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Prof. Edmar das Mercês Penha ` Esta comparação é interessante pelo aspecto econômico do processo. Imaginemos que uma mesma fermentação fosse conduzida de duas formas diferentes: em batelada e por processo contínuo. ` Qb = quantidade de produto obtido na batelada ` Qc = quantidade de produto obtido no processo contínuo ` Vb = volume do reator usado para o processo em batelada ` Vc = volume do reator usado para o processo contínuo ` ` Para efeito de comparação torna-se necessário supor que serão empregados equipamentos de igual volume. Logo: ` Vb = Vc ` ` Pretende-se, então, determinar a relação entre as produtividades ` P = Qc /Qb ` A relação P, depende do tempo total gasto no processo, em ambos os casos. É necessário, portanto, determiná-lo em cada caso. ` ` Consideremos ainda: ` a = tempo necessário para o preparo do inóculo e esterilização do meio e do fermentador no processo em batelada ` b = tempo para crescimento do microrganismo no fermentador em batelada ` q = tempo de residência no reator em regime contínuo ` Admitamos que no processo contínuo, o início da alimentação comece exatamente no final do processo em batelada, e que esta, por sua vez, termine ainda na fase exponencial de crescimento do microrganismo agente da fermentação. ` Denominemos, por fim : ` Xb = concentração de células no final de uma batelada ` Xc = concentração de células no mosto que sai do fermentador em regime estacionário ("Steady-state") do processo contínuo ` No caso deste processo ser conduzido numa dorna de volume V, vejamos a quantidade de células (exemplo de produto visado)obtidas durante as várias bateladas fermentadas num tempo de operação "t". Logo: ` Produção de células em cada batelada: Xb.V ` Número de bateladas no tempo "t": t / (a + b) ` Produção de células no tempo "t": Qb = [(Xb.t)/(a + b)].V ` No caso do processo ser conduzido no mesmo reator de volume V e tendo seu final ao término do tempo "t", estipulado para comparação com a batelada. Então: ` Produção de células em cada circulação do mosto no reator: Xc.V ` Número de circulações no tempo "t": [t - (a + b)]/q ` Produção de células após [t - (a+b)]/q circulações: {Xc[t-(a+b)].V}/q ` Entretanto, ao se considerar findo o tempo "t", restam ainda dentro do reator "Xc.V" células. Logo, a massa total de células produzidas no processo contínuo será: ` Qc = {Xc[t-(a+b)].V/q} + Xc.V ` P = Qc /Qb = {Xc (a+b)[t-(a+b)]/Xb.q.V} + [(Xc/Xb).(a+b)/t] ` P = {Xc[t-(a+b)].V} + Xc.V / [(Xb.t)/(a+b)].V ` P = {{Xc[t-(a+b)].V}/q + Xc.V }. [(a+b)/(Xb.t.V)] ` P = {{Xc[t-(a+b)](a+b).V} / (q.Xb.t.V)} + {[V.Xc(a+b)q]/q.Xb.t.V]} ` P = {{Xc[t-(a+b)](a+b)} / q.Xb.t} + {[Xc(a+b)]/(Xb.t)} ` P = {{Xc[t-(a+b)](a+b)} / q.Xb.t} + {[Xc(a+b)]/(Xb.t)} ` Se "t" for muito maior do que (a+b), como acontece em geral, (a+b)/t será, então, muito pequeno e a expressão ficará da seguinte forma: ` P = {Xc(a+b)[t-(a+b)]} / (Xb.q.t) ` P = {Xc(a+b)[t-(a+b)]} / (Xb.q.t) ` Nos casos em que Xb = Xc, isto é, a concentração de microrganismos obtidos no mosto da fermentação em batelada é a mesma que no mosto da contínua que deixa a dorna, a equação fica: ` P = {(a+b)[t-(a+b)]} / (q.t) ` Trabalhos conduzidos com Escherichia coli determinaram que o tempo necessário para a preparação da dorna de fermentação, do mosto e do inóculo é de 8 horas. O tempo de crescimento da bactéria em cultivo em batelada é também de 8 horas. Já o tempo de residência no reator no cultivo em regime contínuo é de 2 horas. ` Qual a relação entre as produtividades dos dois processos? ` Pela equação temos: P = {(a+b)[t-(a+b)]} / (q.t) ` a = 8 h ` b = 8 h ` q = 2 h ` P = (8+8)[t-(8+8)] / 2t ` P = 16(t-16)/2t ` P = (16t-256)/2t ` P = 8 - (128/t) ` OBS: Se o cultivo em ambos os casos durasse um tempo extremamente longo, então: P = 8. ` Ou seja, a produção do processo em regime contínuo seria 8 vezes maior do que o de bateladas.
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