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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL ROTEIRO DE ESTUDO SOBRE ASPECTOS GERAIS DA NEOPLASIA ACADÊMICA: SILVIA DE OLIVEIRA MORAES 1) Qual a diferença entre CÉLULAS LÁBEIS, ESTÁVEIS E PERENES, BASEADA NO CICLO CELULAR. E quais as principais classes de proteínas envolvidas no controle do ciclo celular? CÉLULAS LÁBEIS: células que se proliferam por toda a vida, substituindo aquelas que são destruídas. A maioria delas derivam de células-troncos adultas, as quais possuem uma enorme capacidade de proliferação e cuja progênie pode se diferenciar em vários tipos celulares. CÉLULAS ESTÁVEIS: possuem baixo nível de replicação, entretanto, as células podem sofre rápida divisão em respostas a estímulos e, portanto são capazes de reproduzir tecidos de origem. CÉLULAS PERENES: células que deixam o ciclo celular e não podem sofrer divisão mitótica pós-natal, as quais são os neurônios, células musculares e cardíacas. As principais classes de proteínas envolvidas no controle do ciclo celular são as integrinas, ciclinas, cdk, CKIs 2) De forma simplificada explique como é feita a regulação do crescimento celular. Nos organismos multicelulares e após completada a diferenciação celular , órgão tecidos mantem constante seu tamanho, conservando o numero de suas células , a multiplicação celular e regulada por mecanismos complexos e integrados, processo no qual participam fatores internos e externos as células. A população de células do individuo e mantida por meio de uma ação de elementos que controlam tanto a taxa de multiplicação como a de sobrevivência das células, em outras palavras, o resultado do balanceamento de células originadas por mitose e o de perdas celulares, estas geralmente por apoptose. O crescimento celular resulta da ação coordenada de numerosos agentes estimuladores e inibidores da divisão celular. Numerosas substancias tem a propriedade de controlar as taxas de divisão celular, importantes são os fatores de crescimento polipeptídicos, que são produzidos por diferentes células e tem a capacidade de estimular ou de inibir a multiplicação celular, alguns agem em células especificas, outros atuam sobre vários tipos celulares . Os Fc têm importante papel no crescimento celular embrionário e na manutenção do número de células no adulto. Para agirem nas células, os fatores de crescimento se ligam a receptores específicos, quase sempre localizados na membrana plasmática. Os fatores de crescimento atuam por mecanismo autócrino, parácrino ou endócrino. O crescimento celular é induzido por ligação de um FC ao seu receptor , ativação do receptor do FC, que por sua vez, ativa proteínas transdutoras de sinais , transmissão do sinal ao núcleo por meio de mensageiros secundários, ativação de fatores reguladores de DNA, resultando em duplicação do Dna e divisão celular. A regulação desse ponto é complexa e depende em boa parte da expressão de vários genes. Os principais são os que codificam Fc, receptores de FC e de todas as proteínas envolvidas na cascata de eventos intracelulares desencadeados pela estimulação dos receptores. 3) Descreva o significado anatomopatológico de HIPERPLASIA, HIPOPLASIA, DISPLASIA, METAPLASIA, ATROFIA, HIPOTROFIA, HIPERTROFIA (CAPÍTULO 1- ROBBINS OU CAPÍTULO 8 DO BOGLIOLO) e NEOPLASIA. HIPERPLASIA: é o aumento do número de células em um órgão ou tecido, resultando geralmente em aumento da massa de um órgão ou tecido. HIPOPLASIA: é a diminuição da população celular de um tecido, de um órgão ou parte de um corpo. DISPLASIA: é uma condição adquirida caracterizada por alterações da proliferação e da diferenciação celulares acompanhadas de redução ou perda da diferenciação das células afetadas. METAPLASIA: é uma alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular. ATROFIA: é a redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta da diminuição do tamanho e do numero de células. HIPOTROFIA: redução quantitativa dos componentes estruturais e celulares, resultando em diminuição do volume das células e dos órgãos atingidos; muitas vezes, também há diminuição do numero de células. HIPERTROFIA: é um aumento do tamanho das células que resulta em aumento do tamanho do órgão. NEOPLASIA: lesão constituída por proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, em geral com perda ou redução de diferenciação, em consequência de alterações em genes e proteínas que regulam a multiplicação e diferenciação das células. 4) Conceituar CÂNCER, TUMOR, LESÕES CANCERIZÁVEIS, CARCINOMA “IN SITU”. CÂNCER: é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e os órgãos. Quando o crescimento celular é anormal, pode-se desenvolver um nódulo, massa ou tumor, que pode ser benigno (não canceroso) ou maligno (canceroso). Dividindo-se rapidamente, células cancerosas tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Entretanto, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida. TUMOR: é um crescimento anormal de células em qualquer tecido do corpo. Existem tumores malignos (câncer) e benignos. Um tumor geralmente surge quando as células se subdividem excessivamente no corpo. O tumor se forma quando, por algum motivo, uma ou algumas células do corpo sofrem uma mutação e deixam de morrer e o organismo não percebe isso. Dessa forma, o corpo continua a produzir novas células, sem que as antigas morram. Isso gera um acúmulo de tecido conhecido como tumor. Tumores benignos e malignos podem ser graves, a depender do local que crescem e sua capacidade de se espalhar para outros órgãos (metástase). Por isso, às vezes eles necessitam de tratamento e outras vezes não. LESÕES CANCERIZÁVEIS: consistem em alterações morfológicas do tecido na qual o câncer tem maior probabilidade de ocorrer, mas que podem também permanecer estáveis indefinidamente. São assintomáticas e podem apresentar-se como lesões brancas, vermelhas, enegrecidas, mistas, com ulcerações ou crescimentos. Na boca, as principais lesões cancerizáveis são: Liquen Plano, Nevus ou Nevo, Leucoplasia e Queilite Actínica. Sua prevenção e diagnóstico precoce devem ser realizados pelo cirurgião dentista através de exames e orientações. CARCINOMA “IN SITU”: foi introduzido para indicar as neoplasias malignas do Epitélio de Revestimento que ainda não invadiram o estroma adjacente, portanto de crescimento restrito à área de origem. Entretanto, como são menos aderidas entre si, essas células cancerosas possuem grandes chances de movimentar-se e infiltrar-se no estroma e nos tecidos adjacentes, sendo, por isso, designadas erroneamente como um pré-câncer. Este termo não é adequado pelo fato do carcinoma in situ já ser considerado um câncer (neoplasia maligna), porém apenas ainda não apresenta padrão infiltrativo. A membrana basal está ainda preservada sendo a razão do termo in situ. Os exemplos mais conhecidos são os do colo uterino, da pele e da mama. 5) Quais os componentes básicos dos tumores malignos e benignos? E qual desses componentes é o principal responsável pelo crescimento e evolução da neoplasia? Justifique sua resposta. Todos os tumores, benignos e malignos, apresentam dois componentes básicos: células neoplásicas clonais que constituem seu parênquima e estromareativo feito de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e quantidade variável de macrófagos e linfócitos. Apesar das células neoplásicas determinarem em grande parte o comportamento de um tumor e suas consequências patológicas, seu crescimento e evolução são criticamente dependentes do seu estroma. Um suprimento sanguíneo estromal adequado é requisito para as células tumorais viverem e se dividirem, e o tecido conjuntivo estromal provê o molde estrutural essencial para as células em crescimento. Além disso, há uma conversa cruzada entre as células tumorais e as células estromais que influencia diretamente o crescimento dos tumores. 6) O que é desmoplasia? É neoplasia onde as células do parênquima estimulam a formação de um estroma colagenoso abundante, referido como desmoplasia. Alguns tumores desmoplásicos – por exemplo, alguns canceres da mama feminina – são duros como pedra ou cirróticos. 7) O que é diferenciação celular? Como os tumores podem ser classificados quanto `diferenciação das células neoplásicas? O termo diferenciação refere-se à extensão com que as células do parênquima neoplásico lembram as células parenquimatosas normais correspondentes, tanto morfológica quanto funcionalmente. Em geral, os tumores benignos são bem diferenciados, na célula neoplásica em um tumor benigno– lembra tanto a célula normal que pode ser impossível reconhece-lo como um tumor através da analise microscópica das células individuais. Somente o crescimento de tais células formando uma massa distinta revela a natureza neoplásica da lesão. Em tumores bem diferenciados benignos, as mitoses são extremamente reduzidas em número e apresentam configuração normal. As neoplasias malignas são caracterizadas por uma ampla gama de diferenciação das células parenquimatosas (apresentam diferentes) muito ou pouco diferenciados. Neoplasmas malignos que são compostos por células pouco diferenciadas são denominados anaplásicos. A falta de diferenciação, ou anaplasia, e considerada uma marca registrada da malignidade. 8) Classificar as NEOPLASIAS quanto à ORIGEM, GRAU DE DIFERENCIAÇÃO E COMPORTAMENTO CLÍNICO. Origem: Tumores de origem epitelial (adeno) Tumores de origem mesenquimal (oma) Grau de diferenciação: Pouco diferenciado Muito diferenciado Anaplásico Comportamento clínico: Invasivo Não invasivo Metaplásico Displásico Benignorr Maligno 9) NOMENCLATURA DOS TUMORES – Cite 10 exemplos de tumores malignos e benignos quanto à denominação relacionado à origem. Tecido de origem Benigno Maligno Vasos Sanguíneos Hemangioma Angiossarcoma Vasos Linfáticos Linfagioma Linfagiossarcoma Músculo Liso Leiomioma Leiomiossarcoma Revestimento epitelial das glândulas ou ductos Adenoma Adenocarcinoma Células Hepáticas Adenoma de Células Hepáticas Carcinoma Hepatocelular Mesotélio Tumor fibroso benigno Mesotelioma Revestimentos cerebrais Meningioma Meningioma invasivo Músculo Estriado Rabdomioma Rabdiomiossarcoma Vias respiratórias Adenoma brônquico Carcinoma broncogenico Tumores de melanócitos Nevo Melanoma maligno 10) Conceitue HAMARTOMA, TERATOMA, CORISTOMA, BLASTOMA. Hamartoma é uma massa de tecido desorganizado nativo de um local específico. Os hamartomas são tradicionalmente considerados malformações desenvolvimentares, mas alguns estudos genéticos mostraram a presença de translocações adquiridas, sugerindo origem neoplásica. Teratoma é um tipo especial de tumor misto que contém células maduras ou imaturas reconhecíveis ou tecidos representativos de mais de uma camada de células germinativas e, algumas vezes, de três. Os teratomas originam-se de células germinativas totipotentes, como aquelas anormalmente presentes em restos embrionários sequestrados da linha média. As células germinativas têm capacidade de se diferenciar em quaisquer tipos celulares no corpo adulto; portanto, não surpreende que possam dar origem a neoplasias que simulam, de maneira confusa, porções de osso, epitélio, músculo, gordura, nervo e outros tecidos. Coristoma é uma anomalia congênita que consiste em um resto heterotópico de células. Por exemplo, um pequeno nódulo de tecido pancreático normalmente organizado pode ser encontrado na submucosa do estômago, duodeno ou intestino delgado. Esse resto heterotópico pode estar repleto de ilhotas de Langerhans e glândulas exócrinas. Blastoma - é o crescimento excessivo e anormal de tecido, constituído por células deformadas que perderam a sua função original e forma. Sua peculiaridade reside no fato de que, mesmo após o término da exposição a determinados fatores que causam o desenvolvimento de neoplasias, eles ainda se reproduzem. 11) Quais as PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA NEOPLASIA BENIGNA? Diferenciação/anaplasia: Bem diferenciado; estrutura ás vezes típica do tecido de origem. Taxa de crescimento: Geralmente progressiva e lenta; pode chegar a um ponto de paralisação ou regredir; figuras mitóticas raras e normais. Invasão local: Geralmente são massas coesivas, expansivas, bem delimitadas, que não invadem ou infiltram o tecido normal circunjacente. Metástases: Ausentes 12) Quais as PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA NEOPLASIA MALIGNA? Diferenciação/anaplasia: Certa falta de diferenciação com anaplasia; estrutura frequentemente atípica. Taxa de crescimento: Ínstável e pode ser desde lenta a rápida; figuras mitóticas podem ser numerosas e anormais. Invasão local: Localmente invasivo, infiltrando o tecido circunjacente; algumas vezes pode ser aparentemente coesivo e expansivo. Metástases: Frequentemente presentes; quanto maior e mais indiferenciado o primário, maior a probabilidade de metástases. 13) Descreva as principais características morfológicas das CÉLULAS NEOPLÁSICAS MALIGNAS, comumente associadas à anaplasia. Pleomorfismo: Tanto as células quanto os núcleos mostram, caracteristicamente, um pleomorfismo – uma variação no tamanho e na forma. Portanto, as células dentro do mesmo tumor não são uniformes, mas variam desde grandes células, muitas vezes maiores do que suas vizinhas, até células extremamente pequenas e de aspecto primitivo. Morfologia nuclear anormal: Caracteristicamente, o núcleo contém cromatina abundante e se cora fortemente (hipercromático). Os núcleos são desproporcionalmente grandes em comparação com a célula, e a razão núcleo-citoplasma pode chegar a 1:1, em vez da relação normal de 1:4 ou 1:6. A forma do núcleo é variável e frequentemente irregular, e a cromatina, comumente, está grosseiramente agrupada e distribuída pela membrana nuclear. Normalmente, grandes nucléolos estão presentes nesses núcleos. Mitoses: Quando comparados a tumores benignos e a alguns neoplasmas malignos bem diferenciados, os tumores indiferenciados usualmente possuem grande número de mitoses, refletindo a maior atividade proliferativa das células parenquimatosas. A presença de mitoses, contudo, não indica, necessariamente, que um tumor seja maligno ou que o tecido seja neoplásico. Muitos tecidos normais exibindo rápida renovação, como a medula óssea, apresentam numerosas mitoses, sendo que proliferações não neoplásicas, como as hiperplasias, também contêm muitas células em mitose. Mais importante como característica morfológica de malignidade são as figuras mitóticas atípicas, bizarras e, algumas vezes, produzindo fusos tripolares, quadripolares ou multipolares. Perda de polaridade: Além das anormalidades citológicas, a orientação das células anaplásicas é marcantemente alterada (i.e., elas perdem a polaridade normal). Lençóisou grandes massas de células tumorais crescem de maneira anárquica e desorganizada. Outras alterações: Outra característica da anaplasia é a formação de células gigantes tumorais, algumas possuindo somente um único núcleo gigante e polimórfico, enquanto outras apresentam dois ou maiores núcleos hipercromáticos. 14) Explique os três fatores principais determinantes para a taxa de crescimento tumoral que justifique o fato de terem cânceres de crescimento rápido e outros de crescimento lento. A taxa de crescimento de um tumor é determinada por três fatores principais: 1º - O tempo de duplicação das células tumorais: o tempo total do ciclo celular para muitos tumores é igual ou maior do que aquele das células normais correspondentes, mas normalmente o crescimento dos tumores não está relacionado ao encurtamento do tempo do ciclo celular. 2º - A fração das células tumorais que se encontram no grupo replicativo: A proporção de células dentro da população tumoral que estão no grupo replicativo é referida como fração de crescimento. Estudos clínicos e experimentais sugerem que durante a fase precoce submicroscópica do crescimento tumoral, a vasta maioria das células transformadas estão no grupo replicativo. À medida que o tumor continua a crescer, as células deixam o grupo replicativo em números continuamente crescentes como consequência da descamação, da falta de nutrientes, da necrose, da apoptose, da diferenciação e da reversão da fase não proliferativa do ciclo celular (G0). Portanto, quando um tumor for clinicamente detectável, a maioria das células não estarão no grupo replicativo. Mesmo em tumores de crescimento rápido, a fração de crescimento é somente de 20% ou menos. 3º - A taxa com que as células são perdidas ou morrem: O crescimento progressivo dos tumores e a taxa com que eles crescem são determinados por um excesso de produção celular em relação à perda celular. Em alguns tumores, especialmente aqueles com uma fração de crescimento relativamente alta, o desequilíbrio é grande, resultando em crescimento mais rápido do que naqueles em que a produção celular excede a perda celular somente por uma pequena margem. 15) Qual a relação entre células tronco e as linhagens de células cancerosas? A relação está na no fato de tumores possuírem células com propriedades “tronco-simile”, ou seja, são características semelhantes às células tronco normais que possuem a divisão celular assimétrica. Além disso, há a hipótese de que como as células tronco normais, as células-tronco cancerosas possuem uma alta resistência intrínseca a terapias convencionais, em razão de sua baixa taxa de divisão celular e expressão de fatores, como a resistência a múltiplas drogas1 – MDR1 que se contrapõe das drogas quimioterápicas. 16) Explique as diferenças entre o comportamento de invasão e disseminação de neoplasias benignas e malignas, levando em consideração os tópicos listados abaixo: a) MECANISMOS DE PROPAGAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DOS TUMORES (justificativa para esta propriedade): b) INVASÃO LOCAL c) METÁSTASES d) VIAS DE DISSEMINAÇÃO. a. MECANISMOS DE PROPAGAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DOS TUMORES (justificativa para esta propriedade): Infiltração = Via de disseminação para tecidos adjacentes. Podem ser localmente invasivos, mas não originar metástases. A migração de metástases para o tecido hóspede não é aleatória. Alguns tecidos são mais preparados para receber a metástase, constituem o chamado nicho pré- metastático. Teoria da Semente e do Terreno. Processo de metastização pode iniciar precocemente, podem continuar a sofrer diferenciação no foco secundário, pode originar uma colônia com características diferentes. b. INVASÃO LOCAL Nos tumores benignos é Geralmente progressiva e lenta; pode chegar a um ponto de paralisação ou regredir; figura mitóticas raras e normais. Nos tumores malignos é instável e pode ser desde lenta a rápida; figuras mitóticas podem ser numerosas e anormais. c. METÁSTASES Nas neoplasias benignas as metástases são ausentes. Nas neoplasias malignas as metástases são frequentemente presentes quando maior e mais diferenciado, maior será as chances de ocorrer metástases. d. VIAS DE DISSEMINAÇÃO. Via linfática: É a principal via de disseminação inicial dos carcinomas. Como regra geral, o primeiro sítio das metástases é o linfonodo mais próximo na via de drenagem do tumor. Via sanguínea: Células cancerosas que penetram na corrente sanguínea podem ser levadas a qualquer parte do corpo. Em geral as metástases se formam no primeiro órgão que as células encontram a sua frente. Assim tumores no TGl, dão metástase no fígado, nos tumores próximos da coluna vertebral pode originar metástases nas vértebras. 17) ELABORE UMA TABELA COM AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS MORFOLÓGICAS E FUNCIONAIS DAS NEOPLASIAS BENIGNAS E MALIGNAS, EM RELAÇÃO A: a. Taxa de crescimento b. Figuras de mitose c. Grau de diferenciação d. Atipias celulares e arquiteturais e. Degeneração e necrose f. Tipo de crescimento g. Cápsula h. Limites da lesão i. Efeitos locais e sistêmicos j. Recidiva k. Metástases Neoplasia Benigna Neoplasia Maligna Taxa de crescimento Baixa Alta Figuras de mitose Raras Frequentes Grau de diferenciação Bem diferenciadas Desde bem diferenciadas até anaplásicas Atipias celulares e arquiteturais Raras Frequentes Degeneração e necrose Ausentes Presentes Tipo de crescimento Expansivo Infiltrado Cápsula Presente Geralmente ausente Limites da lesão Bem definidos Imprecisos Efeitos locais e sistêmicos Geralmente inexpressivos Geralmente importantes e às vezes letais Recidiva Em geral ausente Presente Metástases Ausentes Presentes 18) Sobre os aspectos epidemiológicos dos cânceres, comente os seguintes tópicos sobre os aspectos etiológicos relacionados à formação do CÂNCER. a. IDADE b. FATORES GEOGRÁFICOS E AMBIENTAIS c. PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA d. DISTÚRBIOS CANCERIZÁVEIS ADQUIRIDOS. (PREDISPOSIÇÃO NÃO GENÉTICA) a. IDADE A maioria dos carcinomas ocorre nos anos mais tardio da vida (>55 anos). A incidência crescente com a idade pode ser explicada pelo acúmulo de mutações somáticas associadas à emergência de neoplasmas malignos. O declínio na imunocompetência, que acompanha o envelhecimento, também pode ser um fator. Contudo as crianças não são poupadas; entretanto, os tipos de câncer que predominam em crianças são significativamente diferentes daqueles vistos em adultos. Os carcinomas são extremamente raros entre as crianças. Por outro lado, a leucemia aguda e neoplasmas primitivos do sistema nervoso central são responsáveis por aproximadamente 6% das mortes por câncer na infância. b. FATORES GEOGRÁFICOS E AMBIENTAIS Acredita-se que os fatores ambientais sejam os contribuintes mais significativos na maioria dos cânceres esporádicos comuns. Em um grande estudo, encontrou-se que a proporção do risco devido à causas ambientais era de 65%. Apesar de as predisposições raciais não poderem ser excluídas, em geral se acredita que a maioria das diferenças geográficas surge em consequência de influências ambientais. Não há escassez de fatores ambientais carcinogênico: eles se escondem na atmosfera ambiente, no local de trabalho, nos alimentos e nas práticas pessoais. Em geral, os dados de mortalidade indicam que a maioria dos indivíduos em sobrepeso na população dos EUA apresenta uma taxa de mortalidade para o câncer de 52%(homens) e 62%(mulheres). De fato a obesidade está associada a aproximadamente 14% das mortes por câncerem homens e 20% nas mulheres. O fumo principalmente de cigarros, tem sido apontado como causador de mortes por câncer de boca, faringe, laringe, esôfago, pâncreas, bexiga e de cerca de 90% das mortes por câncer de pulmão. O álcool e o tabaco, juntos aumentam de forma sinérgica o risco de sofrer de câncer no trato digestório e nas vias aéreas superiores. c. PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA As evidências presentes indicam que para grande número de tipos de câncer, há não somente influências ambientais, como também predisposições hereditárias. A predisposição genética para o câncer pode ser dividida em 3 categorias : •Síndromes Neoplasicas Hereditárias com padrão autossômico dominante. A mutação herdada geralmente é uma mutação pontual que ocorre em um único alelo de um gene supressor de tumor. O silenciamento do segundo alelo ocorre nas células somáticas, geralmente como consequência da deleção ou recombinação. Como em outras condições autossômicas dominantes, ocorre tanto a penetrancia incompleta quando a expressividade variável. • Síndromes do Defeito no reparo do DNA. Um grupo de condições predisponente ao câncer é coletivamente caracterizada por defeitos no reparo de DNA com resultante instabilidade do DNA. Essas condições geralmente apresentam um padrão de herança autossômico recessivo. •Cânceres familiares. O câncer pode ocorrer em uma frequência maior em certas famílias sem um padrão claramente definido de transmissão. Os aspectos que caracterizam os cânceres familiares incluem a idade precoce ao acometimento, tumores que surgem em dois ou mais parentes próximos ao caso índice e, algumas vezes tumores múltiplos ou bilaterais. Os canceres familiares não estão associados a fenotipos marcadores específicos. d. DISTÚRBIOS CANCERIZÁVEIS ADQUIRIDOS. (PREDISPOSIÇÃO NÃO GENÉTICA) Por exemplo, as proliferações regenerativas metaplasicas hiperplasicas e displasicas consistem em solo fértil para a origem de um tumor maligno, já que a replicação celular está envolvida na transformação neoplasica. •Inflamação crônica e Câncer. Em 1863, Virchow propôs que o câncer se desenvolve em locais de inflamação crônica, e as relações potências entres câncer e inflamação crônica tem sido estudada desde então. Isso pode ser exemplificado pelo risco aumentado de desenvolvimento do câncer em indivíduos afetados por diversas doenças crônicas inflamatórias do trato gastrointestinal. • Condições Pré-Cancerosas. Algumas desordens não neoplasicas apresentam uma associação tão bem definida com o câncer que foram denominadas condições pré-cancerosas. Tal designação é relativamente infeliz, pois, na grande maioria dessas lesões, não há o desenvolvimento de um tumor maligno. Entretanto, o termo persiste, pois ele chama a atenção para o aumento do risco. Algumas formas de neoplasia benigna também constituem condições pré-cancerosas.
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