Buscar

Aula 05, 06 e 07_20130911173816

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

ECONOMIA POLÍTICA
AULA 05, 06 e 07 – KARL MARX
2º semestre Direito
2013/2
Prof.ª Me.ª Natalia Scartezini
KARX MARX
Karl Heinrich Marx (1818 – 1883)
Renânia (Alemanha)
Principais influências teóricas:
Hegel, Kant, os socialistas utópicos
e a Economia Política Clássica
Principais obras:
Crítica à Filosofia do Direito de Hegel (1843)
Manuscritos Econômico-Filosóficos (1844)
A Sagrada Família (1845 – em parceria com Engels)
A Ideologia Alemã (1845/1846 – em parceria com Engels)
O Manifesto do Partido Comunista (1848 - em parceria com Engels)
O 18 Brumário de Louis Bonaparte (1852)
Grundrisse (1857)
Para a Crítica da Economia Política (1859)
O Capital – Livro I (1866)
A Guerra Civil na França (1871)
Crítica ao Programa da Gotha (1875)
Materialismo histórico e dialético: o método marxista
Histórico
O aspecto histórico é de fundamental importância para a compreensão do método marxista.
Trata-se de considerar viável apenas análises que estejam imersas na história humana. Ou seja, para Marx é impossível compreender um evento humano sem considerar minuciosamente sua composição histórica.
“Significa que o indivíduo, a classe social, o artefato, um documento etc, só fazem sentido se devidamente referidos ao seus contexto histórico”. (GENNARI; OLIVEIRA, 2009. p. 126).
Dialética: 
De origem clássica, a dialética foi desenvolvida por Hegel e assumida por Marx. 
Trata-se, resumidamente, de uma forma de análise na qual as contradições são tomadas como ponto de referência. A análise da unidade dos opostos compõe parte significativa da dialética.
A dialética emprega a ideia de que uma tese sempre carrega em si sua própria antítese. Assim sendo, o decorrer histórico e os empreendimentos sociais de desenvolveriam sempre quando da transmutação de uma tese – a partir de sua antítese – em uma nova tese (síntese). Desta forma, a história estaria para Marx em constante desenvolvimento e as estruturas sociais que estão postas serão sempre transformadas em outras, a partir de suas próprias contradições internas
Objetivo da análise: enxergar sempre o devir, já que as coisas estão sempre em constante transformação.
Contradição fundamental da humanidade: luta de classes.
“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história da luta de classes”. (MARX)
Materialismo
O termo “materialismo” não se refere, como comumente aferem os críticos, aos bens materiais.
Diz respeito, isto sim, às ações cotidianas empreendidas por homens reais. Faz oposição ao idealismo hegeliano.
Assim, para Marx, “o concreto é concreto porque é síntese de múltiplas determinações, isto é, unidade do diverso”.
“O real precede no sentido em que a existência concreta, de homens concretos, determina as representações ideológicas, e não o contrário, como no pensamento idealista”. (GENNARI; OLIVEIRA, 2009. p. 125).
Trabalho
Para Marx, o trabalho e a capacidade cognitiva de exercê-lo é o que diferencia o homem dos macacos.
Segundo Marx, o trabalho “é a condição básica e fundamental de toda a vida humana. E em tal grau que, até certo ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem”. (MARX).
A transformação das formas de trabalho determinou o desenvolvimento social humano. 
Trabalho para saciar as próprias necessidades  trabalho cooperativo  trabalho forçado  trabalho assalariado
Marx afirma que no sistema capitalista o trabalho já não busca mais satisfazer às necessidades humanas. A este tipo de trabalho o autor denomina trabalho reificado e salienta a importância crucial para a humanidade de superá-lo e de construir novas formas de trabalho humano.
Trabalho abstrato X trabalho concreto
O fetichismo da mercadoria
Para Marx, o capitalismo possui a mesma estrutura axiológica das religiões. Nele, os homens (criadores) criam entidades divinizadas (mercadorias) às quais passam a cultuar e a dedicar sua vida. 
Passam a ser, a partir de um dado momento, controlados por estas entidades divinizadas, perdendo o controle de suas vidas e da sociedade em geral.
“Em suma, os homens não controlam a sociedade que criaram. Não controlam a produção de seus víveres, pelo contrário, são controlados por eles. Nas crises cíclicas do capitalismo, essa falta de controle fica evidente, já que os trabalhadores perdem seus empregos e alguns capitalistas eventualmente vão à falência”. (GENNARI; OLIVEIRA, 2009. p. 125).
Neste processo as mercadorias ganham “alma”, enquanto os homens perdem a sua. As mercadorias passam a ter mais valor e importância que os próprios seres humanos. Seria o que Marx chamou de “humanização da coisa e coisificação do homem”.
A este processo “fantasmagórico” Marx denominou fetichismo da mercadoria.
O Capital
“O capital é um relação social de dominação, em que o trabalho morto, realizado ou cristalizado nas mercadorias, se apodera do trabalho vivo, ou aquele que está a produzir o valor”. (GENNARI; OLIVEIRA, 2009. p. 131).
Capital constante: máquinas e matérias-primas
Capital variável: mão-de-obra
A relação em valor entre essas duas categorias é chamada de composição orgânica do capital. Porém, segundo Marx, com o desenvolvimento do capitalismo global o capital variável tende a crescer mais rapidamente que o capital constante.
O exército industrial de reserva
Se o capital variável cresce mais
rapidamente que o capital constante,
isto significaria dizer que, há mais 
trabalhadores do que trabalho.
Ou seja, não há trabalho para todos.
Para Marx, haverá sempre uma parcela
da classe trabalhadora que estará fora do sistema de produção: é o que ele chama de exército industrial de reserva.
Este exército industrial de reserva possui uma 
função importantíssima no sistema capitalista: manter os salários dos trabalhadores rebaixados ao mínimo possível.
A teoria do valor-trabalho
“O valor, então, é determinado pelo tempo de trabalho abstrato, socialmente necessário para a produção e reprodução de uma mercadoria. É preciso considerar o grau social médio de destreza e intensidade do trabalho e também o grau médio do processo de desenvolvimento das forças produtivas materiais”. (GENNARI; OLIVEIRA, 2009. p. 128).
Segundo Marx os “valores relativos das mercadorias são determinados pelas correspondentes quantidades ou somas de trabalho investidas, realizadas, incorporadas nelas”. 
 
“Os valores das mercadorias estão na razão direta do tempo de trabalho incorporado na sua produção e na razão inversa das forças produtivas do trabalho empregado”. (MARX).
TEMPO DE 
TRABALHO
VALOR
PRODUTIVIDADE DO TRABALHO
Como determinar o valor da força de trabalho (valor do salário)?
1º: a força de trabalho é vendida todos os dias, logo, também é uma mercadoria.
2º: como medir o valor de uma mercadoria? Pela quantidade de trabalho social nela inserida.
3º: o valor da força de trabalho é determinado pelo valor dos meios de subsistência necessários para produzir, desenvolver, manter e perpetuar a força de trabalho. (vide aumento do salário mínimo, por ex.). Este é o limite mínimo do valor da força de trabalho.
O valor da força de trabalho também é determinado pelos padrões sociais e culturais de consumo.
Mais-valia (ou de onde vem o lucro?)
1º: suponhamos que o valor dos produtos de subsistência do trabalhador seja de 3 reais. Logo, o valor da força de trabalho é de 3 reais.
2º: se ele trabalhasse três horas (1 real a hr) seria capaz de comprar os produtos de sua subsistência. Porém, ele vendeu sua força de trabalho ao capitalista e este pode utilizá-la pelo tempo que desejar.
3º: assim, o trabalhador não trabalha apenas as 3 hrs necessárias para comprar os produtos de sua subsistência, ou seja, não trabalha apenas o tempo equivalente ao valor de sua força de trabalho, trabalha muitas outras horas. 
OU SEJA: a mais-valia é o tempo de trabalho que o capitalista não paga ao trabalhador. É o tempo que o trabalhador trabalha “a mais”, de graça para o capitalista.
SUPONDO que o valor médio da força
de trabalho seja de 6 reais por dia.
Assim, um trabalhador vai receber um salário de 6 reais por uma jornada de trabalho de 8 horas diárias.
As 2 horas restantes são o que Marx chamou de MAIS-VALIA, ou seja, o lucro do capitalista (patrão).
Mais-valia absoluta X mais-valia relativa
Mais-valia absoluta: é aquela que é extraída pelo capitalista sobre o trabalhador aumentando a jornada de trabalho sem um aumento do salário.
Mais-valia relativa: é aquele que mantém a jornada de trabalho intacta, mas consegue aumentar a produção de mercadorias (diminuir o tempo de trabalho para produção de mercadorias) através de inovações tecnológicas.
“A mais-valia é a origem, portanto, do lucro, do juro e da renda da terra, na medida em que o excedente econômico só pode advir da esfera da produção e, portanto, não do comércio, nem tampouco da usura”. (GENNARI; OLIVEIRA, 2009. p. 132).
Exercícios para fixação
Explique o que é materialismo histórico-dialético.
Quais são as diferenças entre trabalho abstrato e trabalho concreto? Qual deles Marx considera essencial aos seres humanos e qual deles o autor considera típico do sistema capitalista?
Explique a seguinte ideia marxista:
“Vivemos em uma sociedade em que ocorre cotidianamente um processo de humanização das coisas e de coisificação do homem”.
Por que Karl Marx compara o sistema capitalista às religiões?
O que é exército industrial de reserva? Explique a influência dele na precarização das condições de trabalho da classe trabalhadora.
Qual é a grande inovação de Karl Marx em relação a Economia Clássica no que tange à teoria do valor?
Explique o que é mais-valia.
Explique a seguinte afirmação de Marx: “(...) no regime burguês os que trabalham não lucram e os que lucram não trabalham”.
Bibliografia utilizada nesta aula
ANTUNES, RICARDO (org.). A dialética do trabalho. Escritos de Marx e Engels. São Paulo: Expressão Popular, 2004.
BRAZ, MARCELO; NETTO, JOSÉ PAULO. Economia Política: uma introdução crítica. 8ª ed. São Paulo: Editora Cortez, 2012.
GENNARI, ADILSON MARQUES; OLIVEIRA, ROBERSON de. História do Pensamento Econômico. São Paulo: Editora Saraiva, 2009.
MARX, KARL. Para a crítica da Economia Política. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1999.
MARX, KARL. A mercadoria (Do Capital). Coleção Os Pensadores. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1999.
MARX, KARL. O manifesto do partido comunista. São Paulo: Editora Global, 2006.
MARX, KARL. O exército industrial de reserva (O Capital). Edição Compacta. São Paulo: Editora Centauro, 2005.
http://www.youtube.com/watch?v=2DmlHFtTplA
http://www.youtube.com/watch?v=P3i2RUKVQ-c
http://www.youtube.com/watch?v=0gY0JR6s38g

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando