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PROCESSO PENAL III EMBARGOS DECLARATÓRIOS CONCEITO Os embargos declaratórios servem para impugnar ato decisório que não cumpra os requisitos mínimos, permitindo que o juiz esclareça e até supra eventuais omissões. O juiz ao proferir uma sentença esgota sua jurisdição, e somente com o advento de um recurso que tenha efeito regressivo se lhe oportuniza reexaminá-la. Existe ainda a possibilidade excepcional do juiz ou tribunal corrigir a decisão sem a interposição de embargos declaratórios, quando se tratar de erro material ou mera correção, sem que isso represente um reexame ou nova decisão. Para impugnar decisões do juiz singular é utilizado o artigo 382 do CPP. OBS. Os embargos excepcionalmente pode ser utilizado para que o julgador volte a decidir, se retrate ou modifique o decidido (como será visto adiante). 1 PROCESSO PENAL III EMBARGOS DECLARATÓRIOS FUNDAMENTO LEGAL Para impugnar decisões do juiz singular é utilizado o artigo 382 do CPP. Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. Obs. O prazo no JECrim é de 5 dias Tratando-se de acórdãos são utilizados os artigos 619 e 620 do CPP. Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso. § 1o O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de revisão, na primeira sessão. § 2o Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá desde logo o requerimento. 2 PROCESSO PENAL III EMBARGOS DECLARATÓRIOS REQUISITOS OBJETIVOS 1.- Ato decisório judicial, seja sentença, decisão interlocutória, ou acórdão, mesmo que irrecorrível; 2.- Ato decisório que contenha obscuridade, ambiguidade e contradição ou omissão; 3 PROCESSO PENAL III EMBARGOS DECLARATÓRIOS REQUISITOS OBJETIVOS 1.- Obscuridade Aquilo que é difícil de entender, confusa, vaga 2.- Ambiguidade Aquilo que é indeterminado, impreciso, pode ter mais de um sentido 3.- Contradição Possui conflito de idéias, incompatibilidade de teses expostas Ex. A fundamentação não condiz com a conclusão 4.- Omissão Falta de enfrentamento de todas as teses fáticas ou jurídicas, ou de valoração da prova produzida no processo. Nas decisões interlocutórias pode ser em relação aos pedidos de diligências e provas postulados pelas partes e não decididos pelo juiz. Obs. Excepcionalmente pode ser utilizado para prequestionamento de matéria a ser impugnada pela via do recurso especial ou extraordinário. 4 PROCESSO PENAL III EMBARGOS DECLARATÓRIOS REQUISITOS OBJETIVOS Como regra, não existe PREPARO para os embargos declaratórios, mesmo sendo a ação penal de iniciativa privada, mas sempre é aconselhável consultar o regimento Interno do respectivo Tribunal e o Código de Organização Judiciária. REQUISITOS SUBJETIVOS 1.- Legitimidade MP, assistente de acusação, querelante/querelado e réu 2.- Gravame É inerente ao fato de ter uma manifestação judicial incompreensível/incompleta 5 PROCESSO PENAL III EMBARGOS DECLARATÓRIOS EFEITOS DEVOLUTIVO, SUSPENSIVO E MODIFICATIVO (INFRINGENTES) Os embargos declaratórios têm efeito interativo ou regressivo, pois atribui ao próprio juiz ou tribunal que ditou a decisão, o poder de reexaminá-la. Como regra não há modificação na decisão, mas apenas a declaração de seu conteúdo incompreensível. Por esse motivo, em tese, nada impede que existam embargos declaratórios sucessivos, ou seja, interpostos mais de uma vez em relação à mesma decisão. Quanto ao efeito suspensivo, os embargos interrompem o prazo para interposição de qualquer outro recurso. Obs. Sendo os embargos manifestamente protelatórios ou descabidos, pode o tribunal entender que não haverá interrupção do prazo recursal, ou mesmo punição por litigância de má-fé (arts. 1026, §§ 2º e 3º CPC) 6 PROCESSO PENAL III EMBARGOS DECLARATÓRIOS EFEITO MODIFICATIVO OU INFRINGENTE Os embargos declaratórios podem ainda, que não haja previsão legal, em casos que ocorram grave omissão ou contradição adquirir efeitos modificativos, excepcionalmente, levando à necessária modificação da decisão. Trata-se de uma modificação por imposição lógica. Exemplo. Uma sentença condenatória que fixa a pena de 2 anos de detenção, por um delito cometido sem violência ou grave ameaça, determinando a expedição de mandado de prisão, por negar o direito de apelar em liberdade. O réu interpõe embargos declaratórios, alegando omissão quanto ao enfretamento da possibilidade de substituição da pena (art. 44 CP). O juiz, acolhe o pedido, e declara o ponto omisso e, com isso, modifica substancialmente a sentença, na medida em que substitui a pena privativa de liberdade por uma restritiva de direito, reconhecendo ainda o direito do réu apelar em liberdade. 7 PROCESSO PENAL III EMBARGOS DECLARATÓRIOS EFEITO MODIFICATIVO OU INFRINGENTE Em casos em que a modificação é mais profunda, deverá o juiz possibilitar a manifestação da parte contrária, em razão da possibilidade de inversão do gravame, uma vez que, via de regra, nos embargos declaratórios não há contraditório, de acordo com o preceituado no artigo 1023§ 2º do CPC. A medida visa dar eficácia ao contraditório e quem em nada prejudica a celeridade do processo, já que havendo modificação da decisão, pela admissão dos embargos, nasce o direito de recorrer da outra parte. 8
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