Buscar

ÉTICA PROFISSIONAL

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

ÉTICA PROFISSIONAL 
Manaus, 2017.1
 CONTABILIDADE:
1
Formação acadêmica Contabilidade, Administrador, Especialista em Gestão Financeira e Empresarial , foi executivo de empresas como Multibrás, Brastemp, Samsung, Gradiente, Savcor e atualmente na AGR Mitsubishi Photo.
É Mestre em Engenharia da Produção pela Universidade Federal do Amazonas, com cursos nas principais Instituições de Ensino do Estado do Amazonas, com experiência na esfera pública em cargos estratégicos relacionados à gestão e orçamento. 
Possui publicações científicas com a temática da Administração, logística e Contabilidade.
ELIAS MORAES DE ARAÚJO
araelias@gmail.com
Telefone: 92-98236-4271
Whatsap: 8123-9791
2
2
OBJETIVO DA DISCIPLINA:
Estimular o crescimento pessoal e profissional das pessoas, buscando maior integração, qualificação e melhores resultados no cumprimento da missão, visão e valores em uma institucional;
Desenvolver uma cultura gerencial focada em resultados, visando elevar a qualidade dos serviços prestados pelo empresa e contribuir para o processo contínuo de melhorias de informações e comunicação.
Promover o alinhamento de informações conceituais e oferecer base generalista para ao aluno.
3
Ementa:
Objeto e objetivo da Ética. Conceito e campo da Ética. Fontes das regras éticas. Comportamento ético.
Código de Ética Profissional. O profissional de Contabilidade e o exercício da profissão. Ética e qualidade
. Estudo de casos.
Objetivo Geral:
Conscientizar o aluno acerca de sua responsabilidade enquanto profissional de atividade contábil, bem como o dever de observância dos preceitos ético-profissionais.
Objetivos Específicos:
Capacitar o estudante para exercer sua atividade profissional compromissado com os princípios éticos que orientam a pratica contábil.
4
Competências definidas pelo CNE-MEC para o contabilista:
Exercer com ética e proficiência as atribuições e prerrogativas que são rescritas
Competências especificas da disciplina para o contabilista:
Demonstrar visão sistêmica e interdisciplinar da atividade contábil e aplicar adequadamente a legislação inerente às funções contábeis
Metodologia de Ensino:
Exposições dos conceitos, trechos de filmes (ou filmes completos) e textos que levantem questões éticas ou discutam questões conceituais. Trabalhos em grupo em sala de aula com apresentação em forma de seminário. Estudos de casos e debates.
Recursos Didáticos:
datashow; filmes didáticos sobre Ética Profissional.
5
Conteúdo Programático:
1. Objeto e objetivo da ética
2.2. O homem como ser social
1.2. Ética x valores - 1.3. Questões Morais e Éticas
2. CONCEITO E CAMPO DA ÉTICA - 2.1. Ética e Filosofia - 2.2. Função da Ética
2.3. Ética e formas de conduta
3. FONTES DAS REGRAS ÉTICAS - 3.1. As normas éticas - 3.2. Prática das normas éticas
4. COMPORTAMENTO ÉTICO - 4.1. Na Sociedade - 4.2. Na profissão
4.3. Disponibilidade para um comportamento ético
5. CODIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL - 5.1. Ética na Empresa - 5.2. Ética na profissão do contador - 5.3. O papel social do contador - 5.4. Normas de conduta do contador
6
Bibliografia Básica:
MATTAR, João. Filosofia e ética na administração. São Paulo: Saraiva. 2006.
NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2008.
SROUR, Robert Henry. Ética empresarial: a gestão da reputação. São Paulo: Elsevier. 2003.
Bibliografia Complementar:
BUZZI, Arcângelo Raimundo. Introdução ao pensar: o ser, o conhecimento, a linguagem. Rio de janeiro: Vozes. 2004.
Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Atuariais e Financeiras. Ética geral e profissional em contabilidade. LISBOA, Lázaro Plácido (org). São Paulo: Atlas. 1997.
SROUR, Robert Henry. Ética empresarial: a gestão da reputação. São Paulo: Elsevier. 2003.
7
8
parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo esp. a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social.
"Todo comportamento tem suas razões. A Ética é simplesmente a razão maior"
David Hume
 “A Ética não se baseia só nos costumes do povo e leis exteriores, mas sim na convicção pessoal adquirida através de uma reflexão na tentativa de compreender a justiça das leis.” 
SÓCRATES (470-399 a.c), escreveu: 
ÉTICA
9
A ética profissional é um conjunto de valores e normas de comportamento e de relacionamento adotados no ambiente de trabalho, no exercício de qualquer atividade. Ter uma conduta ética é saber construir relações de qualidade com colegas, chefes e subordinados, contribuir para bom funcionamento das rotinas de trabalho e para a formação de uma imagem positiva da instituição perante os públicos de interesse, como acionistas, clientes e a sociedade em geral.
Líderes de empresas e organizações têm defendido que bons ambientes de trabalho, com relações amigáveis e respeitosas, contribuem para o aumento do nível de confiança e comprometimento entre os funcionários, refletindo no aumento da produção e no desenvolvimento da empresa. E que comportamentos antiéticos prejudicam o clima organizacional, afetando o rendimento das equipes.
ÉTICA
10
Os colaboradores que conseguem construir relações de qualidade entre os colegas e conquistar a confiança dos líderes, com uma postura de trabalho adequada e resultados concretos, são os que obtêm maior sucesso no desenvolvimento de suas carreiras. Você precisa entender e respeitar os limites de sua função, zelar pelos instrumentos de trabalho e o patrimônio da organização e contribuir para o bom rendimento de sua equipe. Essas são condições básicas para a construção de uma postura ética no trabalho.
Algumas profissões contam com Conselhos de Representação que têm a responsabilidade de criar Códigos de Ética específicos para cada área de atuação. Você já deve ter ouvido falar no Conselho Federal de Medicina (CFM), ou no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), dois exemplos bastante conhecidos.
11
1.1 O Código Civil disciplinando a atuação do contador: 
Responsabilidade Civil: 
Art. 1177: No exercício de suas funções os prepostos são pessoalmente responsáveis perante os proponentes pelos atos culposos e perante terceiros solidariamente com os proponentes pelos atos dolosos.
ATOS CULPOSOS:
Imprudência, negligência ou imperícia. Não há má-fé. O resultado é diferente do esperado, prejudicando terceiros. O Contador (preposto) responde perante o Cliente (preponente), e este perante terceiros. 
12
 
Atuação do Contador – Art. 1182:
Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade.
Art. 1178 – Atos dos Contadores Empregados.
Praticados dentro do estabelecimento.
Art. 1178 § único – Atos dos Contadores Autônomos.
Praticados fora do estabelecimento.
1.2 - O Código Civil disciplinando a atuação do contador: 
Os valores da organização devem priorizar a transparência nos relacionamentos e avaliar o desempenho de sua responsabilidade social 
Preservação da imagem frente à sociedade
13
 
Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, ainda que não autorizados por escrito.
Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor.
Algumas organizações vão além das disposições legais ao reagirem a demandas ou preocupações específicas priorizando os valores além de seus interesses econômicos, visando melhorar o bem-estar social global. 
É o abraçar das responsabilidades sociais como parte de suas filosofias éticas
1 - O Código Civil disciplinando a atuação do contador: 
14
2 - Objeto e objetivo
da Ética. Conceito e campo da Ética
Ser bom profissional, ter conhecimentos técnicos, dons, talentos, habilidades e capacidades bem desenvolvidas, cabe a qualquer pessoa que deseja ter uma carreira de sucesso. Ter bom relacionamento com os colegas, facilidade no trabalho em equipe, boa comunicação, flexibilidade entre outras características, são aspectos altamente valorizados nas organizações. Saiba mais sobre o que é ética profissional. Uma conduta ética no trabalho, seguindo padrões e valores, tanto da sociedade, quanto da própria organização são essenciais para o alcance da excelência profissional. Não basta apenas estar em constante aperfeiçoamento para conquistar credibilidade profissional, é preciso assumir uma postura ética. Através dela ganhamos confiança e respeito de superiores, colegas de trabalho e demais colaboradores.
15
Honestidade
Sigilo
Competência
Prudência
Coragem
Perseverança
Compreensão
Humildade
Imparcialidade
Otimismo
Objetivo da Ética
16
SEGUNDO A SUA NATUREZA, OS VALORES PODEM SER:
Físicos
Mentais
Sociais
Políticos
Econômicos
Culturais
Morais
Éticos
Espirituais
Do ponto de vista do agir ético, enfatizamos os seguintes valores dentre os citados:
VALORES CONSTRUTIVOS
Abnegação
Consideração
Fé
Justiça
Temperança
Altruísmo
Cooperação
Fidelidade
Lealdade
Tolerância
Amizade
Coragem
Filantropia
Moralidade
União
Amor
Criatividade
Flexibilidade
Originalidade
Verdade
Benevolência
Cuidado
Franqueza
Paciência
Bondade
Dedicação
Generosidade
Parceria
Coerência
Desapego
Gratidão
Paz
Companheirismo
Desprendimento
Honestidade
Perfeição
Compartilhamento
Dignidade
Igualdade
Perseverança
Competência
Discernimento
Imaginação
Piedade
Compreensão
Disciplina
Imparcialidade
Respeito
Comprometimento
Docilidade
Integridade
Responsabilidade
Confiança
Equidade
Intuição
Retidão
Valores Destrutivos
Agressão
Desconfiança
Frieza
Parcialidade
Ambição
Deslealdade
Hipocrisia
Raiva
Apego
Desonestidade
Imposição
Rejeição
Astúcia
Desprezo
Incompetência
Ressentimento
Autocracia
Desqualificação
Indiferença
Rigidez
Ceticismo
Destruição
Inveja
Roubo
Cinismo
Discriminação
Lascívia
Tirania
Ciúme
Distorção
Má vontade
Vaidade
Competição
Divisão
Maldade
Vilania
Confusão
Dominação
Maledicência
Vingança
Corrupção
Egoísmo
Mentira
Violência
Crueldade
Exclusivismo
Ódio
Dependência
Falsidade
Orgulho
Os Códigos de Ética sintetizam os princípios que devem nortear a conduta dos integrantes de um grupo (organização) face às metas que devem ser alcançadas.
Na busca de consolidar uma imagem diante da sociedade, alguns grupos profissionais e, mesmo, organizacionais, elaboram Códigos de Ética.
Satisfação dos clientes
Organização interna da empresa de contabilidade
Padronização das atividades
Padronização dos relatórios operacionais e gerenciais
Criação de manuais de tarefas e procedimentos
Capacitação dos colaboradores
 
20
OBJETO - FAZER e AGIR:
A Ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana "o fazer" e "o agir" estão interligados 
O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão 
O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão 
Ética é a ciência que estuda os juízos morais referentes à conduta humana.
Ética é virtude caracterizada pela orientação dos atos pessoais segundo os valores do bem e da decência pública. 
21
Responsabilidade
Para a preservação de uma marca ou produto, o profissional deve manter uma postura congruente com seu trabalho e manter para si os dados que lhe foram confiados, a fim de garantir o sigilo necessário.
Integridade
É indispensável manter a transparência nas atividades exercidas, ser honesto com o gestor direto e demais profissionais, garantindo que todos sejam influenciados positivamente com seu trabalho, de forma direta ou indireta.
22
Meritocracia
O sistema de crescimento de toda e qualquer organização deve ser pautado em merecimento, advindo de resultados correspondentes às expectativas e necessidade da empresa. Promover um liderado por favoritismo ou afinidade, além de ser antiético, não é nada profissional. Lembre-se que a sua credibilidade é o bem mais precioso que um colaborador pode ter, uma vez perdida, dificilmente pode ser recuperada.
Humildade
Atrás de crachás, ternos e gravatas, estão apenas humanos, totalmente suscetíveis a erros, afinal, somos falhos. No meio corporativo, são tomadas todas as medidas para que os equívocos não ocorram, porém empresas são feitas de pessoas, e, portanto, os erros se fazem presente uma vez ou outra. Se uma dessas situações acontecer com você, seja humilde para reconhecer a falha e corrigi-la, a fim de que não gere maiores prejuízos.
23
Comprometimento
O compromisso do profissional se aplica sistemicamente. Em primeiro lugar, ele deve se comprometer com o próprio desenvolvimento contínuo e se comportar de maneira congruente com sua linha de pensamento, ou seja, agir para alcançar suas metas e objetivos, e o único caminho é a entrega dos resultados solicitados pela empresa. Em segundo lugar e não menos importante, ele deve estar comprometido com os colegas de trabalho, com os líderes e o público da marca. Ao desempenhar sua função com excelência, automaticamente estará contribuindo com o todo.
24
Honestidade:
 Fale sempre a verdade e assuma a responsabilidade por suas falhas. É muito melhor aprender com os erros do que procurar um culpado para suas falhas.
Sigilo
Algumas informações de trabalho são extremamente sigilosas. Respeite esta condição, mantendo o sigilo.
Competência:
 Cumpra sua função com comprometimento e consciência, visando o melhor resultado para a organização, e não apenas o seu resultado pessoal.
Prudência: 
Respeite a hierarquia da sua empresa e não interfira de forma negativa no trabalho de seus colegas.
25
26
3 - O Homem como ser Social
O que vem primeiro, o indivíduo ou a sociedade? Os indivíduos moldam a sociedade ou a sociedade molda os indivíduos?
Em poucas palavras, podemos dizer que indivíduos e sociedade fazem parte da mesma história, escrita pelas Relações Sociais. Não há separação entre eles.
O Fato de precisarmos uns dos outros significa que não temos autonomia? Até que ponto dispomos de liberdade para decidir e agir? Até que ponto somos condicionados pela sociedade? A sociedade nos obriga a ser o que não queremos? E nós, podemos mudar a sociedade?
Para estudarmos estas e outras questões analisaremos mais a fundo essa unidade de nossos estudos.
O homem é um ser social que se encontra inserido em um conjunto de redes sociais mais amplas (família, amigos, comunidade religiosa, vizinhança, colegas de trabalho, etc.) Inserido nesses grupos sociais, adquire sua identidade enquanto ser humano e os meios fundamentais para a sua sobrevivência.
27
 Os indivíduos, sua história e a sociedade
Nas diversas formas de sociedade percebemos que só na modernidade a noção de indivíduo ganhou relevância, pouco valor se dava à pessoa única na antiguidade. A importância do indivíduo estava inserida no grupo a quem pertencia (família, Estado, clã, etc.), apesar das diferenças naturais entre os indivíduos, não havia se quer a hipótese de pensar em alguém desvinculado de seu grupo. 
No século XVI, com a Revolução Protestante, o ser humano passa a ter "domínio e poder" próprio  no século XVIII o capitalismo e o pensamento liberal contibui colocando a felicidade humana no centro das atenções, não se tratava de felicidade como um todo, mas de sua expressão material (ser proprietário de bens, de dinheiro, ou apenas de seu trabalho).
Mas como indivíduos e sociedade se tornaram uma só engrenagem?
Um conceito importante para investigar essa questão é o Processo de Socialização, que começa pela família, passa pela escola, passa pelos meios
de comunicação, pelo convívio com a comunidade do bairro, da igreja, do clube ou das festas populares e etc.
28
Somos sociais não apenas porque dependemos de outros para viver, mas porque os outros influenciam na maneira como convivemos conosco mesmos e com aquilo que fazemos.
O homem é um ser social por que é frágil demais para viver sozinho. No entanto, sua maior desgraça reside no fato de que ele ainda não aprendeu bem a viver em sociedade. Ainda está acordando para o fato de que conviver significa levar em consideração o semelhante com todas as suas características pessoais. Conviver significa compartilhar, repartir, confiar, tolerar, ajudar, entender. 
O homem é um se social por natureza, entretanto a sociedade precisa ser Desenvolvida dentro da cultura.
29
30
31
 AS TEORIAS QUE EXPLICAM OS CONCEITOS ÉTICOS 
As teorias que explicam os conceitos éticos tentam nortear, cada uma, o pensamento e o comportamento que deve possuir aquele indivíduo que segue essa ou aquela teoria, possuindo assim cada um, no mínimo, uma teoria para respaldo das suas condutas. A primeira Teoria é o Fundamentalismo, que identifica os preceitos éticos externos ao ser humano, não permitindo que o indivíduo encontre o certo ou o errado por si mesmo. O exemplo típico desta teoria é a Bíblia Sagrada, que funciona como um livro de regra de fé e prática para aqueles que depositam a sua confiança nos seus escritos; os seguidores cumprem as determinações externas sem questionar. Essa teoria também acontece quando grupos de indivíduos definem determinados preceitos a serem seguidos por todos sem a oportunidade e a possibilidade de aceitar ou não; são as regras para serem cumpridas. A segunda Teoria é a do Utilitarismo, que propõe que o conceito ético seja elaborado com base no critério do maior bem para a sociedade como um todo. Com base nessa teoria, a conduta do indivíduo, diante de determinado fato, dependerá daquela que gerar um maior bem para a sociedade
32
A terceira Teoria é a do Dever Ético. Apregoada por Emanuel Kant (1724-1804), propõe que o conceito ético seja extraído do fato de que cada um deve se comportar de acordo com os princípios universais. Kant propôs que estes conceitos éticos sejam alcançados da aplicação de duas regras: 1) Qualquer conduta aceita como padrão ético deve valer para todos os que se encontrem na mesma situação, sem exceções. 2) Só se deve exigir dos outros o que exigimos de nós mesmos. Como exemplo, pode-se citar que todos os profissionais de contabilidade não deve omitir dados do Balanço Patrimonial por eles elaborados. Esta norma de conduta é universal para todos os profissionais independente do porte da empresa e dos serviços que são prestados. Existem críticas a essa teoria, afirmando da dificuldade em encontrar o caráter universal em algumas relações.
33
A quarta Teoria é a Contratualista. Tendo como precursores John Locke (1632-1704) e Jean Jacques Rousseau (1712-1778), parte do pressuposto que o ser humano assume com os seus semelhantes a obrigação de se comportar de acordo com regras morais estabelecidas para o convívio social. Dessa forma, os conceitos éticos seriam extraídos das regras morais que conduzissem à perpetuação da sociedade, da paz e da harmonia do grupo social. Essa Teoria não atentou-se para a mutabilidade das regras morais aplicadas a determinados grupos sociais. Se um grupo de contadores resolvessem omitir as informações contábeis para os seus clientes, teriam as suas ações de acordo com esta teoria, legitimados sob o ponto de vista ético.
34
A quinta Teoria é a do Relativismo. Com base nessa teoria, cada pessoa deveria decidir sobre o que é ou não é ético, com base nas suas próprias convicções e na sua própria concepção sobre o bem e o mal. Dessa maneira, o que é ético para um pode não o ser para outro. Com essa teoria, muitos tentam justificar os seus próprios erros dentro de uma concepção coletiva. Como exemplo, um profissional de contabilidade poderá informar à diretoria dados distorcidos do Balanço Patrimonial da empresa e achar que é correto agir desta forma para não preocupar o administrador sobre a real situação. Conclui-se que a ética tem como base fundamental conscientizar o homem em fazer o bem e evitar o mal. O homem ao fazer a opção pelo bem ou o mal irá ponderar o senso comum entre a humanidade como: não roubar, matar, mentir, enganar e destruir, e, ainda, analisar o contexto cultural, ideológico e as tradições que permeiam a sociedade ou o grupo de pessoas o qual está inserido.
35
 ÉTICA PROFISSIONAL 
Ao se buscar o conceito de Ética Profissional poderá chegar a uma série de normas que devem levar o indivíduo à aquisição de hábitos e à formação do caráter, incluindo os deveres e os direitos que cada profissional deve possuir para viver harmonicamente com os seus pares. Passos (2000) acredita que pesquisas têm revelado que “o com- Abordagens Éticas para o Profissional Contábil comportamento ético ainda é o melhor caminho; que a integridade é uma fonte de sucesso para as empresas, que ganharão a confiança dos clientes e o comprometimento dos funcionários.” O que se percebe a cada dia são as empresas interessadas por condutas éticas para o reconhecimento pela sociedade dos seus feitos, aumentando assim a sua lucratividade pela confiança demonstrada pelos clientes, oportunizando maior crescimento das suas vendas ou de seus serviços. As normas das empresas são criadas pelos indivíduos que nela trabalham, logo, se estas não são respeitadas pela empresa, na realidade, são os profissionais que nela exercem suas atividades que transgridem suas normas éticas, mesmo que em nome da empresa. 
36
A ÉTICA NA PROFISSÃO CONTÁBIL
O profissional da contabilidade, diante de tantos problemas que se apresentam no cotidiano, precisa de muita perseverança, tenacidade e honradez para não cometer erros que venham a denegrir a imagem de toda uma categoria. A Discussão Ética para a Profissão Contábil requer um conjunto de regras de comportamento do contabilista no exercício de suas atividades profissionais. Qualquer profissional deve conhecer a sua profissão e não seria diferente para o contabilista, que deve conhecer os aspectos técnicos, as prerrogativas e as regras de conduta moral da profissão, como bem aborda Handel (1994, p. 20). Não é possível nem permissível a um profissional ter todos os conhecimentos técnicos para exercer com maestria a profissão contábil se este mesmo profissional não desenvolver suas atividades baseado num comportamento ético em relação aos demais colegas e a terceiros interessados. Discutir conduta ética no exercício profissional é uma tarefa complexa em face da amplitude do tema. Envolve uma série de princípios e valores individuais nem sempre condizentes com a proposta de um conjunto de regras a serem respeitadas por todos indistintamente. No desempenho de suas atividades, todo profissional, além do aprendizado técnico constante, precisa assimilar conceitos éticos e empenhar-se em vivenciá-los durante toda a sua carreira profissional. 
37
Competência
Confidencialidade
Integridade
Objetividade
Assertivo
Resiliente
A ÉTICA NA PROFISSÃO CONTÁBIL
38
Responsabilidades dos contadores
39
Quando se fala de grupos profissionais ou de categoria profissional, esses valores podem ser ampliados, estruturados e sistematizados por meio dos códigos de ética profissional, indicando limites em relação aos quais o profissional pode medir as suas possibilidades e as limitações a que deverá se submeter. A respeito do assunto, Camargo (1999, p. 34) posiciona-se dizendo que “os códigos de ética por si não tornam melhores os profissionais, mas representam uma luz e uma pista para seu comportamento; mais do que ater-se àquilo que é prescrito literalmente, é necessário compreender e viver a razão básica das determinações.” Dessa forma, nem sempre o profissional que está atendendo ao seu
cliente, aplicando todos os conhecimentos e os meios disponíveis para resolver os problemas apresentados, estará comportando-se eticamente, caso, ao fornecer a melhor solução, não esteja adotando todos os princípios e as regras da Moral. Observa-se, segundo Lopes de Sá (2000, p. 100), que dentre todas as profissões a do Contabilista seja uma das que exija do profissional, a todo instante, um apelo ao comportamento ético, pois: É a atividade contábil aquela que através de seus relatórios, registros, demonstrativos e principalmente pela assinatura da responsabilidade técnica pelo serviço prestado, que expõe aos dependentes e usuários da contabilidade tais informações. O que se percebe é que o contabilista apresenta a terceiros, que são usuários de suas informações, o resultado de seu trabalho e que deve transmitir confiança para o usuário. Caso essas informações não sejam fornecidas com base no conhecimento técnico e na ética, poderão trazer sérios problemas, como:
40
ao empresário contratante dos trabalhos, informações que poderão levá-lo a tomar decisões prejudiciais à empresa; 
b) aos sócios, acionistas ou proprietários, prejuízos na avaliação de seus patrimônios; 
c) aos credores ou fornecedores de créditos, prejuízos pelo eventual não-recebimento de seus direitos;
d) ao País, pelo não-recebimento de impostos, o que causará danos a todos de maneira geral.
A ética necessária para o contabilista deve pautar-se no Código de Ética da Profissão onde estão inseridos os problemas específicos da profissão e as maneiras de resolvê-los de forma clara e idônea. Deve-se salientar também que nenhum código consegue contemplar todas as situações, por este motivo. No momento de alguma decisão que não se encontra clara no Código, devem prevalecer o bom senso e a honradez para o bem-estar da categoria profissional. O Código de Ética do Contabilista brasileiro iniciou-se em 1950 no V Congresso Brasileiro de Contabilidade, em Belo Horizonte, sendo Conselho Federal de Contabilidade 22 necessários vinte anos de amadurecimento e estudos. Somente em 1970, com a Resolução CFC n° 290/70 é que se efetivou o primeiro Código de Ética dos Contabilistas brasileiros. A segunda versão só aconteceu em 1996, por meio da Resolução CFC n° 803/96, que se encontra em vigor. Este Código estabelece regras de conduta para com a profissão, os colegas de profissão e a sociedade, baseado em quatro grandes tópicos: a) Dos Deveres e Proibições; b) Dos Honorários Profissionais; c) Dos Deveres em Relação aos Colegas e à Classe; d) Das Infrações Disciplinares. 
41
41
AVALIAÇÃO ÉTICA NA ORGANIZAÇÃO
Passos na Aceitação de uma postura:
Avaliação da Integridade da Administração
Identificação de circunstâncias especiais e riscos incomuns (empresas em dificuldades financeiras ou descontinuidade)
Avaliação de competência para realizar atividades
Avaliação de Independência na decisão
Decisão de Aceitar ou recusar o contrato
Preparação da carta de contratação
 POSTURA ÉTICA
Conhecimento técnico
Objetividade
Independência
Comportamento ético
Imparcialidade
Cautela e zelo profissional
Soberania
Sigilo e discrição
43
		
 MORAL – ÉTICA
	
	
	 CONSCIÊNCIA MORAL
ETIMOLOGICAMENTE
 LATIM: MORIS
GREGO: ETHOS
COSTUMES
COSTUMES
 NORMAS OU REGRAS
DISCIPLINA FILOSÓFICA
CONDUTA HUMANA
FUNDAMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO
44
44
Relação entre ética e moral
1. Distinção
	
		- A moral e a ética não são um conjunto 	de verdades fixas e imutáveis; ambas 	apresentam um caráter histórico.
	
	a) Moral
	- Regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo, uma religião, tradição cultural etc.
	- Fenômeno social particular, sem o compromisso com a universalidade.
	b) Ética
	- Julgamento da validade das morais. “A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade”.
	- “Mas ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a ação, historicamente produzido, cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana”.
c) Tarefas da Ética
- Principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade.
- Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões etc, a humanidade já teria se despedaçado até a auto-destruição.
- Ethos: ética em grego. Designa a morada humana. Significa tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma morada saudável: materialmente sustentável, psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda.
d) Campos de atuação da ética
	- Ética e justiça social.
	- Ética e meio ambiente.
	- Ética e cidadania.
	- Ética e política
	- Ética e corrupção
Ética e convivência humana:
 	Há necessidade de ética porque há o outro ser humano. A atitude ética é uma atitude de amor pela humanidade.
Ética e educação:
	“Toda educação é uma ação interativa: faz-se mediante informações, comunicação, diálogo entre seres humanos. Em toda educação há um outro em relação. Em toda educação, por tudo isso, a ética está implicada”.
CONSCIÊNCIA MORAL
CAPACIDADE PECULIAR DO HOMEM DE DISCERNIR O JUSTO E O INJUSTO, O CERTO E O ERRADO, O BEM E O MAL.
ÉTICA = DISCIPLINA FILOSÓFICA = FILOSOFIA MORAL
NAS IDEIAS DO BEM E DA VIRTUDE
 SÓCRATES: O PRIMEIRO A DISCUTIR SOBRE ÉTICA NO MEIO FILOSÓFICO.
FILOSOFIA, 3º Ano do Ensino Médio 
Ética Profissional e social 
50
A BUSCA DO BEM E DA VIRTUDE
O AMOR COMO BEM MAIOR: MORAL – Condutas: Moral, Imoral, Amoral
ARISTÓTELES: TODA A ATIVIDADE HUMANA TENDE A UM BEM – BEM SUPREMO – EXERCÍCIO PERFEITO DA FUNÇÃO PRÓPRIA DO HOMEM: A RAZÃO; É CAPAZ DE ESCOLHER O MELHOR PARA SI E PARA OS OUTROS;
EPICURO: A FELICIDADE CONSISTE NA AUSÊNCIA DE PREOCUPAÇÕES E NO PRAZER;
ESTOICOS: A FELICIDADE DO HOMEM DEPENDE DA SUA RESIGNAÇÃO E ACEITAÇÃO EM RELAÇÃO AO SEU DESTINO.
51
VALORES – TODOS DEVEM ADOTAR (KANT) - IMPERATIVO CATEGÓRICO – ORDEM INCONDICIONAL
“Age de tal modo que a tua ação possa servir de regra universal.”
“Age sempre de forma a tratar a humanidade, na tua pessoa como na dos outros, como um fim e nunca como um meio.”
O BEM E O MAL – FELICIDADE – VIRTUDE
VIDA: MAIOR VALOR – NIETZSCHE – VONTADE DE PODER
52
Ética Profissional 
No século XXI, o sucesso profissional requererá destreza para lidar com a ambiguidade, gerenciar tarefas múltiplas ao mesmo tempo e construir redes de suporte tanto no trabalho como na comunidade.
53
Profissionais capazes de gerar conhecimento e aplicá-lo dentro da realidade corporativa e nas múltiplas relações com outros atores sociais;
pessoas que conheçam e respeitem a cultura do outro e encontrem seu caminho dentro da própria cultura;
54
pessoas ágeis, que consigam circular de uma área para outra;
 pessoas dinâmicas, detentoras de
capacidade de síntese e visão holística;
pessoas que dediquem algumas horas de seu tempo a um trabalho voluntário, pois demonstram a futuros empregadores que têm iniciativa, além de desenvolver habilidades de oratória e atenção e melhorar sua autoestima;
55
pessoas motivadas, que gostam do que fazem, chamadas de “work-lovers” pela Revista Você S.A*. Pessoas cuja atuação seja ética: “O jogo é duro, mas deve ser disputado na bola, não na canela.”;
o profissional do século XXI precisa estar preparado para mudanças, ser reflexivo, criativo, ousado;
a formação profissional deve ser abrangente e continuada, desenvolvendo conhecimentos, habilidades e atitudes.
 http://www.vocecommaistempo.com.br/Interrupcoes/Worklover-X-Workaholic_320
56
“Os profissionais não resistem à
mudança, resistem a serem mudados.”
Imagem: Kysoh / GNU Free Documentation License
57
FÍSICA
“A capacidade de um
material voltar ao seu
estado normal depois de
ter sofrido uma pressão.”
CIÊNCIAS
HUMANAS
“A capacidade de um
indivíduo em
sobrepor-se e
construir-se
positivamente frente
às adversidades.”
Resiliência
Imagens: (a) Roger McLassus / GNU Free Documentation License (b) GNOME icon artists / GNU General Public License
58
a Ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito;
ela é diferente de ambos - Moral e Direito -, pois não estabelece regras. Essa reflexão sobre a ação humana é que caracteriza a Ética.
Ética Profissional é compromisso social:
59
Essa reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão deve iniciar-se bem antes da prática profissional;
a fase da escolha profissional, ainda durante a adolescência muitas vezes, já deve ser permeada por esta reflexão. A escolha por uma profissão é optativa, mas, ao escolhê-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório;
geralmente, quando você é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o conjunto de deveres que está prestes ao assumir tornando-se parte daquela categoria que escolheu.
Ética Profissional: quando se inicia essa reflexão?
60
61
A classificação da ética
A ciência dos valores admite várias classificações, porque existem muitas escolas, ideologias ou correntes de pensamento. Quanto mais as sociedades se tornam complexas e as redes de comunicação permitem um contato entre as diversas culturas e visões de mundo, maior é o número de concepções sobre ética. Preferimos essa classificação, uma vez que desenvolve as quatro formas fundamentais de manifestação do pensamento ético na história ocidental. São elas: ética empírica, ética dos bens, ética formal e ética valorativa. Na realidade, os diferentes tipos interpenetram-se e se apresentam como formas ecléticas. O sentido de separação é apenas para facilitar o estudo da ética; portanto foi necessária uma abstração da realidade.
Ética empírica 
É aquela em que os princípios foram derivados da observação dos fatos. Mais do que isso, foi a experiência concreta na vida social que levou seus defensores a provar o fato de que sem os valores éticos a vida social é impossível. Seus defensores são chamados de “empiristas” e suas teorias da conduta baseiam-se no exame da vida moral. Segundo os empiristas, os preceitos disciplinadores do comportamento estão implícitos no próprio comportamento da maioria dos seres humanos. Para os teóricos da ética empírica, não se deve questionar o que o homem deve fazer, e sim examinar o que o homem normalmente faz, pois o homem deve ser como naturalmente é, e não se comportar como as normas queiram que ele seja. O drama ocidental foi que o empirismo nos levou ao relativismo.
62
Ética anarquista (subjetiva)
 O anarquismo repudia toda norma, todo valor, direito, moral, convencionalismos sociais, religião. Para tal visão tudo constitui exigência arbitrária, nascida da ignorância, da maldade e do medo. Assim, não há legitimidade nas normas, sejam elas morais ou jurídicas. É uma doutrina egoísta, pois nela o que vale é a vontade humana num dado momento. E esta varia de indivíduo para indivíduo, não é possível uma direção para o agir social considerado modelo.
Ética utilitarista
Toda ética busca o bem absoluto na vida social. Para a teoria utilitarista só é bom o que é útil: a conduta ética desejável é a conduta útil. A utilidade, porém, é mero atributo de um instrumento. A eficácia técnica dos meios não corresponde ao valor ético dos fi ns. Exemplo: a arma utilizada para abater animal a ser sacrificado em decorrência de portar enfermidade grave é tão útil como aquela de que se serve o assaltante para liquidar sua vítima. Não existe consistência no utilitarismo como aplicação para necessidade de uma conduta ética dos homens, salvo se referente a uma fi nalidade: a obtenção do supremo bem, a felicidade das pessoas. O utilitarismo tem sentido moral, se entendido como prudente emprego dos meios aptos à consecução de fi ns moralmente valiosos.
63
Ética ceticista
 É a ética do cético, a pessoa que põe em dúvida todas as crenças tidas como verdadeiras para as demais pessoas. Uma teoria de ética cética, portanto, é aquela em que o valor moral maior consiste justamente em colocar em dúvida todos os valores aceitos como essenciais para a maioria dos teóricos. O cético, duvidando de tudo, coloca o método filosófico como fim de compreensão da realidade. É dúvida sistemática. Aqui cabe, mesmo que sucintamente, distinguir entre dúvida metódica e dúvida sistemática. Dúvida metódica é a utilizada como método filosófico de busca da verdade última das coisas. Duvidar como instrumento metódico leva a um saber que se aproxima da ausência do erro. Por exemplo, a máxima de Sócrates, “só sei que nada sei”, sustenta que algo se sabe com certeza: sabe-se, ao menos, que nada se sabe. Esse é o primeiro passo no caminho do conhecimento. Sócrates compreendeu o valor da dúvida como método dialético (método de discussão). Já a dúvida sistemática, própria dos ceticistas, é aquela em que se põe em dúvida tudo e de forma permanente. Eles declaram não crer em coisa alguma e aqui, segundo alguns filósofos, está seu primeiro e mais profundo erro, pois se fossem realmente céticos, duvidariam até mesmo da sua afirmação de que em nada creem.
64
Ética dos bens
 A ética dos bens preocupa-se com a relação estabelecida entre o proceder individual e o supremo fim da existência humana. A ética dos bens defende a existência de um valor fundamental denominado bem supremo, aquele que não aquele que não pode ser meio de qualquer outro para se obter um fim. Desta forma, hierarquicamente, a vida pessoal e o prazer de viver são o principal bem supremo. As manifestações mais importantes da ética dos bens são o eudemonismo (confiança na felicidade como destino humano), idealismo ético (aspiração ao ideal) e o hedonismo.
Ética formal
Para tal teoria, a significação moral do agir ético reside na pureza da vontade e na retidão dos propósitos do agente considerado. Tal retidão de propósito reside na boa vontade do agente ético comportar-se socialmente conforme o seu dever e por dever. Exemplificando: conservar a vida é um dever; portanto, se atentamos contra a vida em quaisquer circunstâncias, estaremos descumprimos o dever. Mas, se alguém perdeu todo o apego à vida e mesmo não temendo, ou até desejando, a morte, conserva a existência para não descumprir o dever de conservar a vida, sua conduta tanto externa como internamente está em acordo com a lei moral e possui valor moral pleno; por isso, seu agir é ético.
65
 Ética valorativa
 É a ética que pressupõe que os valores devam ser ensinados, pois seus teóricos defendem a ideia de que basta saber o que é a bondade para ser bom. O construtor dessa teoria foi Sócrates, segundo o qual basta conhecer a bondade para ser bom. Para nós, que vivemos no século XXI, tal ideia pode parecer ingenuidade, uma vez que já está profundamente gravado na nossa mente que só algum grau de coerção é capaz de evitar que o homem seja mau. Na sua época, era uma noção perfeitamente coerente com o pensamento, ainda que não com a prática da sociedade grega. Essa ideia é a base que orientará a ética ocidental.
66
Sistemas conceituais fundamentais da ética
Egoísmo – é uma das tarefas da ética responder sobre as questões do egoísmo, que é a preocupação com os interesses de caráter individual ou corporativo, cujo conceito não inclui a avaliação moral, pois não nos diz se a preocupação com esses interesses é boa ou má.
Altruísmo – a ética responde a esse conceito que deve significar a preocupação com os interesses do outro, porém, não inclui a avaliação moral, pois não significa que uma ação altruística é boa ou má.
Moralidade – é um código de valores capaz de guiar a conduta do homem e suas respectivas escolhas e decisões, permitindo julgamento do certo ou do errado, do bem ou mal.
Bem objetivo – existem teorias sobre o bem subjetivo que dizem ser ele derivado de uma avaliação dos fatos da realidade em
relação ao homem, segundo um padrão racional de valor, ou seja, validados por um processo de razão. Outras teorias vêm de escolas do pensamento, que olham o bem como produto da consciência do homem, independentemente da realidade e outro independentemente da consciência do homem.
67
Virtude – na época contemporânea a virtude é vista com certo moralismo antiquado. Na época clássica, como conceito central. Com base em vários autores poderíamos traduzir por “excelência”. “O que faz com que um ser humano seja de tal modo pleno ou autêntico é a virtude”.
Solidariedade – são princípios que se aplicam às instituições sociais, a cada pessoa e a toda organização, onde os homens devem aprender a viver para os demais e não somente com os demais. São obras concretas de serviços aos outros.
Subsidiariedade – é um princípio que volta-se ao respeito às relações entre os níveis de concentração de poder e os respectivos interesses sociais a serem satisfeitos. Nem o Estado ou a sociedade jamais deverão substituir a iniciativa e a responsabilidade das pessoas nos níveis em que eles podem
atuar e também destruir o espaço para a sua liberdade. Cada ser humano deve ser o autor de seu próprio desenvolvimento. A iniciativa é ponto de partida para qualquer ação humana sob sua responsabilidade individual de edificar a sociedade em que vive. Para isso, é preciso maior liberdade possível e menor controle.
68
Participação – é a garantia de liberdade para se constituírem associações honradas que contribuem com o bem comum, capazes de reconstituir qualquer esfacelamento social e deficiências produzidas nas relações sociais.
Finalidade – este conceito está ligado à pratica da moral vivida e à teoria da moral. “A finalidade significa aqui que o ser humano age para atingir um determinado objetivo ou fim”. Diferentemente do instinto e do comportamento predeterminado do animal, o homem tem a capacidade de introduzir
uma indeterminação.
Consciência – é entendida como “capacidade de projetar, diante de si próprio, a representação do fim proposto e de escolher em função deste fim um meio, ou uma sucessão de meios”.
Consenso – na época contemporânea, muitos filósofos contestam a problemática do fundamento da moral. Essa situação depende da recusa da metafísica e da impossibilidade de impor ao outro ser humano a sua norma
de comportamento.
69
Responsabilidade da ética – a consequência de procurar o consenso é: insistência sobre a responsabilidade pessoal e coletiva. Se o conflito entre morais reenvia cada um para a sua liberdade, a responsabilidade torna-se
o fundamento da ética contemporânea. No entanto, o sentido comum de responsabilidade é o de assumir as consequências do ato praticado.
Sabedoria/Prudência – é a prudência que permite articular o que caracterizaríamos como ligação do real com o ideal. A prudência encarna uma proposta de universalidade ou uma excelência abstrata nas circunstâncias sempre individualizadas da ação.
Norma – Kant trouxe-nos a questão do dever e da obrigação. O que se impõe como força normativa à consciência moral é a realização do bem. 
norma jurídica é a célula do ordenamento jurídico (corpo sistematizado de regras de conduta, caracterizadas pela coercitividade e imperatividade).
Moralismo – faz referência mais a determinados campos da conduta humana onde a visão estreita de moralidade deriva para moralismo – equivale a uma espécie de loucura da ética, quando se perde o sentido geral das coisas para se apegar a certos pontos ou normas, que são tomados de forma absoluta, sem levar em conta a amplitude, o conjunto. Moralismo é a doença da ética.
70
Eticidade – segundo Hegel, na sua filosofia do direito, a eticidade torna-se diferente da moralidade em face apenas de uma concepção institucional, mesmo que continue sendo a realização de atos humanos, oriundos de sua vontade.
Dever prima facie – o dever prima facie é uma obrigação que se deve cumprir, a menos que ela entre em conflito, numa situação particular, com um outro dever de igual ou maior porte.
Metaética – é o estudo dos aspectos lógicos de um discurso ou tratado moral. É o estudo do significado dos termos usados no discurso ético. É o tipo de reflexão que analisa o discurso moral, constituindo uma metalinguagem de caráter pretendidamente neutro ou não normativo.
71
Cínicos (Antístenes, Diógenes) – o objetivo da vida do sábio é viver de acordo com a natureza, afastando-se de tudo aquilo que provoca ilusões e sofrimentos: convenções sociais, preconceitos, usos e costumes sociais, etc. Cada um deve viver de forma simples e despojada.
Estóicos (Zenão de Cítio, Séneca e Marco Aurélio) – o homem é um simples elemento do cosmos cujas leis determinam o nosso destino. O sábio vive em harmonia com a natureza, cultiva o autodomínio, evitando as paixões e os desejos, em suma, tudo aquilo que pode provocar sofrimento.
Céticos (Pirro, Sexto Empírio) – defendem que nada sabemos, que nada podemos afirmar com certeza. Em face dessa posição de princípio, a felicidade só pode ser obtida través do alheamento do que se passa a nossa volta, cultivando o equilíbrio interior.
Sofistas – defendem o relativismo de todos os valores, afirmando que cada cidadão deveria alcançar o prazer supremo que seria o poder político. No entanto, esse mesmo poder pertenceria a poucos mais fortes na força das palavras, e a maioria dos fracos deveria ser dominada por essa minoria.
Escolas Filosóficas e a Ética
72
1- Sobre o conceito de ética marque a alternativa que NÃO representa uma alternativa correta. 
(A) Ética é a ciência normativa dos comportamentos humanos, sendo definida através de leis específicas. 
(B) A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. 
(C) Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. 
(D) Ao conviver em sociedade o homem percebeu a necessidade de “regras” que regulamentassem esse convívio. 
(E) Ética é o Julgamento da validade das morais. 
73
2- A respeito da gestão de ética nas organizações, assinale a alternativa correta. 
É uma questão pessoal que atende ao ponto de vista de cada um, assim a organização deve tratar o assunto com subjetividade. 
(B) A gestão ética baseia-se em regras legais de comportamento que pretendem ser imparciais. 
(C) É aplicada principalmente nos níveis gerenciais de uma organização, já que deve ser acompanhado taticamente. 
(D) A gestão ética é composta por um conjunto de valores e regras que definem a conduta dos indivíduos como certa e errada. 
(E) É um conjunto de regras que dizem como se comportar em todas as situações. 
74
3- Julgue as afirmações referentes a Moral e Ética e, em seguida, marque a opção que apresenta os itens corretos:
 I– Moral e Ética são termos que possuem sentidos semelhantes.
 II– “Moral” precede a ética na aplicação social. 
III– Ética quer dizer “costume” e pode variar na sociedade. 
IV – A Moral, afinal, não é somente um ato individual, pois as pessoas são, por natureza, seres sociais, assim percebe-se que a Moral também é um empreendimento social. 
V– A moral é a ferramenta de trabalho da ética.
 (A) I, IV, III 
(B) IV e V 
(C) II, III, V 
(D) III, IV, V 
(E) II e IV 
75
4- Relativos à ética no serviço público e qualidade no atendimento ao público marque a opção incorreta.
 (A) Os valores fundamentais do serviço público decorrem exclusivamente do seu caráter público. 
(B) Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público é uma atitude ética do servidor público. 
(C) Ser pontual no trabalho faz parte de uma postura ética. 
(D) Resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos e de contratantes, que visem obter favores ou vantagens indevidas é uma ação ética. 
(E) Ter a consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos é bom para o indivíduo, para organização e para a sociedade como um todo. 
76
5- A conjuntura em que vivemos exige uma profunda reflexão em torno dos caminhos percorridos,
com o objetivo de se delinear ações que favoreçam a prosperidade, a sustentabilidade, a segurança e a cidadania para todos, por meio de um esforço conjunto de todas as sociedades e culturas. Nesse contexto, delineia-se o papel da CAIXA como um espaço de promoção de melhores condições de vida, em todos os sentidos, e de formação de pessoas socialmente responsáveis. 
Marque a alternativa que não representa um valor ético da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.
 (A) Respeito 
(B) Honestidade 
(C) Compromisso 
(D) Transparência
(E) Moralidade 
77
6 - Segundo Arruda (2011), a palavra ética tem origem no grego éthos, que signifca “caráter”. Trata-se da parte da filosofia que estuda a moralidade das ações humanas.
 
Marque a opção que indica os três elementos essenciais os quais deverão ser ponderados, para que uma conduta possa ser considerada ética:
(A) Ação, intenção e circunstâncias. 
(B) Ação, coerção e circunstâncias. 
(C) Intenção, interesse pessoal e circunstâncias. 
(D) Ação, interesse organizacional e circunstâncias
78
7 - Com relação à ética, à moral e às virtudes, bem como às suas aplicações no contexto de empresas e organizações públicas, assinale a opção correta.
(A) Uma cultura empresarial pode ser caracterizada pela ética na medida em que seus valores, e não as pessoas que integram a organização ou os produtos e serviços por ela oferecidos à sociedade, apresentam tal característica.
(B) Condutas éticas são aprendidas somente no contexto familiar. Dessa forma, um sistema de desenvolvimento, monitoramento e controle dos ambientes interno e externo de uma organização é ineficaz para detectar pontos que possam causar uma conduta antiética.
(C) Ao analisar a ética da virtude, pesquisas mostram que as empresas que possuem culturas fracas costumam prezar valores como fidelidade e justiça, enfatizando o bem-estar das pessoas e o sentido de pertencer a algo, promovendo a lealdade.
(D) Pessoas são caracterizadas, entre outras coisas, por suas virtudes e pelos seus vícios, sendo que ambos pressupõem valores que, se não forem traduzidos em ações, perdem seu sentido.
(E) A responsabilidade pelas condutas éticas das empresas públicas se restringe à alta administração e aos gerentes, pois eles são responsáveis pelas principais decisões nas empresas.
79
8 - Acerca da relação entre ética e moral, assinale a opção correta.
a) A partir do estudo da ética, pode-se considerar uma visão utilitarista, em que a verdade de uma proposição consiste no fato de que ela é útil, tendo alguma espécie de êxito ou satisfação. 
b) A ética reflexiva se dedica exclusivamente à reflexão sobre os deveres das pessoas contidos nos códigos específicos dos grupos sociais. 
c) A ética é equivalente à moral porque ambos os preceitos investigam os princípios fundamentais do comportamento humano. 
d) A ética é temporal, enquanto a moral é permanente. 
e) A simples existência da moral significa a presença explícita de uma ética, entendida como filosofia moral, isto é, uma reflexão que discute, problematiza e interpreta o significado dos valores morais. 
80
9 - A respeito das classificações da ética como campo de estudo, assinale a opção correta.
(A) Na abordagem da ética absoluta, toda ação humana é boa e, consequentemente, um dever, pois se fundamenta em um valor.
(B) De acordo com a ética formal, não existem valores universais, objetivos, mas estes são convencionais, condicionados ao tempo e ao espaço.
(C) Segundo a ética empírica, a distinção entre o certo e o errado ocorre por meio da experiência, do resultado do procedimento, da observação sensorial do que de fato ocorre no mundo.
(D) Quanto ao aspecto histórico, a ética empírica possui a razão como enfoque para explicar o mundo, na medida em que ela constrói a teoria explicativa e vai ao mundo para ver sua adequação.
(E) Em todas as classificações da ética, ela se torna equivalente à moral porque direciona o comportamento humano para ações consideradas positivas para um grupo social. 
81
10 - A ética serve para que se possa existir certo equilíbrio e funcionamento social de qualidade, fazendo com que ninguém saia prejudicado. Neste ponto de vista, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está diretamente voltada com: 
(A) a educação das pessoas
(B) o sentimento de justiça social 
(C) o medo da sociedade de errar
(D) a educação dada na infância
(E) o pensamento de pessoas que possuem conhecimentos profundo
82
11 - A ética é construída por uma sociedade com base:
 
a) na genética que se passa por geração
b) na educação que é dada nas escolas
c) nos ensinamentos oferecidos nas faculdades
d) nos meios de comunicação como TV e rádio.
e) nos valores históricos e culturais. 
83
12 - defendem o relativismo de todos os valores, afirmando que cada cidadão deveria alcançar o prazer supremo que seria o poder político. No entanto, esse mesmo poder pertenceria a poucos mais fortes na força das palavras, e a maioria dos fracos deveria ser dominada por essa minoria.
Essa escola filosófica da ética é denominada de:
Estocismo;
Sofista;
Budista
Relativismo
Fundamentalista
84
13 - repudia toda norma, todo valor, direito, moral, convencionalismos sociais, religião. Para tal visão tudo constitui exigência arbitrária, nascida da ignorância, da maldade e do medo. Assim, não há legitimidade nas normas, sejam elas morais ou jurídicas. É uma doutrina egoísta, pois nela o que vale é a vontade humana num dado momento. E esta varia de indivíduo para indivíduo, não é possível uma direção para o agir social considerado modelo.
Para este conceito a definição é:
Ética empírica;
Ética Solidaria;
Ética ceticista;
Ética sofista
Ética 
85
Para tal teoria, a significação moral do agir ético reside na pureza da vontade e na retidão dos propósitos do agente considerado. Tal retidão de propósito reside na boa vontade do agente ético comportar-se socialmente conforme o seu dever e por dever. Exemplificando: conservar a vida é um dever; portanto, se atentamos contra a vida em quaisquer circunstâncias, estaremos descumprimos o dever. Mas, se alguém perdeu todo o apego à vida e mesmo não temendo, ou até desejando, a morte, conserva a existência para não descumprir o dever de conservar a vida, sua conduta tanto externa como internamente está em acordo com a lei moral e possui valor moral pleno; por isso, seu agir é ético.
Ética formal;
Ética Solidaria;
Ética ceticista;
Ética sofista
Ética

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando