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CURSO DE PASSE ESPÍRITA Curso para Trabalhadores Direitos Autorais Da Apostila: Entidade Espírita Ramatís / Mogi das Cruzes - Diretoria de Estudos e Doutrina – Reinaldo Tenório de Araújo (15/06/2014) AGRADECIMENTOS: A Associação Espírita Allan Kardec de Suzano, São Paulo, agradece a colaboração dos companheiros de ideal Espírita e em especial a “Entidade Espírita Ramatís” da cidade de Mogi das Cruzes por ceder o conteúdo pedagógico dessa apostila de “Curso de Passe Espírita”. Agradecemos também aos companheiros confrades e confreiras da USE Regional Mogi das Cruzes pela pronta disponibilidade em ofertar esse tão importante curso e ministra-lo aos companheiros e trabalhadores dessa humilde instituição de Jesus. Esperamos total êxito no intento, pois eis que a seara do Senhor é grande e poucos são os que se dispõe a doar parte de seu tempo em favor do próximo. Nessa obra singela cedida por empréstimo dos companheiros e autores, apenas adaptamos a sua capa principal, a sigla de nossa instituição, deixando todo mérito do seu conteúdo educativo e doutrinário a Entidade Espírita Ramatís e a sua Diretoria de Estudos e Doutrina – Reinaldo Tenório de Araújo. A todos esses colaboradores, aos alunos novos e os que farão esse curso como parte de sua reciclagem, nossos mais sinceros agradecimentos. Suzano, 16 de fevereiro de 2016 Associação Espírita Allan Kardec – Curso de Passe Espírita Página 2 O Velho Maquinista Vamos primeiro relatar uma história para ilustrar o assunto sobre o qual iremos discorrer. Certa vez um velho maquinista, funcionário de uma empresa de transporte ferroviário, tinha por função conduzir um trem de longo percurso, que saía logo ao amanhecer e retornava à noite, quando recolhia a locomotiva ao pátio. Esse veterano maquinista estava prestes a se aposentar, e ao dar entrada nos documentos necessários, fez com que a empresa se visse na necessidade de providenciar um substituto para o seu lugar. Conduzir um trem não é lá tão difícil, já que ele corre sobre os trilhos e não exige grandes manobras. Porém, requer alguns cuidados e algumas técnicas da parte do condutor para evitar acidente, e com isso salvaguardar a composição. Para substituir o velho servidor, a empresa destacou um jovem operário do setor de transportes. Esse jovem, porém, teria que receber algumas instruções para poder desempenhar aquela tarefa. Imediatamente levaram-no à presença do então maquinista para que este desse ao calouro algumas orientações e o acompanhasse por algum tempo até que saísse a sua aposentadoria. Feito isso, combinaram iniciar as instruções no dia seguinte. Na hora acertada, rumaram para o pátio em busca da locomotiva a fim de engatá-la aos vagões, onde teriam início as instruções. Depois iria para a plataforma para apanhar os passageiros. O velho maquinista apossou-se de uma grande marreta, e mostrava ao jovem como deveria usá-la, dando pancadas em todas as rodas da locomotiva dizendo a ele que era obrigatório fazer aquilo todos os dias antes de retirá-la do pátio. O jovem surpreso com tal atitude indagou: — "Por que razão tenho que fazer isso?" O velho irritado, respondeu: "— Ora essa. Eu faço isso há mais de trinta anos, e nunca perguntei por que tenho que fazer. Agora vem você e já no primeiro dia quer saber? Sei lá porque tenho de fazer isso! Mandaram fazer, estou fazendo!" Moral da história: as pancadas nas rodas eram necessárias para sentir se estas estavam trincadas, pois poderiam romper-se durante o trajeto causando um desastre à composição. Como vimos, conduzir um trem não apresenta muitos segredos, mas é preciso ter certas cautelas. Associação Espírita Allan Kardec – Curso de Passe Espírita Página 3 Com o passe é a mesma coisa: ele é simples, mas também requer determinados cuidados. Os estudos da doutrina serão a marreta através da qual poderemos sentir se a conduta sobre o passe está ocorrendo exatamente sobre os trilhos da sadia orientação segundo a Codificação de Kardec. Associação Espírita Allan Kardec – Curso de Passe Espírita Página 4 PRIMEIRA PARTE - HISTÓRICO 1. O Passe Através dos Tempos O passe não é novidade para ninguém, pois vem dos tempos mais remotos da nossa História e era muito usado, mesmo antes da vinda do Cristo. Tornou-se mais conhecido após a sua presença entre nós. A necessidade do passe se deu em razão da ausência e precariedade da medicina antiga, levando o homem a crer em seus poderes e em Deus. Assim, o primeiro passe deu-se quando o homem descobriu que friccionando as mãos sobre o local afetado, a dor passava. Como complemento, usavam chá de folhas ou extrato de raízes. Na Caldeia, o passe era utilizado amplamente nos rituais dos magos. Como é do conhecimento de todos, na Antigüidade os curadores eram chamados de magos. No antigo Egito, o passe era largamente usado pelos sacerdotes os quais passaram a ser considerados detentores de poderes especiais. Eram por assim dizer, os "privilegiados" de Deus pelo seu poder de cura. É o que entendia o povo da época. Na China, na Pérsia, no Egito, na Grécia, na índia e no Tibet, as curas se realizavam pelo toque das mãos. Com essas poucas informações, fica patente que o passe não é propriedade exclusiva do Espiritismo! 2. O Passe no Brasil Pode-se dizer que o passe foi trazido ao Brasil pelos escravos, embora os indígenas aqui existentes já tivessem em seus rituais de magia (pelos Pajés, que, segundo eles, eram detentores de poderes), o costume de fazer grandes movimentos com as mãos, caracterizando o passe. A origem do passe pelos escravos provém de seus costumes africanos, sendo, portanto, um ritual afro-brasileiro. A sua prática fundia um misto de terreiro (Umbanda) com o Catolicismo, caracterizava-se com a gesticulação das mãos. Do Catolicismo, pelo benzimento; da Umbanda, pelos movimentos das mãos, para a limpeza e expulsão dos maus espíritos. Foram com esses rituais que tornaram típicos os grandes movimentos das mãos, ainda usados pelos nossos contemporâneos. Embora a introdução do passe no Brasil tenha se dado através dos escravos, foi no ano de 1840 que realmente se oficializou o passe-padrão, com a simples imposição das mãos por dois grandes médicos homeopatas: Bento Mure (francês) e João Vicente Associação Espírita Allan Kardec – Curso de Passe Espírita Página 5 Martins (português), que os ministravam associados a remédios homeopáticos. 3. Os Grandes Pesquisadores Foram muitos os pesquisadores sobre o assunto. Há, porém, os que se destacaram como verdadeiros missionários nesse campo através de suas pesquisas em relação ao fenômeno da cura pelas mãos do homem. Entre eles destacaram-se Paracelsus, Gronícius, Burfrave, Van Helmont, Robert Fludd, Kircher, Maxwel, Dupotet, Deleuse, Bue, Gauyther, Fere e Mesmer. Todos esses pesquisadores tiveram sua época entre o fim do século XV até o século XVII, exceto Mesmer que viveu no século XVIII. Foi o pensador Paracelsus, no século XVI, que pela primeira vez, a partir da analogia com o magneto (ímã), enalteceu com dignidade a hipótese de que o corpo humano possuía duplo magnetismo. Atrair para si as energias enfraquecidas de um doente (assunto que falaremos com mais propriedade em capítulos seguintes), e forças para incorporar as suas próprias em outra pessoa enferma, eis duas hipóteses de Paracelsus, cujo enunciado se denominou magnetismo humano baseado na propriedadenorte-sul existente no ser humano. Depois de Paracelsus, outros pesquisaram sobre o magnetismo. Entre os nomes acima citados, houve alguns que se destacaram por grandes feitos extra-humanos. Maxwel por exemplo tinha um dom mediúnico dos mais complexos, pois em certos casos, fazia diagnósticos com a colaboração dos espíritos, que lhe afirmavam que os elementos de cura originavam-se do fluido universal. O advento de Paracelsus com suas pesquisas e experiências, propiciou a Mesmer a capacidade de desvendar o mistério da cura pelo magnetismo humano, podendo-se dizer que ele, Mesmer, ressuscitou todos os fenômenos do magnetismo que se encontravam engavetados há mais de um século, e até então eram vistos com a imagem de misticismo. Com o advento de Mesmer, é lícito afirmar que ele abriu o santuário interior do homem, revelando ao mundo seus poderes ocultos. Sobre Mesmer, teremos a oportunidade de apresentar, mais adiante, um relato completo de sua vida e de suas experiências sobre o magnetismo humano. Ainda sobre a questão da descoberta do passe, podemos citar algumas passagens com Moisés. Ele era detentor de poderes que proporcionavam resultados satisfatórios pela imposição das mãos. Na trajetória, da campanha pelo êxodo do povo hebreu que objetivava tirá-lo do jugo do faraó, Moisés, quando designou a seu súdito Aarão para conduzir seu povo à Terra Prometida, lhe impôs as mãos para que ele obtivesse êxito. Associação Espírita Allan Kardec – Curso de Passe Espírita Página 6 Na guerra aos Amacitas, quando ele erguia as mãos, vencia as batalhas contra os inimigos; quando as abaixava, seus inimigos dominavam. Com esses movimentos das mãos, ele às vezes ia à exaustão. E para que as mãos permanecessem aladas, colocavam uma estaca em forma de forquilha sob seu braço e outra extremidade presa à cintura. Com isso as mãos permaneciam elevadas e assim vencia os inimigos. Isto não tem amparo no Espiritismo. 4. Mesmer Como o assunto é passe, não se fala nele sem falar em magnetismo e não se fala em magnetismo sem falar em Franz Anton Mesmer. Sobre o magnetismo falaremos adiante. Segundo alguns autores, Mesmer seria natural da Alemanha; outras dizem ter nascido na Áustria. O correto é que realmente nascera na Áustria, no dia 23 de maio de 1734, num bairro chamado "Izmang", distrito de Rodolfzell - dentro de uma paróquia. Na época do seu nascimento, aquela região pertencia realmente à Áustria. Em 1811, foi cedida a Wurtemburgo, distrito que pertencia à Alemanha. Era filho de um guarda florestal da cidade de Saúbia, Áustria. Cresceu às margens de um lago chamado Constança. Mesmer era advogado, teólogo, doutor em filosofia e em medicina, sendo emérito pesquisador dos poderes ocultos do homem. Aos trinta e dois anos, resolveu deixar tudo o que havia estudado advocacia, teologia, filosofia e medicina, para ingressar naquilo que sempre sonhou desde criança: estudar o campo oculto do poder do homem em relação ao Universo, ou seja, a cura. Nas suas experiências, passou a defender a existência de um fluido universal que interpenetra o cosmos e também o homem. Operando na essência da matéria, é levado a atuar no campo psicossomático por força de seu interesse científico. Atraído pelo uso do ímã, sobre as áreas afetadas pela doença, Mesmer busca saber os resultados de práticas interessantes de cura. Convicto de que o ímã possuía latentes energias, muito poderosas, Mesmer passa a utilizar dois ímãs na região enferma, obtendo inúmeras curas. Magnetizava a água e fazia com que os enfermos a bebessem e até prescrevia banho terapêutico. Mesmer percebeu que não era o ferro magnético (ímãs), que atuava em suas mãos, mas sim a energia de suas próprias mãos. Sendo ele, portanto, o magnetizador, deduziu que de suas mãos partiam a cura. Com o passar dos anos, Mesmer fica convicto de que a atuação do homem sobre o Associação Espírita Allan Kardec – Curso de Passe Espírita Página 7 próximo, em certas crises, é superior em intensidade a todos os medicamentos químicos. Em 1776, a sua tarefa de curar consistia em aplicar as mãos sobre a região afetada, e os doentes experimentavam idênticas sensações, embora sem o uso do ímã como fizesse anteriormente. Mesmer, a partir de então, afirmava que a força atuante em seu método, é o magnetismo animal, energia inerente ao homem. Convencido de que o homem era detentor de forças magnéticas, tanto para atrair como transmitir energias, a primeira em razão da forma com que eram captadas pelos enfermos, descobriu que o homem tinha poderes extra-humanos. Como descobriu tais poderes? Foi quando num enorme salão de sua residência, onde atendia seus clientes para a cura, passou a fazer certas experiências, nas quais notava determinados comportamentos de recuperação diferentes para cada doente. Usava ele uma enorme dorna de madeira (cuba ou tina) ao redor da qual ele colocava os enfermos sentados (ver figura abaixo): - Gravura 1.780, experiências de Mesmer com a cuba. À frente de cada um, por dentro da cuba, colocava garrafas padronizadas cheias d'água até o gargalo. A cada garrafa, ele amarrava, com tiras de couro, a ponta de um ferro em "U" voltado para baixo, e fazia com que os enfermos segurassem a outra ponta. Em seguida colocava água na cuba até que atingisse os gargalos das garrafas para em seguida colocar limalhas de ferro, no centro da cuba. Colocava uma música suave, e a partir de toda essa técnica, magnetizava os enfermos colocando as mãos sobre a cabeça de cada um, os quais entravam em convulsão. Após alguns minutos fazia com que seus pacientes retornassem ao normal. Uma coisa estranha acontecia ao examinar as garrafas: ficavam impregnadas das limalhas de ferro que havia colocado no centro da cuba. Mais estranho ainda, era que cada garrafa apresentava um quadro diferente: umas estavam bastante impregnadas de limalhas, outras com uma quantidade média outras com quase nada, outras nada. Associação Espírita Allan Kardec – Curso de Passe Espírita Página 8 Como Mesmer fosse médico, examinando a situação de cada garrafa, concluiu que, conforme o grau de enfermidade, o homem pode atrair mais ou menos energias. Com essas experiências feitas por Mesmer, podemos concluir que em muitas vezes a pessoa nem sempre necessita receber o passe; se o faz, fá-lo-á simplesmente por hábito, porque, na verdade, nem sempre há necessidade de recebê-lo, mas, não há contra-indicações nisto. Assim Mesmer descobriu que o homem tem, também, o poder de atração das energias cósmicas. Eis aí a razão da expressão "passe magnético", ou seja, a recepção dos fluidos por atração. Assim nascia o pai do magnetismo, Franz Anton Mesmer! Mesmer teve uma vida agitada em razão das suas experiências, que não eram bem compreendidas. Por força das circunstâncias, viu-se obrigado a sair dos lugares por onde viveu. Embora materialista, era sem o saber, um emérito médium de cura pela simples imposição das mãos. Era um incompreendido e tratavam-no de "charlatão". Conheceu todas as fases da vida. Teve glórias, foi rico, e também teve as agruras da pobreza, da solidão e a incompreensão de muitos. Mesmer foi cognominado de o cometa, por ter passado por vários lugares com as suas experiências. Desencarnou na Alemanha, tratando dos pobres, no dia 5 de março de 1815, vítima de apoplexia (derrame cerebral). No dia 13 de fevereiro de 1882, quase setenta anos após a sua morte física, Mesmer é reabilitado e consagrado em Paris por onde passara,ao serem reconhecidos os seus métodos de trabalho, pela Faculdade de Nancy. O chamado Mesmerismo tem seu valor terapêutico e científico reconhecido. A luz da Doutrina Espírita é possível que Mesmer situe-se entre os espíritos missionários que reencarnam para descobrir o novo, ou seja, despertar na sua época, a reflexão precursora para uma mudança de novos rumos no conhecimento do próximo. Como precursor, sua missão foi bem sucedida: lutou sem cessar, sofreu perseguições e injustiças, mas ninguém mudou seu rumo. O Professor Hippolyte Leon Denizard Rivail, recuperou seu valor e sua cidadania, quando passou a lecionar magnetismo em 1828, em Paris, conforme anota o estudioso Carlos Imbassahy, em seu livro: "A Missão de Allan Kardec". A única ação indesejável deixada por Mesmer (ainda questionada por alguns), foram seus gestos esdrúxulos. Foi seu único erro que deve ser, porém, relevado, porque no seu tempo não se falava em passes. Hoje os tempos são outros. Associação Espírita Allan Kardec – Curso de Passe Espírita Página 9 5. O Magnetismo Como o assunto é passe, voltamos a repetir que não se fala em passe sem falar em magnetismo. Pelo que vimos, das experiências de Mesmer, descobriu-se o que é magnetismo e a sua função. Ou seja, pela forma de atração consegue o homem incorporar ao seu organismo elementos liberados pelos espíritos e médiuns. A palavra magnetismo é muito usada nos meios espíritas. Em razão disso, é bom que tenhamos uma idéia precisa do que venha a ser magnetismo. Magnetismo segundo a ciência são propriedades de atração que tem o ímã ou certos sistemas, ou a faculdade de se orientar em certas direções. Na Física, trata das propriedades do ímã. Em linguagem espírita, é o poder de alguém, através da sua vontade, incorporar em outros, certas energias a ele atribuída, para que essas altere parte ou total de uma deficiência física. O magnetismo nos meios espíritas está definido em duas classes: magnetismo espiritual e magnetismo humano. O espiritual são os fluidos procedentes dos espíritos, cujos poderes de atração e interpenetração são de competência dos próprios espíritos segundo suas qualidades. O magnetismo humano, consiste nos fluidos emanados do próprio homem, mais conhecido como fluido magnético animalizado, o qual, combinado com os dos espíritos, servem para alterar qualquer situação física ou psíquica dos encarnados. Para as alterações do estado psíquico dos espíritos desencarnados, somente são utilizadas as energias magnéticas dos espíritos combinados com as dos médiuns também. 6. Bibliografia O passe: Eficácia, Interpretação e Aplicação – parte 1 [Geraldo Panetto] Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 10 SEGUNDA PARTE - CONCEITOS 1. O que é o Passe? O passe é transfusão de energias fisiopsíquicas, operação de boa vontade, dentro da qual o Companheiro do Bem cede de si mesmo em benefício do próximo, conferindo-lhe recursos novos e bálsamos reconfortantes. O passe é também, o equilíbrio ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos. O médium passista é um instrumento da Infinita Bondade, canal por onde fluem as Energias Sublimes, extraídas das Fontes Celestes do Suprimento Divino. (MENSAGEM DE EMMANUEL). Portanto, o passe é transfusão de energia mental, entre mentes, através dos implementos psicofísicos dos envolvidos. Na simples imposição de mãos, o fluxo energético do médium, encerrando o auxílio que verte do Alto, incide sobre o Centro de Força Coronário do paciente, que recolherá, segundo seus recursos mentais e grau de adesão ou aceitação. Passa pelo cérebro, para atingir a mente, a qual emitirá as ondas resultantes da assimilação dos recursos vitais. Daqui serão transmitidas ao corpo físico, através dos canais que ligam perispírito e corpo físico, retendo-os nele, através das várias funções do sangue. O médium não precisa ter receio de ficar exausto, pela aplicação dos passes, porque não é senhor do seu benefício, mas sim, beneficiário que recebe para dar. O passista é como uma tomada elétrica que dá passagem à força que não lhe pertence e que serve na produção de energia e luz. Sem a idéia iluminada pela fé e pela boa vontade, o médium não consegue ligação com os Espíritos amigos, que promovem esse tipo de assistência aos carentes. O passe pode ser ministrado à distância, desde que haja sintonia entre aquele que administra e aquele que recebe. Neste caso, diversos trabalhadores do Plano Espiritual se empenham no trabalho, favorecendo a sua realização, e a prece silenciosa será sempre o melhor veículo da energia curadora. 2. Médiuns Curadores Como já vimos, a magnetização remonta a mais remota Antiguidade, porque a força magnética das pessoas é uma forma de mediunidade. Da mesma maneira que os Espíritos se utilizam dos recursos do médium, para a comunicação escrita ou falada, eles se utilizam das faculdades radiantes do médium para curar. Lê-se em [Kardec - LM], Segunda Parte, capítulo XIV, n º . 7, item 176,1 - (pergunta): Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 11 Pergunta: "Podem considerar-se as pessoas dotadas de força magnética uma variedade de médium?" Resposta: "Não há que duvidar." Sabe-se, por exemplo, de um papiro egípcio, com mais de três mil anos de existência, que a descreve. Os principais povos da Antiguidade: índia, Pérsia, Assíria, Caldeia, China conheciam o hipnotismo de toques e passes. Na Grécia, líderes religiosos utilizavam-se de práticas semelhantes às do hipnotismo, para curar. China e Oriente Próximo tinham a crença de que o imã, além de atrair o ferro, por analogia, pudesse atrair as doenças. Mas, nesta, como em todas as formas de mediunidade, “... porque a ignorância embotasse ainda a mente humana, os médiuns primitivos nada mais puderam realizar que a fascinação recíproca, ou magia elementar, em que os desencarnados igualmente inferiores eram aproveitados, por via hipnótica, na execução de atividades materialonas, sem qualquer alicerce na sublimação pessoal. Apareceu então a goécia ou magia negra, à qual as Inteligências Superiores opuseram a religião por magia divina...". ([Andre Luiz – EV. Dois Mundos], capítulo XVII). Rino Curte em Espiritismo Evolução, no capítulo VII explica que na magia havia o pressuposto de que se pode influir nas forças da Natureza, podendo-se atraí-las, dominá-las e dirigi-las por palavras e gestos. Aspergir gotas de água, faria chover; perfurar bonecos, mataria a distância; etc. E tanto na boa, como na má magia, a crença na virtude de certas palavras e gestos que o sacerdote e o feiticeiro divulgavam, criou uma série de rituais e superstições, que atravessaram os tempos até nossos dias. Com o aparecimento da nova Ciência, também neste campo do conhecimento, renovaram-se as especulações. Surgem duas diretrizes: uma científica, outra científico-religiosa, iniciada por Kardec. A científica é começada por Mesmer, a partir de século XVIII, a cujas teorias seguiram-se muitas outras, que o mundo médico continuou, aplicou e desenvolveu até os dias atuais, fazendo dela uma disciplina à qual se dedicam algumas revistas especiali- zadas. Não é muito aplicada como método de cura, a não ser em certos meios. É praticada na psicoterapia em diferentes formas de influenciação: a) - a sugestão que, por sua vez, se divide em duas: •a sugestão em estado de vigília; •a sugestão“... no decurso de hipnose, experimentalmente provocada..."; esta que é o que nós consideramos, propriamente, por magnetização; b) - a persuasão; Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 12 c) - a análise pessoal ([A. L. Nobre - Psiquiatria], vol.II, capítulo XXXIX). De outro modo, a Doutrina Espírita a considera uma forma de mediunidade. Há pessoas, diz Kardec, ainda no Livro dos Médiuns, mesma citação anterior, os magnetizadores, com força magnética que reside "... sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio. Se Magnetizas com o propósito de curar, por exemplo, e invocas um bom Espírito que se interesse por ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias ([Kardec - LM], Segunda Parte, capítulo XIV, n º . 7, item 176, 2-. pergunta). Isto é, neste tipo de passe, quem dirige o fluido, mediante certa gesticulação, é o Espírito. Kardec fala de "médiuns curadores" e não de "curadores". Refere-se a uma "... espécie de médiuns a um gênero de mediunidade que consiste "... no Dom que possuem certas pessoas de curar, pelo simples toque, pelo olhar; mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação... Dir-se-á, sem dúvida, que isso não é mais do que magnetismo, (ou seja, magnetização entre encarnados) Evidentemente o fluido magnético desempenha, aí, importante papel; porém quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa... Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente... (o grifo é nosso)... ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta...". ([Kardec - LM], Segunda Parte, capítulo XIV, n 2 . 7, item 175). 3. CURADORES Entre estas duas correntes — a científica e a espírita — e-xiste aquela em que o magnetizador se crê, ele próprio, o detentor de poderes dos poderes de curas. Lemos em Kardec, ([LM], Segunda Parte, capítulo XIV, n e . 7, item 176): 3º. Pergunta: "Há, entretanto, bons magnetizadores que não crêem nos Espíritos"? Resposta: "Pensas então, que os Espíritos só atuam nos que crêem neles? Os que magnetizam para o bem são auxiliados pelos bons Espíritos. Todo homem que nutre o desejo de bem os chama, sem dar por isso, do mesmo modo que, pelo desejo do mal e pelas más intenções, chama os maus.". 5 a . Pergunta: "Há pessoas que, verdadeiramente, possuem o dom de curar pelo simples contato, sem o emprego de passes magnéticos"? Resposta: Certamente, não tens disso múltiplos exemplos? Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 13 8 a . Pergunta "Podem obter-se curas unicamente por meio de prece?" Só pela irradiação mental, portanto? Resposta: "Sim, desde que Deus o permita." O que valida, portanto a vibração à distância. Vez por outra, os jornais noticiam, em grandes manchetes, curadores, fazedores de grandes prodígios ou curas, em consultórios montados com consulta paga. As polêmicas se levantam, revestem-se de sensacionalismo, todo mundo procura explicar, uns taxando-os de charlatães e curandeiros, outros defendendo a existência do fenômeno, a polícia intervindo na prevenção do exercício ilegal da medicina. O problema diz respeito à mediunidade desviada, de pessoas que desenvolveram "...as forças que lhe são peculiares no trato da saúde humana...". ([Andre Luiz – Mecanismos da Mediunidade], capítulo XXII). Ainda, em ([Andre Luiz – Nos Domínios da Mediunidade], capítulo XVII), lê-se: "...há pessoas tão bem dotadas de força magnética, perfeitamente despreocupadas do elemento moral... os hipnotizadores comuns, muita vez portadores de energia excepcional... Fazem belas demonstrações, impressionam, convencem; contudo, movimentam-se na esfera do puro fenômeno, sem aplicações edificantes no campo da espiritualidade. É imperioso não esquecer... que o potencial magnético é peculiar a todos, com expressões que se graduam ao infinito. — Mas, semelhantes profissionais podem igualmente curar? — Sim, podem curar, mas acidentalmente, quando o enfermo é credor de assistência espiritual imediata, com a intervenção de amigos que o favorecem. Fora disso, os que abusam dessa fonte de energia, explorando-a a seu bel-prazer, quase sempre resvalam para a desmoralização de si mesmos, porque interferindo num campo de forças que lhes é desconhecido, guiados tão somente pela vaidade ou pela ambição inferior, fatalmente encontram entidades que com elas se afinam, precipitándose em difíceis situações... Se não possuem um caráter elevado, suscetível de opor um dique à influenciação viciosa, acabam vampirizados por energias mais acentuadas que as delas, porquanto se considerarmos o assunto sob o ponto de vista da força, somos constrangidos a reconhecer que há imenso número de vigorosos hipnotizadores espirituais, nas linhas atormentadas da ignorância e da crueldade, de onde se originam os mais aflitivos processos de obsessão.". Leigos nos processos de cura, desconhecedores da Doutrina que lhes poderia orientar os passos, entregam-se a concepções de uma literatura ocultista que veicula ainda as ideias mágicas e se envolvem com as crendices e as superstições, a atuarem num campo de forças que lhes é totalmente desconhecido, incapazes de possibilitar qualquer alívio de sofrimento. Quando o conseguem, o é pela assistência espiritual que influi quando o doente o mereça. Mas aí, não se trata de uma operação entre encarnados, mas sim de fenômeno mediúnico, impressionando. Nisto se envaidecem, creem-se Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 14 milagreiros, terminam por associar-se a entidades de natureza inferior e acabam em perturbação ou em situações de lastimar. A esta altura, não só se tornam inócuos, mas prejudiciais. E aí a polícia intervém. Mas, mesmo que se conservassem em estado moral elevado, só de per si, sem atuarem como médiuns, pouco poderiam fazer. Diz Kardec, em [LM], Segunda Parte, capítulo XVII, item 220): "Seja qual for a faculdade que o médium possua, ela nada pode sem o concurso simpático dos Espíritos...". E essa mediunidade ser-lhe-á retirada quando "...dela se serve para coisas frívolas ou com propósitos ambiciosos... Este Dom de Deus não é concedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para satisfação de suas ambições, mas para o fim de sua melhoria espiritual e para dar a conhecer, aos homens, a verdade." O médium transviado torna-se interesseiro, possuído pelas “... ambições de toda sorte... de que os Espíritos zombeteiros sabem muito bem tirar partido e de que se aproveitam com uma habilidade, uma astúcia verdadeiramente notáveis, embalando com falaciosas ilusões os que desse modo se lhes colocam sob a dependência...". ([Kardec - LM], Segunda Parte, capítulo XXVIII, item 306). Termina por transformar-se em pseudo-curador, em explorador da credulidade alheia, mesmo sem querer, e termina nas malhas da justiça como curandeiro, mistificador, vítima dos próprios enganos. 4. PASSES MAGNÉTICOS A mediunidade mágica, com suas crendices e superstições, é a que reina nos meios mais atrasados, nos quais surgem grande número de médiuns passistas, os quais vêm aos Centros Espíritas grandemente imbuídos dela e, quase sempre, em estado de perturbação. Por isto, os cursos de educação mediúnicase desenvolvem com lentidão e demoradamente, porque, mais importante que desenvolver-lhes a faculdade mediúnica é corrigir-lhes o modo de pensar e o comportamento, o que não é nem fácil, nem rápido. Além das falsas ideias que trazem, possuem todo um cabedal de concepções associadas a gestos ritualísticos, que é necessário corrigir. Há que transformá-los em médiuns espíritas, caso contrário geram formas sincréticas de conhecimento, que corrompem a Doutrina e comprometem sua divulgação. Mas, mesmo quando equilibrados, em alguns Centros, ainda há certos trabalhos em que o médium é colocado a dar passes por si só, sem a intervenção dos Espíritos, atuando com seu próprio magnetismo. Trata-se de "passes magnéticos", uma prática desaconselhável porque: 1º. - o passe magnético, como dizem Kardec e André Luiz, pouco podem de per si; Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 15 2°. - o médium, não sendo conduzido pelos Espíritos, ou tende a readotar o procedimento mágico que tinha antes de desenvolver-se, justamente o que se lhe quer corrigir, ou tende a adotar procedimento imitativo, cópia daquele que tem quando conduzido pelos Espíritos, sem se dar conta do que está fazendo, criando, por isso, novas concepções erradas e prejudiciais; 3º. - atuando por si mesmo, tende a endeusar-se, a acreditar-se possuidor de dons especiais, superiores aos que realmente tem, do que lhe podem advir sérios prejuízos, e comprometer a idoneidade da própria instituição, envolvendo-a em práticas que podem ser levadas à conta de curandeirismo. diz: Kardec é categórico neste ponto. Em ( [LM], Segunda Parte, capítulo XIV, nº 7), 4ª. Pergunta: "Agiria, com maior eficácia, aquele que, tendo a força magnética, acreditasse na intervenção dos Espíritos"? Resposta: "Faria coisas que consideraríeis milagre". 5ª. Pergunta "Há pessoas que, verdadeiramente, possuem o dom de curar pelo simples contato, sem o emprego dos passes magnéticos"? Resposta: "Certamente; não tens disso múltiplos exemplos? 6 a . Pergunta: "Nesse caso, há também ação magnética, ou apenas influência dos Espíritos"? Resposta: "Uma e outra coisa. Essas pessoas são verdadeiros médiuns, porque atuam sob a influência dos Espíritos". 8ª. Pergunta: "Podem obter-se curas unicamente por meio da prece"? Resposta: "Sim, desde que Deus o permita." 9ª. Pergunta: "Haverá, para isso, algumas fórmulas de preces mais eficazes do que outras"? E quando se fala em fórmulas, como pretende o pensamento mágico e ritualista, fala-se em palavras, posturas e gestos ou certas atitudes corporais. Resposta: "Somente a superstição pode emprestar virtudes quaisquer a certas palavras (e nós acrescentaríamos gestos) e somente Espíritos ignorantes, ou mentirosos podem alimentar semelhantes ideias, prescrevendo fórmulas. Pode, entretanto, acontecer que, em se tratando de pessoas pouco esclarecidas e incapazes de compreender as coisas puramente espirituais (abstratas, portanto), o uso de determinada fórmula contribua para lhes infundir confiança. Neste caso, porém, não é na fórmula que está a eficácia, mas na fé, que aumenta por efeito da ideia ligada à fórmula". Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 16 5. PASSE ESPÍRITA: TRABALHO MEDIÚNICO Denominamos, aqui, de passe espírita, o passe que é comumente efetuado pelo médium curador. Preferimos esta designação, porque entendemos ser ele o único tipo de passe que deve ser praticado nas instituições espíritas. Antes de tudo, como já frisamos, e nunca será suficiente repeti-lo, o serviço de passes nos Centros Espíritas é um trabalho mediúnico. Portanto, como tal, é conduzido pelos Espíritos. 1º - São os Espíritos que, bem antes de se iniciarem os trabalhos, estabelecem a proteção do ambiente; isolam-no, com trabalhadores do Plano Espiritual, prevenindo a entrada de sofredores, no recinto, que não sejam os já escolhidos para o atendimento, impedindo nele a introdução de pensamentos de ordem inferior, formando o que se denomina de cúpula protetora. 2º - São eles que, pelas entidades encarregadas, com trabalhadores especializados, trazem instrumentos e materiais para a fixação de radiações de alto teor, e preparam o ambiente; 3º. - São eles que preparam os médiuns. O recinto, em geral, é um posto de socorro. Para o trabalho, primeiramente, os médiuns devem sintonizar-se com o Plano Maior, pela prece, nesse ato voluntário de entregar-se à condução espiritual e em conjunto. Quando os médiuns devotados a esse trabalho são vários, não se deve permitir atrasos e muito menos falta de preparação, pois isso redundaria em prejuízo deles mesmos e dos assistidos. É disciplina de trabalho a pontualidade e a assiduidade; 4º - Após a prece, o trabalhador, ele mesmo, deve submeter-se ao passe, por várias razões. 4.1 - Em se tratando de um posto de socorro, pode ele assimilar sempre vibrações negativas, irradiadas no ambiente e conduzi-las para o recinto do atendimento; 4.2 - O médium não é pessoa que reúna qualidades superiores às do homem comum, em geral. Geralmente não se vigia: traz problemas do lar, ou do ambiente de trabalho. Por isto, antes de se entregar à tarefa, é necessário que proceda a uma preparação adequada, já desde o levantar-se, com cuidados de alimentação e de comportamento. Não basta que faça uma leitura preparatória, mas deve fazer estudo que jamais deve abandonar. Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 17 Entende-se que assim seja. O médium defronta-se a toda hora, como um médico, diante de fatos novos, circunstâncias que diferem uma da outra e que, muitas vezes, não sabe explicar. As explicações que lhe possam surgir de imediato, referem-se ao conhecimento que ele tem e, portanto, inadequadas. Não deve esquecer-se que a Doutrina é Ciência, Filosofia e Religião, todas evolutivas. A ciência e a Filosofia, progredindo, nas suas estruturas e conhecimentos, a largos passos; a Religião acrescendo a revelação pelas obras dos médiuns, em obras com- plementares às da Codificação, e acompanhando o progresso da Ciência e da Filosofia, mantendo, com elas a compatibilidade, tarefa iniciada por Kardec e que cabe a nós, como seus continuadores, manter sempre atualizada. Para que o médium possa encontrar as explicações corretas tem que proceder como se procede em qualquer elaboração de conhecimento: pela investigação, pela construção racional, metódica e precisa, recorrendo aos livros ou à discussão em conjunto, que é o que se chama estudo. Como em qualquer atividade, quem não se aperfeiçoa, estaciona, cristaliza-se, torna-se desatualizado, incapaz, diante do progresso, que se faz célere em todos os campos. E que não se invoquem justificativas comodistas. Há inúmeros exemplos de pessoa muito ocupadas, ou mesmo de terceira idade que continuam a aprender coisas novas. Não fazer como aquele crente que, diante dos inimigos do progresso resistira a todos. Mas quando entregou-se ao desânimo, permaneceu duzentos anos sem evoluir. É de convir que, mesmo quem tenha feito a Escola de Educação Mediúnica, não pode acreditar ter feito o aprendizado da Doutrina de forma completa e total, de modo a não necessitar mais estudá-la, pois ela é muito extensa, evolutiva, e o curso é a condensação de considerável bibliografia, que indica o quanto ela é avultada. O curso é apenas uma introdução: o mínimo necessário para um desempenho satisfatório da missão; uma introdução ao aprendizado do Evangelho,a governar o comportamento, e que estamos muito longe de assimilar, exigindo constante meditação e prática, bem diferentes do que as proporcionadas uma simples leitura. A este respeito, André Luiz diz que o nosso ciclo de reencarnação terminará quando tivermos automatizado o comportamento evangélico. Não é isto, portanto, que se pretende do médium a evangelização absoluta; mas o que se espera é que, pelo menos abandone as idéias atrasadas: relativas às crendices, às superstições, às concepções de caráter mágico, incorporando-se definitivamente na nova era que aí se apresenta, tornando-se, efetivamente, um médium espírita. 4.3 - Com a finalidade sempre de se atualizarem, é importante que os trabalhadores se reúnam periodicamente e se confraternizem. O melhor é fazê-lo em cursos de extensão, organizados. Adotar, para a leitura da parte preparatória, no trabalho, somente o "Livro dos Espíritos", "O Evangelho Segundo o Espiritismo", e mais alguns de comentários evangélicos à luz da Doutrina Espírita. Deixar o estudo Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 18 de outras obras, mormente as de cunho científico e filosófico, para estes cursos de extensão, para os quais os médiuns levarão o resultado de suas experiências, as dúvidas diante das questões que sempre surgem e não sabem esclarecer. Obter esclarecimento é imprescindível, além de que sempre que se resolvam questões, outras e em número sempre maior, se apresentam a desafiar-nos o entendimento: é o que dá, ao conhecimento, o caráter evolutivo. Com os cursos realiza-se a confraternização: nada melhor que a escola, para fazê-lo. É nela que sempre se fazem as melhores amizades. 4.4 - Outra questão importante é a de entender que o trabalhador, ao assistir os necessitados, se envolve com vibrações negativas, absorvendo-as em parte, contaminando-se. Portanto, no fim do trabalho, ele próprio terá de submeter-se a novo passe. Isto, entretanto, não é suficiente. Faz-se necessária a organização de trabalhos de assistência particular, própria para o trabalhador, a fim de contatar-lhe as condições e assisti-lo, quando necessário. Isto é, é preciso controle, acompanhamento. Além disso, é imprescindível que se faça o exame periódico do trabalhador, a fim de auxiliá-lo e mantê-lo sempre em perfeitas condições de equilíbrio, para trabalhar. 4.5 - Outra questão muito importante diz respeito às condições dos dirigentes. Eles não são meros chefes, uma espécie de feitores que se limitam a fiscalizar, a vigiar ou a discordar, cristalizados na ideia de que o trabalho espiritual lhes pertence. Eles também são instrumentos mediúnicos, devendo permanecer atentos às disposições do Plano Espiritual, cada um "...médium esclarecedor mais responsável..."de quem o Plano Superior espera: "...Direção e discernimento. Bondade e energia. Autoridade fundamentada no exemplo. Hábito de estudo e oração. Dignidade e respeito para com todos. Afeição sem privilégios. Brandura e firmeza. Sinceridade e entendimento. Conversação construtiva ([Andre Luiz - Desobsessão], capítulo 13). Com um dirigente pode ocorrer algo semelhante ao que sucede com um curador: que o trabalho lhe pertence, que é dele e que só lhe falta exigir, em cartório, a posse do trabalho. Com isto não dá cobertura ao médium, agindo como um feitor. Arruina as oportunidades, conduz os médiuns à perturbação e ao afastamento. O trabalho fracassa e dá vazão às infiltrações do plano inferior. O dirigente, a fim de bem conduzir, há que compenetrar-se que ele mesmo é instrumento mediúnico, com necessidade de estudo e aperfeiçoamento constantes, pois o que se disse para os médiuns é válido e com muito maior exigência para ele; precisando Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 19 de vigilância, equilíbrio, sempre voltado às inspirações do Plano Maior, compenetrado de que o trabalho pertence aos Espíritos, sendo eles que o devem conduzir. Não se capacitando disso, ele atua afastado da orientação maior, interfere, compromete o bom andamento dos trabalhos, sem nunca parar para pensar. Dessa forma, os médiuns: •sem cobertura; •sem disciplina; •sem vigilância, orientação, assistência, estudo, contaminam-se, perturbam-se, afastam-se por si mesmos, ou pelas próprias forças interessadas, do trabalho. 6. PREPARAÇÃO PARA O PASSE André Luiz, em ([Nos Domínios da Mediunidade], capítulo 17), narra como, ao adentrar o recinto preparado para o serviço de passes, se defronta com um "...ambiente balsâmico e luminoso." Um cavalheiro maduro e uma senhora respeitável recolhiam apontamentos em pequeno livro de notas, ladeados por entidades evidentemente vinculadas aos serviços de cura...": dois médiuns. - Como compreender a atmosfera radiante em que nos banhamos?...perguntou Hilário. A resposta foi de que se tratava das "...sublimadas emanações mentais da maioria de quantos se valem do socorro magnético, tomados de amor e confiança." A seguir a prece: "Clara e Henrique, agora em prece, nimbavam-se de luz... quase desligados do corpo denso ...em pleno contato com os benfeitores presentes..." "Calmos e seguros, pareciam haurir forças revigorantes na intimidade de suas almas. Guardavam a idéia de que a oração lhes mantinha o espírito em comunicação com o invisível e profundo manancial de energia silenciosa." "Ante a porta ainda cerrada, acotovelavam-se pessoas aflitas e bulhentas, esperando o término da preparação a que se confiavam... espiritualmente distantes..." “Absortos, em companhia das entidades irmãs, registravam as instruções, através dos recursos intuitivos." Ao lado de Henrique "...se achava o orientador espiritual mais categorizado para a tarefa... de atendimento a encarnados e desencarnados. Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 20 O grupo espiritual era constituído de colaboradores especializados pois, em qualquer plano, "...o êxito do trabalho reclama experiência, horário, segurança e responsabilidade do servidor fiel aos compromissos assumidos. A Lei não pode menosprezar as linhas da lógica." Por que a preparação pela prece? Porque "...A oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai. Por ela Clara e Henrique expulsam do próprio mundo interior os sombrios remanescentes da atividade comum, que trazem do círculo diário de luta e sorvem do nosso plano as substâncias renovadoras de que se repletam, a fim de conseguirem operar com eficiência, a favor do próximo. Desse modo, ajudam e acabam por ser firmemente ajudados." "...A oração, como reconhecimento de nossa desvalia, coloca-nos na posição de simples elos de uma cadeia de socorro, cuja orientação reside no Alto. Somos nós aqui... algo semelhante à ...tomada elétrica, dando passagem à força que não nos pertence e que servirá na produção de energia e luz." Em ([Missionários da Luz], capítulo 19) André Luiz cita que o trabalho "...era atendido por seis entidades ...como enfermeiros vigilantes... técnicos em auxílio magnético ...dum departamento ...que exige muito critério e responsabilidade." “...na execução da tarefa que lhes está subordinada, não basta a boa vontade...". Aliás, só a boa vontade é muito pouco em quase tudo. Sem ela, certamente, nada se pode. Numa linguagem matemática, diríamos que a boa vontade é condição necessária, mas não suficiente, pois de pouco serve sem discernimento. Tais técnicos "...Precisam revelar determinadas qualidades de ordem superior e certos conhecimentosespecializados. O servidor do bem, mesmo desencarnado, não pode satisfazer em semelhante serviço, se ainda não conseguiu manter um padrão de ele- vação mental contínua, condição indispensável à exteriorização das faculdades radiantes. O missionário do auxílio magnético, na Crosta ou aqui em nossa esfera, necessita ter grande domínio sobre si mesmo, espontâneo equilíbrio de sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé vigorosa e profunda confiança no Poder Divino.". Como se vê, o que se requer do médium passista não é pouco. Há quem considere que dar passes não exige grande preparo íntimo e doutrinário. Puro engano! Prestar-se ao auxílio magnético é tarefa de cura, algo muito mais delicado que a incorporação, a vidência, etc., pois que estas terminam com palavras, idéias que os ouvintes podem avaliar e aceitar, ou não Mas a cura lida com necessitados; tem que atender às várias formas da dor e sofrimento, em que os enganos podem ter conseqüências graves, tanto para quem recebe, como para quem dá. Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 21 7. BIBLIOGRAFIA O PASSE – IMPOSIÇÃO DE MÃOS [Rino Curte] Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 22 TERCEIRA PARTE - TIPOS ASSISTÊNCIAS O passe pertence ao campo da mediunidade; constitui um dos tipos de assistência espírita e se divide em três grupos: individual; coletivo; à distância. Descrevê-lo-emos a seguir, identificando as funções de cada um, as suas qualidades, bem como as interpretações que lhes são dadas. 1. O individual: O passe individual é o mais comum. Podemos também chamá-lo de passe convencional. 90% das casas espíritas praticam o passe individual. O médium coloca-se diante do enfermo, impõe-lhe ou não as mãos sobre a cabeça, e sob prece fervorosa suplica aos bons espíritos a sua colaboração no sentido de que derramem o bálsamo de alívio sobre o paciente para aliviar seus sofrimentos, segundo seus merecimentos e necessidades. Essa modalidade de passe é a mais simples, segura e eficaz, porque reúne alguns requisitos que são pontos básicos, a saber: 1º. Porque envolve tão somente três agentes: o médium, o espírito doador e o necessitado. 2º. Quem vai receber o passe já está previamente preparado por orientação da casa durante as entrevistas que fez, ou mesmo na preleção que antecede à sua aplicação. Existem casas que não adotam tais regras, pois aplicam passes antes das preleções. Tal procedimento não é aconselhável porquanto a preleção é uma assepsia da mente daquele que vai recebê-lo. A preparação para o passe seria a mesma coisa que preparar um paciente para uma cirurgia. O passe após a preleção dá mais segurança porque os próprios médiuns já estão devidamente preparados pelo próprio ambiente formado. Também podemos dizer que o necessitado se sentirá mais seguro de si, sendo esta uma condição bastante favorável, permitindo aos espíritos maior acesso na distribuição dos fluidos mercê da receptividade que encontram. 2. O coletivo O passe coletivo embora seja simples não é muito comum. Não é aplicado com frequência, mas somente em casos de necessidade, a saber: Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 23 por não haver médiuns em número suficiente para aplicação do passe individual; por falta de espaço físico (uma sala, por exemplo); por norma da própria casa, o que é raro; por ultrapassagem do tempo previsto em razão da palestra pública, comprometendo o horário reservado ao passe. Normalmente quando isso acontece suspendem-se as aplicações individuais face à queda de vibrações que se dá pelo tempo previsto ter-se esgotado. Assim, o dirigente suspende o passe individual e manda aplicar o coletivo. E uma situação um tanto delicada devido à frustração causada àqueles que vieram em busca do passe individual e não o receberam, pois nem todos entendem que a eficácia de ambos é a mesma coisa. Cabe aos dirigentes conscientizarem aqueles que vão em busca do passe de que o coletivo tem o mesmo valor. Essa informação pode ser dada antes da prece, no final dos trabalhos e também durante as entrevistas que se realizam com o assistido. Como funciona o passe coletivo O dirigente da reunião ao término da palestra convoca todos os presentes para o momento das vibrações, que é comum ao término de qualquer reunião, para mentalizarem as suas necessidades e solicitarem ao Criador, a Jesus e aos bons espíritos darem a cada um segundo seus merecimentos, tudo aquilo que possa aliviá-los nas suas angústias. O importante é fazer com que todos entendam que para os espíritos é a mesma coisa aplicar o passe coletivo ou o individual. Que mais vale a fé, a confiança e a sintonia do que os movimentos usados pelo médium no passe individual. Como um bom argumento, pode-se lembrar que Jesus muitas vezes curava sem estar presente junto ao doente. Havendo dúvida, explicar que tanto faz para os espíritos assistirem as pessoas diretamente ou com a colaboração do aplicador de passe: eles retiram dos médiuns os fluidos para combinar com os seus, bem como dos que se encontram presentes na casa ou até mesmo de uma pessoa qualquer que esteja ali, independentemente de ser ou não aplicador. Basta apenas que essa pessoa tenha concentração e que esteja com a saúde plena. 3. O passe à distância Não há distância para a ação do passe. Os espíritos desconhecem distâncias como a entendemos na Terra. Podem agir e curar através das maiores extensões de espaço. O passe à distância é mais conhecido como vibrações. As vibrações, ou seja, o passe à distância, tanto pode ser aplicado nas casas Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 24 espíritas como fora dela, com a presença ou não daquele que desejamos ajudar. 4. O que são vibrações? Vibrações são a concentração e qualificação de energias a serem endereçadas a uma pessoa, a um grupo, ou a algum setor como, por exemplo, um hospital. Também podem ser dirigidas a regiões espirituais, todas elas no sentido de se obter bons resultados para aqueles que estão delas necessitando. As vibrações são simples: consistem em mentalizarmos a pessoa, um grupo ou setor, no plano físico ou espiritual e solicitarmos a colaboração dos espíritos para levarem a eles nossas energias emitidas pelos nossos pensamentos, que são liberadas em forma de ondas magnéticas. 5. As vibrações na casa espírita Na casa espírita, costumeiramente fazem-nas em grupo, por serem mais produtivas. Elas sempre acontecem na prece final de qualquer reunião. Isso é recomendável, porquanto não devemos ajudar apenas os presentes, mas também os ausentes realmente necessitados. As vibrações, tanto na casa espírita como fora dela, fazem parte da assistência espiritual. Há casas que mantêm este tipo de trabalho como norma, com grupos exclusivos só para esse fim denominados de grupo de apoio. Em qualquer circunstância, faz-se necessário, tanto antes como depois, proferir uma prece. No início, para solicitar a colaboração da espiritualidade; no final para agradecê-la. A prece, para que se torne mais produtiva, deve ser simples, breve e concisa, sem sofismas ou aparato religioso; não deve jamais ser decorada ou declamada. Uma palavra simples vale mais que longos palavreados. As vibrações podem ser feitas por uma só pessoa ou um grupo, sendo a última bem mais produtiva porquereúne maior número de energias conjuntas, desde que todos comunguem no mesmo propósito. Uma vibração isolada requer muita força de vontade para surtir bons resultados, porque há mais facilidade de interferências externas. Para a prática das vibrações, não há necessidade de cursos, como algumas casas fazem; basta apenas que as pessoas sejam equilibradas, tenham fé e vontade ardorosa de servir. Um reparo a ser feito é sobre o modo de como proceder nas solicitações a Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 25 formular. E sempre interessante que informemos a pessoa a quem pretendemos ajudar. Isso se faz necessário para que ela no momento das vibrações entre em sintonia com aquilo que pretendemos fazer. As vibrações podem ser classificadas de dois tipos: 1º. As que produzem benefício direto àqueles que foram avisados previamente e entraram em sintonia; 2º. Os que não foram notificados, mas que recebem o benefício indireto por estarem impulsionados pelas suas próprias situações que os levaram a entrar em sintonia com o Criador. Em ambos os casos, convém sempre lembrar, que os benefícios a serem recebidos estão implícitos nas leis da necessidade e do merecimento. Sobre isso falaremos mais adiante. 6. Como conduzir uma vibração Não há um padrão determinado para conduzir uma vibração, mas é necessário racionalizar os procedimentos em relação a certas atitudes incorretas de algumas pessoas, o que acaba prejudicando a sua eficácia. Não disse Jesus, que, "antes mesmo de pedir-lhe, Deus sabe de antemão aquilo de que precisamos?" No entanto, não é bem assim que certas pessoas entendem, e acabam fazendo das vibrações verdadeiras lamúrias, como se Deus tivesse a obrigação de derrogar suas leis sábias para servir quem quer que seja, a seu bel-prazer. Outra coisa que ocorre com muita freqüência, são vibrações decoradas, outras declamadas em forma de poemas, tornando-as apenas decorativas e revestindo-as tão somente de impressões exteriores, o que deixa a intimidade do coração alheio às solicitações e se transformando mais numa poesia sendo declamada que uma prece provinda do coração. As vibrações nada mais são que uma prece um tanto mais profunda. Certas pessoas, ao fazê-las, revestem-nas mais de um aparato decorativo e suntuoso do que propriamente de sentimentos. Pessoas que assim procedem nada mais produzem do que viciações dentro da doutrina. São as chamadas vibrações quilométricas, que nada realizam de proveitoso. Para se ter uma ideia da improdutividade desse tipo de comportamento na condução de uma vibração, vamos relatar um caso que presenciamos ao assistir a uma palestra de um companheiro. Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 26 Segundo regra daquela casa, que dispensa um espaço maior reservado às palestras, este fica limitado, motivo porque deram ao companheiro o máximo de trinta minutos para sua exposição por ele cumprido à risca. Assim que terminou a primeira parte da reunião, a pessoa que a dirigia convidou uma jovem senhora para conduzir as vibrações. Essa senhora tinha uma voz suave e poética. Pela forma como se expressava na condução das vibrações, percebemos que ela ia longe. Vendo a impaciência de alguns, passei deliberadamente a marcar o tempo. Sem contar com os minutos anteriores à cronometragem, passaram-se mais dezessete minutos. Ora, se deram no máximo trinta para o orador, por que permitir que uma vibração durasse quase o mesmo tempo? Resultado: ao término das vibrações, olhei para trás e vi que na casa até então lotada, restavam apenas alguns assistentes que desejavam receber o passe e nada mais. Aí perguntamos: Houve bons resultados? Não. Porque foram proferidas de forma decoradas, despidas de quaisquer sentimentos! Nada mais! Evitar esse tipo de comportamento na condução das vibrações é primar pela disciplina da doutrina. As poucas palavras dizem mais. As boas vibrações, para que sejam mais eficazes, devem ser breves, concisas e enriquecidas de sentimentos puros. Como sugestão, fornecemos abaixo um modelo prático para uma boa vibração, e em seguida daremos o tempo necessário que uma pessoa normal consiga manter-se concentrada, consoante indicação de um estudioso do ramo. Para uma simples e boa vibração, podemos por exemplo dizer: "Mestre Jesus, vós que sois o arquiteto deste planeta, destinado à habitação de nossos irmãos carentes, supri nossas deficiências e atenuai nossas limitações, afim de que possamos pedir vossa intercessão ao Pai Altíssimo para que derrame suas bênçãos sobre todos aqueles que estejam necessitados, consoante os méritos de cada um. Fazei, também Senhor, que nosso Pai de Eterna Bondade e Sabedoria lhes conceda o bálsamo da cura onde quer que estejam e quaisquer que sejam os seus sofrimentos. A nós não é dado o direito de indicar-vos o mal que padeçam nem o grau de seus merecimentos, muito menos adiantar-vos os locais onde se encontrem ou a situação aflitiva de cada um, pois conscientes estamos de que vossos poderes infinitos irão localizá-los no momento em que vos dirigimos estas súplicas e levar-lhes o vosso divino amparo. Fazei, amado Mestre, que vossos mensageiros se sirvam de nossas energias se é que as possuímos e as transformem no alívio de que necessitam. Que assim seja”. Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 27 A concentração é um dos fatores mais importantes para conduzir ou acompanhar uma vibração. Para que pudéssemos fazer esta afirmativa, fomos em busca de um profissional neurologista para saber qual o tempo máximo que uma pessoa normal pode manter-se concentrada. A resposta dada pelo profissional foi de que varia muito de pessoa para pessoa quando se trata do assunto em exame. Se for numa escola em que o aluno se interesse pela matéria, ela pode variar de vinte a quarenta minutos, no máximo, com frações de segundos de distração. Isto na iluminação normal. Em se tratando de estar assistindo a um filme na penumbra, pode durar no máximo uma hora, também com pequenos intervalos de distração, retomando imediatamente ao estado de concentração. Se for um filme muito extenso (mais de uma hora), os espaços de quebra da concentração se estreitam. Sob efeito hipnótico, o tempo depende muito da capacidade do hipnotizador. Em se tratando das vibrações sob luz suave, e não tendo a pessoa nenhuma preocupação externa, pode variar entre três a seis minutos, no máximo. Fora isso, ela fica divagando com seus pensamentos. Podemos, portanto, verificar que vibrações quilométricas não trazem bons resultados. Segundo informações dos Espíritos, o efeito das três modalidades do passe, é o mesmo. Tanto faz o individual, o coletivo ou mesmo aquele dado à distância. Por isso é que anotamos antes que devemos manter sempre a fé em Deus. Ele supre nossas deficiências. 7. Bibliografia O passe: Eficácia, Interpretação e Aplicação – parte 1 [Geraldo Panetto] Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 28 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O TRABALHO O passe é uma transfusão de energias psíquicas e espirituais; isto é, a passagem de um para outro indivíduo de uma certa quantidade de energias fluídicas vitais ou espirituais propriamente ditas. Há pessoas que têm uma capacidade de maior absorção e armazenamento dessas energias que emanam do Fluido Cósmico Universal e da própria intimidade do Espírito. Tal requisito as coloca em condições de transmitiremesse potencial de energias a outras criaturas que eventualmente estejam necessitando. A aglutinação dessa força se faz automaticamente e também, atendendo aos apelos do passista (através da prece), que, então, municiado com essa carga, a transmite através da imposição das mão sobre a cabeça do paciente, sem a necessidade de tocar-lhe o corpo, por que a força se projeta de uma para outra aura, estabelecendo uma verdadeira ponte de ligação. O fluxo energético se mantém e se projeta às custas da vontade do passista, como também de entidades espirituais desencarnadas que o auxiliam na composição dos fluídos, não havendo, portanto necessidade de incorporação mediúnica. O passista age somente sob a influência da entidade, e por isso, não precisa falar, aconselhar ou transmitir mensagens durante o passe. As forças fluídicas vitais dependem do estado de saúde do passista e as espirituais do seu grau de desenvolvimento moral. Assim é que o passista deverá estar, o mais possível, em perfeito equilíbrio orgânico e moral. O passe é executado na Câmara de Passes, ambiente onde deve reinar o respeito, a disciplina e a prece, evitando-se conversações fúteis e brincadeiras de qualquer espécie, para não quebrar a sintonia com o Plano Maior, dando assim margem a desequilíbrios ou a influenciações negativas. Só existe um tipo de passe, ou seja, a IMPOSIÇÃO DE MÃOS. Os passes recebem uma determinada sigla, a fim de facilitar a identificação dos tipos de envolvimentos e problemas. Esta classificação não significa tipos diferentes de passes, nem formas diferenciadas de aplicação, uma vez que a transfusão de energias é efetuada pelos canais mediúnicos do médium e projetadas no paciente pela simples IMPOSIÇÃO DE MÃOS, sem formas ritualistas nem trejeitos de qualquer espécie. Os pacientes são encaminhados para a Câmara de Passes, por ordem de chegada e de acordo com o tipo de passe a ser aplicado. Não devem ser aplicados dois tipos de passe simultaneamente, ou seja, devem ser encaminhados para a Sala de Passes, ao mesmo tempo, apenas pacientes com o mesmo tipo de passe, (PS com PS, PN1 com PN1, PN2 com PN2, PN3 com PN3, PN4 com PN4). Nos momentos de aplicação dos passes, todos os médiuns presentes na Câmara de Passes, devem manter atitude digna, vibrando e pedindo pelo paciente. Nos intervalos de Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 29 atendimento, os médiuns na Câmara de Passes, devem efetuar leituras evangélicas, com breves comentários, evitando-se a todo custo, comentários particulares ou opiniões pessoais. Os textos devem ser analisados à luz da Doutrina Espírita. Durante todo o trabalho, manter pensamentos elevados e desejos sinceros de amparar, aliviar, curar e servir os necessitados. Não esquecer que todo benefício procede de Deus e que nós somos apenas instrumentos, algo parecido com a tomada elétrica que não detém a energia elétrica e que apenas dá passagem à mesma. Nos casos de dúvida, consultar o Dirigente dos trabalhos. CLASSIFICAÇÃO DOS PASSES Só existe um tipo de passe, ou seja, a "IMPOSIÇÃO DE MÃOS". Como já foi dito antes, os tratamentos dos pacientes pela Assistência Espiritual são feitos através de passes, que recebem uma determinada sigla, a fim de facilitar a identificação dos tipos de envolvimentos e problemas. Esta classificação não significa tipos diferentes de passes, nem formas diferenciadas de aplicação, uma vez que a transfusão de energias é efetuada pelos canais mediúnicos do médium e projetadas no paciente pela simples "imposição de mãos", sem formas ritualistas nem trejeitos de qualquer espécie. Os tratamentos são identificados da seguinte forma: PS - PASSE DE SUSTENTAÇÃO - Ministrado àqueles assistidos ou trabalhadores que apresentarem desequilíbrios psíquicos ou emocionais leves. O pode ser ministrado através de um só médium. Na analogia com os tratamentos físicos seria o desequilíbrio físico sanável com medicina caseira. PN1- PASSE NÚMERO 1 - Dirigido ao auxílio na OBSESSÃO SIMPLES, geralmente requerido por médium não desenvolvido, ou recaído em perturbação, por falta de orientação e ou excesso de solicitude. O atendimento deverá ser feito conscientizando-se o assistido do auxílio que irá receber, ensinando-o a se preparar durante o dia e propiciando-lhe preparação antes do atendimento. Na analogia com os tratamentos físicos seria o desajuste orgânico que exige tratamento médico. PN2 – PASSE NÚMERO 2 - Destinado ao auxílio na OBSESSÃO POR FASCINAÇÃO. O atendimento deverá preencher as condições requeridas no caso anterior. Na analogia com os tratamentos físicos seria a deficiência física mais grave, exigindo especialistas. PN3 – PASSE NÚMERO 3 - Dirigido ao auxílio na OBSESSÃO POR SUBJUGAÇÃO. O atendimento deverá preencher as mesmas condições dos anteriores. Na analogia com os tratamentos físicos seria o distúrbio físico que exige internação ou cirurgia. Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 30 PN4 – PASSE NÚMERO 4 - Dirigido ao auxílio de CURAS MATERIAIS. O atendimento deve preencher as mesmas condições das anteriores. Desejável que um dos médiuns seja vidente. Deverá ser associado ao acompanhamento médico. Neste caso o tratamento já está relacionado às curas físicas. OBSERVAÇÕES: Para o significado da obsessão simples, por fascinação e subjugação, consultar o LIVRO DOS MÉDIUNS, capítulo 23 e GÊNESE, capítulo 15, números 45 e 49. No caso dos passes PS, PN1, PN2 e PN3 basta apenas a imposição de mãos, porque a transfusão da energia independe da gesticulação. Para os passes PN3 e PN4, além do médium que está aplicando o passe, há necessidade de pelo menos mais 2, atrás do paciente, para sustentação. Em casos excepcionais, devido ao número insuficiente de médiuns presentes, pode-se aplicar esses passes, com número menor de médiuns em sustentação. É conveniente que os passes PN1, PN2, PN3 e PN4 sejam dados em dias diferentes das entrevistas, após análise da ficha e consulta ao Plano Espiritual. Os passes PS podem ser ministrados no mesmo dia. Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 31 APONTAMENTOS IMPORTANTES Deve-se, na transmissão do passe, evitar condicionamentos que se tornaram usuais, mas que unicamente desvirtuam a boa prática espírita. Destacamos, a seguir, aquilo que o conhecimento de mecânica dos fluídos já nos fez concluir: 1) Não há necessidade do toque, de forma alguma ou a qualquer pretexto, no paciente, para que a transmissão do fluído ocorra. A transmissão se dá de aura para aura. O encostar de mãos em quem recebe o passe causa reações contrarias à boa recepção dos fluidos e, mesmo, cria situações embaraçosas que convém prevenir. passe. 2) A imposição de mãos, como o fez Jesus, é o exemplo correto de transmitir o 3) Os movimentos que gradativamente foram sendo incorporados à forma de aplicação do passe criaram verdadeiro folclore quanto a esta prática espírita, desfigurando a verdadeira técnica. Os passistas passaram a se preocupar mais com os movimentos que deveriam realizar do que com o dirigir seus pensamentos para movimentar os fluidos. 4) Não há posição convencionada para que o beneficiado deva postar-se para que haja a recepção dos fluídos (pernas descruzadas, mãos em concha voltadas para o alto, etc). O importante é a disposição mental para captar os fluidos que lhe são transmitidos e não a posição do corpo. 5) O médium passista transmite o fluido, sem a necessidade de incorporação de um espírito pararealizar a tarefa. Daí decorre que o passe de ser silencioso, discreto, sem o balbuciar de preces, a repetição de “chavões” ou orientações à guisa de palavras sacramentais. 6) Devem-se evitar os condicionamentos desagradáveis, tais como: estalidos de dedos, palmas, esfregar as mãos, respiração ofegante, sopros, etc. 7) Antigamente, quando se acreditava que o passe era simplesmente transmissão magnética, criaram-se certas crendices que o estudo da transmissão fluídica desfez, tais como: necessidade de darem-se as mãos para que a “corrente” se estabelecesse; alternância dos sexos para que o passe ocorresse; obrigação do passista de livrar-se de objetos metálicos para não “quebrar a corrente”, etc. 8) Estamos mergulhados num “mar imenso de fluidos” e o médium, à medida que dá o passe, carrega-se automaticamente de fluidos salutares. Portanto, nada mais é que simples condicionamento a necessidade que certos médiuns passistas apresentam de receberem passes de outros médiuns ao final do trabalho, afirmando-se desvitalizados. Poderá haver cansaço físico, mas nunca desgaste fluídico, se o trabalho for bem Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 32 orientado. 9) A transmissão do fluído deve ser feita de pessoa a pessoa, devendo-se evitar práticas esdrúxulas de dar-se passes em roupas, toalhas e objetos pertencentes ao paciente, bem como não há necessidade alguma de levar-se a sua fotografia para que seja atendido à distância. 10) Não existe um número padronizado de passes que o médium poderá dar, acima do qual ele estará prejudicando-se. A quantidade de passes transmitidos poderá levar o médium a um cansaço físico mas nunca à exaustão fluídica, se o trabalho for bem orientado, pois a reposição de fluidos se dá automaticamente à medida que médium vai atendendo os que penetram a câmara de passes. Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 33 ENCERRAMENTO IMPOSIÇÃO DE MÃOS Joanna De Angelis "Quando nos identificamos com o pensamento do Cristo e nos impregnamos da mensagem de que ele se fez Messias, sempre temos algo que dar em Seu nome, àqueles que se nos acercam em aflição. Dentre os recursos valiosos, de que podemos dispor em benefício do nosso próximo, destaca-se a «imposição de mãos» em socorro da saúde alquebrada ou das forças em deperecimento. A recuperação de pacientes, portadores de diversas enfermidades, estava incluída na pauta das tarefas libertadoras de Jesus. De acordo com a gênese do mal de que cada necessitado se fazia portador, Ele aplicava o concurso terapêutico, restabelecendo o equilíbrio e favorecendo com a paz. «Impondo as mãos» generosas, cegos e surdos, mudos e feridos renovavam-se, tornando ao estado de bem-estar anterior. Estimulados pela força invisível que Ele transmitia, as células se refaziam, restaurando o organismo em carência. Com o seu auxílio, os alienados mentais eram trazidos de volta à lucidez e os obsidiados recobravam a ordem psíquica em face dos espíritos atormentadores que os maltratavam, os deixarem. Estáticos e cataléptico obedeciam-Lhe à voz, quando chamados de retorno. Esse ministério, porém, que decorre do amor, Ele nos facultou realizar, para que demos prosseguimento ao Seu trabalho entre os homens sofredores do mundo. Certamente, que não nos encontramos em condições de conseguir os feitos e êxitos que Ele produziu. Sem embargo, interessados na paz e renovação do próximo, é-nos lícito oferecer as possibilidades de que dispomos, na certeza de que os nossos tentames não serão em vão. Jesus conhecia o passado daqueles que O buscavam, favorecendo-os de acordo com o merecimento de cada um. Outrossim, doando misericórdia de acréscimo, mediante a qual os beneficiados poderiam conquistar valores para o futuro, repartindo os bens da alegria, estrada afora, em festa de corações renovados. Colocando-se, o cristão novo, à disposição do bem, pode e deve «impor as mãos» nos companheiros desfalecidos na luta, nos que tombaram, nos que se encontram aturdidos por obsessões tenazes ou desalinhados mentalmente... Entidade Espírita Luz e Caridade Ramatís – Curso de Reciclagem Página 34 Ampliando o campo de terapia espiritual, podemos aplicar sobre a água os fluidos curadores que revitalizarão os campos vibratórios desajustados naqueles que a sorveram, confiantes e resolutos à ação salutar da própria transformação interior. Tal concurso, propiciado pela caridade fraternal, não só beneficia os padecentes em provas e expiações redentoras, como ajuda aqueles que se aprestam ao labor, em razão destes filtrarem as energias benéficas que promanam da Espiritualidade através dos mentores desencarnados e que são canalizadas na direção daqueles necessitados. É compreensível que se não devam aguardar resultados imediatos, nem efeitos retumbantes, considerando-se a distância de evolução que medeia entre o Senhor e nós, máxime na luta de ascensão e reparação dos erros conforme nos encontramos. Ninguém se prenda, nesse ministério, às fórmulas sacramentais ou a formas estereotipadas, que distraem a mente que se deve fixar no objetivo do bem e não na maneira de expressá-lo. Toda técnica é valiosa, quando a essência superior é preservada. Assim, distende o passe socorrista com atitude mental enobrecida procurando amparar o irmão agoniado que te pede socorro. Não procures motivos para escusar-te. Abre-te ao amor e o amor te atenderá, embora reconheças as próprias limitações e dificuldades, em cujo campo te movimentas. Dentre muitos que buscavam Jesus, para o toque curador, destacamos a força de confiança expressa no apelo a que se refere Marcos, no capítulo cinco, versículo vinte e três do Evangelho: «E rogava-lhe muito, dizendo: — Minha filha está moribunda; rogo-Te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva». Faze, portanto, a «imposição das mãos», com o amor e a «fé que remove montanhas», em benefício do teu próximo, conforme gostarás que ele faça contigo, quando for tua a vez da necessidade. Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco no dia 02-04-83, em Bucaramanga, Colômbia.
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