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APS fisiologia da dor e da propriocepção

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UNIVERSIDADE PAULISTA
Beatriz Cardoso do Amaral C19DAB-6
Giovanna Freitas Tedesco D0232G-5
Isabela Cristina de Moraes T1514J-3
Leslie Caroline Guedes D12GCB-5
Luísa Fernanda Sales N816FE-7
A QUÍMICA E A TOXICIDADE EM CORANTES DE CABELO
São Paulo
2016
Beatriz Cardoso do Amaral C19DAB-6
Giovanna Freitas Tedesco D0232G-5
Isabela Cristina de Moraes T1514J-3
Leslie Caroline Guedes D12GCB-5
Luísa Fernanda Sales N816FE-7
A QUÍMICA E A TOXICIDADE EM CORANTES DE CABELO
Trabalho de Atividades Práticas Supervisionadas
do curso de graduação de Biomedicina.
Orientadora: Professora Dra. Simone Vieira da Costa
SÃO PAULO
2016
Beatriz Cardoso do Amaral C19DAB-6
Giovanna Freitas Tedesco D0232G-5
Isabela Cristina de Moraes T1514J-3
Leslie Caroline Guedes D12GCB-5
Luísa Fernanda Sales N816FE-7
A QUÍMICA E A TOXICIDADE EM CORANTES DE CABELO
Trabalho de Atividades Práticas Supervisionadas
do curso de graduação de Biomedicina.
Aprovado em: 
_______________________________/__/____
Professora Dra. Simone Vieira da Costa
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
SUMÁRIO
RESUMO
Cosméticos são substâncias químicas que ao reagirem com a pele humana, courocabeludo ou mucosas, podem melhorar ou proteger a aparência e odor da mesma. Para que esses produtos sejam registrados no mercado, os mesmos passam por ensaios a partir de métodos analíticos que são de suma importância, tanto para a monitoração da contaminação ambiental, quanto para a saúde humana. Hoje, milhões de pessoas utilizam tinturas capilares tornando esta uma importante área da indústria mundial de cosméticos.
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1 INTRODUÇÃO
Os produtos de cosméticos que no século XV eram somente para o uso de reis e cortesões, hoje estão disponíveis para todas as classes sociais, porém não é um hábito da população verificar a composição química do produto adquirido, o que expõe o consumidor e o meio ambiente a danos que só são perceptíveis em longo prazo. ³
Existem diversas evidências históricas sobre a arte do tingimento de cabelo com corantes naturais, vegetais e minerais, desde os primórdios da civilização. No Egito, por exemplo, foram encontrados cabelos de múmias tingidos com hena. Pastas eram produzidas misturando óleos com pigmentos naturais extraídos de vegetais (açafrão ou mostarda) ou rochas, e por conta disto, houve um grande número de mortes por intoxicações, pois muito dos pigmentos usados como maquiagens, continham em sua formulação o chumbo e o mercúrio. ¹
No Império Romano, há evidências do uso de pentes embebidos em sulfeto de chumbo que na presença de vinagre produziam gradualmente uma cor marrom escuro (acetato de chumbo), cor esta também desenvolvida pela exposição à fumaças sulfurosas e usadas rotineiramente para escurecer os cabelos grisalhos. Evidências bibliográficas indicam ainda o uso de extratos de plantas, principalmente nogueira (cor marrom), camomila (amarelo), hena com índigos (preto escuro) como cosméticos.¹ 
Em cosméticos, fabricantes utilizam frequentemente flocos microscópicos de mica, uma formação mineral natural, para dar mais brilho. A mica contém metais como cromo e chumbo. Há indícios de que cores mais intensas contenham um volume maior de metais em função da contaminação dos pigmentos.9
Levando em consideração, um uso médio, a ingestão diária de cromo, metal relacionado a tumores no estômago, a ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância
Sanitária) não permite que seja usado em nenhum tipo de formulação cosmética.9
“Os metais pesados ligam-se às paredes celulares,dificultando o transporte de
nutrientes” (Masini, 2013).10
Estes elementos são perigosos, pois eles tendem a bioacumulação, processo que ocorre quando um elemento químico acumula-se em elevadas concentrações no organismo dos seres vivos, uma vez que os mesmos não conseguem metabolizar essas substâncias, dá-se início a um ciclo de contaminação em toda a cadeia alimentar.3.10
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Quando excessivamente inalados, provocam rinite e sinusite crônica, atrofia da mucosa nasal e alterações na pele. Se ingeridos, causa vômito, diarréia, choque cardiovascular e perda de sangue no trato gastrointestinal. Em estado de oxigenação o cromo é reconhecido como cancerígeno, tendo ação irritante e corrosiva no corpo humano, causando anemia profunda e insuficiência dos rins.3.10
Hoje, milhões de pessoas utilizam tinturas capilares, tornando esta uma importante área da indústria mundial de cosméticos. Nos Estados Unidos e na Europa, cerca de 33% das mulheres acima de 18 anos e mais de 10% dos homens acima dos 40 anoscolorem seus cabelos. No Brasil, um estudo mostrou que 26% da população adulta utilizam tintura para o cabelo, das quais 85% são mulheres e 15% são homens. Paraatender essa demanda, as indústrias enfrentam o desafio de oferecer produtos cadavez mais versáteis e eficientes na fixação, oferta de tonalidades e duração da cor (frente aos efeitos do sol, lavagens, cloração e etc), além de seguros para os usuários e o ambiente de acordo com as especificações informadas pelas agencias de vigilância, como a ANVISA.¹ 
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2 A QUIMICA E A TOXICIDADE EM CORANTES DE CABELO
O Cabelo é composto por um fio cravado em um folículo sob a pele. É formado por quatro unidades principais: cutícula, córtex, medula e complexo de membrana celular. A cutícula é a camada protetora, que recobre o córtex e fica responsável por algumas características do cabelo, como seu brilho e textura. A mesma apresenta uma fina camada, composta por ácidos graxos, que são unidos por material adesivo, formado por uma camada fibrosa de proteína, conectada por ligações tio- éster de cristeína. 7.8
Embaixo da membrana, encontra-se uma camada reticulada, com elevada quantidade de cistina, a exocutícula e endocutícula, formada por aminoácidos. A cutícula também éenvolvida por células incolores. No interior da cutícula, encontra-se o córtex, que éresponsável por quase todas as propriedades que definem e fazem do cabelo ser único. O córtex é rico em proteínas, que se organizam em forma de espiral, denominada queratina. Essas proteínas são ligadas por pontes de dissulfato. São encontrados também em grande quantidade, pigmentos que determinam a cor do cabelo. Substância que determina a cor natural do cabelo é a melanina. O córtex também é responsável pelas propriedades físicas e mecânicas do cabelo, que dão a
ele sua resistência e fração. 7.8
A medula se encontra na parte central do fio. É formada por fibras de queratina e se arranjam como pequenas cavidades, onde se armazena o fio do cabelo. Algumas pesquisas apontam que a presença da medula ao longo do cabelo, pode ser atéausente, sua função ainda não foi determinada. 7.8
Os corantes de cabelo são divididos em dois tipos: naturais e sintéticos. Os naturais são a base de hena, extraídos de folhas de um arbusto africano, ou manufaturados com produto purificado. Já os corantes que são à base de sais metálicos, utilizados para colorir os fios brancos ou cinzas.¹
Os corantes sintéticos são classificados de acordo com sua fixação, levando em consideração a duração no cabelo, sendo ela: temporária, semipermanente e permanente. São contidas nos corantes temporários duas classificações: corantes básicos e ácidos. ¹
 
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Corantes ácidos são aniônicos, solúveis em água e utilizados na coloração em seda, lã, nylon e couro. Os corantes básicos são produzidos para utilização na indústria têxtil e alimentícia. ¹
Nos corantes semipermanentes, sua aplicação ocorre por interação polar fraca e interaçãode Van der Waals. Esse corante não é utilizado para clarear fios de cabelo, porque sua fórmula não contém peróxido de hidrogênio.
E por fim, os corantes permanentes, que são mais utilizadas por sua facilidade de aplicação e duração maior da coloração. Esse corante é formado no próprio cabelo, por meio de reações químicas que necessitam de três componentes:
Agente precursor: aminas aromáticas;
Agente acoplador: formado por compostos aromáticos;
Terceiro componente: oxidante em meio alcalino. ¹
Até os anos 60 acreditava-se que os produtos permaneciam apenas na pele, ou seja,apenas efeitos locais eram considerados antes do produto ser liberado para o mercado.No entanto, estudos revelaram que os produtos podem ser absorvidos, acarretando a efeitos sistêmicos no organismo. No Brasil o órgão responsável pela autorização e comercialização, fiscalização das empresas e do processo de produção é a ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária), antes de um produto ser lançado no mercado, a segurança deve ser avaliada por meio de diversos ensaios toxicológicos como toxicidade sistêmica aguda, irritação ocular e carcinogenecidade. ¹
A maioria dos estudos com foco no risco à saúde humana por corantes, precursores e outros aditivos são baseados nos corantes permanentes e estudos com p-fenilamina e amínofenois. Esta preocupação é justificada pelo fato de algumas aminas aromáticas usadas para preparação, são substâncias biologicamente ativas e podem atravessar a barreira cutânea causando mutação na célula que passa para as gerações seguintes ou causando efeito cancerígeno. No entanto, a toxidade dos corantes ainda é pouco investigada e os dados ainda são conflitantes. ¹
Pelos riscos oferecidos aos usuários de corantes de cabelo, esses produtos são regulados por normas e agencias reguladoras. ¹
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Para detecção e quantização de matrizes ambientais e fluidos biológicos, são utilizados os métodos baseados em espectroscopia de massa (análise de elementos simples, da estrutura química de compostos inorgânicos ou grupos funcionais de uma substância orgânica utilizando radiação eletromagnética), eletroforese capilar (processo de migração para eletrodos de espécies que são carregados eletricamente em solução) e cromatografia eletrocinética micelar (técnica quantitativa que tem por finalidade geral a identificação de substância e a separação purificação de misturas) para determinar a presença de corantes e seus metabolitos. ¹
Demonstrados na separação e detecção de intermediários primários em corantes de cabelo, a utilização da cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas em modo positivo foi também utilizada para determinação de aminas e fenóis. ¹
Os métodos analíticos são importantes tanto para a monitoração da contaminação ambiental quanto para a saúde humana. ¹
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3 CONCLUSÃO
A busca por novas tecnologias cresce a cada dia e com ela, novas formulações tem sido geradas para tintura de cabelo no mercado. Esse produto é utilizado por milhões de pessoas, independente da raça, religião, nacionalidade, sexo ou idade. Por esse motivo, de ser uma área tão vasta em usuários do produto, o entendimento da estrutura química e molecular dos cabelos, propriedades físico-químicas são importantes, tanto para não comprometer a saúde humana, quanto os testes feitos em laboratório para que o produto seja registrado no mercado.
Embora o uso de corantes de cabelo pela população humana seja altamente explorado, por ensaios e cuidados por agentes reguladores, a IARC (InternationalAgency for ResearchonCancer) afirma que alguns produtos comercializados como tinturas de cabelo, possuem em sua formulação corantes mutagênicos e carcinogênicos. Contudo, ate hoje a área continua crescendo e ainda assim envolvendo grandes quantidades de consumidores, ensaios toxico genéticos apresentam resultados inconclusivos para algumas classes de corantes e precursores.
Mesmo com o avanço tecnológico ao passar dos tempos e as diversas pesquisas sobre ensaios físicos químicos e químicos analíticos a serem feitos em tinturas de cabelo, observa-se ainda uma relativa escassez de informações relacionadas à toxicidade e mutagenicidade dos corantes de cabelo disponíveis a população. Portanto, é totalmente importante que os consumidores saibam o que estão comprando e usando em seus cabelos, ainda é importante ressaltar a importância do monitoramento destes corantes provenientes da tintura de cabelo em efluentes industriais, esgotos domésticos, águas naturais e destinadas ao consumo humano, bem como obter mais dados sobre a sua persistência, biotransformação, a bioacumulação de metais pesados ser tão perigosa para a saúde humana e o transporte e destino no meio ambiente para que se possa avaliar os riscos envolvidos relativos à utilização desses tipos de corantes.
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REFERÊNCIAS
1 OLIVEIRA, Ricardo A. G., Thalita B. Zanonib, Guilherme G. Bessegatoa, Danielle P. Oliveira, Gisela A. Umbuzeiroc e Maria Valnice B. Zanonia, ARTIGO - A QUÍMICA E TOXICIDADE DOS CORANTES DE CABELO. Disponivel em: Quim. Nova, Vol. 37, No. 6, 1037-1046, 2014 <http://dx.doi.org/10.5935/0100-4042.20140143> Acesso em 8 Set. 2016.
2 ANVISA, DECRETO Nº 79.094, DE 05 DE JANEIRO DE 1977. Disponível em:<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/7ddc6b004745968e9e64de3fbc4c6735/legis_79094.pdf?MOD=AJPERES> Acesso em 8 Set. 2016.
3 ECOASSIST, Grupo Doenças causadas por metais pesados. Disponível em: <http://www.ecoassist.com.br/blog/?tag=doencas-causadas-pelos-metais-pesados> Acesso em 10 Set. 2016.
4 TREVISAN, Carlos Alberto. História dos cosméticos. Disponível em: <http://www.crq4.org.br/historiadoscosmeticosquimicaviva> Acesso em 8 Set. 2016.
5 MAGALHÃES, Mariza, ARTIGO - Tudo que você faz tem a ver com Química. Sobre cosméticos. Disponível em:
<https://books.google.com.br/books?id=nSEPAwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false > Acesso em 10 Set. 2016.
6 Galembeck, Fernando, PUC, Cosméticos: a química da beleza. Disponível em:<http://web.ccead.pucrio.br/condigital/mvsl/Sala%20de%20Leitura/conteudos/SL_cosmeticos.pdf > Acesso em 15 Set. 2016.
7 AVI, Marcela, Cutícula, cimento, córtex e medula: Conheça a estrutura do cabelo. Disponível em: <http://www.segredosdesalao.com.br/noticia/cuticula-cimento-cortex-e-medula-conheca-a-estrutura-do-fio-de-cabelo_a832/1>Acesso em 16 Set. 2016
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8 PANTENE, Instituto. A anatomia do cabelo humano. Disponível em: <http://pantene.com.br/pt-br/pantene-institute/estrutura-do-cabelo> Acesso em 16 Set. 2016
9 Sa Liu, S. Katharine Hammond ARTIGO - Pesquisas encontram metais tóxicos em batons nos EUA (Concentrations and Potential Health Risks of Metals in Lip Products).Disponível em: <http://veja.abril.com.br/saude/pesquisa-encontra-metais-toxicos-em-batons-nos-eua> Acesso em 16 Set. 2016
10 MUNDO ESTRANHO, Redação. O que são metais pesados . Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/ciencia/o-que-sao-metais-pesados-e-por-que-fazem-mal-a-saude/ > Acesso em 17 Set. 2016

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