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Crédito fundiário no Brasil

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Crédito fundiário no Brasil: instrumento de ordenamento fundiário?
Acadêmicos: Lucas E. polli
 Adolfo J. Gasparetto
Professora: Idiane M. Radaelli
Disciplina: Política e Desenvolvimento Rural
Introdução
A estrutura fundiária do Brasil é uma das mais concentradas do mundo;
Poucas mudanças ao longo da história;
Nos últimos vinte anos a concentração fundiária dos estabelecimentos agropecuários acima de mil hectares manteve‑se basicamente a mesma;
Esse estrado de área possui apenas 0,91% do total de unidades produtivas, mas reúne mais de 43% da área total
Políticas de ordenamento fundiário existentes;
Três principais ações
Distintos resultados e capacidades de intervenção
Reforma agrária
Mais antiga e conhecida:
Estado desapropria;
Beneficiando diversas famílias de agricultores sem terra;
Política é conduzida pelo (Incra);
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
Primeiro marco legal o Estatuto da Terra, de 1964 ainda em vigor;
Outras duas políticas foram instituídas mais recentemente;
 Conduzidas pelo (SRA) do (MDA) Secretaria de Reordenamento Agrário;
 E (Serfal)Secretaria Extraordinária de Regularização Fundiária da Amazônia Legal;
Uma está voltada para a regularização fundiária (título): Intervenção do SRA como da Serfal;
Outra, denominada de crédito fundiário;
Financia a aquisição de terras por agricultores familiares:
Sem terra;
Possuem áreas insuficientes para a reprodução social da família;
Coordenado pela SRA;
Desde o final do século XX diversos programas de crédito fundiário foram executados na América Latina e África:
Principais: Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai e África do Sul.
Com apoio técnico e financeiro do Banco Mundial (BM);
O caso brasileiro:
Considerado a iniciativa mais abrangente;
Em número de famílias e volume de recursos aplicados.
Programa Cédula da Terra (PCT)
Primeira experiência de crédito fundiário no Brasil;
Teve início em 1996
Durante o governo Fernando Henrique Cardoso
Banco da Terra (BT)
1998, fruto do PCT;
Intenção de difundir o crédito fundiário para outras regiões do país;
Reações políticas a essas iniciativas foram diversas;
Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF)
Instituído em 2003;
Mesmo com desconfianças;
Início do governo Lula;
Representa uma fusão de normas previstas no PCT com aquelas do Banco da Terra;
A emergência do Programa de Crédito Fundiário no Brasil
		Desde o início da década de 1990, o Banco Mundial preconizava a dinamização dos mercados fundiários para atingir dois objetivos fundamentais: distribuir terra para agricultores familiares e trabalhadores sem terras e combater a pobreza rural.
		Os argumentos principais a favor da nova política consistia em afirmar que o crédito fundiário seria capaz de substituir os conflito gerados pela luta pela terra por uma atitude de cooperação por parte dos grandes proprietários de terras.
No Brasil, o crédito fundiário emergiu durante o governo Fernando Henrique Cardoso (FHC);
Período de forte pressão; 
Os principais atores envolvidos na luta pela terra: MST, Contag e Comissão Pastoral da Terra (CPT);
Em suma, pode‑se dizer que o crédito fundiário tem enfrentado ao longo da sua trajetória duas dificuldades fundamentais: 
i) resistências de cunho ideológico; 
ii) falta de tradição e de bases técnicas das principais agências públicas de desenvolvimento rural nessa área de intervenção;
A segunda questão está relacionada, dentre outros aspectos, à falta de mecanismos públicos de acompanhamento do mercado de terras; 
Transformações e continuidades dos programas de crédito fundiário no brasil: desafios e principais resultados
Processo de transição entre os diferentes Programas de crédito fundiário (PCT, BT e PNCF);
Programa Cédula da Terra 
Banco da Terra
 Programa Nacional de Crédito Fundiário
PCT
Objetivos principais:
Reduzir a pobreza rural, por meio do aumento da renda familiar;
Elevar o rendimento agrícola;
Testar o mecanismo da reforma agrária de mercado como alternativa ao modelo tradicional de reforma agrária
previa empréstimos para aquisição de terras
Prazo de dez anos para pagamento, incluindo três anos de carência;
Limite de crédito de US$11.200,00;
Incluso os gastos com a compra da terra, registro em cartório, serviços topográficos, impostos e investimentos comunitários;
Ainda US$1.300,00 a fundo perdido, a título de ajuda para instalação;
Duas críticas fundamentais foram formuladas em relação ao PCT:
Influências externas exercidas nas etapas de criação das associações, seleção das famílias e processo de aquisição de terra;
E as condições de pagamento, com taxas de juros acima da inflação, o que acarretou no endividamento da maioria das famílias beneficiadas;
BT
No processo de negociação entre o governo federal e o Banco Mundial, visando a formulação de proposta semelhante para todas as regiões do Brasil foi estado o Banco da Terra;
Impulsionada, principalmente, pela escassez de recursos fundiários para desapropriações de terra nas regiões Sul e Sudeste e pela queda nos preços das terras registrada na época;
Financiamentos chegavam a até quarenta mil reais;
Juros variavam de 6 a 10% ao ano;
30 a 50% de bônus por adimplência;
A renda bruta anual deveria ser inferior a 15 mil reais;
Patrimônios não podia exceder o valor de 30 mil reais;
O objetivo principal do BT passou a ser o fortalecimento da agricultura familiar e não o combate à pobreza rural;
Durante os seus seis anos de vigência (1998‑2003), atendeu um total de 34.655 mil famílias no Brasil;
Com maior adesão no Rio Grande do Sul e Santa Catarina;
PNCF
Criado no governo Lula;
Possui estrutura semelhante ao PCT e ao Banco da Terra;
Incorporou uma inovação:
Linha Combate à Pobreza Rural (CPR); Com financiamentos coletivos por meio de grupos de agricultores organizados em associações, semelhante ao PCT;
Se orienta para os estados nordestinos;
Linha Consolidação da Agricultura Familiar (CAF); Que beneficia de forma individual famílias de agricultores com terras insuficientes para garantir a sua reprodução social, arrendatários, parceiros e meeiros; 
Se volta mais para as regiões Sudeste e Sul;
Tornou‑se a mais importante das políticas de crédito fundiário criadas no país;
Em 2013, suas ações já tinham beneficiado 93.827 famílias, sendo 48.643 pela linha CPR e 45.184 pela modalidade CAF;
Grande critica as politicas de credito fundiário é o alto índice de inadimplência dos contratos. 
Esse aspecto induziu a uma reformulação do PNCF, no início de 2013.
A inadimplencia é maior entre os beneficiarios do Banco da Terra, pois os juros de 6% a 10% a.a. contrastam com os praticados pelo PNCF 2% a 5% a.a.
A inadimplência física refere-se a quantidade de atrasos de uma ou mais parcelas em atraso, em função do total de contratos.
Inadimplência financeira corresponde ao percentual de recursos em atraso em função do valor total financiado.
Dados de 2010 indicam que do total de contratos inadimplentes da carteira do crédito fundiário:
47% pertencem ao Programa Cédula da Terra
31% ao Banco da Terra. 
22% restantes ao PNCF.
Apesar da elevada inadimplência financeira ser alta 8% em média, destaca-se:
Santa Catarina (3,1%) e Rio Grande do sul (4,1%).
Alagoas (16,7%).
Considerações finais 
Desde sua concepção essa modalidade de intervenção fundiária enfrentou resistência de cunho ideológico de organizações da sociedade civil implicadas na luta pela reforma agrária.
A politica de credito fundiário interveio em dois grandes desafios:
Sucessão de unidades agrícolas familiares e a consequente permanência de jovens no campo
Enfrentamento da pobreza rural
Mesmo com dados referentes a inadimplência gerem questionamentos sobre a eficácia dessa politica, é inegável que ela beneficia uma parcela significativa de famílias de agricultores.
Os dados relacionados à inadimplência evidenciam que os beneficiários
mais pobres têm enfrentado dificuldades de gerar a renda suficiente para viabilizar a sobrevivência.

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