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Aula Livre - Historia/Historia - Aula 01 - apostila-periodo-colonial.pdf Aula 01 O Período Colonial brasileiro inicia em 1500 com a chegada oficial dos portugueses na América e se encerra em 1822 com a independência. Pode-se caracterizá-lo genericamente como monocultor, latifundiário, escravista e agro-exportador. A colonização do Brasil se insere dentro de um quadro maior de estruturação e expansão do capitalismo na Europa baseado, nesta fase inicial, no comércio. Três continentes – o americano, o africano e o asiático – serão sistematicamente explorados por nações europeias. Formou-se, então, um subsistema dentro do sistema capitalista: o Antigo Sistema Colonial, no qual os países da Europa são as metrópoles e os territórios dos outros continentes serão as colônias a serem exploradas. O Antigo Sistema Colonial estava alicerçado em três princípios básicos: Pacto Colonial, Monopólio e Sistema de Portos Fechados. O Pacto Colonial, funcionando como uma espécie de reserva de mercado, estabelecia que uma colônia somente poderia comercializar diretamente com a sua metrópole. Sobre a colônia seria estabelecido, ainda, o Monopólio ou seja, a colônia importa, da sua metrópole, manufaturados e todos os produtos de que necessita e exporta produtos tropicais e metais preciosos. Todos os portos da colônia estão fechados à presença de navios estrangeiros, ou seja, de outras metrópoles formando o sistema de Portos Fechados. Antigo sistema colonial • PACTO COLONIAL (Exclusivo Metropolitano) • Metrópole = monopólio da exploração dos produtos coloniais • Colônia = só compra produtos da Metrópole/ possibilidade de acumulação interna O período pré-colonial (1500-1530) Nas três primeiras décadas do Período Colonial, os portugueses não haviam encontrado especiarias de grande valor comercial e nem metais preciosos, por isso não ocuparam a colônia. Se dedicaram exclusivamente a exploração de pau-brasil. Utilizam para a coleta de pau-brasil, a mão- de-obra indígena realizando com eles o escambo, isto é, faziam o pagamento do trabalho com quinquilharias. O período colonial (1530-1822) Nesta fase há a ocupação da terra. A Coroa portuguesa cria uma estrutura administrativa na colônia que possibilita sua exploração econômica de forma mais efetiva, ao mesmo tempo em que, ao longo do período, forma-se uma sociedade com características peculiares. Economia A economia ficou, de um modo geral, restrita a praticamente duas atividades: produção açucareira nos séculos XVI e XVII e mineradora no século XVIII. A empresa açucareira – características Participação do capital holandês nos empréstimos, no transporte, no refino e na comercialização do produto na Europa. Sistema utilizado: ‘Plantation’ açucareira caracterizada por: Latifúndio: produção de açúcar em grandes extensões de terra (sesmarias); Monocultura: produção especializada em um único produto; Trabalho escravo: mão de obra escravizada, em um primeiro momento, indígena e a seguir, importada da África; Produção voltada para a exportação: toda a riqueza produzida é enviada e comercializada no exterior. Capital da colônia: Salvador (Bahia) A mineração - características Ouro de aluvião: encontrado nos leitos de rios, lagoas e riachos; Sistemas de exploração do ouro: faiscação (exploração individual e com uso de poucos recursos tecnológicos) e lavras (exploração em larga escala, com grande número de escravos e tecnologia mais sofisticada); Administração das Minas Gerais Intendência das Minas: administra as regiões de onde se extrai ouro; Cobrança de impostos: Quinto (20% do ouro encontrado é pago como tributo real); Casas de Fundição: responsáveis por impedir a circulação do ouro em pó, se dedicam a fundir em barras, quintar e selar o ouro. Capital da colônia: desde 1763, no governo do Marquês de Pombal, passa a era o Rio de Janeiro, por estar mais próximo da zona mineradora. Consequências da mineração: Ocupação e urbanização do interior da colônia; Florescimento de uma classe média; Integração econômica da colônia; Surgimento de um mercado interno. Administração Colonial Visando ocupar efetivamente a colônia, a Coroa portuguesa cria três estruturas administrativas que se superpõe ao longo do tempo: Capitanias Hereditárias, governo Geral e Câmaras Municipais. Capitanias Hereditárias: eram faixas de terra que se estendiam do litoral ao Meridiano de Tordesilhas e que foram doadas, aos capitães donatários que, via de regra, pertenciam à pequena nobreza. Recebem dois documentos que orientam o governo da capitania: a Foral e a Carta de Doação. Governo Geral: como a centralização político- administrativa do sistema de capitanias fracassou, a Coroa portuguesa cria o Governo Geral. O objetivo maior era estimular a colonização e centralizar o poder na colônia. Câmaras Municipais: verdadeiros centros de poder na colônia, as Câmaras existem desde o início da ocupação do território. Eram controladas pelos ‘homens bons’, senhores de terras e de escravos. Sociedade Colonial A sociedade que se forma no Brasil colonial se caracteriza por ser rural, patriarcal, hierárquica, estratificada. Rural: todas as atividades mais importantes da vida colonial possuíam relação com a atividade rural. Patriarcal: o Sr. de engenho, possuía poder de vida e morte sobre sua família, seus escravos, seus agregados e dependentes. Hierárquica: os indivíduos ocupavam uma determinada posição social a partir da posse de terras, escravos e do engenho açucareiro. Estratificada: havia pouca mobilidade social na sociedade colonial e, particularmente, na região açucareira havia dois grupos que se distribuíam na pirâmide social: no vétice, um pequeno número de senhores constituía a elite; na base, uma enorme massa de escravos. Um escravo não ascendia à condição de senhor e vice-versa. Exercícios: 1. (FUVEST) No Brasil colonial, a escravidão caracterizou-se essencialmente a) por sua vinculação exclusiva ao sistema agrário exportador b) pelo incentivo da Igreja e da Coroa à escravidão de índios e negros c) por destinar os trabalhos mais penosos aos negros e mais leves aos índios d) por estar amplamente distribuída entre a população livre, constituindo a base econômica da sociedade e) por impedir a emigração em massa de trabalhadores livres para o Brasil. 2. (UFES) - No período colonial, existiam mecanismos de acesso à terra, como as sesmarias, que eram: a) autorizações de Portugal para importação de escravos negros como condição para que os filhos de donatários tivessem direito ao recebimento de terras b) lotes de terra doados pelos donatários ao colono para que fossem explorados c) impostos correspondentes ao uso da terra, cujo pagamento possibilitaria posterior aluguel d) parceria de recursos que a Coroa enviava aos donatários para financiar a distribuição das terras e que deveriam ser pagas a longo prazo e) títulos de terra ocupada mediante mecanismo de compra, conforme a Lei de Terras. 3. (UNIFENAS) - Foram consequências da mineração, exceto: a) o surgimento de um mercado interno; b) a urbanização; c) a melhoria do nível cultural; d) a decadência da atividade açucareira; e) a maior fiscalização da Coroa sobre a colônia. 4. (UFAL) -A implantação em 1548, no Brasil do Governo-Geral tinha por objetivo: a) legislar e executar as decisões das Câmaras Municipais b) iniciar o processo de colonização da costa brasileira c) promover e desenvolver atividades no mercado de consumo d) expandir a ocupação do interior do território nacional e) coordenar e centralizar a administração das Capitanias. (UFRGS) As Câmaras Municipais foram instituições fundamentais em todos os lugares onde houve a presença do Império ultramarino lusitano. Na América portuguesa não foi diferente, pois nas principais aglomerações urbanas elas exerciam um papel político essencial. Considere as seguintes afirmações, referentes à caracterização dessas instituições: I. Eram os canais de expressão política das elites locais, dos homens bons residentes nas diferentes vilas coloniais. Através da ocupação dos cargos na Câmara, essas elites expressavam suas demandas junto aos poderes centrais, como os governadores e a própria Coroa. II. Eram órgãos legislativos dedicados à aplicação das Ordenações Filipinas, sendo a eleição para os cargos camarários feita pelo voto direto e democrático do conjunto da população. III. Eram corpos deliberativos para os quais podia ser elegível a maior parte da população, excetuando-se somente os escravos africanos e os indígenas. Quais estão corretas? A - Apenas I B - Apenas III C - Apenas I e II D - Apenas I e III E - Apenas II e III Exercícios: 1- D 2- B 3-D 4-E 5-A Aula Livre - Historia/Historia - Aula 01 - apresentacao-periodo-colonial.pptx Aula Livre - Historia/Historia - Aula 02 - apostila-brasil-imperio.pdf Aula 02 O PERÍODO IMPERIAL (1822-1889) Para melhor compreender o Período Imperial englobaremos nele o Período Joanino (1808- 1822). A chegada da corte real portuguesa ao Brasil no início do século XIX, alterará profundamente o destino da colônia. Mesmo quando, em 1821, D João retorna a Portugal, a maior parte da corte continua no Brasil e participará do processo de independência. Há, deste modo, uma certa continuidade entre o Período Joanino e o dito Período Imperial. De qualquer maneira e para efeitos didáticos, dividiremos a história do Império propriamente dito em três períodos: I Reinado (1822-1831), Regências (1831-1840) e II Reinado (1840- 1889). As ocorrências mais importantes deste período foram: - Abertura dos Portos em 1808: D. João logo que desembarca no Brasil, atendendo compromissos assumidos com os ingleses, franqueia os portos brasileiros às nações amigas. Deste modo, na prática, se encerra a situação de colônia, pois esta medida rompe francamente com o estipulado pelo Pacto Colonial. Neste mesmo ano, D. João revoga o Alvará de 1785 que proibia a manufaturas, permitindo o ressurgimento das mesmas na colônia. - Tratados de 1810: foram acordos celebrados entre Portugal e Inglaterra em que esta garantia tarifas alfandegárias privilegiadas (15%) para a venda de seus produtos aqui no Brasil. - Revolução do Porto 1820: foi uma revolução liberal conduzida pela burguesia portuguesa que fazia três reivindicações especiais: criação de uma constituição para Portugal, eliminando desta forma o absolutismo; retorno da Corte a Portugal; recondução do Brasil á condição de colônia. A insistência dos revolucionários neste último quesito, levará ao rompimento do Brasil com Portugal. A grande marca deste período será a disputa ente o Partido Português (que governa o Brasil recém-independente) e o Partido Brasileiro. As ocorrências mais importantes do período foram: - Constituição 1824: primeira carta brasileira, foi outorgada (imposta) por D. Pedro I. Institui, além dos 3 poderes clássicos (Legislativo, Executivo e Judiciário) o Poder Moderador ocupado exclusivamente pelo imperador. Voto censitário (exigência de renda para votar e ser votado) Unitarismo (poder central controlado fortemente pelo Rio de Janeiro) - Confederação Equador: rebelião que estoura em Pernambuco contra a outorga da carta e o autoritarismo de D. Pedro I. - Guerra Cisplatina: Uruguai é anexado ao Brasil em 1821. Em seguida, 1825, inicia seu processo de independência quando então, Brasil e Argentina brigam pelo controle do Uruguai. Finalmente, em 1828, surge o Uruguai como nação autônoma. - Abdicação: depois de muita pressão de má administração e do assassinato de liderança do Partido Brasileiro (Líbero Badaró), D. Pedro renuncia em abril de 1831. Período marcado por grande turbulência política e risco de fragmentação territorial por causa da eclosão de grandes rebeliões provinciais (Farroupilha, Cabanagem, Balaiada, Sabinada). Divide-se em Avanço Liberal e Regresso Conservador. - AVANÇO LIBERAL: marcado por descentralização do poder - Guarda Nacional: força militar paralela ao exército; latifundiários recebem a patente de coronel e podem armar seus peões e jagunços para reprimir revoltas populares e restauradoras. - Código Penal: possibilidade dos latifundiários nomearem os juízes de paz. - Ato Adicional de 1834: reforma na constituição imperial, onde se toma as seguintes medidas: • Instalação do federalismo (maior autonomia para as províncias); • Criação das Assembleias Legislativas provinciais; • Criação da Regência Una; • Extinção do Conselho de Estado. - REGRESSO CONSERVADOR: marcado pela centralização do poder no Rio de Janeiro •Criada a Lei Interpretativa do Ato Adicional que desfaz várias das medidas tomadas em 34. II REINADO (1840-1889) Período marcado por grande estabilidade econômica e política. Os principais responsáveis por isso é o aumento das exportações de café e a adoção do Parlamentarismo. A maior parte do II Reinado verá os dois partidos, Liberal e Conservador, se revezando no poder. - Café no Vale do Paraíba (produção tradicional, escravista) e no Oeste de São Paulo (produção moderna, usa mão de obra imigrante) - Tarifa Alves Branco (1844): sobe as tarifas alfandegárias sobre os importados para 30% e 60%. - 1850 Lei Eusébio de Queirós: fim do tráfico negreiro. » Libera capital do tráfico escravocrata para outros setores (indústria, comércio, serviços) » Desenvolvimento das cidades » Reforço dos novos grupos sociais urbanos » Necessidade de substituição mão-de- obra escrava por livre (imigração) » Lei de Terras (1850) = acesso à terra somente comprando-a LEIS ABOLICIONISTAS - Lei do Ventre Livre (1871): liberta da condição de cativo as crianças nascidas de ventre escravo a partir desta data. - Lei dos Sexagenários (1885): liberta os escravos com 65 anos ou mais. - Lei Áurea (1888): abole definitivamente a escravidão no Brasil. POLÍTICA EXTERNA: Conflitos com o Prata intervindo e derrubando governos, no Uruguai (Oribe e Aguirre), na Argentina (Rosas) e no Paraguai (Solano Lopez). Ocorre também a Questão Christie, na qual, entre 1863-65, o Brasil rompe relações diplomáticas com os ingleses. Exercícios 1. Examinando a transmigração da Família Real para o Brasil pode mos concluir que: I – Foi um ato voluntário e isolado de Portugal, sem vinculação com o contexto político europeu: II – No campo econômico provocou profundas mudanças no Brasil. III – Abriu caminho para soberania nacional. IV – A posição comercial inglesa foi mais favorecida que a dos portugueses. Com base na análise, assinale a alternativa correta. a) Somente II, III e IV estão corretas. b) Somente II e IV estão corretas. c) Somente III e IV estão corretas. d) Somente I, II e III estão corretas. e) Todas estão corretas. 2. (UNIFOR/CE) A vinda da Corte para o Brasil marca a primeira ruptura definitiva do Antigo Sistema Colonial. (Fernando A Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1981. p. 298) A ruptura a que o autor se refere estava intimamente relacionada, dentre outros fatores, à decisão da Coroa portuguesa de: a) conceder liberdade para o estabelecimento de fábricas nas cidades brasileiras. b) interromper o comércio de escravos praticado entre a colônia e a Inglaterra. c) proibir o comércio de manufaturas feito entre a colônia e a burguesia inglesa. d) romper os laços comerciais com a Inglaterra por exigência dos franceses. e) abrir os portos brasileiros ao livre-comércio com as “nações amigas”. 3. O fechamento da Assembleia Constituinte, por D. Pedro I, em novembro de 1823... a) impediu a tentativa de recolonização portuguesa e eliminou a influência política da Igreja Católica. b) isolou politicamente o imperador e determinou o imediato final do Primeiro Reinado brasileiro. c) representou a centralização do regime monárquico e provocou reações separatistas. d) ampliou a força política dos estados do nordeste e facilitou o avanço dos projetos federalistas. e) assegurou o caráter liberal da nova Constituição e aumentou os poderes do judiciário. 4. (PUC-RS) O Período Regencial, iniciado com a abdicação de D. Pedro I (1831) e encerrado com a aprovação da maioridade de D. Pedro II (1840), caracterizou-se pela: a) normalidade democrática, superadas as várias revoltas ocorridas contra o autoritarismo de D. Pedro I; b) instabilidade política, gerada por revoltas ocorridas nas províncias, que reivindicavam maior autonomia; c) proclamação de uma República Provisória, com a eleição direta dos Regentes para um mandato de quatro anos; d) revogação da Constituição de 1824, de caráter autoritário, e convocação de uma nova Assembleia Constituinte no Brasil; e) elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarves pois, com a morte de D. João VI, D. Pedro I herdou o trono de Portugal de seu pai. 5. (UFMT) Após a abdicação de D. Pedro I, seguiu-se o Período Regencial (1831-1840), uma época turbulenta da História do Brasil. Sobre o período, assinale a afirmativa correta: a) De 1831 a 1840, o Brasil foi governado por uma regência única, tendo à frente o padre Diogo Antônio Feijó. b) Ocorreu a vitória das forças governamentais sobre os revoltosos farroupilhas, que foram exilados na Argentina. c) Houve uma divisão entre as elites políticas dominantes, fato que favoreceu a explosão de revoltas regionais. d) O Exército foi extinto e em seu lugar foi criada a Guarda Nacional com a função de proteger as fronteiras nacionais. e) A tendência descentralizadora do Primeiro Reinado foi substituída por um forte centralismo. Gabarito 1-A 2-E 3-C 4-B 5-C Aula Livre - Historia/Historia - Aula 02 - apresentacao-brasil-imperio.pptx Aula Livre - Historia/Historia - Aula 03 - apostila-rep-velha-era-vargas.pdf Aula 03 Após a derrubada do II Reinado por um golpe civil-militar, tem início a República Velha (1889-1930). Este período é classicamente dividido em duas fases: República da Espada e República Oligárquica. REPÚBLICA DA ESPADA (1889-1894) A primeira fase da República Velha é assim denominada por causa dos presidentes militares que governam durante estes primeiros cinco anos: os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. • Encilhamento: foi resultado do fracasso da política industrializante de Rui Barbosa, Ministro da Fazenda do Governo Provisório, e que teve como consequência o surgimento de inúmeras empresas fantasmas, especulação na bolsa de valores, inflação e desvalorização da moeda. • Constituição de 1891: promulgada no final do Governo Provisório, foi a segunda carta constitucional da história brasileira. Os princípios estabelecidos mais importantes foram os seguintes: o Brasil passou a ser uma república federativa concedendo grande autonomia aos estados da união; se estabelece a existência dos três poderes clássicos (legislativo, executivo e judiciário); não se exige renda para participação política, mas somente tem direito ao voto, homens com 21 anos ou mais, alfabetizados; o voto é universal, livre e aberto (não secreto). REPÚBLICA OLIGÁRQUICA (1894-1930) Em 1894, com a eleição do cafeicultor paulista Prudente de Morais, tem início a República Oligárquica que se estenderá até 1930. Ainda que esta seja uma fase bastante conturbada, a partir da criação de uma estrutura política, os cafeicultores paulistas, que representavam os interesses dos grupos oligárquicos rurais, conseguirão permanecer no poder se revezando com Minas Gerais. • Política do Café com Leite (SP/MG): os presidentes eleitos, na sua maior parte, são paulistas ou mineiros e representam os interesses das grandes oligarquias rurais. • Política dos Governadores: idealizada por Campos Sales, nela o governo federal se compromete a não intervir nos estados federados que, em troca, garantem apoio de seus parlamentares no Congresso Nacional aos projetos da presidência. • Coronelismo: é a base de sustentação de toda a estrutura. Os coronéis são os latifundiários que controlam econômica e politicamente uma região ou municipalidade, transformando-as em currais eleitorais e submetendo seus eleitores à fraude e à violência através do ‘voto de cabresto’, ou seja, se é obrigado a votar nos candidatos apoiados pelos coronéis. • Cafeicultura para exportação: o grande alicerce da economia brasileira desde o Segundo Reinado é a cafeicultura voltada para a exportação. Nos momentos de crise do café, o governo federal se utilizará de expedientes para salvar o produto e garantir os lucros dos cafeicultores. • Funding loan: foi a renegociação e organização da dívida externa feita com os banqueiros ingleses, no governo de Campos Sales. • Convênio de Taubaté: devido ao esgotamento dos mercados consumidores, o preço do café começa a cair desde 1895. Visando garantir um preço mínimo para as sacas do produto e a manutenção dos seus altos lucros, os cafeicultores de SP, MG e RJ se reúnem no Convênio de Taubaté (1906) editando uma política onde o governo faz empréstimos no exterior, compra e estoca os excedentes invendáveis e, depois, os destrói. • Surto Industrial: durante a Primeira Guerra Mundial diminuem nossas importações de produtos uma vez que os países fornecedores do mesmo se encontravam em conflito. A solução foi produzir internamente estes produtos (têxteis e alimentos) o que originou um surto industrial que caracterizará nosso modelo de industrialização como sendo de “substituição de importações”. Os movimentos sociais da República Velha são de dois tipos: rurais e urbanos. RURAIS: se caracterizam por serem movimentos de caráter messiânico aonde a figura de um líder religioso conduz e organiza as populações de sertanejos em vilarejos, visando superar o abandono dos poderes públicos e a miséria reinante. • Canudos : sertão baiano; fundam o Arraial de Belo Monte; líder – Antônio Conselheiro; movimento sebastianista. • Contestado: sertão entre SC e PR; fundam ‘redutos’ como, por exemplo, Taquaruçu; líderes- monges João Maria e José Maria. URBANOS: são rebeliões que ocorrem nas cidades como reação ao desprezo das elites em relação aos grupos populares e como forma de resistência à superexploração do trabalho. • Revolta da Vacina (1904): a reforma urbana do Rio de Janeiro (efetuada pelo prefeito Pereira Passos), com a destruição dos casebres, cortiços, ruelas e becos, acabou por expulsar a população pobre para os morros. Somou-se a isto a vigência de uma lei de vacinação obrigatória contra a varíola baixada pelo governo federal e que fazia parte do plano de saneamento urbano levado a cabo pelo sanitarista Oswaldo Cruz. • Chibata (1910): em pleno século XX os marinheiros, em sua maioria pobres e negros, sofriam castigos corporais (eram chicoteados) como punição por faltas cometidas. No início do governo de Hermes da Fonseca, liderados pelo marinheiro João Cândido (o Almirante Negro) iniciam uma rebelião que põe fim à chibata. • Greve Geral 1917: liderados pelos anarcossindicalistas os operários realizam a primeira grande greve geral que se estende por várias regiões do país. RUPTURAS NA REPÚBLICA VELHA Durante a República Velha, ainda que a fórmula do café-com-leite tenha tido um relativo sucesso com São Paulo e Minas Gerais se revezando na presidência da república, houve momentos em que o consenso não foi possível e se organizaram outras forças (oligarquias dissidentes e tenentismo) tentando quebrar a hegemonia dos dois estados. •1910 – Campanha Civilista – Mal. Hermes da Fonseca (RS, MG, RJ...) X Rui Barbosa (SP, BA = campanha civilista) • 1919 – Epitácio Pessoa (SP, MG) X Rui Barbosa (RS, BA, RJ, PE...) • 1922 – Reação Republicana – Arthur Bernardes (SP, MG) X Nilo Peçanha (RJ, RS, PE...= reação republicana) • 1930 – Aliança Liberal – Julio Prestes (SP) X Getúlio Vargas (RS, MG, PB = aliança liberal) ERA VARGAS (1930-45) Getúlio Vargas depois de ter sido derrotado na campanha eleitoral por Júlio Prestes, candidato de São Paulo, organiza um golpe que ficou conhecido como Movimento ou Revolução de 30, que derruba o presidente em exercício (Washington Luís) e impede o eleito de assumir, inaugurando a Era Vargas. Divide-se esta nova fase da república em três governos: Governo Provisório, governo Constitucional e Estado Novo. GOVERNO PROVISÓRIO (1930-34) • Revolução Constitucionalista 32: movimento que mobiliza a sociedade paulista (cafeicultores, burguesia e classe média) exigindo que Vargas convoque uma Assembleia Constituinte. Derrotados militarmente e vitoriosos politicamente, em 1934 foi promulgada a nova Constituição. • Constituição de 34: estabelecia o voto feminino, voto secreto e criava a figura do Deputado classista (eleito pelos sindicatos patronais e de trabalhadores). GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934-37) Marcado pela polarização política entre duas forças: a AIB (Ação Integralista Brasileira) que defendia a instalação de uma ditadura fascista e a ANL (Aliança Nacional Libertadora) que congregava todos os grupos anti-fascistas, sendo que o Partido Comunista (PCB) possuía maior força na coligação. • INTENTONA COMUNISTA – no mesmo ano em que foi criada (1935), a ANL foi fechada por Vargas. O PCB, liderado por Luis Carlos Prestes, reage organizando um levante nos quartéis que ficou conhecido como Intentona Comunista. A Intentona serve de pretexto para Vargas decretar estado de sítio até 1937. • PLANO COHEN: foi um falso plano comunista que serviu para Vargas desfechar em 1937 um novo golpe instalando a ditadura do Estado Novo. ESTADO NOVO (1937-45) Marcado pela centralização política (ditadura) e pelo intervencionismo estatal na economia, o Estado Novo perdurará até o final da II Guerra Mundial. Entre as medidas mais importantes deste período, destaca-se: • Constituição de 1937 (“polaca”): abole os partidos políticos, fecha o Legislativo e instala um centralismo feroz. • DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público): foi criado para centralizar e organizar a administração federal. Ao nível dos estados foram criados os DA’s. • DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda): responsável pela propaganda do governo e pela censura aos jornais, revistas, rádios, teatros. • PE (Polícia Especial): responsável pela investigação, repressão, prisão, tortura e desaparecimento dos críticos do regime. • II Guerra: antes da Guerra Mundial Vargas faz uma política externa de neutralidade política e pragmatismo econômico, ou seja, não se posiciona ao lado de nenhum dos grupos beligerantes e vende os produtos brasileiros para ambas as forças (Eixo e Aliados). Após 1941, se posiciona ao lado das forças Aliadas, rompendo com a Alemanha e declarando guerra ao Eixo e enviando as tropas da FEB (Força Expedicionária Brasileira) para o front. • Estatais: é no período da II Guerra que Vargas cria uma série de estatais (CSN, CVRD, CHESF) tomando empréstimos dos EUA. • Redemocratização: a participação do Brasil na guerra ao lado dos Aliados criou uma situação de impasse evidenciada no ‘Manifesto dos Mineiros’: lutávamos contra ditaduras na Europa e erámos governados por um ditador. Inicia-se o processo de pressão para que Vargas abra o regime e acabe com a ditadura. Criam-se novos partidos políticos como a UDN, o PSD e o PTB. Exercícios 1. (MACKENZIE) - A hegemonia política dos Estados economicamente fortes e populosos, São Paulo e Minas Gerais, durante a República Velha, foi viabilizada através: A) do apoio de grupos militares vinculadas ao tenentismo. B) da política dos governadores que, articulando os governos estadual e federal, anulava totalmente a oposição. C) de movimentos sociais populares de apoio ao Estado oligárquico. D) da instituição do voto secreto e fim da representação proporcional. E) da Constituição de 1891, que estabeleceu um Estado unitário e fortemente centralizado. 2. (UFRGS) - A charge abaixo contém uma crítica à política do café-com-leite, que vigorou durante a República Velha. Acerca das principais lideranças políticas existentes na conjuntura que antecedeu as eleições de 1930, é correto afirmar que: A) Washington Luiz acabaria não sendo reeleito, muito embora fosse o preferido nas pesquisas de opinião pública; B) Antônio Carlos representava as forças políticas nordestinas, que se contrapunham aos interesses dos cafeicultores paulistas; C) Júlio Prestes representava a dissidência paulista, ligada aos setores médios e intelectualizados e reunida em torno do Partido Democrático; D) Luiz Carlos Prestes, um dos líderes tenentistas, representava a corrente política de esquerda, comprometida com o combate ao poder oligárquico; E) Getúlio Vargas, embora não representado na charge, seria o vencedor das eleições presidenciais, assumindo o poder com a Revolução de 1930. 3. (UEPA) “Anarquismo é o nome que se dá a um princípio ou teoria da vida e do comportamento que concebe uma sociedade sem governo, em que se obtém a harmonia, não pela submissão à lei, nem obediência à autoridade, mas por acordos livres e estabelecidos entre os diversos grupos, territoriais e profissionais, e consumo, e para a satisfação da infinita variedade de necessidade e aspirações de um ser civilizado”. (KROPOTKIN, P. Anarquismo. IN: TRAGTENBERG, Maurício (Org.). Kropotkin. Textos Escolhidos. Porto Alegre: L&PM, 1987. p. 19). Nesse sentido, durante a República Velha, a participação e o exercício da cidadania no que tange às camadas populares podem ser identificados(as): A) pelas ações mutualistas criadas em 1830, em que trabalhadores com ofícios determinados discutiam ideias anarquistas e desenvolviam greves como forma de protestos; B) entre 1910 e 1917, quando os trabalhadores paulistas com forte tendência socialista lutavam pela radicalização de revoltas nos bairros operários e fundaram o Partido Comunista Brasileiro; C) na ação dos sindicatos como principal força dos trabalhadores, nos quais os anarcosindicalistas lideraram várias greves gerais e parciais, preparatórias para a grande revolução; D) nos jornais, AVANTI, O SOCIALISTA, A PLEBE, pelos quais os socialistas atuaram nos grupos operários, servindo como intermediários com o governo central, conseguindo diminuir a repressão; E) pela liderança dos anarquistas até 1940, quando o movimento operário brasileiro utilizou-se de greves e sabotagens, pelas ações Mutualistas como estratégias de combate. 4. (UDESC) Tradicionalmente o termo República Velha foi cunhado para identificar o período que vai de 1889 a 1930. Sobre as características deste período e outras questões subjacentes, assinale V (verdadeiro) para as proposições verdadeiras e F (falso) para as falsas. ( ) Os dois primeiros governos da recém inaugurada República brasileira eram militares. ( ) Com o novo regime, surgiram divergências tanto no meio militar quanto no civil. No meio civil, as disputas ocorriam, sobretudo, no campo ideológico entre três correntes: liberalismo, jacobinismo e positivismo. ( ) Pode-se afirmar que os governos do período conhecido como República Velha implementaram medidas sociais de grande alcance, beneficiando a sociedade brasileira como um todo e visando acabar com as desigualdades sociais do país. ( ) O Brasil da chamada República Velha era um país, sobretudo, rural; a agricultura permanecia como principal atividade econômica. ( ) Durante o período denominado República Velha, paulistas e mineiros se alternaram na Presidência da República; este revezamento ficou conhecido como “política do café com leite”. Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo. A) F – V – V – F – V B) V – V – F – V – V C) V – F – F – V – V D) V – V – F – V – F E) V – V – V – V – V 5. (UFRGS) - Considere os seguintes dados: I. O autoritarismo e as perseguições políticas aliados à censura que obscurecia a expressão crítica e intelectual no Brasil. II. As campanhas nacionalistas, a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda e do Instituto Nacional do Livro. III. A criação da Petrobras, encarregada de promover a autonomia energética do país. IV. A centralização das informações através do Sistema Nacional e Informações. Quais deles caracterizam o Estado Novo (1937- 1945)? A) Apenas I e II. B) Apenas I e IV. C) Apenas II e III. D) Apenas III e IV. E) Apenas I, III e IV. Gabarito 1 - B 2 - D 3 - C 4 - B 5 - A Aula Livre - Historia/Historia - Aula 03 - apresentacao-rep-velha-era-vargas.pptx Aula Livre - Historia/Historia - Aula 04 - apostila-democracia-populista.pdf Aula 04 Democracia Populista (1945-1964) Durante a República Populista (1945-64) encontramos uma polarização sobre o futuro do desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Havia um conjunto de forças que defendiam o INTERVENCIONISMO estatal na economia e outro, os LIBERAIS, que defendia a abertura para o capital estrangeiro como forma de promover o crescimento e desenvolvimento do país. Os governos que se sucedem neste período, adotarão posturas que, de algum modo, encaminharão a proposta nacionalista/ intervencionista ou liberal/entreguista. Assim, os governos de Dutra, Vargas, Juscelino, Jânio e João Goulart, por seu posicionamento frente ao ingresso aberto ou controlado do capital estrangeiro, serão considerados como expressão de uma ou de outra posição. • O correndo em um contexto de Guerra Fria, toma medidas como rompimento com URSS, fechamento do PCB (47) e intervenção nos sindicatos. • Promulgação da Constituição de 1946, que retoma aspectos das constituições de 1891 e 1934. • Libera as importações o que leva ao gasto das reservas de dólares acumulados durante a II Guerra Mundial, desenvolve um plano econômico denominado Pano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia) que tem resultados pífios. • Eleito com o apoio PTB/PSP faz um governo conturbado devido a intensificação do clima de Guerra Fria e, consequentemente, às disputas entre os dois projetos de desenvolvimento nacionalistas x entreguistas. • Aos poucos assume uma posição mais nacionalista evidenciada com a criação da Petrobrás em 1953, o que faz crescer a oposição ao seu governo por parte da UDN (liberais) • O corre o Episódio da Rua Toneleiros em que o líder da UDN, Carlos Lacerda, sofre um atentado. • Vargas é acusado de ser o mandante do atentado e devido ao crescimento das forças conservadoras e golpistas organizadas pelo grupo liberal, suicida-se me 24 de agosto de 1954. • Assume vice: Café Filho (PSP) • Assume em pleito concorrido e novas tentativas frustradas de golpe, coloca em ação o Plano de METAS (“50 anos em 5”) que pressupunha a associação de três tipos de capital: o estatal, o estrangeiro e o nacional. • Promove o ingresso de multinacionais do setor automobilístico e, por isso, se dedica à construção de estradas e produção de energia. Transfere a capital federal do Rio de Janeiro para uma nova cidade construída no planalto central, Brasília. • De qualquer maneira, ao final da aplicação do Plano de Metas, percebeu-se que a industrialização ficou concentrada nas regiões sul-sudeste, quase nada beneficiando o norte e o nordeste. A dívida externa e a inflação aumentaram e se intensificaram as contradições, particularmente na zona rural do nordeste, onde surgiram as Ligas Camponesas que tinham como lema “Reforma agrária na lei ou na marra”. Cria a SUDENE (Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste) como forma de atenuar as tensões no que também não logra êxito. • Fez um curto e tumultuado governo de apenas sete meses realizando uma Política Interna conservadora (proibindo uso de biquínis, a comercialização da cachaça em dias de semana e a proibição dos jogos de azar) e uma Política Externa independente (se aproxima da União Soviética, condecora Che Guevara). • Abre uma crise política quando em 25 de agosto de 61, renuncia ao cargo de presidente. OS grupos conservadores tentam das um golpe impedindo a posse do vice-presidente, João Goulart (Jango) que, naquele momento, estava em viagem diplomática à China comunista. • Para superar o impasse, o governador do RS, Leonel Brizola, desencadeia a CAMPANHA DA LEGALIDADE que exige a posse de Jango. Por fim, conservadores/golpistas e legalistas chegam a uma solução de compromisso: aceitam a posse de Jango, mas instala-se o Parlamentarismo no Brasil. • Governo conturbado devido à crise econômica e política, será realizado em duas fases: uma parlamentarista e outra presidencialista. • Na fase parlamentarista a questão mais importante é a Antecipação do Plebiscito que estava previsto para ocorrer em 1965 e que, devido à instabilidade dos gabinetes de governo, ocorre em 1963 com vitória do presidencialismo. • Na fase presidencialista, tentando superar a crise econômica, Jango idealiza o Plano Trienal, que fracassa devido ás dificuldades em conseguir recursos para coloca-lo em prática. Passa, então, a organizar as Reformas Estruturais de Base que, por prever a reforma agrária, desperta o furor dos grupos conservadores e golpistas. Para obter apoio popular às Reformas de Base, realiza o Comício da Central do Brasil. • A oposição à Jango e às Reformas de Base se organiza em torno de grupos civis e militares - UDN, ESG/Escola Superior de Guerra, IPES/Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais, IBAD/Instituto Brasileiro de Ação Democrática – sendo estes dois últimos financiados por empresários e pelo governo dos EUA, realizam as Marchas da Família com Deus pela Liberdade. • Em 31 de março/1º de abril de 1964, tropas militares contando com o apoio de civis, derrubam Jango e instalam a Ditadura Militar. Exercícios: 1. (UNIFESP/SP) - Aproximadamente entre o fim do Estado Novo (1945) e o início do Regime Militar (1964), um político ("rouba, mas faz’’) e um partido ("de bacharéis’’) encarnaram no imaginário cívico paulista e brasileiro duas atitudes opostas: ausência e a exacerbação de moralismo, ou de ética, na política. Trata-se, respectivamente, de: A) Jânio Quadros e do Partido Socialista Brasileiro (PSB). B) Jango Goulart e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) C) Carlos Lacerda e do Partido Social Democrático (PSD) D) Juscelino Kubitshec e do Partido Comunista Brasileiro (PCB). E) Ademar de Barros e da União Democrática Nacional (UDN). 2. (FTC/BA) - Faculdade de Tecnologia e Ciências - “O período da história republicana do Brasil que vai da queda do Estado Novo, 1945, ao movimento militar de 1964 é comumente conhecido como populismo. O populismo, entretanto, não foi um fenômeno político exclusivamente brasileiro, mas latino- americano, no período pós-guerra.”KOSHIBA, 1984, p. 340. A partir do texto e dos conhecimentos relativos ao período populista no Brasil, indique com (V) as afirmativas verdadeiras e com (F) as falsas: ( ) O modelo de desenvolvimento estabelecido por Getúlio Vargas no período 1951-1954 – representado pela criação da Petrobrás – chocava-se com os interesses imperialistas norte-americanos. ( ) A política desenvolvimentista traçada por Juscelino Kubitschek baseava-se na associação ao capital estrangeiro e na industrialização por substituição de importações. ( ) A renúncia de Jânio Quadros foi motivada pela pressão exercida pelos Estados Unidos, contrária à sua política nacionalista e de reforma estruturais de base. ( ) O golpe militar de 1964 objetivava deter o avanço das forças populares, contando com a adesão da alta burguesia e da classe média conservadora. A alternativa que indica a marcação correta, de cima para baixo, é a: A) V – F – V – F B) F – V – F – V C) V – V – F – F D) V – V – F – V E) V – F – F – V 3. (UFES) - No período do desenvolvimento econômico, havia também uma sensação de otimismo e euforia num ambiente de modernidade industrializante. As inovações tecnológicas, disponibilizadas sob a forma de produtos como escadas rolantes, elevadores com música ambiente, rádios de pilha, eletrodomésticos, lambretas e automóveis, compunham novos símbolos de uma geração inebriada pelo conforto da vida moderna. No ar, contrastando com as produções cinematográficas hollywoodianas, os televisores introduziam no conforto dos lares a diversidade de programas ao vivo, outrora radiofônicos. Era como se começasse um Novo Brasil: até na música havia novidade, a bossa- nova; aliás, até a capital era nova, inovadora inclusive no nome que se lhe deu – Brasília! O texto acima refere-se: A) Ao longo ciclo de governo de Getúlio Dornelles Vargas, que se iniciou em 1930 e foi responsável pelo desenvolvimento nacionalista encerrado em 1954, no contexto de uma crise política que culminou com o suicídio do presidente. B) Ao período nacional-desenvolvimentista, correspondente ao governo de Juscelino Kubitscheck (1956-1961), que, além da construção de nova sede para o Distrito Federal, implementou o Plano de Metas. C) Ao breve período de governo de Jânio da Silva Quadros, que tomou posse em 1961, em solenidade coincidente com a inauguração de Brasília, a nova sede do governo Federal. D) Ao período da bossa-nova, que coincidiu com o da Jovem Guarda e do Tropicalismo, movimentos influenciados pela Revolução de 1964, que teve à frente Castelo Branco, responsável pela transferência da nova capital para Brasília. E) Ao período desenvolvimentista conhecido como Milagre Brasileiro, que foi implementado pelo presidente Emílio Garrastazu Médici (1964-1974). 4.(UFMG) Considerando-se o contexto brasileiro da década de 50, é correto afirmar que: A) era premente a questão do desenvolvimento nacional, que fez girar em torno dela os principais impasses e polêmicas e contribuiu para o trágico desfecho do Governo Vargas; B) foram grandes as divergências entre o Governo e o Exército quanto à criação da Petrobrás, o que acabou levando Vargas a nova tentativa de golpe em meados dos anos 50; C) foram muitos os conflitos entre os trabalhadores e os governos que, à exceção do de Vargas, trataram sempre a questão social com dura repressão; D) era forte a oposição articulada pelo PSD a Vargas, que, embora eleito com expressiva maioria de votos, nunca conseguiu se adaptar ao jogo democrático. 5. (UFLA/MG) - Universidade Federal de Lavras - Observe este cartaz, que, em 1963, foi estampado por todo o Brasil: Esse cartaz fez parte de uma campanha: A) contra a alteração da Carta Constitucional brasileira pretendida por Jânio Quadros, visando a concretizar sua política externa independente, que propunha a aproximação do Brasil com os países socialistas; B) contrária à adoção do Parlamentarismo defendido por João Goulart, Vice-Presidente de Jânio Quadros, regime que desagradava os setores conservadores da política e da sociedade brasileira; C) favorável à volta do Presidencialismo, previsto na Constituição, o que colocaria um ponto final no mecanismo utilizado para viabilizar a posse de João Goulart, após a renúncia de Jânio Quadros; D) a favor das mudanças constitucionais que possibilitariam a reeleição de João Goulart e a eleição de Leonel Brizola, bem como a concretização de uma república sindicalista no Brasil a partir da aprovação das reformas de base. Gabarito 1 - E 2 - D 3 - B 4 - A 5 - C Aula Livre - Historia/Historia - Aula 04 - apresentacao-democracia-populista.pptx Aula Livre - Historia/Historia - Aula 05 - apostila-ditadura-militar.pdf Aula 05 No período 1964-85, no contexto da Guerra Fria, ocorre a Ditadura Militar no Brasil. Resulta de uma crise política que se arrastou desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961. A subida de João Goulart (Jango) somente foi possível após resistência (Campanha da Legalidade) e negociação. Mesmo assim, os grupos conservadores (civis e militares) viam perigo em Jango e nas suas propostas No dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saem às ruas. Para evitar uma guerra civil, Jango deixa o país refugiando-se no Uruguai. Os militares tomam o poder e, ainda que mantenham o Congresso funcionando, colocam-no sob controle do governo que faz frequentes expurgos de parlamentares da oposição e fecha-o quando acha necessário. Passam a baixar Atos Institucionais (AI) que são instrumentos jurídicos emitidos pelo executivo e que se sobrepõe à Constituição. Em 9 de abril, é decretado o Ato Institucional Número 1 (AI-1). Este, cassa mandatos políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilidade de funcionários públicos. Comando Supremo da Revolução (abril-agosto 1964) • AI-1 - instala a ditadura militar no Brasil. GOVERNO MARECHAL CASTELO BRANCO (1964-1967) • AI 2 – extingue os partidos políticos da fase anterior e instala o bipartidarismo (ARENA, governista; MDB, oposição consentida) • AI 3 – estabelece eleições indiretas para os governos estaduais. • AI 4 – fecha temporariamente o Congresso Nacional e, ao abri-lo, obriga-o a aprovar a Constituição de 1967 (que incorpora os Atos Instituições). • Lança o PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) que visa estabilizar a economia superando a crise instalada após o fim do governo JK. GOVERNO GENERAL COSTA E SILVA (1967- 1969) • Aumenta a oposição e resistência da sociedade civil à ditadura com os Protestos UNE, a Passeata 100 mil, a formação da Frente Ampla e as Greves operárias de Osasco (SP) e Contagem (MG). A Frente Ampla foi uma tentativa de organizar um partido que fizesse oposição mais acirrada ao regime militar. Reúne antigos inimigos como Carlos Lacerda, JK e Jango. • Em dezembro de 1968, o governo baixa o AI 5 que representou o fechamento completo do sistema político e a implantação da ditadura. O AI-5 restringiu drasticamente a cidadania, pois dotou o governo de prerrogativas legais que permitiram a ampliação da repressão policial- militar. (dez 68) • Costa e Silva adoece e se licencia da presidência da república. Uma Junta Militar impede que o civil vice-presidente, Pedro Aleixo, assuma (‘golpe dentro do golpe’). Junta Militar indica o general Médici para suceder Costa e Silva. GOVERNO GENERAL EMÍLIO MÉDICI (1969-1974) • Neste governo ocorre o auge da repressão política com o governo fazendo amplo uso do AI-5. São criados vários órgãos repressivos como a OBAN (Operação Bandeirantes), os DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) e os DOI-CODI (Destacamento de Operações e Informações – Centro de Operações da Defesa Interna). • Ocorre o ‘Milagre econômico’ que representou a fase áurea de desenvolvimento do país, obtido por meio da captação de enormes recursos e de financiamentos externos. Todos esses recursos foram investidos em infraestrutura: estradas, portos, hidrelétricas, rodovias e ferrovias expandiram- se e serviram como base de sustentação do vigoroso crescimento econômico. O PIB (Produto Interno Bruto) chegou a crescer 12% ao ano e milhões de empregos foram gerados. Em curto médio prazo o ‘milagre’ se mostrou problemático: cessaram os empréstimos, concentrou a renda, a inflação disparou e a dívida externa aumentou tremendamente. Contudo, durante o período da sua ocorrência foi criado um clima ufanista explorado pelo governo. GOVERNO GENERAL ERNESTO GEISEL (1974 – 1979) O governo Geisel coincidiu com o fim do milagre econômico. O aumento vertiginoso dos preços do petróleo, principal fonte energética do país, a recessão da economia mundial e a escassez de investimentos estrangeiros interferiram negativamente na economia interna. Na área política, Geisel previu dificuldades crescentes e custos políticos altíssimos para a corporação militar e para o país, caso os militares permanecessem no poder indefinidamente. Inicia, então, a Abertura Política ou Distensão lenta, gradual, segura. • Reação Linha Dura: discorda da Abertura e promove o assassinato do jornalista Wladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho. • Geisel toma medidas para controlar ação da oposição: Lei Falcão (76) e Pacote de Abril (77) com a criação da figura do Senador biônico • Revogação do AI 5 (dezembro de 19 78). GOVERNO GENERAL JOÃO FIGUEIREDO (1979 – 1985) O governo de Figueiredo continua com o processo de abertura lenta, gradual e segura iniciado com Geisel. A crise do milagre se aprofunda e o governo toma uma série de medidas como: • Em 1979 é criada a Lei da Anistia (que perdoa, também, os crimes de tortura e os torturadores); promove a Reforma partidária permitindo a formação de novas agremiações políticas; ocorrem as Greves do ABCD (SP) onde se destaca a figura do líder sindical Luis Inácio Lula da Silva. • A extrema direita reage contra o processo de Abertura e promete uma série de atentados destacando-se o Atentado do Riocentro (1981) • Em 1984 ocorrem grandes mobilizações populares nos Comícios das Diretas Já exigindo que a sucessão presidencial de Figueiredo seja por voto popular. Foi elaborada uma Emenda Constitucional (Emenda Dante de Oliveira) que foi rejeitada pelo Congresso Nacional, ou seja, a eleição será indireta e um Colégio Eleitoral escolherá o futuro presidente. A situação lança Paulo Maluf (PDS) que disputa com Tancredo Neves (Aliança Democrática) que vence, mas falece antes de assumir. Assume o vice da chapa da Aliança Liberal, José Sarney. Exercícios 1. (MACKENZIE/SP) - Os resultados da discussão e votação da emenda Dante de Oliveira colocam um desafio à imaginação política: o povo foi derrotado? Ocorreu uma imensa mobilização política, os estratos mais firmes e decididos das massas populares saíram às ruas e tomaram conta da praça pública, um frêmito de esperança percorreu todo o Brasil, para nada? Ora, é preciso que se convenha, em troca de uma "derrota parlamentar" ganhamos um exército pronto para o combate político e, pela primeira vez em vinte anos, a ditadura não só foi virada pelo avesso, [mas também] posta no pelourinho e desafiada por milhões de cidadãos conscientes e dispostos a tudo. Florestan Fernandes, Folha de S.Paulo, 03/05/1984.Assinale o fato da história política recente do Brasil a que se refere o trecho dado: A) Campanha pela eleição direta para presidente da República, com a aproximação do fim do mandato do general Figueiredo. B) Mobilização popular pela aprovação da Lei da Anistia, "ampla e irrestrita" a todos os presos e exilados políticos da Ditadura Militar pós-1964. C) Lançamento, pela Aliança Democrática, da candidatura de Tancredo Neves, que venceria no ano seguinte a eleição no Colégio Eleitoral. D) Proposta, defendida pelo MDB, de convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, recusada pela ditadura, mas que se reuniria, finalmente, em 1988. E) Assinatura da Carta de Intenções, pelo presidente Figueiredo, ratificando com o Fundo Monetário Internacional a política de austeridade fiscal e controle da inflação. 2. (MACKENZIE/SP) - A respeito do "milagre econômico" do governo Médici (1969-1974), são feitas as afirmações seguintes: I. O "milagre" representou um período de altas taxas de crescimento do PIB (de até 14%), com avanços extraordinários na indústria, na agricultura e no comércio. II. A política econômica baseou-se, simultaneamente, na concessão de subsídios e incentivos fiscais às indústrias e na imposição do arrocho salarial aos trabalhadores. III. Os avanços econômicos conduziram o Brasil à situação de oitava economia mundial, condição amplamente utilizada como propaganda pelo regime militar. Assinale: A) se apenas I é correta; B) se apenas II é correta; C) se apenas III é correta; D) se apenas I e II são corretas; E) se I, II e III são corretas. 3. (PUC-MG) - A partir da análise da charge publicada na década de setenta e da sua contextualização histórica, assinale a opção que melhor expresse o espírito da charge: A) A “teoria do crescimento do bolo” partia do princípio de que a superação das profundas desigualdades sociais existentes era pré- requisito para o desenvolvimento. B) O modelo de desenvolvimento adotado no Brasil durante o regime militar resultou em uma real melhoria na qualidade de vida da população mais carente. C) Nas falaciosas estatísticas oficiais divulgadas pelo governo, os graves problemas econômicos e sociais pareciam estar sendo definitivamente solucionados. D) Os burocratas dos governos militares elaboraram estratégias que asseguraram um crescimento econômico autossustentável de caráter notadamente nacionalista. 4. (UFRGS) - Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes ao período do Regime Militar brasileiro: ( ) Diferentemente de outras ditaduras de Segurança Nacional do Cone Sul, no Brasil não ocorreram casos de desaparecimento de pessoas. ( ) Após vinte anos de regime militar, constatou-se a existência de maior concentração de renda, maior desigualdade social e considerável crescimento do endividamento externo. ( ) A tortura foi um instrumento da política repressiva, estando presente nos “porões” da ditadura. ( ) O favorecimento às empresas multinacionais inviabilizou o desenvolvimento de setores estatais considerados estratégicos, como a indústria armamentista e o setor petrolífero. ( ) “Brasil grande potência”, “Ninguém segura este país”, “Pra frente Brasil” e “Brasil, ame-o ou deixe-o” foram exemplos de manifestações ufanistas da propaganda oficial do regime. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: A) F – V – V – F – V. B) V – V – F – V – V. C) F – V – V – V – F. D) V – F – V – F – V. E) F – F – F – V – F. 5. (UFRGS) - Com relação ao Regime Militar brasileiro, relacione as características políticas e econômicas de cada governo, expressas no bloco inferior, com o respectivo presidente, constante no bloco superior: 1 – Emílio Médici 2 – João Figueiredo 3 – Ernesto Geisel 4 – Castelo Branco 5 – Costa e Silva ( ) alinhamento com os EUA e recessão econômica ( ) crise econômica e abertura política ( ) repressão política e "milagre econômico" ( ) divergência com os EUA e projetos estratégicos A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: A) 4 – 2 – 3 – 1. B) 4 – 2 – 1 – 3. C) 3 – 2 – 4 – 1. D) 5 – 4 – 1 – 3. E) 3 – 1 – 5 – 2. Gabarito 1 – A 2 – E 3 – C 4 – A 5 – B Aula Livre - Historia/Historia - Aula 05 - apresentacao-ditadura-militar.pptx Aula Livre - Historia/Historia - Aula 06 - apostila-republica-neoliberal.pdf Aula 06 A transição do Brasil para a democracia foi longa e resultou de um acordo entre uma facção política que apoiava o regime militar e a oposição mais moderada. A eleição de Tancredo Neves, por via indireta, pelo Congresso Nacional (1984), pode ser encarada como a data simbólica da democratização. A partir daí, seguiram-se o episódio dramático da morte de Tancredo Neves, sem que chegasse a assumir a presidência, o governo de seu Vice-Presidente, José Sarney, e a primeira eleição direta do país, após quase trinta anos, que levou ao poder Fernando Collor. O impeachment deste, associado às acusações de corrupção, representou um fato triste, porém, ao mesmo tempo, revelador das pressões tendentes à moralização dos costumes políticos. O governo de Fernando Henrique Cardoso e de Lula prosseguiram com êxito a redução da inflação (Plano Real) buscando ampliar a reforma do Estado, enfrentando, difíceis desafios na área social, sem solução a curto prazo. Governo Sarney: Planos econômicos e continuidade da miséria (1985-1990) No início do governo Sarney a inflação chegava aos três dígitos e a dívida externa superava U$200 bilhões. Tanto a inflação como a dívida pública – não só a externa, mas a interna também – tendiam a aumentar. Esse era o quadro econômico do país quando Sarney chega ao poder. O plano Cruzado: O ministro da Fazenda Denílson Funaro propõe o plano Cruzado, onde preços e salários seriam congelados. O plano leva a uma explosão do consumo, o que deu grande popularidade ao governo. Além disso, gerou também um desestímulo à poupança e o consumo desenfreado associado ao boicote dos grandes empresários que queriam reajustar os preços (mas não podiam, por causa do congelamento), levou ao desabastecimento. A economia iria crescer bastante, mas logo os comerciantes passariam a cobrar um ágio nos preços, o que era a volta da inflação. O Cruzado estava ficando insustentável para as contas do governo. O presidente, no entanto, segurou o plano até depois das eleições de 1986 para aproveitar a popularidade do plano. Por isso, o PMDB de Sarney vence em todos os estados, exceto Sergipe e elege 54% dos constituintes. Tão logo saiu o resultado eleitoral, Sarney lança o Plano Cruzado II que descongela os preços. O Cruzado II também não segura a inflação, por isso, em 87 anuncia o Plano Bresser que congela preços por 2 meses e aumenta os impostos. O plano não surtiu efeito, continuando descontroladas a inflação e a dívida. O ministro se demite no final de 87. Por fim, em 1989, no final do governo Sarney, surge o Plano Verão com congelamento de preços e contenção de gastos públicos. Não adianta, a inflação chega aos 4 dígitos anuais e os juros a 80%. A nova Constituição (1988): Em 1988, é promulgada a mais democrática Constituição que o país já teve pode ser considerada uma Constituição social- democrata, por defender amplos direitos para os trabalhadores e prever uma cidadania participativa. Alguns avanços: A Constituição previu um plebiscito, realizado em 93, onde o povo decidiria entre presidencialismo, parlamentarismo ou monarquia e o presidencialismo venceria. Determinava uma carga semanal de 44 horas de trabalho, dava liberdade sindical, amplo direito de greve, licença-paternidade, melhora na remuneração das férias e da licença-maternidade. A população poderia fazer um projeto de lei ao conseguir 1% das assinaturas de eleitores. Governo Collor: inicia a aventura Neoliberal (1990-92) A eleição para o primeiro presidente civil após quase 30 anos sem eleições presidenciais não teve um resultado feliz. Diante de uma eleição estranha, onde os mais tradicionais políticos não foram ao segundo turno, vence Fernando Collor. Seu curto governo se caracterizaria pela corrupção, pelo entreguismo econômico e pelo confisco das poupanças. Collor inicia seu governo lançando um plano econômico (Plano Brasil Novo ou Plano Collor) que confiscaria os ativos financeiros (contas correntes, aplicações financeiras e cadernetas de poupança) de todos os cidadãos. Durante a campanha eleitora afirmava ao público que Lula faria isso... não foi o que se verificou. O plano, além de deixar milhões de pessoas sem dinheiro, não conteve a inflação ou a dívida. O Plano Collor II também não logrou sucesso. É no seu governo que se propõe uma reforma do Estado que, em realidade, tratava-se de um plano neoliberal, onde estava prevista a extinção de órgãos públicos, demissão de funcionários do Estado e desregulamentação da economia (liberação das importações, fim dos subsídios e dos protecionismos a determinados setores, etc..). Em resumo, a reforma do Estado prenunciava o que seria, depois, o triunfo do neoliberalismo na política de Estado. A abertura das tarifas alfandegárias levou a uma quebradeira de indústrias nacionais, gerando desemprego e depressão econômica. A produção industrial do país decresceu 26% em um ano. Com tudo isso, a inflação não diminuiu sustentavelmente. Em 1992 apareceria outra face terrível do governo Collor, um amplo esquema de corrupção que desviava dinheiro público para contas pessoais do presidente. Diante dos escândalos revelados pelas CPIs e pelo próprio irmão de Collor, a população – em sua maioria, estudantes – vai às ruas pedir o impedimento – ou impeachment – do presidente. Diante de todas pressões dentro e fora do meio político, a situação de Collor se tornará insustentável. Uma tropa de choque constituída de Roberto Jefferson e Jorge Bornhausen faz a defesa do presidente até os seus últimos momentos. No entanto, o Congresso vota pelo impedimento e o senado recusa o pedido de renúncia feito pelo presidente, no último momento. O Governo Itamar: surge o Plano Real (1992-94) O plano Real foi apresentado no governo Itamar e foi elaborado por seu ministro da Fazenda FHC. Caracteriza-se pela criação de uma nova moeda (o Real), pela âncora cambial (ou paridade dólar/real), pela elevação dos impostos federais e pela redução dos gastos públicos, inclusive em educação e saúde. As taxas alfandegárias baixam tremendamente, facilitando a entrada de produtos importados baratos, o que segura a inflação. Isso gera uma onda de consumo, o que dá grande popularidade a Itamar e ao seu ministro. No entanto, há aí outro lado. Há uma nova quebradeira na indústria pelo Real valorizado e pelas taxas alfandegárias baixas. A indústria nacional vai à bancarrota. Com a onda de consumo gerada pelo plano Real, FHC se elege facilmente presidente sobre Lula em 1994, impondo seu plano neoliberal. O Governo FHC: o triunfo do Neoliberalismo (1995-98/99-2002) Os maiores e piores efeitos do Plano Real se fizeram sentir já no primeiro mandato no governo FHC. Além de quebrar indústrias e gerar desemprego, o plano Real, indexando a moeda e baixando as tarifas de importação, eleva drasticamente a dívida externa. Mesmo com a situação insustentável, o governo mantém o plano até as eleições de 98. No início de 99, a indexação cambial é desfeita, tendo a dívida aumentada drasticamente e comprometendo todo o orçamento anual do Estado. No meio do governo, o presidente manda para o Congresso a emenda da reeleição e esta é aprovada, havendo um escândalo de compra de votos na votação da emenda (o primeiro Mensalão). FHC se reelege em 1998. FHC afirmava que queria acabar com a Era Vargas no Estado brasileiro deixando à mostra seu projeto de governo absolutamente alinhado com o pensamento e a prática Neoliberal. Primeiramente, ele termina com a defesa da indústria nacional, com a indexação da moeda e com as taxas aduaneiras. Põe fim ao monopólio de extração do petróleo pela Petrobrás, fazendo uma grande reforma administrativa dentro desta empresa. Depois, tenta impor uma série de privatizações, não conseguindo todas. Privatiza todo o sistema Telebrás por U$22 bilhões e a Vale do Rio Doce. A CSN já havia sido privatizada na gestão de Itamar por U$1 bilhão. Extingue a SUDENE e a SUDAM. No seu governo estava previsto, ainda, a realização de mais privatizações, o que poderia incluir o sistema Eletrobrás todo – parte dele foi por ele privatizado –, a Petrobrás, o BB, a Caixa Econômica e as universidades públicas. Queria ainda fazer uma série de reformas: a previdenciária (que foi feita no primeiro governo de Lula) que mudaria as regras da aposentadoria e imporia a contribuição previdenciária aos inativos; a trabalhista, que ‘flexibilizaria’ as relações trabalhistas, ou melhor, iria extingui-las; a tributária, que reduziria impostos e não escalonaria o imposto de renda. O governo Lula: Apesar de toda a esperança, o governo Lula manteve as linhas principais do governo anterior, aceitando guardar grandes somas do dinheiro público para o pagamento da dívida pública e mantendo o cronograma de reformas, inclusive conseguindo aprovar a reforma da previdência. Exercícios 01. Nos últimos 20 anos, houve mudanças socioeconômicas significativas no Brasil. Entre elas, observa-se que a) a produtividade agrícola avançou, mas não eliminou os movimentos sociais no campo. b) o país entrou na era da globalização e a produção industrial alcançou autonomia tecnológica. c) as crises econômicas não foram superadas, mas o produto interno bruto (PIB) cresceu continuamente. d) as políticas para o meio ambiente ocuparam o centro da agenda governamental e suas metas principais foram implementadas. e) o desemprego se agravou, mas as políticas públicas compensaram seus efeitos negativos. 02. O Plano Real, adotado pelo Governo de Itamar Franco, em 1994, contribuiu para a eleição do Presidente Fernando Henrique Cardoso. No início de 1999, o Plano Real sofreu uma crise que fez cair os índices de popularidade do Presidente. De acordo com os textos, essa crise estava relacionada, principalmente, a) à fuga de capitais ocorrida no final de 1998, que provocou uma redução nas divisas e a desvalorização cambial. b) aos conflitos entre Brasil e Argentina, na definição das taxas alfandegárias para importação/exportação de alimentos. c) aos baixos investimentos do Governo nas áreas sociais, especialmente na saúde, educação e moradia. d) à falta de decisão política do Governo para enfrentar os problemas decorrentes da baixa oferta de trabalho. e) ao retorno do processo inflacionário com a consequente adoção da política de indexação da economia. 03. Desde o início dos anos 90 o Brasil vem experimentando os efeitos das políticas adotadas pelos Governos Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. As principais características deste modelo político, considerado por muitos como neoliberal, são a) o pleno emprego e o desenvolvimento econômico, com base nos investimentos estatais e nas parcerias com o setor financeiro. b) o controle da inflação e da dívida pública, a partir da redução dos impostos, da negociação da dívida externa e da elevação salarial. c) a redução da interferência do Estado na economia (Estado-mínimo), a abertura ao capital externo e às privatizações, além da redução de gastos do Estado, através de reformas constitucionais. d) os investimentos exclusivos na política de bem-estar social, expressos nos assentamentos dos Sem Terra e na Ação da Cidadania Contra a Fome, privilegiando a redistribuição de renda e a permanência do homem no campo. e) a valorização das organizações dos trabalhadores, visando construir parcerias na luta contra o desemprego. 04. A vitória de Fernando Henrique Cardoso nas eleições presidenciais de 1994 teve como fator decisivo a a) adoção de uma política eficaz de controle da natalidade, visando a conscientizar parcela da população menos favorecida. b) redução da criminalidade no campo, devido ao programa de reforma agrária que prevê tolerância em relação à invasão de terras improdutivas no país. c) política externa de importação de produtos do Mercosul, com o objetivo de reduzir as taxas alfandegárias, resultando em preços mais atrativos no mercado brasileiro. d) implantação do Plano Real, que criou uma moeda estável no país após décadas de inflação. e) queda do desemprego devido à adoção do piano de estatização e intervenção reguladora do Estado na economia. 05. Sobre o governo do Presidente Itamar Franco considere as seguintes afirmações: I - Embora os graves problemas sociais e econômicos continuassem a exigir providências, o grande debate político dava-se em torno da definição das futuras candidaturas para presidente da república. II - Após a realização do plebiscito que decidiu sobre o regime e a forma de governo que deveriam vigorar no país, a revisão constitucional (questão de fundamental importância) não foi adiante. III - A culminância da atuação do Ministério da Fazenda deu-se com a implantação de um novo plano econômico: o Plano Real. Tratava-se de um conjunto de medidas que deveriam recuperar a moeda e promover a estabilidade da economia. Dessas afirmações: a) apenas a II e a III são corretas. b) apenas a I e a III são corretas. c) apenas a I e a II são corretas. d) apenas a I é correta. e) todas são corretas. Gabarito 1 – A 2 – A 3 – C 4 – D 5 – E Aula Livre - Historia/Historia - Aula 06 - apresentacao-republica-neoliberal.pptx Aula Livre - Historia/Historia - Aula 07 - apostila-pre-historia-antiguidade.pdf Aula 07 Períodos Pré-Históricos: 1) Paleolítico > Homem coletor. Vida nômade. Primeiros clãs. > Controle do fogo. 2) Neolítico > Homem produtor. Vida sedentária. > Desenvolvimento da agricultura e da criação de animais. > Divisão de trabalho e especialização das funções. > Inovações técnicas: cerâmica e roda. 3) Idade dos Metais > Transição da Pré-História para a História. > Ampliação dos excedentes, escravização de prisioneiros. Aparecimento do comércio. > Divisão da Idade dos Metais: metalurgia do cobre; metalurgia do bronze; metalurgia do ferro. > Surgimento da escrita. Períodos Históricos INÍCIO TÉRMINO Idade Antiga 3.500 a.C. 476 Idade Média 476 1.453 Idade Moderna 1.453 1.789 Idade Contemporânea 1.789 Até os dias de hoje Localização: entre os rios Tigre e Eufrates. Atual Iraque. Povos: Sumérios: a) cidades politicamente independentes b) criação da escrita cuneiforme. Acádios: a) unificação das cidades. Amoritas: a) elaboração do Código de Hamurábi Assírios: a) conquistaram a Fenícia, Palestina e Egito. Caldeus: a) principal rei foi Nabucodonosor que construiu os Jardins Suspensos da Babilônia e a Torre de Babel. Economia: agricultura e comércio. História: > 1o Império Babilônico – Rei Hamurábi > Império Assírio – Rei Assurbanipal > 2o Império Babilônico – Rei Nabucodonosor Religião: > politeístas. Marduc, Ishtar e Shamash. Cultura: > escultura > agricultura: zigurates > literatura: Epopéia de Gilgamesh > Direito – Código de Hamurábi > matemática – astronomia Egípcios Localização: Nordeste da África, entre os desertos da Líbia e da Arábia. Vale do Rio Nilo. “O Egito é uma dádiva do Nilo” (Heródoto) Povo: heterogêneo, dividido em 42 nomos, regidos pelos monarcas. Política: poder absoluto do faraó Império Teocrático. Etapas Políticas Período Pré-dinástico: a) povos divididos em nomos (comunidades primitivas) Antigo Império: a) unificação do Alto e Baixo Egito. b) Faraó Menés: fez a unificação. c) capital: Mênfis. d) construção das Pirâmides de Quéops, Quéfrem e Miquerinos. Médio Império: a) prosperidade econômica. b) capital: Tebas c) invasão dos hicsos. Novo Império: a) expulsão dos hicsos. b) expansão territorial – Síria e Palestina. c) governo dos faraós: Tutmés III, Amenófis IV e Ramsés II. d) domínio assírio. e) Renascimento Saíta – capital em Saís. f) Batalha de Pelusa – derrota do Faraó Psamético III por Cambises, rei dos persas. g) Escrita: hieroglífica, hierática e demótica. h) Champollion decifrou os primeiros hieróglifos na Pedra da Roseta. Economia: > agricultura irrigada (algodão, cevada, trigo, linho, papiro) >indústria artesanal
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