva Total 18. 16 Curso ministrado pelo Prof. Msc. Luiz Eduardo Miranda Rodrigues, disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAH3EAB/manuntencao-engrenagens. 17 Curso ministrado pelo Prof. Msc. Luiz Eduardo Miranda Rodrigues, disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAH3EAB/manuntencao-engrenagens. 18 Curso ministrado pelo Prof. Msc. Luiz Eduardo Miranda Rodrigues, disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAH3EAB/manuntencao-engrenagens. 23 Por fim temos as quebras de engrenagens, segundo RODRIGUES (2008), elas podem ser geradas por fadiga ou por sobrecarga. Quando ocorre uma concentração de tensões e aparece uma trinca a falha ocorreu por fadiga, já quando ocorrem sobrecargas no sistema geradas por impactos, gripamento de dentes, a quebra gerada se classifica como quebra por sobrecarga. Figura 17: Falha por impacto (carga excessiva). Fonte: Engrenagens _ Aula 02 19. 19 Disponível em: www.dem.ufba.br/download/ENG444/Engrenagens%20aula2.ppt. 24 CAPÍTULO 5 - CONCLUSÃO A engrenagem é um dos dispositos mais revolucionarios já inventados até hoje, imagine como seria transmitir torque de um eixo a outro sem ter quase perda de potencia e sem usar acoplamentos por engrenagem, impossível. Portanto, tudo que prescisamos transmitir entre mecanismos, tanto velocidade, torque, potencia, como tambem com eixos paralelos, perpendiculares, em ângulo, com linhas de centro se cruzando ounão, ou seja, para tudo que necessitamos de uma boa transmissão de forças é extremamente indicado o uso das engrenagens. A maior preocupação no uso das engrenagens é a vida util das mesmas, isso depende do trabalho as quais vão se submetr, ao material usado na fabricação como tambem a fabricação delas. Geralmente as falhas ocorridas em engrenagens são de origem do deslizamento dos dentes, caso da adesão e deformação plastica, casos que podem se tronar rupturas se não tratados, mas geralmente são controlados e dão uma vida util a engrenagem maior do que, se ocorresse a abrasão ou a corrosão na superficie, por exemplo. Tudo que usamos tem ser estudado para ter o maximo de rendimento, e esse estudo cai sobre as engrenagens tambem, pois não adianta usar uma engrenagem com uma alta dureza e sem proteção contra corrosão em um local de alto calor provocado por gases, que a engrenagem vai falhar por corrosão da superficie, ou seja, identificar o local de trabalho, a dureza requerida para a aplicação, os possiveis problemas gerados com a engrenagem em operação e depois sim, dimensionar o material, tratamento superficial, dureza, forma dos dentes,etc.. 25 CAPÍTULO 6 - REFERÊNCIAS ANDRADE, M. Sc. Alan Sulato de. Elementos de máquinas II AT-102. 2010. CASTRO, Ricardo Millego de. CRITÉRIO DE PROJETO PARA ENGRENAGENS HELICOIDAIS APLICADAS EM TRANSMISSÕES MECÂNICAS VEICULARES. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Automotiva. 2005. COLLINS, Jack A... Projeto Mecânico de Elementos de Maquinas. Editora LTC, 1ª Edição. 2006. Engrenagens _ Aula 02. Disponível em: <www.dem.ufba.br/download/ENG444/ Engrenagens%20aula2.ppt>; acessado no dia 05/ 05/ 2011 às 15h. KODA, Fabio. ESTUDO DA FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS. 2009. Dissertação de mestrado apresentada na Universidade Tecnológica Federal do Paraná- UTFPR. NICE, Karim. Como funcionam as engrenagens. Engrenagens de dentes retos. 2009. Disponível em: < http://ciencia.hsw.uol.com.br/engrenagens2.htm>. NICE, Karim. Como funcionam as engrenagens. Engrenagens helicoidais. 2009. Disponível em: < http://ciencia.hsw.uol.com.br/engrenagens3.htm>. RODRIGUES, Prof. Msc. Luis Eduardo Miranda. Curso de Especialização em Manutenção Produtiva Total. 2008. SANTOS JÚNIOR, Prof.Dr. Auteliano Antunes. Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos. Apostila para o curso: EM 718 – Elementos de Maquinas II. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. 2002. SOUZA, Jefferson. Tipos de enrenagens. 2008. Disponível em: <http://jeffoliveira. blogspot.com/2008/10/engrenagem.html>. Acessado em 10/ 05/ 2011 às 15h. 26 Tipos de engrenagens e engrenagens diferentes. Disponível em: <http://www.asaber.com.br/tipos-de-engrenagem-engrenagens-diferentes/>. Acessado em 10/ 05/ 2011 as 14h. Engrenagem. Disponível em: <http://www.itver.com.br/engrenagens/especiais/ index.asp>. Acessado em 10/ 05/ 2011 às 15h. Engrenagem Hipóide. Disponível em: < http://portuguese.alibaba.com/product- gs/hypoid-gear-356141281.html>. Acessado em 09/ 05/ 2011 às 21h. Engenharia e Mecanica de leonardo da vinci. Disponível em: < http:// projectodavinci.blogspot.com/2009/05/elementos-das-invencoes-de-da-vinci.html>. Acessado em 11/ 05/ 2011 às 21:30h.
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