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DA PREVENÇÃO - MEDIDAS DE PROTEÇÃO - DIR. RELAÇÕES SOCIAIS I

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ESQUEMA DE AULA 05
Professora Fabiana Mardegan - Direito das Relações Sociais I - ECA
DA PREVENÇÃO
É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente.
Ao contrário do que ocorria anteriormente, a Lei no 8.069/1990 - dá ênfase à prevenção, como forma de evitar a ocorrência de situações que possam dar ensejo à violação de direitos de crianças e adolescentes.
Em 2014 foi incluído no ECA o art. 70-A, que determina que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios atuem de forma articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante.
Essa alteração é resultado da Lei no 13.010/2014, que ficou amplamente conhecida como “Lei da Palmada” e também como “Lei Menino Bernardo”.
Além disso, a lei determinou que os entes federados atuem na difusão de formas não violentas de educação de crianças e de adolescentes, tem como principais ações as seguintes:
a promoção de campanhas educativas para a divulgação do direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico;
a capacitação dos profissionais de saúde, educação e assistência social que atuam na proteção dos direitos da criança e do adolescente à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de violência contra a criança e o adolescente;
o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescente;
 a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança e do adolescente, com o objetivo de promover a informação, e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo educativo;
DA PREVENÇÃO ESPECIAL
O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.
Atualmente, as diversões e espetáculos públicos são regulados pelo Ministério da Justiça, que identifica sua natureza e determina as faixas etárias para as quais são recomendáveis. 
A desobediência a essa determinação configura infração administrativa, prevista pelo ECA nos arts. 252 e 253.
 É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
I – armas, munições e explosivos;
A venda de armas, munições e explosivos para crianças e adolescentes é definida pelo ECA como crime, previsto no art. 242.
II – bebidas alcoólicas;
A venda a criança ou adolescente de bebidas alcoólicas e produtos que possam causar dependência também é conduta tipificada pelo ECA
Além disso, a venda de bebidas alcoólicas a criança ou adolescente também é infração administrativa, prevista no art. 258-C, e sujeita o infrator ao pagamento de multa de R$3.000,00 a R$10.000,00, além da interdição do estabelecimento comercial.
III – produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida;
IV – fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
A venda ou qualquer outro tipo de fornecimento de fogos de estampido ou de artifício a crianças e adolescentes também é, em regra, proibida. Entretanto, a proibição não alcança aqueles que não tenham o potencial de provocar danos, como é o caso dos estalinhos que as crianças utilizam na época das festas juninas.
O descumprimento dessa proibição caracteriza a conduta criminosa prevista pelo art. 244.
V – revistas e publicações a que alude o art. 78;
VI – bilhetes lotéricos e equivalentes.
Por último, é proibida também a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel ou pensão, ou estabelecimento congênere, exceto se for autorizado ou estiver acompanhado pelos pais ou responsável. A inobservância dessa regra acarretará infração administrativa.
As regras acerca da autorização para viajar são diferentes para crianças e adolescentes, e dependem também de a viagem ser nacional ou internacional. Resumi as diferenças do quadro esquemático abaixo.
A desobediência às regras acerca de viagem de criança ou adolescente importa em infração administrativa:
MEDIDAS DE PROTEÇÃO
 As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.
A simples ameaça de violação de direitos já autoriza a intervenção da Justiça da Infância e da Juventude, que deve ocorrer tanto no plano individual quanto coletivo.
O dispositivo relaciona as hipóteses em que se considera que uma criança ou adolescente se encontra na chamada “situação de risco”, ou seja, em condição de maior vulnerabilidade, demandando uma atenção1especial por parte da “rede de proteção” e dos órgãos de defesa dos direitos infanto-juvenis.
São princípios que regem a aplicação das medidas:
Interesse superior da criança e do adolescente: 
Privacidade: 
Intervenção precoce: 
Responsabilidade parental: 
Prevalência da família:
Obrigatoriedade da informação: 
Pode ser aplicada apenas uma medida de proteção ou várias, simultaneamente, sempre de acordo com as necessidades específicas de seu destinatário.
Importante observar que as medidas de proteção devem, em regra, ser aplicadas em conjunto com as medidas destinadas aos pais ou responsável pela criança ou adolescente.
Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; 
Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;
Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
Acolhimento institucional;
Inclusão em programa de acolhimento familiar;
Colocação em família substituta.
O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.
Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.

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