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Resumo Introdução Ciências Sociais

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Stéphanie Estrella
Marx 	
Para Marx, conflitos são fontes de mudanças sociais;
No capítulo trabalhado, fala sobre o conflito quanto ao tempo diário do consumo da força de trabalho comprada pelo capitalista;
Leis fabris: Estado interfere na economia limitando coercitivamente a jornada de trabalho. Essas leis precisam de recursos e de quem as aplique.
“Parlamento promulgou, de 1802 a 1833, 5 leis sobre o trabalho, mas foi tão astuto que não voltou um tostão sequer para sua aplicação compulsória, para os funcionários necessários etc. Essas leis permaneceram letra morta”
No modo de produção capitalista, há um tempo mínimo de trabalho necessário para a reprodução da força de trabalho, que seria a parte do trabalhador + lucro.
O resultado do conflito entre a classe trabalhadora e os capitalistas é a regularização
Na livre concorrência, a jornada de trabalho não depende apenas da boa vontade do capitalismo individual.
As mudanças sociais são desencadeadas por mudanças tecnológicas ou por luta de classes com interesses antagônicos. Os indivíduos podem mudar a sociedade, desde que se aliem à classe revolucionária.
Determinismo social: no capitalismo, a infraestrutura (forças produtivas somadas às relações de produção) econômica determina a superestrutura (Estado, direito, religião, cultura etc) ideológica, garantindo o poder da classe dominante.
Marx e a Sociologia conflitualista: os grupos sociais estão em conflito uns com os outros e os conflitos são fonte de mudanças sociais.
Questões que já caíram em provas:
Durkheim
Sociologia funcionalista: uma sociologia de coesão social. Cada parte da sociedade contribui para manter a coesão e a estabilidade do todo. “Fatos sociais (partes) existem em função da sociedade (todo)”;
Analogia organicista: tal qual os órgãos do corpo, as partes da sociedade normalmente funcionam de modo harmônico e benéfico para o conjunto
Os efeitos das transformações modernas na integração dos indivíduos na sociedade são: 
{teoria da modernidade}:
• divisão do trabalho 
• especialização das funções
• diferenciação social
• novos tipos de laços sociais
• problemas de coesão social
 patologias sociais: 		
anomia (situação-limite transitória e disfuncional em que há uma carência de mecanismos eficazes de regulação social e fica difícil para o indivíduo compreender seu papel social) 
divisão do trabalho forçada (distribuição das funções sociais não corresponde à distribuição dos talentos naturais)
O que indica se a solidariedade é mecânica ou orgânica é o tipo de direito.
Solidariedade Mecânica = sociedade tradicional:
{características}:
consciência coletiva ou comum;
um ato é criminoso quando ofende os estados fortes e definidos da consciência coletiva;
direito repressivo;
“direito penal [...] só edita sanções, mas nada diz das obrigações a que elas se referem”
povos primitivos punem por punir;
coesão social
“A consciência individual, considerada sob esse aspecto, é uma simples dependência do tipo coletivo [...]. Nas sociedades em que essa solidariedade é muito desenvolvida, o indivíduo não se pertence; [...] ele é literalmente, uma coisa de que a sociedade dispõe.” (p. 107-108) “[...] propomos chamar de mecânica essa espécie de solidariedade.” (p. 107).
Solidariedade orgânica = sociedade moderna:
{características}:
é fruto da divisão do trabalho;
cada indivíduo tem uma tarefa diferenciada em uma sociedade complexa, tornando-se dependente dos demais;
direito restitutivo que órgãos cada vez mais especiais: tribunais consulares, tribunais trabalhistas, tribunais administrativos...
“O que distingue essa sanção é que ela não é expiatória, mas se reduz a uma simples restauração. [...] O juiz [...] enuncia o direito, não enuncia as penas. As indenizações por perdas e danos não têm caráter penal, são somente um meio de voltar ao passado para restituí-lo, na medida do possível, sob sua forma normal.”
Weber
Perspectiva hermenêutica e não-positivista (não há distinção clara entre sujeito e objeto)
Poder é a probabilidade de que uma pessoa consiga impor sua própria vontade numa relação social, mesmo contra resistência;
A dominação é uma forma especial de poder, pois conta com um elemento voluntário, a obediência. As pessoas obedecem não apenas por conta da ameaça do uso de instrumentos coercitivos, mas atribuem legitimidade à pessoa que exerce autoridade.
Tipos puros de dominação:
 Dominação racional-legal: baseada na crença da legitimidade das ordens estatuídas e do direito de mando daqueles que, em virtude dessas ordens, estão nomeados para exercer essa função (forma de dominação associada ao Estado moderno, exercida pela autoridade burocrático-administrativa, legitimidade é oriunda da ordem jurídica)
“A administração puramente burocrática é [...] a forma mais racional de exercício de dominação, porque nela se alcança tecnicamente o máximo de rendimento em virtude de precisão, continuidade, disciplina, rigor e confiabilidade, isto é, calculabilidade [...].” 
Dominação tradicional: baseada na crença cotidiana na santidade das tradições vigentes desde sempre e na legitimidade daqueles que, em virtude dessas tradições, representam a autoridade.
Dominação carismática: baseada na veneração extracotidiana da santidade, do poder heroico ou do caráter exemplar de uma pessoa e das ordens por esta revelada ou criada.
Estado moderno precisa de um aparato burocrático para exercer poder
Burocracia: 
Impessoalidade e legalidade: a autoridade está no cargo ocupado por uma pessoa em uma organização e nos poderes conferidos aos ocupantes deste cargo, a autoridade é impessoal, portanto permanece mesmo que as pessoas que ocupem estes postos mudem e os poderes são conferidos pelo direito instituído.
Sociologia compreensiva: sociologia de ação social, enfoca como as pessoas interagem entre si na vida cotidiana e como elas interpretam sua interação social.
Determinismo social: rejeita o determinismo das estruturas sociais, sustentando que em grande medida o indivíduo é resultado de suas próprias escolhas, entretanto as possibilidades de escolha são limitadas pelas oportunidades oferecidas pela sociedade e pelo conhecimento de cada indivíduo acerca delas
Mudanças sociais não estão necessariamente associadas a uma esfera social específica; esferas são autônomas, mas não independentes, exercem influência entre si (esferas sociais: religião, economia, política, direito; são criadas pela divisão do trabalho). Só o líder carismático, cuja autoridade é vista como socialmente legítima, pode alterar significativamente os rumos da história
As perspectivas conflitualista e funcionalista são estruturalistas, isto é, atribuem grande peso às estruturas sociais na determinação dos comportamentos individuais. A perspectiva compreensiva distingue-se, pois tende a atribuir maior liberdade às pessoas para escolher e agir, sustentando que os indivíduos são capazes de decidir seus próprios rumos e resistir aos condicionamentos sociais.
Conflitualista: conflitos com a estrutura
Funcionalista: fenômeno ligado a coesão social	
Considerações Finais Unidade I
Durkheim (funcionalista)
Individuo: ser social, determinado pelo meio.
O indivíduo tem poucas possibilidades de transformar a sociedade
Weber (compreensiva)
Cada indivíduo tem liberdade de escolha (agência > estrutura)
Sociedade é resultado direto das ações dos indivíduos
Rejeita o determinismo de Durkheim
Marx (conflitualista)
Sociedade rege a conduta dos indivíduos (estrutura > agência)
Concorda com o determinismo social
Convergências entre Durkheim e Weber: 	
Liberdade limitada: poder de escolha condicionado a vários aspectos
Convergências e Divergências
 As perspectivas conflitualista e funcionalista são estruturalistas, isto é, atribuem grande peso às estruturas sociais na determinação dos comportamentos individuais
 A perspectiva compreensiva distingue-se pois tende a atribuir maior liberdade às pessoas para escolher e agir, sustentando que os indivíduos são capazes de decidir seus própriosrumos e resistir aos condicionamentos sociais
Boaventura
Emancipação (progresso) x regulação (ordem);
Modernidade sustentada por dois pilares: emancipação e regulação.
Emancipação se divide em três colunas: direito moderno, ciência e arte;
Regulação se divide em: mercado, Estado e comunidade.
Desequilíbrio interno e externo desses dois pilares.
Da pré-modernidade pra modernidade: revoluções liberais 
Modernidade: primeira dimensão dos direitos humanos > direitos civis + direitos políticos; transformação do Estado absolutista em Estado liberal (poder judiciário) + requerimento de fazer parte, de participar do Estado (poder legislativo) = hipertrofia do mercado; diminuição do Estado; diminuição da comunidade.
Da modernidade para pós-modernidade: revoluções socialistas
Segunda parte da modernidade: segunda dimensão dos direitos humanos > direitos econômicos + direitos sociais (transformação do Estado liberal em um Estado social, fazendo com que os direitos econômicos e sociais fossem concedidos pelo Estado (poder executivo) = equilíbrio entre Estado e mercado; comunidade esquecida. No socialismo real, teríamos o Estado hipertrofiado e a comunidade e o mercado diminuídos.
Pós modernidade: novos movimentos sociais (NMS): 
Terceira dimensão dos direitos humanos > direitos coletivos + direitos difusos (convivência internacional pacífica, direito à cidade, etc); direitos difusos: aquele que é difícil dizer quem é o titular; Estado ?
Os Novos Movimentos Sociais (como o feminista, ambientalista, LGBT....) requem direitos coletivos e direitos difusos e tem carater transclassista. Mobilizam a comunidade, atrofiada, na luta por esses direitos. M = E = C: fortalecimento da comunidade, no intuito de mudanças para além das ações do Estado e do Mercado.
Manuel Castells
Informatização mudou inclusive a força da realização dos Novos Movimentos Sociais;
Paulatinamente, os direitos humanos (civis, econômicos, políticos, difusos, etc.) vem sendo alterados pela urbanização e pela informatização;
O espaço de fluxos de âmbito global não precisa necessariamente que as cidades tenham um suporte material;
O espaço de lugares contrapõe-se dialeticamente ao espaço de fluxos global;
As elites dominantes tendem a produzir espaços de fluxos globais relativamente segregados e cada vez mais homogêneos;
A tecnologia da informação não permite que qualquer lugar, independente de suas caracteristicas urbanas, ofereça condições adequadas para promover a sinergia necessária aos serviços avançados
Axel Honneth
Se aproxima da matriz conflitualista de Marx; 
Escola de Frankfurt: elaboraram críticas sobre a sociedade, explorando as contradições da obra marxista, ou seja, resgatando a parte considerada importante e criticando a parte considerada desprezivel
Teoria do Reconhecimento
Ponto de partida da teoria: reprodução da vida social se efetua sob o imperativo de um reconhecimento recíproco. O processo de individuação está ligado ao pressuposto de uma ampliação simultânea das relações de reconhecimento mútuo. 
São as lutas moralmente motivadas de grupos sociais, suas tentativas coletivas de estabelecer institucional e culturalmente formas ampliadas de reconhecimento recíproco, que realiza a transformação normativamente gerida das sociedades.
Teoria da luta por reconhecimento é uma teoria social normativa do processo de construção da identidade pessoal e coletiva, compreendendo:
Conflito social – experiências de desrespeito
Luta social – ação coletiva, movimentos sociais
Reconhecimento – restaurar relações de reconhecimento intersubjetivo reciproco ou desenvolvido em um nível moral superior 
As lutas por reconhecimento começam com experiências individuais, que se compartilhadas com outros que também enfrentaram essas experiências de desrespeito, gera uma identificação e pode ser, ou não, que a partir disso comece uma luta social, fruto de uma mobilização dessas pessoas igualmente desrespeitadas. Os movimentos sociais buscam restauras as relações de reconhecimento. O desrespeito e o reconhecimento são pares conceituais.
Existem três formas de desrespeito:
Maus-tratos e violação que ameaçam a integridade física e psíquica do ser humano;
Privação de direitos e exclusão que ameaçam a integridade social;
Degradação e ofensa que ameaçam a honra e a dignidade.
Há também três formas de reconhecimento:
Amor; relação de reconhecimento afetiva; vínculo emotivo e da assistência; autoconfiança; 
Direito: relação de reconhecimento cognitiva-racional (sociedade civil); tratamento igual universal; autorrespeito;
Solidariedade: relação de reconhecimento afetiva que se tornou cognitiva-racional (Estado); respeito ao outro em sua particularidade individual; autoestima. Exemplo: parada gay. Pessoas que sofreram com determinadas opressões e outras que não sofreram, mas que se mobilizam em prol da causa dos outros. Exige a mobilização do Estado. Desrespeito à dignidade e à honra.

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