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Mao de obra no século XIX

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
COLÉGIO TÉCNICO
HISTÓRIA
ANNY TORRES
CRISTINA SANTOS 
ESTHER FROIS
GABRIELLE INÁCIO
JULIA MARIA
NAYARA RUFINO
TAYNÁ REIS
BRASIL: MÃO DE OBRA DA SEGUNDA METADE ATÉ O FIM DO SÉCULO XIX
Mão de obra a partir da segunda metade do século XIX
Extinção do tráfico, tráfico interno e imigração.
Conhecimentos prévios
	1- Portugal era muito preocupado em impedir a entrada de europeus de outras nacionalidades no Brasil. 
Foi só em 1808 (vinda da familia Real) , com a abertura dos portos, que foi permitida a entrada de cidadãos de outras nacionalidades no país. 
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	2- Em linhas gerais, considera-se que os estrangeiros livres 
(ou seja, os não-escravos)
 que entraram no Brasil até 1822 
(ano da independência) 
foram colonizadores. 
A partir de então, os que entraram na nação independente foram imigrantes.
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Por que a mão de obra ESCRAVA se torna um problema? 
Fim do tráfico, e as explicações estruturais: mudanças na forma de reprodução da existência no ocidente.
O Império vinha enfrentando a questão do tráfico internacional de escravos com a Inglaterra, que combatia este "comércio infame" desde o início do século XIX, por motivos difíceis de desvendar pois durante muito tempo foram negreiros poderosos.
De 1839 a 1842 inúmeros navios negreiros foram apreendidos pela Marinha britânica. 
A coação crescia cada vez mais, deixando o Estado imperial em sérias dificuldades.
A situação configurava-se complexa. De um lado estavam os interesses dos grandes proprietários de escravos e de terras, dos comissários de café e dos traficantes. Do outro estavam os interesses dos ingleses. 
O comércio do café tornara-se extremamente lucrativo a partir de 1845 com a alta dos preços no mercado internacional. 
O aumento do plantio do café, em larga escala, decorrera do crescimento do consumo nos países da Europa e, também nos Estados Unidos. 
A produção cafeeira deslocou o pólo socioeconômico para o Centro-Sul do país, por ter condições físicas ideais para o plantio e também devido à mudança de foco do plantio no Nordeste 
[café  açucar(cana de açucar)].
Neste contexto, os grandes fazendeiros se ergueram incentivando a expansão das lavouras no Império e, ao mesmo tempo, a favor da continuação do tráfico negreiro e da condenação da política adotada pelo governo de Londres. 
O tráfico de escravos continuava crescendo. Segundo dados citados pelo historiador Caio Prado Júnior, no ano de 1848 alcançara-se um total de 22.849 africanos desembarcados no país. 
 As relações anglo-brasileiras andavam bem tensas, desde que a Inglaterra, tivera seus interesses contrariados quando houve a não-renovação dos tratados comerciais livre-cambistas e da adoção, pelo Brasil, da Tarifa Alves Branco, em 1844. 
A questão com o Governo de Sua Majestade Britânica ampliara-se na medida em que durante o século XIX, o Brasil dependera essencialmente da Inglaterra para conseguir créditos e empréstimos.
Como não obtinha dos acordos comerciais realizados com Londres o suficiente para pagar as importações que fazia, não podia atender aos compromissos da dívida, contraída sobretudo junto aos banqueiros ingleses.
O Governo imperial, temendo uma ação efetiva da Inglaterra, elaborou um projeto de lei, apresentado pelo Ministro da Justiça Eusébio de Queirós, ao Parlamento, visando à adoção de medidas mais eficazes para a extinção do tráfico negreiro. 
O projeto, convertido em lei em setembro de 1850, apoiado nos mais "sólidos princípios do direito das gentes," extinguia o tráfico determinando que:
Eusébio de Queirós
(...) "Artigo 3º - são autores do crime de importação, ou de tentativa dessa importação, o dono, o capitão ou mestre, o piloto e o contramestre da embarcação, e o sobrecarga. 
São cúmplices a equipagem, e os que coadjuvarem o desembarque de escravos no território brasileiro de que concorrerem para ocultar ao conhecimento da autoridade, ou para os subtrair à apreensão no mar, ou em ato de desembarque sendo perseguida."
Muitos protestaram, mas Queirós alegou dizendo que (...) "os escravos morriam mas as dívidas ficavam e, com elas, os terrenos hipotecados".
 Neste contexto de risco, Eusébio de Queirós apelava para a mudança da "opinião pública" quanto à extinção do tráfico, acentuando a possibilidade "da nossa propriedade territorial" passar das mãos dos fazendeiros para "os especuladores e traficantes".
Eusébio de Queirós, ao citar os "especuladores e traficantes", estava se referindo aos portugueses. 
Isto trazia, então, de volta à cena, naquele momento, o velho "fantasma português" que viria assombrar a "soberania nacional" e a "civilização" porque estava atingindo a grande lavoura.
Por outro lado, Eusébio de Queirós fornecia mais outra razão para a extinção do tráfico. Se continuasse a entrar no Império uma grande quantidade de negros cativos, como nos últimos anos, haveria um desequilíbrio entre as categorias da população 
A "boa sociedade" ficava exposta, então, a "perigos gravíssimos" já que tal desequilíbrio causara inúmeras rebeldias de escravos, como a que ocorrera em Salvador em 1835: a Revolta dos Malês.
Vinte anos após a lei Eusébio de Queiros, foi declarada a Lei do Ventre-Livre (de 28 de setembro de 1871). Que declarava que todo filho de escravo nascido a partir da promulgação da nova lei seria livre, gerando uma alteração no mundo do trabalho, todavia sem criar grandes mudanças na economia ou sociedade. 
A Lei do Ventre Livre permitia a liberdade para os filhos de escravos, mas vários artifícios na lei permitiam que os senhores não perdessem seus trabalhadores.
Por outro lado, aumentou o índice de mortalidade infantil por conta do descaso com os recém-nascidos por parte dos senhores. De todo modo, a década de 1870 aumentou os debates abolicionistas e a ação do Estado rumo à abolição da escravatura.
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Em 1885, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários que beneficiava os negros de mais de 65 anos. 
A Lei dos Sexagenários, que foi promulgada no dia 28 de setembro de 1885, não tinha muito efeito prático, pois os escravos com tamanha idade não eram tão valorizados. Era muito difícil também que os escravos conseguissem viver sob as condições impostas até alcançar tal idade. 
Foi em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que liberdade total finalmente foi alcançada pelos negros no Brasil. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, que estava como regente do Brasil na época.
Com o decreto da Lei Áurea a escravidão em território brasileiro foi totalmente extinta, mas a lei não atendia, de nenhuma forma, a vida pós –escravidão. 
 Não havia planos para políticas públicas que abrangessem emprego, alimentação, moradia ou qualquer outro tipo de reparação pelo trabalho escravo realizado pelos negros. 
 A direção que os ex-escravos tomaram depois da abolição, variou dependendo das condições econômicas de cada região. Grande parte continuou trabalhando para seus senhores, numa situação de dependência muito semelhante à da época de escravidão, em especial no nordeste.
 No vale da Paraíba, muito libertos estabeleceram regime de parceria com seus antigos donos, tornaram-se pequenos sitiantes ou tocadores de gado.
 As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro receberam grande número de escravos libertos. Em São Paulo, os ex-escravos, em sua maior parte sem qualificação profissional, foram obrigados a aceitar os trabalhos mais pesados e mal remunerados.
Para trabalhos em que era necessário maior conhecimento, houve uma falta de mão-de-obra, a solução encontrada para esse problema foi admitir imigrantes para esses trabalhos.
Tráfico interno
	Praticado com menor intensidade desde o início do tráfico de africanos para o Brasil, foi intensificada a partir da proibição do tráfico atlântico, em 1850, e perdurou até as vésperas da abolição como uma alternativa à reposição de mão-de-obra-cativa. 
Quando era praticada entre diferentes regiões de uma mesma província era chamado de tráfico
intraprovincial.
Quando era praticado entre províncias diferentes era chamado de interprovincial. 
		
Os proprietários de áreas menos dinâmicas e pequenos senhores escravistas passaram a vender seus escravos para os grandes cafeicultores, por preções muitos altos.
Grande parte dos escravos que foi vendida para as áreas cafeicultoras vieram do Nordeste.
 
Os escravos vendidos para fora do Nordeste eram de pequenos proprietários, que preferiam vendê-los para o Centro-sul, onde eram mais valorizados, do que para os grandes senhores de engenho. A verdade é que os produtores açucareiros tinham outras opções de mão de obra.
As províncias açucareiras, como a de Pernambuco, resolveram seu problema de mão de obra com trabalhadores sazonais: jornaleiros(diaristas), que eram contratados nas épocas de plantação, limpa e colheita de cana.
Em Pernambuco, área de ocupação antiga, com o monopólio de terra bem estabelecido desde o período colonial, era nas zonas mais áridas que o homem livre poderia se estabelecer, independente do domínio direto do grande produtor. As épocas de secas os levaram a migrar e a se colocar a serviço dos donos de engenhos ou grandes lavradores.
Com a necessidade de mão-de-obra qualificada, para substituir os escravos, milhares de europeus chegaram para trabalhar no interior de São Paulo, nas indústrias e na zona rural do sul do país
Os países que mais forneceram imigrantes para o Brasil e suas fazendas de café foi a Itália, Alemanha e Portugal; além dos russos, suiços, poloneses, japoneses e outros grupos étnicos de menor expressão. 
imigração
Por que é IMIGRAÇÃO (conceitos básicos), condições internas, condições externas, O que acontecia com o imigrante depois da chegada ao Brasil, o sistema de parcerias, lei te terras e imigração subsidiada.
Por que é IMIGRAÇÃO (conceitos básicos):
MIGRAÇÃO: indica a mudança de pessoas dentro de um mesmo pais., e também a união dos dois fenômenos emigração e imigração.
EMIGRAÇÃO: é a saída do país para ir morar em outro.( prefixo "e" indica saída).
IMIGRAÇÃO é a entrada em outro país para morar (o prefixo "i", indica entrada).
Condições internas
Pressão das autoridades britânicas;
proibição do tráfico negreiro, em 1850;
projeto de engenharia social (“branqueamento” da população brasileira);
incentivos do estado para a entrada de imigrantes italianos;
Condições externas
 ESPANHA: lutas entre liberais e absolutistas; e mais tarde entre monarquistas e republicanos.
ÁUSTRIA: Crise política entre as diversas nacionalidades lá existentes. 
ITÁLIA: processo de reorganização política, marcado por uma guerra que opunha o norte e o sul do país. Difícil situação de propriedade fundiárias restritas a poucos. Um enorme proletariado rural que ali existia, pressionado ainda mais por uma sequência de secas.
Muitos viram o Brasil como potência e migraram para cá. Além de serem seduzido pelas condições maravilhosas de trabalho oferecidas pela propaganda enganosa das agências de imigração brasileiras.
O que acontecia com o imigrante depois da chegada ao Brasil?
 Passavam algumas semanas nas Hospedarias;
Se dirigiam às Fazendas de café ;
Tinham que trabalhar lá por no mínimo 5 anos;
O colono não podia ser contratado um segunda vez se não tivesse um certificado de quitação com o primeiro empregador. 
Em caso de dívida, era obrigado a trabalhar gratuitamente por até dois anos.
O sistema de parcerias
 Idealizado pelo Senador Vergueiro, na década de 1840.
 O fazendeiro pagava as despesas da viagem do imigrante, fornecia a alimentação a crédito, as ferramentas, alguns pés de café e um lote de terra para que plantasse gêneros de subsistência.
 Quando os pés de café começavam a produzir o imigrante deveria ressarcir o fazendeiro, pagando-lhe o capital investido com jurus, além de entregar metade de sua produção de café.
 Os imigrantes livres dos débitos poderiam se estabelecer por conta própria. 
 O imigrante dificilmente conseguia pagar o fazendeiro e ficava preso à fazenda;
 Imigrantes eram tratados como escravos;
 Recebiam dos fazendeiro as piores terras, pouco produtivas, e viviam endividados;
 O sistema de “parceria” não deu certo, muito embora tenha sobrevivido por um longo tempo no campo brasileiro.
Lei de terras
 O imigrante que pagasse as dívidas contraídas, poderia se estabelecer por conta própria. Isto quer dizer que ele se estabeleceria em um pequeno lote de terra próprio. 
Se o trabalhador não era mais cativo, a terra não podia continuar a ser livre como fora desde os tempos coloniais. O governo brasileiro não queria que a agricultura brasileira se desenvolvesse por meio de pequenas unidades de produção. Defendia a continuidade da agricultura de exportação baseada na grande propriedade de terra.
E esse era um grande problema que tinha de ser resolvido.
A solução encontrada pelo governo para essa questão foi a promulgação da Lei de Terras, em 1850, que atribuía valor imobiliário às terras, que não seriam mais doados como haviam sido anteriormente.
IMIGRAÇÃO SUBSIDIADA
 Além de dificultar o acesso à terra no Brasil, o governo passou a subvencionar a imigração, garantindo mão de obra para as grandes propriedades. 
 Pela imigração subvencionada, o Estado pagava as despesas da viagem do imigrante para o Brasil, garantia-lhe um salário fixo e participação na colheita.
 Como do sistema de parceira resultaram maus-tratos e exploração dos imigrantes, a imagem do Brasil ficou comprometida no exterior. Para melhorar a imagem do país e despertar o interesse dos europeus em imigrar para cá, o governo brasileiro passou a fazer uma intensa propaganda das vantagens que o país e a imigração subvencionada ofereciam aos imigrantes.
CURIOSIDADES
o numero exato de escravos africanos para o Brasil é impossível de ser calculado. Não há registros precisos, apenas estimativas.
ENTRADADE ESCRAVOS NO BRASIL
SéculoXVI
100.000
SéculoXVII
2.000.000
Século XVIII
2.000.000
1801 a 1850 (primeira metadedo século XIX)
1.500.000
Até hoje carregamos influências dos imigrantes no país.
No interior do Brasil ,muitas vezes vemos fazendeiros que adotam uma relação de trabalho com seus empregados de forma semelhante ao sistema de parcerias.
Referencias bibliográficas
Vainfas, Ronaldo. História: o longo século XIX; volume 2. São Paulo: Saraiva. 2010
Freitas, Sônia Maria de. O café e a imigração (coleção Que História é essa?). Saraiva. 2012.
SOUSA, Reiner. A chegada dos imigrantes. Disponível em http://www.brasilescola.com/historiab/a-chegada-dos-imigrantes.htm. Acessado em:15 out. 2013.
Saiba mais sobre a imigração para o Brasil no século XIX. Disponível em: ˂http://mestresdahistoria.blogspot.com.br/2011/04/saiba-mais-sobre-imigracao-para-o.html˃. Acessado em: 14 out. 2013. 
MALERBA, Jurandir. O Brasil Imperial. Maringá: Eduem, 1999. p. 103-5
http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/abolicao.htm
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/queiros.html
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/extincao.html
http://www.historiabrasileira.com/escravidao-no-brasil/lei-dos-sexagenarios/
http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/lei-aurea/

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