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Os dez métodos de Hasel

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Teologia do Antigo Testamento
Métodos da Teologia do AT
Belo Horizonte 22/02/2017
Os dez métodos de Hasel, junto com representantes de cada um são: 
(1) O Método Dogmático-Didático é o método tradicional de organizar a teologia do Antigo Testamento com categorias sistemáticas: teologia, antropologia e soteriologia. Old Testament Theology de Ludwig Köhler é um bom exemplo do uso desse método.
(2) O Método Genético-Progressivo apresenta o desenrolar da revelação de Deus conforme a Bíblia o apresenta. As obras de Geerhardus Vos’ e Chester K. Lehman empregam esse método. (3) O Método Transversal é uma tentativa de combinar as abordagens temática e diacrônica. Walther Eichrodt foi o principal exemplo dessa abordagem. Ele tomou a idéia da aliança e tratou suas ocorrências em todo o Antigo Testamento enquanto falava acerca do Deus da aliança, do povo da aliança e das instituições da aliança. 
(4) O Método Tópico emprega tópicos extraídos apenas do Antigo Testamento para organizar uma discussão de sua teologia. Old Testament Theology de John McKenzie é o melhor exemplo desse método. 
(5) O Método Diacrônico depende do método histórico-tradicionário de interpretação desenvolvido na década de 1930 por von Rad e seus companheiros. Trata-se de uma narração do querigma, "os atos salvíficos de Deus", conforme dispostos nas confissões de Israel. Ele penetra nas sucessivas camadas de tradições recitadas e reconstitui o crescimento da fé israelita de período em período. Von Rad foi o único autor de uma teologia diacrônica do Antigo Testamento totalmente desenvolvida.
(6) O Método da Formação da Tradição é representado na obra de Hartmut Gese. Este insistia que só há uma teologia bíblica realizada por meio da formação da tradição do Antigo Testamento, a qual se encerra no Novo Testamento.
(7) O Método Temático-Dialético é representado por três proeminentes estudiosos do Antigo Testamento: Samuel Terrien, Claus Westermann e Paul Hanson. Esses três estudiosos têm apresentado uma dialética predominante da "ética/estética" (Terrien), "livramento/bênção" (Westermann) e "teleológica/cósmica" (Hanson). Esse método tem sido útil ao permitir que o leitor veja como ênfases opostas podem relacionar-se para expandir o entendimento de um problema maior. 
(8) Métodos "Críticos" Recentes de Teologia do Antigo Testamento. Essa é a mais nova categoria de Hasel. Esse método é o de estudiosos como James Barr e John J. Collins, que não escreveram uma teologia do Antigo Testamento e têm sérias dúvidas quanto ao futuro da disciplina. 
(9) O Método da Nova Teologia Bíblica. Esse método lida com o problema da relação entre o Antigo e o Novo Testamento. Brevard Childs crê que é possível fazer uma teologia do Antigo Testamento e uma teologia do Novo Testamento separadamente, juntando-as depois. Ele fez uma teologia do Antigo Testamento e uma teologia bíblica separada. Childs insiste que só a forma final do texto bíblico no cânon que temos agora é Escritura e autorizada.
(10) Teologia Canônica Múltipla do Antigo Testamento é um resumo da concepção de teologia do Antigo Testamento adotada por Hasel. Primeiro, ele entende que a teologia do Antigo Testamento deve estar ligada à forma canônica final do Antigo Testamento. Isso exclui as abordagens da história da religião e da história das tradições. Segundo, uma teologia do Antigo Testamento deve ser temática, em vez de lidar com um conceito central ou chave. Terceiro, a estrutura deve ser múltipla, o que evita as armadilhas dos métodos transversal, genético e tópico. Quarto, o objetivo final de uma teologia do Antigo Testamento é penetrar nas várias teologias de cada livro e grupos de escritos chegando à unidade dinâmica que liga todas as teologias e temas. Por fim, de acordo com Hasel, a teologia cristã entende que a teologia do Antigo Testamento faz parte de um todo maior. A teologia do Antigo Testamento não é igual à teologia do Israel antigo e implica o todo maior da Bíblia inteira, formada pelos dois Testamentos.
 Essas propostas de uma teologia canônica do Antigo Testamento procuram considerar com seriedade a rica variedade teológica dos textos do Antigo Testamento em sua forma final, sem forçar os testemunhos multiformes numa única estrutura, um ponto de vista não linear ou mesmo uma abordagem composta de natureza limitada. Ela permite plena sensibilidade tanto para as semelhanças como para as mudanças, bem como para o antigo e o novo, sem a mínima distorção dos textos.
Por que tantos teólogos do Antigo Testamento usaram tal variedade de métodos para apresentar a teologia do Antigo Testamento? Porque no próprio Antigo Testamento não se insinua nenhum método inerente ou "natural" e porque cada teólogo do Antigo Testamento aborda a tarefa de uma perspectiva diferente, além de poder ter alvos distintos.
SMITH. RALPH L Teologia do Antigo Testamento: história, método e mensagem. Pg 72,73

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