Buscar

Resumo de sociedade anonima

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SOCIEDADE ANÔNIMA:
Características: É uma sociedade institucional e não contratual, sua formação se dá por um estatuto social que vai reger a sociedade e tem que os sócios aderirem a esse estatuto.
Principais características:
a) É uma sociedade de capitais, na qual as pessoas dos sócios são absolutamente irrelevantes.
b) É uma sociedade institucional, e não contratual, uma vez que ela se rege por um estatuto, ao qual os acionistas aderem, pura e simplesmente, cujas cláusulas e condições são absolutamente contrárias ao ingresso e retirada de sócios.
c) Seu capital é dividido em frações denominadas ações, representadas por títulos de emissão da companhia que podem atribuir direitos diversos aos seus titulares, em função da sua espécie ou classe.
d) A responsabilidade dos acionistas é limitada a integralização das ações emitidas ou adquiridas, não se estabelecendo qualquer solidariedade entre eles.
e) A transmissão da propriedade da ação, a outro acionista ou estranho, opera-se independentemente de modificação do estatuto social.
f) O objeto da companhia é qualquer empresa de fim lucrativo.
g) A companhia expressa sua vontade através de órgãos.
h) O nome da companhia será sempre uma denominação acrescida da expressão sociedade anônima ou companhia, abreviadamente ou por extenso.
Espécies: São duas, as de capital aberto e as de capital fechado.
Capital Aberto: São as sociedades anônimas que têm seus valores mobiliários (ações, debêntures, partes beneficiárias e bônus de subscrição) negociados nas bolsas de valores ou mercado de balcão.
Suas atividades são normatizadas e fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Capital Fechado: São as sociedades anônimas que as ações não são negociadas nas bolsas de valores ou mercados de balcão, são negociadas diretamente entre vendedor e comprador.
Existe uma hipótese em que as ações de companhia fechada são negociadas em bolsas de valores: quando se trata de sócio remisso.
A constituição da sociedade anônima, seja de capital aberto como fechado, exige o cumprimento, pelos fundadores de três requisitos preliminares:
a) A subscrição, por pelo menos duas pessoas, da totalidade das ações;
b) A realização (ou integralização) do valor mínimo estabelecido pelos fundadores, deverá ser no mínimo de 10%
c) O depósito dos valores realizados em instituição financeira autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Na sociedade anônima o ato de subscrição do capital, bem como a integralização da parcela mínima fixada pelos fundadores, dá-se antes do ato de constituição da sociedade. Por isso, os valores realizados pelos subscritores e depositados em conta bancária aberta em nome da pessoa jurídica (a qual por ainda não ter personalidade jurídica, deverá acrescer ao seu nome expressão “em organização”), serão restituídos aos subscritores, pela instituição financeira depositária, se a sociedade não se constituir no prazo de seis meses, a contar do final do prazo de subscrição.
Ações das Companhias: O capital da sociedade anônima é dividido em frações que se denominam ações, e que são representadas por títulos de emissão da companhia. Elas podem ser emitidas com valor nominal ou sem valor nominal.
As ações com valor nominal, nos futuros aumentos do capital, as novas ações não podem ser emitidas por preço inferior ao valor nominal, nas sem valor nominal, o preço será fixado pela assembleia geral que deliberar o aumento.
As ações são indivisíveis em relação a companhia, ou seja, elas não podem ser fracionadas em parte, e não podem ser objeto de negociação com a companhia emissora.
As ações são espécies do gênero valores mobiliários. Elas podem ser classificadas quanto à sua espécie, à sua forma e a sua classe.
Espécies de ações:
Ordinárias: Cada ação ordinária assegura ao seu titular o direito político a um voto. Ou seja, o direito ao voto é da essência da ação ordinária, e ele não pode ser suprimido pelo Estatuto nem pela Assembleia Geral, sob pena de nulidade da disposição estatutária ou da deliberação da assembleia. Assegura ainda, ao seu titular os direitos patrimoniais de participar dos lucros, apurados no final de cada exercício social, e do acervo social, em caso de liquidação da sociedade.
Preferenciais: A ação preferencial pode conferir ou não ao seu titular, o direito de voto. Por não ser da essência da ação preferencial, o estatuto pode suprimi-lo. Até 50% das ações da companhia poderão ser preferenciais, sem direito ao voto. Porém, sem a companhia deixar de distribuir dividendos (dividendos é a parcela do lucro dividida pelos acionistas depois de feitas as reservas) aos acionistas, durante três exercícios consecutivos, as ações preferenciais sem voto adquirem esse direito, que perdurará até que inicie ou reinicie o pagamento de dividendos.
Em contrapartida ao não direito de voto, a ação preferencial pode ser emitida com as seguintes vantagens:
a) Direito ao recebimento prioritário de um dividendo mínimo, ou de um dividendo fixo, conforme fixado pelo estatuto.
b) Direito de participação prioritária no acervo da companhia, no caso de liquidação.
c) Direito prioritário e cumulativo nos itens anteriores.
d) Direito ao dividendo diferencial.
Reserva legal: Apurado o lucro na Sociedade Anônima 5% obrigatoriamente é retido pela Companhia sem poder ser distribuído ou lhe dada alguma outra finalidade, até completar 20% do capital, podendo ser dividido o lucro sem a reserva legal.
Reserva estatutária: para fins específicos, previstos no estatuto social, quando é fixada pelo estatuto se torna obrigatória ao final de cada exercício.
Reserva contingencial: feita por deliberação dos acionistas, mediante assembléia geral, para atender a uma eventual emergência futura, determinado fato. Se essa reserva não for utilizada será distribuída entre os acionistas, tem caráter preventivo.
A primeira depende da lei, a segunda do estatuto e a terceira da assembléia geral.
Dividendo fixo: é fixado no estatuto, em porcentagem no capital, os preferenciais recebem o fixo e os ordinários recebem a divisão do restante do lucro, ou seja, o dividendo fixo não participa dos lucros remanescentes.
Dividendo mínimo: satisfeito o pagamento estabelecido pelo estatuto, nesse mínimo, e havendo lucros a mais que favoreçam as ações ordinárias, participam com elas em igualdade de condições as ações preferenciais, depois de a estas estar assegurado dividendo igual ao mínimo.
Dividendo diferencial: caso o estatuto seja omisso quanto à vantagem do acionista preferencialista, ou se prevista não for a garantia de dividendos fixo ou mínimo, deverá ser pago aos titulares de ação preferenciais o montante de pelo menos 10% superior ao atribuído aos acionistas das ações ordinárias.
Podem ter os três tipos de dividendos.
De gozo ou fruição: As ações de gozo ou fruição, na verdade, são uma subespécie da ação ordinária e da preferencial, uma vez que sua emissão se dá exclusivamente no caso de amortização do capital, em substituição às ações amortizadas, ou seja, são emitidas quando há amortização das ordinárias ou preferenciais.
A amortização de ações significa a devolução antecipada, aos acionistas titulares de ações ordinárias ou preferenciais, de parcelas de capital a que farão jus pó ocasião da liquidação da companhia. Para tanto a companhia deve contar com lucros ou reservas.
As ações de fruição asseguram aos seus respectivos titulares os mesmos direitos que lhes eram assegurados pelas ações recolhidas e substituídas (amortizadas), exceto o de participar do acervo social quando da liquidação.
Formas de ações: Quanto à sua forma, as ações podem ser nominativas, endossáveis e ao portador. Em regra geral, as ações circulam livremente pelo mercado, em matéria de transferência de ações de companhia, o estatuto pode criar restrições à circulação das ações, mas não pode suprimir esse direito inerente à ação.
Nominativas: As ações nominativas são registradas no livro de Registro de Ações Nominativas, e seu certificado identifica a pessoa do proprietárioou titular da ação. São transmissíveis mediante assinatura, pelo vendedor e o comprador, do termo de transferência de ações nominativas, no livro próprio que para tanto a companhia mantém na sede social.
Desde 1990, todas as ações de companhia são nominativas, todavia ainda existem em circulação ações endossáveis e ao portador, emitidas antes da lei nº 8021 que suprimiu os títulos ao portador.
Endossáveis: As ações endossáveis são registradas no livro de Registro de Ações Endossáveis, e são representadas por um título que, mediante endosso, transferem-se a outrem.
Ao portador: As ações ao portador são transmitidas de acordo com a regra geral aplicável a transmissão dos bens móveis: a simples tradição. Por se tratar de bem móvel a propriedade é presumida: presume-se o proprietário ou titular da ação ao portador seu possuidor legítimo.
Classe das ações: As ações podem ser de classes diversas, o estatuto define as classes das ações. As ações ordinárias da companhia fechada, diferentemente, do que ocorre na companhia aberta, podem ter classes diversas em função dos direitos de conversibilidade, de voto, nacionalidade, etc., ou seja, pode ser dividida em classes para assegurar os mais variados interesses. As ações preferenciais, por sua vez, tanto nas companhias fechadas como as abertas, podem ser de classes diversas em função dos direitos que conferirem aos seus titulares. A companhia pode emitir, por exemplo, ações preferenciais classe A, que asseguram o direito prioritário ao recebimento de um dividendo mínimo; ações preferenciais classe B, que asseguram o direito prioritário ao recebimento de um dividendo fixo; e ações preferenciais classe C, que assegura o direito ao recebimento de um dividendo diferencial.
Divisão dos lucros: O objetivo de qualquer sociedade empresária é o lucro, principalmente a S. A. Toda S. A. Que produzir lucros, deverá, obrigatoriamente, dividir parte dele (fixada no Estatuto) entre os seus acionistas. O resto pode ser deliberado pela Assembleia Geral. Se o estatuto for omisso, o dividendo obrigatório será de 50%. É uma forma de proteção do acionista minoritário contra os controladores da S. A. Assim, a Assembleia Geral não possui poder de deliberação sobre: Dividendo obrigatório, reserva legal, reserva estatutária e reserva contingencial.
Direito essenciais dos acionistas: Os acionistas da companhia são titulares de certos e determinados direitos essenciais, isto é, direitos que não podem, em hipótese alguma, ser suprimidos ou modificados pelo estatuto ou pela assembléia geral. São eles os direitos:
a) Participar dos lucros sociais, na exata proporção das ações que possuir;
b) Participar do acervo da companhia, no caso de liquidação, na mesma proporção, exceto se as ações já foram amortizadas;
c) Fiscalizar, através do Conselho Fiscal, a gestão dos negócios sociais;
d) Preferência por subscrever ações, debêntures conversíveis em ações, partes beneficiarias conversíveis em ações e bônus de subscrição;
e) Retirar-se da sociedade, ou seja, exercer o direito de recesso – não é um direito potestativo, e sim subjetivo, uma vez exercido o direito de recesso abre-se um prazo de 10 dias para a companhia convocar a assembléia geral para reavaliar a decisão que gerou o direito de recesso, podendo recuar ou não a decisão.
f) Direito de todos os acionistas, titulares de ações com direito de voto ou não, de comparecer e manifestar-se nas assembléias gerais.
Somente os titulares de ações nominativas, endossáveis e escriturais poderão exercer o direito de voto. Isto significa que as ações ao portador não asseguram o direito de voto aos seus titulares nas assembléias gerais.
Abuso no exercício do direito de voto: O direito de voto é um poder cujo exercício, pelo acionista, deve se dar sempre no interesse na companhia, ainda que esse interesse seja contrário ou conflitante com o do acionista. O voto manifestado com dolo ou culpa que causar dano à companhia ou a outros acionistas é considerado abusivo, respondendo pelos danos oriundos e se esse voto for decisivo na deliberação conflitante com o interesse da companhia, a assembléia é anulável, com a imputação ao acionista da responsabilidade por ressarcir a companhia e transferir as vantagens que tiver obtido.
Assembléias gerais: As assembléias de acionistas são órgãos permanentes, de funcionamento alternado. Elas só se reúnem quando convocadas, em cada caso. As assembléias de acionistas atuam, exclusivamente, por meio de deliberações.
Competência: A assembléia geral é o grande órgão deliberativo da sociedade anônima. Ela é o canal ordinário por onde passam as determinações do controlador.
O elenco de suas atribuições privativas compreende poderes ordinários e extraordinários. Os ordinários dizem respeito ao funcionamento regular da sociedade, como a eleição dos administradores e a tomada anual de suas contas. Os extraordinários dizem respeito ao funcionamento extraordinário da sociedade. Daí a classificação das assembléias gerais em ordinárias e extraordinárias.
Somente a assembléia geral tem a competência organizatória, consistente na votação do estatuto, e suas modificações, que é a lei interna da sociedade. A assembléia geral não pode invadir a esfera de competência dos demais órgãos societários.
Funcionamento: A assembléia é dita geral, porque reúne todos os acionistas, ainda que não tenham direito de voto. O direito de comparecer e se pronunciar em assembléias são um direito essencial do acionista.
Por vezes a assembléia geral não é propriamente o órgão deliberante, mas apenas órgão-quadro, no qual são tomadas deliberações pelos titulares de espécies ou classes de ações.
A convocação da assembléia geral é normalmente feita pelos administradores (conselho de administração ou diretoria), se os administradores não convocarem no prazo legal, o Conselho Fiscal ou os acionistas podem convocar.
Quórum de instalação: A assembléia geral é instala-se validamente em primeira convocação com a presença de ¼ do capital social com direito de voto, em segunda convocação com qualquer número.
Uma vez instalada a assembléia, os acionistas elegem a mesa diretora dos trabalhos, a qual não precisa ser, necessariamente, composta por acionistas.
Quórum de deliberação: O quórum deliberativo – número mínimo de votos necessário para que se considere ter havido deliberação – é a maioria absoluta de votos, ressalvados as exceções.
Assembléia Geral Ordinária: A assembléia geral ordinária reúne-se, pelo menos uma vez no ano, nos quatro meses seguintes ao término do exercício social (um ano, mencionado no estatuto social), com a finalidade de:
a) tomar as contas dos administradores, examinarem, discutir e votar as demonstrações financeiras;
b) deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendo;
c) eleger os administradores e os membros do Conselho Fiscal, quando for o caso; e
d) aprovar a correção da expressão monetária do capital.
Diferentemente do que ocorre na sociedade limitada, a ordem do dia da assembléia geral ordinária não pode incluir quaisquer outros assuntos que não os elencados acima, esses outros assuntos são matéria da assembleia geral extraordinária.
A assembléia geral ordinária pode ser convocada e realizada concomitantemente com à assembléia geral extraordinária.
A assembléia geral é convocada pelos administradores mediante anúncio público por três vezes, no mínimo, contendo, além do local, data e hora da assembléia, a ordem do dia, e, no caso de reforma do estatuto, a indicação da matéria.
A parte “no caso de reforma do estatuto, a indicação da matéria”, contraria a afirmação que a assembléia geral ordinária não delibera sobre matérias que não constem nos itens a ao d, mas ocorre que ao deliberar o item b a assembléia pode destinar o lucro a aumentar o capital social e, nessa hipótese, modificar o estatuto.
Assembléia Geral Extraordinária: A assembléia geral extraordinária tem por objeto todos os demais casos que a assembléia geral ordinária não pode deliberar. Oquórum de instalação e de deliberação varia de acordo com a matéria a ser discutida.
Acionista controlador: O acionista controlador é o sujeito de direito que, efetivamente, decide em última instância as questões maiores da sociedade; é o que de fato exerce o poder de comando na sociedade.
O acionista controlador é a pessoa, natural ou jurídica, ou grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, que detém os votos suficientes, na assembleia geral, para decidir as matérias que lhe são submetidas, bem como eleger a maioria dos administradores da companhia, e que efetivamente exercita esse poder.
O poder de comando na sociedade anônima pode fundar-se tanto na propriedade de um número determinado de ações com direito de voto, como no contrato ou acordo de acionistas, isto é, pela propriedade de ações ou pela via contratual.
O controle acionário se dá quando o acionista é titular de ações em quantidade suficiente para deliberar, na assembleia geral, isoladamente, sem depender do voto de outro acionista. O controle por via contratual se dá quando dois ou mais acionistas, somam mais de 50% dos votos, celebram acordo de acionistas, mediante o qual se comprometem a votar na assembleia geral num mesmo sentido.
O poder de controle gera responsabilidade. Aquele que tem o poder de decidir, responde pelas consequências da decisão tomada. Sobretudo na sociedade anônima, onde, de um lado a decisão afeta o interesse de todos, inclusive dos dissidentes, e, de outro lado, o interesse da sociedade não se confunde, necessariamente, com o interesse do controlador, pode inclusive ser contrário a este.
Tem a responsabilidade pelos danos causados à companhia, quando exerce abusivamente seu poder de controle, dentro da assembleia geral e fora dela.
Acordo de acionistas: Os acordos de acionistas não são sempre válidos, pois situam-se num plano inferior ao da lei e ao do estatuto social, não podendo, portanto, contrariar as disposições de uma ou de outro.
Os acordos de acionistas são convenções ou contratos. A vinculação jurídica entre as partes faz-se por meio da relação de propriedade das ações: todo aquele que adquire as ações vinculas a um acordo de acionistas, ainda que desconhecendo as suas estipulações, assume as obrigações nele estabelecidas.
Os acordos de acionistas são de várias espécies, conforme as estrutura e objetivo a que visam.
Podem ser acordos de minoria, que se une para a proteção de interesse comum, ou de maioria, que visa à organização do controle na sociedade.
Os acordos podem ser de natureza unilateral (um grupo de acionistas pode, por exemplo, convencionar votar de acordo com a orientação do outro grupo, porque confia na sua competência profissional), bilateral (dois grupos de acionistas podem convencionar uma troca de benefícios: um se compromete a eleger como administrador a pessoa indicada pelo outro, contando que este último se obrigue a votar sempre em uma distribuição máxima de dividendos) ou plurilateral (os contratantes, que podem ser mais de dois, visam a um interesse comum, como a defesa de seu controle conjunto).
O usufrutuário pode ter o direito de votar com as ações usufruídas, os acordos de voto podem ser legitimamente feitos por não acionistas, desde que sejam eles titulares do poder de votar em assembleias.
Os acordos de acionistas podem ter como objetos a compra e venda de suas ações, preferência para adquiri-las, exercício do direito a voto ou do poder de controle da companhia, essa menção ao objeto dos acordos deve ser interpretada com largueza e não de modo literal. Assim, o exercício do voto há de compreender também, por extensão, o comparecimento em assembleias, a compra e venda abarca também a troca.
A eficácia dos acordos de acionistas perante terceiros depende da obediência às regras de forma e publicidade impostas na lei.
A forma escrita se impõe, como condição para a publicidade, que é de duas espécies: o arquivamento do instrumento do acordo na sede da companhia e averbação de seus termos nos livros de registro de ações e nos certificados destas, se emitidos. O arquivamento torna o acordo eficaz perante a companhia, que é terceiro em relação aos acionistas, está ligada ao exercício do voto. A averbação produz eficácia do acordado perante terceiros adquirentes dos títulos, está ligada à circulação das ações.
No caso de inadimplemento de obrigação constante dos acordos de acionistas, a parte lesada pode demandar em juízo a execução específica do que foi estipulado, isto é, pode obter o cumprimento exato da obrigação em causa, sem estar limitado à execução pelo equivalente (perdas e danos).
Órgãos administrativos: Além da assembleia geral, órgão soberano da companhia, que é essencialmente deliberativo, a companhia é administrada pelo conselho de administração e pela diretoria.
O Conselho de administração é órgão composto por acionistas, exclusivamente, que exercem funções deliberativas e executivas.
A diretoria é o órgão essencialmente executivo, composto de acionistas ou não, através do qual a companhia expressa sua vontade perante terceiros, celebrando negócios jurídicos, adquirindo e alienando bens, contratando e distratando contratos, inclusive de serviços e relação empregatícia, enfim praticando os atos necessários ao regular funcionamento da companhia.
Os administradores – conselheiros de administração e diretores – têm atribuições indelegáveis e sujeitam as normas comuns.
Os atos do administrador, quando praticados de acordo com o estatuto e a lei, são atos da sociedade; ele responde por desvio de poder ou excesso de mandato.
Os administradores têm para companhia deveres e responsabilidades, especialmente os seguintes: dever de diligência (empregar no exercício de sua função o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo deve empregar na administração dos seus próprios negócios), dever de lealdade (servir à companhia com discrição e usar seu poder sempre em benefício da companhia, sendo-lhe vedado usá-lo em benefício próprio ou de terceiros).
A eleição dos membros do conselho de administração obedece ao sistema majoritário, e até 1/3 deles podem ser eleitos também para a diretoria da companhia.
Acionista ou grupo de acionistas titulares de 10% do capital votante podem requerer, até 48 horas antes da assembleia geral, a adoção do sistema proporcional, isto é, o sistema de voto múltiplo, segundo o qual o acionista deve multiplicar seus votos pelo número de cargos a serem preenchidos, permitindo-lhe cumular seus votos em um ou alguns dos candidatos.
Conselho de administração: O Conselho de Administração é órgão obrigatório na companhia aberta, na sociedade de economia mista e na sociedade de capital autorizado (que podem ter o capital aumentado); e facultativo nas sociedades de capital fechado.
É um órgão que tem competências privativas, ou seja, uma vez instituído na sociedade, tanto naquelas em que ele é obrigatório, como nas que ele é facultativo, sua competência é plena, não pode ter os poderes reduzidos.
Essa competência nas sociedades que não tem conselho de administração é exercida pela assembleia geral (e pela diretoria, conforme o caso).
Submetidas à assembleia geral as contas dos administradores e as demonstrações financeiras, pode ela tomar uma das seguintes deliberações:
a) Aprovar as contas e as demonstrações financeiras, hipóteses em que se exoneram os administradores de quaisquer responsabilidades pelos atos da gestão praticados no exercício, exceto no caso de erro, dolo, simulação ou fraude;
b) Pedir explicações e determinar corrigendas (erros que se devem corrigir em um livro), hipóteses em que assembleia geral suspende-se até a reapresentação das contas e demonstrações financeiras, que serão então aprovados ou reprovados pela assembleia geral;
c) Rejeitar as contas e as demonstrações financeiras, hipótese em que caberá à assembleia geral deliberar sobre o ajuizamento ou não de ação de responsabilidade civil contra os administradores faltoso, que ficará impedido e será substituído na mesma assembleia.
ConselhoFiscal – art. 163: O Conselho Fiscal, órgão essencialmente fiscalizatório, é obrigatório na sociedade anônima. É através dele que os acionistas, que não podem fiscalizar diretamente a gestão social, exercem a fiscalização dos negócios sociais.
Seus pareceres são registrados no livro de atas e pareceres do conselho fiscal, livro obrigatório que a companhia mantém na sede social, à disposição dos acionistas, do qual podem ser extraídas certidões.
Apesar de obrigatório, cabe ao estatuto determinar seu funcionamento é permanente ou facultativo. Isto é, a assembleia geral ordinária, órgão competente para elegê-lo, anualmente, pode deliberar não o instalar no exercício social seguinte. Ele será instalado sempre que acionistas titulares de 10% do capital votante ou 5% do capital não votante o deliberarem.
Podem ser eleitas, para o conselho fiscal, pessoas que tenham formação em curso de nível superior, ou que tenha exercido cargo de administrador ou conselheiro fiscal há pelo menos três anos.
É preciso ter empresas de auditoria para fiscalizar a sociedade, examinar a gestão social da sociedade, é obrigatório uma auditoria para atender os interesses dos investidores do mercado.

Outros materiais