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2
COMO MELHORAR OS RESULTADOS DE MATERNIDADE
 Para aprimorar nossas experiências na busca por resultados de maternidade, 
vamos imaginar uma situação próxima do nosso dia a dia: você recentemente virou pai 
ou mãe. Esse bebê é uma menina linda e saudável. Tenho certeza que você vai fornecer 
para ela os melhores cuidados possíveis: um quarto confortável e quente, cama limpa, 
fraldas limpas a cada poucas horas, vai ajudar o bebê em todas as vezes que ela quiser 
se alimentar e cuidar muito bem da sua saúde. 
 Na maternidade em uma granja de suínos esse modelo de cuidados também 
deve estar em mente. O leitão necessita de um ambiente com máximo conforto, precisa 
aprender a mamar nas primeiras horas após o parto, ingerir o máximo de colostro e, 
além disso, os � lhotes ainda competem com aproximadamente doze irmãos, durante 
toda esta fase. Como se já não fosse muito complicado, ainda temos a ocorrência de 
patógenos que podem prejudicar o desenvolvimento dos leitões logo após o nascimento, 
levando até a morte dos animais. 
 Os leitões � cam na maternidade entre três e quatro semanas após o 
nascimento, sendo que o período de amamentação é muito curto. Desta forma, o 
controle e execução correta de práticas de manejo neste curto espaço de tempo é 
fundamental para o sucesso de todo o sistema de criação. Abaixo serão listados alguns 
dos controles e manejos que necessitam ser realizados para atingir melhores resultados 
de maternidade.
  Auxílio as porcas durante o parto
 O auxílio durante o parto é muito importante na suinocultura e tem como 
objetivo de obter o maior número de leitões nascidos vivos em cada leitegada e manter 
a saúde reprodutiva da fêmea. 
 Com a concentração de partos, os parteiros podem apresentar di� culdade 
em atender a fêmea, dando mais atenção aos leitões nascidos. Além disso, granjas 
muito grandes podem apresentar di� culdade de concentrar os partos, ocorrendo partos 
simultâneos em mais de uma sala e poucas pessoas para realizarem este atendimento. 
Neste cenário, é necessário tomar decisões rápidas, pois outras fêmeas estão parindo e 
precisam ser auxiliadas. Ter um protocolo de atendimento de fêmeas na granja auxilia a 
tomada de decisão dos colaboradores, favorecendo a correta atenção as fêmeas e aos 
leitões durante o parto. Uma sugestão de Wentz et al., (2009) de atendimento ao parto 
pode ser observada a seguir: 
 1°. Deve ser observado comportamento da matriz como: agitação, escavar, 
morder, deitar, contrações; envolve observações sobre o complexo mamário: edema, 
presença de leite; e observações sobre a vulva: edema e secreção.
 
3
 2°. Registrar o início do parto, que pode ser observado através da eliminação 
de secreção acompanhada de contrações abdominais e a expulsão do primeiro feto. 
Esta informação é importante para o parteiro, pois é necessário tomar a decisão correta 
em caso de demora do nascimento do leitão, e ter a informação � nal sobre a duração 
do parto. 
 3°. Anotação da hora do nascimento de cada leitão através da utilização 
de uma � cha individual de acompanhamento do parto. Essa prática é fundamental 
para determinar a necessidade de intervir no parto em relação ao período decorrido do 
nascimento do último leitão. Os protocolos de orientação de intervalo de nascimento 
entre leitões devem ser bem claros. Geralmente, não devem ser inferiores a 30 minutos, 
sugerindo-se em média entre 30 a 45 minutos. 
 4°. Decisão a ser tomada em partos que não estão ocorrendo de forma 
correta. Dentre as medidas que podem ser adotadas, estão: a massagem nas barrigas 
das fêmeas, levantá-las para alterar o lado que estão deitadas, aplicação de ocitocina e 
até mesmo a palpação genital.
 Neste caso, pode ser utilizado uma árvore de decisão na maternidade (Figura 
1). Esta medida visa facilitar a tomada de decisão dos colaboradores no caso de partos 
demorados.
Figura 1: Esquema visual de atendimento ao parto para facilitar tomada de decisões do parteiro na granja. 
Sempre que ocorrer o nascimento do leitão voltar ao topo da árvore de decisão até a eliminação da 
placenta e � nal do parto.
4
 Os fatores relacionados à ocorrência de partos distócicos, são: inércia 
uterina, mau posicionamento do leitão no canal do parto, presença de mais de um feto 
no canal, deslocamento uterino e fetos muito grandes em relação ao canal do parto. A 
intervenção errônea, seja pela administração de ocitocina ou por palpação genital, pode 
alterar o decurso normal do parto. Lucia Jr. et al. (2002), veri� caram que a aplicação de 
ocitocina e intervenção manual aumentam em 20 e 8 vezes, respectivamente, a chance 
de natimortalidade. Para uso da ocitocina como ferramenta de auxílio ao parto, deve-se 
sempre considerar que ela é indicada quando se observa uma diminuição ou ausência 
nas contrações uterinas.
 Toda fêmea que sofreu palpação genital deve ser medicada com 
antimicrobianos, prevenindo desta forma infecções uterinas. Isto é muito importante, 
pois quando a mão ou braço são introduzidos, levam consigo a microbiota da vulva para 
cérvix e útero. 
 O atendimento ao parto visa maximizar o número de leitões nascidos vivos, 
através da redução do número de natimortos e a melhor reprodução seguinte da fêmea.
  Auxílio aos leitões durante o parto
 A assistência aos leitões durante o parto é indispensável uma vez que boa 
parte das mortes de leitões acontece próximo a esse momento. As principais causas de 
mortalidade nas primeiras horas pós-parto, são: nascimento de leitões fracos, leitões 
sufocados (líquidos e membranas placentárias), esmagamentos provocados pela porca, 
inanição, hipoglicemia e hipotermia.
 Para facilitar o auxílio aos leitões e melhorar a qualidade da assistência ao 
parto, muitas granjas utilizam uma caixa de equipamentos, que pode ser composta por 
um compartimento para armazenar papel toalha, frasco com desinfetantes e barbante 
para amarrar o cordão umbilical e outros utensílios usados no parto, como: seringas, 
tesouras, bisturi e alguns medicamentos (Figura 2).
Figura 2: Modelo de caixa para auxilio no parto, com acesso fácil a todos equipamentos necessários para 
correto manejo dos leitões. Fonte: Embrapa; Comunicado técnico 296.
5
 Os leitões nascem com uma pequena reserva de gordura, sendo que 
nas primeiras horas de vida ele utiliza apenas a glicose catabolizada do glicogênio 
hepático como sua principal fonte de energia. Na falta de aquecimento arti� cial, os 
leitões, principalmente aqueles que não são amamentados, tornam-se hipoglicêmicos e 
procuram aquecimento junto a mãe, podendo resultar no esmagamento deles. Durante 
o parto pode-se utilizar tapetes ou outras fontes de aquecimento ao lado dos tetos da 
fêmea. 
 Logo após o nascimento o leitão de ser limpo e seco, pois ele nasce envolto 
em restos de membranas fetais que devem ser removidas, principalmente das narinas, 
para que não obstrua a respiração. Além disso, a secagem do leitão faz com que ele se 
mantenha mais aquecido, evitando hipotermia e hipoglicemia. Algumas massagens no 
dorso e na região pulmonar são aconselhadas para ativar a circulação e a respiração. 
Não se deve forçar o rompimento do cordão umbilical, pois o desligamento deverá 
acontecer dentro da fêmea, evitando o aparecimento de hérnias.
 Em seguida, o corte do cordão umbilical deve ser feito a 3 cm de sua inserção. 
Antes do corte o cordão deve ser amarrado, utilizando barbante previamente desinfetado 
ou embebido em desinfetante, e usar tesoura cirúrgica desinfetada para o corte. Para 
a desinfecção do umbigo, usar um frasco com boca larga contendo tintura de iodo a 
5% ou iodo glicerinado. Imergir o umbigo nesta solução, pressionando o frasco contra 
o abdômen do leitão e fazer um movimento de 180º para que o desinfetante atinja a 
base do umbigo devendo permanecer em contato por 3 a 5 segundos nessa solução 
(SOBESTIAMSKY et al., 1998; LIMA et al., 2004).O leitão nasce de� ciente em ferro e o leite da porca não é su� ciente para 
suprir essa necessidade. Desta forma, quando não é fornecido ferro suplementar, 
rapidamente desenvolve-se a anemia ferropriva, então, o fornecimento como medida 
pro� lática de ferro suplementar deve ser realizado. A aplicação de ferro deve ser feita 
no 1º dia de vida, 2ml no pescoço por via intramuscular.
 O corte de dente deverá ser feito entre 6 a 12 horas após o nascimento, 
permitindo que o leitão ingira boa quantidade de colostro. Exceto no caso de fêmeas que 
se apresentam nervosas e não aceitam os leitões amamentarem devido ao incomodo 
provocado pelo dente dos leitões. Neste caso, deve-se realizar o corte o quanto antes.
  Cuidados na ingestão de colostro após o nascimento
 A ingestão do colostro é muito importante, devido as altas concentrações 
de imunoglobulinas que irão proteger os leitões na fase de maternidade e por ser a 
primeira fonte de alimento para os leitões. A absorção máxima destas imunoglobulinas 
pelo intestino do animal ocorre apenas nas primeiras horas após o nascimento, por isso, 
é muito importante auxiliar os leitões a ingerirem o máximo de colostro possível. 
6
 A ingestão insu� ciente, se for associada com baixo peso ao nascer, menor 
ganho de peso no primeiro dia após o nascimento e menor temperatura retal, são 
fatores que aumentam a mortalidade de leitões antes do desmame. Além disso, uma 
maior ingestão de colostro pelos leitões (>250g) favorece maior peso dos animais na 
sua vida produtiva.
 Desta forma, a supervisão durante o parto, com a adequada secagem do 
leitão, favorece uma maior ingestão de colostro pelos animais por minimizar a perda de 
calor para o ambiente (Figura 3). Com menor perda de calor, o leitão terá mais energia 
para buscar por um teto para mamar, proporcionando uma maior vitalidade para os 
animais.
Figura 3: Leitão que perdeu calor após o nascimento devido à falta de secagem. (Coloração verde) Fonte 
foto: https://www.pig333.com/print/7116.
 Outro ponto muito importante é a orientação de mamada (Figura 4). Leitões 
que nascem primeiro irão ingerir o colostro mais rápido e podem atrapalhar os 
animais que nascem por último. O ideal é marcar os leitões de acordo com a ordem 
de nascimento (pode ser através de bastão marcador) (Figura 5). Com isso, durante 
o parto, os leitões que nasceram primeiro devem ser presos no escamoteador após 
ingerir o colostro para que seus irmãos possam ter acesso. Com a utilização desta 
técnica uma ingestão mais uniforme de colostro é proporcionada a todos os animais. 
 Quanto maior for a leitegada, menor será a quantidade de colostro ingerido 
por indivíduo, sendo que em leitegadas com menos de 12 leitões, cada um consome 
em média 271g de colostro, em contrapartida, leitegadas com mais de 17 leitões 
7
tendem a diminuir o consumo individual para 190g em média, devido a maior disputa. 
Figura 5: Identi� cação dos leitões durante o nascimento. Fonte foto: Gefferson Almeida da Silva, 2014
 No caso de leitegadas numerosas, o uso de sonda gástrica para suplementação 
de leitões com uma mistura de colostro é viável e poderia ser incluído como manejo 
estratégico para leitões de baixo peso ao nascimento (Figura 6). Neste caso, deve 
ser coletado colostro de fêmeas com pouco leitões e este deve ser armazenado para 
suplementação de leitões com di� culdade de alimentação e oriundos de leitegadas 
numerosas.
Figura 4: Orientação de mamada para estimular maior consumo de colostro após o nascimento. Fonte foto: 
http://www.opresenterural.com.br/caderno.php?c=5
8
Figura 6: Suplementação de colostro através de sonda gástrica.
Fonte foto: http://www.opresenterural.com.br/arquivos/noticia-detalhes.php?id=1524&id_categoria=3&id_
subcategoria=3
 Além de reduzir a mortalidade dos leitões na maternidade, a maior ingestão 
de colostro nas primeiras horas após o nascimento vai proporcionar melhor saúde e 
vitalidade para os animais, levando a um maior peso do leitão ao desmame. 
 
  Transferência de leitões
 Para reduzir as estatísticas de mortalidade na maternidade é de extrema 
importância que seja realizado a uniformização das leitegadas no período de 6 a 24 
horas após o nascimento, pois neste intervalo de tempo o leitão ainda adquire um 
consumo aceitável de imunidade passiva através do colostro e é o período onde ocorre 
a de� nição de tetas pelos animais.
 Nestes primeiros dias, é fundamental homogeneizar os leitões de acordo com 
número de tetas funcionais presentes nas fêmeas, mantendo uma homogeneidade no 
tamanho dos animais. É muito importante auxiliar os leitões a ingerir o colostro após o 
nascimento antes de realizar a transferência. 
 Durante a transferência dos leitões, normalmente seleciona-se uma porca 
com bom aparelho mamário e não primípara, para amamentar os leitões mais leves 
de um lote. É importante aplicar nos leitões dessa leitegada uma dose de complexo 
vitamínico e/ou energético e orientar suas mamadas por dois ou três dias, fechando-os 
nos escamoteadores e soltando-os para mamar a cada hora. Os leitões se adaptam aos 
sons do tratador para o estimulo de mamada. Para formar esta leitegada, geralmente 
retira-se um ou dois leitões das porcas que possuírem leitões leves, trocando-os com 
os mais pesados. Esse processo auxilia na uniformização das leitegadas dentro do lote. 
9
 Caso as leitegadas sejam numerosas, pode-se utilizar uma mãe de leite para 
receber leitões pesados, liberando uma fêmea recém parida para receber os leitões 
leves do lote. Não se deve colocar leitões pequenos em mães de leite pois estas podem 
apresentar cio na maternidade. 
  Ambiência na maternidade
 A ambiência na maternidade é um grande desa� o para se atingir o conforto 
ambiental dos suínos, por alojar em suas instalações duas categorias de animais com 
zonas de conforto totalmente diferentes. A matriz suína possui uma zona de conforto 
entre 16 e 22°C, enquanto os leitões entre 32 e 34°C. 
 O principal efeito do desconforto ambiental para as matrizes pode ser 
observado na redução do seu consumo voluntário de ração, que pode diminuir cerca 
de 40%. Essa diminuição tem efeitos diretos sobre o ganho de peso dos leitões na 
maternidade, devido à redução na produção de leite pelas fêmeas, além de poder 
gerar aumento na mortalidade pelo desconforto da fêmea, ocasionado pela maior 
movimentação para o consumo de água. 
 Para melhorar o conforto das fêmeas, pode-se utilizar diversos sistemas 
de climatização. Dentre estes pode-se citar o uso de ventiladores ou nebulizadores, 
sistemas de gotejamento e de ar refrigerado sobre a nuca das fêmeas, sistema de 
evaporação adiabática e ainda o uso de piso refrigerado. 
 Por outro lado, um ambiente frio para os leitões pode prejudicar todo o seu 
desenvolvimento na maternidade, devido maior gasto de energia para manter sua 
temperatura corporal, além disso, esses animais podem � car mais próximos à fêmea, 
buscando seu calor corporal, o que leva a maior mortalidade por esmagamento. Desta 
forma, é essencial uma fonte de calor para os leitões, como tapete de aquecimento 
e escamoteadores. Deve-se ter em mente que a temperatura da sala deve favorecer 
as fêmeas e os escamoteadores os leitões, mantendo um equilíbrio para as duas 
categorias de animais presentes na maternidade. 
 Uma dica muito importante é colocar termômetro de mínima e máxima nas 
salas de maternidade para que esse controle seja realizado. Coloque dois termômetros 
por sala sendo um na altura das fêmeas e um no escamoteador dos leitões. Desta 
forma � ca fácil realizar o controle da temperatura das salas nas diferentes épocas do 
ano.
  Fornecimento de ração e água na maternidade para leitões
 O fornecimento de ração na maternidade para leitões é um manejo que 
deve ser utilizado pelos produtores. A oferta da ração nos cochinhos ou bandejas de 
alimentação deve ser iniciadoa partir dos sete dias de idade (Figura 7). A ração deve 
ser fornecida nos horários que os leitões estiverem mais ativos, e consequentemente 
mais curiosos para procurar a ração. A fase de pico de atividade tende a começar no 
10
meio do dia, entre os períodos de alimentação da matriz.
Figura 7: utilização de cochinhos de ração na maternidade para adaptação dos leitões a ração. Fonte foto: 
https://www.aasv.org/shap/issues/v18n4/v18n4p174.html
 A utilização deste manejo ajuda na adaptação dos leitões ao consumo de 
alimento sólido, favorecendo o estímulo da produção de enzimas no aparelho digestivo 
do animal. Além disso, o leite da matriz não é capaz de suprir todas as exigências dos 
leitões na terceira semana de lactação. Um bom consumo de ração na maternidade 
pode favorecer o ganho de peso dos leitões. 
Com o fornecimento de ração na maternidade, é imprescindível o fornecimento de 
água para os leitões (Figura 8), uma vez que os animais ingerindo ração apresentam 
necessidade de ingestão de água.
11
Figura 8. Leitões ingerem água na maternidade com início do fornecimento de ração. Fonte foto: http://
www.opresenterural.com.br/caderno.php?c=5&m=109
  Controle de patógenos causadores de diarreia em leitões na 
maternidade
 Cerca de 70% dos casos de mortalidade de leitões ocorrem na primeira 
semana de vida, sendo as principais causas o esmagamento, a inanição e os problemas 
entéricos. Na etiologia das infecções entéricas em leitões incluem-se protozoários, 
bactérias e vírus (Tabela 1), sendo que o controle destes patógenos na maternidade é 
fundamental para garantir o desempenho ideal dos leitões.
Tabela 1: Principais patógenos causadores de diarreia na maternidade de suínos.
IDADE (dias) PATÓGENO SINAIS CLÍNICOS
0-5 dias Coronavírus (TGE, ED) Diarreia aquosa amarelada
0-5 dias Clostridium perfringes tipo C. Diarreia mucoide amarelada 
sanguinolenta.
0-21 dias Rotavírus Fezes aquosa ou cremosa, em 
tons amarelados ou branca.
0-21 dias Isospora suis (Coccidiose) Fezes pastosa em tons ama-
relados ou acinzentados.
0-21 dias Escherichia coli Diarreia aquosa amarelada
Fonte: Adaptado de Zlotowski et al., 2006. 
12
 Dentre os principais patógenos causadores de problemas entéricos, 
a Isospora suis, um protozoário causador da coccidiose suína, é um dos principais 
agentes que acometem os leitões na maternidade. É caracterizada por uma diarreia não 
hemorrágica, amarelada, fétida e não responsiva a antibióticos (Figura 9). É importante 
ressaltar que a coccidiose pode se manifestar de forma subclínica, causando prejuízos 
no desenvolvimento dos leitões, sem a manifestação de diarreia.  O aparecimento desta 
doença ocorre geralmente entre o 5º e o 15º dia de idade. É caracterizada como uma 
enfermidade de alta taxa de morbidade, porém com baixa mortalidade. O uso pro� lático 
de coccidicida em leitões na primeira semana de vida é a medida mais e� ciente 
para evitar o aparecimento da diarreia causada por este agente. Dentre os produtos 
disponíveis para suínos, o mais e� ciente é o toltrazuril.
Figura 9: Aspecto da diarreia causada por coccidiose.
Fonte foto: https://gepsaa.wordpress.com/2013/02/28/diarreia-de-leitoes-na-maternidade/ 
 O rotavírus é considerado o principal agente viral relacionado com a diarreia 
neonatal e do pós-desmame dos suínos, além de provocar anorexia e vômitos. A 
morbidade da rotavirose suína é alta, principalmente nas infecções primarias, porém, a 
mortalidade é baixa, � cando entre 7-20%. Os rotavírus são extremamente resistentes 
às condições de meio ambiente, podendo permanecer infecciosos nas instalações, 
quando protegido por matéria orgânica. Estas características fazem com que o rotavírus 
mantém-se nas instalações e nos rebanhos, di� cultando a sua eliminação.
 A limpeza e desinfecção das instalações são processos importantes para 
a prevenção da doença, além disso, a sela parideira e o escamoteador devem ser 
mantidos secos. Como tratamento, recomenda-se o uso de soluções hidratantes, sendo 
que o uso de antibiótico é feito apenas para evitar as infecções secundárias.
 A vacinação das fêmeas no terço-� nal da gestação é uma das principais 
condutas a serem implementadas no desenvolvimento de um programa sanitário que 
inclui o controle e pro� laxia da diarreia de leitões lactentes.
13
 A principal bactéria associada à patogênese das enterites na maternidade é a 
Escherichia coli enterotoxigênica.  As principais perdas causadas pela colibacilose, são: 
o atraso no crescimento, gastos com tratamentos e alimentação adicionais, programas 
de controle e pro� laxia e aumento de mortalidade. É comum observar uma alta taxa de 
mortalidade dos leitões entre quatro e 24 horas após o nascimento.
 Para utilização de uma terapia antimicrobiana é essencial identi� car a 
etiologia, conhecer o per� l de sensibilidade do agente bacteriano envolvido, avaliar as 
condições do ambiente, manejo e características do princípio ativo. Alguns antibióticos 
como colistina, enro� oxacina, neomicina e � orfenicol são utilizados no tratamento dos 
animais com bons resultados.
 Vale ressaltar a importância de consultar um médico veterinário para a correta 
identi� cação dos patógenos envolvidos nos problemas entéricos da maternidade, para 
que se possa  implementar um protocolo pro� lático e de tratamento na granja. Para 
todos os agentes causadores de problemas entéricos na maternidade, a limpeza e 
desinfecção das instalações são fundamentais para a prevenção da doença.
  Considerações � nais
 A rentabilidade na suinocultura é extremamente dependente dos resultados 
de maternidade. Uma sequência de atividades simples é essencial para um ótimo 
desenvolvimento da leitegada, é necessário dedicação nas primeiras horas de vida 
e pequenos cuidados na primeira semana, para evitar problemas que podem causar 
prejuízos ao sistema de criação. Um bom treinamento dos colaboradores, para 
entender as necessidades dos leitões e das fêmeas nesta fase, é fundamental para que 
os objetivos sejam atingidos. A Agroceres Multimix, com seu suporte técnico de campo, 
reconhece que cada granja exige um tratamento único e diferenciado, com apoio direto 
à equipe de colaboradores de nossos clientes. É por isso que oferecemos um pacote 
completo de soluções. Agroceres Multimix, muito mais que nutrição.
  Referências bibliográ� cas
CAMPOS, C. P. et al (2008). Cuidados com os leitões no pós-parto e nos primeiros dias 
de vida. Revista Cientí� ca Eletrônica de Medicina Veterinária - Ano VI – Número 11.
EMBRAPA (2002). KIT de Maternidade – Auxílio ao Parto. Comunicado técnico 296. 
LIMA, J.A.F.; OLIVEIRA A.I.G.; FIALHO, E.T. Produção de Suínos. Lavras: Universidade 
Federal de Lavras, 2004. 199p. (FAEPE – Curso de pós-graduação “Latu Sensu”).
LUCIA JÚNIOR T., et al. (2002). Risk factors for stillbirths in two swine farms in the south 
of Brazil. Preventive Veterinary Medicine. 53: 285-292. 
14
MÉDICI, K.C (2007). Rotavírus grupos A, B e C em leitões lactentes: Freqüência de 
diagnóstico e avaliação molecular de rotavírus atípicos. Tese UEL – Londrina -PR. 
SOBESTIANSKY, J.; WENTZ, I.; SILVEIRA, P.R.S.; SESTI, L.A.C. Suinocultura Intensiva: 
Produção, Manejo e Saúde do Rebanho. Brasília: EMBRAPA, 1998, p.135-162.
WENTZ I., BIERHALS T., MELLAGI A.P.G. & BORTOLOZZO F. P. (2009). A importância 
do atendimento ao parto na melhoria da produtividade em suínos. Acta Scientiae 
Veterinariae. 37 (Supl 1): s35-s47
ZLOTOWSKI P., DRIEMEIER D. & BARCELLOS D.E.S.N.. 2008. Patogenia das diarréias 
dos suínos: modelos e exemplos. Acta Scientiae Veterinariae. 36 (Supl 1): s81-s86.

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