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Uso de Bens Públicos Matheus Rocha Faganello Noção Geral Como regra o uso dos bens públicos – incluído nesta a gestão e conservação do bem – é de competência da Pessoa Jurídica de Direito Público a quem é atribuída a propriedade do bem Bens Federais – União Bens Estaduais – Estado respectivo Bens Municipais – Município respectivo Possibilidade de utilização por particulares Ora com mais liberdade: caminhar pela rua Ora com menos liberdade: colocar mesas no passeio público Formas de Uso Uso Comum Uso pelos membros da comunidade (i) sem discriminação (com regulamentação) e (ii) sem autorização específica Utilização do bem para a finalidade a que se propõe: usar a rua para andar, a praça para passear, etc. Típica dos bens de uso comum: praças, praias, ruas Pode ocorrer em relação aos bens de uso especial: ingressar em repartições públicas Característica principal é a gratuidade Formas de Uso Uso Especial O indivíduo para utilizar o bem sujeita-se à autorização específica ou, ainda, ao pagamento pelo uso. Tanto bens do tipo “uso comum” como os bens do tipo “uso especial” podem estar sujeitos a uso especial. Exemplos: autorização para uso de rua para fazer uma festa. pagamento de pedágio em uma rodovia. Pagamento de entrada em museu público Também há uso especial quando o uso de um bem passa a ser privativo de um particular. Formas de Uso Uso compartilhado Uso de determinadas bens públicos para mais de uma finalidade pública. Uso do solo para colocação de postes de energia elétrica Utilização de postes de energia por operadora de telefonia Discussão sobre necessidade de pagamento Eventualmente necessário o estabelecimento de servidão pelo concedente. Não pode impedir o uso Uso Privativo de Bem Público Uso de bem público por particular mediante autorização específica da Administração Pública para esse fim. Pode abranger qualquer categoria de bem público Mesas em calçada (bem de uso comum) Boxe em mercado público Municipal (bem de uso especial) Prédio público desativado locado para um particular (bem dominical Uso Privativo de Bem Público Características: Uso privativo: afasta o direito de outros utilizarem o mesmo espaço Instrumentalidade formal: necessidade de título formal que outorgue o direito de uso Precariedade do uso: possibilidade de retomada em razão de interesse público – via de regra sem indenização, mas comportando exceção Regime de direito público: aplicação de normas de direito público – imunidade (STF RE 451.152 e RE 253.472) Autorização de uso Autorização dada a particular para que utilize bem público atendendo interesse próprio primordialmente Unilateral Discricionário Precário: não costuma ter prazo podendo ser revogado a qualquer tempo sem direito à indenização Exemplos Fechamento de rua para festa Permissão de uso Autorização dada a particular para que utilize privativamente bem público atendendo ao mesmo tempo interesse público e privado Unilateral Discricionário Precário: não costuma ter prazo podendo ser revogado a qualquer tempo sem direito à indenização Exemplo Permissão de uso para feiras comunitárias Crítica ao conceito por ser desnecessária a distinção de autorização Necessidade de licitação? Concessão de uso Contrato administrativo por meio do qual o Poder Público confere à pessoa determinada uso privativo de bem público. Contrato Bilateral Discricionário: a Administração analisa a conveniência e oportunidade de conceder o uso Não é precário: há prazo certo e costuma implicar maiores investimentos Incidência da Lei nº 8.666/93: licitação e eventuais dispensas e inexigibilidades Concessão de uso Concessão gratuita: o concessionário não remunera a Administração pelo uso do bem Ex.: concessão de uso de uma peça na escola para residência do vigia Concessão onerosa: o concessionário remunera a Administração pelo uso do bem Ex.: uso de espaço público para instalação de restaurante mediante pagamento de determinado valor Concessão de uso Concessão de direito real para fins urbanísticos: Decreto Lei nº 271/67: concessão de terrenos como direito real resolúvel, para fins de regularização fundiária, urbanização, industrialização. Concessão de áreas para criação de distritos industriais Não há transferência de propriedade, mas há direitos sobre o bem desde que dentro de determinadas condicionantes. CC Art. 1473, IX Concessão de uso especial para fins de moradia Constituição Federal Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Concessão de uso especial para fins de moradia Efetivação do direito à moradia Não aplicável a bens da Administração Pública Regulamentação por meio do “Estatuto das Cidades” – Lei nº 10.257 – Artigos 4º, V, h e artigo 15 e ss Concessão de uso especial para fins de moradia Regulamentação por meio da MP 2.220/01 (EC nº 32/01) Posse por 5 anos até 30 de junho de 2001 Posse ininterrupta e pacífica Imóvel urbano e público de até 250m² Uso do bem para fins de moradia do possuidor/família Não possuir outro imóvel http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/2220.htm Concessão de uso especial para fins de moradia Direito real Alienação fiduciária Hipoteca Ato vinculado: preenchidos os pressupostos deve a administração conceder Pode ser passado aos herdeiros, desde que residentes Possibilidade de ser concedido para coletividades: Artigo 2º da MP nº 2.220/01 Concessão de uso especial para fins de moradia Perda do direito: Desvio de finalidade pelo concessionário – dar destinação diversa do que moradia própria ou dá família Aquisição de outra propriedade imóvel Cessão de uso Administração pública consente com o uso gratuito de bem por órgão da mesma pessoa ou de pessoa diversa (pública ou privada de assistência social). Cessão de uma sala da Prefeitura Municipal para instalação da Secretaria da Fazenda Estadual Instrumentos de Direito Privado Enfiteuse: Estado permite ao particular o uso privativo de domínio útil mediante pagamento de (i) foro – valor anual – e (ii) laudêmio – “taxa de transferência Terrenos de marinha Comodato, locação: discussão a respeito da possibilidade de utilização de tais instrumentos ao invés de instrumentos de direito público
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