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COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS – AULA 2 – NOÇÕES DE GRAMÁTICA NO CONTEXTO EMPRESARIAL Você sabe qual é a maneira correta de se dirigir às pessoas no seu local de trabalho? Imagine que você trabalha em uma Universidade e precisa escrever uma carta para o Reitor. Qual seria a maneira correta de se dirigir a ele? Reparou que a colocação pronominal utilizada em nosso dia a dia é distante da Norma Culta? O humor da tirinha é decorrente da ação de uma das cobras com relação ao uso equivocado dos pronomes. A situação nos mostra que a colocação pronominal é mais um elemento a ser tratado com atenção dentro de uma organização. Costumamos falar de um jeito e escrevemos de outro, por isso, temos que nos dedicar mais à maneira escrita, mesmo a utilizando menos. Você já ouviu falar de próclise, ênclise e mesóclise? Os nomes assustam, mas é algo bem simples! A colocação pronominal se dá em função da posição do pronome em relação ao verbo. Assim temos: Próclise Ocorre quando o pronome vem antes do verbo. Como norma geral, deve-se colocar o pronome átono antes do verbo, quando antes dele houver uma palavra pertencente a um dos seguintes grupos, chamados de palavras atrativas . Já é possível perceber que é preciso ter muito cuidado com prováveis erros cometidos durante o ato comunicacional, principalmente em relação ao emprego dos pronomes, não é mesmo? Veja um exemplo: Durante o almoço, o gerente de vendas recebe em seu celular a seguinte mensagem: “Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h.” Imediatamente ele ligou para sua secretária e pediu que ela preparasse tudo para a tal reunião, que organizasse a mesa, providenciasse mais algumas cadeiras, café e água. 15h em ponto, lá estava ele à espera, mas o Diretor tão pontual ainda não havia chegado. Às 15:30h toca o telefone. Era o diretor que de imediato perguntou: ― Onde você está? Está atrasado para a reunião! Só então ele entendeu que o “seu escritório” não era o dele próprio, mas sim o do diretor. Não foi demitido, mas foi obrigado a ouvir algumas “belas” palavras, por não ter percebido a ambiguidade da mensagem. É óbvio que quem escreveu a frase também não tinha notado a ambiguidade. Para o autor, que sabia onde seria a reunião, a frase estava “claríssima”: “Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h” . (= no escritório dele, do diretor) O gerente, por sua vez, ao ler a frase, também não percebeu o duplo sentido. Para ele, a mensagem também estava clara: “Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h”. (= no seu próprio escritório) Essa situação comprova o “perigo” das ambiguidades na comunicação interna ou externa das organizações. Frases ambíguas podem ser interessantes e curiosas, e até muito úteis, na publicidade. Para fazer piadas, então, são excelentes. Porém, fora desse meio, podem gerar muitos problemas. É interessante observar que na frase ambígua da mensagem não havia erro gramatical. O pronome possessivo seu é de 3ª pessoa e permite perfeitamente a dupla interpretação: Seu = dele (de quem se está falando = o diretor) ou Seu= de você (com quem se está falando = o receptor da mensagem). Portanto, cuidado ao utilizar o pronome possessivo SEU! Crase Você já ficou com raiva por um detalhe tão pequeno fazer tanta diferença? Martim César, no poema A navalha do censor, retrata bem o distanciamento que mantemos da crase, muitas vezes, por medo de utilizá-la de forma errada. A navalha do censor Martim César Em princípio parecia ser somente um acento inofensivo Um mero traço no papel, meio inclinado e um tanto fino Quiçá uma mesura ofertada a algum vocábulo feminino Ou uma lágrima escorrendo sobre um amor substantivo Porém era grave o tal acento, e bem mais grave o seu motivo (e esse ser ‘grave’ me dá medo desde os tempos de menino) Se fosse agudo feito um dente, cortando a carne e incisivo Não seria tão daninho, nem tão crucial ao meu destino Mas um acento assim inverso, em uma avessa trajetória (Tal qual navalha de censor, que sem pudor, a tudo arrase) Chegou assim ceifando tudo e mudou o rumo desta história Fez naufragar o meu poema ― e vejam só ― que triste fase! Era um poema que eu sonhei ver florescer cheio de glória Mas sucumbiu a ver navios (pobre de mim!)... maldita crase! Casos OBRIGATÓRIO MÉTODO PRÁTICO Esse esquema ajudará muito na hora das dúvidas, vale memorizá-lo: Haverá crase sempre que pudermos substituir a palavra feminina por uma masculina qualquer, havendo a seguinte correlação: Você sabe pontuar? A pontuação também é assunto de suma importância no que diz respeito à comunicação. E isso, lógico, inclui a comunicação nas empresas. Quando falamos, usamos recursos que ajudam nosso interlocutor a compreender o conteúdo da mensagem que queremos transmitir, não é mesmo? Por não haver essa possibilidade na linguagem escrita, utilizamos uma série de sinais gráficos ― chamados de sinais de pontuação ― que reproduzem os recursos da fala. VOCÊ SABE PONTUAR? A pontuação também é assunto de suma importância no que diz respeito à comunicação. E isso, lógico, inclui a comunicação nas empresas. Quando falamos, usamos recursos que ajudam nosso interlocutor a compreender o conteúdo da mensagem que queremos transmitir, não é mesmo? Por não haver essa possibilidade na linguagem escrita, utilizamos uma série de sinais gráficos ― chamados de sinais de pontuação ― que reproduzem os recursos da fala. Apesar de existirem regras que nos auxiliam a pontuar, não é possível fixar todas as normas que envolvem o emprego dos sinais de pontuação, pois, muitas vezes, há razões de ordem subjetiva, isto é, pessoal, que determinam sua utilização. O estilo do autor, sua intenção e a criatividade acabam interferindo nesse aspecto, sem configurar necessariamente um erro gramatical. Porém, no mundo empresarial, as regras não são tão flexíveis. Dessa forma, precisamos compreender o que é aceitável e o que não é em relação à pontuação. Mas a final, como devo pontuar? Se tomarmos as regras de pontuação indicadas nas melhores gramáticas de língua portuguesa e procurarmos verificar se os textos modernos as seguem, constataremos de imediato a enorme distância que vai da norma ao uso. De fato, os sinais de pontuação, particularmente a vírgula, têm hoje emprego bastante elástico, de difícil precisão. Porém, não é por isso que cada um fará de um jeito. Apesar de seguir os estilos dos autores, existem algumas regrinhas básicas que devemos aplicar na hora de escrever. Veja agora outro exemplo de problema de compreensão, causado pela falta de pontuação: “Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria se rastejando à sua procura.” Aqui teríamos uma questão de gênero e não só de pontuação, clique nas caixas e confira: “Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher andaria se rastejando à sua procura.” “Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, andaria se rastejando à sua procura.” A Vírgula Não, espere. Não espere. A vírgula pode criar heróis. Isso só, ele resolve. Isso, só ele resolve. Ela pode forçar o que você não quer. Aceito, obrigado. Aceito obrigado. Pode acusar a pessoa errada. Esse, juiz, é corrupto. Esse juiz é corrupto. A vírgula pode mudar uma opinião. Não quero ler. Não, quero ler. UMA VÍRGULA MUDA TUDO. Não, espere. Não acabou. Ainda falta uma reflexão para você ficar craque em pontuação. Reza a lenda que no Pará houve um levante popular. O comandante das forças armadas telegrafou ao Presidente da República relatando o fato e, no fim, perguntou: reajo? O Presidente respondeu assim: ― Não, tenha ponderações. O telegrafista esqueceu a vírgula. Em razão disso, morreram várias pessoas.
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