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1 2 COMO MELHORAR OS RESULTADOS DE MATERNIDADE Para aprimorar nossas experiências na busca por resultados de maternidade, vamos imaginar uma situação próxima do nosso dia a dia: você recentemente virou pai ou mãe. Esse bebê é uma menina linda e saudável. Tenho certeza que você vai fornecer para ela os melhores cuidados possíveis: um quarto confortável e quente, cama limpa, fraldas limpas a cada poucas horas, vai ajudar o bebê em todas as vezes que ela quiser se alimentar e cuidar muito bem da sua saúde. Na maternidade em uma granja de suínos esse modelo de cuidados também deve estar em mente. O leitão necessita de um ambiente com máximo conforto, precisa aprender a mamar nas primeiras horas após o parto, ingerir o máximo de colostro e, além disso, os � lhotes ainda competem com aproximadamente doze irmãos, durante toda esta fase. Como se já não fosse muito complicado, ainda temos a ocorrência de patógenos que podem prejudicar o desenvolvimento dos leitões logo após o nascimento, levando até a morte dos animais. Os leitões � cam na maternidade entre três e quatro semanas após o nascimento, sendo que o período de amamentação é muito curto. Desta forma, o controle e execução correta de práticas de manejo neste curto espaço de tempo é fundamental para o sucesso de todo o sistema de criação. Abaixo serão listados alguns dos controles e manejos que necessitam ser realizados para atingir melhores resultados de maternidade. Auxílio as porcas durante o parto O auxílio durante o parto é muito importante na suinocultura e tem como objetivo de obter o maior número de leitões nascidos vivos em cada leitegada e manter a saúde reprodutiva da fêmea. Com a concentração de partos, os parteiros podem apresentar di� culdade em atender a fêmea, dando mais atenção aos leitões nascidos. Além disso, granjas muito grandes podem apresentar di� culdade de concentrar os partos, ocorrendo partos simultâneos em mais de uma sala e poucas pessoas para realizarem este atendimento. Neste cenário, é necessário tomar decisões rápidas, pois outras fêmeas estão parindo e precisam ser auxiliadas. Ter um protocolo de atendimento de fêmeas na granja auxilia a tomada de decisão dos colaboradores, favorecendo a correta atenção as fêmeas e aos leitões durante o parto. Uma sugestão de Wentz et al., (2009) de atendimento ao parto pode ser observada a seguir: 1°. Deve ser observado comportamento da matriz como: agitação, escavar, morder, deitar, contrações; envolve observações sobre o complexo mamário: edema, presença de leite; e observações sobre a vulva: edema e secreção. 3 2°. Registrar o início do parto, que pode ser observado através da eliminação de secreção acompanhada de contrações abdominais e a expulsão do primeiro feto. Esta informação é importante para o parteiro, pois é necessário tomar a decisão correta em caso de demora do nascimento do leitão, e ter a informação � nal sobre a duração do parto. 3°. Anotação da hora do nascimento de cada leitão através da utilização de uma � cha individual de acompanhamento do parto. Essa prática é fundamental para determinar a necessidade de intervir no parto em relação ao período decorrido do nascimento do último leitão. Os protocolos de orientação de intervalo de nascimento entre leitões devem ser bem claros. Geralmente, não devem ser inferiores a 30 minutos, sugerindo-se em média entre 30 a 45 minutos. 4°. Decisão a ser tomada em partos que não estão ocorrendo de forma correta. Dentre as medidas que podem ser adotadas, estão: a massagem nas barrigas das fêmeas, levantá-las para alterar o lado que estão deitadas, aplicação de ocitocina e até mesmo a palpação genital. Neste caso, pode ser utilizado uma árvore de decisão na maternidade (Figura 1). Esta medida visa facilitar a tomada de decisão dos colaboradores no caso de partos demorados. Figura 1: Esquema visual de atendimento ao parto para facilitar tomada de decisões do parteiro na granja. Sempre que ocorrer o nascimento do leitão voltar ao topo da árvore de decisão até a eliminação da placenta e � nal do parto. 4 Os fatores relacionados à ocorrência de partos distócicos, são: inércia uterina, mau posicionamento do leitão no canal do parto, presença de mais de um feto no canal, deslocamento uterino e fetos muito grandes em relação ao canal do parto. A intervenção errônea, seja pela administração de ocitocina ou por palpação genital, pode alterar o decurso normal do parto. Lucia Jr. et al. (2002), veri� caram que a aplicação de ocitocina e intervenção manual aumentam em 20 e 8 vezes, respectivamente, a chance de natimortalidade. Para uso da ocitocina como ferramenta de auxílio ao parto, deve-se sempre considerar que ela é indicada quando se observa uma diminuição ou ausência nas contrações uterinas. Toda fêmea que sofreu palpação genital deve ser medicada com antimicrobianos, prevenindo desta forma infecções uterinas. Isto é muito importante, pois quando a mão ou braço são introduzidos, levam consigo a microbiota da vulva para cérvix e útero. O atendimento ao parto visa maximizar o número de leitões nascidos vivos, através da redução do número de natimortos e a melhor reprodução seguinte da fêmea. Auxílio aos leitões durante o parto A assistência aos leitões durante o parto é indispensável uma vez que boa parte das mortes de leitões acontece próximo a esse momento. As principais causas de mortalidade nas primeiras horas pós-parto, são: nascimento de leitões fracos, leitões sufocados (líquidos e membranas placentárias), esmagamentos provocados pela porca, inanição, hipoglicemia e hipotermia. Para facilitar o auxílio aos leitões e melhorar a qualidade da assistência ao parto, muitas granjas utilizam uma caixa de equipamentos, que pode ser composta por um compartimento para armazenar papel toalha, frasco com desinfetantes e barbante para amarrar o cordão umbilical e outros utensílios usados no parto, como: seringas, tesouras, bisturi e alguns medicamentos (Figura 2). Figura 2: Modelo de caixa para auxilio no parto, com acesso fácil a todos equipamentos necessários para correto manejo dos leitões. Fonte: Embrapa; Comunicado técnico 296. 5 Os leitões nascem com uma pequena reserva de gordura, sendo que nas primeiras horas de vida ele utiliza apenas a glicose catabolizada do glicogênio hepático como sua principal fonte de energia. Na falta de aquecimento arti� cial, os leitões, principalmente aqueles que não são amamentados, tornam-se hipoglicêmicos e procuram aquecimento junto a mãe, podendo resultar no esmagamento deles. Durante o parto pode-se utilizar tapetes ou outras fontes de aquecimento ao lado dos tetos da fêmea. Logo após o nascimento o leitão de ser limpo e seco, pois ele nasce envolto em restos de membranas fetais que devem ser removidas, principalmente das narinas, para que não obstrua a respiração. Além disso, a secagem do leitão faz com que ele se mantenha mais aquecido, evitando hipotermia e hipoglicemia. Algumas massagens no dorso e na região pulmonar são aconselhadas para ativar a circulação e a respiração. Não se deve forçar o rompimento do cordão umbilical, pois o desligamento deverá acontecer dentro da fêmea, evitando o aparecimento de hérnias. Em seguida, o corte do cordão umbilical deve ser feito a 3 cm de sua inserção. Antes do corte o cordão deve ser amarrado, utilizando barbante previamente desinfetado ou embebido em desinfetante, e usar tesoura cirúrgica desinfetada para o corte. Para a desinfecção do umbigo, usar um frasco com boca larga contendo tintura de iodo a 5% ou iodo glicerinado. Imergir o umbigo nesta solução, pressionando o frasco contra o abdômen do leitão e fazer um movimento de 180º para que o desinfetante atinja a base do umbigo devendo permanecer em contato por 3 a 5 segundos nessa solução (SOBESTIAMSKY et al., 1998; LIMA et al., 2004).O leitão nasce de� ciente em ferro e o leite da porca não é su� ciente para suprir essa necessidade. Desta forma, quando não é fornecido ferro suplementar, rapidamente desenvolve-se a anemia ferropriva, então, o fornecimento como medida pro� lática de ferro suplementar deve ser realizado. A aplicação de ferro deve ser feita no 1º dia de vida, 2ml no pescoço por via intramuscular. O corte de dente deverá ser feito entre 6 a 12 horas após o nascimento, permitindo que o leitão ingira boa quantidade de colostro. Exceto no caso de fêmeas que se apresentam nervosas e não aceitam os leitões amamentarem devido ao incomodo provocado pelo dente dos leitões. Neste caso, deve-se realizar o corte o quanto antes. Cuidados na ingestão de colostro após o nascimento A ingestão do colostro é muito importante, devido as altas concentrações de imunoglobulinas que irão proteger os leitões na fase de maternidade e por ser a primeira fonte de alimento para os leitões. A absorção máxima destas imunoglobulinas pelo intestino do animal ocorre apenas nas primeiras horas após o nascimento, por isso, é muito importante auxiliar os leitões a ingerirem o máximo de colostro possível. 6 A ingestão insu� ciente, se for associada com baixo peso ao nascer, menor ganho de peso no primeiro dia após o nascimento e menor temperatura retal, são fatores que aumentam a mortalidade de leitões antes do desmame. Além disso, uma maior ingestão de colostro pelos leitões (>250g) favorece maior peso dos animais na sua vida produtiva. Desta forma, a supervisão durante o parto, com a adequada secagem do leitão, favorece uma maior ingestão de colostro pelos animais por minimizar a perda de calor para o ambiente (Figura 3). Com menor perda de calor, o leitão terá mais energia para buscar por um teto para mamar, proporcionando uma maior vitalidade para os animais. Figura 3: Leitão que perdeu calor após o nascimento devido à falta de secagem. (Coloração verde) Fonte foto: https://www.pig333.com/print/7116. Outro ponto muito importante é a orientação de mamada (Figura 4). Leitões que nascem primeiro irão ingerir o colostro mais rápido e podem atrapalhar os animais que nascem por último. O ideal é marcar os leitões de acordo com a ordem de nascimento (pode ser através de bastão marcador) (Figura 5). Com isso, durante o parto, os leitões que nasceram primeiro devem ser presos no escamoteador após ingerir o colostro para que seus irmãos possam ter acesso. Com a utilização desta técnica uma ingestão mais uniforme de colostro é proporcionada a todos os animais. Quanto maior for a leitegada, menor será a quantidade de colostro ingerido por indivíduo, sendo que em leitegadas com menos de 12 leitões, cada um consome em média 271g de colostro, em contrapartida, leitegadas com mais de 17 leitões 7 tendem a diminuir o consumo individual para 190g em média, devido a maior disputa. Figura 5: Identi� cação dos leitões durante o nascimento. Fonte foto: Gefferson Almeida da Silva, 2014 No caso de leitegadas numerosas, o uso de sonda gástrica para suplementação de leitões com uma mistura de colostro é viável e poderia ser incluído como manejo estratégico para leitões de baixo peso ao nascimento (Figura 6). Neste caso, deve ser coletado colostro de fêmeas com pouco leitões e este deve ser armazenado para suplementação de leitões com di� culdade de alimentação e oriundos de leitegadas numerosas. Figura 4: Orientação de mamada para estimular maior consumo de colostro após o nascimento. Fonte foto: http://www.opresenterural.com.br/caderno.php?c=5 8 Figura 6: Suplementação de colostro através de sonda gástrica. Fonte foto: http://www.opresenterural.com.br/arquivos/noticia-detalhes.php?id=1524&id_categoria=3&id_ subcategoria=3 Além de reduzir a mortalidade dos leitões na maternidade, a maior ingestão de colostro nas primeiras horas após o nascimento vai proporcionar melhor saúde e vitalidade para os animais, levando a um maior peso do leitão ao desmame. Transferência de leitões Para reduzir as estatísticas de mortalidade na maternidade é de extrema importância que seja realizado a uniformização das leitegadas no período de 6 a 24 horas após o nascimento, pois neste intervalo de tempo o leitão ainda adquire um consumo aceitável de imunidade passiva através do colostro e é o período onde ocorre a de� nição de tetas pelos animais. Nestes primeiros dias, é fundamental homogeneizar os leitões de acordo com número de tetas funcionais presentes nas fêmeas, mantendo uma homogeneidade no tamanho dos animais. É muito importante auxiliar os leitões a ingerir o colostro após o nascimento antes de realizar a transferência. Durante a transferência dos leitões, normalmente seleciona-se uma porca com bom aparelho mamário e não primípara, para amamentar os leitões mais leves de um lote. É importante aplicar nos leitões dessa leitegada uma dose de complexo vitamínico e/ou energético e orientar suas mamadas por dois ou três dias, fechando-os nos escamoteadores e soltando-os para mamar a cada hora. Os leitões se adaptam aos sons do tratador para o estimulo de mamada. Para formar esta leitegada, geralmente retira-se um ou dois leitões das porcas que possuírem leitões leves, trocando-os com os mais pesados. Esse processo auxilia na uniformização das leitegadas dentro do lote. 9 Caso as leitegadas sejam numerosas, pode-se utilizar uma mãe de leite para receber leitões pesados, liberando uma fêmea recém parida para receber os leitões leves do lote. Não se deve colocar leitões pequenos em mães de leite pois estas podem apresentar cio na maternidade. Ambiência na maternidade A ambiência na maternidade é um grande desa� o para se atingir o conforto ambiental dos suínos, por alojar em suas instalações duas categorias de animais com zonas de conforto totalmente diferentes. A matriz suína possui uma zona de conforto entre 16 e 22°C, enquanto os leitões entre 32 e 34°C. O principal efeito do desconforto ambiental para as matrizes pode ser observado na redução do seu consumo voluntário de ração, que pode diminuir cerca de 40%. Essa diminuição tem efeitos diretos sobre o ganho de peso dos leitões na maternidade, devido à redução na produção de leite pelas fêmeas, além de poder gerar aumento na mortalidade pelo desconforto da fêmea, ocasionado pela maior movimentação para o consumo de água. Para melhorar o conforto das fêmeas, pode-se utilizar diversos sistemas de climatização. Dentre estes pode-se citar o uso de ventiladores ou nebulizadores, sistemas de gotejamento e de ar refrigerado sobre a nuca das fêmeas, sistema de evaporação adiabática e ainda o uso de piso refrigerado. Por outro lado, um ambiente frio para os leitões pode prejudicar todo o seu desenvolvimento na maternidade, devido maior gasto de energia para manter sua temperatura corporal, além disso, esses animais podem � car mais próximos à fêmea, buscando seu calor corporal, o que leva a maior mortalidade por esmagamento. Desta forma, é essencial uma fonte de calor para os leitões, como tapete de aquecimento e escamoteadores. Deve-se ter em mente que a temperatura da sala deve favorecer as fêmeas e os escamoteadores os leitões, mantendo um equilíbrio para as duas categorias de animais presentes na maternidade. Uma dica muito importante é colocar termômetro de mínima e máxima nas salas de maternidade para que esse controle seja realizado. Coloque dois termômetros por sala sendo um na altura das fêmeas e um no escamoteador dos leitões. Desta forma � ca fácil realizar o controle da temperatura das salas nas diferentes épocas do ano. Fornecimento de ração e água na maternidade para leitões O fornecimento de ração na maternidade para leitões é um manejo que deve ser utilizado pelos produtores. A oferta da ração nos cochinhos ou bandejas de alimentação deve ser iniciadoa partir dos sete dias de idade (Figura 7). A ração deve ser fornecida nos horários que os leitões estiverem mais ativos, e consequentemente mais curiosos para procurar a ração. A fase de pico de atividade tende a começar no 10 meio do dia, entre os períodos de alimentação da matriz. Figura 7: utilização de cochinhos de ração na maternidade para adaptação dos leitões a ração. Fonte foto: https://www.aasv.org/shap/issues/v18n4/v18n4p174.html A utilização deste manejo ajuda na adaptação dos leitões ao consumo de alimento sólido, favorecendo o estímulo da produção de enzimas no aparelho digestivo do animal. Além disso, o leite da matriz não é capaz de suprir todas as exigências dos leitões na terceira semana de lactação. Um bom consumo de ração na maternidade pode favorecer o ganho de peso dos leitões. Com o fornecimento de ração na maternidade, é imprescindível o fornecimento de água para os leitões (Figura 8), uma vez que os animais ingerindo ração apresentam necessidade de ingestão de água. 11 Figura 8. Leitões ingerem água na maternidade com início do fornecimento de ração. Fonte foto: http:// www.opresenterural.com.br/caderno.php?c=5&m=109 Controle de patógenos causadores de diarreia em leitões na maternidade Cerca de 70% dos casos de mortalidade de leitões ocorrem na primeira semana de vida, sendo as principais causas o esmagamento, a inanição e os problemas entéricos. Na etiologia das infecções entéricas em leitões incluem-se protozoários, bactérias e vírus (Tabela 1), sendo que o controle destes patógenos na maternidade é fundamental para garantir o desempenho ideal dos leitões. Tabela 1: Principais patógenos causadores de diarreia na maternidade de suínos. IDADE (dias) PATÓGENO SINAIS CLÍNICOS 0-5 dias Coronavírus (TGE, ED) Diarreia aquosa amarelada 0-5 dias Clostridium perfringes tipo C. Diarreia mucoide amarelada sanguinolenta. 0-21 dias Rotavírus Fezes aquosa ou cremosa, em tons amarelados ou branca. 0-21 dias Isospora suis (Coccidiose) Fezes pastosa em tons ama- relados ou acinzentados. 0-21 dias Escherichia coli Diarreia aquosa amarelada Fonte: Adaptado de Zlotowski et al., 2006. 12 Dentre os principais patógenos causadores de problemas entéricos, a Isospora suis, um protozoário causador da coccidiose suína, é um dos principais agentes que acometem os leitões na maternidade. É caracterizada por uma diarreia não hemorrágica, amarelada, fétida e não responsiva a antibióticos (Figura 9). É importante ressaltar que a coccidiose pode se manifestar de forma subclínica, causando prejuízos no desenvolvimento dos leitões, sem a manifestação de diarreia. O aparecimento desta doença ocorre geralmente entre o 5º e o 15º dia de idade. É caracterizada como uma enfermidade de alta taxa de morbidade, porém com baixa mortalidade. O uso pro� lático de coccidicida em leitões na primeira semana de vida é a medida mais e� ciente para evitar o aparecimento da diarreia causada por este agente. Dentre os produtos disponíveis para suínos, o mais e� ciente é o toltrazuril. Figura 9: Aspecto da diarreia causada por coccidiose. Fonte foto: https://gepsaa.wordpress.com/2013/02/28/diarreia-de-leitoes-na-maternidade/ O rotavírus é considerado o principal agente viral relacionado com a diarreia neonatal e do pós-desmame dos suínos, além de provocar anorexia e vômitos. A morbidade da rotavirose suína é alta, principalmente nas infecções primarias, porém, a mortalidade é baixa, � cando entre 7-20%. Os rotavírus são extremamente resistentes às condições de meio ambiente, podendo permanecer infecciosos nas instalações, quando protegido por matéria orgânica. Estas características fazem com que o rotavírus mantém-se nas instalações e nos rebanhos, di� cultando a sua eliminação. A limpeza e desinfecção das instalações são processos importantes para a prevenção da doença, além disso, a sela parideira e o escamoteador devem ser mantidos secos. Como tratamento, recomenda-se o uso de soluções hidratantes, sendo que o uso de antibiótico é feito apenas para evitar as infecções secundárias. A vacinação das fêmeas no terço-� nal da gestação é uma das principais condutas a serem implementadas no desenvolvimento de um programa sanitário que inclui o controle e pro� laxia da diarreia de leitões lactentes. 13 A principal bactéria associada à patogênese das enterites na maternidade é a Escherichia coli enterotoxigênica. As principais perdas causadas pela colibacilose, são: o atraso no crescimento, gastos com tratamentos e alimentação adicionais, programas de controle e pro� laxia e aumento de mortalidade. É comum observar uma alta taxa de mortalidade dos leitões entre quatro e 24 horas após o nascimento. Para utilização de uma terapia antimicrobiana é essencial identi� car a etiologia, conhecer o per� l de sensibilidade do agente bacteriano envolvido, avaliar as condições do ambiente, manejo e características do princípio ativo. Alguns antibióticos como colistina, enro� oxacina, neomicina e � orfenicol são utilizados no tratamento dos animais com bons resultados. Vale ressaltar a importância de consultar um médico veterinário para a correta identi� cação dos patógenos envolvidos nos problemas entéricos da maternidade, para que se possa implementar um protocolo pro� lático e de tratamento na granja. Para todos os agentes causadores de problemas entéricos na maternidade, a limpeza e desinfecção das instalações são fundamentais para a prevenção da doença. Considerações � nais A rentabilidade na suinocultura é extremamente dependente dos resultados de maternidade. Uma sequência de atividades simples é essencial para um ótimo desenvolvimento da leitegada, é necessário dedicação nas primeiras horas de vida e pequenos cuidados na primeira semana, para evitar problemas que podem causar prejuízos ao sistema de criação. Um bom treinamento dos colaboradores, para entender as necessidades dos leitões e das fêmeas nesta fase, é fundamental para que os objetivos sejam atingidos. A Agroceres Multimix, com seu suporte técnico de campo, reconhece que cada granja exige um tratamento único e diferenciado, com apoio direto à equipe de colaboradores de nossos clientes. É por isso que oferecemos um pacote completo de soluções. Agroceres Multimix, muito mais que nutrição. Referências bibliográ� cas CAMPOS, C. P. et al (2008). Cuidados com os leitões no pós-parto e nos primeiros dias de vida. Revista Cientí� ca Eletrônica de Medicina Veterinária - Ano VI – Número 11. EMBRAPA (2002). KIT de Maternidade – Auxílio ao Parto. Comunicado técnico 296. LIMA, J.A.F.; OLIVEIRA A.I.G.; FIALHO, E.T. Produção de Suínos. Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2004. 199p. (FAEPE – Curso de pós-graduação “Latu Sensu”). LUCIA JÚNIOR T., et al. (2002). Risk factors for stillbirths in two swine farms in the south of Brazil. Preventive Veterinary Medicine. 53: 285-292. 14 MÉDICI, K.C (2007). Rotavírus grupos A, B e C em leitões lactentes: Freqüência de diagnóstico e avaliação molecular de rotavírus atípicos. Tese UEL – Londrina -PR. SOBESTIANSKY, J.; WENTZ, I.; SILVEIRA, P.R.S.; SESTI, L.A.C. Suinocultura Intensiva: Produção, Manejo e Saúde do Rebanho. Brasília: EMBRAPA, 1998, p.135-162. WENTZ I., BIERHALS T., MELLAGI A.P.G. & BORTOLOZZO F. P. (2009). A importância do atendimento ao parto na melhoria da produtividade em suínos. Acta Scientiae Veterinariae. 37 (Supl 1): s35-s47 ZLOTOWSKI P., DRIEMEIER D. & BARCELLOS D.E.S.N.. 2008. Patogenia das diarréias dos suínos: modelos e exemplos. Acta Scientiae Veterinariae. 36 (Supl 1): s81-s86.
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