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25 VIOLENCIA-FILOSOFIA E EDUCAÇÃO

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Fundamentos de Filosofia e Educação
Diversos tipos de violência 
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Violência e Política
	
O que é violência? Segundo o Dicionário Houaiss, violência é a “ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém); ato violento, crueldade, força”. No aspecto jurídico, o mesmo dicionário define o termo como o “constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação”. 
Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) define violência como “a imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitáveis”. Mas os especialistas afirmam que o conceito é muito mais amplo e ambíguo do que essa mera constatação de que a violência é a imposição de dor, a agressão cometida por uma pessoa contra outra; mesmo porque a dor é um conceito muito difícil de ser definido.
Para todos os efeitos, guerra, fome, tortura, assassinato, preconceito, a violência se manifesta de várias maneiras. 
Violência
Na comunidade internacional de direitos humanos, a violência é compreendida como todas as violações dos direitos civis (vida, propriedade, liberdade de ir e vir, de consciência e de culto); políticos (direito a votar e a ser votado, ter participação política); sociais (habitação, saúde, educação, segurança); econômicos (emprego e salário) e culturais (direito de manter e manifestar sua própria cultura). As formas de violência, tipificadas como violação da lei penal, como assassinato, seqüestros, roubos e outros tipos de crime contra a pessoa ou contra o patrimônio, formam um conjunto que se convencionou chamar de violência urbana, porque se manifesta principalmente no espaço das grandes cidades. Não é possível deixar de lado, no entanto, as diferentes formas de violência existentes no campo.
Violência
A violência urbana, no entanto, não compreende apenas os crimes, mas todo o efeito que provocam sobre as pessoas e as regras de convívio na cidade. A violência urbana interfere no tecido social, prejudica a qualidade das relações sociais, corrói a qualidade de vida das pessoas. Assim, os crimes estão relacionados com as contravenções e com as incivilidades. Gangues urbanas, pixações, depredação do espaço público, o trânsito caótico, as praças malcuidadas, sujeira em período eleitoral compõem o quadro da perda da qualidade de vida. Certamente, o tráfico de drogas, talvez a ramificação mais visível do crime organizado, acentua esse quadro, sobretudo nas grandes e problemáticas periferias. 
Violência
Hoje, no Brasil, a violência, que antes estava presente nas grandes cidades, espalha-se para cidades menores, à medida que o crime organizado procura novos espaços. Além das dificuldades das instituições de segurança pública em conter o processo de interiorização da violência, a degradação urbana contribui decisivamente para ele, já que a pobreza, a desigualdade social, o baixo acesso popular à justiça não são mais problemas exclusivos das grandes metrópoles. Na última década, a violência tem estado presente em nosso dia-a-dia, no noticiário e em conversas com amigos. Todos conhecem alguém que sofreu algum tipo de violência. Há diferenças na visão das causas e de como superá-las, mas a maioria dos especialistas no assunto afirma que a violência urbana é algo evitável, desde que políticas de segurança pública e social sejam colocadas em ação. É preciso atuar de maneira eficaz tanto em suas causas primárias quanto em seus efeitos. É preciso aliar políticas sociais que reduzam a vulnerabilidade dos moradores das periferias, sobretudo dos jovens, à repressão ao crime organizado. Uma tarefa que não é só do Poder Público, mas de toda a sociedade civil. 
Violência
No nosso dia a dia é comum ouvirmos comentários e reclamações sobre a violência. Os noticiários diariamente retratam, no Brasil e no mundo, casos de assassinatos, assaltos, agressões, seqüestros etc. Mas o que é violência? Como podemos defini-la? O dicionário Houaiss apresenta violência como “um constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação”. Dessa forma, será que é possível falarmos em vento violento, quando o mesmo derruba árvores? Podemos qualificar a chuva de violenta, quando a mesma inunda bairros ou destrói plantações? Na verdade, se a violência pressupõe um constrangimento exercido por alguém sobre outro alguém, então se trata de uma ação humana deliberada. Dessa forma, não podemos qualificar como violentos os fenômenos da natureza, como chuvas e ventos, por exemplo, ou mesmo a ação instintiva animal. Segundo Aranha e Martins (2005), não é tarefa simples definir violência; elas explicam que:
Violência e política
Para definir violência, comecemos pelo caráter de disputa, de luta, de conflito, que envolve pessoas ou grupos com interesses divergentes e em que a solução apresentada é o recurso abusivo da força. Nesse processo, há que se destacar, de um lado, a intencionalidade de um autor e, de outro, uma vítima. A violência é movida, portanto, por um desejo de destruição do outro, que se configura a partir de diversos tipos de intenção: ferir, matar, prender, ameaçar, impedir de agir, humilhar, roubar ou destruir os bens. Essas agressões tiram a vida, atingem a integridade do corpo, a liberdade, o direito, a propriedade ou, ainda, perturbam o espírito e a dignidade das pessoas (Aranha; Martins, 2005, p.282).
Violência e política
Na definição das autoras é destacado um tipo de violência que se configura por um conflito entre pessoas ou grupos com interesses divergentes; de um lado, temos o agressor ou agressores e, de outro, a vítima ou vítimas da agressão. As autoras também explicam que nem sempre essa relação se mostra de modo claro e distinto, pois, em alguns casos, a violência se encontra camuflada e, portanto, necessita ser desvelada e denunciada. Vamos ver, a seguir, a violência estrutural, a violência passiva e a violência simbólica.
Violência e política
Violência estrutural
A violência estrutural, também chamada violência branca, “não salta aos olhos”. Nela, o agressor não é identificado imediatamente e, às vezes, a própria vítima não percebe a violência a que está submetida. Essa violência passa despercebida como se apenas resultasse da “ordem natural das coisas”, e não da ação humana. Mas, à medida que descobrimos as relações de exploração de um sistema injusto, precisamos agir para modificar essa situação (Aranha; Martins, 2005, p.283).
Temos como exemplo deste tipo de violência a fome, a pobreza, o trabalho infantil, a ausência de escolas etc.
Diversos tipos de Violência
Violência passiva
A violência passiva ou violência por omissão ocorre toda vez que deixamos de agir para evitar sofrimentos ou salvar vidas. Por exemplo, se o motorista que provoca um acidente de trânsito alega não ter causado danos voluntariamente, mesmo assim convém saber se não houve descuido ou imprudência da parte dele (Aranha; Martins, 2005, p.283).
Também podemos citar como exemplo quando uma empresa não cumpre com as normas de segurança e tal procedimento desencadeia vários acidentes de trabalho. Ou mesmo quando não executa um controle para evitar a poluição atmosférica ou dos rios e com isso compromete o bem estar das pessoas.
Diversos tipos de Violência
Violência simbólica
A violência simbólica resulta da força de natureza psicológica que atua sobre a consciência, exigindo adesão irrefletida, só aparentemente voluntária. Ou seja: não existe violência simbólica quando tentamos persuadir alguém, estando, nós próprios, também dispostos a mudar de ideia pelo convencimento do outro. Esse comportamento significa abertura para o diálogo e aceitação do pensamento divergente (Aranha; Martins, 2005, p.284).
A violência simbólica existe quando, mesmo sem recorrer à força física, se consegue manipular as pessoas para que tenham o comportamento desejado por meio da imposição de valores e exigência da aceitação cega e irrefletida.
Diversos tipos de Violência
Estado e violência
O Estado, no exercício da sua administração, recorre à chamada violência legítima, uma vez que, em nome da manutenção da ordem e do cumprimento das leis, utiliza mecanismos repressivos. Segundo Althusser (1985), o Estado utiliza vários aparelhos repressivos, que são o governo, a administração, o exército, a polícia, os tribunais, as prisões etc. O caráter repressivo significa que o aparelho do Estado, no seu funcionamento, recorre à violência. Nas suas palavras: “O que distingue os AI E5 do aparelho (repressivo) do Estado é a seguinte diferença fundamental: o aparelho repressivo do Estado ‘funciona através da violência’, ao passo que os Aparelhos Ideológicos do Estado ‘funcionam através da ideologia” (1985, p.70). Mais adiante em seu texto, Althusser é um pouco mais preciso em sua definição, esclarecendo que tanto o aparelho do Estado quanto os Aparelhos Ideológicos se utilizam de violência e de ideologia, mas a diferença encontra-se no predomínio dessas formas em cada um desses aparelhos.
Diversos tipos de Violência
Estado e violência
O aparelho (repressivo) do Estado funciona predominantemente através da repressão (inclusive a física) e secundariamente através da ideologia (Não existe aparelho unicamente repressivo). Exemplos: o Exército e a Polícia funcionam também através de ideologia, tanto para garantir sua própria coesão e reprodução, como para divulgar os “valores” por eles próprios propostos.
Da mesma forma, mas inversamente, devemos dizer que os aparelhos ideológicos do Estado funcionam principalmente através da ideologia, e secundariamente através da repressão, seja ela bastante atenuada, dissimulada ou mesmo simbólica. (Althusser, 2007, p.70)
Quando o poder político se corrompe, torna-se totalitário? Vamos abordar nos próximos itens como um exemplo de regime totalitário o totalitarismo nazista a partir da perspectiva de dois pensadores: Hannah Arendt e Ernst Cassirer.
Diversos tipos de Violência

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