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Métodos Eutanásia

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Abate X Eutanásia X Sacrifício
Abate: é o ato de matar os animais para consumo humano, é chamado de carne ética o abate que segue as normas do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Eutanásia (sacrifício): é o ato de levar a óbito um animal que sofra de doenças incuráveis, com o mínimo de dor possível, por métodos físicos e químicos. A eutanásia também pode ser feita devido à impossibilidade de socorro ou tratamento, como por exemplo, um cavalo sofre uma fratura de membros no meio do pasto e não há como retirar o cavalo e nenhum medicamento próximo, para o animal não ficar sofrendo por muito tempo um método aceitável é um único tiro diretamente no cérebro do animal, para levá-lo a óbito instantaneamente sem causar sofrimento ao animal.
Questões éticas
	Irreversibilidade do caso: só deve ser realizada a eutanásia em casos de doenças irreversíveis que não tem cura. 
	Confiança e segurança do executor: só deve ser realizado por um médico veterinário apto para isso. 
	Prática delicada e difícil: normalmente não é dada a devida importância, e a eutanásia é realizada por auxiliares não preparados, mas, isto não deve ocorrer. 
	Abreviar o sofrimento: tanto do animal, como dos envolvidos.
Resoluções do CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária)
Resolução 174 CFMV
Artigo 3° O Médico Veterinário responsável pela eutanásia deverá: 
I. possuir prontuário com o(s) método(s) e técnica(s) empregados, mantendo estas informações disponíveis para utilização dos CRMV´s (Conselhos Regionais de Medicina Veterinária); 
II. atentar para os riscos inerentes ao método escolhido para a eutanásia; 
III. pressupor a necessidade de um rodízio profissional, quando houver rotina de procedimentos de eutanásia, com a finalidade de evitar o desgaste emocional decorrente destes procedimentos; 
IV. permitir que o proprietário do animal assista à eutanásia, sempre que este assim o desejar.
Artigo 4° Os animais deverão ser submetidos à eutanásia em ambiente tranquilo e adequado, longe de outros animais e do alojamento dos mesmos.
Artigo 5° A eutanásia deverá ser realizada segundo legislação municipal, estadual e federal, no que se refere à compra e armazenamento dos fármacos, saúde ocupacional e a eliminação de cadáveres e carcaças.
Artigo 6° Quando forem utilizados substâncias químicas que deixem ou possam deixar resíduos é terminantemente proibida a utilização da carcaça para a alimentação.
Artigo 7° Os procedimentos de eutanásia, se mal empregados, estão sujeitos à legislação federal de crimes ambientais.
Quando realizar a eutanásia?
Em indivíduos: animais idosos, animais extremamente agressivos, animais que estejam muito debilitados, com fraturas múltiplas, animais com metástase de neoplasias.
Em grupos: quando por exemplo uma animal do rebanho está com raiva, deve-se eutanasiar todo o plantel.
Para realizar a eutanásia o animal deve estar com dor, tensão ou sofrimento além dos limiares aceitáveis, com comprometimento da saúde e do bem estar animal. Pode ser realizada em animais que não servem mais para reprodução, isso ocorre muito em grandes animais. Em animais gravemente feridos em que não há reversão do caso, e em animais muito agressivos. Também pode ser feito em cobaias e ratos de laboratório depois se serem utilizados em experimentos. 
Não se pode utilizar a carcaça para consumo humano, não pode realizar a eutanásia só para obtenção de órgãos para fins científicos e nem para diminuir o excesso de animais existentes em um determinado lugar.
Quem decide se deve ou não realizar a eutanásia?
Lei – Resolução 714, de 20 de junho de 2002.
O Médico Veterinário pode e deve indicar a eutanásia quando julgar ser a melhor opção ao paciente. Sempre pensando no bem estar animal.
Portanto, mesmo que o proprietário queira, quem decide se vai realizar ou não a eutanásia é o Médico Veterinário.
Fatores que devem ser considerados para a escolha do método:
	A espécie, a situação e o temperamento do animal; 
	Quem vai realizar a eutanásia; 
	Em pesquisas há métodos específicos para a realização; 
	Qual o fármaco mais acessível para o caso; 
	O local onde será realizado; 
	O método deve ser indolor, com inconsciência rápida seguida de morte, com o mínimo de contenção, que seja um método confiável, simples de administrar, seguro para o operador, que não seja tóxico e que permita uma avaliação histopatológica para determinar a causa da eutanásia. 
Métodos empregados: 
Métodos físicos: deve ser feito uma contenção adequada do animal, com precisão na execução e em local adequado para a espécie.
	Necessidade: com inconsciência imediata, deve ser realizado por uma pessoa altamente qualificada e que seja de rápida execução e menos traumatizante. 
	Tiro: é aceitável quando é o único meio, em casos de zoonoses, animais ferozes e acidentes com grandes animais. 
	Concussão: é feito com uma pistola automática dando uma pancada na nuca do animal, dessensibilizando primeiro o SNC e depois o resto do corpo. 
	Percussão: feito com pistola de lança penetrante, perfurando o animal na região da nuca. 
	Insensibilização elétrica: realizada com eletrocussão, ou seja, expõe o corpo do animal à uma carga letal de energia elétrica. Só deve ser realizada por pessoas capacitadas à essa técnica. Mas, hoje ela não é mais utilizada, pois é um método muito demorado. 
	Exsanguinação: utilizadas em abate, mas deve ser feito com o animal inconsciente. 
	Guilhotina, destruição medular e deslocamento cervical: são utilizados em cobaias e ratos de laboratório, mas, a guilhotina não é mais utilizada. 
Métodos Químicos: deve ser feita a contenção correta do animal, utilizando equipamentos especiais e deve ser realizado por alguém que tenha conhecimento sobre a técnica.
	Dióxido de Carbono: altera o pH intracelular causando depressão direta do SNC, levando à inconsciência rápida e perda da atividade motora. 
	Monóxido de Carbono: o monóxido de carbono liga-se à hemoglobina, impedindo que o oxigênio se ligue a ela, levando o animal à hipóxia, seguida de inconsciência rápida e perda da atividade motora. 
	Agentes inalatórios: MPA – tem o custo muito elevado e é muito demorado, mas é bem utilizado em filhotes e animais silvestres pela dificuldade ao acesso venoso. 
	Anestésicos inalatórios ou voláteis: Éter dietílico, Halotano e Isofluorano – causam depressão do SNC, mas têm um alto custo e são tóxicos ao Veterinário que for aplicar. 
	Tiopental: causa depressão do SNC, é utilizado 50mg/kg. É o mais utilizado. 
	T61: são utilizados Embutamida (anestésico geral), Mebezônio (miorrelaxante) e Tetracaína (anestésico local, para diminuir a dor da injeção). São de alto custo e causam alterações de órgãos. Doses: em pequenos animais – 0,3ml/kg, em ruminantes e equinos – 4-6ml/kg e em aves e ratos de laboratório – 0,2-2ml/kg. 
	Sulfato de Magnésio (Mg) e Cloreto de potássio (KCl): utilizado pela via intravenosa. Provoca anestesia geral, arritmias, tremores e espasticidade, levando à morte por asfixia. Não causa inconsciência e analgesia, portanto, não deve ser utilizado sem antes provocar a inconsciência e analgesia do animal. É de baixo custo. 
Métodos inaceitáveis:
Embolia gasosa, traumatismo craniano, incineração in vivo, Hidrato de cloral (em pequenos animais), clorofórmio, gás cianídrico e cianuretos, descompressão, afogamento, exsanguinação sem anestesia, imersão em formol, bloqueadores neuromusculares (uso isolado de nicotina, cloreto de potássio, curarizantes) e estricnina.
Métodos indicados para CANINOS e FELINOS:
Anestesia Geral Barbitúrica Profunda: utiliza Tiopental Sódica – 30ml/kg via intravenoso e Pentobarbital Sódico – 30mg/kg via intravenoso.
Parada Cardíaca: utiliza Fenitoína – 30mg/kg via intravenoso e Cloreto de potássio – 1ml/kg via intravenoso.
Monitoração e Confirmação de óbito: ECG (eletrocardiograma), observação da ausência de reflexo pupilar e ausência de pulso periférico. 
Métodos utilizados para EQUINOS e BOVINOS:
Anestesia Geral
Barbitúrica Profunda: utiliza Tiopental Sódico – 4g a cada 500kg e Éter gliceril guaiacol 5%. Via intravenoso, e ECG até ocorrer o efeito.
Parada Cardíaca: utiliza Fenitoina – 30mg/kg via intravenoso e Cloreto de potássio – 100ml a cada 500kg via intravenoso.
Monitoramento e confirmação do óbito: observação da ausência do reflexo pupilar e ausência do pulso periférico.
Métodos indicados para SUÍNOS:
Anestesia Barbitúrica + Cloreto de potássio.
Pistola de ar comprimido + Cloreto de potássio.
Hidrato de cloral (via oral) + Cloreto de potássio.
Medicamentos utilizados para indução anestésica:
São usados para o animal perder a consciência mais tranquilamente.
	Xilazina – utilizada em grandes animais. 
	Acepromazina – utilizada em pequenos animais. 
Comunicação:
Deve-se pensar no animal e no proprietário, pois, é um momento difícil que meche tanto com o proprietário quanto com o Médico Veterinário. 
Sempre é necessário discutir os motivos com o proprietário e esperar o momento certo para indicar a eutanásia. 
Quando indicada, realizar o procedimento o mais rápido possível, para o animal não sofrer ainda mais. A eutanásia não deve ser considerada uma rotina dentro da clínica, o Veterinário deve demonstrar afeto ao animal.
Indicadores de Morte
Parada respiratória não é o suficiente para indicar o óbito. Deve haver parada cardíaca, perda da função cerebral e ausência dos reflexos que pode ser observada pelos reflexos pupilares.   
Considerações importantes:
	A eutanásia é um ato exclusivo do Médico Veterinário. 
	Há um valor sentimental, pois, os animais são muito importantes aos humanos. 
	Deve-se escolher um método de custo acessível ao Veterinário e ao proprietário. 
	Sempre ter um termo de responsabilidade em que o proprietário deve assinar antes de realizar a eutanásia. 
	Utilizar uma ficha de eutanásia com prontuário, causa, métodos e fármacos utilizados. 
	Em casos de saúde pública, a eutanásia sempre será indicada.

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