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S E N A I – P E T R O B R A S13 .................... S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s IntroduçãoIntrodução m indústrias de processamento, plataformas continentais e empresas de armazenagem e distribuição de fluidos, dentre outras, aplicam-se di- versos materiais, podendo ser utilizados tanto o aço-carbono estrutural quanto os aços inoxidáveis especiais, tal como a liga HP40. Na maioria das situações, esse material é escolhido em função da tem- peratura e da pressão de operação, além da corrosividade – função de com- postos indesejáveis presentes, como os de enxofre – do meio onde esta- rão expostos. Uma falha na especificação de material pode ocasionar perdas diretas e indiretas. As diretas referem-se tanto a danos irreparáveis, como as per- das humanas, quanto à paralisação de produção (lucros cessantes). As indiretas referem-se às perdas devido ao processo repetitivo e indesejá- vel de paradas e partidas constantes das plantas. Nesses momentos, os equipamentos estão sujeitos a situações para as quais o material não foi especificado, podendo levá-lo a uma redução de vida útil ou até mesmo à falha prematura de um componente ou de todo o equipamento. Historicamente, constata-se que as situações de maior risco para os equipamentos e para as pessoas são as de retirada e de retorno à opera- ção das plantas de processo. Sendo assim, este trabalho tem o objetivo, de forma resumida, de pro- porcionar ao aluno a obtenção de conhecimentos básicos a respeito dos materiais selecionados para uso em equipamentos de processo e das pro- priedades desses materiais que interessam especificamente a essa classe de equipamentos. Unidade 1 EE Tome NotaTome Nota S E N A I – P E T R O B R A S15 .................... S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s Equipamentos de processo Equipamentos de processo enominam-se equipamentos de processo aqueles utilizados em indús- trias de processamento, que são as indústrias nas quais materiais sólidos ou fluidos sofrem transformações físicas ou químicas ou as que se dedi- cam à armazenagem, manuseio ou distribuição de fluidos. Entre essas indústrias podemos citar as refinarias de petróleo, as in- dústrias químicas e petroquímicas, grande parte das indústrias alimenta- res e farmacêuticas, a parte térmica das centrais termoelétricas, os termi- nais de armazenagem e distribuição de produtos de petróleo, bem como as instalações de processamento de petróleo e/ou de gás natural, em ter- ra ou no mar. Os equipamentos de processo podem ser classificados em três grupos gerais: os equipamentos de caldeiraria, as máquinas e as tubulações, sen- do que essas últimas são os elementos físicos de interligação entre os de- mais equipamentos. Os equipamentos de caldeiraria incluem os vasos de pressão, tanques, esferas, torres, reatores, gasômetros, fornos, caldeiras, permutadores de ca- lor, filtros, separadores, silos etc. As máquinas usualmente existentes são as bombas, compressores, ejetores, centri- fugadores e outras máquinas de movimentar fluidos. Desta forma, conforme a NR-13, permutadores de calor, torres, esferas de armazenagem de GLP e rea- tores são considerados vasos de pressão. No entanto, manteremos a classificação conforme a sua função na planta de operação. Unidade 1 DD ATENÇÃ0 Recentemente, a NR-13, que é uma norma de segurança do Ministério do Trabalho, foi revisada e traz a seguinte definição para vaso de pressão: “Vasos de pressão são equipamentos que contêm fluidos sob pressão interna ou externa”. ATENÇÃ0 1 S E N A I – P E T R O B R A S16 .................... Nas indústrias de processamento existem três condições específicas que tornam necessário um maior grau de confiabilidade para os equipa- mentos (e, conseqüentemente, para a seleção de materiais para esses equi- pamentos), em comparação com o que é normalmente exigido para as demais indústrias em geral. Os equipamentos de processo não só constituem a parte mais impor- tante da maioria das indústrias de processamento, como também são ge- ralmente os itens de maior tamanho, peso e custo unitário nessas indús- trias. Esses mesmos equipamentos estão igualmente presentes, como itens de maior ou menor importância, em quase todas as demais indústrias. Os materiais que iremos descrever e estudar nesta unidade aplicam- se às seguintes classes de equipamentos de processo: As indústrias de processamento trabalham quase sempre em regime contínuo, dia e noite, durante muitos meses a fio. Os equipamentos ficam, portanto, submetidos a um regime severo de operação, pois não há paradas para ma- nutenção e inspeção por um longo período. Os diversos equipamentos formam uma cadeia contínua, através da qual circulam os fluidos de processo. Desse modo, a falha ou paralisação de um único equipamento, por qualquer motivo, obriga geralmente à paralisação, ou à redução da produção, de toda a instalação. É evidente que toda paralisação não-programada de uma indústria resulta sempre em vultosos prejuízos de perda de pro- dução e de lucros cessantes, vindo daí a necessidade do máximo de segurança e confiabilidade de funcionamen- to desses equipamentos. Nessas indústrias existem, muitas vezes, condições de grande risco, devido ao manuseio de fluidos inflamáveis, tóxicos, explosivos ou em elevadas pressões ou tempera- turas, condições essas para as quais uma pequena falha ou vazamento pode resultar em um acidente grave ou mes- mo em um desastre de grandes proporções. TRÊS CONDIÇÕES ESPECÍFICAS NA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO 1 2 3 S E N A I – P E T R O B R A S17 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s Torres de destilação, de fracionamento, de retificação, de absorção Vasos de pressão, vasos de acumulação e para outros fins Reatores Esferas de armazenagem de gases Caldeiras Permutadores de calor – refervedores, resfriadores, aquecedores, condensadores Fornos Tanques de armazenagem e outros reservatórios apenas com pressão hidrostática Tubulações – de processo, de utilidades, de transporte, de drenagem Seleção de materiais para equipamentos de processo A seleção do material adequado a cada uma das partes de um equipamen- to de processo é freqüentemente um dos problemas mais difíceis com que se defronta o projetista ou o usuário desses equipamentos. Citamos, a seguir, os principais fatores que podem influenciar na es- colha desses materiais. Essa apresentação não guarda nenhuma ordem de hierarquia ou de importância relativa entre os fatores, que é, aliás, muito variável de um caso para outro e que, em geral, depende do caso especí- fico de aplicação do material, da situação de mercado e de outros fatores de natureza conjuntural. Além disso, existem quase sempre fatores que são conflitantes entre si, como, por exemplo, o material melhor do ponto de vista de resistência à corrosão é geralmente o mais caro. Por isso, cabe ao projetista, em cada situação, analisar os diversos fatores de influência presentes, verificar os que forem conflitantes e decidir os que devem pre- valecer, de acordo com a importância relativa de cada um dentro das cir- cunstâncias do caso em questão. Temos, também, alguns fatores que são gerais, válidos praticamente para todos os equipamentos e suas diversas partes, e outros que são específicos de determinados equipamentos ou de algumas partes dos equipamentos. Em resumo, é importante selecionar um material que atenda comsegu- rança às condições de serviço de uma determinada aplicação, com o me- nor custo possível, levando-se em conta as propriedades técnicas dos ma- teriais, resistência à corrosão, facilidades de obtenção e de fabricação etc. ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ 1 S E N A I – P E T R O B R A S18 .................... Fatores gerais de influência Fatores relativos à resistência mecânica do material São várias as propriedades técnicas dos materiais que podem influir na sua seleção, porém as verificadas com mais freqüência são as seguintes: limi- tes de resistência e de escoamento, resistência à fluência e à fadiga, te- nacidade ao entalhe, temperatura de transição e dureza. Vale ressaltar que deve ser considerado para análise cada caso separadamente. Fatores relativos ao serviço1 Essa temperatura é em geral igual, ou relacionada, à temperatura do flui- do em contato com o material.2 Observa-se na prática que, no caso de TEMPERATURA EM QUE O MATERIAL DEVE TRABALHAR ATENÇÃ0 Todos os fatores relacionados com o serviço (fluidos em contato e suas pressões, temperaturas, proprieda- des etc.) são em geral variáveis ao longo do tempo, isto é, tem-se, qua- se sempre, uma série de valores con- siderados normais, ou de regime, e uma faixa, às vezes ampla, de vari- ação desses valores, inclusive para situações anormais ou eventuais de serviço que possam ocorrer. Interes- sa, portanto, para todos os materi- ais, conhecer não só os valores de regime como também os extremos, sendo freqüentemente necessário saber a probabilidade e a duração de ocorrência desses extremos. 1 ATENÇÃ0 2 É muito importante observar que to- das as propriedades mecânicas, bem como a resistência à corrosão dos materiais, sofrem grandes varia- ções em função da temperatura, sendo por isso sempre necessário conhecer essas propriedades em toda faixa previsível de temperatu- ras a que o material possa ser sub- metido. Também para muitos flui- dos, as propriedades podem variar bastante com a temperatura. serviços criogênicos, são conside- radas tanto a temperatura de ope- ração (abaixo de 0ºC) quanto a temperatura alcançada pelo mate- rial na partida ou parada do equi- pamento. S E N A I – P E T R O B R A S19 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s Devem ser considerados os seguintes fatores em relação aos fluidos em contato com o material: FLUIDOS EM CONTATO Nesse aspecto devem ser considerados não só os diversos fenômenos de corrosão, mas também outros possíveis efeitos deletérios do fluido sobre o material, como a fragilização, alterações químicas e metalúrgicas. Consiste no máximo tolerável de contaminantes e conseqüências sobre a cor, o gosto, a toxidez ou sobre outras propriedades do fluido. O chumbo, por exemplo, é um material de alta resistência à corrosão, mas de empre- go proibido porque deixa resíduos altamente tóxicos. Em alguns equipa- mentos, existem peças em contato simultâneo com dois fluidos diferentes, como é o caso dos espelhos, feixes tubulares e serpentinas dos aparelhos de troca de calor e de aquecimento de produto. Para esses casos, a esco- lha dos materiais adequados é, às vezes, bastante difícil, devido à diver- sidade de efeitos corrosivos e de temperatura dos dois fluidos em contato. O material deve resistir aos esforços solicitantes e, por isso, a sua resistência mecânica deve ser compatível com o nível de tensões presentes. Para que as espessuras das diversas peças sejam razoáveis, é necessário serem empre- AÇÃO DOS FLUIDOS SOBRE OS MATERIAIS POSSIBILIDADE DE CONTAMINAÇÃO DO FLUIDO PELOS RESÍDUOS DA CORROSÃO NÍVEL DE TENSÕES NO MATERIAL Natureza, composição química e concentração do fluido (ou dos fluidos) Caráter ácido ou básico (pH) e oxidante ou redutor do(s) fluido(s) Impurezas e contaminantes existentes ou passíveis de existir Existência ou não de gases dissolvidos e de sólidos em suspensão Pressão, temperatura e velocidade relativa do fluido em relação ao material Flamabilidade e ponto de fulgor Toxidez, explosividade ou outros efeitos deletérios do fluido 1 S E N A I – P E T R O B R A S20 .................... gados materiais de grande resistência quando os esforços forem grandes e vice-versa. Deve ser observado que em qualquer tipo de equipamento exis- tem sempre numerosos esforços, além da pressão do fluido (que às vezes não é o esforço predominante), tais como: pesos, ação do vento, reações de dila- tações térmicas, sobrecargas externas, esforços de montagem. Independente do nível de tensões, a natureza dos esforços existentes (tra- ção, compressão, flexão, esforços estáticos ou dinâmicos, choques, vibra- ções, esforços cíclicos) também condiciona a escolha do material. Os ma- teriais frágeis, como, por exemplo, o ferro fundido, o vidro, a cerâmica e alguns metais em temperaturas inferiores a um certo valor, não devem ser utilizados quando ocorrerem esforços dinâmicos, choques ou altas concentrações de tensões. Tratando-se de materiais de boa ductilidade, os pontos de concentração de tensões, mesmo quando graves, podem não ter maior importância, porque o metal deforma-se no local onde as tensões forem elevadas, e, com isso, há um relaxamento que alivia e redistribui as tensões. Essas deformações não podem, entretanto, ser toleradas quan- do houver repetição ou inversão cíclica das tensões, devido à possibilida- de de trincas por fadiga. Em materiais frágeis a deformação local e o rela- xamento das tensões não são possíveis. Fatores relativos à fabricação do equipamento Todos os materiais têm determinadas limitações quanto às possibilidades de fabricação e de montagem. Por essa razão, independente de outras con- siderações, o tipo, o formato e o tamanho da peça ou do equipamento ex- cluem o emprego de determinados materiais, com os quais não seria possí- vel ou não seria econômico fabricar ou montar a peça ou o equipamento em questão. Para a fabricação do equipamento, deve ainda ser considerada a soldabilidade, a usinabilidade e a facilidade de conformação do material. Disponibilidade dos materiais Devem ser considerados os prazos de entrega, a maior ou a menor facilidade de obtenção dos diversos materiais possíveis, a necessidade ou não de im- portação, a quantidade mínima para a compra, a existência de estoques etc. NATUREZA DOS ESFORÇOS MECÂNICOS FACILIDADE DE OBTENÇÃO DO MATERIAL S E N A I – P E T R O B R A S21 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s As matérias-primas necessárias para a fabricação dos equipamentos de processo (ou de suas partes) podem apresentar-se sob várias formas, de- pendendo do tipo do equipamento ou da parte a ser fabricada: chapas grossas, chapas finas, tubos para condução, tubos de troca térmica, forja- dos, fundidos, acessórios de tubulação. Porém muitos materiais não são encontrados no comércio em todas essas formas de apresentação. Custo do material Este é, evidentemente, um fator importantíssimo e, muitas vezes, até de- cisivo na escolha do material a ser utilizado. Para cada aplicação prática existem quase sempre vários materiais pos- síveis e, às vezes, o melhor será o que for mais econômico. Para decidir qual o material mais econômico, deve-se considerar não só o custo direto dele, mas também o custo de fabricação, de paralisação e de reposição do equipamento, assim como o seu tempo de vida. Por exemplo, o custo por quilo de um aço inoxidável austenítico tipo 304 é aproximadamente 2,7 vezessuperior ao custo de um aço-liga 1 ¼% Cr – ½% Mo. Entretanto, a construção de um equipamento em aço tipo 304 pode ser mais econômica do que em aço-liga, porque a soldagem do aço inoxidável é muito mais fácil, além de serem dispensáveis os tratamen- tos térmicos. Experiência prévia É importante que se investigue e analise a experiência que possa existir com um determinado material no serviço a ser executado. Em geral é muito arriscado utilizar-se um material sem ter todas essas informações. Tempo de vida previsto O tempo de duração mínima do material tem de ser compatível com o tem- po de vida útil previsto para o equipamento ou para a peça. O tempo de vida útil depende da natureza da aplicação (equipamen- to principal ou secundário, peça de reposição etc.), da importância do equipamento, do tempo de amortização do investimento e do tempo pre- visível para ele se tornar obsoleto. FORMA DE APRESENTAÇÃO DO MATERIAL 1 S E N A I – P E T R O B R A S22 .................... Variações toleradas de forma ou de dimensões Para a maioria dos equipamentos de processo, podem ser toleradas varia- ções relativamente grandes nas dimensões (da ordem de 1% ou, às vezes, mais) durante a vida útil do equipamento sem que haja prejuízo para o funcionamento, podendo, portanto, ser selecionados materiais capazes de sofrer tais variações por efeito de deformações mecânicas, dilatações e desgaste por corrosão. Existem, entretanto, alguns componentes em que essas variações di- mensionais não podem ser admitidas, por motivos de ajustagem mecâni- ca, vedação, devendo por isso o material selecionado apresentar maior estabilidade dimensional. Segurança Quando o risco potencial do equipamento, ou do local onde o mesmo se encontra, for grande, ou, ainda, quando o equipamento for essencial ao fun- cionamento de uma instalação importante, há necessidade do emprego de materiais que ofereçam o máximo de segurança, de forma a evitar a ocor- rência de rupturas, vazamentos ou outros acidentes, que possam resultar em custosas paralisações ou mesmo em desastres, além de acidentes fatais. Como já foi observado, são freqüentes os casos de equipamentos es- senciais ao funcionamento de uma instalação, que pode ser totalmente paralisada se o equipamento sair de operação. São exemplos de risco potencial elevado os equipamentos que traba- lham com fluidos inflamáveis, tóxicos, explosivos, ou em temperaturas ou pressões muito altas. Por exemplo, os materiais de baixo ponto de fusão (materiais plásticos, borrachas, alumínio, chumbo) não podem ser empregados em equipamen- tos que serão submetidos à prova de fogo. Alguns fatores específicos de influência Coeficientes de atrito Esse fator aplica-se tanto aos tubos para condução como aos tubos de tro- ca térmica. O valor da perda de carga admissível é, às vezes, limitado, obrigando a se adotarem materiais de baixo coeficiente de atrito. Deve ser considerada também a possibilidade do aumento desse coeficiente durante PARA TUBOS EM GERAL S E N A I – P E T R O B R A S23 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s a vida do equipamento em decorrência do próprio serviço, devido a incrus- tações, corrosão, depósitos. Condutividade térmica Esse fator é importante somente para os tubos de troca de calor de super- fície estendida (aletados, pinados). Para tubos lisos, ele pode em geral ser desprezado, porque os outros fatores que atuam como barreira térmica (camadas limites, incrustações) são muito maiores que a diferença de con- dutividade térmica entre os metais. Método de fixação dos tubos aos espelhos O material dos tubos tem de ser adequado ao método de fixação a ser empregado: mandrilagem, soldagem. Material dos espelhos e das chicanas O material dos tubos deve ser compatível com o dos espelhos e das chica- nas, tendo em vista problemas, por exemplo, de corrosão galvânica. Outros fatores específicos de influência Dureza e resistência à abrasão Esse fator aplica-se às peças sujeitas a grandes esforços ou a desgaste pronunciado. Possibilidade de solda com outros materiais Para algumas partes dos equipamentos, a seleção de materiais poderá ser ditada pela necessidade de solda com outras partes, o que impõe que os metais sejam soldáveis entre si. É o caso, por exemplo, dos suportes dos vasos, que devem ser de material compatível com a solda no casco do vaso. Observações sobre a seleção de materiais A experiência do projetista é indispensável para a escolha dos materiais, pois com essa experiência, resultante do acúmulo de informações e de so- luções adotadas em casos anteriores, ele é capaz de julgar com objetivi- dade e segurança o grau de influência de cada um dos fatores menciona- dos anteriormente. PARA TUBOS DE TROCA TÉRMICA 1 S E N A I – P E T R O B R A S24 .................... Para a maioria dos serviços, já existem materiais consagrados pela tra- dição, pela prática dos projetistas ou pelas normas e códigos existentes. Quando se considera a experiência prévia de um determinado materi- al, deve ser observado se os dados dessa experiência são relativos a um serviço exatamente igual ao que se tenha e não apenas semelhante, por- que as inúmeras circunstâncias variáveis (temperatura, velocidade rela- tiva do fluido, concentração, impurezas, pH etc.) podem modificar com- pletamente o comportamento do material. Quando as únicas experiências prévias existentes forem relativas a um serviço não exatamente igual, inclusive quando consistirem apenas em ensaios de laboratório, é importante que sejam estudadas com cuidado as diferenças em relação ao serviço real que se tem, bem como suas possí- veis influências no comportamento do material. A avaliação do desempenho dos materiais em serviço efetivo é muito importante para o acúmulo de experiências que permitirão investigar a vi- abilidade de sua utilização futura. Para essa avaliação, é comum a colo- cação de corpos de prova, às vezes de vários materiais, no interior de equi- pamentos em operação. Esses corpos de prova permitem também avaliar as conseqüências de modificações ou mudanças nas condições de serviço de um equipamento, porque são comuns os casos de equipamentos traba- lhando em condições diferentes daquelas para as quais foram projetados. Em muitos equipamentos, algumas partes costumam ser feitas de ma- terial mais nobre do que o empregado para a construção do equipamento propriamente dito. Entre esses casos, podemos citar: tubos de troca térmica de caldeiras, fornos, permutadores; peças internas desmontáveis em va- sos de pressão; parafusos, estojos e peças internas em válvulas, purgado- res, filtros e outros aparelhos. Esses tubos devem sempre ter paredes finas, não só para melhorar a troca de calor, como também para reduzir o peso do conjunto do feixe tubular; por isso, freqüentemente são de material melhor e mais resistente à corrosão. Essas peças (bandejas, borbulhadores, grades, recheios) geralmente são feitas de material mais resistente à corrosão para permitir a ajustagem mecânica, a desmontagem e também para que possam ter pequenas es- TUBOS DE TROCA TÉRMICA DE CALDEIRAS, FORNOS, PERMUTADORES E OUTROS PEÇAS INTERNAS DESMONTÁVEIS EM VASOS DE PRESSÃO S E N A I – P E T R O B R A S25 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s pessuras, reduzindo assim o peso. Como regra geral, as peças internas não desmontáveis (soldadas ou fixadas à parede do vaso) são sempre do mes- mo material do próprio peso, e, quando necessário,as peças desmontá- veis podem ser de material diferente. Essas são peças pequenas, sujeitas a grandes esforços, e que não podem sofrer alteração dimensional nem desgaste por corrosão, que prejudicariam o aperto e dificultariam a desmontagem. Essas peças também são, em geral, feitas de material mais resistente à corrosão, por terem pequenas dimensões, sujeitas a grandes esforços e nas quais não se podem admitir alterações dimensionais que perturbariam o funcionamento, devido aos ajustes e folgas apertadas. Lembre-se de que a probabilidade de ocorrência de defeitos em cha- pas cresce com o aumento de espessura da chapa, sendo bem maior em peças fundidas do que em peças forjadas. No caso de equipamentos importantes é conveniente que na seleção final dos materiais seja considerada uma certa margem de segurança, para levar em conta possíveis desvios, tais como defeitos no material, defeitos de fabricação do equipamento, falhas em dados de resistência à corrosão, falhas em sistemas de proteção, além de variações não previstas de tem- peratura, velocidade relativa do fluido, concentração e impurezas no fluido. Isto é, quando a escolha recair em um material que esteja nas con- dições limites de sua utilização, convém que seja analisada a possibilida- de de uso de outro material mais afastado de suas condições limites. PARAFUSOS, ESTOJOS E PORCAS EM GERAL PEÇAS INTERNAS EM VÁLVULAS, PURGADORES, FILTROS E OUTROS APARELHOS Conhecer os materiais disponíveis na prática e suas limitações físicas e de fabricação Estabelecer que materiais podem satisfazer para o serviço em questão, tendo em vista a temperatura, o nível de tensões, as condições de corrosão etc. Comparar economicamente os diversos materiais possíveis, levando em conta todos os valores de custo 1 2 3 RESUMO Rotina para seleção de materiais 1 S E N A I – P E T R O B R A S26 .................... Classificação dos materiais para equipamentos de processo Como existe uma variedade muito grande de materiais empregados na construção de equipamentos de processo, apresentamos no Quadro 1 al- gumas classificações desses materiais. Trataremos nesta unidade princi- palmente dos materiais metálicos, que são os mais importantes para to- das as classes de equipamentos de processo. Os materiais metálicos empregados em equipamentos de processo podem ser encontrados no comércio sob várias formas, sendo as mais impor- tantes: chapas grossas (espessura de 4,8mm, ou maior), chapas finas (espessura até 4,8mm), tubos para condução, tubos para troca térmica, acessórios de tubulação (curvas, jo- elhos, tês, reduções, válvulas), pe- ças forjadas e peças fundidas. É bom observar que nem todos os materiais existem em todas as formas de apresentação. No mer- cado nacional, não se consideram material “de prateleira”, ou seja, material para pronta entrega, os aços ligados. Desta forma, a aqui- sição de peças feitas desse mate- rial requer uma certa antecedên- cia na solicitação de compra, pois geralmente são peças importadas. De todos os materiais, o aço- carbono é, como veremos adiante, o de maior uso, sendo empregado na construção da maioria dos equi- pamentos de processo, ficando a utilização de qualquer um dos ou- tros materiais restrita aos casos em que não é possível o emprego do aço-carbono. A razão desse fato é QUADRO 1 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS Metais ferrosos Metais não-ferrosos Metais ferrosos Metais ferrosos Metais não-ferrosos Materiais não-metálicos Metais ferrosos Metais não-ferrosos Materiais não-metálicos Metais ferrosos Metais não-ferrosos Materiais não-metálicos Materiais para vasos de pressão e para permutadores de calor (inclusive feixe tubular) Materiais para caldeiras e fornos (inclusive tubos) Materiais para tanques de armazenagem e outros reservatórios sem pressão Materiais para tubulações (tubos, válvulas e acessórios de tubulação) Materiais para revestimentos internos de vasos, tanques, tubos e permutadores Aços-carbono Aços-liga Aços inoxidáveis Alumínio e ligas Cobre e ligas Níquel e ligas Titânio e ligas Aços-carbono Aços-liga Aços inoxidáveis Aços-carbono Aços-liga Aços inoxidáveis Alumínio e ligas Cobre e ligas Níquel e ligas Concreto armado Materiais plásticos Aços-carbono Aços-liga Aços inoxidáveis Ferros fundidos Ferro forjado Alumínio e ligas Cobre e ligas Níquel e ligas Chumbo e ligas Titânio e ligas Concreto armado Materiais plásticos Cimento amianto Barro vidrado Vidro Cerâmica Borracha Aços inoxidáveis Zinco Níquel e ligas Chumbo e ligas Titânio e ligas Materiais plásticos Concreto Vidro Cerâmica Borracha S E N A I – P E T R O B R A S27 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s que o aço-carbono, além de ser de boa soldabilidade, de fácil obtenção e encontrável sob todas as formas de apresentação, é o material metálico de menor preço em relação à sua resistência mecânica. Para mostrar a pre- dominância do aço-carbono, basta dizer que a produção dele correspon- de a mais de 90% da produção mundial somada de todos os materiais me- tálicos; em uma refinaria de petróleo típica, a percentagem em peso do aço- carbono no total de equipamentos e tubulações é de cerca de 95%. Especificações de material Todos os materiais, metálicos ou não, empregados nos equipamentos de processo devem ter as qualidades e propriedades perfeitamente conheci- das e garantidas e, por isso, só são usualmente admitidos os materiais que obedeçam a alguma especificação. Essas especificações são documentos normativos emitidos por socieda- des de normalização reconhecidas, públicas ou particulares, ou por alguns fabricantes, contendo geralmente as seguintes informações e exigências: descrição e finalidades do material, composição química, propriedades mecânicas, ensaios e testes exigidos ou recomendados, condições de acei- tação, rejeição e marcação do material; poderão ainda conter dados dimen- sionais, propriedades físicas e químicas, exigências suplementares opci- onais etc. Cada especificação de material é designada por uma sigla nu- mérica ou alfanumérica, que serve também como designação dos materi- ais por ela definidos. Chama-se atenção para o fato de que a maioria des- sas especificações abrange não apenas um único material, mas também um grupo de materiais, que se distinguem por classes ou graus da espe- cificação. Por isso, para especificar corretamente um material, não basta citar a sua sigla, mas também a sua classe ou grau, bem como as exigên- cias opcionais que forem exigidas, quando for o caso. Cada especificação de material costuma abranger uma única forma de apresentação, de modo que um mesmo tipo de material, quando existen- te em várias formas de apresentação, encontra-se geralmente enquadra- do em várias especificações distintas. Resistência mecânica dos metais A resistência mecânica dos metais pode ser caracterizada principalmen- te pelos seguintes parâmetros: ductilidade, dureza e resistência à tração, à fadiga, à fluência e ao impacto. 1 S E N A I – P E T R O B R A S28 .................... A ductilidade é a capacidade de o material se deformar sem se romper, sen- do medida, principalmente, pelo alongamento e pela percentagem de redu- ção de área, obtidos nos ensaios de tração. Essas propriedades, importantes como garantia contra uma ruptura súbita devido a um aumento de carga, são indispensáveis para qualquer parte que deva sofrer conformação a frio. Para boa conformação a frio, exige-se um alongamento de no mínimo 20%. A durezade um material é a sua resistência à penetração. Para a maioria das partes dos equipamentos de processo não se exige, geralmente, grande dureza, que, pelo contrário, costuma ser prejudicial, por dois motivos: Em geral, os metais de grande dureza são mais sujeitos à corrosão sob tensão Quando a dureza é elevada, geralmente, a ductilidade é pequena, e essa última é uma propriedade bem mais importante. Uma grande dureza pode, entretanto, ser necessária para algumas partes altamente tensionadas ou sujeitas a desgaste superficial, como se- des de válvulas, por exemplo. A dureza é em geral proporcional ao limite de resistência do material. A resistência à tração é medida nos ensaios de tração, com procedimen- tos e corpos de prova especificados por normas, nas quais determinam-se os valores dos limites de resistência (LR) e de escoamento (LE). De acor- do com essas normas, o limite de escoamento corresponde à tensão que causa uma certa deformação plástica no material. A resistência à tração de qualquer material resulta das forças de atra- ção interatômicas que se opõem à separação entre os átomos, isto é, à rup- tura do material. Somando-se os valores dessas atrações, chega-se à con- clusão de que teoricamente a resistência à tração dos materiais poderia ser muitíssimo maior do que realmente é, como, por exemplo, mais de 700kg/mm2, para os aços-carbono. A principal razão da diferença entre a resistência teórica e a real são as discordâncias, ou seja, imperfeições microscópicas na arrumação geomé- DUCTILIDADE DUREZA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO S E N A I – P E T R O B R A S29 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s trica teórica dos átomos, de acordo com o seu sistema de cristalização. Es- sas discordâncias criam linhas de menor resistência, facilitando a ruptura. Além das discordâncias, temos ainda como causas da redução de re- sistência mecânica as regiões de menor resistência no contorno dos grãos da estrutura metalúrgica, assim como os defeitos maiores, tais como in- clusões, bolhas. Embora cada cristal individual seja anisotrópico, a resistência mecâ- nica de uma peça metálica é, em geral, a mesma em todas as direções, devido à existência de trilhões de cristais orientados a esmo. Mediante trabalhos de deformação (laminação, forjamento), é possível conseguir-se uma orientação preferencial dos cristais, de forma a obter melhores pro- priedades mecânicas em uma determinada direção. A fadiga mecânica é o fenômeno da ruptura de um material com tensões inferiores ao limite de resistência, ou de escoamento, em conseqüência da aplicação de um carregamento cíclico, mecânico ou térmico. A resistência à fadiga é medida pelo número de ciclos necessários para a ruptura, através de entalhes, onde é aplicado um carregamento variá- vel, geralmente senoidal. Para cada metal ou liga metálica tem-se uma curva relacionando a tensão medida no material com o número de ciclos para a ruptura. A resistência à fluência e ao impacto será estudada em outro material. Comparação de custo de materiais Como o custo é um dos fatores mais importantes na escolha do material mais recomendado para um determinado serviço, torna-se indispensável um estudo comparativo desses custos. Os preços dos diversos materiais (em particular dos metálicos) são ge- ralmente referidos à unidade de peso (preço/kg). Entretanto, devido à grande diversidade de pesos específicos e de resistência mecânica dos materiais, não tem muito sentido a simples comparação dos preços por quilograma (kg). A melhor comparação será entre os preços que teria uma mesma peça, capaz de resistir aos mesmos esforços mecânicos, quando fabricada de vários materiais. A comparação será então feita entre ‘’pre- ços corrigidos’’, que serão os preços por kg multiplicados pelo peso espe- cífico e divididos pela tensão admissível de cada material. RESISTÊNCIA À FADIGA 1 S E N A I – P E T R O B R A S30 .................... Apresentamos no Quadro 2 os índices de preços por quilograma para di- versos materiais, considerando-se o aço-carbono como tendo índice de 1,00. Deve-se notar que os dados do quadro são indicações aproximadas, ser- vindo apenas para dar uma ordem de grandeza das diferenças de preços, porque eles estão em constante evolução, não sendo possível a obtenção de números exatos permanentes. Os valores do Quadro 2 correspondem aos preços médios de cada material, porque os preços reais variam sensi- velmente segundo a forma de apresentação do material: chapas grossas, chapas finas, perfis, tubos, peças forjadas, peças fundidas. Todos os preços do quadro referem-se a materiais que trabalham na temperatura ambiente. Para temperaturas mais elevadas, os índices de pre- ços relativos serão bastante diferentes, devido à diversidade de variação das tensões admissíveis dos materiais em função das temperaturas. Evi- dentemente poderiam ser organizadas várias outras tabelas semelhantes, considerando todos os materiais em outras faixas de temperatura. QUADRO 2 CUSTO DOS MATERIAIS Aço-carbono estrutural Aço-carbono qualificado Aço-carbono acalmado (com Si) Aço-liga ½ Mo Aço-liga 1¼ Cr - ½ Mo Aço-liga 5 Cr - ½ Mo Aço-liga 3½ Ni Aço inoxidável tipo 304 Aço inoxidável tipo 304 L Aço inoxidável tipo 310 Aço inoxidável tipo 316 Aço inoxidável tipo 321 Aço inoxidável tipo 410 Ferro fundido Latão de alumínio Latão almirantado Cobre-níquel 90-10 Cobre-níquel 70-30 Alumínio Metal monel Titânio Incoloy MATERIAL CUSTO RELATIVO 1,00 1,15 1,25 2,30 3,10 4,50 3,00 8,60 13,30 13,50 11,10 13,70 6,00 1,95 7,60 7,80 22,00 27,00 2,50 31,80 41,00 48,50 S E N A I – P E T R O B R A S31 .................... S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s CorrosãoCorrosão corrosão é um fenômeno que ocorre em todos os materiais, sejam eles quais forem. A madeira em decomposição apresenta um fenômeno de degradação biológica que pode ser chamado de corrosão. Os seres vivos, incluindo o homem, estão constantemente sofrendo o lento e gradual pro- cesso corrosivo do tempo, liderado pelos agentes oxidantes do corpo, os chamados radicais livres. Desde o início da fabricação de utensílios, o homem vem, ao longo dos séculos, lutando contra os processos de deterioração de seus materiais. Os egípcios desenvolveram um complexo sistema de proteção anticorrosiva para as suas múmias. Uma interessante informação sobre proteção pode ser vista no Velho Testamento, onde é mostrado a Noé como calafetar com betume a sua arca. Os romanos já utilizavam a pintura não só artisticamente, mas também como forma de proteção anticorrosiva. Seus armamentos eram constantemente limpos e impregnados com óleos vegetais e betuminosos de forma a protegê-los da corrosão atmosférica. Os árabes, no século VIII, desenvolveram uma curiosa liga ferrosa, onde eram forjados o ferro e o seu óxido de forma a se obter tanto uma liga com boas propriedades mecâni- cas, quanto com uma excelente resistência à corrosão. Muitas das espa- das feitas deste material existem até hoje em excelentes condições. Com o uso mais intenso de ligas metálicas, principalmente as ferrosas, o homem se deparou com um grande problema. As ligas ferrosas possuem as melhores propriedades mecânicas dentre os metais, e seus custos de fa- bricação são os mais reduzidos. No entanto, o aço não possui as caracte- rísticas nobres de resistência à corrosão que o ouro, a prata ou o alumínio, Unidade 1 AA 1 S EN A I – P E T R O B R A S32 .................... por exemplo, apresentam. Tornou-se necessário, assim, o uso de técnicas anticorrosivas cada vez mais eficientes. Ainda hoje, apesar do desenvolvimento de novos materiais, o proble- ma da corrosão pode ser bem severo. Com o desenvolvimento de ligas metálicas mais complexas, ferrosas ou não, a maior diversificação dos processos industriais e o aumento das necessidades biomédicas, novas técnicas de controle e proteção tiveram que ser criadas, como por exemplo: os revestimentos orgânicos e metá- licos, a proteção anódica e catódica e o uso de inibidores de corrosão. A monitoração da corrosão tem sido ultimamente alvo de muito interesse, pois permite o controle da corrosão juntamente com o controle do pro- cesso industrial. A importância e o custo da corrosão Os problemas da corrosão estão associados às mais diversas atividades: indústrias químicas e petroquímicas, mecânica, naval, construção civil, telecomunicações, biomédica, alimentícia e outras. Os custos da corrosão podem ser diretos ou indiretos. Os custos dire- tos estão associados às perdas de materiais e equipamentos ocasionadas pela corrosão. O custo oriundo da inspeção de equipamentos, assim como as perdas devido ao reprocessamento, manutenção e lucro cessante, tam- bém pode ser considerado como custo direto da corrosão. Os custos associados à prevenção dos danos causados pela corrosão aos equipamentos industriais, ao meio ambiente e à vida humana são chama- dos de indiretos. São estes: a seleção de materiais mais nobres e o super- dimensionamento de equipamentos e estruturas. Como exemplo dos custos associados à corrosão podemos citar o mon- tante de 300 bilhões de dólares nos Estados Unidos em 1995. Este valor correspondeu a 4,2% do seu PNB. Deste valor, cerca de 100 bilhões de dólares poderiam ter sido economizados com o uso adequado da seleção de materiais, projeto, proteção e manutenção das plantas industriais. No Brasil o custo da corrosão está atualmente em torno de 3,5% do PNB. S E N A I – P E T R O B R A S33 .................... S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s Aços-carbonoAços-carbono efine-se metalurgicamente aço-carbono como uma liga de ferro e carbono que contém, teoricamente, 98% de ferro e entre 0,05% e 2,0% de carbono. Entretanto, nos aços usuais, na prática, a quantidade de carbo- no nunca é superior a 1,5%, e nos aços empregados em equipamentos de processo, a quantidade máxima de carbono é de 0,35%. Além do ferro e do carbono, esses aços contêm sempre alguma quantidade de manganês, enxofre e fósforo; alguns aços poderão apresentar ainda pequena adição de silício, alumínio e cobre. O limite de resistência dos aços-carbono, em temperatura ambiente, vai de 32 a 60kgf/mm2, e o limite de escoamento, de 17 a 27kg/mm2. Esses valores poderão ser consideravelmente aumentados por meio de tratamen- tos térmicos ou de trabalhos a frio no material (martelamento, prensagem, trefilação, estampagem), que, no entanto, causam uma redução na ducti- lidade do aço. Como já vimos, o aço-carbono é o material de uso geral para os equi- pamentos de processo. Isto é, um material que, ao contrário dos outros, não tem especificidade de uso, sendo empregado em todos os casos, exceto quando alguma circunstância proíba ou não recomende o seu emprego. Isso acontece porque o aço-carbono é o material industrial de menor pre- ço em relação à sua resistência mecânica, além de ser fácil de se obter, de se trabalhar, de soldar e ser encontrado em todas as formas de apresenta- ção. Em outras palavras, se tivermos várias peças de diversos materiais, todas dimensionadas para os mesmos esforços solicitantes, a peça mais barata será a feita de aço-carbono. Unidade 1 DD 1 S E N A I – P E T R O B R A S34 .................... Assim, quase todos os equipamentos e tubulações que trabalham com água, vapor de baixa pressão, ar comprimido, condensado, óleos e mui- tos outros fluidos pouco corrosivos são construídos de aço-carbono. O aço-carbono é também o mais importante produto metálico industrial, cabendo-lhe mais de 90% de toda produção mundial de materiais metálicos. Efeito da composição química As propriedades do aço-carbono são bastante influenciadas mesmo por pequenas variações na sua composição química. O aumento na quantidade de carbono provoca basicamente um aumen- to na dureza e nos limites de resistência e de escoamento do aço e uma redução na ductilidade, traduzida por uma diminuição no alongamento. Efeitos da temperatura elevada nos aços-carbono Em todos os metais, as propriedades mecânicas sofrem grandes variações em função da temperatura. Para os aços-carbono, a variação do limite de resistência com a temperatura tem o aspecto geral da curva mostrada na Figura 1, embora a forma exata dessa curva dependa da qualidade do aço, do processo de fabricação e dos tratamentos térmicos. O valor máximo do limite de resistência corresponde aproximadamente à temperatura de 250ºC, caindo a resistência de forma acentuada para tem- peraturas acima de 400ºC. As deformações por fluência começam a ser mensuráveis em tempe- raturas da ordem de 370ºC, devendo ser obrigatoriamente consideradas para qualquer serviço em temperaturas acima de 400ºC, ainda que sejam de curta duração ou com esforços mecânicos reduzidos. Os aços-carbono em contato com qualquer meio oxidante, em tempe- raturas elevadas, sofrem uma intensa oxidação superficial e escamação, com a formação de grossas crostas de óxidos, que se destacam do metal, permitindo o prosseguimento do processo de oxidação. A temperatura de início desse fenômeno (temperatura de escamação) é variável conforme o meio, sendo de cerca de 500ºC, ao ar, e de 430ºC com vapor d’água; em atmosferas fortemente oxidantes, essa temperatura pode ser bem mais baixa. Em qualquer caso, é inaceitável o uso de aço-carbono em tempe- raturas acima da de escamação. A exposição prolongada do aço-carbono, em temperaturas superiores a 450ºC, pode causar ainda a denominada “grafitização”. S E N A I – P E T R O B R A S35 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s Sendo assim, recomendam-se os seguintes limites máximos de tempe- ratura para partes de aço-carbono em equipamentos de processo: FIGURA 1 VARIAÇÃO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA Deve-se ressaltar que para serviços corrosivos geralmente a tempera- tura limite deve ser bem mais baixa do que os valores acima. Observe também que algumas normas de projeto fornecem valores de tensões admissíveis para temperaturas bastante mais altas, dando a en- tender que permitem o uso do aço-carbono em tais temperaturas. A nor- ma ASME B. 31.3, para tubulações em refinarias, indústrias químicas e petroquímicas, por exemplo, dá tensões admissíveis até 590ºC, tempera- tura que é evidentemente impossível de ser atingida na prática para qual- quer parte de aço-carbono em serviço contínuo. 1. 2. 3. 4. C Mo Cr Mo Cr Mo Aço-carbono (0,24% Aço-liga ½% Aço-liga 1¼ – Aço-liga 2¼ 1 ) – 5. 6. 7. Cr MoAço-liga 5 – ½ Aços inoxidáveis tipos 410 e 430 (temp. e revenido) Aço inoxidável tipo 304 TEMPERATURAS (ºC) LI M IT E D E R ES IS TÊ N C IA (k g /m m ²) 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1.000 1.100 10 20 30 40 50 70 60 80 90 6 6 10 10 9 8 8 4 4 3 3 2 5 5 2 1 1 8. 9. 10. Aço inoxidável tipo 310 Incoloy 800H Hastelloy B ✔ ✔ ✔ Partes sujeitasa esforços principais, serviço contínuo: 450ºC Partes secundárias, serviço contínuo: 480ºC Picos de temperatura de curta duração e não-coincidentes com grandes esforços mecânicos: 520ºC 1 S E N A I – P E T R O B R A S36 .................... , Corrosão nos aços-carbono É impossível fazer um resumo completo do comportamento de qualquer material com os diversos meios corrosivos existentes. Sendo assim, vamos apenas chamar atenção para alguns casos mais importantes ou mais co- muns de emprego dos aços-carbono. Como o ferro é um metal próximo da extremidade anódica da série galvânica e dificilmente apassivável* raramente existe, para o aço-carbo- no, um serviço com o qual a corrosão seja inteiramente nula. Por esse motivo, é quase sempre necessário o acréscimo de alguma sobreespessura para corrosão, a menos que exista pintura ou algum revestimento anticorrosivo. O contato com a atmosfera ou qualquer outro meio contendo oxigênio e água ou umidade produz no aço-carbono uma forma de corrosão uniforme generalizada (ferrugem), que resulta na formação de uma camada de óxidos e hidróxidos complexos de ferro. A ferrugem é tanto mais intensa e mais rápida quanto maiores forem a umidade e a temperatura. A presença de agentes poluidores (cloretos, SO2 e SO3, principalmente) também acelera muito a corrosão. A ferrugem nor- malmente não apassiva o aço, porque a camada de óxidos é altamente po- rosa e não impede o prosseguimento da corrosão. Embora os dados de corrosão atmosférica sejam muito variáveis, podemos dar os valores médios de taxas de corrosão, conforme a prancha abaixo. Em atmosferas não-poluídas e com umidade inferior a 60%, pode-se admitir que o progresso da ferrugem é muito lento. Em geral, é obri- gatório que haja pintura ou outro reves- timento protetor em peças de aço-carbo- no em contato com a atmosfera. O poluente comum mais severo é o SO2, resultante da queima de combustí- vel, e que pode formar ácido sulfúrico por combinação com a umidade. Também são muito corrosivos o H2S e os cloretos, existentes em regiões marítimas. Em at- mosferas altamente poluídas pode-se ter APASSIVAÇÃO* O mesmo que passivação. Uma reação química, às vezes induzida, que ocorre na superfície da peça, dando-lhe proteção anticorrosiva 0,02 a 0,05mm/ano CORROSÃO Atmosfera rural Atmosfera marítima 0,04 a 0,5mm/ano Atmosfera industrial 0,07 a 1,0mm/ano S E N A I – P E T R O B R A S37 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s. severa corrosão com 60% e até com 50% de umidade no ar. A adição mes- mo de pequenas quantidades de cobre, níquel ou cromo melhora sensivel- mente a resistência do aço à corrosão atmosférica, criando os aços que dis- pensam pintura, chamados de aços patináveis, como por exemplo o aço COR-TEN* O contato direto com o solo pode resultar em um grave processo de corrosão uniforme e alveolar severo, sendo geralmente necessário um re- vestimento protetor. O ataque é mais intenso em solos com pH fora da faixa central, em solos de alta condutividade elétrica, muito úmidos, com sais minerais, ou com muita aeração. Por esse motivo, exceto para solos desér- ticos, é obrigatório que haja um revestimento protetor em qualquer peça de aço-carbono enterrada ou em contato com o solo. Para água doce, a corrosão é desprezível desde que não existam sais minerais ou gases dissolvidos, e o pH seja superior a 5, mas a corrosão é seriamente agravada para pH inferior a esse número, seja com ácidos di- luídos, seja com sais que hidrolisam, formando ácidos. Os cloretos e sul- fetos são bastante agressivos, principalmente os cloretos oxidantes (férri- co, cúprico); os carbonatos e bicarbonatos são pouco corrosivos, e os sais oxidantes sem íon-cloro (cromatos, nitratos, permanganatos), bem como os sais alcalinos, agem como inibidores de corrosão. A presença de oxigênio, CO2, e outros gases dissolvidos tende a agra- var a corrosão, que também é acelerada quando há superfície livre de lí- quido ou para serviços descontínuos. Para água salgada ou salobra, o aço- carbono é inaceitável, devido à severa corrosão generalizada e alveolar, o que exige sempre a existência de alguma pintu- ra ou outro revestimento anticorrosivo. O aço-carbono pode ser empregado com vapor d’água, até os limites de temperatura citados, sen- do a corrosão bastante baixa (equivalente à atmos- fera limpa), desde que haja um tratamento adequa- do da água de alimentação da caldeira. O conden- sado proveniente do vapor pode ser muito corrosi- vo para o aço-carbono. Quando há presença de CO2 e formação de ácido carbônico, a corrosão se obser- va principalmente na parte inferior dos tubos. A melhor solução para esse problema é também o tra- tamento conveniente da água de alimentação. AÇO COR-TEN* Também chamado de aço patinável, é um tipo de aço-carbono, com pequenas adições de cobre, níquel, nióbio ou cromo, que aumenta, sensivelmente, a resistência do aço à corrosão atmosférica 1 S E N A I – P E T R O B R A S38 .................... O aço-carbono pode ainda ser empregado até os limites de tempera- tura indicados, dentro de uma taxa de corrosão aceitável (até 0,1mm/ano) para ar, hidrocarbonetos líquidos ou gasosos, desde que isentos de im- purezas sulfurosas ou cloradas, e vários outros fluidos pouco corrosivos, como, por exemplo, acetona, acetileno, álcool, benzeno, carbonato de só- dio, gases inertes e outros. Indicações de uso para alguns meios corrosivos Para muitos serviços, inclusive alguns meios de alta corrosão, o aço-car- bono é aceitável dentro de certas restrições e precauções. Dentre esses serviços podemos citar como mais importantes: Hidrocarbonetos em geral Os hidrocarbonetos têm quase sempre alguma quantidade de compos- tos sulfurosos como impurezas. Esses compostos promovem no aço-car- bono, em temperaturas acima de 260ºC, uma severa corrosão que au- menta rapidamente com a temperatura, sendo um máximo entre 350ºC e 420ºC. Dependendo do tipo de equipamento, da natureza e da quan- tidade de compostos de enxofre, bem como da taxa de corrosão admi- tida, o aço-carbono pode ser empregado desde a temperatura de 280ºC até a de 320ºC. As Figuras 2 e 3 mostram curvas da taxa de corrosão do aço-carbono e de outros aços, para petróleos com 1,5% de produtos sulfurosos, assim como fatores de correção para outras percentagens desses compostos. A prática tem mostrado, entretanto, que essas curvas, conhecidas como curvas de Mac-Conomy* dão valores em geral bastante exa- gerados das taxas de corrosão, havendo usuários que dividem por dois os valores fornecidos. Os hidrocarbonetos que contêm cloretos costumam dar violenta corrosão sobre o aço-carbono, quando em tem- peraturas abaixo do ponto de orvalho, devido à formação de HCl diluído. CURVAS DE MAC-CONOMY* Essas curvas são uma aproximação bastante grosseira, porque não levam em conta fatores importantes como a natureza dos compostos sulfurosos e sua evolução com a temperatura, pois a corrosão depende principalmente da liberação de H2S, que ataca o metal, formando sulfetos , S E N A I – P E T R O B R A S39 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s FIGURA 2 TAXA DE CORROSÃO DE DIVERSOS AÇOS Para hidrocarbonetos com enxofre FIGURA 3 RESISTÊNCIA DO AÇO-CARBONO À SODA CÁUSTICA Uso permitido, sem maiores precauções Uso permitido, havendo, porém, necessidade de um completo tratamento térmico de alívio detensões nas soldas, regiões de trabalhos a frio (dobramento, estampagem, calandragem etc.) e pontos de concentração de tensões, devido ao risco de corrosão sob tensão Uso não permitido TAXA DE CORROSÃO (mm/ano) 0,0025 0,025 0,25 2,5 Aço-carbono Aço-liga 2% Cr Aço-liga 5% Cr Aço-liga 9% Cr Aço-liga 12% Cr Aço inox. 18-8 200 0,4 3,0 1,0 0,1 400ºC 290ºC 0,60,6 1,0 1,4 1,8300 400 TEMPERATURAS (ºC) FATOR DE CORREÇÃO P ER C EN TU A L D E EN X O FR E 1 TE M P ER A TU R A S (º C ) 120 80 100 60 40 0 10 20 30 40 50 CONCENTRAÇÃO DE NaOH (% em peso) 2 3 1 2 3 1 S E N A I – P E T R O B R A S40 .................... Soda cáustica e outros meios alcalinos Dependendo da concentração da soda e da temperatura, poderá ocorrer uma forma grave de corrosão sob tensão conhecida por ‘’fendilhamento por álcalis’’ (caustic embrittlement). Distinguem-se três casos quanto à pos- sibilidade de emprego do aço-carbono, correspondentes às três regiões mostradas na Figura 3. A potassa cáustica, assim como os nitratos concentrados, também causa corrosão sob tensão no aço-carbono, em condições semelhantes à soda. Hidrogênio O hidrogênio ou qualquer fluido que o contenha em mistura pode provo- car no aço-carbono a fragilização e o aparecimento de trincas intercrista- linas* Esses fenômenos são agravados pela temperatura e pela pressão (ou pressão parcial) do hidrogênio. A Figura 4 mostra as denominadas “Curvas de Nelson”, que são as condições aceitáveis de uso do aço-car- bono e de outros aços para serviços com hidrogênio, sendo cada aço acei- tável no campo abaixo ou à esquerda da respectiva curva. De modo geral, quanto mais uniforme e sem defeitos for a estrutura do aço, tanto mais resistente será a ação do hidrogênio. Por isso as grandes inclusões não-metálicas são bastante prejudiciais, recomendando-se por- tanto, em todos os casos de serviços com hidrogênio, o emprego de aços totalmente acalmados, assim como o tratamento térmico de normalização, que refina a estrutura. O hidrogênio em temperaturas elevadas promove ainda a descarbone- tação superficial do aço, porque se combina com o carbono, formando metano e diminuindo, assim, a quantidade de carbono no material, que fica com a resistência mecânica e a resistência à fluência reduzidas. O hidrogênio em meio úmido causa também corrosão sob tensão no aço-carbono, principalmente na região das soldas, de- vido às tensões de soldagem. Esse efeito é agrava- do com a dureza do aço nessa região. É importante observar que o hidrogênio pode estar presente não só no fluido de proces- so, mas também como conseqüência de rea- ções de corrosão (ataque pelo H2S, por exem- plo, que libera hidrogênio) e operações de solda- gem, decapagem. . ATENÇÃ0 Os serviços em que a pressão do hidrogênio (ou a pressão parcial do hidrogênio em uma mistura) for superior a 4,5kg/cm2 são chamados de serviços com hidrogênio e é necessária uma série de precauções para utilizá-los ATENÇÃ0* S E N A I – P E T R O B R A S41 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s Ácido sulfídrico (H2S) Em temperaturas abaixo do ponto de orvalho, o H2S, quando em presen- ça mesmo de ínfimas quantidades de água, pode causar corrosão sob ten- são nos aços-carbono, que é agravada com o aumento de concentração do H2S e com a maior dureza do aço. Recomenda-se, por isso, que sejam ado- tados procedimentos adequados de soldagem para controle da dureza na solda e na região termicamente afetada e, se necessário, um tratamento térmico de alívio de tensões. A norma RP-04-74 da NACE (National Asso- ciation of Corrosion Engineers) recomenda o valor máximo de dureza de 200 Brinell, para aços-carbono nesse serviço. Ácido sulfúrico O aço-carbono pode ser usado para serviços em temperatura ambiente, com ácido sulfúrico concentrado, para velocidades de até 1m/s, havendo um forte aumento da taxa de corrosão com a diluição do ácido ou com o acréscimo de temperatura ou de velocidade. Na temperatura ambiente, a taxa de corrosão é de 0,15mm/ano, para concentração de 97%, e de 0,5mm/ ano, para concentração de 70%. FIGURA 4 CURVAS DE NELSON 1500 1400 1300 1200 1100 900 800 700 600 500 400 300 800 700 600 500 400 300 200 0 500 3.45 1000 6.90 1500 10.34 2000 13.79 2500 17.24 3000 20.7 5000 34.5 7000 48.3 9000 62.1 11000 73.8 13000 3 (1510º F) 3 7 7,3 23 7 23 1 1 1K 1 2K 3 3 1 5 7 23 20 19 25H 26 23 23 23 23 23 23 16 18T 33S 23201119 1 1 1 7 1 1 17 7 13 8 4 9 22 10 10 3 22 24 (28,000) 13+0.1% V 15 13 13 13 3 3 9 5 6 8U 4 1 6 11 14+0.25% V 13+0.5% W 0.75% V 1000 1 (240ºF) 1.25 Cr – 0.5 Mo aço 1.0 Cr – 0.5 Mo aço Aço-carbono 1.25 Cr – 0.5 Mo ou 1.0 Cr – Mo aço 2.25 Cr – 1.0 Mo aço 3.0 2.25 Cr – 1 Mo aço Cr – 1 Mo aço 6.0 Cr – 0.5 Mo aço Resistência dos aços à corrosão pelo hidrogênio Te m pe ra tu ra e m g ra us F ah re nh eit Tem peratura em graus Fahrenheit Pressão parcial de hidrogênio (Libra por polegada quadrada) Pressão parcial de hidrogênio (Megap escala absoluta) NOTA Cada material é aceitável na região abaixo da respectiva curva Fonte: Norma API – RP – 941 5ª edição – Janeiro/1997 LEGENDA DESCARBONIZAÇÃO DA SUPERFÍCIE DESCARBONIZAÇÃO INTERNA – – – – – – – Satisfatório Descarbonização interna e trincas Descarbonização da superfície Aço-carbono 1.0 Cr 0.5 Mo 2.25 Cr 1.00 Mo 3,8 Cr 1.0 Mo 1.0 Cr 0.5 Mo 1 S E N A I – P E T R O B R A S42 .................... Chama-se a atenção para o fato de o ácido sulfúrico ser muito higroscó- pico. O ambiente acima do nível livre de líquido deve ser mantido absolu- tamente seco, para evitar a diluição superficial do ácido pela umidade, que resultaria em rápida corrosão do equipamento na região da superfície livre. Ácido fluorídrico Apesar de esse ácido ser um agente corrosivo muito severo, o uso do aço- carbono é aceitável para o ácido anidro, em concentrações até 60%, em tem- peratura ambiente e para baixas velocidades de escoamento, condições em que o material é apassivado. O aço deve ser, sempre, totalmente acalmado. Amônia Existe possibilidade de corrosão sob tensão para serviços com amônia anidra. Esse risco pode ser controlado adicionando-se pequena quantidade de água (amônia hidratada) ou fazendo-se tratamento térmico de alívio de tensões nas partes tensionadas ou soldadas. Aminas (DEA, MEA e outras) Há também a possibilidade de corrosão sob tensão, recomendando-se o alívio de tensões em equipamentos importantes. Cloretos A corrosão é muito intensa quando existe água ou umidade presente, porque se forma HCl diluído, por hidrólise. Quando o ambiente é seco ou a temperatura está acima do ponto de orvalho, a corrosão é baixa. Nos casos em que houver presença simultânea de HCl e H2S, a corrosão é ain- da mais grave, porque a reação do HCl com o Fe regenera o H2S. Oxigênio O aço-carbono pode ser usado apenas em temperatura ambiente. Gases de escapamento em geral (chaminés, autos e outros) Uso aceitável do aço-carbono desde que os gases sejam secos, isto é, manti- dos em temperatura suficientemente acima do ponto de orvalho. Para tem- peraturas mais baixas poderá haver formação de ácidos diluídos altamente corrosivos, por hidrólise com a umidadepresente. Com gases de combustão a corrosão também poderá ser muito intensa para temperaturas inferiores ao S E N A I – P E T R O B R A S43 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s ponto de orvalho ou onde houver deposição de cinzas. Essa corrosão é agrava- da quando se verifica a presença de enxofre ou de vanádio no combustível. Enxofre, SO2 Emprego permitido do aço-carbono até 200ºC, desde que não haja nenhu- ma umidade presente. Cloro Pode ser usado o aço-carbono até 100ºC, desde que também não haja pre- sença de qualquer umidade. Para a maioria dos fluidos muito corrosivos, o aço-carbono não pode ser empregado em nenhuma condição, como, por exemplo, para os ácidos clorídrico, nítrico e fosfórico, para água salgada, salmoura. Em muitos serviços o aço-carbono não é recomendado devido à contaminação do flui- do contido, ainda que a corrosão seja baixa, como é o caso dos ácidos or- gânicos, óleos vegetais, graxas, produtos alimentares e farmacêuticos em geral, embora os resíduos da corrosão em geral não sejam tóxicos. Tipos de aço-carbono Os aços-carbono empregados para equipamentos de processo podem ser classificados em seis tipos gerais, descritos a seguir. As propriedades in- dicadas em cada um desses tipos de aço são todas baseadas em valores médios, que podem variar ligeiramente conforme a especificação, forma de apresentação e espessura do material. É importante observar que para uma mesma especificação de aço-carbono a quantidade máxima do car- bono permitida varia bastante com a espessura do material, sendo tanto maior quanto maior for a espessura, porque para a obtenção de chapas com pequenas espessuras a laminação é repetida várias vezes. Desta forma, diminui-se a quantidade de carbono para se reduzir a resistência mecâ- nica do material e facilitar a laminação, ou seja, se o processo for para a obtenção de chapas grossas, não há redução do teor de carbono na liga. É impossível a distinção visual entre os vários tipos de aço-carbono, sendo também muito difícil e falha a distinção pela soldagem ou pela cen- telha de esmeril. Por esse motivo, é obrigatório que haja uma sistemática segura de identificação e de controle de materiais, sempre que houver pos- sibilidade do uso indevido de um material em lugar de outro, principalmente nos casos em que tais enganos possam ter conseqüências graves. 1 S E N A I – P E T R O B R A S44 .................... Os aços de baixo carbono são materiais fáceis de trabalhar a frio (do- brar, curvar, calandrar, estampar) e muito fáceis de soldar. No campo dos equipamentos de processo esses aços são empregados para tubos de pe- queno diâmetro (até 4’’), para os quais é conveniente um material fácil de dobrar a frio, de modo que seja possível fazerem-se as curvas de tubo dobrado. O uso de chapas de baixo carbono para vasos de pressão é mui- to raro. Deve ser considerado o possível efeito de fragilidade desses aços para serviço em temperaturas inferiores a 10ºC. Como já vimos, os aços para partes soldadas importantes sujeitas a pressões, em vasos de pressão, devem ter a quantidade máxima de car- bono limitada a 0,26%, e os aços para outras partes soldadas em vasos de pressão, bem como para tubulações e tanques sem pressão, devem ter esse limite em 0,30%. Dentro desses limites pode-se admitir que a soldagem não tenha maiores problemas. Os aços de médio carbono não são tão fáceis de trabalhar a frio, moti- vo pelo qual não são empregados para tubos de pequeno diâmetro, onde se costumam fazer curvas de tubo dobrado. Esses aços são muito usados para vasos de pressão e tubos de grande diâmetro, preferindo-se os aços Composição química: C até 0,25%, Mn até 0,90%, Si até 0,5% (alguns aços) Limite de resistência: LR = 32 a 40kg/mm2 Limite de escoamento: LE = 17 a 20kg/mm2 Alongamento: 35% (média) Qualidades: aços não-acalmados ou semi-acalmados AÇOS DE BAIXO CARBONO AÇOS DE MÉDIO CARBONO NÃO-ACALMADOS Composição química: C até 0,35%, Mn até 1,00% Limite de resistência: LR = 40 a 60kg/mm2 Limite de escoamento: LE = 20 a 27kg/mm2 Alongamento: 33% (médio) Qualidade: aços não-acalmados de grão grosso Temperatura limite de uso prático (serviço contínuo): 400ºC S E N A I – P E T R O B R A S45 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s de baixo carbono pelo fato de terem melhor resistência mecânica e, por isso, resultarem mais econômicos. Deve ser considerado o possível efeito de fragilidade desses aços para serviços em temperaturas inferiores a 15ºC. Valem para esses aços as mesmas observações sobre soldabilidade, li- mites de carbono, facilidade de trabalho a frio e temperatura de fragili- dade indicadas para os aços de médio carbono não-acalmados. Esses aços são mais caros do que os não-acalmados. Aços para baixa temperaturaAços para baixa temperaturaAços para baixa temperaturaAços para baixa temperaturaAços para baixa temperatura Os aços-carbono especiais para baixa temperatura costumam ter uma quantidade de carbono intermediária entre os de baixo e de médio car- bono (aproximadamente até 0,23%), qualidades mecânicas semelhantes aos aços de médio carbono e quantidade de Mn um pouco mais alta (até 1,20%), para compensar o decréscimo do carbono. Alguns aços para baixa temperatura são acalmados com Al em lugar de Si, o que melhora a resistência ao impacto. Como já dissemos, a normalização para refinamento do grão contribui muito para melhorar o comportamento em baixa temperatura. Embora não haja uma prática rígida nesse sentido, pode-se indicar como recomenda- ção geral que, para temperaturas abaixo de 0ºC, deve ser feita a normali- zação para qualquer espessura; para temperaturas acima de 0ºC, basta fazer a normalização para espessuras superiores a 12mm. Esses aços têm melhor soldabilidade do que os específicos para tem- peraturas elevadas, e preço (no mercado brasileiro) e limites máximos de temperatura de uso prático iguais a esses últimos. Por isso, embora sejam específicos para baixas temperaturas, são os preferidos para vasos de pres- AÇOS DE MÉDIO CARBONO ACALMADOS Composição química: C até 0,35%, Mn até 1,00%, Si até 0,5% Limites de resistência e de escoamento e alongamento: os mesmos valores citados para aços de médio carbono Temperaturas limites de uso prático: conforme indicado no item “Efeitos da temperatura elevada nos aços-carbono” Para temperaturas elevadas 1 S E N A I – P E T R O B R A S46 .................... são e outros equipamentos importantes, para trabalho em toda faixa de temperaturas aceitáveis para o aço-carbono. Os aços com adição de alumínio não devem ser empregados para tem- peraturas acima de 380ºC, porque resistem menos à fluência e o alumínio incentiva a grafitização. Aços de qualidade estrutural Aços de qualidade estrutural são aqueles destinados primordialmente à construção de estruturas metálicas em geral. No campo dos equipamen- tos de processo, esses aços podem ser empregados para suportes e peças internas ou externas, não sujeitas à pressão, e para tanques de armaze- nagem e outros vasos sem pressão, bem como para alguns vasos e tubu- lações de baixa responsabilidade. De acordo com as normas da ASME (American Society of Mechanical Engineers), para caldeiras e vasos de pressão e para tubulações, o uso desses aços é proibido para partes de pressão de caldeiras e de vasos que contêm fluidos tóxicos, bem como para tubulações de vapor e de proces- so. Pela prática usual, esses aços não são empregados para partes de pres-são de nenhum vaso de pressão ou tubulações de certa responsabilidade, embora isso não seja taxativamente proibido pelas normas. Os aços de qualidade estrutural não têm composição química comple- tamente definida e, por essa razão, podem ter às vezes a quantidade de carbono relativamente alta, ficando difíceis de soldar. Pelo mesmo moti- vo, não devem ser empregados em nenhum vaso, para trabalho em tem- peraturas inferiores a 0ºC, devendo ser considerado o possível efeito de fragilidade, principalmente para partes importantes e de grande espessu- ra, para temperaturas inferiores a 15ºC. O limite de temperatura elevada para esses aços, de acordo com as normas, é 340ºC, não se recomendando, entretanto, o emprego para tem- peraturas superiores a 200ºC. Os aços de qualidade estrutural são sensivelmente mais baratos do que os demais aços-carbono a que estamos fazendo referência. É preciso, po- rém, não confundir os aços de qualidade estrutural com os aços denomi- nados de “qualidade comercial”, que são materiais não-qualificados, isto é, materiais para os quais as usinas produtoras não fornecem nenhum certificado de obediência a alguma especificação. Esses aços não costu- mam ser empregados para nenhum equipamento de processo. S E N A I – P E T R O B R A S47 .................... 1 S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s , REVENIDO* É um tratamento térmico realizado em materiais para adequar suas propriedades mecânicas Aços-carbono de alta resistência Os aços-carbono de alta resistência são materiais submetidos a tratamen- tos térmicos especiais de têmpera e revenido* depois da laminação, de forma a ficarem com valores bem mais elevados do limite normal de re- sistência, o que pode chegar até a 65kg/mm2. A composição química desses aços, em geral, se aproxima dos de bai- xo carbono, com a quantidade de manganês mais alta. Como a percenta- gem de carbono é baixa, a solda torna-se muito fácil. É, entretanto, bas- tante difícil manter as propriedades de alta resistência na região afetada pela solda, o que exige cuidados e tratamentos especiais. A maioria desses aços não é adequada para temperaturas elevadas (o li- mite usual é 200ºC), nem para serviços em baixas temperaturas. São também muito mais suscetíveis do que os demais aços-carbono às diversas formas de corrosão sob tensão. Os aços com limite de resistên- cia superior a 55kg/mm2, por exemplo, estão sujeitos a rupturas por corrosão sob tensão quando em presen- ça mesmo de alguns poucos ppm de H2S. Os aços de alta resistência têm sido empregados para vasos de altas pressões ou de grandes dimensões e também para tanques de volume muito grande. Para todos estes casos, o emprego dos aços de alta resistência pode resul- tar mais econômico devido às menores espessuras e menor peso do equi- pamento. Apesar da vantagem econômica, o emprego desses materiais deve ser estudado com cuidado, em cada caso, principalmente tratando-se de equipamentos de responsabilidade, devido aos problemas de soldagem e ao maior risco de corrosão sob tensão e de fraturas frágeis. É indispensável considerar a experiência prévia que existe do aço no serviço em questão. Em alguns equipamentos, para pressões muito elevadas, o uso dos aços de alta resistência pode ser a única solução viável, porque com as espessuras muito grandes (acima de 100mm, por exemplo), a conforma- ção, a soldagem, os tratamentos térmicos, a montagem são todas opera- ções caras e difíceis, além da grande tendência de ocorrerem defeitos internos no material. Além desses tipos de aço-carbono, existem outros, tais como os aços de alto carbono, que não serão estudados nesta unidade, por não terem apli- cação nos equipamentos de processo. 1 S E N A I – P E T R O B R A S48 .................... Especificações comerciais de aços-carbono Apresentamos no Quadro 3 uma relação das principais especificações co- merciais dos aços-carbono empregados em equipamentos de processo, nos seus diversos tipos e formas de apresentação. Todas as designações numéricas referem-se a especificações da ASTM (American Society for Testing and Materials), exceto a especificação API- 5L, de tubos para condução, que é do API (American Petroleum Institute). Observe que os aços das especificações apresentadas a seguir ultrapas- sam os limites de quantidade de carbono citados em itens anteriores, ten- do, por isso, limitações de uso no caso de construções soldadas de acordo com as especificações da ASTM: QUADRO 3 AÇOS-CARBONO: ESPECIFICAÇÕES MAIS IMPORTANTES A-36 (acima de 2 ½” de espessura), A-283, A-285 Gr. C, A-299, A-455, A-515 Gr. 60 (acima de 1”), A-515 Gr. 65 e 70, A-516 Gr. 60 (acima de 4”), A-516 Gr. 65 (acima de 2”), A-516 Gr. 70, A-573 Gr. 70, A-612 (acima de ¾”) CHAPAS A-106 Gr. B e C, A-120, A-134 TUBOS A-105, A-181, A-508 ACESSÓRIOS FORJADOS AÇOS DE BAIXO CARBONO AÇOS DE MÉDIO CARBONO (NÃO-ACALMADOS) AÇOS DE MÉDIO CARBONO ACALMADOS (TEMPERATURAS ALTAS) AÇOS DE QUALIDADE ESTRUTURAL A-285 Gr A A-106 Gr A (com Si) A-53 Gr A APl-5L Gr A A-139 Gr A A-135 A-179 Gr A (sem costura) A-214 (solda por resistência elétrica) A-178 A-192 A-234 Gr WPA A-285 Gr B,C A-53 Gr B APl-5L Gr B A-134 A-139 Gr B A-671 (285 B) A-181 A-216 Gr WCB A-234 Gr WPB A-515 Gr 55, 60, 65 e 70 A-106 Gr B, C A-672 (515 e 516) A-210 A-105 A-516 Gr 55, 60, 65 e 70 A-333 Gr 6 A-671 (516) A-334 Gr 6 A-350 Gr LF 1 A-352 Gr LCB A-420 Gr WPL 6 A-36 A-283 Gr C A-570 Gr C A-120 Chapas grossas Chapas finas Tubos condução (sem costura) Tubos condução (com ou sem costura) Tubos condução (solda por eletrodo) Tubos condução (solda por resistência elétrica) Tubos para permutadores Tubos para caldeiras Peças forjadas Peças fundidas Acessórios de tubulação FORMAS DE APRESENTAÇÃO AÇOS DE MÉDIO CARBONO ACALMADOS (TEMPERATURAS BAIXAS) S E N A I – P E T R O B R A S49 .................... S i s t e m a s d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s Classificação e casos de emprego dos aços-liga ços-liga (alloy-steel) são todos os aços que possuem qualquer quan- tidade de outros elementos, além dos que entram normalmente na com- posição química dos aços-carbono, ou aqueles que contêm os mesmos ele- mentos do aço-carbono em proporções mais altas, como é o caso dos aços- liga com manganês. Esses elementos adicionais são os elementos de liga. Conforme a percentagem de elementos de liga presentes, distinguem- se três classes de aços-liga: Os aços inoxidáveis (stainless steel) são aços de alta liga, contendo pelo menos 12% de cromo, o que lhes confere a propriedade de não corroer, mesmo em exposições prolongadas a uma atmosfera normal. Como os aços-liga são bem mais caros do que o aço-carbono, só se empregam esses materiais quando as condições de serviço exigirem. Aços-ligaAços-liga Unidade 1 Aços de baixa Iiga (low alloy-steel) – possuem até 5% de elementos de liga Aços de média liga (intermediate alloy-steel) – possuem de 5% a 10% de elementos de liga Aços de alta liga (high alloy-steel) – possuem mais de 10% de elementos de liga ✔ ✔ ✔ AA 1 S E N A I – P E T R O B R A S50 .................... ALTAS TEMPERATURAS Os principais casos em que é necessário o emprego desses aços espe- ciais são os seguintes: Quando for necessária maior resistência mecânica, maior resistência à fluência ou maior resistência à corrosão ou à oxidação, utiliza-se uma temperatura dentro ou acima dos limites de uso prático
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