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TESTES - USABILIDADE TESTE DE USABILIDADE • O teste de usabilidade avalia a usabilidade de sistemas interativos por meio da observação de usuários reais realizando tarefas típicas e pré-predefinidas, no intuito de melhorar a facilidade de uso do sistema interativo, avaliar o grau de efetividade da interação e determinar o grau com que o sistema se ajusta e apoia as necessidades dos usuários (Pressman & LOWE, 2009; Moraes & Rosa, 2008). • Esse método visa avaliar a qualidade da interação entre usuários e sistema, identificando problemas e avaliando seu impacto na interação (Cybis et alii, 2010; Preece et alii, 2005). • Pressman & Lowe (2009) enfatizam que não há como determinar a usabilidade de um sistema sem realizar uma avaliação de usabilidade. Assim, em síntese, Preece et alii (2005) descreve a realização de um teste de usabilidade: • Os testes de usabilidade envolvem avaliar o desempenho dos usuários típicos na realização de tarefas cuidadosamente preparadas, por sua vez típicas daqueles para os quais o sistema foi planejado. O desempenho dos usuários é geralmente avaliado no que diz respeito ao número de erros e ao tempo para completar a tarefa (p.361). • Os testes de usabilidade realizam medições do desempenho dos usuários (números de erros e tempo de duração da tarefa) na experiência de uso do sistema, possuindo uma abordagem quantitativa (Souza et alii, 1999). • No entanto, os autores Preece et alii (2005), Pressman & Lowe (2009), Cybis (et alii, 2010), Silva & Barbosa (2010) e Nielsen & Loranger (2007) afirmam que os resultados também possuem uma abordagem qualitativa, visto que apenas medir os resultados é uma abordagem simplista, sendo necessário o avaliador julgar e interpretar os resultados no intuito de identificar problemas e recomendar soluções. PARA REALIZAR UM TESTE DE USABILIDADE E AVALIAR A EXPERIÊNCIA DE USO DE UM SISTEMA POR MEIO DA OBSERVAÇÃO, SILVA & BARBOSA (2010) RECOMENDAM UM SÉRIE DE ATIVIDADES PLANEJADAS A FIM DE OBTER RESULTADOS MAIS EFICAZES. Atividade Tarefa Preparação • definir tarefas para os participantes executarem • definir o perfil dos participantes e recrutá-los • preparar material para observar e registrar o uso • executar um teste-piloto Coleta de dados • observar e registrar a performance e a opinião do participantes durante sessões de uso controladas Interpretação e consolidação dos resultados • reunir, contabilizar e sumarizar os dados coletados dos participantes Relato dos resultados • relatar a performance e a opinião dos participantes • Na atividade de preparação, diversas decisões devem ser tomadas. A primeira é a definição das tarefas. Tendo em mente os objetivos e as expectativas da avaliação, são definidas tarefas típicas que usuários pertencentes ao público-alvo realizarão. • Cybis (et alii, 2010) recomenda que as tarefas, além de típicas, estejam relacionadas aos objetivos e as principais funções do sistema. • Dumas & Redish, (1999 apud Moraes & Rosa, 2008) aconselham a criação de cenários curtos, claros e objetivos a fim de facilitar a realização das tarefas pelos usuários, e assim, aumentar a eficácia dos resultados, visto que os cenários são estórias que representam situações reais de uso e permite criar um ambiente mais realístico, eliminando a superficialidade, característica dos testes. • Após a criação de tarefas e cenários, Silva & Barbosa (2010) indicam selecionar e recrutar os usuários. Os participantes devem ser selecionados tendo como critério o perfil e as características dos usuários típicos do sistema, e não apenas relacionados a critérios demográficos. • No recrutamento, além de ter certeza que os participantes representam os usuários típicos do sistema, os participantes não podem, em nenhuma hipótese, sentir-se pressionados a participar, mesmo sendo remunerados, além de que, o local planejado para ocorrer os testes deve ser preparado para receber os participantes com conforto, com equipamentos básicos para a realização do teste, com privacidade e segurança (Cybis et alii, 2010). • Testes com participantes podem ocorrer em dois lugares: em laboratório ou em ambiente real de trabalho. Teste em laboratório pode ter o ambiente controlado pelo avaliador, ao contrário do teste em ambiente de trabalho, onde interrupções e ruídos podem ocorrer (Cybis et alii, 2010). • O teste em laboratório, além do espaço físico, exige equipamentos para coleta de dados. Embora alguns laboratórios possam ser extremamente sofisticado e caros (figura 13a), Moraes & Rosa (2008) e Cybis (et alii, 2010) afirmam que laboratórios simples (figura 13b), porém com equipamentos adequados, produzem os mesmos resultados que laboratórios mais preparados. • Em laboratório, apenas uma sala com um computador, uma cadeira para o participante realizar as tarefas, uma câmera de vídeo para filmar os movimentos e reações dos usuários e um software para capturar o movimento realizado pelo usuário no sistema são suficientes para realizar o teste (Moraes & Rosa, 2008). • Em laboratório ou em ambiente real de trabalho, Krug (2000) ressalta que apenas equipamentos básicos, que permitem capturar a interação do usuário com o sistema, como o citado anteriormente, são necessários. A figura 13 apresenta um laboratório apenas com equipamentos essenciais e com equipamentos mais sofisticados. • Os equipamentos devem ser testados antes de realizar a avaliação. Para tanto, faz-se necessário realizar um teste piloto para, além de configurar e verificar o funcionamento e configuração do sistema, checar e validar se o teste ocorrerá de acordo com o planejado. • Quanto à configuração a ser utilizada, Nielsen & Loranger (2007) recomendam a utilização da mesma configuração e equipamentos utilizados pelo usuário alvo do sistema, que pode ser obtido por meio de análise de logs e tráfego de dados do sistema. • A próxima atividade na realização do teste é a coleta de dados, que envolve questionários pré-teste, sessão de observação e entrevista pós- teste. Os questionários serão detalhados nos próximos tópicos. A coleta de dados na sessão de observação utiliza diversas técnicas. Preece et alii (2005, p.394) cita três técnicas principais: • anotações e uso de uma câmera: anotações são uma forma simples e flexível de coletar dados e marcar observações e detalhes, porém, a velocidade é limitada, sendo recomendada para fazer apenas pequenas observações, enquanto a câmera filma e coleta todos os outros detalhes para análise posterior. • gravação em áudio e câmera fixa: a gravação em áudio possui as mesmas características que as anotações, porém, de forma mais fácil. Entretanto, a transcrição do áudio é um processo mais demorado e oneroso, e maiores detalhes da sessão são capturados por câmera fixa. • vídeo: os vídeos coletam tanto dados visuais como sonoros e com mais detalhes que as anotações e gravação de áudio, porém, é mais intrusiva e pode intimidar, no inicio, o participante; e sua análise pode ser muito lenta e exigir muito tempo. • Além dessas três técnicas, Cybis (et alii, 2010) cita softwares como uma ferramenta de apoio para registro dos dados, permitindo marcações e registro das interações ocorridas durante a sessão. Além de software para apoio, Nielsen & Loranger (2007) recomendam que durante a sessão seja utilizado um método para o usuário pensar em voz alta. • Nesse método, o usuário é convidado a pensar em voz alta ao executar uma tarefa durante a sessão. Nielsen & Loranger (2007) justificam a necessidade desse método afirmando que “ouvir os pensamentos de um usuário permite entender a razão de suas ações, e essas informações são valiosas em processo de teste” (p.6). • Moraes & Rosa (2008)também fazem algumas recomendações durante a sessão: cuidado com palavras e expressões corporais usadas; agir com imparcialidade; procurar entender por que ocorreu cada erro; criar roteiros e scripts para serem lidos para o participante; assim, todos recebem os mesmo procedimentos. • Depois de realizadas as sessões de observação com todos os usuários, a próxima atividade é a interpretação e consolidação dos resultados. Nessa fase, segundo Silva & Barbosa (2010), os dados obtidos são analisados no intuito de obter resultados quantitativos e qualitativos. FOCO QUALITATIVO • Um foco quantitativo permite testar hipóteses, descobrir tendências, comparar soluções alternativas e verificar se o sistema atingiu as metas de usabilidade; para isso, utilizando gráficos, índices, médias, tabelas, porcentagens e outros dados estatísticos. • O foco qualitativo exige uma análise conjunta e interpretativa de todos os dados, permitindo identificar a origem dos problemas, identificar quais as características e comportamentos da interface contribuem para gerar o problema, elaborar explicações para os problemas e justificar as recomendações de soluções. Saber qual foco utilizar, quantitativo ou qualitativo, segundo Preece et alii (2005), exige uma análise dos objetivos e metas da avaliação. Segundo Dumas & Redish, (1999 apud Moraes & Rosa, 2008, p.167), os dados coletados em uma sessão de teste de usabilidade são: • Lista de problemas ocorridos durante a produção do teste; • Dados quantitativos sobre tempo, número e tipos de erros e outras medidas de performance; • Dados quantitativos nos resultados subjetivos e outras perguntas a partir dos questionários pós-tarefa e pós-teste; • Comentários dos participantes sobre seus logs ou notas e sobre o questionário; • As notas escritas pela equipe do teste e seus comentários que tenham sido registrados num log; • Dados sobre o histórico dos participantes, sobre os perfis dos usuários, questionários de recrutamento ou questionários pré-teste; • Videotapes, eventualmente, mostrando diversas cenas do teste. FINALMENTE, A ÚLTIMA ATIVIDADE DO TESTE DE USABILIDADE É APRESENTAR UM RELATÓRIO DOS RESULTADOS. NESSE RELATÓRIO, SEGUNDO SILVA & BARBOSA (2010, P.343), DEVEM DESCREVER: • os objetivos e o encorpo de avaliação; • breve descrição dos métodos de teste de usabilidade; • o número e o perfil dos avaliadores e dos participantes; • as tarefas executadas pelos participantes; • uma lista dos problemas encontrados, indicando, para cada problemas: • local onde ocorreu o erro • descrição e justificativa • discussão, indicando os fatores de usabilidade prejudicados • sugestões de solução AS ATIVIDADES APRESENTADAS NESTE TÓPICO FORAM PROPOSTAS POR SILVA & BARBOSA (2010). EXISTEM TAMBÉM DIVERSOS OUTROS ROTEIROS DE ATIVIDADES PARA REALIZAÇÃO DE TESTE DE USABILIDADE. Atividade Objetivo Planejamento do teste Determinar o objetivo do teste e tarefas Organização dos materiais Determinar script do teste, formulários de consentimentos e outros materiais Preparação do local Preparar e verificar local, equipamento e sala Teste piloto Aplicar teste piloto com um ou dois colaboradores Recrutamento dos usuários Selecionar e agendar as horas de teste Condução do teste Aplicar o teste Análise dos resultados Revisar os problemas encontrados, priorizar os problemas baseado na frequência e nas severidades e identificar as soluções possíveis Correção Fazer as alterações modificadas e testar mais uma vez MORAES & ROSA (2008) AFIRMAM QUE EXISTEM DIVERSOS ROTEIROS COM AMPLAS VARIAÇÕES, PORÉM, TODOS APRESENTAM AS SEGUINTES CARACTERÍSTICAS EM COMUM: • Objetivo principal • Os participantes representam usuários reais • Os participantes executam tarefas reais • Observa-se e registra-se o que os usuários fazem e dizem • Analisam-se os dados, diagnosticam-se os problemas reais e, então, recomendam-se alterações para consertar tais problemas.
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