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CIÊNCIA POLÍTICA Casos Concretos do 1 ao 16 AV1 AV2

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CIÊNCIA POLÍTICA
2016.1
CASOS CONCRETOS
01 - Introdução à disciplina Ciência Política
Em reportagem constante em http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2012/06/20/201cdesinteresse-por-
politicaameaca-a-democracia201d, o filósofo francês Francis Wolff, um ardoroso defensor da democracia,
afirmou que um de seus alvos no estudo da política é exatamente o apolitismo.
Em sua opinião, o desinteresse dos cidadãos pela política ameaça a democracia, ao fomentar entre outros males
a ação do que chama de políticos profissionais. Livre de cobranças, esse grupo teria o hábito de aprovar ou
impor medidas descoladas das verdadeiras necessidades e desejos dos cidadãos. Por isso, para o filósofo, o
apolitismo, seria a recusa dos cidadãos, explícita ou implícita, em participar da vida da comunidade política e
das escolhas que essa comunidade faz, ou seja, seria o desinteresse pela coisa pública.
Diante do texto acima e, de acordo com o que você apreendeu da leitura referente à Aula 1, responda:
a) A verdadeira concepção de política se coaduna com o desinteresse da coisa pública pela cidadania?
Ao contrário, a concepção política deve, como base da coisa pública, ter foco na cidadania, pois o Estado,
embora não concebido com o propósito de governar para o bem comum social, este veio, com as
revoluções e amadurecimento social, passar a ter esse viés de propósito existencial, portanto o correto é
afirmar que a verdadeira concepção de política se coaduna com o INTERESSE da coisa pública pela
cidadania.
b) Estaria correta a afirmação do filósofo Francis Wolff quando afirma que "o desinteresse dos cidadãos pela
política ameaça a democracia"? Justifique sua resposta.
Perfeita é a colocação de Francis Wolff ao afirmar que "o desinteresse dos cidadãos pela política ameaça
a democracia", basta olhar para a civilização grega onde o ato de ser cidadão era um reflexo de sua
participação política, dessa forma, todos aqueles considerados cidadãos eram ouvidos, tendo a
oportunidade de expressar os seus anseios, as suas satisfações e insatisfações para subsidiar o processo de
formação da vontade coletiva.
Quando uma minoria é que detém o interesse político, a nação será governada com base apenas no 
interesse dessa classe (políticos profissionais) que irá priorizar o interesse próprio. Tal postura é típica 
dos chamados Governos Oligárquicos.
02 - Política: entre ciência e discurso
Sabe-se que um discurso político pode ser convincente quando fundado em raciocínio claro, baseando-se sobre
as faculdades intelectuais e estando voltado para o estabelecimento de verdade. Neste caso, obtém-se a
persuasão através de argumentos que levam o auditório a acreditar que a perspectiva do orador é correta. Neste
sentido, responda:
a) Em uma democracia, pode haver outros elementos discursivos que influenciem no processo de
convencimento do auditório?
O discurso político é sempre direcionado às massas. Seu propósito é convencer os seus ouvintes, seja pelos
feitos já executados e seus benefícios trazidos, seja para algo a ser implantado que necessita de apoio
popular. As palavras são o meio empregado para o convencimento, escolhê-las de forma sábia é essencial
para a conquista do fim almejado. Porém, o ato de se comunicar não se limita apenas às palavras
pronunciadas. O autor do discurso deve ser uma pessoa eloquente, que além de saber escolher as
palavras deve usá-las carregadas de emoção e de gestos que as acompanham, para, assim, potencializar
os efeitos do convencimento do discurso.
http://2.bp.blogspot.com/-35XEv1BVMkw/T6rq5pi7xHI/AAAAAAAACa0/EaWYVH_mZqs/s640/C
%C3%A9rebro+e+cora%C3%A7%C3%A3o.JPG
b) Observando a charge acima, poderia a mesma produzir algum sentido na discussão sobre os limites do
discurso político? Explique.
A política deve ser praticada tendo por base a ética. Pensando nisso, é interessante se fazer uma reflexão
sobre a possibilidade de se proibir que o discurso político seja praticado com apelo às emoções. A ênfase
estaria mais no raciocínio lógico e claro do discurso, tendo como base a verdade, e menos na capacidade
de convencimento do discursante que se utiliza das emoções e do espírito acalourado das multidões para
compensar a carência persuasiva dos seus argumentos.
03 - A origem do Estado: principais linhas teóricas
Como vimos, em Hobbes, o contrato social faz com que os indivíduos abdiquem de sua infinita liberdade e a
entreguem a um soberano, que deve garantir suas vidas e uma ordem social segura. Com este acordo, segundo
Hobbes, está criada a sociedade e também o Estado. Neste sentido, pergunta-se:
a) Quais as finalidades do Estado em Hobbes?
Para Hobbes o Estado tem a função de conter, de monitorar o homem, já que para o autor a natureza do
ser humano é perversa. 
b) Analisando a situação expressa na charge abaixo - corriqueira nas grandes cidades brasileiras –, o que
supostamente poderia ser dito por Hobbes a partir dos termos pactuados no Contrato Social?
http://1.bp.blogspot.com/-H8k1REyO9Gg/T_Be4XKAVWI/AAAAAAAARoU/kRDvjCy_SFA/s1600/1charge_violencia_controle.png
Para Hobbes o Estado deveria monitorar constantemente os seus cidadãos, pois “o homem é o lobo do
homem”. O autor já dizia que o Estado deve ser como o Leviatã - forte, atemorizante, para que os que
estão sob sua égide adotem determinados proceder impostos aquela sociedade. Também defendia Hobbes
que quando o Estado se afasta, os indivíduos praticam atos que normalmente não praticariam sob olhar
estatal. Por isso, Hobbes defendia que o Estado deve ser onipresente.
04 - A origem do Estado: principais linhas teóricas (2ª parte)
(https://paginadozero.files.wordpress.com/2013/01/charge-henfil-queremos-o-poder2.jpg) 
Como foi dito, o contratualismo é um rótulo teórico que guarda concepções bastante diferenciadas de
organização do poder estatal. Nas várias visões contratualistas, embora a soberania seja percebida como um
conceito central para justificar a forma de organização do Estado, os diversos filósofos a enxergaram de forma
diversa uns dos outros. Então, tendo por pressuposto a questão da soberania nos três filósofos contratualistas
clássicos (Hobbes, Locke e Rousseau), responda:
a) Na charge acima, a que tipo de soberania seria possível dizer que a Graúna (o pássaro, personagem do
cartunista Henfil) está referenciando, aquela pensada no contratualismo hobbesiano ou aquela pensada no
contratualismo Rousseau? Justifique.
A Graúna está referenciando o contratualismo de Rousseau, já que o autor defendia a democracia e o
personagem da charge brinca conjugando o verbo poder.
b) O exercício da soberania popular no contratualismo lockeano se dá na mesma forma que no contratualismo
rousseauniano? Justifique.
Não, pois Rousseau entendia da renúncia de cada um à sua vontade particular nasce a vontade geral, que
é nada mais nada menos do que a vontade do corpo social unido por um interesse comum, inalienável e
indivisível. Já Locke entendia como soberania popular o conjunto de indivíduos que preferiram a vida
civil a condição natural, aceitando abrir mão do seu direito a uma organização estatal. No entanto, o
indivíduo não aliena todos os seus direitos, pois, ao confiar o cuidado da sua salvaguarda as leis, cede tão
somente o seu direito de punir.
05 - A Configuração do Estado Moderno e o Território como elemento essencial do Estado
Foi noticiado na imprensa a ocorrência de um assassinato no interior de navio mercante com bandeira da Nauru
(pequena ilha no Pacífico Sul, com território inferior a 22 km quadrados) a 10 milhas marítimas de distância da
linha de base do território brasileiro. A fim de realizar a entrega de produtos extraídos na ilha e comercializados
para o exterior, o referido navio dirigia-se a uma plataforma da Petrobrás situada a 15 milhas marítimas de
distância da costa brasileira,que explora petróleo a uma profundidade de 6 mil metros (pré-sal). Na reportagem,
o jornalista afirmou que as autoridades brasileiras seriam competentes para investigar e julgar o crime já que o
mesmo teria ocorrido dentro de seu território (o chamado mar territorial). Além disso, informou a reportagem,
que a pequena extensão territorial de Nauru era fator impeditivo para que se reconhecesse a mesma como um
Estado detentor de soberania. Analisando as informações acima, responda:
a) Procedem argumentos apresentados pelo jornalista para sustentar a competência das autoridades brasileiras 
no que se refere à investigação e julgamento do crime?
Sim, pois de acordo com o Código Penal brasileiro compete as autoridades brasileiras as investigações e
julgamento aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade
privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente,
e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
b) Estaria o Brasil autorizado a explorar atividade econômica fora de seu mar territorial sem a permissão da
comunidade internacional?
Não, o Brasil só está autorizado a explorar atividade econômica dentro de território, mar ou terra.
06 - A soberania como elemento essencial: traços característicos e distintivos
O conceito de soberania é teoricamente bastante complexo e tem variado no decorrer do tempo, suscitando uma
grande quantidade de acepções conceituais. Podemos, de qualquer forma, extrair que se trata de um termo que
designa o poder político no Estado Moderno estando expresso em praticamente todas as constituições
modernas.
A Constituição brasileira tem alguns dispositivos (no caso os art. 4º e 14) que fazem tal referência, senão
vejamos:
“Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional; (...)
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados; (...)”
“Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual
para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular. (...)” (grifo nosso)
Diante do acima exposto, pergunta-se:
a) Diante do que está expresso no Art. 4º da Constituição Federal, é possível afirmar que o Brasil deve
considerar que a soberania sempre exterioriza a supremacia estatal?
Sim, a soberania consiste na capacidade de subsistência por si da ordem jurídica estadual, não
dependente quanto a sua validade, de qualquer outra ordem jurídica.
b) A qual dos contratualistas é possível relacionar a soberania aludida no Art. 14 da Carta Magna? Justifique.
Locke, pois este defendia que para o contrato social ser firmado precisava ser por sufrágio universal, isto
é não necessariamente precisaria ser unanime, mas precisa ser firmado por maioria dos indivíduos.
07 - Povo: traços característicos e distintivos
No quadro acima, observamos que dentro do território do Estado espanhol, surgem dois territórios cujos
habitantes se reconhecem como catalães e bascos. Neste sentido, de acordo com os seus estudos, responda:
a) É possível existir mais de uma nação dentro de um único Estado?
Estado é o ente constituído de cinco elementos: povo, território, governo, soberania e finalidade. Nação é
um grupo de pessoas que se identificam por possuírem características comuns, tais como a língua, as
tradições, a linhagem etc.
Como visto, um dos elementos do Estado é o povo e este, diferentemente do conceito de nação, é 
identificado por uma questão jurídico-político, dessa forma, pode-se afirmar que é possível existir mais 
de uma nação dentro de um único Estado, como acontece na Espanha.
b) Todas as nações são necessariamente reconhecidas como Estados nacionais? Neste momento da história, são
os catalães e os basco parte integrante do povo espanhol em seu sentido jurídico-político?
Nem todas as nações são reconhecidas como Estados nacionais. Podemos lembrar na nação judaica que
até pouco depois do final da Segunda Guerra Mundial não possuía um Estado soberano, o que veio a
ocorrer apenas após esse evento histórico, tendo a ONU como seu principal intermediador. 
Os catalães e os bascos são outro exemplo de nações que não fazem parte de um Estado-Nação, eles 
fazem parte da Espanha por uma questão jurídico-político e não pela identidade de língua, valores, 
cultura, origem etc.
08 - A separação dos poderes e as clássicas formas de Estado
Vários pequenos Estados independentes, a fim de obterem maior peso político e econômico, resolvem se
organizar sob a forma de confederação, denominada Confederação “C”. Em razão do sucesso da iniciativa, após
cinco anos de experiência, os Estados confederados resolvem estreitar os laços e se organizar sob a forma de
federação.
A exceção foi o Estado “Z”, que não querendo fazer parte do novo pacto, resolve se desvincular da
Confederação “C”. O projeto vai adiante com os demais Estados e estes promulgam uma Constituição criando a
República Federativa “F”. Passados três anos de criação da República Federativa “F”, alegando insatisfação ao
tratamento a ele dispensado, o Estado autônomo “X” informa que retornará a condição de Estado soberano,
desvinculando-se de “F”. Pergunta-se:
a) De acordo com a teorização que trata das formas de Estado, são aceitáveis as desvinculações de “Z” e “X”?
O Estado Z, membro da antiga Confederação C, possuía soberania, por isso, a sua vontade de não
participar da formação da República Federativa F é aceitável; pois confederação é a união de Estados
soberanos, sendo o pacto confederativo dissolúvel, logo há o direito de secessão.
O Estado X, quando membro da antiga Confederação C, também possuía soberania, mas concordou em
abri mão dela para, juntamente com outros Estados, formar a República Federativa F, passando a ter
apenas autonomia.Numa Federação, os Estados passam a ter um vínculo jurídico através de uma
Constituição, sendo o pacto federativo indissolúvel; logo, não há direito de secessão.
b) Quando a Confederação “C” resolveu se organizar na forma federativa, segundo as teorias analisadas no
livro didático, que tipo de federalismo se produziu, centrípeto ou centrífugo?
Federalismo centrípeto; pois representa a passagem de um Estado Composto Confederal para um Estado
Simples Federal. (EUA)
Federalismo centrífugo é quando ocorre a passagem de um Estado Simples Unitário para um Estado 
Simples Federal. (Brasil)
09 - As formas clássicas de governo
Após superar uma ditadura e iniciar um processo de redemocratização determinado país “P” resolve elaborar
uma nova constituição. Embora estivesse definido que se organizariam pela via federativa, houve uma divisão
política quanto à forma de governo a ser assumida: por um lado, os mais tradicionalistas requerendo o retorno à
monarquia que deu origem ao surgimento do país no Século XVIII; e, por outro lado, os que defendem uma
república de viés democrático, evitando estabelecer qualquer resquício personalista ao poder.
A disputa se acirra e o representante da Família Real, figura carismática e bastante conhecido entre a população
local, percebendo que os constituintes estão inclinados a estabelecer a forma de governo republicana, passa a
defender que a constituição preveja uma forma monárquica com eleições para rei, sendo que o eleito deve
governar com mandato fixo de seis anos, além de responder politicamente pelos seus atos. Pergunta-se:
a) A proposta do representante da família real faz algum sentido sob a perspectiva da teoria política atualmente
estudada?
De acordo com a teoria aristotélica, a monarquia consiste na transferência de poder por meio da
hereditariedade, além do fato do rei governar de forma vitalícia; por essas características, vemos quenão
há uma representatividade popular, não assumindo, o monarca, uma responsabilidade política. 
Assim, fica claro que não há lógica na proposta do representante da família real em defender que a
constituição preveja uma forma monárquica com eleições para um rei, por mandato de tempo
determinado e com responsabilidade política, pois tais práticas são características de uma república e
não de uma monarquia.
b) A Constituição brasileira de 1988 permitiria uma modificação (emenda constitucional) com a finalidade de
alterar a forma de governo republicana pela forma monárquica? Pesquise e responda.
A atual Constituição brasileira não classifica a forma de governo como cláusula pétrea, o que possibilita
a sua alteração por meio de emenda constitucional. 
10 - Os clássicos sistemas de governo
Esta é uma aula que pode despertar grande interesse em razão das atuais discussões que o tema vem
despertando. Neste sentido, para mostrar a importância da temática, valeria a pena (e trata-se, como sempre, de
uma mera sugestão) iniciar a Aula 10 com a leitura da reportagem na “Articulação teoria e prática”, a fim de
situar o discente no contexto do que será apresentado. Tendo em vista que já foi tratada a questão da separação
entre poderes, esta será uma ótima oportunidade para mostrar que pode haver, no processo de divisão de
funções do Estado, maneiras diversas de relação entre os poderes (principalmente entre Executivo e
Legislativo), dependendo do sistema de governo adotado.
Aliás, a ideia de configurar como se dá a relação de poderes também estará presente no momento em que se for
tratar, mais adiante, das novas perspectivas neoconstitucionais, quando a discussão será em torno da
delimitação entre os espaços ocupados pelos Poderes Legislativo e Judiciário em uma ordem democrática. De
toda forma, vale a pena ressaltar que os diversos modelos podem configurar formas específicas de organizar a
relação entre os três Poderes, não havendo um modelo fixo “oficial”. Nesta linha, mais uma oportunidade para
que mostremos que os modelos teóricos são meros nortes e que a realidade específica de cada Estado, mesmo
que fundamentadas nestes parâmetros, jamais se enquadrará no exatos limites propostos pelas teorias.
Outra análise que nos parece importante enfocar com maior cuidado é a da divisão de funções de Chefe de
Estado e Chefe de Governo que no Presidencialismo é concentrada em uma única pessoa (Presidente da
República) e no Parlamentarismo é exercido por pessoas diversas. Esta é mais uma maneira de apontar para o
papel reforçado do Presidente em um sistema presidencialista, esclarecendo, todavia, que a divisão de
atribuição entre o Chefe de Estado e o Chefe de Governo no sistema parlamentarista também não seguem uma
regra fixa. Na verdade, diferenciam-se de Estado para Estado, configurando-se de acordo com o estabelecido
por cada uma de suas constituições. 
Como sabemos, os nossos alunos possuem especial dificuldade de entender os mecanismos de funcionamento
do sistema parlamentarista. Neste sentido, a proposta é que se proceda a explicação sempre de forma correlata e
comparativa com o sistema presidencialista, o que, entendemos, facilita sobremaneira o processo de
compreensão das características e, principalmente, das diferenças entre os dois sistemas.
Sistema Parlamentarista x Sistema Presidencialista
http://www.educacao.cc/politica/diferencas-entre-presidencialismo-e-parlamentarismo/
11 - A democracia como regime de governo
Após inúmeras manifestações populares exigindo ampliação de participação dos cidadãos no processo político
do País “P”, os governantes, assustados com tais eventos, dão início a uma reforma política que tem por
objetivo alterar algumas regras estabelecidas na Constituição de “P”. Nesta, atualmente, há previsão para que
apenas os homens com idade igual ou superior a 21 anos possam votar, sendo que a proposta é a de que o voto
seja passível de ser exercido por homens e mulheres com idade igual ou superior a 18 anos. Além desta
alteração outras mais poderão ser propostas pelos atuais parlamentares, que, simbolicamente, representam a
vontade do povo de “P”. 
Diante do quadro apresentado, e considerando a leitura de seu livro de Ciência Politica, responda:
a) A alteração da idade mínima para exercício do voto pode ser considerada uma medida que amplia o grau de
democracia de “P”?
Sim. Visto que para alguns autores, o Estado democrático se caracteriza pela participação da sociedade
através do voto. 
b) A vontade popular manifestada por meio de parlamentares é admitida dentro de um quadro teórico
democrático? Se sim, seguindo que modelo de democracia, a dos antigos ou a dos modernos? Justifique.
Sim. E trata-se de um modelo denominado como democracia representativa. Aquela democracia por
Benjamin Constan, a democracia dos modernos com uma preocupação com os direitos civis e políticos
dos indivíduos. 
c) A manifestação nas ruas pode ser considerada como exercício democrático ou a democracia somente deve ser
reconhecida pela manifestação institucional do voto? Justifique sua resposta.
Sim. Trata-se de uma forma de participação direta, onde o povo demonstra a sua vontade através de
movimentos coletivos. 
12 - Os regimes autocráticos de governo
Recentemente em http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/03/golpe-militar-de-1964-completa-50-
anos-relembre.html foi publicada a seguinte manchete em conhecido meio de comunicação:
“Golpe militar de 1964 completa 50 anos; Foi o início de uma ditadura militar de duas décadas no Brasil.
Especialistas contam como ocorreu a tomada do poder do país pelos militares.”
Como tivemos a oportunidade de estudar na disciplina História do Direito Brasileiro, o golpe militar que deu
início a uma ditadura que perdurou por 21 anos no Brasil ocorreu em um contexto histórico de Guerra Fria, com
disputa entre americanos e soviéticos por áreas de influência. Neste sentido pergunta-se:
a) o regime militar implantado em 1964 pode ser classificado como um regime autocrático? Justifique
Sim. A existência de um partido único, a concentração de poder, desrespeito aos direitos fundamentais,
Estado intervencionista, violação as liberdades, restrições a direitos civis e políticos. 
b) em relação ao Golpe de 1964, ocorrido em um quadro de disputas por áreas de influência e lutas ideológicas
entre Estados Unidos e União Soviética, é-nos possível afirmar que os norte-americanos representaram a defesa
do regime liberal-democrático, enquanto os soviéticos representavam a defesa das posições socialistas de cunho
autoritário? Justifique.
Não. Visto que é possível Estados autocráticos com regime capitalista. E mais, diante da ameaça de um
Estado de ideologia soviética, os EUA apoiaram as ditaduras da América Latina.
c) Pode-se dizer que o Brasil vivenciou a experiência totalitária no decorrer do regime militar de 1964?
Justifique.
No caso brasileiro, estaríamos diante de um governo autoritário, pois apesar de violar direitos civis e
políticos, permitia uma pequena liberdade na esfera privada.
13 - O Estado Constitucional de Direito e sua gênese com o Estado Liberal
Leia o fragmento de reportagem publicado em http://www.vermelho.org.br/noticia/251526-1, conforme segue:
Economista francês: Eleição de neoliberal é retrocesso para o mundo Dominique Plihon, professor da
Universidade Paris 13, em entrevista ao Brasil Debate, afirma: “Se um candidato neoliberal ganha no Brasil,
certamente ficarei triste pelos brasileiros, mas também triste pela ordem internacional. Precisamos de líderes
que saibam resistir às grandes potências, ao setor financeiro, e não que sejam seus aliados.”
O chamado neoliberalismo representa um retorno dos ideais liberais do Século XVIII.
Nos dias de hoje os ideais neoliberaissão por muitos considerados conservadores, representando, como
afirmado pelo famoso professor, um retrocesso para o mundo. Neste sentido responda as questões abaixo
formuladas:
a) Quais as características marcantes do chamado Estado Liberal?
O núcleo fundante do Estado Liberal se divide em duas ideias fundamentais: o respeito ao catálogo das
liberdades públicas, mais precisamente a proteção dos direitos civis e políticos e, visando à obtenção deste
objetivo, a limitação do poder estatal (com a pressuposta intervenção mínima na esfera privada dos
cidadãos), buscando a manutenção do equilíbrio e independência entre os três poderes. Não se pode
esquecer que no âmbito jurídico, também é observável, o reconhecimento da chamada igualdade formal
perante a lei.
b) A visão de Dominique Plihon, conforme expressa no texto acima, é a mesma que tinham os revolucionários
franceses (1789) e americanos (1776) quando promoveram suas revoluções?
Não Dominique Plihon, expressa claramente no texto que sua visão é contrária as que os revolucionários
franceses e americanos tinham quando promoveram suas revoluções. 
c) Qual a relação entre o Estado Liberal e o movimento constitucionalista do Século XVIII?
O constitucionalismo, como visão jurídico-política, está absolutamente enovelado com a concepção de um
Estado de Direito, na qual os governantes estão abaixo da vontade expressa pela lei. Em um Estado
Democrático de Direito não são permitidos desmandos por parte do corpo político ou mesmo por parte
do corpo técnico do Estado. No atual estágio político por que passa o país é essencial que se aponte que os
desvios de conduta por parte dos exercentes do poderes da República é uma anomalia inaceitável.
14 - O Estado Social e a insuficiência dos ideais liberais
Analise a figura abaixo. Ela diz respeito a uma temática que vem sendo bastante debatida pelos cientistas
políticos.
Agora responda as perguntas abaixo:
a) O que é o welfare state e em que contexto o mesmo surgiu?
O Welfare State (Estado Social) se vê compelido a proteger também os direitos atrelados à igualdade
material. Portanto, é dever do Estado tratar desigualmente os desiguais (na proporção de suas
desigualdades), protegendo os hipossuficientes em suas necessidades materiais mais prementes. Eis aqui a
essência do chamado Welfare State. No Brasil, uma certa configuração de Estado social é introduzida
pela Constituição de 1934.
b) O que representa a mencionada ilustração?
A ilustração acima representa a crise do Estado Social, no entanto o Estado social, mesmo em crise,
continua sendo uma referência forte nos modelos constitucionais adotados no país desde a Constituição
de 1934.
15 - O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte)
Leia a notícia abaixo, divulgada em http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/11/catalunha-faz-consulta-
popular-sobreindependencia-da-espanha.html
“Catalunha faz consulta popular sobre independência da Espanha Votação foi considerada inconstitucial pela
Justiça espanhola e só terá valor 'simbólico'. Da BBC O povo da Catalunha, região autônoma ao norte da
Espanha, está votando neste domingo (9) em uma polêmica consulta popular sobre sua independência. Os
cidadãos estão sendo questionados se querem a criação de um Estado catalão e se este Estado deve ser
independente. A Justiça espanhola considerou a votação inconstitucional, mas o líder do Executivo catalão,
Artur Mas, alertou que o governo central não deveria interferir no processo. "Não sei o que eles (do governo
central) farão. Isso não depende da gente. Mas qualquer medida contra a votação seria um ataque direto contra a
democracia e os direitos fundamentais", disse Mas o Tribunal Constitucional da Espanha havia suspendido a
realização de um referendo oficial sobre o assunto. Nesta semana, a mesma corte exigiu que a votação fosse
suspensa.Mas o governo da Catalunha decidiu seguir em frente com a "consulta a seus cidadãos". O primeiro-
ministro Mariano Rajoy disse que a votação não terá efeitos práticos e pediu que a Catalunha retornasse à
"sanidade". 
a) Analisando o texto acima, é possível afirmar que a pretensão do povo catalão encontra bases teóricas em
posições multiculturalistas?
Sim, pois o multiculturalismo é a existência de várias nações em um mesmo estado, o que gera diferenças
e o desejo de independência. Cada nação possui seus costumes, sua religião, idioma e etnia, constituindo
um povo diferente, se considerarmos povo no sentido sociológico da palavra.
b) No caso acima, observou-se que a disputa foi levada a Corte Constitucional espanhola. É possível afirmar
que nos países em que se reconhece o neconstitucionalismo como linha teórico-jurídica hegemônica, o Poder
Judiciário possui maior relevância em um quadro de divisão de poderes?
Sim, pois o neoconstitucionalismo pressupõe uma maior eficácia das normas constitucionais, o que acaba
exigindo uma postura mais ativa do judiciário, a quem incumbe a proteção da constituição. 
16 - O Estado e suas perspectivas contemporâneas (2ª parte)
FIGURA 1
FIGURA 2
Nesta Aula 16 foram analisados alguns temas ligados à fragmentação quantitativa e qualitativa da soberania
estatal em tempos de intensa globalização. No que se refere aos cartoons acima, pergunta-se:
a) Na figura 1, qual a relação que a ilustração sugere haver entre globalização e relativização da soberania?
A repercussão da globalização na reconfiguração da estrutura e do papel do Estado nacional pode ser
considerada, inequivocamente, uma extensão e um acelerador do processo contínuo de
transnacionalização. É nesse sentido que parece estarmos diante de uma possível erosão das
competências tradicionais do Estado soberano, tendendo este, progressivamente, a ter de abrir mão de
algumas de suas mais tradicionais competências de regulação e jurisdição já que não se mostra mais
capaz de, por si só, resolver ou apresentar resposta perante as diversas solicitações e exigências que a ele
são dirigidas, seja ao nível do desenvolvimento e do bem-estar, da segurança e da estabilidade ou mesmo
do ambiente, da justiça e dos direitos humanos. Porém, ao delegar a outras entidades competências
anteriormente suas, os Estados nacionais podem ter de reconhecer nas outras esferas uma hierarquia
superior à sua, o que coloca em xeque sua própria soberania.
b) No que se refere à Figura 2, é possível afirmar que a mesma representa um bom exemplo ideia de
fragmentação da soberania estatal? Justifique.
A fragmentação quantitativa com o reconhecimento de inúmeros novos países no Pós-Guerra, levando o
número de Estados a triplicar, por si só nada significaria, se na maior parte deles as crises já não mais
repercutissem no seu processo de organização interna. Porém, tão preocupante quanto este tema é aquele
que vem surgindo no cenário contemporâneo e que vislumbra a formação de um outro tipo de cidadania
(incentivada pelas demandas multiculturais), que compartilha lealdades e que se vê vinculada não apenas
ao direito produzido pelo Estado nacional, mas também àquele produzido por outros entes. Isto porque,
por trás do direito a ser diferente, do respeito pelos direitos culturais e pelos laços transnacionais, pode
estar surgindo um regime legal, estabelecido por, até mesmo, fontes extraestatais que, ao estabelecer a
quebra do monopólio estatal, compartilhando competência de produção normativa, contribui fortemente
para a relativização da soberania estatal e dos vínculos Estado/cidadão.
Desenvolvimento

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