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LIGAÇÕES QUÍMICAS – AULA I Prof. Me. Paulo Sá ? INTRODUÇÃO: A maioria das substâncias conhecidas são formada por dois ou mais átomos de elementos químicos iguais ou diferentes (por exemplo: O2; H2O e NaCl). A força que mantém esses átomos unidos é chamada de Ligação Química e, de acordo, com o tipo de ligação presente as substancias são classificadas em: Iônicas, Moleculares e Metálicas. 1 – Substâncias Iônicas: são substancias que conduzem eletricidade no estado líquido, mas não no sólido. Por exemplo: o sal de cozinha (NaCl). Nestas substancias ocorrem Ligações Iônicas . 2 – Substâncias Moleculares: são substancias que NÃO conduzem eletricidade no estado líquido nem no sólido. Por exemplo: a água (H2O). Nestas substancias ocorrem Ligações Covalentes . 3 – Substâncias Metálicas: são substancias que conduzem eletricidade no estado líquido e no sólido. Por exemplo: os Metais ( Cobre, Ferro, Prata). Nestas substancias ocorrem Ligações Metálicas . Resumindo: ? Símbolos de Lewis: Para um entendimento através de figuras sobre a localização dos elétrons em um átomo, representamos os elétrons como pontos ao redor do símbolo do elemento. O número de elétrons disponíveis para a ligação é indicado por pontos desemparelhados. Esses símbolos são chamados símbolos de Lewis e geralmente colocamos os elétrons nos quatro lados de um quadrado ao redor do símbolo do elemento. ? REGRA DO OCTETO: Existem milhões de substancias naturais conhecidas formadas pelos mais diferentes átomos ligados entre si, entretanto, apenas os seis Gases Nobres formam substancias monoatômicas, ou seja, eles não se ligam a nenhum outro átomo para formar uma substância natural. Os Gases Nobres são os únicos átomos que não fazem naturalmente Ligações Químicas. Por este motivo são considerados os átomos mais estáveis da natureza. Para entender esta estabilidade dos Gases Nobres devemos analisar a eletrosfera dos Gases Nobres: Gás Nobre K L M N O P Hélio 2 Neônio 2 8 Argônio 2 8 8 Criptônio 2 8 18 8 Xenônio 2 8 18 18 8 Radônio 2 8 18 32 18 8 Em 1916, William Kossel e Gilbert Lewis propuseram, independentemente, uma regra para explicar a estabilidade dos Gases Nobres e interpretar a ligação química dos outros átomos que ficou conhecida como Regra do Octeto. ? CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA DE METAIS E AMETAIS: De acordo com a configuração eletrônica de um elemento podemos prever, baseado na Regra do Octeto, a tendência desse elemento perder ou ganhar elétrons. Exemplos: Elemento K L M Tendência Sódio 2 8 1 Perder 1 e- Magnésio 2 8 2 Perder 2 e- Alumínio 2 8 3 Perder 2 e- Cloro 2 8 7 Ganhar 1 e- Enxofre 2 8 6 Ganhar 2 e- Fósforo 2 8 5 Ganhar 3 e- Substâncias Iônicas Ligação Iônica Moleculares Ligação Covalente Metálicas Ligação Metálica Regra do Octeto: Um átomo para adquirir a estabilidade deve obter uma configuração eletrônica semelhante à de um Gás Nobre, ou seja, possuir 8 elétrons na última camada (ou 2 elétrons se for a camada K). Nota: O Hidrogênio (1H) possui apenas 1 elétron na camada K, por esse motivo precisa ganhar mais 1 elétron afim de adquirir a configuração eletrônica do Gás Nobre Hélio. Devido a este fato o Hidrogênio é eletronegativo e NÃO é um metal alcalino apesar de pertencer ao Grupo 1. ? LIGAÇÃO IÔNICA OU ELETROVALENTE: A Ligação Iônica ocorre pela transferência de elétrons de um elemento eletropositivo (geralmente um metal dos grupos 1, 2 e 13) para um eletronegativo (geralmente um ametal dos grupos 15, 16 e 17). O metal tende a perder 1, 2 ou 3 elétrons (eletropositividade), enquanto que o ametal tende a receber 1, 2 ou 3 elétrons, afim de ambos adquirirem a configuração eletrônica de um Gás Nobre (Regra do Octeto). Quando o Metal perde elétrons forma um Cátion e o Ametal ao ganhar elétrons forma um ânion, surge então uma força de atração eletrostática que mantem os Íons unidos chamada de Ligação Iônica. 1º Exemplo: Formação do cloreto de Sódio (NaCl) 2º Exemplo: Formação do Óxido de Magnésio (MgO) 3º Exemplo: Formação do Óxido de Sódio (Na2O) 4º Exemplo: Formação do Sulfeto de Alumínio (Al2S3) ? ENERGIA RETICULAR - CICLO DE BORN-HABER: Para os compostos iônicos, a quantidade chamada de energia do retículo cristalino, ou energia reticular ou ainda energia de rede cristalina, é uma medida da energia da ligação iônica. Existem duas definições para a energia reticular: A IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry) não faz qualquer menção acerca da definição de energia reticular. * Definição 1: É a energia necessária para separar, a uma distância infinita, os íons, como íons em fase gasosa, de 1 mol de um composto iônico. Seria um valor positivo de energia e corresponderia a uma espécie de energia de quebra (ou dissociação) do retículo. * Definição 2: É a energia associada ao processo de formação de 1 mol de um composto iônico sólido a partir da combinação de seus íons em fase gasosa. Nesta definição, o valor de energia reticular é negativo. Nas duas definições, o valor numérico da energia de retículo é o mesmo, só muda o seu sinal, que depende do referencial utilizado. Em 1917, Born e Haber propuseram um ciclo termodinâmico para o cálculo da energia de retículo de substâncias iônicas (ΔEret). O cálculo é feito segundo a Lei de Hess. Nesse ciclo, é levada em consideração a reação de formação do composto iônico. Vamos usar como exemplo a formação do Cloreto de Sódio (NaCl). U = – 411 – (+ 107,8 + 120 + 496 – 349) = 785,8 kJ Com exceção da Energia Reticular (U), todos os outros valores são tabelados ou podem ser obtidos experimentalmente. As entalpias mostradas indicam: * ΔHof = entalpia padrão de formação do sólido iônico. A entalpia padrão de formação de uma substância é o calor (à pressão constante) liberado ou consumido na formação de 1 mol da substância a partir de substâncias simples no estado padrão (estado físico e alotrópico mais estável a 298 K e 1 atm). Por convenção, substâncias elementares têm entalpia padrão igual a zero. * ΔHosub = entalpia de sublimação (ou vaporização) do metal. * ΔHoatomização = energia de atomização - energia necessária pra formar (½ X2 → 1X) 1 mol de átomos gasosos. * ΔHPI = variação de entalpia associada ao potencial ou Energia de ionização. * ΔHAE = variação de entalpia associada ao processo de afinidade eletrônica (A.E.) (energia de eletroafinidade). Calor de Formação do NaCl: Na(s) + ½ Cl2(g) → NaCl(s) ΔH 0 f = – 411 kJ Etapa 2:Entalpia de Sublimação de 1 mol de Sódio sólido: Na(s) → Na(g) ΔH o sublimação= +107,8 kJ Etapa 3: Energia de Dissociação de ½ mol de Cloro gasoso: ½ Cl2(g) → 1 Cl(g) ΔHatomização= +122 kJ Etapa 4: Energia ou Potencial de Ionização de 1 mol de átomos de Sódio gasoso: 1Na(g) → 1Na + (g) + 1e - ΔHPI= +496 kJ Etapa 5: Eletroafinidade de 1 mol de átomos Cloro gasoso: 1 Cl(g) + 1e - → 1 Cl-(g) ΔHAE= – 349 kJ Etapa 6: Combinação dos Ions Na+ e Cl- para formação do reticulo cristalino de NaCl Na+(g) + Cl - (g) → NaCl(s) U = ? kJ Exercicio: Considere os dados termodinâmicos abaixo e: ΔHof (AgCl) = -127 kJ/mol ΔHosub (Ag) = +285 kJ/mol ΔHatomizacao(Cl2) = +122 kJ/mol ΔHPI (Ag) = +731 kJ/mol ΔHAE (Cl) = -349 kJ/mol a) calcule, usando o ciclo de Born-Haber, o valor da energia reticular (U) para o cloreto de prata (AgCl) a 298 K. b)Sabendo que o U para o sal AgBr é igual a -981 kJ/mol, diga qual composto iônico forma o retículo mais estável, AgCl ou AgBr?
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