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ESTUDO DIRIGIDO O DIREITO NA HISTÓRIA UMA REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE A PESQUISA JURÍDICA NO BRASIL

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Universidade Federal da Bahia 
Faculdade de Direito 
 
 
 
 
Maria Clara de Souza Santos 
 
 
 
 
Estudo dirigido sobre o texto: “O Direito Na História: Uma Reflexão Crítica 
Sobre A Pesquisa Jurídica No Brasil” 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador, 2017 
 
Maria Clara de Souza Santos 
 
 
 
 
 
 
Estudo dirigido sobre o texto: “O Direito Na História: Uma Reflexão Crítica Sobre A 
Pesquisa Jurídica No Brasil” 
 
 
 
 
 
 
 
Estudo dirigido apresentado ao curso de Direito, 
da Universidade Federal da Bahia como 
pré-requisito de avaliação parcial da disciplina 
Metodologia da Pesquisa em Direito, solicitado 
pela professora Sara da Nova Quadros Cortes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador, 2017 
JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEXTO 
Optei por construir meu estudo dirigido sobre esse texto específico em virtude de 
tratar de um dos temas chave da nosso componente, bem como por conta da reputação de seu 
autor. José Sacchetta Ramos Mendes é professor de dedicação exclusiva na Universidade 
Federal da Bahia, e já foi Vice-Diretor do IHAC/UFBA durante os anos de 2013 à 2015, fato 
que despertou meu interesse em seu texto, sendo eu uma admiradora da implantação dos 
Bacharelados. 
1- PROBLEMAS 
A crise na pesquisa em Direito nas universidades brasileiras: razões para o atraso da 
pesquisa em Direito em relação às demais áreas das Ciências Humanas. 
Aplicação das leis como um problema central no uso dos textos legais como fonte de 
pesquisa. 
 
2- OBJETIVOS 
● Geral 
O ensaio busca perceber alguns dos dilemas que envolvem o rigor científico na área 
da pesquisa em direito. Tendo também como objetivo compreender as possibilidades de 
realização da pesquisa com a matéria jurídica, em perspectiva transdisciplinar, neste início de 
século XXI. 
 
● Específicos 
O texto propõe subsídios para uma abordagem do desenvolvimento da pesquisa 
acadêmica em Direito, no Brasil, nas últimas décadas, distinguindo a atividade do educador e 
a prática profissional do operador do Direito. E, por fim, reflete acerca do emprego de bases 
normativas como fonte de investigação por outros campos do conhecimento. 
 
3- HIPÓTESE 
A hipótese que rege este ensaio, constitui-se na constatação de que: a prática 
profissional do Direito que se confunde com sua elaboração teórica, vinculada ao isolamento 
da pesquisa na acadêmia, são fatores agravantes de uma crise na pesquisa acadêmica que 
acontece há anos na área. A soma desses fatores resulta no prejudicio do avanço nas 
pesquisas das universidades brasileiras. 
 
4- METODOLOGIA 
A partir de uma perspectiva crítica, usa de várias fontes históricas e autorais para 
abordar trajetória de avanços e retrocessos ligados a pesquisa acadêmica jurídica no Brasil. 
 
5- MARCO TEÓRICO 
Logo em sua introdução, Sacchetta cita o teoria do ordenamento jurídico, e faz uma 
reflexão de como as formulações politemáticas de Norberto Bobbio foram importantes para o 
Direito, Bobbio serviu como ponto de partida para abordagens das fontes normativas por 
outras áreas do conhecimento. Também é ressaltado, na introdução do ensaio, o fato do 
mesmo ter sido prospectivo em seu momento histórico, já que almejava uma sociedade livre, 
democrática e laica durante uma época de ascensão do nazismo e fascismo. 
A teoria da tridimensionalidade, fruto dos trabalhos do filósofo e jurista Miguel Reale, 
tem sua importância delineada no fato de trazer a advocacia para dentro da pesquisa 
universitária brasileira, feito que pavimentou o caminho para a produção de pareceres 
casuístas. Pareceres estes que Sacchetta assinala como uma distorção da pesquisa. A teoria 
da tridimensionalidade consiste em: “as três dimensões componentes do fenômeno jurídico, 
segundo Reale, são fato, valor e norma, categorias de análise que, trasladadas para a ação do 
operador do Direito, deram origem a certa simplificação metodológica. Assim, por exemplo, 
de acordo com essa visão, no pedido judicial teríamos 1) a exposição dos fatos, 2) a 
atribuição de valores àqueles fatos e 3) a proposta de solução do problema conforme os 
dispositivos legais pré-existentes”. Sacchetta afirma que o atraso em que a pesquisa em 
Direito se encontraria, em relação ao conjunto das Ciências Humanas, se dá, em boa parte 
parte, por conta da influência de Reali no cenário da época, por conta do respeitado jurista 
não distinguir a pesquisa em Direito da sua prática profissional. 
A confusão entre a prática jurídica e a pesquisa acadêmica é constatada por uma 
reflexão coletiva sobre a questão, feita no Núcleo Direito e Democracia, do Centro Brasileiro 
de Análise e Planejamento (Cebrap), e sintetizada por Marcos Nobre, como uma das causas 
desse atraso da pesquisa em Direito. E que, segundo Nobre, o isolamento das pesquisas no 
interior da universidade, constitui outro fator agravante da situação. A crítica é feita sobre a 
produção do conhecimento ser feita entre os profissionais do Direito, e não segundo critérios 
de pesquisa científica. Circunstâncias essas, apontadas pelo autor, que dificultantes para 
diferenciação entre a atividade do educador (num sentido amplo, que reúne e integra docência 
e pesquisa) e a prática profissional do operador do Direito (ou do agente do Direito, na 
nomenclatura de caracterização participativa). 
Sacchetta retoma a Bobbio quando escreve sobre o emprego que outros ramos do 
conhecimento têm feito do Direito. Bobbio tem seu trabalho fundamentado na aproximação 
das Ciências Humanas, entretanto, Sacchetta acredita que um problema central está situado 
no distanciamento entre a vigência da norma e sua efetividade, para ele, estudiosos de outras 
áreas não tem o discernimento necessário para indagar sobre de forma precisa. 
José Eduardo Faria é evocado para distinguir a eficácia jurídica da eficácia social. 
Sendo a primeira como a regulamentação legal de uma norma e a eficácia social quando as 
pessoas sujeitas àquela norma de fato a efetivam. 
Pensando na aplicação e realização do Direito, o autor do ensaio constata que a 
efetividade da norma depende não somente do critério hermenêutico mas também do 
julgamento, em conjunto, dos que estão sujeitos a obedecê-la. É nesse contexto que traz o 
exemplo abordado pelo historiador Boris Fausto, que menciona a situação vivida com a Carta 
de Lei de 1824 onde sua aplicação era muito relativa já que sua realidade se distanciava do 
que que estava no documento. 
 
 
 
 
 
Salvador, 2017

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