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Revolução Mexicana

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Faculdade de Formação de Professores
Departamento de Ciências Humanas
São Gonçalo, 26 de abril de 2017
Nome: Thaíse Rezende Lima
VILLA, Marco Antonio. A Revolução Mexicana. São Paulo: Ática, 1993, p. 8-27
Os capítulos propostos a leitura presentes no livro A Revolução Mexicana (1910-1940), analisa de forma sucinta e concisa os acontecimentos que envolveram o Estado mexicano nesses anos. Marco Antônio Villa, historiador brasileiro e doutor em História Social pela Universidade de São Paulo, apresenta o desenrolar em uma história factual, porém atento as interpretações historiográficas e oferecendo interpretações subjetivas ao leitor. 
Quando os países da América Latina decretaram a independência, não houve mudanças significativas no antigo sistema colonial, continuando a ter uma base essencialmente agrária e dirigidos pela elite dominante. A direção do Estado Mexicano estava nas mãos de uma forte elite agrária que tinha como líder o ditador Porfírio Diaz que governou o México de 1876 à 1911. O governo de Diaz baseou-se em privilégios à elite agrária que posteriormente se voltou contra o mesmo, tal como os camponeses e a burguesia emergente. O processo revolucionário tem início em 1910 com o levante armado que só terá fim com a construção de um novo Estado. A revolução Mexicana é heterogênea, com diversas singularidades e um desenrolar constante. Tem início com os liberais e mais tarde a luta camponesa se insere lutando lado a lado de outras lideranças com enormes contrastes sociais, porém defendendo cada qual sua reivindicação dentro do processo revolucionário. 
A inteligibilidade do conflito demanda a percepção de uma luta de classes, evidenciando a questão agrária. O porfirismo trouxe desenvolvimento urbano através do afluxo de capitais estrangeiros, trazendo uma relativa estabilidade do Estado naquele momento, devido a incorporação da classe dominante ao Estado, aproximação com Igreja Católica e repressão aos camponeses. Contudo, apesar desse crescimento urbano, os camponeses continuavam na luta pela recuperação de suas terras. Vale lembrar que indígenas e camponeses tiveram suas terras apossadas através da lei dos Baldios que possibilitou repassar suas terras a latifundiários e investidores estrangeiros, além disso os fazendeiros tinham privilégios sobre a terra através das leis agrárias porfiristas, os quais usavam a força de trabalho dos camponeses que obtinham pequenas porções de terra, quiçá nenhuma. Dentro desse quadro de desenvolvimento na estrutura urbana havia um contraste através da insatisfação camponesa devido aos grandes latifundiários que controlavam quase toda a zona rural. 
O governo, ou melhor, a ditadura de Porfírio Díaz inicia uma crise durante o processo eleitoral. Cabe destacar que as eleições mexicanas que elegiam seu governo eram sempre fraudadas, levando a vitória e continuação de sua ditadura. Nesse contexto, os Estados Unidos passam por uma difícil crise econômica afetando a economia mexicana, dependente do capital estadunidense. Além disso, a classe operária nesse momento recebe influência do Partido Liberal, reivindicando melhores condições de trabalho e recebem como líder Ricardo Flores Magón. Segundo a historiografia, a condução para incitar o levante da revolução se iniciou com a liderança de Magón, contudo o movimento operário não foi à frente por falta de direção politica. Mesmo não tendo continuidade, o movimento operário mantém sua insatisfação com o governo que somada a dos camponeses resultada numa base popular contrária ao sistema vigente.
Durante o processo eleitoral, a classe dominante busca uma saída para a crise. É nesse momento que surge a figura de Francisco Madero, oferecendo alternativas para a resolução dos problemas e denunciando a má administração porfirista. Ele lança sua candidatura levantando a bandeira da não reeleição e prometendo atender as demandas populares. Temeroso, Díaz faz requerimento a prisão de Madero, acusando-o de incitar a rebelião popular. Contudo, Madero logo é solto e se exila nos Estados Unidos, onde redige o Plano de San Potosi, convocando o povo a se rebelar contra a ditadura porfirista. O povo atende e começam gradualmente as rebeliões por todo México. 
Madero recebe apoio dos camponeses do norte e do Sul, liderados respectivamente por Pacho Villa e Emiliano Zapata. O ápice das rebeliões acontece com a assinatura dos acordos de Ciudad Juárez, os quais Porfírio Díaz e seu vice-presidente renunciam à presidência da república, estabelecendo Léon de la Barra presidente provisório e posteriormente se dá a abertura para novas eleições gerais. 
Após as eleições gerais, Madero é eleito presidente da república e frustra a classe proletária e a camponesa ao se negar a atender as suas demandas principais. Desse modo, Villa e Zapata continuam a liderar as revoltas camponesas, agora com um adendo, os camponeses não lutam mais ao lado da burguesia, agora lutam apenas pelos seus direitos. Dentro do quadro de resistência ao governo Maderista, também se insere a burguesia e a elite, liderada por Bernardo Reys, Félix Díaz e Pascual Orozco que planejam um ataque nacional que depõe Madero e seus aliados no governo. 
Após a deposição de Madero e assassinato do mesmo, Victoriano Huerta assume o governo e impõe uma ditadura de 17 meses no México. Huerta encontra forte oposição das massas e também de Venustiano Carranza, que promove um plano para sua derrubada do governo. Carranza segue a resistência com o Plano Guadalupe e conta com a participação do exército camponês, conseguindo depôr Huerta. Contudo ocorre um distanciamento na luta camponesa, havendo uma nítida distinção dos exércitos do norte e do sul, entretanto o interesses continuam os mesmos. 
Carranza é eleito o primeiro-chefe de governo, deixando nítido através de suas medidas que burgueses e camponeses tem projetos de revolução totalmente diferentes. Há rompimentos dos camponeses com o governo que vai transcendendo da esfera política para a militar, pois só seria possível um diálogo entre as duas vertentes pelas armas. Carranza modifica o Plano Guadalupe, não atendendo as demandas agrárias e isola os camponeses, fazendo uma aliança com a COM (Casa del Obrero Mundial) onde convence os operários a não se unirem ao projeto camponês, apresentando a farsa de um projeto para o povo mexicano. As tropas camponesas avançam pelo México, ocorrendo sucessivos embates com as tropas oficiais. Os camponeses são derrotados e se rendem a burguesia.
Em 1916, Carranza redigiu uma nova constituinte que foi promulgada em 1917. Ele governou de 1917 a 1920 em meio aos conflitos camponeses. Zapata é assassinado em 1919 durante o governo de Carranza. Nesse mesmo ano começa a campanha para a sucessão de Carranza e Álvaro Obregón começa a campanha para assumir a sucessão, percorrendo o México com a sua campanha. O general, Adolfo de la Huerta, apoia Obregón e através do Plano de Agua Prieta convoca o povo para derrubar o governo de Carranza. Sem apoio do exército ele foge, sendo Adolfo de la Huerta eleito presidente interino pelo restante do mandato.
Em suma, o processo revolucionário no México teve a frente diversas lideranças, foi um processo heterogêneo e um tanto peculiar. Definir uma conclusão acerca da Revolução Mexicana merece certo cuidado, pois gira em torno dele uma divergência historiográfica e até mesmo sobre quando de fato o processo se findou. A historiografia interpreta o pacto COM-Carranza como uma prévia da derrota dos camponeses. Já a de viés evolucionista não veem os camponeses como uma classe revolucionária, papel que atribuem ao proletariado. Já outros historiadores alegam que o plano COM-Carranza foi uma opção progressista. Em meio a tantas interpretações, arrisco-me a dizer que o plano COM-Carranza foi uma blindagem à burguesia, pois a união proletário-camponesa teria forças para suprimir o plano burguês. É possível que o acordo aceito pelo proletariado seja em decorrência de uma falta de liderança dos operários que durantetodo o processo revolucionário reivindicaram direitos sem apresentar nenhum projeto politico. É possível e deve-se considerar tanto o proletariado quanto os camponeses como classes, sendo a sociedade da época dividida em estratos sociais que passou por uma revolução singular, mas sobretudo classista, onde se destacou o processo de luta de classes. As distâncias entre o movimento camponês do norte e do sul pecaram em cindir em um determinado momento. Um movimento que agregou o norte e o sul tinha condições de promover um processo revolucionário em proporções ainda maiores. Em meio as dissidências e muitas com viés dissonantes, sucintamente digo que uma união de base popular poderia mudar os rumos da Revolução Mexicana. Entretanto, mesmo com diversas interpretações acerca do movimento, jamais poderá se negar a sua dimensão histórica e os resquícios que até hoje permanecem na atual sociedade mexicana.

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