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II SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS 29 e 30 de novembro de 2016 ANAIS DO GRUPO DE TRABALHO 12 Faculdade de Direito – Universidade Federal Fluminense II Seminário Internacional sobre Direitos Humanos Fundamentais Anais do II SIDHF ISSN 2525-2682 LOCAIS: Plenário do IAB - Avenida Marechal Câmara, no 210 - 5o andar, Centro, Rio de Janeiro-RJ: Faculdade de Direito - Universidade Federal Fluminense Rua Presidente Pedreira, 62 – Ingá, Niterói – RJ e Rua Tiradentes, 17 – Ingá, Niterói - RJ. ORGANIZAÇÃO: Programa de Pós-Graduação em Direito Constitucional (PPGDC/UFF) Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Puc-Rio) Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da Universidade Cândido Mendes (UCAM) Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) APOIADORES: Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sociologia e Direito (PPGSD/UFF) Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Justiça Administrativa (PPGJA/UFF) Iniciativa Latino-Americana de Direito, Sociedade e Cultura (ILADISC) EDITORA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA E DIREITO – UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Rua Tiradentes, 17 – Ingá 24210-510 Niterói/RJ +55 (21) 3674-7477 sociologia_direito@yhoo.com.br CONSELHO EDITORIAL Adalberto Cardoso (IUERJ) Margarida Camargo Lacombe (UFRJ) Carmem Lucia T. Felgueiras (UFF) Mauricio Vieira Martins (UFF) Cláudia Ribeiro Pfeiffer (UFRJ) Napoleão Miranda (UFF) Eliane Junqueira (PUC-RJ) Nuria Belloso Martín (Universidade de Burgos) Glória Márcia Percinoto (UERJ) Renan Springerde Freitas (UFMG) Henri Acserald (UFRJ) Ricardo Perlingeiro M. da Silva (UFF) Joaquim Leonel de R. Alvim (UFF) Sam Moyo (African Institute of Agrarian Studies – Zimbábue) Juliana Neuenschwander Magalhães (UFRJ) Samuel Rodrigues Barbosa (USP) Luis Carlos Fridman (UFF) Selene Herculano de Freitas (UFF) Marcelo da Costa Pinto Neves (IDP) Sophie Olfield (University of Cape Town) Marcelo Pereira de Mello (UFF) Wilson Madeira Filho (UFF) CONSELHO CIENTÍFICO Adriano Moura (UNESA) Jeancezar Ditzz de Souza Ribeiro (UNILASALLE-RJ/UCAM-RJ) Adriano Pilatti (PUC-RJ) João Carlos Castellar (IAB) Alexandre de Castro Catharina (UNESA) Manoel Messias Peixinho (UCAM-RJ) Benedicto de Vasconcellos Luna Gonçalves Patrão (UFF/ UNILASALLE-RJ) Marcelo Pereira de Almeida (UCP) Carlos Alberto Lima de Almeida (UNESA) Maria Lúcia de Paula Oliveira (PUC- RJ) Célia Barbosa Abreu (UFF) Monica Paraguassu Correia da Silva (UFF) Carolina Altoé Velasco (UCAM- RJ/PUC-RJ) Paulo Jorge Fonseca Ferreira da Cunha (Universidade do Porto – Portugal) Eduardo Manuel Val (UFF/UNESA) Rafael Mario Iorio Filho (UNESA) Elian Araújo (MACKENZIE-RJ) Sérgio Sant’Anna (UCAM-RJ) Fábio Carvalho Leite (PUC-RJ) Stella Emery Santana (FAESA-ES) Florian Fabian Hoffman (Universidade de Erfurt – Alemanha/ PUC-RJ) Técio Lins e Silva (IAB) Gustavo Sampaio Telles Ferreira (UFF) DISCENTES Ana Carolina de Araújo Mesquita; Anna Terra Pereira Basso; Aurea Luise Abreu Alves; Camilla Gerarde Barbosa Borges; Camille Pacheco Carvalho; Caroline Juvencio Mariano de Medeiros; Daiane Conde da Costa; Gabriella de Souza e Silva; Isaac Marsico do Couto Bemerguy; Letícia Rayane Dourado Pinto; Leonardo Martins Costa; Pedro Paulo Carneiro Gasparri; Sheila Regina Matos de Azeredo; Tauã Lima Verdan Rangel; Tatiana Fernandes Dias da Silva; Thaís Ferraz Rodrigues; Thiago Villar Figueiredo. COMISSÃO EXECUTIVA A Comissão Executiva foi presidida pela Professora Dra. Célia Barbosa Abreu e composta pelos seguintes membros: Alex Mendonça; Ana Carolina de Araújo Mesquita; Anna Terra Pereira Basso; Alessandra Dale Giacomin Terra; Antônio Fernandes; Aurea Luise Abreu Alves; Bianca Kremer Nogueira Corrêa; Camilla Gerarde Barbosa Borges; Camille Pacheco Carvalho; Caroline Juvencio Mariano de Medeiros; Eduardo Magaldi; Elian Araújo; Daiane Conde da Costa; Fabrízia da Fonseca Passos Bittencourt Ordacgy; Gabriel Cerqueira Leite Martire; Gabriella de Souza e Silva; Isaac Marsico do Couto Bemerguy; Joyce Abreu de Lira; Karyne Castro da Silva; Laila Rainho de Oliveira; Letícia Rayane Dourado Pinto; Leonardo Martins Costa; Lívia Azeredo Miranda; Luiza Paula Gomes; Pablo Dominguez Martinez; Pedro Paulo Carneiro Gasparri; Rebeca Cordeiro da Rota Mota; Sheila Regina Matos de Azeredo; Tauã Lima Verdan Rangel; Tatiana Fernandes Dias da Silva; Thaís Ferraz Rodrigues; Thiago Villar Figueiredo. EDITORAÇÃO, PADRONIZAÇÃO e FORMATAÇÃO DE TEXTO Célia Barbosa Abreu (PPGDC/UFF) Tauã Lima Verdan Rangel (Doutorando PPGSD/UFF) CONTEÚDO, CITAÇÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS É de inteira responsabilidade dos autores o conteúdo aqui apresentado. Reprodução dos textos autorizada mediante citação da fonte. II SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS - PPGDC/UFF 29 e 30 de novembro de 2016 Organizadora Geral: Professora Doutora Célia Barbosa Abreu Apoiadores: Professores Manoel Messias Peixinho e Fábio Carvalho Leite PROGRAMAÇÃO FINAL Dia 29/11/2016 (terça-feira) - 17h às 19hh30min. Local: IAB, localizado na Avenida Marechal Câmara, nº 210, 5º andar, Centro Rio de Janeiro/RJ MESA DE SAUDAÇÕES - 17h às 17h30min: Presidente da mesa: Professora Dra. Célia Barbosa Abreu, Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense - UFF Possui Doutorado e Mestrado em Direito Civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ. Professora Adjunta de Direito Civil da Universidade Federal Fluminense. Professora do Corpo Docente Permanente do PPGDC (Programa de Pós-Graduação em Direito Constitucional da Faculdade de Direito - UFF. Autora das obras: Contornos Dogmáticos & Eficácia da Boa-fé Objetiva, Curatela & Interdição Civil e Primeiras Linhas sobre a Interdição após o Novo Código de Processo Civil, além de artigos publicados em revistas especializadas e capítulos de livros publicados. Experiência em Direito, com ênfase em Direito Comparado; Direito Constitucional Comparado nas Relações Privadas & Públicas; Direitos Fundamentais nas Relações Privadas & Públicas; Direito Fundamental à Saúde (especialmente, Saúde Mental); Direito Civil- Constitucional. Advogada. Prof. Dr. Fábio Carvalho Leite, Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica - PUC-RJ Possui graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio (1999), mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio (2002) e doutorado em Direito Público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (2008). Professor Assistente de dedicação exclusiva da PUC-Rio. Bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq. Membro do "International Consortium for Law and Religion Studies" (ICLARS). Atualmente, é professor de Direito Constitucional e Coordenador adjunto da pós-graduação em Teoria do Estado e Direito Constitucional da PUC- Rio. É Coordenador da área de ênfase em Estado e Sociedade do curso de graduação em Direito da PUC-Rio. É Assessor Jurídico Adjunto da Reitoria da PUC-Rio. Membro da Comissão de Direito Constitucional da OAB-RJ (2016-). Prof. Dr. João Carlos CastellarPinto, Diretor Cultural do Instituto dos Advogados do Brasil - IAB Possui graduação em Direito pela Universidade Cândido Mendes (1980), mestrado em Ciências Penais Direito Penal pela Universidade Cândido Mendes (2003) e doutorado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2012). É professor substituto de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); associado do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais; membro efetivo da Sociedade Brasileira de Vitimologia; membro da Association Internacionale de Droit Pénal, foi presidente da comissão de direito penal do Instituto dos Advogados Brasileiros, sendo reeleito para o segundo mandato como diretor cultural desse instituto. É professor convidado da Fundação Getúlio Vargas, da Universidade Cândido Mendes e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, atuando principalmente nos seguintes temas: política criminal, sistema penal, direito penal, direito penal econômico- financeiro e direito societário. Prof. Dr. Manoel Messias Peixinho, Faculdade de Direito da Universidade Cândido Mendes - UCAM Possui pós-doutorado Université Paris - Nanterre. (2013-2014). Doutorado em Direito. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Brasil (2000-2004). Mestrado em Direito. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Brasil. (1995-1997). Aperfeiçoamento em Direito. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Brasil (1988 - 1992). Graduação em Direito. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC- Rio, Brasil (1987 - 1992) Graduação em Teologia. Seminário Metodista. (1987 - 1990). Atualmente é professor do Departamento de direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e do Mestrado em Direito da Universidade Cândido Mendes. É professor colaborador da Fundação Getúlio Vargas e da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. A militância na advocacia é dedicada, prioritariamente, às matérias especializadas em licitações e contratos administrativos, ao servidor público e à responsabilidade civil do Estado. Prof. Dr. Técio Lins e Silva, Possui Graduação em Direito pela Faculdade Nacional de Direito da antiga Universidade do Brasil – UFRJ (1968); Possui Mestrado em Direito Penal e Doutorado em Direito Político pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Professor licenciado de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade Cândido Mendes - UCAM; Membro da Associação Internacional de Direito Penal (AIDP), Paris, França; Membro da Federação Interamericana de Advogados (FIA), Washington, DC, EUA; Membro da União Internacional de Advogados (UIA), Paris, França; Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros –IAB; Advogado. PALESTRA - 17h30min às 18h30min: Prof. Dr. Paulo Ferreira da Cunha, Prof. Catedrático de Direito da Faculdade de Direito da Universidade do Porto. Membro do Comité ad hoc para o Tribunal Constitucional Internacional, com especial mandato para a América Latina e Portugal. Membro da Academia Brasileira de Direito Internacional e de várias outras Academias e Sociedades Científicas, como a Natural Law Society, a Sociedade Científica da Univ. Católica, o Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, a Academia Paulista de Letras Jurídicas, o Centro de Letras do Paraná, etc. Professor das Laureate International Universities. Bolseiro da FUNADESP na Faculdade Autônoma de Direito, São Paulo, coordenador do Projeto de Pesquisa "Fundamentação do Direito e Contrato Constitucional Internacional". Professor da Académie Internationale de Droit Constitutionnel. Possui graduação (Licenciatura em Direito), com o Curso complementar em Ciências Jurídico-Políticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1984), Mestrado em Direito - Ciências Jurídico- Políticas pela mesma Faculdade (1988), Doutorado em Direito (História do Direito / Filosofia do Direito) pela Université Panthéon-Assas, Paris II (1992), reconhecido em 6.1.1999 pela Univ. do Porto, Portugal. E ainda Doutorado em Direito. Ciências Jurídico-Políticas, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1995), reconhecido em 16.4.2014 pela Universidade de São Paulo como Doutor em Direito, área de Direito do Estado. Agregação em Direito Público (similar à Livre-docência) pela Universidade do Minho (2000). É Pós-doutor em Direito do Estado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (2013). Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Público, especialmente Constitucional, e Ciência e Filosofia Jurídica e Política, atuando principalmente nas áreas de: globalização jurídica, direito internacional, direito constitucional, filosofia do direito, direitos fundamentais, e ciência e filosofia políticas. É Professor Catedrático com "tenure" e Diretor do Instituto Jurídico Interdisciplinar da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, Professor visitante da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e da Faculdade de Direito de Kiev da Academia Nacional das Ciências da Ucrânia, da UANE, México, etc. Professor "Associé" ao Departamento de Direito e Justiça da Universidade Laurenciana, no Canadá, Professor Honorário da Univ. Mackenzie, em São Paulo, Diretor de Relações Internacionais do Cemoroc da USP (desde 2008). Pesquisador da Linha de pesquisa Regimes e Tutelas Constitucionais, Ambientais e Internacionais (Unisantos). Coordenador (com a Prof. Dr.ª Karine Salgado) do Grupo de Pesquisa Direitos Humanos: Raízes e Asas (UFMG). Advogado, inscrito na Ordem dos Advogados de Portugal (tendo pedido suspensão para dedicação integral à Universidade). Vencedor de um dos Prémios Jabuti (ex-aequo) para melhor livro de Direito 2007, com o seu "Direito Constitucional Geral" (Método, São Paulo; Lisboa, Quid Juris). Diretor ou codiretor de várias revistas, como a International Studies on Law and Education. Tema: Um "Upgrade" na Proteção dos Direitos Fundamentais: a Corte Constitucional Internacional. DEBATE - 18h30min às 19h30min: Prof. Dr. Eduardo Manuel Val, Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense - UFF Possui graduação em Direito - Universidade de Buenos Aires (1988), mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1996) e doutorado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2006). Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Federal Fluminense, professor colaborador do Programa de Pós-graduação em Direito Constitucional da UFF (PPGDC-UFF) e Chefe do Departamento de Direito Público (SDB-UFF) . Integra o quadro docente permanente do Programa de Mestrado e Doutorado da Universidade Estácio de Sá (UNESA) e ocupa o cargo de Coordenador Adjunto do PPGD/UNESA (Mestrado e Doutorado). Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie- Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Internacional Público, direito das Relações internacionais e Direito Constitucional Internacional e Comparado, atuando principalmente nos seguintes temas:Direito Constitucional Latino-Americano e Iberoamericano, Acesso à Justiça na America Latina. Mercosul, Integração Política e Jurídica, Direito das Relações Internacionais, Direito Ambiental Internacional, Direito ao desenvolvimento, Direitos Humanos, Direito a Saúde e Direito Internacional do Trabalho. Prof. Dr. Florian Fabian Hoffman, da Pontifícia Universidade Católica - PUC Possui graduação em BSc(Econ) Law and Government – London School of Economics and Political Sciences (1996), mestradoem Ciências Jurídicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1999) e doutorado em Direito pelo Instituto Universitário Europeu (2004). Lecionou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, London School of Economics, e atualmente é Diretor da Willy Brant School of Public Policy, Universidade de Eifurt, Alemanha. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Internacional Público, atuando principalmente nos seguintes temas: direitos humanos, filosofia do direito, direito internacional público, direito constitucional e direitos sociais. Profa. Dra. Maria Lúcia de Paula Oliveira, da Pontifícia Universidade Católica - PUC Possui graduação em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1990), mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1999), mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1995) e doutorado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2006). Atualmente é professor adjunto da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, procuradora da fazenda nacional - Procuradoria da Fazenda Nacional no Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Filosofia do Direito e Direito Constitucional. COQUETEL - 19h30min às 20h30min. Dia 30/11/2016 (quarta-feira) - 09h às 17h30min.: Local: UFF, Campus I, Rua Presidente Pedreira, nº 62, Ingá, Niterói/RJ UFF, Campus II, Rua Tiradentes, nº 17, Ingá, Niterói/RJ PARTE DA MANHÃ: serão realizadas concomitantemente 2 atividades, a saber: Conforme dito acima, na parte da manhã, ocorrerão 2 atividades simultaneamente: a Mesa Redonda, com lançamento de obras e seus autores, a ser realizada no São Nobre da Faculdade de Direito-UFF, bem como o funcionamento dos Grupos de Trabalhos nos espaços abaixo discriminados. Nesse contexto, temos a honra de destacar que a abertura da Mesa Redonda contará com uma palestra proferida pelo Professor Dr. Paulo Ferreira da Cunha, o qual contará a experiência de ter sido laureado pelo Prêmio Jabuti, em 2007, com a obra ‚Direito Constitucional Geral‛. MESA REDONDA COM PALESTRAS E LANÇAMENTO DE OBRAS (SALÃO NOBRE) GRUPOS DE TRABALHO – GTs (Respeitando o movimento estudantil de Ocupação da Faculdade de Direito UFF, os Grupos de Trabalho funcionarão em dois Campus) Das 9h30min às 11h (intervalo de 30 minutos) - Das 11h30min às 13h Das 9h30min às 11h (intervalo de 30 minutos) - Das 11h30min às 13h Salão Nobre - Campus I: Campus I: CUNHA, Paulo Ferreira. Direito Constitucional Geral. Portugal: Quid Juris, 2007 (Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Direito neste ano) GT 1 – sala 1 (prédio principal); GT 2 – sala 2 (prédio principal); GT 3 – sala 3 (prédio principal); GT 6 – sala 4 (prédio principal); GT 7 – sala 12 (prédio anexo); GT 8 – sala 23 (prédio anexo); GT 9 – sala 24 (prédio anexo); GT 10 – auditório 1 (prédio principal); e GT 11– auditório 2 (prédio principal). ABREU, Célia Barbosa (coorganização). Diálogos sobre Direitos Humanos Fundamentais, 3 volumes. Ed. Lumen Juris. Coleção: Escritos Menores sobre Direitos Fundamentais. Ed. PPGSD. 12 volumes. AVZARADEL, Pedro Curvello Saavedra, BRANDÃO, Clarissa, SADDY, André (Orgs.). Constituição, Crise Hídrica, Energia e Mineração na América Latina. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016. BRANDÃO, Clarissa; BELLO, E. . Direitos Humanos e Cidadania no Constitucionalismo Latino- Americano. 1. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016. v. 1. BRANDÃO, Clarissa. DIREITO INTERNACIONAL DA CONCORRÊNCIA: aspectos constitucionais e comércio internacional. 1. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016. v. 1 Campus II: GT 4 – Auditório IV; GT 5 – sala 11; e GT 12 – sala 12. LEITE, Fábio Carvalho. Controle de Constitucionalidade: aspectos controversos Curitiba: Juruá, 2015. MONICA, Eder Fernandes. Entre Direitos Fundamentais e Democracia. Niterói: EDUFF. 2016. SADDY, André. (coord.). Discricionariedade Policial. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016. SADDY, André. Formas de atuação e intervenção do Estado brasileiro na economia. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016. SADDY, André. Limites à tomada de decisão e controle judicial da Administração Pública. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016 (Prólogo do Prof. Dr. José Eugenio Soriano Garcia). SADDY, André; CHAUVET, Rodrigo da Fonseca (coords.). Aspectos jurídicos do transporte aquaviário de passageiros. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016. SORIANO GARCÍA, José Eugenio; SADDY, André (Dirs.); ORTIZ LAVERDE, Sandra Milena; AVZARADEL, Pedro Curvello Saavedra (Coords.). Direito Constitucional Ambiente Ibero-americano. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016. ________________________________________________ PARTE DA TARDE: Salão Nobre - Campus I MESA DE FECHAMENTO: 14h30min – 17h30min: PALESTRAS DE FECHAMENTO: Prof. Dr. Adriano Pilatti da Pontifícia Universidade Católica - PUC-RJ – 14h30min às 15h30min: Graduado pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ-1983), mestre em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica Rio de Janeiro (PUC-Rio - 1988) e doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ - 2006), com Pós-Doutorado em Direito Público Romano pela Universidade de Roma I - La Sapienza (2011). Foi assessor parlamentar da Câmara dos Deputados junto à Assembléia Nacional Constituinte de 1987-88, assessor legislativo concursado da Câmara dos Deputados, assessor jurídico do Gabinete do Prefeito do Rio de Janeiro, consultor jurídico do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM) e chefe da Assessoria Jurídica da Reitoria da PUC-Rio. É professor adjunto do Departamento de Direito da PUC-Rio, de que foi diretor (2004-2010), onde leciona Teoria do Estado e Direito Constitucional, Teoria da Constituição e Formação Constitucional do Brasil nos cursos de graduação e pós- graduação. É coordenador-geral do Núcleo de Estudos Constitucionais e do Instituto de Direito da PUC-Rio. Representante docente no Conselho Universitário da PUC-Rio desde 2003, membro efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros, sócio-fundador da Associação Brasileira dos Constitucionalistas Democratas (ABCD), e membro dos Conselhos Editoriais revistas Direito, Estado e Sociedade (PUC-Rio) e Global Brasil (Rede Universidade Nômade). Presidiu a Comissão de Ensino Jurídico da OAB/RJ (2010-2012). Traduziu o livro Poder Constituinte - Ensaio sobre as Alternativas da Modernidade, de Antonio Negri (Rio de Janeiro: Lamparina, 2015). Autor do livro A Constituinte de 1987-1988 - Progressistas, Conservadores, Ordem Econômica e Regras do Jogo (Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008) Tema: Direito de Resistência, Lutas por Direitos e Criminalização dos Movimentos. Prof. Dr. Fábio Carvalho Leite, da Pontifícia Universidade Católica - PUC-RJ – 15h30min às 16h: Possui graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio (1999), mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio (2002) e doutorado em Direito Público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (2008). Professor Assistente de dedicação exclusiva da PUC-Rio. Bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq. Membro do "International Consortium for Law and ReligionStudies" (ICLARS). Atualmente, é professor de Direito Constitucional e Coordenador adjunto da pós-graduação em Teoria do Estado e Direito Constitucional da PUC- Rio. É Coordenador da área de ênfase em Estado e Sociedade do curso de graduação em Direito da PUC-Rio. É Assessor Jurídico Adjunto da Reitoria da PUC-Rio. Membro da Comissão de Direito Constitucional da OAB-RJ(2016- ). Tema: A Liberdade de Expressão no Brasil: Velhos Problemas e Novos Desafios. DEBATEDOR Prof. Dr. Gustavo Sampaio Telles Ferreira da Universidade Federal Fluminense – UFF – 16h às 16h20min: Doutor em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2009). Mestre em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1999). Bacharel em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1996). Professor Adjunto do Departamento de Direito Público da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense, com exercício docente nas disciplinas de Direito Constitucional. Professor de Teoria da Constituição no Programa de Mestrado em Direito Constitucional da Universidade Federal Fluminense. Ex-Chefe do Departamento de Direito Público da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense. Advogado no Rio de Janeiro. DEMAIS INTEGRANTES DA MESA E PARTICIPANTES DO DEBATE Prof. Dr. Paulo Ferreira da Cunha, Prof. Catedrático de Direito da Faculdade de Direito da Universidade do Porto – 16h20min às 16h40min: Membro do Comité ad hoc para o Tribunal Constitucional Internacional, com especial mandato para a América Latina e Portugal. Membro da Academia Brasileira de Direito Internacional e de várias outras Academias e Sociedades Científicas, como a Natural Law Society, a Sociedade Científica da Univ. Católica, o Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, a Academia Paulista de Letras Jurídicas, o Centro de Letras do Paraná, etc. Professor das Laureate International Universities. Bolseiro da FUNADESP na Faculdade Autônoma de Direito, São Paulo, coordenador do Projeto de Pesquisa "Fundamentação do Direito e Contrato Constitucional Internacional". Professor da Académie Internationale de Droit Constitutionnel. Possui graduação (Licenciatura em Direito), com o Curso complementar em Ciências Jurídico-Políticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1984), Mestrado em Direito - Ciências Jurídico- Políticas pela mesma Faculdade (1988), Doutorado em Direito (História do Direito / Filosofia do Direito) pela Université Panthéon-Assas, Paris II (1992), reconhecido em 6.1.1999 pela Univ. do Porto, Portugal. E ainda Doutorado em Direito. Ciências Jurídico-Políticas, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1995), reconhecido em 16.4.2014 pela Universidade de São Paulo como Doutor em Direito, área de Direito do Estado. Agregação em Direito Público (similar à Livre-docência) pela Universidade do Minho (2000). É Pós-doutor em Direito do Estado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (2013). Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Público, especialmente Constitucional, e Ciência e Filosofia Jurídica e Política, atuando principalmente nas áreas de: globalização jurídica, direito internacional, direito constitucional, filosofia do direito, direitos fundamentais, e ciência e filosofia políticas. É Professor Catedrático com "tenure" e Diretor do Instituto Jurídico Interdisciplinar da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, Professor visitante da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e da Faculdade de Direito de Kiev da Academia Nacional das Ciências da Ucrânia, da UANE, México, etc. Professor "Associé" ao Departamento de Direito e Justiça da Universidade Laurenciana, no Canadá, Professor Honorário da Univ. Mackenzie, em São Paulo, Diretor de Relações Internacionais do Cemoroc da USP (desde 2008). Pesquisador da Linha de pesquisa Regimes e Tutelas Constitucionais, Ambientais e Internacionais (Unisantos). Coordenador (com a Prof. Dr.ª Karine Salgado) do Grupo de Pesquisa Direitos Humanos: Raízes e Asas (UFMG). Advogado, inscrito na Ordem dos Advogados de Portugal (tendo pedido suspensão para dedicação integral à Universidade). Vencedor de um dos Prémios Jabuti (ex-aequo) para melhor livro de Direito 2007, com o seu "Direito Constitucional Geral" (Método, São Paulo; Lisboa, Quid Juris). Diretor ou codiretor de várias revistas, como a International Studies on Law and Education. Prof. Dr. Wilson Madeira Filho – 16h40min às 17h: Possui graduação na Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense (1983), Mestrado em Letras, com bolsa CNPq, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1989) e Doutorado em Letras, com bolsa CNPq, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1998), com um período de estudos comparados, financiado pelo DAAD, na Universidade de Colônia, na Alemanha. É professor Titular de Teoria do Direito com Dedicação Exclusiva, Diretor da Faculdade de Direito da UFF para o período jan 2016- jan2020, foi por 3 mandatos intercalados (2002-2004, 2009-2013, 2013-2016) coordenador do PPGSD (Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito), mestrado e doutorado, da UFF. Tem experiência na área de Direito Ambiental e Urbanístico, com ênfase em Conflitos socioambientais, rurais e urbanos, e com forte atuação na extensão universitária. Coordena projetos de pesquisa em Rondônia e em Roraima. Coordenou por oito vezes equipes da UFF no Projeto Rondon. Coordena o Projeto CAJUFF Amazônia, em Oriximiná PA, no campus avançado José Veríssimo. Coordenou a mobilização social e a redação do projeto de lei de diversos planos diretores municipais. Foi eleito, para o mandato set 2012-set 2014, e reconduzido para o mandato 2014-2016, Presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação Interdisciplinar em Sociais e Humanidades (ANINTER_SH). 2 Membros do Movimento Estudantil de Ocupação da UFF – 17h às 17h30min. APRESENTAÇÃO A presente publicação reúne pesquisas apresentadas e debatidas no ano de 2016, no âmbito do II Seminário Internacional sobre Direitos Humanos Fundamentais, promovido pela Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense, por meio do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Constitucional (PPGDC/UFF), como uma iniciativa do Grupo de Pesquisa em Direitos Fundamentais, cadastrado no CNPQ, sob minha liderança. O evento, no entanto, foi acolhido de pronto pela Direção da Faculdade, na pessoa do Prof. Dr. Wilson Madeira Filho, e recebeu o especial apoio do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da Universidade Cândido Mendes (UCAM), através da pessoa do Prof. Dr. Manoel Messias Peixinho, e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC – Rio), por intermédio do Prof. Dr. Fábio Carvalho Leite. Dentre outros apoiadores, obteve fundamental apoio do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito da Universidade Federal Fluminense (PPGSD/UFF), nomeadamente por seu Coordenador, Prof. Dr. Napoleão Miranda, que tornou viável a publicação da Coleção Escritos Menores sobre Direitos Fundamentais (abaixo destacada), bem como dos presentes Anais, através da Editora do PPGSD/UFF, tendo, por conseguinte, contribuído decisivamente para as ponderações acerca de soluções em torno de problemas existentes na esfera dos direitos fundamentais de nosso país e fora dele, além do sucesso do seminário. O tema do Seminário é dotado de atualidade e relevância social, sendo adequado a ambas as linhas de pesquisa do PPGDC/UFF, quais sejam Instituições Políticas, Administração Pública eJurisdição Constitucional e, da mesma forma, a denominada Teoria e História do Direito Constitucional e Direito Constitucional-Internacional e Comparado, tanto assim que os artigos completos apresentados nesta obra ora se encaixam numa linha, ora noutra. Servem à toda evidência para que se pensem nas alternativas futuras possíveis diante dos diversos desafios nacionais, internacionais e globais nas diversas áreas de conhecimento (não somente nas atinentes às Ciências Sociais Aplicadas), indo para além do Direito Constitucional (área de concentração propriamente dita do PPGDC), corroborando para a formação dos discentes dos Programas de Pós-Graduação da UFF e de outras IES (Instituições de Ensino Superior). Dele participaram egressos dos Programas de Pós-Graduação da UFF, discentes atuais e não só. Foi um evento ligado à proposta de diversos Programas de Pós- Graduação Stricto Sensu, como demonstram os trabalhos ora publicados, onde estão presentes Pós-Doutores, Doutores, Doutorandos, Mestres, Mestrandos e graduandos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Estácio de Sá, da Universidade Veiga de Almeida, da Universidade Católica de Petrópolis, entre outras. Da mesma forma, observando as mesas de abertura e fechamento presenciais, percebe-se efetivamente que o evento foi interinstitucional, pois nestas estavam docentes das Pós Stricto Sensu da UFF, da UCAM, da PUC – Rio, da UNIRIO, da Universidade do Porto, da UNESA, por exemplo. Esta segunda edição do evento contou com a especial participação do Prof. Dr. Paulo Ferreira da Cunha, Prof. Catedrático de Direito da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, que abriu o Seminário com uma palestra sobre o tema: Um "Upgrade" na Proteção dos Direitos Fundamentais: a Corte Constitucional Internacional. Para o debate contribuíram: Prof. Dr. Eduardo Manuel Val, Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense – UFF e da UNESA; Prof. Dr. Florian Fabian Hoffmann, da Pontifícia Universidade Católica – PUC; Profa. Dra. Maria Lúcia de Paula Oliveira, da Pontifícia Universidade Católica – PUC e da UNIRIO. Na mesa de fechamento, contou-se com a palestra do Prof. Dr. Adriano Pilatti da Pontifícia Universidade Católica - PUC-RJ, acerca do tema: Direito de Resistência, Lutas por Direitos e Criminalização dos Movimentos. Palestrou também o Prof. Dr. Fábio Carvalho Leite, da Pontifícia Universidade Católica - PUC-RJ, tema: A Liberdade de Expressão no Brasil: Velhos Problemas e Novos Desafios. Somaram-se ao debate: Prof. Dr. Paulo Ferreira da Cunha, antes citado; Prof. Dr. Wilson Madeira Filho, Diretor da Faculdade de Direito UFF, bem como Prof. Dr. Gustavo Sampaio Telles Ferreira da Universidade Federal Fluminense – UFF e, ainda, dois Membros do Movimento Estudantil de Ocupação da UFF. Nesta segunda edição do seminário, foi realizada uma Mesa Redonda, com lançamento de obras de docentes/autores, no Salão Nobre da Faculdade de Direito- UFF. Dentre elas, foi lançada a obra: Diálogos sobre Direitos Humanos Fundamentais, volumes I a III, publicada pela Editora Lumen Juris, contendo os artigos completos apresentados pelos participantes do I Seminário Internacional sobre Direitos Humanos Fundamentais (2015). Nesse contexto, tivemos a honra de destacar que a Mesa Redonda contou com uma palestra proferida pelo Professor Dr. Paulo Ferreira da Cunha, o qual contou sobre a experiência de ter sido laureado pelo Prêmio Jabuti, em 2007, com a obra ‚Direito Constitucional Geral‛. Este evento contou com o funcionamento de doze Grupos de Trabalhos de pesquisadores. Foram aceitos trabalhos em videoconferências nacionais e internacionais, que vieram a ser postados no blog do seminário. Neste, igualmente, foi postada a Coleção Escritos Menores sobre Direitos Fundamentais, composta de 12 volumes. Nestes, foram publicados os resumos dos trabalhos a serem apresentados no seminário, antes mesmo do seminário, de modo a propiciar que os autores lessem os trabalhos dos demais participantes de seus Grupos de Trabalho, intensificando os debates e as respectivas contribuições. Em suma, buscou-se reunir esforços qualificados dentro da Faculdade de Direito UFF e fora dela, para, em âmbito seja nacional, seja internacional, se viabilizar a mobilidade física e também virtual das pesquisas, por intermédio dos recursos tecnológicos disponíveis, da rede da internet e, ainda, por intermédio das videoconferências. Os diálogos à distância nacional e internacional foram realizados, o que se crê tenha sido uma vitória. Célia Barbosa Abreu Coordenadora Geral do Evento Docente Permanente do PPGDC/UFF Professora Adjunta de Direito Civil UFF SUMÁRIO Cidade e meio ambiente: gestão de resíduos sólidos e cidadania – Taís Loureiro Santos e Ruan Vargas ........................................................................................................... 22 Direitos Humanos-Ambientais: redes agroecológicas, economia solidária e movimentos organizativos de feiras orgânicas – Andreza Aparecida Franco Câmara; Bruna Crisóstomo de Almeida e João Pedro Pimentel Ferreira ........................................ 35 Direitos Fundamentais e intervenção humanitária: justificação moral através do dever de proteger – Débora Caetano Dahas e Renta de Oliveira Coura Lima Ferreira ................................................................................................................................... 55 Direito fundamental à saúde, reserva do possível e fornecimento de medicamentos: análise do julgado RE 566.471 do Supremo Tribunal Federal – Emerson Affonso da Costa Moura e Mateus Pedrosa Machado .......................................................................... 73 22 CIDADE E MEIO AMBIENTE: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E CIDADANIA Ruan Vargas1 Taís Loureiro Santos2 Palavras-chave: Globalização; Gestão de Resíduos Sólidos; Planejamento; Meio ambiente; Saúde Pública INTRODUÇÃO A globalização, o padrão de produção e a prática de consumo instaladas em muitos países atualmente geram impactos já muitos constatados no planeta Terra como o aquecimento global, perda da biodiversidade, acidificação dos oceanos entre outros. Não diferentes estão os impactos gerados pelos resíduos sólidos e rejeitos decorrentes desse modelo capitalista produção-compra-consumo-descarte. ‚Os resíduos sólidos são, neste início de século, um dos principais problemas ambientais vividos pelo ser humano‛ (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). A problemática referente aos resíduos sólidos está conectada a uma série de fatores socioambientais e políticos presentes nas mais diversas cidades do mundo, e o que faz essa problemática ser tão relevante é a sua relação direta com o meio ambiente e a saúde pública. A quantidade de resíduos sólidos produzidos pelas populações guarda relação não só com o nível de riqueza, refletido na capacidade econômica para consumir, mas também com os valores e hábitos de vida, determinantes do grau de 1 Bacharel em Ciência Ambiental pela Universidade Federal Fluminense; Mestrando em Engenharia de Biossistemas pela Universidade Federal Fluminense; E-mail: ruanvargas@id.uff.br; Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1095505728841362 2 Advogada, formada pela Universidade Federal Fluminense; Mestre em Justiça Administrativa pela Universidade Federal Fluminense; Doutoranda em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal Fluminense; E-mail: taisloureiros@gmail.com;Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0455068573220023 23 disposição para a realização do consumo (GODECKE, NAIME e FIGUEIREDO, 2012). Segundo Siqueira e Moraes (2009), o meio ambiente natural e o comprometimento da saúde física, transtornos psicológicos e psiquiátricos, e desintegração social são temas que não podem ser desvinculados um do outro, pois a degradação desse meio ambiente é o que gera consequências na saúde, fato que não pode ser ignorado pelo poder público competente. Quando os resíduos sólidos são destinados inadequadamente em lugares inapropriados sem cuidado algum, muitas vezes de forma clandestina, causam uma série de impactos negativos ao solo, água e ar, como por exemplo, a contaminação dos lençóis freáticos e liberação de gás metano pela decomposição de matéria orgânica para a atmosfera. Acerca da situação sanitária do Rio de janeiro, pode-se ser realista ao afirmar que se vive há muitos anos com dificuldades muito grandes de destino de resíduos sólidos, limpeza urbana, coleta de lixo e prevenção de doenças. Devemos também informar que tal situação não é privilégio da capital fluminense, e sim de muitas grandes cidades do mundo. Este estudo tem como objetivo analisar a problemática do crescimento urbano do Rio de Janeiro, em uma perspectiva sanitarista desde o século XIX, expondo o desenvolvimento da limpeza urbana do Rio de Janeiro junto à geração de resíduos sólidos e o desafio da preservação do meio ambiente. METODOLOGIA O estudo foi baseado na metodologia utilizada por (MARCHI, 2011). Trata- se, portanto, de um estudo de caráter exploratório e descritivo no qual teve a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a história do Rio de Janeiro assim como as questões socioambientais relacionadas à gestão de resíduos sólidos. O planejamento de uma pesquisa exploratória é bastante flexível envolvendo 24 levantamentos bibliogr{ficos; e uma pesquisa descritiva ‚têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre vari{veis‛ (GIL, 2002). O levantamento de informações e dados a respeito do tema foi feito a partir de fontes secundárias como consultas em sites governamentais, artigos científicos publicados e livros. Foi feita uma pesquisa sobre o histórico do Rio de janeiro em relação ao desenvolvimento sanitarista a partir do século XIX assim como o levantamento de dados quantitativos e qualitativos a respeito dos resíduos sólidos do Rio de Janeiro, fazendo-se uma análise crítica sobre o tema e relacionando a problemática da má gestão de resíduos sólidos com alguns impactos socioambientais. HISTÓRICO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO Nos tempos do Império, os dejetos e sobras das residências eram acumuladores para, posteriormente, serem levados para praias, terrenos baldios ou buracos que existiam na cidade (FILHO, 2000, p. 105). Quem carregava esses rejeitos, eram os escravos, conhecidos também como ‚tigres‛, pois, sujavam-se com os tonéis que equilibravam lotados de dejetos, deixando listras em suas peles escuras. A alcunha era muitíssimo utilizada, e o trabalho era feito preferencialmente na madrugada. O sistema de limpeza urbana foi proposto no ano de 1876, pela empresa do francês Aleixo Gary. Houve uma melhoria da questão da limpeza urbana, especialmente pela forma como ela afetou os moradores da cidade, que tinham seu lixo recolhido pelos funcion{rios da empresa, conhecidos como ‚gari‛. A empresa, aparentemente, foi extinta em 1892,quando é criada a Superintendência de Limpeza Pública e Particular da Cidade do Rio de Janeiro, que tenta inovar nos serviços prestados, aproveitando-se inclusive da crescente Revolução Industrial em curso, e substituindo os serviços que eram fornecidos com animais como meio de transporte, 25 força de trabalho, para máquinas, como caminhões, carros que fariam parte da coleta e transporte de resíduos para os devidos locais de destino do lixo (EIGENHEER, 2009, p. 9). Desenvolveu-se um Rio de Janeiro com problemas seríssimos de higiene pública, que acarretaram calamidades públicas, com a Revolta da Vacina em 1904 (SANTOS, 2013), e num panorama atual a epidemia da dengue, sendo frutos de um crescimento urbano acelerado e desordenado, de um Estado que acaba por não prestar os devidos serviços e auxílios a sua população, muitas vezes pela ineficiência de políticas públicas bem como fatores ligados ao meio ambiente natural, que uma vez mal tratado e afetado, desequilibram-se e podem ser prejudiciais a si mesmos e aos seres que dele existem e sobrevivem. Uma das causas do crescimento urbano acelerado e desordenado se deu historicamente no Brasil pelas migrações das pessoas que viviam no campo para as cidades (êxodo rural), ocorrido fortemente na segunda metade do século XX. Com isso, foram geradas algumas consequências como violência, aumento da população nas periferias, favelas, aumento de trabalhos informais, e também maiores quantidades de resíduos gerados. Atualmente, pela Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto da Cidade, os municípios com mais de 20.000 habitantes devem contar com o Plano Diretor, documento elaborado para dar diretrizes e organização para que as cidades possam crescer de forma mais controlada e sustentável. A cidade do Rio de Janeiro possuía uma população de 6.320.446 de habitantes em 2010 e uma população estimada de 6.498.837 para 2016, segundo o Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia – IBGE (2016). Em 1975 a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) é criada. Ela resulta da transformação da CELURB – Companhia Estadual de Limpeza Urbana, conforme os termos do Decreto-lei Nº 102 – de 15 de maio de 1975. Seu principal objetivo é a limpeza urbana no município do Rio de Janeiro, tendo como principais atribuições os serviços de coleta domiciliar, limpeza dos logradouros públicos, das areias das praias, de parques públicos, do mobiliário urbano, dos 26 túneis, viadutos, e, em especial, a limpeza e higienização de hospitais municipais. (COMLURB, 2009). Trata-se da maior organização de limpeza pública na América Latina, fato este que deve ser muito pensado e questionado, uma vez que temos uma crise e crescentes dados negativos acerca da limpeza urbana e a gestão de resíduos sólidos na cidade do Rio de Janeiro. Há uma grande falta de investimento financeiro por parte do poder público e também de conscientização social, bem como uma constatada dificuldade em prestar o serviço adequadamente, uma vez que a cidade possui uma topografia irregular, com muitos morros, onde estão localizadas as população mais carentes, que são também as mais vulneráveis (FERREIRA, 2011, p. 95) para a propagação de doenças que são oriundas da falta de higiene. PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO RIO DE JANEIRO E CONSEQUÊNCIAS Resíduo sólido é definido como: Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’{gua, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente invi{veis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010). Segundo o Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Rio de Janeiro (2013) a região metropolitana do Estado do RJ (representando 18 municípios), com uma população de 11.835.708 habitantes,é a maior geradora de resíduos sólidos urbanos quando comparada com as demais regiões administrativas, sendo gerados 1,19 Kg/Hab/Dia, representando 83% da geração total do Estado. 27 Já no ano de 2000, o Estado do Rio de Janeiro tinha um total de geração de resíduos sólidos de 17.447,2 toneladas por dia, sendo 4.825 toneladas destinadas a vazadouros a céu aberto (lixão) e 7.328,1 toneladas destinadas a aterros sanitários. Os destinos das outras 5.294,1 toneladas dividem-se em vazadouros em áreas alagadas, aterro controlado, estação de compostagem, estação de triagem, incineração e locais não fixos (IBGE, 2002). Em 2015, o Estado teve 15.021 toneladas destinadas a aterros sanitários por dia (ABRELPE, 2015). A Lei N° 3273 de 2001 da cidade do Rio de Janeiro define que os resíduos sólidos urbanos (RSU) abrangem o lixo domiciliar ou doméstico com características não perigosas, eletrodomésticos, os resíduos de poda e manutenção de jardim, o entulho de pequenas obras de reformas, o lixo público decorrente da limpeza de logradouros, o lixo oriundo de feiras e de eventos realizados em área pública e excrementos de animais em logradouros. Pelo Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS, diagnóstico feito em 2012da cidade do Rio de Janeiro, em 2011 a cidade já produzia uma quantidade resíduos sólidos de 10.815 t/dia. Do total de resíduos coletados pelo poder público municipal, 49,42% são provenientes dos domicílios urbanos. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010) todos os municípios do Brasil deveriam ter a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos implantada até o ano de 2014, assim sendo, os resíduos sólidos urbanos da cidade do Rio de Janeiro são destinados, desde 2011, a Central de Tratamentos de Resíduos – CTR-Rio em Seropédica, no qual possibilitou a extinção do antigo aterro controlado Jardim Gramacho (anteriormente lixão). Porém nem todos os resíduos têm sua destinação final correta. Segundo Miller (2007, p. 457), os depósitos de lixo abertos (lixão) são campos ou buracos no solo onde os resíduos sólidos são depositados, sendo raros em países desenvolvidos e bastante utilizados nos países em desenvolvimento. De acordo com Porto et al; (2004), o Aterro Metropolitano de Gramacho, localizado no bairro de Jardim Gramacho (Município de Duque de Caxias, Rio de 28 Janeiro, Brasil) foi durante muito tempo o principal ponto de destinação dos resíduos gerados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, tendo iniciado sua operação em 1976. No final dos anos 90, esse aterro recebia cerca de 6 mil toneladas de lixo diariamente dos municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nilópolis, São João do Meriti e Nova Iguaçu. Ainda de acordo com Porto et al; (2004), devido a vários problemas, o antigo lixão inicialmente projetado para ser um aterro sanitário, impediram que esse objetivo se concretizasse, e o local funcionou basicamente como um vazadouro até meados dos anos 90. Mesmo com o fechamento do aterro de Jardim Gramacho, a situação no local encontra-se em um estado ilegal e de descaso. Uma reportagem do portal de noticias do G1 de junho de 2016relata o fato de que desde o fechamento do antigo lixão, o número de lixões clandestinos começou a crescer na região, assim como o relato de moradores do entorno sobre o aumento de despejo irregular de lixo ao lado de suas casas e proliferação de doenças. Outra reportagem do portal de notícias G1, de março de 2017, mostra o descaso e despejo diário de resíduos a céu aberto em Belford Roxo, RJ, por caminhões da própria prefeitura da cidade. O descaso com os resíduos sólidos, como a presença de lixões clandestinos, causa impactos diretamente ao meio ambiente e consequentemente as pessoas, portanto é um problema socioambiental. Dentre os diversos impactos ambientais causados pela disposição e gerenciamento inadequados dos resíduos sólidos, pode-se citar a contaminação do solo e da água (superficial e subsuperficial) pelo chorume (líquido percolado), originado a partir de um processo natural de decomposição da matéria orgânica. Além do solo e da água, outro meio afetado é a atmosfera. O processo de decomposição anaeróbica dos resíduos gera gases de efeito estufa (GGE) como o gás metano – CH4 (GOUVEIA, 2012), que de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas - IPCC (IPCC, 2007), é 21 vezes mais potente quando comparado com o gás CO2 em relação ao potencial de aquecimento global (global warming potential). 29 Junto aos impactos no solo, água e ar estão também os desastres naturais. Franz (2011) diz que: ‚o gerenciamento inadequado do lixo urbano desencadeia desastres ambientais que, por sua vez, podem levar | morte dezenas de cidadãos‛. Como exemplo pode-se citar o desastre ocorrido em Niterói, RJ (município da Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro), em 2010, no local conhecido como ‚Morro do Bumba‛, onde houve uma ocupação por residências sobre um antigo lixão, no bairro Viçoso Jardim. Vale ressaltar que segundo a lei de crimes ambientais N° 9605 de 1998, explicitado em seu Art. 54, é crime ‚causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora‛ sendo a pena agravada ainda mais se ‚ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos‛. Além de problemas ambientais causados pelos lixões, a presença deles no espaço geográfico, assim como em Jardim Gramacho, está relacionada na maioria das vezes, com tráficos de drogas, falta de segurança, poluição sonora causada pelos caminhões transportando resíduos, falta de saneamento e etc. (GOMES, 2006). O Ministério da Saúde (2002) diz que a disposição inadequada dos resíduos proporciona o aumento da população de vetores mecânicos (transmissores de parasitas), resultando na propagação de doenças e no aumento da incidência de doenças transmissíveis por esses vetores. Os lixões são, assim, um forte gerador de vetores de doenças tais quais: mosquitos, baratas, pombos, moscas, ratos e etc. Entre as doenças relacionadas estão a hepatite A, febre tifóide, dengue, chikungunya, zika, diarréia, tracoma, berne, cólera, toxoplasmose, leptospirose entre outras (FUNASA, 2013). Ferreira e Anjos (2001) dizem que ‚os agentes biológicos presentes nos resíduos sólidos podem ser responsáveis pela transmissão direta e indireta de doenças‛. Alguns agentes biológicos descritos por Ferreira e Anjos (2001) são os 30 Ascaris lumbricoides; Entamoeba coli; Schistosoma mansoni (agentes responsáveis por doenças do trato intestinal); o vírus causador da hepatite, pela capacidade de resistir em meio adverso; e o vírus causador da AIDS. De acordo com a Fundação Nacional de Saúde – FUNASA (2013), a transmissão de doenças por via direta ocorre por meio de microorganismos; e por via indireta pela ploriferação de vetores, além da contaminação do solo, água e ar. Segundo dados obtidos do site Ministério da Saúde, no ano de 2016 o Estado do Rio de Janeiro teve 85.200 casos registrados de dengue (transmitida pelo mosquito Aedes aegypti) e um auge de 248.493 casos registrados em 2002, em um intervalo de 16 anos (1990 a 2016). CONCLUSÃO É de grande preocupação a questão sanitária e como os danos causados por má administração de resíduos sólidos pode ser prejudicial ao meio ambiente natural e as várias formas de vida existentes em diferentesecossistemas. A má gestão de resíduos sólidos pode acarretar uma série de perigos para a população, levando doenças como a dengue e proliferação de vetores como mosquitos e ratos. Portanto, é essencial se ter uma gestão eficaz desses resíduos, em relação à coleta, transporte e destinação final dos mesmos, sendo mais importante a destinação final. Embora o município do Rio de Janeiro possua um sistema público de coleta, transporte e destinação final para os resíduos sólidos gerados na cidade, existem ainda muitos locais onde os resíduos são destinados de forma ilegal em lixões. É necessária maior educação ambiental, maior investimento e implementação de políticas públicas e fiscalização do Estado e do cidadão a fim de minimizar os impactos negativos gerados pelos resíduos sólidos e, assim, tornar o convívio homem versus natureza saudável para todos. A cidade precisa ser inclusiva e sustentável. Há chances de sucesso se forem exercidas posturas acerca de direitos difusos e coletivos, bem como a conscientização 31 social, em suas mais varias classes, a fim de que exerçamos a nossa tão real cidadania. REFERÊNCIAS ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, 2015. Disponível em: < http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2015.pdf > Acesso em: 17 de mar 2017. BRASIL. Lei N° 12305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2010/lei/l12305.htm > Acesso em: 16 de nov 2016. BRASIL. Lei N° 9605, de 12 de fevereiro de 1998. 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Dissertação (Mestrado Profissional em Justiça Administrativa) – Universidade Federal Fluminense, 2013. SIQUEIRA, M. M.; MORAES, M. S. de. Saúde coletiva, resíduos sólidos urbanos e os catadoresde lixo. Ciência & Saúde Coletiva, v. 14, p. 2115-2122, 2009. Disponível em: 34 <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232009000600018 > Acesso em: 16 de nov 2016. 35 DIREITOS HUMANOS-AMBIENTAIS: REDES AGROECOLÓGICAS, ECONOMIA SOLIDÁRIA E MOVIMENTOS ORGANIZATIVOS DE FEIRAS ORGÂNICAS Andreza Aparecida Franco Câmara3 Bruna Crisostomo de Almeida4 João Pedro Pimentel Ferreira5 Palavras-chave: Movimentos sociais; Redes agroecológicas; Economia Solidária. INTRODUÇÃO As dificuldades impostas às atividades agrícolas no município de Macaé fez com que novas formas de ocupação e uso do solo se desenvolvessem ao longo do tempo. A despeito do prognóstico de desaparecimento da atividade agrícola nessas regiões, é preciso compreender a persistência da pequena produção familiar não apenas a partir de aspectos meramente econômicos, mas considerando sua multifuncionalidade (CARNEIRO, 2007), e a importância de sua dinâmica para a reprodução social destes grupos. Trata-se de uma agricultura realizada com técnicas tradicionais e de caráter familiar, e que além de trazer as marcas históricas do tempo, não existe apenas como reminiscência do passado, mas resiste e tem incorporado novos valores que a articulam aos cenários de inovação e ressignificação de suas práticas e a participação em debates sobre desenvolvimento territorial, conservação do ambiente, cidades sustentáveis, segurança alimentar, dentre outros. Assim, o presente ensaio pretende compreender os processos de integração das famílias de produtores, grupos com vínculos rurais e jovens da zona rural do Município de 3 Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense. Doutora em Ciências Jurídicas e Sociais pelo PPGSD/UFF. andrezafc@hotmail.com. CV: http://lattes.cnpq.br/5231824758786824. 4 Graduanda em Direito pela UFF/ICM. Bolsista FAPERJ. bruna_cristomo@hotmail.com. CV: http://lattes.cnpq.br/8253505275802701. 5 Graduando em Direito pela UFF/ICM. Bolsista FAPERJ. jppf222@gmail.com. CV: http://lattes.cnpq.br/1412074889417998. 36 Macaé, articulados às redes políticas e sociotécnicas em defesa da agricultura e da economia solidária na região macaense. A proposta em estudar esses atores e suas dinâmicas visa o fortalecimento de redes de cooperação técnicas já existentes nesses territórios orientadas à defesa do território, à produção agroecológica, à agroindústria, ao mercado e a economia solidária. Essa pesquisa, portanto, está alinhada com os referenciais teóricos da nova sociologia econômica, particularmente voltados aos estudos de construção social de mercados (BOURDIEU, 2005) e dos novos movimentos sociais econômicos (WILKISON, 2007, COMUELLO, 2012), que estudam o uso de mecanismos econômicos pelos movimentos sociais para responder as demandas sociais. As práticas agrícolas historicamente estabelecidas em Macaé, apesar de serem dotadas de relevância econômica e social vivem um processo crescente de invisibilização impostas por representações dominantes sobre as feições urbanas e industriais, destacadamente a do petróleo, e inexistência de atividade agrícola estimulada pelos setores chaves de produção do agronegócio. As famílias dependem da renda das atividades agrícolas, estão nesta região há mais de uma década, e vem sofrendo com a expansão urbana, com as transformações nas relações de produção e de mercado e em alguns casos, com as restrições de órgãos ambientais, orientados por uma perspectiva de incompatibilidade entre a presença humana e a conservação da natureza. A partir deste cenário, a proposta deste artigo é analisar o desenvolvimento rural a partir da integração entre práticas de agricultura com a economia solidária, que foi entendido pelos autores como uma oportunidade de equacionar as múltiplas questões que se apresentam nesses territórios, com base nas diretrizes instituidoras do Programa de Desenvolvimento Sustentável Oswaldo Oliveira (PDS). Sob outra perspectiva também se apoia sobre a crença no papel das instituições (FREY, 2004), sobretudo voltadas ao ensino e a pesquisa de exercerem uma função reguladora, relacional e cultural que fornece parâmetros para que grupos comunitários possam se engajar em questões públicas. 37 A metodologia deste artigo pretende acolher as vivências desses grupos, integrando-os às famílias, associações e redes já mobilizadas pelo Comitê Gestor, tendo como tema gerador a agricultura enquanto signos identitários e não apenas como atividades econômicas/financeiras/monetárias. É cediço que os mercados orgânicos se definem pela venda de produtos livres de agrotóxicos. Esta característica não é percebida no produto em si, mas é confirmada por processos de rastreabilidade do produto (por relações de confiança e ou por sistemas de garantia que conferem certificados, cadastros institucionalizados). Neste sentido, os produtos orgânicos são bens de crença, atribuída a sua qualidade e modos de fazer. Assim, temas tais como agricultura familiar, agrobiodiversidade e desenvolvimento local devem estar articulados em uma abordagem territorial (SANTOS; SOUZA; SILVEIRA, 1994). Este ensaio, portanto, orientado por novas perspectivas sobre as relações entre rural e urbano e das possibilidades de associações da agricultura com o urbano e o rural, se propõe a atuar sobre estes espaços tidos como vulneráveis, e a partir de ações de pesquisa fortalecer os sistemas agroalimentares da região macaense, em especial, do grupo de agricultores familiares residentes no espaço hoje destinado a criação do PDS Oswaldo Oliveira pelo INCRA, em sua dimensão pública e de organização da sociedade civil, fortalecendo as redes de cooperação técnicas já existentes nesses territórios, como componente da cultura alimentar, encurtando os caminhos entre produção e consumo e fortalecendo as trocas solidárias entre campo e cidade. Além de fortalecer os vínculos já construídos baseados na categoria central da economia solidária. 38 1 DIREITOS HUMANOS E DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS: NOTAS HISTÓRICAS E DISTINTIVAS É no período axial6 que se inicia a compreensão da pessoa humana, considerando o homem, em sua igualdade essencial, como dotado de liberdade e razão, apesar das diferenças de sexo, etnia, religião e costumes sociais, por consequência, reconhece-se também a existência de direitos universais sendo a ela inerentes. Contudo, somente quando a lei passou a ser escrita7 que se firmou a convicção de que todos os seres humanos têm direito a serem igualmente respeitados, uma vez que a lei escrita é única e igualmente aplicável a todos. A lei não escrita, ou seja, os costumes juridicamente relevantes, as leis universais de cunhos religiosos, além de outras, também havia relevada importância, mas, ocorria a dificuldade de aplicação universal dessas leis de caráter religioso, que eram validadas efetivamente no plano sobrenatural. Com o tempo, esse caráter religioso das leis foi sendo afastado. Segundo Fábio K. Comparato (2010) essa igualdade de essência da pessoa que forma o núcleo do conceito universal de direitos humanos. Essa expressão abrange os direitos comuns a todos os homens, resultado de sua própria natureza. Desta concepção também decorreu a da dignidade da pessoa humana, que leva à reprovação a prática de humilhação da pessoa à condição de coisa. Aqui é importante que seja situado contexto social a importância do reconhecimento do princípio da dignidade da pessoa humana à época.Vivia-se o início do sistema capitalista, e, nesse sistema, era comum a mitigação dos direitos da pessoa humana em prol do capital, dentre eles a dignidade, uma vez que homem era tratado como insumo no processo de produção. 6 Período Axial decorreu os anos de 800 a.C. e o ano 200 a.C. 39 O reconhecimento do caráter único e insubstituível de cada ser humano veio demonstrar que o princípio da dignidade da pessoa humana é intrínseco a todo ser humano e que nenhuma justificativa pode legitimar a morte de outro ser humano nem expor um indivíduo às condições degradantes. Os primeiros grandes avanços em relação aos Direitos Humanos ocorreram no ínterim da Independência Americana e da Revolução Francesa. A Declaração de Direitos de Virgínia de 1776 foi o primeiro ato solene a proclamar os direitos naturais e positivados inerentes ao ser humano, como igualdade, vida, liberdade. Anos depois, em 1789, foi proclamada, no ato de abertura da Revolução Francesa, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que também trazia a ideia de liberdade e igualdade entre os homens. Contudo, mesmo sendo de grande avanço esses direitos consagrados nessas Declarações, ainda era muito difícil a concretização da igualdade, principalmente no cerne do trabalho, em que os trabalhadores e patrões negociavam diretamente a forma de trabalho e os salário e, ainda, a escravidão ainda não havia sido universalmente abolida, como um instituto jurídico. Algumas Constituições da época, como a francesa de 1848, reconheceram a necessidade de positivar direitos econômicos e sociais, englobando direitos humanos de proteção ao trabalhador. Todavia, somente no século XX, foi instinto como instrumento jurídico a escravidão, bem como foi proclamada a primeira Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, e a mais importante de todas até a época, celebrada no contexto pós 2ª Guerra Mundial. Foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que visava paz e proteção aos Estados. Havia a pretensão de que esses direitos fossem universais, que abrangessem todos os países do globo, mas, em decorrência das grandes diferenças culturais, sociais, religiosas existentes, essa pretensão se tornou utópica. Os Direitos Humanos são voltados ao ser humano em sua individualidade, por isso são cobertos pelo mínimo existencial, para possibilitar a continuação, perpetuação, evolução da humanidade. Busca-se igualdade de gênero e das minorias. 40 Essa Declaração foi influenciada pelo Direito Internacional Humanitário (1864), que é representado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha e Liga das Nações, para evitar a 2ª Guerra Mundial. A Declaração de 1948 possui caráter soft law, então preciso que os Estados criem tratados sobre esses Direitos e internalizem essas normas para que elas tenham eficácia. A partir dessa declaração foram criados dois tratados, um com os direitos de 1ª geração (Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos) e outro com os de 2ª geração (Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais). Cada país possui uma forma específica de recepcionar esses direitos. No Brasil, a Constituição Federal de 1988, conhecida como constituição cidadã, recepcionou boa parte dos Direitos Humanos proclamados na Declaração de 1948 e colou-os no rol dos Direitos Fundamentais da Constituição, passando a ter natureza de direitos humanos fundamentais. 2 O APARECIMENTO E O DEBATE DA PROBLEMÁTICA AMBIENTAL COMO QUESTÃO EPISTEMOLÓGICA DOS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS Entre as décadas de 70 e 80, a temática da proteção ambiental passou a ser pauta nas rodas de discussão da ONU. Em 1987, já transcorrido alguns debates e acordos importantes sobre o tema, principalmente a Declaração de Estocolmo de 1972, foi produzido pela comunidade internacional o relatório ‚Nosso Futuro Comum‛, também conhecido como Relatório Brundtland (Gro Brundtland foi primeira-ministra da Noruega naquele momento). Este relatório foi o primeiro a trazer a expressão ‚desenvolvimento sustent{vel‛ | tona, incentivando a satisfação das necessidades atuais sem que as gerações futuras sejam prejudicadas. Ou seja, ditando as formas que se assumiria a partir daí o Princípio Intergeracional, sendo incluído em diversos ordenamentos internos, assim como na Constituição do Brasil, em seu artigo 225, caput: ‚Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 41 impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações‛ (grifos nossos). A terceira dimensão dos direitos fundamentais traz a proteção das gerações futuras como um de seus alicerces, pois supera a individualidade da primeira dimensão e vai além dos direitos coletivos próprios daquela comunidade isolada. Ainda nas medidas estimuladas pela ONU em defesa do desenvolvimento agroecológico sustent{vel, foi elaborada a ‚Convenção sobre Diversidade Biológica‛ – CDB – em 1992. Venho destacar o que é posto no preâmbulo e no artigo 8°, de forma ilustrativa, como a interação humano-cultural com o bio-natural é inserta nas convenções internacionais. O pre}mbulo diz reconhecer ‚a estreita e tradicional dependência de recursos biológicos de muitas comunidades locais e populações indígenas com estilos de vida tradicionais *...+‛, a ‚import}ncia da diversidade biológica para a evolução e para a manutenção dos sistemas necessários à vida da biosfera‛, e o artigo 8° dispõe sobre o dever em conformidade com sua legislação nacional (...) respeitar, preservar e manter o conhecimento, inovações e práticas das comunidades locais e populações indígenas com estilo de vida tradicionais relevantes à conservação e à utilização sustentável da diversidade biológica e incentivar sua mais ampla aplicação com a aprovação e a participação dos detentores desse conhecimento, inovações e práticas (...). Os trechos assinalados demonstram que ainda há um afastamento das potências participantes da ONU em incluir aquele ‚homem-comum‛, ou o ‚homem- urbano‛ (aqui essas categoria são adotadas como toda aquela camada populacional que vive diuturnamente dentro de uma cultura urbana, capital-produtivista, que pouco se envolvem conscientemente com o meio-ambiente natural) como um agente que sofre diretamente cada alteração ecológica e que também é diretamente responsável por estas alterações, ou seja, que o homem-urbano precisa ser expressamente lembrado e protegido (assim como, acertadamente, foi feito com os 42 indígenas e comunidades locais), não estar presente apenas em conceitos genéricos como ‚biosfera‛. Não bastando a falta de inserção do ‚homem-urbano‛ nas palavras da CDB, o problema é agravado pelo descaso político na efetivação dos planejamentos públicos realizados em prol da soberania alimentar. Como lembra Machado (2007), fala-se sobre ações de combate | pobreza, ‚mas pouco se faz em favor da agrobiodiversidade e da agricultura sustentável nas áreas marginais, onde vivem a maior parte das comunidades agrícolas e indígenas. São nas zonas rurais que vivem 70% dos pobres‛. Apesar de trazer vasta gama de definições e caminhos a serem tomados, a CDB não definiu o que seria ‚agrobiodiversidade‛, sendo conceituada apenas pela Decisão V/5 da 5ª Conferência das Partes da Convenção, realizada em Nairobi. De acordo com Juliana Santilli et. al. (2008, p. 30) a agrobiodiversidade é resultado da interação de quatro elementos: a) sistema de cultivo; b) espécies,
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