Buscar

Direitos Humanos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITOS HUMANOS 
 
 
 
 
2012 
 CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE CABOS 
DIREITOS HUMANOS 
 
Introdução 
 
Você sabia que a ideia de Segurança Pública expressa um conjunto de 
garantias exigidas do Estado para a tutela dos Direitos Fundamentais dos 
cidadãos, como a integridade física ou a incolumidade de patrimônio. 
Nesse sentido, o agente da autoridade do Estado tem a obrigação de 
orientar o seu comportamento e decisões em critérios ou padrões que 
representem os anseios morais, considerados justos e corretos pelos membros 
desta sociedade. 
Por isso, podemos afirmar que desejamos que a Instituição Policial seja 
concebida como uma organização a “Serviço da Cidadania”, o que pressupõe a 
vigência, desde seus procedimentos mais corriqueiros, de métodos de ação, 
conteúdos e objetivos orientados para a salvaguarda dos Direitos Humanos. 
Deste modo, não se trata, então, de se articular a exigência por uma 
Organização Policial capaz de, como se tornou usual dizer, respeitar os 
Direitos Humanos, porque tal construção pressupõe que a polícia tenha outra 
atividade a desempenhar que não, precisamente, a de proteger estes direitos. 
Portanto, o respeito aos Direitos Humanos é algo que se deve agregar à 
função policial. Antes disso, trata-se da própria substância da ação policial 
fazer respeitar os Direitos Humanos. Assim, ou a Polícia serve para isso ou não 
deve esperar dela qualquer resultado efetivo quanto à Segurança Pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POLÍCIA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS 
 
Você sabia que o autor do clássico “A Reconstrução dos Direitos 
Humanos” (Companhia das Letras, 1991), Celso Láfer, afirmou, em Nova 
Iorque, que o Brasil é uma nação predestinada à civilidade. Mais adiante, 
defendeu os valores inerentes à democracia: o pluralismo, o respeito à vontade 
da maioria, a tolerância com o outro, a busca do consenso e o primado do 
direito. 
Não há nada que justifique o desrespeito aos direitos das minorias 
culturais, religiosas e étnicas, qualquer que seja o pretexto, pois a igualdade só 
é real quando se respeita o diferente, o heterogêneo. Isto precisa ser muito 
bem compreendido e praticado. Como afirma Austragésimo de Athayde, o 
principal redator da Declaração Universal dos Direitos do Homem (Paris, 1998), 
o respeito aos Direitos Humanos é universal, não podendo ser violado de 
nenhuma forma. 
Assim, Direitos Humanos e Cidadania são conceitos que estão ligados à 
nossa atividade policial, pois envolvem o exercício de nossas funções, 
balizando-as e tornando-as instrumentos de maior importância para a avaliação 
do resultado de nossas atividades. Qualificam-nas. São importantes, não 
somente os resultados, mas os instrumentos e técnicas utilizadas para alcançá-
los, de forma perene, democrática e que satisfaça e traga confiança à 
população em geral. 
A devida compreensão dos Direitos Humanos e Cidadania nos remetem 
às origens do Estado. Como conceito de Estado, um dos mais comuns é a 
confluência de uma população permanente, território definido e governo, 
que juntos, são organizados, e procuram pela sua autodeterminação e 
soberania interna e externa (Convenção de Montevidéu sobre os Direitos e 
Deveres dos Estados, 1933). 
Até os dias atuais, o conceito de Estado/Governo mudou muito. 
Passamos por autocracias, plurocracias, aristocracias, e finalmente, a 
democracia. Se este modelo é bom ou ruim, depende da participação de cada 
um. O Brasil é país signatário das Convenções de Genebra, de Haia e da Carta 
da ONU (membro fundador). 
Além disso, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, fica 
constitucionalmente assegurado o respeito aos tratamentos internacionais que 
expressam os direitos e as garantias relativos aos indivíduos quanto a sua 
integridade física, psíquica e moral. (Parágrafos 1° e 2°, do art. 5°, CF/88) 
 
 
O Papel da Polícia 
 
Toda vez que o tema da violência e da criminalidade urbana é chamado 
à discussão, o ponto crítico do debate acaba sendo, naturalmente as 
organizações policiais, cujo papel de manter a lei e preservar a ordem pública é 
direto e executivo. 
Nos noticiários da imprensa, em nossas conversas informais e mesmo 
nos fóruns governamentais e acadêmicos somos inevitavelmente conduzidos a 
enfrentar questões com implicações práticas, e talvez por isso, muito 
espinhosas em relação às polícias. 
De um lado, cobramos a pronta atuação e a produtividade dos meios da 
força policial no enfrentamento da desordem, do crime e da violência; de outro, 
exigimos a sua adesão e a sua subordinação incontestável ao Estado de 
direito. Em uma frase, cobramos que os policiais em cada curso de ação 
escolhido ou em cada ocorrência atendida em alguma rua de nossa cidade, 
produzam resultados efetivos, sem violar as garantias individuais e coletivas. 
 
 
Polícia e não-discriminação 
 
Todos os seres humanos nascem livres e iguais na sua dignidade e nos 
seus direitos. Todos nós somos dotados de direitos iguais e inalienáveis. Os 
direitos humanos derivam da dignidade inerente à pessoa humana. Os 
profissionais responsáveis pelo cumprimento da lei devem, durante todo 
o tempo, cumprir o dever que lhes é imposto pela lei, servindo a 
comunidade e protegendo todas as pessoas contra atos ilegais. 
Devem, ainda, respeitar e proteger a dignidade humana, manter e elevar 
os direitos humanos de todas as pessoas, até mesmo daqueles que violam a 
lei, porque a dignidade do ser humano é dom divino e está acima de 
qualquer lei. 
Neste contexto, são especialmente protegidos pela lei: as mulheres, 
as crianças, os idosos e os deficientes físicos. Esta proteção especial, 
denominada discriminação positiva, não significa discriminação, pois são 
segmentos da sociedade que são discriminados simplesmente pela condição 
que se apresentam, necessitando de mais atenção para que possam 
usufruir os direitos a que todos fazem jus. 
A não-discriminação é um princípio fundamental, essencial à proteção e 
à promoção de todos os direitos humanos. Todos os membros da família 
humana são dotados de direitos iguais e inalienáveis. Isso significa que a 
polícia, ao exercer suas funções, deve dar igual proteção a todos, não deve 
existir discriminação na atividade policial. Todos devem receber a mesma 
intensidade de repressão e urbanidade. Portanto, a não-discriminação está 
consagrada em diversos instrumentos internacionais, como na 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Convenção Internacional 
dos Direitos Civis e Políticos, na Convenção Internacional sobre a 
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial e outros. 
Logo, o Estado, através da ação policial ou de qualquer outro modo, é 
proibido de encorajar, promover ou apoiar qualquer tipo de discriminação 
com base na raça, cor ou origem ética. 
 
 
Os meios não-violentos como primeira tentativa 
 
Na medida do possível, os policiais devem aplicar meios não-violentos 
antes de apelar para o uso da força e de armas de fogo. O policial precisa ter 
qualificação para gerenciar crise, saber negociar e usar diplomacia. 
 
 
Práticas de medidas humanitárias e de moderação 
 
Toda vez que o uso da força e de armas de fogo for inevitável, os 
policiais devem exercer moderação no seu uso, minimizando o dano e os 
ferimentos, respeitando e preservando a vida humana. 
Para estes fins, os policiais devem assegurar que a assistência médica 
seja disponível, o mais cedo possível, a qualquer pessoa ferida ou atingida, e 
que os parentes e amigos dessas pessoas sejam notificados. 
 
a) Uso da Força Deve Ser Comunicado 
Morte e ferimentos resultantes do uso da força devem ser comunicados 
aos Superiores, e qualquer uso arbitrário e abusivo da força deve ser 
tratado como um crime. Circunstânciasexcepcionais ou calamidades 
públicas não justificam o abandono dos princípios básicos. 
 
b) Uso de Armas de Fogo 
O uso de armas de fogo é permitido na autodefesa ou na defesa de 
outros, contra a ameaça iminente de morte ou ferimento grave, ou para 
prender uma pessoa que exibe esse tipo de ameaça, quando os meios 
menos extremados forem insuficientes. 
O uso letal intencional de arma de fogo é proibido, exceto quando 
estritamente inevitável, para proteger a vida. 
Antes de usar armas de fogo contra pessoas, o policial deve identificar-
se e dar uma clara advertência. Em seguida, deve ser dado um tempo para que 
a advertência seja observada, a menos que isto represente probabilidade de 
morte ou de sério sofrimento para o policial ou qualquer outra pessoa. 
 
 
c) Policiamento de Reuniões Públicas 
Na dispersão de reuniões públicas ilegais, mas não violentas, os 
policiais devem evitar o uso da força. Quando isto não for viável, deverão 
restringir o uso ao mínimo necessário. 
Ao dispersar reuniões públicas violentas, os policiais poderão usar 
armas de fogo no desempenho de suas funções, mas somente quando for 
inviável o uso de meios menos perigosos. 
Em todo caso, as armas de fogo somente deverão ser usadas para 
autodefesa de outras pessoas ante a iminente ameaça de morte ou de 
ferimentos graves, ou para prender uma pessoa que represente tais perigos. 
Logo, o uso intencional de força mortífera somente poderá ser feito 
quando for absolutamente inevitável para salvar vidas. Nas reuniões ilegais não 
violentas negocie. Nos demais casos, use as técnicas de controle e a arma de 
fogo em último caso. 
 
 
d) Uso da força em relação à pessoa presa 
A força não deverá ser usada em relação às pessoas que estão 
detidas, exceto quando for absolutamente necessário para a manutenção 
da segurança e da ordem, ou quando a segurança pessoal estiver 
ameaçada. 
Portanto, as armas de fogo não deverão ser usadas contra as pessoas 
presas, exceto no caso de defesa contra uma ameaça imediata de morte ou de 
ferimentos graves, ou ainda, para prevenir a fuga de um preso (num caso que 
apresente esse tipo de ameaça). 
 
e) O uso da força e o direito à vida 
O exercício do poder de usar a força pode afetar o direito mais 
importante que existe, o direito à vida. O uso da força pela polícia resulta na 
violação do direito à vida, representando um claro fracasso de um dos 
principais objetivos do policiamento, o da manutenção da segurança dos 
cidadãos. Dependendo das circunstâncias, isto poderá ser uma grande quebra, 
tanto das leis criminais quando das leis internacionais, que afirmam 
explicitamente que todos têm direito à vida, à liberdade e à segurança, e que 
ninguém será privado arbitrariamente de sua vida. 
Assim sendo, entre as privações arbitrárias da vida estão as mortes 
causadas por execuções sumárias de criminosos, as mortes como 
consequência de tortura e maus-tratos, além de mortes causadas pelo uso 
excessivo da força por parte dos policiais. 
Para tanto, as medidas para combater estas terríveis violações do direito 
à vida estão expostas nos Princípios sobre a Prevenção Eficaz e a 
Investigação de Execuções Ilegais, Arbitrárias e Sumárias. Nesse sentido, a 
arbitrariedade praticada pela polícia denota desconhecimento e incompetência 
profissional. 
 
Conclusão 
Os abusos e excessos no uso da força pela polícia podem ter um efeito 
de tornar impossível a execução de uma tarefa que, por si só, já é difícil. Além 
disso, esses abusos ou excessos servem para minar um dos objetivos 
primordiais do policiamento, o de manter a paz e a estabilidade social. 
A ocorrência de incidentes como o uso excessivo da força pela polícia 
podem resultar numa inquietação pública de tal monta e ferocidade, que as 
instituições policiais se tornem temporariamente incapazes de manter a ordem 
ou de proteger a segurança pública. 
As consequências dos distúrbios de Los Angeles (EUA), originadas por 
abuso da força policial, foram dramáticas e imediatas para a polícia, tendo 
perdido totalmente a confiança e o apoio público. 
Nesse sentido, a sociedade não aceita mais uma polícia violenta, 
mesmo contra transgressores da lei. Assim, contra os criminosos só podem ser 
adotadas as medidas previstas na lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA II 
 
 
O POLICIAL MILITAR E OS GRUPOS 
VULNERÁVEIS 
 
O policial militar é um cidadão que desempenha um papel 
importantíssimo na sociedade, pois além de exigir que sua dignidade e seus 
direitos sejam respeitados, tem a nobre missão de ser um agente de promoção 
dos direitos humanos. 
Neste contexto, sua atuação profissional fará com que a lei seja aplicada 
e os direitos de todas as pessoas também sejam respeitados, independente de 
cor, raça, religião, sexo, classe social, enfim, sem qualquer tipo de 
discriminação. Logo, o policial militar é o primeiro beneficiário do exercício dos 
direitos humanos. 
Segundo o entendimento da ONU, atentar contra a vida de um policial é 
atentar contra a ordem social. O Estado deve criar condições de formação e 
treinamento, de trabalho, de suporte material e humano para que a força 
policial atenda aos princípios de direitos humanos, começando pela 
valorização do seu próprio elemento humano. 
 
 
Direitos Humanos, a Polícia e a Proteção à Criança e ao 
Adolescente 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é a lei brasileira que veio 
disciplinar a questão dos menores de idade no país, adequando à lei nacional 
as exigências das normas internacionais. O policial militar, no seu trabalho 
diurno e na sua casa, como pai, irmão, amigo, deve reconhecer em cada 
criança e adolescente um sujeito de direito e um ser merecedor de integral 
proteção, em função de sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, 
conforme o previsto na Lei (art. 2° do ECA). A cria nça, que é a pessoa de 
nascimento até 12 anos incompletos, e o adolescente, que é aquele entre 12 e 
18 anos de idade, gozam de todos os direitos fundamentais à pessoa humana 
(art. 3° do E CA e art. 5° da CF/88). 
É muito comum o policial deparar-se com crianças e adolescentes em 
logradouros públicos. Estes, devido a sua condição acabam sendo vulgarmente 
chamados de menores abandonados ou trombadinhas. Porém, o policial não 
pode se esquecer de que essas crianças e adolescentes têm também direito à 
liberdade, respeito e dignidade garantidos pelos artigos do15 ao 18 do ECA. 
Portanto, devemos atentar que a abordagem com o intuito de encaminhar os 
moradores de rua para abrigos, ainda que por pressões sociais, tornou-se 
inconstitucional, sendo também ilegal qualquer apreensão para averiguação. 
Neste contexto, o policial militar tem a obrigação moral de fazer valer e 
cumprir os princípios do Estado que visam dar proteção integral à criança e ao 
adolescente. É importante ressaltar que a tolerância policial com a criança e o 
adolescente infrator não pode ultrapassar aos limites de sua segurança 
pessoal. 
 
 
Medidas de Proteção 
Antes de atender uma ocorrência que envolva crianças ou adolescentes, 
o policial militar deve conhecer alguns conceitos básicos do ECA, previstos nos 
arts. 103, 104 e 105. O primeiro conceito é que a criança e o adolescente não 
cometem um crime ou contravenção penal, mas sim ato infracional, ou 
seja, as condutas descritas no Código Penal, bem como na Lei de 
Contravenções Penais, serão chamadas, em particular para os adolescentes, 
de ato infracional. 
Outro ponto importante é que os menores de 18 anos são penalmente 
inimputáveis, devendo assim, ser considerado para os efeitos da lei, a idade do 
adolescente à data do fato, sendo todos os direitos individuais garantidos noart. 5° da CF/88, estendendo-se a eles (art. 106, 1 07, 109, 110 e 111 do ECA). 
Após a identificação da criança ou do adolescente, este só será 
apreendido em flagrante delito de auto infracional ou com mandado 
judicial. Além disso, a princípio, não deve ser algemado nem ter tratamento 
degradante. 
As medidas de proteção à criança e ao adolescente estão previstas em 
lei. O não cumprimento constitui crime. A prática de um ato infracional gera 
consequências diferentes para crianças e adolescentes. Aos adolescentes são 
aplicadas as medidas sócio-educativas (art. 112 do ECA) e às crianças as 
medidas de proteção (art. 101 do ECA). É importante termos em mente que a 
prática de um ato infracional não gera impunidade, mas sim uma tentativa de 
ressocializar este cidadão para a vida em comunidade. 
 
 
Condução da Criança e do Adolescente 
Em flagrante de ato infracional: 
Como vimos, o adolescente não pode ser preso, mas sim apreendido, 
devendo desde logo ser conduzido à autoridade policial competente (art. 172, 
do ECA). Se o ato infracional for cometido mediante violência ou grave ameaça 
à pessoa, a autoridade policial lavra o Auto de Apreensão em Flagrante Delito, 
e se não for, lavra-se um Boletim de Ocorrência Circunstanciado (arts. 173 e 
174 do ECA), podendo ser liberado mediante compromisso dos pais ou 
responsáveis de apresentá-lo ao representante do Ministério Público no mesmo 
dia ou no primeiro dia útil. 
 
O Adolescente não poderá ser conduzido ou transportado: 
a) Em compartimento fechado de veículo policial (camburão), ainda que 
o acesso ao banco dianteiro esteja impedido por dispositivo de segurança. Não 
é vedado o transporte do adolescente no banco traseiro da viatura policial. 
b) Em condições atentatórias a sua dignidade ou que implique risco à 
sua integridade física e mental (art. 178, do ECA). 
Observação: O uso de algema não é vedado, bem como a condução no 
compartimento fechado da viatura, devendo a sua utilização justificar-se pelo 
desenvolvimento físico do adolescente ou sua manifesta periculosidade, 
conforme exposto no Aviso n° 22, de 04 Fev 92, do M inistério Público. 
 
O adolescente não será liberado quando ocorrer qualquer uma das hipóteses 
abaixo: 
a) Total impossibilidade de locomoção dos pais ou responsável; 
b) Prática de ato infracional grave, em regra ou crimes apenados com 
reclusão cuja pena mínima cominada seja igual na superior a 3 (três) anos; 
c) Prática de infração com violência ou grave ameaça a pessoa; 
d) Infração cuja repercussão social justifique a internação do 
adolescente para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem 
pública. 
Observação: Não havendo entidade de atendimento à adolescente infrator 
(ECA, art. 90, VII), ou repartição policial especializada, deverá o adolescente 
apreendido aguardar sua apresentação ao Ministério Público em dependência 
separada da destinada a maiores. 
 
Outros casos que requeiram encaminhamento: 
a) Crianças ou adolescente perdidos dos responsáveis ou acidentados, 
solicitando SOS Criança ou Conselho Tutelar. 
b) Crianças e adolescentes engraxates, vendedores, meninos de rua, a 
princípio não serão encaminhados para polícia. Para os casos eventuais deve 
ser solicitado o SOS Criança ou Conselho Tutelar. 
c) Sempre que possível a assistência à criança deve ser feita pelas policiais 
femininas. 
 
 
A Polícia e os Direitos Humanos das Mulheres 
A discriminação está intimamente relacionada às mulheres como vítimas 
em certas situações e com a sua condição especial, devido a necessidades 
específicas. Esta questão é muito importante dentro das instituições policiais, já 
que estas permanecem com um contingente predominantemente masculino, 
tanto do ponto de vista numérico, quando cultural. Assim, a sensibilização dos 
policiais para os Direitos Humanos das Mulheres, no processo do cumprimento 
da lei, é essencial. 
Logo, é necessário que os policiais executem todas as suas funções em 
consonância com os princípios da não-discriminação, evitando a vitimização e 
que saibam lidar com as conseqüências. Além disso, é importante que ao lidar 
com as mulheres garantam que sua condição especial seja respeitada e suas 
necessidades específicas sejam atendidas. 
Deste modo, se os policiais satisfizerem a todas essas exigências, irão 
prevenir, ou pelo menos, remediar, erros ou danos. 
A discriminação no usufruto dos Direitos Humanos está proibida, os 
estados são obrigados a garantir direitos iguais aos homens e mulheres para 
usufruir de todos os direitos civis e políticos. Esse tema está especificamente 
na Declaração dos Direitos Humanos e na Convenção sobre a Eliminação 
de Todas as Formas de Discriminação contra Mulheres. 
 
 
Mulheres como Vítimas de Violência dos Parceiros Masculinos 
A violência contra mulheres, por parte de seus parceiros masculinos, é 
uma grande violação dos Direitos Humanos. Quando esta violência ocorre, isso 
significa que o Estado fracassou na proteção do direito à segurança da pessoa, 
e talvez mesmo, na tutela do direito à vida, em relação às pessoas sob sua 
jurisdição. 
 
Mulheres como Vítimas de Crimes Sexuais 
As vítimas de delitos sexuais, especialmente o estupro, têm sofrido mais 
ainda por causa dos procedimentos antiquados e humilhantes que são 
utilizados na investigação do fato. Isso tem dado lugar a uma série de reformas 
processuais e a programas especiais para estas vítimas. 
Vários estados têm estabelecido programas segundo os quais eles 
garantem o pagamento de todas as despesas médicas das vítimas, tanto para 
o seu restabelecimento físico quanto para o psiquiátrico. Outros estados 
promulgaram normas que garantem a completa confidencialidade na 
comunicação entre as vítimas do delito e os assistentes sociais ou 
psicológicos. 
Essas leis reconhecem os danos que uma vítima sofre nesse tipo de 
delito. A maioria dos Estados necessitou fazer reformas substanciais em seus 
Códigos de Procedimentos para prevenir abusos contra as vítimas. Essas 
garantias contra o tratamento humilhante operam desde o momento em que a 
vítima denuncia o delito e exigem que a polícia tome medidas para diminuir o 
dano psicológico produzido na vítima ao realizar uma denúncia desse tipo. 
O abuso sexual de mulheres é uma grande violência. Está descrito nos 
Direitos Humanos, sendo caracterizado como transgressões criminais. Por este 
motivo, é responsabilidade da polícia garantir sua eficácia, tanto na prevenção 
quanto no desenvolvimento de tais crimes. Portanto, a resposta dada às 
vítimas precisa ser humana e profissionalmente competente. Como prevenção, 
a polícia deve aconselhar as mulheres sobre como evitar que se tornem vítimas 
de ataques sexuais. 
Consequentemente, no caso de vítimas de abuso sexual, o aparato 
policial deve propiciar um ambiente agradável para a realização de entrevistas 
e exames, sem esquecer-se de coletar e preservar as provas, tanto da vítima 
quanto da cena do crime. 
 
 
Passos Práticos para atender aos Padrões Internacionais 
a) Evite atitudes, observações e condutas discriminatórias em relação às 
mulheres; 
b) Permaneça sensível aos direitos humanos das mulheres durante as 
atividades policiais; 
c) Faça prevalecer as medidas legais para combater o tráfico, a 
exploração e a prostituição de mulheres; 
d) Lide eficazmente com a violência contra mulheres por parte dos seus 
parceiros masculinos; 
e) Trate eficazmente, com humanidade e sensibilidade, as mulheres que 
forem vítimas da violência de seus parceiros ou vítimas de estupro ou outros 
abusos sexuais; 
f) Respeite os direitos humanos e a condição especial das mulheres 
presas; 
g) Trate as mulheres com toda consideração devida ao seu sexo, e 
proteja-as dos ataques a sua honra, dos estupros e de outras formas de 
agressão. 
 
A Temática da ViolênciaDoméstica 
A violência doméstica pode ser entendida como agressão física ou 
mental à mulheres por parte de seus companheiros. A violência doméstica 
manifesta-se através de pequenas agressões físicas ou até mesmo o 
assassinato. Também podemos incluir agressões verbais constantes e a 
privação parcial ou total de recursos para subsistência. 
 
Extensão do Problema 
A incidência da violência doméstica aumenta cada vez mais porque se 
trata de um problema oculto, mas ocorre em famílias de todas as classes 
sociais e culturais. Muita das vezes as mulheres sentem vergonha de expor 
sua real condição. 
 
Efeitos e Causas 
Existem razões que se repetem com muita freqüência nas situações que 
promovem a violência doméstica como o uso abusivo de bebidas alcoólicas ou 
drogas, a dependência social, política e econômica das mulheres em relação 
aos homens. Esta última situação pauta-se na estrutura social, nos hábitos 
culturais e nas crenças concernentes à superioridade do homem, valorizando 
assim, o “machismo”. 
Seus efeitos resultam em morte, danos físicos, problemas psicológicos e 
prejuízos aos outros membros da família, principalmente às crianças. 
 
O papel essencial da Polícia 
A violência doméstica é um crime que ocorre dentro da família, entre 
pessoas envolvidas umas com as outras não só emocionalmente, mas também 
financeiramente. 
A Polícia, que possui poderes de detenção, tem disponibilidade de 
policiais 24 horas por dia e é capacitada para tomar providências de 
emergência. Logo, é o órgão mais importante nestas situações. Se ocorrer 
algum tipo de infração penal do marido contra a mulher, a polícia tem o dever 
de interferir. 
 
Cooperação Inter-Institucional 
A violência doméstica é um problema complexo que exige esforços de 
diversas pessoas, instituições e da comunidade em geral, como educadores, 
organizações religiosas, assistentes sociais, grupos de mulheres, abrigos e 
refúgios para vítimas. Portanto, necessita-se de uma equipe com diversos 
profissionais, com especialidades específicas para que cooperem com a 
polícia. O sucesso só será alcançado se for realizado um trabalho de equipe. 
 
Violência Familiar 
A violência entre marido e mulher é um dos problemas mais complexos 
com que depara o sistema de justiça. As vítimas desses delitos, quase que 
exclusivamente mulheres, frequentemente dependem emocional e 
economicamente do agressor. Por esta razão muita das vezes permanecem à 
mercê do agressor, e geralmente não comparecem à polícia para denunciar o 
fato. 
Dado o contexto tão especial em que ocorre esse fato, a legislação varia 
consideravelmente. A norma vigente em Lowa/EUA é um exemplo de 
legislação moderna. Quando o tribunal chega à conclusão preliminar de que 
um dos membros da família foi vitimizado violentamente por outro, o tribunal 
pode ordenar uma pensão familiar temporária, o abandono da residência, 
proibir as relações entre as partes e, até mesmo, determinar a custódia 
temporária das crianças, se for ocaso. 
Nesse sentido, podemos afirmar que os estados americanos diferem no 
modo em como os tribunais podem fazer para que as partes cumpram essas 
ordens judiciais: multa, processo penal ou encarceramento. 
Concomitantemente, à alteração da legislação substantiva e processual, os 
estados americanos têm estabelecido uma série de programas e medidas para 
prestarem assistência a essas vítimas. Tais medidas incluem centros 
residenciais para assistência às mulheres vítimas de violência familiar, 
legislações segundo as quais qualquer pessoa que tenha conhecimento desses 
fatos deva denunciá-los, bem como ajuda financeira e social às vítimas. 
 
 
 
 
AULA III 
 
 
LEGISLAÇÃO 
 
Constituição da República Federativa do Brasil 
 
 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição; 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei; 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante; 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem; 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o 
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos 
locais de culto e a suas liturgias; 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas 
entidades civis e militares de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de 
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação 
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em 
lei; 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença; 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação; 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou 
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, 
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem 
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 
1996) 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da 
fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo 
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com 
seus bens; 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao 
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido 
prévio aviso à autoridade competente; 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter 
paramilitar. 
 
 
Declaração Universal dos Direitos dos Homens 
 
O reconhecimento da dignidade é inerente a todos os membros da 
família humana e seus direitos iguais e inalienáveis são os fundamentos da 
Liberdade, da Justiça e da Paz no Mundo. Logo, o desprezo e o desrespeito 
aos direitos dos homens resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a 
consciência da humanidade, e o advento de um mundo em que os homens 
gozem de liberdade de palavra, de crença, e da liberdade de viverem a salvo 
do temor e da necessidade. 
Portanto, é essencial que os direitos dos homens sejam protegidos pelo 
Império da Lei, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à 
rebelião contra a tirania e a opressão. 
Assim, precisamos promover o desenvolvimento de relações amistosas 
entre nações, visto que os povos das Nações Unidas reafirmaram na 
Declaração Universal dos Direitos Humanos sua fé nos direitos do homem e da 
mulher e que decidiram promover não só o progresso social, como também 
melhores condições de vida através de uma liberdade mais ampla. 
Nesse intuito, uma compreensão comum dos Direitose Liberdades é 
muito importante para o pleno cumprimento desse compromisso. A Assembléia 
Geral das Nações Unidas proclama a presente Declaração Universal dos 
Direitos dos Homens como o ideal comum a ser atingido por todos os 
povos e todas as Nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão 
da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforcem, através 
do Ensino e da Educação, por promover o respeito a esses Direitos e 
Liberdades, e ainda, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional 
e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância 
universal e os efetivos, tanto entre os povos, os próprios Estados Membros 
quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. 
 
Art. 1º - Todos os homens nascem livres e iguais em Dignidade e 
Direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos 
outros com espírito de Fraternidade. 
Art. 2º - Todo homem tem capacidade para gozar os Direitos e as 
Liberdades estabelecidos nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, 
seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outras naturezas, 
origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição. 
Parágrafo único: Não será também feita nenhuma distinção fundada na 
condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença 
uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem 
governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania. 
Art. 3º - Todo homem tem Direito à vida, à liberdade e à segurança 
pessoal. 
Art. 4º - Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão 
e o tráfico de escravos estão proibidos em todas as suas formas. 
Art. 5º - Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento ou castigo 
cruel, desumano ou degradante. 
Art. 6º - Todo homem tem o Direito de ser, em todos os lugares, 
reconhecido como pessoa perante a Lei. 
Art. 7º - Todos são iguais perante a Lei e tem Direito, sem qualquer 
distinção, a igual proteção da Lei. Todos têm Direito a igual proteção contra 
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer 
incitamento a tal Discriminação. 
Art. 8º - Todo homem tem Direito a receber os Tribunais Regionais 
competentes remédio efetivo contra os atos que violem dos Direitos 
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela Constituição ou pela Lei. 
Art. 9º - Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. 
Art. 10 - Todo homem tem Direito, em plena igualdade, a uma justa e 
pública audiência por parte de um Tribunal Independente e Imparcial, para 
decidir sobre seus Direitos e Deveres ou sobre o fundamento de qualquer 
acusação criminal contra ele. 
Art. 11 - Todo homem acusado de um ato delituoso tem o Direito de ser 
considerado inocente até que sua culpabilidade tenha sido provada, de acordo 
com a Lei, em Julgamento Público, no qual lhe tenham sido asseguradas todas 
as garantias necessárias à sua defesa. 
Parágrafo único: Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão 
que, no momento, não constituem delito perante o Direito Nacional ou 
Internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, 
no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. 
Art. 12 - Ninguém será sujeito a interferências em sua vida privada, sua 
família, seu lar ou sua correspondência, nem a ataques à sua honra e 
reputação. 
Art. 13 - Todo homem tem Direito à proteção da Lei contra tais 
interferências ou ataques. 
Art. 14 - Todo homem, vítima de perseguição, tem o Direito de procurar 
e de gozar asilo em outros países. 
Parágrafo único: Este Direito não pode ser invocado em casos de perseguição 
legitimamente motivada por crimes de Direito comum ou por atos contrários 
aos objetivos e princípios das Nações Unidas. 
Art. 15 - Todo homem tem Direito a uma nacionalidade. 
Parágrafo único: Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade 
nem do Direito de mudar de Nacionalidade. 
Art. 16 - Os homens e mulheres maiores de idade, sem qualquer 
restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o Direito de contrair 
matrimônio e fundar uma família. Gozar de iguais Direitos em relação ao 
casamento, sua duração e sua dissolução. 
§ 1º - O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento 
em nubentes. 
§ 2º - A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem Direito à 
proteção da sociedade e do Estado. 
Art. 17 - Todo homem tem Direito à propriedade, só ou em sociedade 
com outros. 
Parágrafo único: Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. 
Art. 18 - Todo homem tem Direito à liberdade de pensamento, 
consciência e religião; este Direito inclui a liberdade de manifestar essa religião 
ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou 
coletivamente, em público ou em particular. 
Art. 19 - Todo homem tem Direito à liberdade de opinião e expressão; 
este Direito inclui a liberdade de se, ser interferências, ter opiniões e de 
procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios, 
independentemente de fronteiras. 
Art. 20 - Todo Homem tem Direito à liberdade de reunião e associação 
pacífica. 
Parágrafo único: Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma 
associação. 
Art. 21 - Todo homem tem o Direito de tomar parte no governo de seu 
país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. 
§ 1° - Todo homem tem igual Direito de acesso ao Se rviço Público de seu país 
§ 2° - A vontade do povo será a base da autoridade do Governo; esta vontade 
será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por 
voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto. 
Art. 22 - Todo homem, como membro da sociedade, tem Direito à 
segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação 
internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado. Dos 
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais indispensáveis à sua dignidade e ao 
livre desenvolvimento de sua personalidade. 
Art. 23 - Todo homem tem Direito ao trabalho, à livre escolha de 
emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o 
desemprego. 
§ 1º - Todo homem, sem qualquer distinção, tem Direito a igual remuneração 
por igual trabalho. 
§ 2° - Todo homem que trabalha tem Direito a uma re muneração justa e 
satisfatória, que lhe assegure, assim como a sua família, uma existência 
compatível com a dignidade humana, a qual se acrescentarão, se necessário, 
outros meios de proteção social. 
§ 3º - Todo homem tem o Direito de organizar sindicato e neles ingressar para 
proteção de seus interesses. 
Art. 24 - Todo homem tem Direito a repouso e lazer, inclusive a limitação 
razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas. 
Art. 25 - Todo homem tem Direito a um padrão de vida capaz de 
assegurar a si e à sua família saúde e bem-estar, incluindo alimentação, 
vestuário, habitação, cuidados médicos e serviços sociais indispensáveis, e 
Direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice 
ou outros casos de perda de meios de substância em circunstâncias fora de 
seu controle. 
Parágrafo único: A maternidade e a infância asseguram o Direito a cuidados e 
assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do 
matrimônio, gozarão da mesma proteção social. 
Art. 26 - Todo homem tem Direito à instrução. A instrução será gratuita, 
pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será 
obrigatória. A instrução técnica profissional será acessível a todos, bem como a 
instrução superior, esta baseada no mérito. 
§ 1° - A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da 
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos Direitos do 
Homeme pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a 
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos 
raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da 
manutenção da paz. 
§ 2° - Os pais têm prioridade de Direito na escolha do tipo de instrução que 
será ministrado a seus filhos. 
Art. 27 - Todo homem tem o Direito de participar livremente da vida 
cultural da comunidade, de usufruir das artes, e de participar do progresso 
científico e de usufruir de seus benefícios. 
Parágrafo único: Todo homem tem Direito à proteção dos interesses morais e 
materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da 
qual seja autor. 
Art. 28 - Todo homem tem Direito a uma ordem social e internacional em 
que os Direitos e Liberdades estabelecidos na presente Declaração possam 
ser plenamente realizados. 
Art. 29 - Todo homem tem deveres para com sua comunidade na qual o 
livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. 
§ 1° - No exercício de seus Direitos e Liberdades, todo homem estará sujeito 
apenas às limitações determinadas pela Lei, exclusivamente, com o fim de 
assegurar o devido reconhecimento e respeito dos Direitos e Liberdades de 
outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do 
bem-estar de uma Sociedade Democrática. 
§ 2° - Esses Direitos e Liberdades não podem, em hi pótese alguma, serem 
exercidos 
contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas. 
Art. 30 - Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser 
interpretada como o reconhecimento, a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do 
Direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à 
destruição de quaisquer Direitos e Liberdades aqui estabelecidos. 
 
 
 
 
Outras Legislações a destacar 
a) Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos 
b) Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais 
c) Convenção Americana de DDHH

Outros materiais