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semiótica Semiótica: ciência de toda e qualquer linguagem tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno como fenômeno de produção de significação e sentido” HOMEM, CULTURA, LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS DA LINGUAGEM Semiologia - Linguística (Saussure) – Linguagem Verbal Semiologia (semiótica francesa) – Linguagem não verbal – matriz saussureana Semiótica anglo saxã – Matriz peirceana Semiótica russa /semiótica da cultura Não é possível ter acesso ao mundo real fora da linguagem. (Sausurre) Memórias sobre o sistema primitivo das vogais indo europeias, Paris, 1978. Estudo Comparativo. Curso de Linguística geral (1906 a 1911) – Genebra. publicado postumamente, 1916, por meio dos manuscritos dos alunos. Em 1996, 80 anos após a sua morte, foram encontrados novos calhamaços de anotações no castelo da família em Genebra. Papéis se tornaram acessíveis em 2002. S A U S S U R E 1857 - 1913 SEMIOLOGIA semeîon, ‘signo’, e sema, ‘sinal’, ‘signo’. “Nova e futura ciência geral da comunicação humana, que estudaria a vida dos signos como parte da vida social”. Base: linguística estrutural; Programa: a extensão do campo da linguística da linguagem verbal para a comunicação não-verbal, cultural e textual. Espírito: estruturalista e trans-lingüístico. Início: anos 40 e 50 (Buyssens, Hjelmslev) e auge nos anos 1960 na França (Prieto, Barthes, Mounin, Greimas). Por sugestão de Roman Jakobson e com o apoio de Roland Barthes, Emile Benveniste, A. J. Greimas, Claude Lévi-Strauss e Thomas A. Sebeok, o comitê fundador da Associação Internacional de Estudos Semióticos, em 1969, decidiu que, a partir de então, o conceito semiótica será empregado como conceito geral para definir esse campo, anteriormente designado como semiologia ou semiótica. Essa decisão deverá ser seguida internacionalmente. Desta forma, o termo semiótica será o nome mais comum para designar o campo de pesquisa dos signos, sistemas e processos sígnicos. Semiologia qualquer sistema de signos, imagens, gestos, sons melódicos, objetos que se encontram nos ritos, protocolos ou espetáculos se não constituem linguagem, são, pelo menos, sistemas de significação. A substância visual confirma suas significações ao fazer- se repetir por uma mensagem linguística (cinema, história em quadrinhos, publicidade, fotografia da imprensa), parte da mensagem icônica está numa relação estrutural de redundância ou revezamento com o sistema da língua; quanto ao conjunto de objetos (vestuário, alimentos), estes só alcançam o estatuto de sistema quando passam pela mediação da língua. Semiótica: ciência dos signos; estudo do que é o signo, o que o compõe, o que representa e como se dão os processos de relacionamento com outros signos. É através dos signos (estudo de suas partes e dos tipos e classes existentes) que podemos analisar o modo de ocorrência de todos e quaisquer fenômenos. Sejam eles objetos, organismos, espaços, pensamentos, qualidades, atitudes, sentimentos etc, tornando claros os processos de representação e produção de sentido. cientista, matemático, historiador, filósofo e lógico norte- americano, considerado o fundador da moderna Semiótica. Graduou-se com louvor pela Universidade de Harvard em química, fez contribuições importantes no campo da Geodésia, Biologia, Psicologia, Matemática, Filosofia. Peirce deixou cerca de 12 mil páginas publicadas e 90 mil páginas de manuscritos inéditos. Os manuscritos foram depositados na Universidade de Harvard. Apenas vinte anos mais tarde, na década de 1930, surgiria a primeira publicação de textos coligidos nos seis volumes dos Collected Papers, editados por Hartshorne e Weiss. Grande parte dos textos aí coligidos restringiu-se a escritos que Peirce já publicara em vida. (...) Nos anos 1950, Burks acrescentou os volumes 7 e 8 aos Collected Papers, nos quais aparecem temas adicionais... tais como a filosofia da mente e algumas da principais correspondências de Peirce com Lady Welby onde estão expostas discussões importantes da teoria dos signos peirceana." ..em 1976, sob direção de Max Fisch, estabeleceu-se na Universidade de indiana, com sede em Indianápolis, o Peirce Edition Project http://www.iupui.edu/~peirce/ ... sob os auspícios do National Endowment for the Humanities, para a publicação de escritos cronológicos de Peirce em 30 volumes", tarefa que ainda hoje não foi terminada. CAMPO DA FILOSOFIA I - Fenomenologia – observa os fenômenos, e através da análise, postula as formas ou propriedades universais desses fenômenos. Ou seja, estuda como os fenômenos são apreendidos pela mente. II - Ciências Normativas – tem como função distinguir o que deve e o que não deve ser. As normas. Estética – ciência daquilo que é objetivamente admirável sem qualquer razão ulterior. O que é admirado não pode ser determinado de antemão. Ética - ciência da ação ou dá conduta. Quais propósitos devemos razoavelmente escolher em várias circunstâncias. Semiótica ou lógica – ciência que classifica e descreve todos os tipos de signos logicamente possíveis. (Pode parecer que por trabalhar a linguagem, ela antecede as demais. Peirce não a concebia assim.) III - Metafísica – ciência da realidade, aquilo que é e é independente de nossas fantasias. Ela é resultante e não antecedente das outras. A Semiótica ou lógica se divide em: Gramática especulativa: trata-se da base dos estudos da Lógica. A Gramática Especulativa oferece-nos um estudo do que compõe o signo, como suas partes se interconectam, quais os tipos sígnicos e classes existentes. Ela funciona como uma gramática para o raciocínio lógico, fornecendo a identidade e o modo de arranjo dos elementos de um dado pensamento que é, por excelência, sígnico. Lógica crítica: tendo como base os diversos tipos de signos ou modos de condução do pensamento; estuda os tipos de inferência, raciocínios ou argumentos: abdução, indução e dedução. Retórica especulativa ou metodêutica: se ocupa da investigação dos métodos através dos quais os raciocínios podem se estruturar para formalizarem afirmações lógicas sobre algum problema. A Metodêutica irá buscar nos tipos de raciocínios da Lógica Crítica, o fundamento para a sistematização dos processos de validação das verdades, estudando os procedimentos necessários e viáveis a uma dada investigação. O FENOMENOLOGIA (faneroscopia) ciência que se propõe a efetuar um inventário das características do fenômeno (faneron). (Santaella) Linguística e semiologia tratam da produção da linguagem, Semiótica de Peirce vai tratar, primeiramente, da percepção, a abertura primordial. Categorias apreensão dos fenômenos pela Consciência. Consciência diferente de razão. Razão é a camada mais superficial da consciência. Consciência = lago sem fundo no qual as ideias (partículas matérias da consciência) estão localizadas em diferentes profundidades e em permanente mobilidade. Local onde interagem formas de pensamento. Faculdades relacionados ao fenômeno: 1. Capacidade contemplativa, isto é, abrir as janelas do espírito e ver o que está diante dos olhos, tal como se apresenta, sem qualquer interpretação; 2. Saber distinguir, discriminar resolutamente diferenças nessas observações; coletar a incidência de determinado aspecto; 3. Ser capaz de generalizar as observações em classes ou categorias abrangentes. A tríade perceptiva “Quando percebemos algo, estamos alerta a uma dualidade essencial na qual algo queestá fora se apresenta a nós, não podendo ser exaurido no ato da percepção. Perceber é perceber algo externo a nós. Mas não podemos dizer nada sobre aquilo que é externo, a não ser pela mediação de um julgamento perceptivo. Aquilo que está fora, Peirce denomina percepto, (...) tão logo o percepto atinge nossos sentidos é, imediatamente convertido em percipuum. (...) O percipuum força-se sobre nós e está localizado abaixo do nosso nível de deliberação e autocontrole, aflui em nos e flui continuamente dentro de nós. Daí, aquilo que nos diz o que percebemos é o julgamento perceptivo. o faneron é regido por três categorias que se exibem concomitante, continuamente e ininterruptamente. São as gradações do percipuum: a primeiridade, a secundidade e a terceiridade. Primeridade (qualidade) O primeiro é, portanto, o presente imediato, o que é fresco e novo, porque, se velho, já é segundo em relação ao estado anterior. É o que é iniciante, original, espontâneo e livre, porque senão seria segundo em relação a uma causa. Não pode ser articuladamente pensado; afirme-o e ela já perdeu toda a sua inocência característica. Primeridade (qualidade) É a pura qualidade de sentir no instante mesmo de uma impressão não analisável e incapturável, ou seja, num simples átimo. Esse momento de impressão, dependendo do estado em que a consciência se encontra, pode ser prolongado. Sabor do vinho, qualidade de sentir amor, perfume, uma forte dor de cabeça que não nos deixa pensar em nada a não ser na qualidade da dor. Primeridade (qualidade) • Ou seja, Primeiridade é a primeira apreensão das coisas, qualidades de sentimento; são o que são, sem referência ou relação com qualquer outra coisa; experiência imediata em que não há fluxo de tempo para a consciência; um sentimento é um tipo de consciência que não envolve qualquer análise, comparação, nem consiste, no todo ou em parte, de qualquer ato em que a consciência distingue; a qualidade de sentimento é promovida numa consciência que sente. secundidade (relação/Reação) A ação de um sentimento sobre nós e a nossa reação especifica, a comoção do eu para um estímulo. Temos então: 1 – O sentimento 2 – a força da inerência desse sentimento num sujeito. Quando qualquer coisa atinge nossos sentidos, a excitação exterior produz seu efeito em nós, uma reação, conflito entre esforço e resistência, reação anterior à mediação do pensamento articulado e subsequente ao puro sentir. Qualquer relação de dependência entre dois termos é uma relação diádica, isto é, secundidade. terceiridade (representação/Mediação): Inteligibilidade, pensamento em signos (semiose completa) Diante de qualquer fenômeno, isto é, para conhecer e compreender qualquer coisa, a consciência produz um signo, ou seja, um pensamento como mediação irrecusável entre nós e os fenômenos. Isto já ao nível do que chamamos de percepção. Perceber não é senão traduzir um objeto de percepção, ou melhor, é interpor uma camada interpretativa entre a consciência e o que é percebido. Esse terceiro é então um interpretante. O signo seria então: um primeiro; o objeto, um segundo e o interpretante, um terceiro. terceiridade (representação/Mediação): E a terceiridade é a própria mediação entre duas coisas numa experiência de consciência sintetizadora; é a consciência de um processo na forma de aquisição, de crescimento mental, de complexificação; o elemento cognitivo deve ser geral e ter o estatuto de representação; é moldadora da conduta e da inteligibilidade; é predicado de muitos, isto é, o individual na sua multiplicidade, contido nas relações do conceito. “O que em mim sente está pensando” Fernando Pessoa O signo está, portanto, numa relação a três termos e sua ação é bilateral: de um lado, o representamen (signo) representa o que está fora dele, seu objeto; e de outro lado, dirige-se para alguém em cuja mente se processará sua remessa para um outro signo ou pensamento onde seu sentido se traduz, o interpretante. 1ª Definindo os elementos da tríade representamen é o signo em si, ou seja, é a propriedade que identifica o signo tal como ele é, no instante em que se analisa. O representamen desencadeia instantaneamente a relação - por ele mediada - com os dois outros correlatos do signo (objeto e interpretante), sendo que ele é determinado pelo objeto e determina o interpretante. O objeto determina o signo e a quem o signo faz referência. Por ser algo que denota as características de referencialidade, o objeto tem suas características regidas pela secundidade. O signo representamen estabelece um tipo de relação de troca (ação e reação) com o objeto, propiciando que o signo carregue, em si, algum tipo de correspondência com seu objeto. Aquilo que, dentro do signo, apresenta alguma correspondência com algo fora (objeto dinâmico) do signo é o objeto imediato. Objeto imediato O objeto imediato é a parte do objeto que aparece no signo, ou seja, é a referência imediata do objeto que o signo apresenta. “O modo como o signo representa, indica, se assemelha, sugere, evoca aquilo a que ele se refere é o objeto imediato. Ele se chama imediato porque só temos acesso ao objeto dinâmico através do objeto imediato, pois, na sua função mediadora, é sempre o signo que nos coloca em contato com tudo aquilo que costumamos chamar de realidade”. (Santaella) Objeto dinâmico O objeto dinâmico é toda a potencialidade de determinação do signo, o leque infinito de propriedades passíveis de representação pelo signo. “Embora seja o objeto que está fora do signo, sendo, por isso mesmo, menos diretamente apreendido do que o objeto imediato, (...) o objeto dinâmico é aquilo que determina o signo e ao qual o signo se aplica. Todo o contexto dinâmico particular, “realidade” que circunda o signo se constitui em seu objeto dinâmico. (...) O objeto dinâmico é sempre infinitamente mais amplo do que o signo”. (Santaella) o interpretante tem a regência da categoria da terceiridade e configura-se como o desdobramento interpretativo do signo. Todo processo de representação signíca é dada pela relação de que o objeto determina o signo/representamen que será representada por outra (interpretante). Enquanto unidade representacional, o interpretante é “(...) criado pelo signo na sua capacidade de receber a determinação do Objeto”. (Peirce) Tipos de interpretante O interpretante imediato está dentro do signo. É o potencial que todo signo tem para ser interpretado tão logo encontre um intérprete. Qualidade de impressão que um signo está apto a produzir, não diz respeito a qualquer reação. O interpretante dinâmico é o interpretante atualizado em um ato interpretativo singular, isto é, na mente do intérprete, o efeito produzido. Ao interpretante final, cabe a meta ideal interpretativa, aquilo que o interpretante seria se todo o potencial do signo fosse atualizado, limite último (se isso fosse possível) de realização dessa interpretabilidade. O interpretante final não consiste na forma pela qual uma mente age, mas pela forma pela qual qualquer mente deveria agir, é o interpretante que poderia ser gerado, caso todos os interpretantes dinâmicos fossem capazes de esgotar o potencial significativo do signo. Classes de signo - todo signo se relaciona primeiramente consigo mesmo, em seguida com seu objeto e, por fim, com seu interpretante. O signo na relação com o representamen ou o signo em si mesmo Qualissigno (abstrativo) = o representamen é regido pela predominância da primeiridade. Ou seja, o tipo de signo cujo fundamento é uma qualidade ou compósito de qualidades. Por vezes, tão qualitativo quenão o alcançamos, pois é apenas uma possibilidade. Se o alcançamos, se representado, ele deixa esse estado de pura qualidade. Portanto, esse tipo não tem em si potencial para agir como signo, só podendo assim agir quando encontra um intérprete que estabelece uma relação de similaridade entre a qualidade que se apresenta no signo e uma outra qualidade, isto é, associa uma qualidade a outra. Em suma, é um tipo que tem o poder de sugestão ao signo. O signo na relação com o representamen ou o signo em si mesmo Sinsigno (concretivo) = já o representamen que tem seu fundamento em um sinsigno é regido pela secundidade. Isso implica ser ele um fato existente, real e singular. A característica de ser singular é, justamente, de onde deriva o prefixo “sin” de “sinsigno”. Quando nos referimos a algo como sendo um sinsigno, dizemos que temos um fato diante de nós. Um fato específico, sui generis, próprio, dotado de uma singularidade específica e particular. Legissigno (coletivo) = no caso de o fundamento do representamen ser um legissigno, predomina a categoria da terceiridade. Por ser regido por esta categoria, o representamen é da ordem da generalidade, convencionalidade, por ser intrínseco à sua natureza, o seu caráter legal. Entender algo como sendo um legissigno significa dizer que esse signo é parte de um contexto já conhecido de sua existência. Assim são, por exemplo, os códigos civis, penais, leis de trânsito ou até mesmo convenções existentes. Um bom exemplo são as atitudes de fair play em competições esportivas. 1ª TRICOTOMIA QUALISSIGNO “é uma qualidade que é um signo”. SINSIGNO "é uma coisa ou evento existente e real que é um signo”. LEGISSIGNO “é uma lei que é um signo”. Normalmente é resultado de convenções, ou mesmo determinada pela natureza. QUALISSIGNO “Tomemos, por exemplo, uma cor, qualquer cor, um azul claro, sem considerar onde a cor está CORPOREIFICADA, sem considerar que é uma cor existente e sem considerar seu contexto. Tomemos a cor, nela mesma, só cor pura cor”. (SANTAELLA) Quantos artistas não fizeram obras para nos embriagar apenas com uma cor ? Por que uma simples cor pode funcionar como signo ? “Ora, uma simples cor, como o azul claro, produz uma cadeia associativa que nos faz que nos faz lembrar o céu, mar, roupa de bebê etc, por isso mesmo, a mera cor não é o céu, a roupa de roupa de bebê, mas lembra, sugere isso. SINSIGNO UM SINSIGNO É UMA COISA OU EVENTOS EXISTENTES, TOMADOS COMO SIGNO. • O SIN inicial do sinsigno indica que se trata de uma coisa ou evento singular, no sentido uma “única vez”. Observa Pierce que o sinsigno só pode existir através da qualidade, razão pela qual ele envolve um vários qualisignos. LegISSIGNO • São signos usados segundo as normas, por exemplo, as letras de um alfabeto de uma língua, as palavras de uma língua, os signos matemáticos, químicos, os sinais de transito, os graus do termômetros, dentre outros. (Walter Bense) O semáforo é o sinsigno e pode envolver mais de um qualissigno. O entendimento de parar, esperar, ir em frente são legisignos. Cores e formas coma vermelhidão e o redondo são qualissignos. Na primeira tricotomia ainda, forma e cor qualisignos. Forma e cor dão existência, singularizam o que chamamos de marca, o que seria o sinsigno. Por convenção esta a marca é conhecida como a marca de um beijo o que a torna um legissigno, visto que o legissigno é uma ideia universalizada – uma convenção substitutiva do conjunto que a singularidade representa. 2ª TRICOTOMIA •ICONE •ÍNDICE •SÍMBOLO O signo em relação com o objeto (dinâmico) Ícone = se o fundamento do signo é uma qualidade, um qualissigno, na relação com seu objeto ela só pode ser um ícone, isto é, só pode representar algum objeto por semelhança de qualidades. ICONE É um signo que tem alguma semelhança com o objeto representado. Ex. Uma escultura, fotografia de um carro. O signo em relação com o objeto (dinâmico) Índice = se o fundamento do signo é um singular, existente, na relação com o seu objeto, outro existente e singular, ao qual o sinsigno está existencial e espacialmente conectado, este signo é um índice. É característica desse tipo de signo possuir um objeto definido. Exemplos de índices não faltam, pois eles nos rodeiam existencialmente. O mercúrio elevado no termômetro é o índice da alta temperatura de um corpo, por exemplo. INDICE Mantém uma relação causal de contiguidade física com o que representam. É o caso dos signos ditos naturais. Ex: palidez para o cansaço, a fumaça para o fogo, a nuvem para a chuva, pegadas na areia. O signo em relação com o objeto (dinâmico) Símbolo = se o fundamento do signo é um legissigno, em relação ao objeto, o signo é um símbolo. A lei determina por meio de um hábito na mente do intérprete que o símbolo será interpretado de acordo com essa lei. As palavras, por exemplo, são símbolos porque suas leis de representação são estabelecidas por convenção. No contexto da publicidade, por exemplo, os logotipos são símbolos (marcas visuais) das empresas. Criados de maneira arbitrária, os símbolos facilitam a comunicação, na medida em que a sua significação é compartilhada por convenção estabelecida por um conjunto grande de pessoas. simbolo O símbolo é um signo ao objeto denotado em virtude de uma associação de ideias produzidas por uma convenção. É de natureza geral. Há no símbolo uma certa espécie de Índice. (Pierce afirma que não existe um signo puro) Ex: A cor verde como símbolo de esperança (convenção); Bandeira – símbolo da Pátria; Pomba – Símbolo da Paz. O signo na sua relação com o interprete Rema = o signo remático (rema) tem seu interpretante regido pela primeiridade. Por estar ligado ao interpretante, o rema (assim como o dicente e o argumento) é da ordem do pensamento. O rema é da ordem das qualidades de pensamento, ou seja, de onde brotam as conjecturas. Insights, hipóteses, premissas são bons exemplos para a caracterização do rema. (raciocínio abdutivo) Dicente = dicente tem predominância de secundidade e é caracterizado, portanto, pela declaração daquilo que um fato pode querer dizer dos objetos a que se aplica. Uma explicação sobre um ocorrido é um dicente, na medida em que é necessário se estabelecer relações factuais para entender o evento. Argumento = já o argumento tem a predominância da terceiridade regendo seu interpretante. O argumento é um tipo que tem seu objeto e representamen regidos por essa mesma categoria, ou seja, ele é uma validação de uma lei, uma vez que seu objeto é caracteristicamente um símbolo e seu representamen um legissigno. CLASSES DE SIGNOS 1ª CLASSE - Quali-signo Icônico Remático “É uma qualidade qualquer, na medida em que é um signo. Dado que uma qualidade é tudo aquilo que positivamente é em si mesma, uma qualidade só pode denotar um objeto por meio de algum ingrediente ou similaridade comum, de tal forma que um Qualissigno é necessariamente um Ícone. Além disso, como uma qualidade é uma simples possibilidade lógica, só pode ser interpretada como um signo de essência, ou seja, um Rema” (Peirce ). Exemplos: Pintura abstrata considerando a sua qualidade primeira – Sensação - (cores, luminosidade, textura), sem tentarmos interpretar (nivel da Primeiridade). Tela de cinema com uma cor vermelha forte e luminosa, como no filme “Gritos e Sussuros” de Bergman. 2ª CLASSE - Sin-signo Icônico Remático “todo objeto de experiência na medida em que alguma de suas qualidades faça-o determinar a idéia de um objeto. Sendo um Ícone e, com isso, um signo puramente por semelhançade qualquer coisa com que se assemelhe, só pode ser interpretado como um signo de essência, ou Rema. Envolve um Quali-signo” (Peirce). Exemplos: A triangulação para representar os três polos que constituem um signo e suas relações; organograma de uma empresa 3ª CLASSE - Sin-signo Indicativo Remático “É todo objeto da experiência direta na medida em que dirige a atenção para um objeto pelo qual sua presença é determinada. Envolve necessariamente um Sin-signo Icônico de um tipo especial do qual, no entanto, difere totalmente dado que atrai a atenção do intérprete para o mesmo objeto denotado.” (Peirce). Exemplo: O aluno ficou corado de vergonha ao levar uma bronca da professora; Risada de um bebê. (Nivel de Primeiridade – rema - sensação).
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