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Direito Constitucional I Profa. Lílian Reis DIREITO CONSTITUCIONAL Direito Constitucional Origem triunfo político das revoluções liberais do século XVIII (americana e francesa). Propósito limitação do poder mediante a consagração de um sistema de separação das funções estatais e de uma declaração de direitos. Estudar, organizar e fundamentar um sistema de coexistência e convívio harmônico entre o Estado e os indivíduos. Direito Constitucional Vitória das revoluções democráticas = surgimento de Constituições escritas Ex: Constituição americana de 1787, Constituição francesa de 1791 EPISÓDIOS HISTÓRICOS PARA O APARECIMENTO DO DIREITO CONSTITUCIONAL COMO DISCIPLINA JURÍDICA 26/09/1791 a Assembleia Nacional Constituinte da França decidiu que as Faculdades de Direito seriam obrigadas a ensinar a Constituição francesa aos jovens estudantes. 26/08/1789 Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão produzida pela Revolução Francesa, que em seu art. 16 assim dispôs: “toda sociedade na qual não esteja assegurada a garantia dos direitos nem determinada a separação de poderes não possui Constituição”. PRIMEIRAS CADEIRAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL Criação marcada sob a influência direta da Revolução Francesa 1797 em Ferrara, ao norte da Itália; 1798 Universidades de Pádua e Bolonha; 1834 na Faculdade de Direito de Paris, na França; 1940 no Brasil, através do Decreto-Lei nº 2.639, de 27 de setembro de 1940. MARCO TEMPORAL DO DIREITO CONSTITUCIONAL COMO DISCIPLINA JURÍDICA AUTÔNOMA sua estreita vinculação com os movimentos políticos que puseram termo ao Estado absoluto e abriram caminho para a implantação de um novo modelo de organização política, fundada na limitação constitucional do exercício do poder e na proteção das liberdades públicas. CONCEITO DE DIREITO CONSTITUCIONAL O conceito de Direito Constitucional está estreitamente vinculado à sua origem. O Direito Constitucional não pode ser definido simplesmente como ramo do direito que estuda as normas contidas na Constituição. CONCEITO DE DIREITO CONSTITUCIONAL “Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado”. – José Afonso da Silva “Direito Constitucional é um conjunto de normas que determinam a estrutura do Estado, disciplinam a composição e o funcionamento dos órgãos constitucionais e fixam os principais esteios do regime político do Estado”. – Pietro Virga CONCEITO DE DIREITO CONSTITUCIONAL “Direito Constitucional é o ramo fundamental do Direito que investiga, estuda e sistematiza as normas e instituições que dispõem sobre as bases e elementos fundamentais do Estado, determinando sua estrutura, organização e seus fins, a composição e o funcionamento de seus órgãos superiores, disciplinando o modo de aquisição e ascensão ao poder e os limites de sua atuação, assim como os direitos e as garantias fundamentais do indivíduo e da coletividade”. – Dirley da Cunha Jr. CONCEITO DE DIREITO CONSTITUCIONAL O Direito Constitucional destaca-se como um Superdireito, não só porque provém, como direito positivo, do Poder Constituinte, mas também porque domina todos os ramos do Direito submetendo- os a seus princípios, estabelecendo os seus fundamentos e condicionando a sua interpretação, aplicação e validade. CONCEITO DE DIREITO CONSTITUCIONAL É a fonte maior de legitimação de todo o Direito na medida em que funciona como a pedra angular de toda ordem jurídica. Na feliz comparação de Wilson Accioli, “assemelha-se um grande rio para o qual vão convergindo seus inúmeros afluentes”. OBJETO DO DIREITO CONSTITUCIONAL Conhecimento científico e sistematizado da organização fundamental do Estado, através da investigação e estudo dos princípios e regras constitucionais atinentes à forma do Estado, à forma e ao sistema de Governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, à composição e funcionamento de seus órgãos, aos limites de sua atuação e aos direitos e garantias fundamentais. DIVISÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL (quanto ao seu conteúdo científico) 1) Direito Constitucional Especial, Positivo ou Particular; 2) Direito Constitucional Comparado; 3) Direito Constitucional Geral. DIVISÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL (quanto ao seu conteúdo científico) 1) Direito Constitucional Especial, Positivo ou Particular cuida- se do Direito Constitucional de um determinado Estado, que tem por objeto o estudo e conhecimento de sua Constituição em vigor. Ex: Direito Constitucional brasileiro, Direito Constitucional americano, Direito Constitucional alemão, etc. DIVISÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL (quanto ao seu conteúdo científico) 2) Direito Constitucional Comparado trata-se do Direito Constitucional que se ocupa com o estudo teórico das normas constitucionais positivas, confrontando as suas normas e instituições fundamentais. No tempo comparando as Constituições de um mesmo Estado. Ex: Estudo comparado das Constituições brasileiras. No espaço confrontar as Constituições de Estados diferentes. DIVISÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL (quanto ao seu conteúdo científico) 3) Direito Constitucional Geral “é aquela disciplina que, tendo por base o Direito Constitucional Comparado, delineia uma série de princípios, conceitos e instituições, que se encontram nos vários direitos positivos, para classificá-los e sistematizá-los numa visão unitária”. – Santi Romano. RELAÇÕES DO DIREITO CONSTITUCIONAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO O Direito Constitucional afigura-se como a mais importante esfera da ordem jurídica que está em maior, mais contínua e geral conexão com todos os demais ramos do Direito, coordenando-os e assegurando a indissolúvel unidade da ordenação. – Santi Romano. 1) DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITO ADMINISTRATIVO O D. Administrativo é o que recebe maior influência; Alguns autores chegam a qualificar o D. Administrativo como parte do D. Constitucional; O D. Constitucional disponibiliza ao D. Administrativo os princípios gerais e os fundamentos da organização da Administração Pública, bem como as regras básicas para a elaboração dos regimes funcionais dos agentes administrativos. 2) DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITO PENAL O D. Constitucional fixa os fundamentos e os limites da pretensão punitiva do Estado, garantindo o sagrado direito de defesa do acusado; O D. Constitucional define uma gama de direitos e garantias fundamentais como efetivos limites à atuação estatal punitiva; O D. Penal moderno assenta-se em princípios constitucionais garantidores do direito de liberdade perante o poder punitivo estatal. 3) DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITO PROCESSUAL Garantia do acesso à Justiça (art. 5º, inciso XXXV da CF/88); Devido processo legal (art. 5º, inciso LIV da CF/88); Contraditório e ampla defesa (art. 5º, inciso LV da CF/88); Inadmissibilidade, no processo, de provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, inciso LVI da CF/88); A razoável duração do processo, no âmbito judicial e administrativo, e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação (art. 5º, inciso LXXVIII da CF/88). 4) DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITO DO TRABALHO A Constituição Federal possui normas que asseguram aos trabalhadores urbanos e rurais inúmeros direitos que visam a melhoria de sua condição social – art. 7º da CF/88. 5) DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITO CIVIL Antigamente o D. Civil se limitava a reger as relações privadas; Posteriormente foi ocorrendo um processo natural de publicização do Direito Privado; A Constituição de 1988 assegura a igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações (art. 5º, inciso I); Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homeme pela mulher (art. 226, § 5º); Reconhece a união estável e sinaliza a proteção das uniões homoafetivas (art. 226, §3º). 6) DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITO TRIBUTÁRIO O D. Constitucional delineia o sistema tributário nacional, dando o conceito de tributo, discriminando a competência tributária, as espécies de tributos e estabelecendo um regime tributário, através da fixação de limites ao poder de tributar. 7) DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Corrente dualista cumpre ao direito interno regular as relações internas, enquanto ao direito internacional a disciplina das relações entre os Estados. Corrente monista existe uma ordem jurídica única, onde coexistem o direito interno e o direito internacional. 7) DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO No Brasil foi adotado o monismo moderado, de sorte que o tratado internacional se incorpora ao direito interno com igual nível hierárquico da lei ordinária, desde que esteja em consonância formal e material com a Constituição, sob pena de inconstitucionalidade. RELAÇÕES DO DIREITO CONSTITUCIONAL COM DISCIPLINAS AFINS DE CARÁTER NÃO-JURÍDICO 1) DIREITO CONSTITUCIONAL E A TEORIA GERAL DO ESTADO A Teoria Geral do Estado é uma ciência política que examina o Estado em geral, o Estado como fato social e fenômeno político, indagando-lhe a origem e a finalidade, descrevendo a estrutura, forma e funcionamento de seus órgãos. 2) DIREITO CONSTITUCIONAL E A SOCIOLOGIA O D. Constitucional também se volta para o confronto e solução dos problemas sociais, visando a construção de uma sociedade livre, justa e solidária (art. 3º, inciso I da CF), bem como a erradicação da pobreza e da marginalização e redução das desigualdades sociais e regionais (art. 3º, III da CF). 3) DIREITO CONSTITUCIONAL E A FILOSOFIA O D. Constitucional busca na Filosofia os esclarecimentos necessários sobre os valores que inspiram as organizações políticas e sobre as referências teóricas que lastreiam muitos dos institutos que servem àquele ramo do direito. 4) DIREITO CONSTITUCIONAL E A ECONOMIA No momento atual, os problemas econômicos transformaram-se em problemas constitucionais, haja vista a preocupação crescente das Constituições contemporâneas na regulamentação das atividades econômicas. FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL Fontes Imediatas a própria Constituição política, fonte primária do Direito Constitucional, que estabelece as diretrizes políticas e organizacionais de uma sociedade. Fontes Mediatas a doutrina, a jurisprudência e os costumes e tradições do povo.
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