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Noções de Direito Conceito de Direito

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noções de direito
Conceito de Direito
Direito e Moral
Conceito de Direito
Simbologia
	Na época da república o Direito é simbolizado pela deusa romana Iustitia que administra a justiça, mediante o emprego da balança de dois pratos com o fiel ao meio que esta segura com as duas mãos, de pé, e de olhos vendados. 
	No tempo de Hesíodo, para os gregos, a deusa Díkê, filha de Zeus e Thémis, representava a justiça tendo na mão direita uma espada e na esquerda uma balança de dois pratos, porém sem fiel ao meio, e estando de pé de olhos bem abertos (considerando a importância, para os gregos, que os dois sentidos mais intelectualmente sensíveis eram a visão e a audição).
Definição Jusnaturalista
Se compreende por Direito, tudo aquilo que acontece de acordo com uma ordem de coisas pressuposta (uma ordem de coisas natural). Essa ordem de coisas deveria espelhar a harmonia e a perfeição encontrada em uma determinada natureza.
Natureza: abrange todas as coisas que não são produzidas pelo homem.
Direito natural cosmológico: Entre os gregos, a ideia de natureza que comandará o conceito de direito será a ordem cosmológica; 
Direito natural teológico: entre os medievais, essa ordem natural será remetida ao modo do ser perfeito: Deus.
Direito natural racionalista: com o renascimento e a modernidade, ocorre uma transformação profunda no conceito de direito, passou-se a ter como pressuposta a ideia de que a razão pode dar a ela mesma um direito, este passa a ser construído racionalmente, não sendo necessária nenhuma ordem transcendente.
Definição Juspositivista
Positivismo jurídico: Limita-se a descrever e organizar apenas o direito produzido pelo convívio humano, chamado direito positivo. O juspositivismo procurará definir o direito a partir de uma separação com relação à moral. Assim, o juspositivismo pode ser entendido como um conjunto de normas válidas que regem o convívio social em um peculiar momento histórico e espacial, sendo que os critérios para aferição da validade dessas normas encontram-se estabelecidos pelo próprio ordenamento jurídico. 
Definição Pós-positivista
Desenvolvida a partir da segunda metade do século XX, é aquela em que o fenômeno jurídico é analisado a partir da perspectiva da concretização, sendo o conceito de direito um “conceito interpretativo”. Aqui o direito é analisado na perspectiva da sua interpretação ou da sua concretização.
Direito e Moral
Moral: Em termos de valoração, a moral de modo mais específico, a moralidade, ou seja, tudo aquilo que se amolda à moral, constitui-se como uma diretriz comportamental que determina as atitudes e posturas de uma dada sociedade, em um determinado período histórico.
 A moral e a modificação dos valores a ela atribuídos envolve certamente um caráter histórico, ou seja, a moral se constitui como produto de circunstâncias específicas que dependem de uma série de fatores sociais e seria, exatamente neste sentido, a possibilidade de se verificar a mudança nas atribuições de sentidos morais aos fatos socias. 
Ética
Ética (grego) = éthos – costume (moral) ou propriedade do caráter (corresponde ao termo utilizado por nós hoje, que vem a ser a investigação sobre as dimensões daquilo que é bom).
Antonio Marchionni: A ética é a arte do bom.
Abbagnano: Ciência da conduta:
	
	1ª - ciência do fim para o qual a conduta dos homens deve ser orientada e dos meios para atingir tal fim;
	2ª - ciência do móvel da conduta humana.
Michel Foucault definiu como próprio ao campo da ética a relação consigo. 
 Assim, para Foucault, moral é o comportamento efetivo das pessoas.
 Nesse sentido, caberia, então, a distinção de que a noção ética está no homem, incutida, e diz respeito ao tipo de relação que a própria pessoa estabelece consigo. Uma ideia mais espiritual e interiorizante, enquanto que a dimensão da moral seria, basicamente, o comportamento das pessoas diante dos códigos morais – e também jurídicos – existentes. 
Immanuel Kant (1724-1804)
A ética kantiana se constrói a partir de três elementos: a razão, a vontade e a liberdade. A moral em Kant é vista como a transformação de um ser humano que antes é simplesmente biológico e sensível, ou seja, limitado a uma concepção moral subjetiva e particular para um ser humano racional e inteligente que submete sua vontade a uma lei moral universal.
Com Kant, a ética passa por uma revolução, pois até então esta era algo completamente determinado pelo caráter divino. A partir de então, enfrenta-se uma questão decisiva, ética não mais subjugada a padrões divinos hierárquicos.
Direito e Moral 
Robert Alexy fala em três formas de pensar a relação entre direito e moral:
1) Tese da vinculação: presente nas doutrinas clássicas do direito natural, nas quais haveria uma vinculação do direito para com uma moral natural que, ora é dada à razão pela ordem cósmica ou divina, ora é a razão quem a constrói a partir das regras da lógica e do sistema.
2) Tese da separação: é aquela que afirma não existir nenhuma conexão necessária entre direito e moral, de modo que a investigação sobre o direito pode ser feita sem ter em conta qualquer tipo de vínculo com a investigação moral.
3) Tese da complementariedade: afirma que há espaços distintos de atuação entre o direito e a moral, mas que, nalguns casos, a insuficiência do discurso jurídico para resolver determinados problemas de direito, pode ser resolvida pelo discurso moral.
Ronald Dworking (jusfilósofo americano): afirma que entre direito e moral não existe nem separação, nem vinculação, muito menos complementariedade. Para ele, o direito é um ramo da moral havendo, entre direito e moral, uma interconexão. 
Casos
RIO — Em decisão unânime, o Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT) determinou que uma viúva deve dividir sua pensão por morte com a amante do marido, falecido em 2015. Neste caso, os desembargadores da Sexta Câmara Cível reconheceram a existência de duas células familiares, já que o relacionamento extraconjugal havia durado 20 anos. A Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável Post Mortem havia sido julgada improcedente na primeira instância. Mas a amante recorreu, ao argumentar que o homem mantinha as duas famílias ao mesmo tempo. Todas as despesas da casa, segundo ela, eram custeadas pelo companheiro, que inclusive a teria ajudado a criar e educar seus filhos. O homem era casado desde 1982, e nunca pediu a separação da cônjuge oficial. Mas, de acordo com a interpretação do relator, o desembargador Rubens de Oliveira Santos Filho, ele formou uma segunda “verdadeira entidade familiar”, que só foi desfeita com a sua morte, em 2015.O magistrado sustentou a sua análise com o depoimento de testemunhas e documentos de que o homem, de 2002 a 2014, apresentava o endereço da amante como o seu local de residência, dirigia o carro dela e custeava as consultas no dentista. O relator levou em conta ainda fotos do casal extraconjugal em cerimônias e momentos em família e uma imagem juntos no hospital na véspera da morte dele. “Durante tempo considerável ele se dividiu entre as duas mulheres, as duas famílias, as duas residências, apesar de dormir com mais frequência na casa da apelada (mulher), segundo confessado pela própria autora (amante), mas com esta passava boa parte do dia e também pernoitava”, salientou o relator, cujo voto foi ratificado pelos desembargadores Guiomar Teodoro Borges e Dirceu dos Santos.
Fonte (http://oglobo.globo.com/sociedade/justica-decide-que-viuva-deve-dividir-pensao-com-amante-do-marido-morto-21017216) 
A decisão de uma juíza no Uruguai, que impediu a realização de um aborto após um pedido do pai, gerou polêmica e reacendeu a discussão sobre o tema no país, onde o procedimento é permitido. A mulher – cuja identidade não foi revelada – planejava realizar o aborto na quinta-feira passada. Ela havia engravidado após uma relação de seis meses, já terminada. Ela seguiu à risca as exigências da chamada Lei de Interrupção Voluntária de Gravidez, que, aprovada pelo Uruguai em 2012, permite às mulheres abortar legalmente
durante as 12 primeiras semanas de gestação. Em seguida, deslocou-se a um centro médico e pedir para que o procedimento fosse realizado. Estava grávida de 10 semanas. Contudo, não pôde abortar ─ ela acabou impedida por causa de uma ordem judicial obtida pelo pai da criança. Segundo o documento, o homem afirmou ter “tentado de todas as formas possíveis fazer com que a respondente refletisse sobre a decisão e voltasse atrás, mas não teve sucesso”. Por isso, recorreu “aos mecanismos legais da proteção da vida do filho em comum”. 
Fonte:(http://latinonews.com.br/juiza-no-uruguai-impede-a-realizacao-de-aborto-apos-pedido-do-pai/) 
Referência
ABBOUD, CARNIO, OLIVEIRA. Introdução à teoria e à filosofia do direito. 2 ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014.

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