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Revisão Teoria da Constituição VF

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Revisão Teoria da Constituição
Capítulo 07 – Poder Constituinte Derivado
Poder Constituinte Derivado: Envolve a reforma constitucional e o poder dos entes Estados-membros de elaborarem e de modificarem as suas constituições estaduais, e, também o dos municípios de editarem e alterarem as suas leis orgânicas.
Não possui as características que a doutrina tradicional atribuiu ao poder constituinte originário (Não é inicial, ilimitado ou incondicionado).
Não se trata de um verdadeiro poder constituinte, mas de um poder constituído ou instituído, que tem como características a derivação, a subordinação e o condicionamento.
A Constituição pode ser alterada formal e informalmente. As mudanças formais são aquelas em que importam alteração do seu texto. As mudanças informais – conhecidas como mutações constitucionais serão estudadas depois.
Mecanismos para alteração formal da Constituição: 
- Emenda constitucional (art. 60, CF);
- Incorporação de tratados internacionais de direitos humanos por procedimento agravado (art. 5º, § 3º, CF);
- Revisão constitucional (art. 3º, ADCT).
Mecanismo para alteração informal da Constituição:
- Mutação constitucional
Notas de caderno
Os tratados estão acima das leis ordinárias, pois são tratados sobre direitos humanos -> Valor moral
Se for por procedimento agravado, torna-se emenda da CF
- Conceito
*Derivado: Não funda nova ordem jurídica; está submetido ao originário
*Subordinado (ou limitado): Por que encontra limites na Constituição
*Condicionado: Realizado perante procedimentos previstos na Constituição
-Limites
a) Formais
b) Circunstanciais
c) Temporais
d) Materiais
Formais (art. 60, §§ 2º e 3º) 
Dizem respeito ao procedimento necessário para alterar a Constituição e aos agentes nele envolvidos; dizem respeito à forma como pode ser alterado o texto constitucional. São o principal elemento para se aferir o grau de dificuldade da alteração formal de uma Constituição.
Quanto mais difícil o processo, menos alterações serão aprovadas.
	- Quem pode propor mudanças?
	- Quem deve aprova-las?
	- Quantas votações, qual o seu intervalo, e qual o quórum necessário para que haja a aprovação da modificação da Constituição?
Os limites formais, também chamados de procedimentais, devem obedecer os seguintes preceitos:
Iniciativa do Presidente da República ou a um terço, no mínimo, de Deputados Federais ou um terço de senadores, ou ainda, por mais da metade das Assembleias Legislativas estaduais.
A proposta deve ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação, discutida e aprovada em um turno volta a ser discutida e votada em outro, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
Circunstanciais (art. 60 § 1º)
Estabelecem momentos específicos, de crise institucional, em que a Constituição não pode ser modificada; Visam a impedir que se aprovem mudanças constitucionais em contextos de grave crise institucional, em que provavelmente não existiria a tranquilidade necessária para a adoção de medida de tamanha importância. A Constituição de 88 vedou a reforma constitucional “na vigência de intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa” (art. 60, § 1º). Desde a promulgação da Constituição, nenhuma destas situações de crise foi formalmente decretada.
 Temporais (art. 60, § 5º e art. 3, ADCT)
Preveem intervalos mínimos para mudanças na Constituição, ou impedem alterações do texto constitucional até escoado um determinado prazo de vigência do mesmo; São instituídos para conferir maior estabilidade à Constituição, impedindo ou dificultando mudanças prematuras em seu texto, antes que tenha decorrido um tempo mínimo para tais alterações, de modo a evitar uma frequência excessiva de reformas constitucionais. São os intervalos que existem entre as votações
Materiais (“Cláusulas pétreas”)
Vedam certas deliberações do poder constituinte derivado; Subtraem do alcance do poder constituinte reformador determinadas decisões.
- Art. 60, § 4º, CF
- Linhas de justificação
- Cláusulas pétreas: São limitações materiais ao poder de reforma da constituição de um Estado. Em outras palavras, são dispositivos que não podem ter alteração, nem mesmo por meio de emenda, tendentes a abolir as normas constitucionais relativas às matérias por elas definidas.
Argumentos em favor das cláusulas pétreas: (a) o da superioridade do poder constituinte sobre os poderes constituídos, pela origem popular do primeiro; (b) o da identidade constitucional; (c) o procedimental; (d) o do pré-compromisso; e (e) o do neocontratualismo.
O argumento mais tradicional em favor das cláusulas pétreas é o de que a sua criação decorre de uma decisão do próprio povo, na qualidade de titular do poder constituinte. Os representantes do povo, no exercício de poderes constituídos, têm desse curvar a esta decisão, pois os mandatários devem se submeter à vontade dos seus mandantes.
No Brasil, é recorrente o argumento segundo o qual os limites materiais ao poder de reforma têm a função de garantir a permanência da identidade da Constituição, permitindo que ela se altere sem que deixe de ser, no fundamental, a mesma Constituição.
Outro argumento também utilizado com frequência é o procedimental: os limites materiais configurariam condições que estruturam o funcionamento regular da vida democrática. Sua única função seria proteger a democracia, garantindo os respectivos pressupostos. O argumento tem a vantagem de enfrentar o problema: ao invés de as cláusulas pétreas imporem o governo dos mortos sobre os vivos, eles serviriam para possibilitar aos vivos que continuem se autogovernando. 
Há quem sustente que as cláusulas pétreas representam um pré-compromisso popular assumido durante o momento constituinte. À grosso modo, é como se, por analogia, um rapaz sóbrio chega a uma festa, entrega as chaves do carro para um amigo e pede a este que não as restitua ao fim do evento, caso verifique que o dono do carro está embriagado, mesmo se ele insistir. Assim, também o povo se auto-restringiria, nos momentos constituintes, para impedir que, em situações futuras de irracionalidade política, destruísse os princípios fundamentais antes estabelecidos. A legitimidade desse tipo de limite decorreria, portanto, da vontade do próprio povo, declarada em momento de sobriedade e reflexão.
O argumento neocontratualista sustenta que as cláusulas pétreas são “condições para associação”, consubstanciando garantias mínimas para que todos tenham interesse na permanência e na estabilidade da comunidade política.
* Notas do caderno sobre “cláusulas pétreas” *
Sua decisão decorre do próprio povo na condição de titular do poder Constituinte
Os limites materiais e o poder de reforma têm a função de garantir a permanência da identidade da Constituição
As reformas não podem alterar a identidade da Constituição
As cláusulas pétreas representam um pré-compromisso popular durante o momento constituinte
Argumento procedimental: Os limites materiais configurariam condições que estruturam o funcionamento regular da vida democrática
As cláusulas pétreas existem apenas para garantir a democracia
	-Crítica: Existem cláusulas que não tem qualquer relação com a democracia, e sim com assuntos diversos
	-Vantagem: Assegura os procedimentos democráticos, mas justifica a proteção das liberdades individuais
 
Espécies de cláusula pétrea (art. 60, § 4º, CF)
Forma federativa de Estado
- Repartição de competências
- Autonomia de cada ente
- Participação na formação da vontade do poder global
O federalismo é um arranjo institucional que envolve a partilha vertical do poder entre diversas entidades políticas autônomas, que coexistem no interior de um Estado soberano. Trata-se de um modelo de organização política que busca conciliar a unidade com a diversidade. Ele envolve a repartição de poderes no plano espacial, o que evita a concentraçãoexcessiva de poderes, que poderia favorecer o autoritarismo. Aproxima o exercício do poder político dos seus destinatários, possibilitando que o povo tenha maior participação e exerça mais de perto o controle sobre as decisões e atividades públicas.
Voto direto, secreto, universal e periódico
O voto direto é aquele que leva à escolha do representante, e não à indicação de intermediários para fazerem essa mesma escolha. O voto secreto é uma garantia da liberdade do eleitor. A universalidade do voto é a sua tendencial extensão a todos os nacionais que tiverem condições de participar da vida política. Não se admitem restrições censitárias, capacitarias, ou de qualquer outra natureza ao direito de voto, salvo situações muito tópicas e excepcionais. O voto periódico é aquele que ocorre regularmente, pela frequência das eleições, que ocorrem em intervalos predefinidos.
Separação de poderes
A separação de poderes foi concebida pelo constitucionalismo liberal para assegurar a moderação no exercício do poder, evitando o arbítrio dos governantes e protegendo a liberdade dos governados. A ideia essencial é a de que, ao se conferir funções estatais diferentes a órgãos e pessoas diversas, evita-se uma concentração excessiva de poderes nas mãos de qualquer autoridade, afastando-se o risco do despotismo. Segundo esse princípio, existem três requisitos:
- Uma mesma pessoa não pode ter cargo em dois poderes distintos
- Um poder não pode destituir um integrante de outra força política, apenas razões jurídicas.
- A cada poder são atribuídos funções típicas e atípicas. A importância desse princípio é evitar que um poder seja hegemônico a outro.
Direitos e garantias individuais
Uma das características centrais da Constituição de 88 é o seu profundo compromisso com os direitos humanos. A Constituição consagrou um elenco generoso de direitos fundamentais de várias dimensões, e se preocupou em reforçar a sua proteção. Uma das medidas usadas para esse reforço foi a sua inclusão no elenco dos limites materiais ao poder de reforma constitucional, o que ocorreu pela primeira vez na história. Tais direitos foram subtraídos não só do alcance do legislador, como do próprio constituinte derivado, o que lhes conferiu uma posição especialmente privilegiada em nosso ordenamento.
Questões específicas: (a) Ela salvaguarda apenas os direitos de 1ª geração, de natureza preponderantemente negativa, ou a proteção constitucional reforçada se estende também a outros direitos fundamentais, como os políticos, sociais e coletivos? (b) A proteção resguarda direitos materialmente fundamentais que não estejam inseridos no catálogo de direitos existente na Constituição (c) Ela se aplica a direitos que, embora não sejam materialmente constitucionais, tenham sido incorporados ao aludido catálogo pelo constituinte? (d) É possível a edição de emenda constitucional que atinja direitos adquiridos?
Revisão Constitucional
Nossa Constituição usou a expressão “revisão constitucional” em sentido específico, para aludir ao processo de alteração o texto constitucional previsto no art. 3º do ADCT, que deveria ocorrer uma única vez, após cinco anos de vigência da Constituição, e que teve curso entre outubro de 1993 e abril de 1994. Trata-se, portanto, de preceito de eficácia exaurida. De acordo com o referido dispositivo constitucional: “A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da data da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta do Congresso Nacional, em sessão unicameral.”
	Poder constituinte decorrente
É o Poder dos Estados Membros elaborarem suas Constituições, sempre respeitando a simetria com a Constituição Federal. Trata-se de competência que se inclui na noção autonomia estadual, na sua dimensão de poder de auto-organização. 
Como o poder de reforma, o poder constituinte decorrente não é inicial, mas derivado da Constituição que o consagra e regula; não é soberano, mas limitado pela ordem constitucional federal; e é condicionado, já que exercido de acordo com os procedimentos traçados pela Constituição. No Brasil, como os municípios são entes da federação, eles também possuem poder de auto-organização, expressamente consagrado no art. 29 da Constituição.
O poder constituinte decorrente, como destacado, é condicionado. Portanto, a elaboração das constituições estaduais têm de observar o procedimento prescrito na Constituição Federal, que tratou do tema no art. 11 do ADCT: “Cada Assembleia Legislativa, como poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição federal, obedecidos os princípios desta”. Vê-se, portanto, que a Constituição federal impôs apenas um limite formal e um limite temporal explícitos para a elaboração das constituições estaduais. O limite formal consiste na exigência de que redação das constituições caiba às assembleias legislativas de cada Estado. O limite temporal foi o prazo de um ano fixado para a sua edição. 
Apesar da ausência de qualquer alusão a quórum de aprovação, as assembleias constituintes estaduais adotaram, em geral, a regra da maioria absoluta, utilizada na Assembleia Constituinte nacional de 87/88.
O poder constituinte decorrente se justifica pela necessidade de que os entes federativos possam se estruturar de acordo com as suas peculiaridades e a vontade de seu povo, desde que respeitados os limites impostos pela Constituição. Portanto, o seu reconhecimento incorpora a valorização do pluralismo, ao permitir que unidades federais diferentes se organizem de forma distinta.

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