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LOGÍSTICA DE PRODUÇÃO E SERVIÇOS Professora Me. Daiane Maria De Genaro Chiroli GRADUAÇÃO Unicesumar Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Coordenador de conteúdo Aliciane Kolm Qualidade Editorial e Textual Daniel F. Hey, Hellyery Agda Design Educacional Camila Zaguini Silva Fernando Henrique Mendes Rossana Costa Giani Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Editoração Humberto Garcia da Silva Thayla Daiany Guimarães Cripaldi Revisão Textual Keren Pardini Jaquelina Kutsunugi Ilustração Robson Yuiti Saito C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; CHIROLI, Daiane Maria De Genaro. Logística de Produção e Serviços. Daiane Maria De Genaro Chiroli. (Reimpressão revista e atualizada) Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. 173 p. “Graduação em Logística- EaD”. 1. Logística. 2. Serviços. 3. Produção. 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-8084-721-5 CDD - 22 ed. 658.4 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Diretoria Operacional de Ensino Diretoria de Planejamento de Ensino Professora Me. Daiane Maria De Genaro Chiroli Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina, na área de Logística e Transportes. Mestre em Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá (2011). Especialista em Engenharia de Produção com ênfase em Logística pela Faculdade Paranaense - FACCAR (2006). Graduada em Engenharia de Produção -Confecção Industrial pela Universidade Estadual de Maringá (2004). Atualmente é docente do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Estadual de Maringá. A U TO R SEJA BEM VINDO! É com grande satisfação que saúdo você, aluno(a) da disciplina de Logística de produ- ção e serviços. Por meio deste material, serão disponibilizadas definições e abordagens que permitirão a você, aluno(a), vivenciar e refletir sobre esta área do conhecimento. Talvez você possa se questionar o porquê da importância do conhecimento sobre pro- dução e serviços na área logística, caso não tenha pensado nisso, eu lhe pergunto: por que existe esta importância? Pois bem, vivemos num mundo globalizado, onde os interesses financeiros empresariais têm forte impacto na economia dos países e, consequentemente, na forma como as em- presas fazem seus negócios. Podemos perceber isso quando empresas brasileiras, como indústrias de confecções, perdem competitividade por empresas chinesas, que vendem os mesmos tipos de produtos por valores bem menores, mesmo estando do outro lado do mundo. Observando o contexto geográfico, estes países estão distantes um do ou- tro, porém são vários os fatores que podem contribuir para esta questão competitiva: os custos com os serviços locais podem ser menores; as empresas chinesas conduzem um melhor planejamento possibilitando atender mais facilmente aos objetivos de seus clientes; os impostos pagos são menores; valor da moeda corrente; menor custo logísti- co, entre outros fatores. Porém, nossas indústrias brasileiras precisam trabalhar de forma a derrubar os concor- rentes externos, olhando para o seu negócio de forma global, num âmbito mundial, não enxergando apenas o seu concorrente de esquina, pois na esfera industrialnão existem fronteiras. Desta forma, o dono do negócio deve criar estratégias para alcançar o objetivo de ter lucro e atender da melhor forma seu possível cliente. Pois com o ritmo com que a globalização tem aumentado, constantemente continuará exercendo um forte impacto na forma com que as empresas fazem seus negócios. E o que é fazer negócios? Na realidade, esta arte é desafiadora, necessitando de técnicas, conhecimento, sorte, enfim, saber o que e como fazer a alguém. Mas não bastam apenas estes fatores, é necessário que esta empresa tenha lucro, pois se ela não é rentável, com certeza estará fora do mercado. Toda empresa, para se manter competitiva no mercado, deve buscar a excelência nas ações executadas de forma a surpreender, conquistar e fidelizar seus clientes, pois é a preferência do consumidor que garante a sobrevivência da empresa. Desta forma, as pessoas que atuam na empresa precisam de informação para que chegue o produto certo, no local certo, na hora certa e nas melhores condições. Ou seja, precisam se pla- nejar para que todas as ações sejam executadas da melhor forma possível, favorecendo a criação de valor da empresa incrementando o grau de satisfação dos clientes. E a resposta para a questão do porquê da importância do conhecimento sobre pro- dução e serviços na área logística está na importância de alcançar a missão logística, ou seja, em disponibilizar o produto ou serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e com as condições combinadas. Pois é com planejamento, com informações de todos APRESENTAÇÃO LOGÍSTICA DE PRODUÇÃO E SERVIÇOS 8 - 9 os setores, com qualidade, com integração destas informações que a organização olha para o futuro e age. Assim, as metodologias expostas neste material serão de extrema importância para fazer com que você, profissional, possa alcançar êxito em suas atividades. Lembre-se, é preciso planejar sempre, pensar grande, pensar antes de seus concorrentes, ter produtividade maior que seus adversários empresariais, produzir cada vez mais e melhor com cada vez menos, e possuir a flexibilidade (sis- tema de produção ágil e apto a responder a tais mudanças) que o mercado exige. Outro fator relevante é buscar constantemente pela eficiência, assim o Planejamen- to e Controle de Produção (PCP) integra as informações de todos os setores da em- presa, priorizando os fatores necessários para o bom andamento do processo pro- dutivo, sendo considerado por Corrêa e Gianesi (1997) como o coração do processo produtivo. Com o intuito de que você realmente compreenda e desenvolva planos de trabalho eficazes nos Sistemas Produtivos em que atuar, o presente material apresentará, na Unidade I, o Histórico da Gestão da Produção, contextualizando a diferenciação en- tre as operações de manufatura e serviços. Tambem serão classificados os sistemas produtivos, enfatizando algumas práticas, técnicas, princípios e tecnologias aplica- dos na gestão da produção de bens e serviços. Na Unidade II, serão apresentados os conceitos e funções do PPCP. Deste modo, se- rão discutidas as atividades de PPCP de forma a compreenderem os níveis de deci- são dentro do contexto produtivo. Sendo assim, as diferenças dos níveis estratégico, tático e operacional foram destacadas, e dentro de cada nível foram apresentadas metodologias de planejamento, programação e controle da produção. Na Unidade III, falaremos sobre a importância do controle de estoques, discutindo os métodos de controle de estoques e os mecanismos para definir asnecessidades de materiais por meio do MRP (Material Requirement Planning - MRP). Tambémabor- daremos nesta unidade as ações relativas ao Planejamento dos Recursos de Ma- nufatura (Manufacturing Resources Planning - MRP II) e os Sistemas Integrados de Gestão (Enterprise Resource Planning – ERP). Na Unidade IV, será possível compreender a dinâmica do Sistema Just in Case – JIC e Just in time – JIT. Para tal, foi necessário apresentar sobre a manufatura enxuta que proporcionou grandes melhorias para as organizações. A Teoria das Restrições – TOC também é enfatizada nestaunidade. Por fim, na Unidade V, é dado destaque ao setor de serviços, onde será contextua- lizado sobre a importância do serviço ao cliente, o nível de serviço ao cliente, bem como práticas de PPCP voltadas a este seguimento. Desejo a você um bom estudo! Realize as atividades e pesquise, pois o conheci- mento não tem limites, e os conceitos evoluem muito rapidamente. Professora Daiane Maria De Genaro Chiroli APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 8 - 9 UNIDADE I HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO 15 Introdução 16 Histórico da Gestão da Produção 20 Gestão de Operações 21 Operações de Manufatura e Serviços 24 Classificação dos Sistemas de Produção 30 Contexto Organizacional 36 Considerações Finais UNIDADE II CONCEITOS E FUNÇÕES DO PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO – PPCP 41 Introdução 41 Conceitos e o Funcionamento do PPCP 45 Atividades do PPCP 52 Previsão de Demanda 60 Planejamento Agregado e Planejamento Mestre de Produção (PMP) 64 Sequenciamento, Programação e Controle da Produção 74 Considerações Finais SUMÁRIO 10 - 11 UNIDADE III CONTROLE DE ESTOQUES, MRP/MRP II EERP 79 Introdução 79 Controle de Estoques 89 Modelos de Controle de Estoques 94 MRP (Materials Requiriment Planning) 105 MRP II (Manufacturing Resources Planning) 106 ERP (Enterpriseresource Planning) 108 Considerações Finais UNIDADE IV JIC, MANUFATURA ENXUTA, JIT E TOC 115 Introdução 116 O Sistema Just in Case (JIC) 118 Manufatura Enxuta 122 Sistema Just in Time (JIT) 131 Teoria das Restrições 137 Considerações Finais SUMÁRIO 10 - 11 UNIDADE V O PPCP NO SETOR DE SERVIÇOS 143 Introdução 143 Importância do Serviço ao Cliente 146 PPCP Aplicado no Setor de Serviços 158 Programação da Produção em Serviço 162 Tempo de Pedido 162 Nível de Serviço 165 Considerações Finais 167 Conclusão 169 Referências U N ID A D E I Professora Me. Daiane Maria De Genaro Chiroli HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO Objetivos de Aprendizagem ■ Estudar o Histórico da Gestão da Produção e seus Principais Elementos. ■ Compreender as Operações dos Sistemas de Manufatura e Serviços. ■ Entender as Diferenças dos Sistemas Produtivos. ■ Assimilar as Práticas Aplicadas na Gestão de Produção de Bens e Serviços, Compreendendo a Política Empresarial. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Histórico da Gestão da Produção ■ Operações de Manufatura e Serviços ■ Classificação dos Sistemas Produtivos ■ Política Empresarial na Gestão da Produção de Bens e Serviços 14 - 15 INTRODUÇÃO Nesta unidade, abordaremos sobre vários elementos que remetem à Gestão da Produção, mas, inicialmente, peço que você interiorize os fatores que aponto a seguir: ■ Imagine você fabricando suas ferramentas e utensílios necessários para sua sobrevivência. ■ Imagine a inexistência do comércio, mesmo que de troca ou escambo. ■ Imagine a existência plena do monopólio, onde somente alguns poucos produtos possam ser comercializados. ■ Imagine ver nas ruas carros somente da cor preta como Henry Ford fazia. Pois bem, você consegue se enxergar neste contexto, nesta realidade? Bom, para mim é muito complicado e nem dá para imaginar, pois faz parte do passado, e no mundo em que vivemos, este cenário é muito diferente, existimos em outra realidade. Vivemos na Era da Tecnologia. Ouvimos falar todos os dias em inovações, informatização, competitividade, concorrência, abertura de novos mercados, entrada de novos produtos, melho- ria da qualidade, enfim, da tal “Globalização” e do que a mesma ocasionou parao mercado, para diversos países e para o mundo. A globalização da economia acarretou inúmeras consequências sentidas por países, regiões, pessoas e empresas. Uma de suas maiores influências foi o ingresso de um número maior de concorrentes no mercado, exigindo das empre- sas dos mais diversos setores novas formas de gestão para atingir os resultados esperados. Essa total revolução no cenário econômico fez com que as empre- sas tomassem atitudes diferentes e dinâmicas frente à realidade que as mesmas viviam. Ou elas mudavam, ou o concorrente acabava com elas. Em decorrência dessa realidade desafiadora e altamente competitiva, a Logística de Produção e Serviços desempenha um papel fundamental dentro da empresa, ou seja, possibilita agir de acordo com as mudanças mercadológi- cas, diferenciar-se dos concorrentes e estabelecer estratégias que possibilitam vislumbrar crescimento futuro. 14 - 15 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ©shutterstock 16 - 17 HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Deste modo, nesta unidade, serão apresentados conceitos sobre a gestão da produção que possibilitará melhor compreensão do cenário econômico do empreendimento, seja ele do setor manufatureiro, seja ele do setor de serviços, e, deste modo, definir a estrutura que possibilite gerenciar a complexidade de fatores que envolvem o processo. HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO Costumo dizer que, como gestor ou técnico de uma empresa, é fundamental que conheçamos todo o histórico desta, a fim de realizar ações que possibilitem o crescimento. Deste modo, é necessário olhar para as três gerações da empresa, ou seja, passado, presente e futuro. Conhecer o passado nos permite compreender como aconteceram os desen- volvimentos socioculturais, ajuda-nos a entender o presente, resgatando dos erros passados e das ações executadas para projetar melhorias ao futuro. Tem até uma frase de um pensador que diz: “Se queres conhecer o pas- sado, examina o presente que é o resultado; se queres conhecer o futuro, examina o presente que é a causa” (Confúcio). Deste modo, iremos estudar um pouco do contexto histórico da Gestão da Produção. Ao pensarmos em como as indústrias surgiram, podemos imaginar que os artesãos não davam mais conta da demanda de seus clientes, ou que os custos começaram a ficar muito altos e houve a necessidade de trabalha- rem em equipe. Bom, esta seria uma boa definição inicial, mas também poderíamos pensar em outras várias formas de nascimento, crescimento e vários modelos de desenvolvimento industriais, e não há como estudar sobre Gestão da Produção sem com- preender um pouco sobre a Revolução Industrial. 16 - 17 Histórico da Gestão da Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . A Revolução Industrial foi uma mudança brusca cultural, a qual transformou o mundo e vem se transformando até hoje. A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, onde as condições eram mais favoráveis que em outros países. Resultou em inúmeras causas, principalmente com a mecaniza- ção dos sistemas de produção, onde foram substituídos os métodos artesanais por mecanizados, ou seja, a introdução de máquina na indústria. Antes da grande Revolução Industrial, cada indivíduo fazia suas próprias ferramentas e fabricava o que era necessário para sua sobrevivência, não existia o comércio. Entretanto, durante muito tempo o homem se viu obrigado a reali- zar estas tarefas através de sua própria força e experiência. Com o passar do tempo, aquelas pessoas que tinham maior habilidade e téc- nica dentro de uma dada área começaram a fabricar produtos sob encomendas surgiram aí os primeiros artesãos e a primeira forma de produção organizada. O artesanato era representado por uma produção de caráter familiar, realizado na casa do artesão junto com a família, onde o mesmo realizava todas as etapas da produção em suas oficinas (também chamadas manufaturas), desde o preparo da matéria-prima até o produto final. O trabalho era feito do início ao fim pela mesma pessoa, ou seja, não havia divisão do trabalho, nem especialização. Em alguns casos, o artesão trabalhava junto com um ajudante, que não recebia um salário para tanto, este apenas pagava uma taxa para a utilização das ferramentas. Conforme estes ajudantes aprendiam o trabalho, eles se tornavam novos artesãos. A economia era focada na área agrícola, a população predominantemente rural e a unidade típica de produção era a família. “As indústrias principais – as têxteis em especial – estavam organizadas e subordinadas à agricultura”(DEANE, 1982, p.25). Neste período, a produção artesanal era controlada pelas corporações de ofício, que eram praticamente como são hoje os sindicatos, havia as corpora- ções de artesãos, padeiros, marceneiros etc. A manufatura predominou ao longo da Idade Moderna, resultando da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do comércio monetário. A partir desse momento, ocorreu um aumento na produtividade do trabalho, devido à divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um produto. A ampliação do mercado consumidor relacionou-se diretamente ao alargamento do comér- cio, tanto em direção ao oriente como em direção à América, permanecendo o 18 - 19 HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I lucro nas mãos dos grandes mercadores. Destes acontecimentos que favorece- ram o desenvolvimento do progresso com a Revolucao Industrial, destacamos as Transformações Tecnológicas, Econômicas e Sociais. É conveniente ressaltar que o advento da mecanização e o surgimento da máquina a vapor, principalmente os gigantes teares, vieram revolucionar o modo de produção, mas houve uma série de outras revoluções que aconteceram quase que simultaneamente e se inter-relacionaram, tais como: a Revolução Demográfica, Revolução Agrária, Revolução Comercial e a Revolução dos Transportes, que em conjunto proporcionaram a Revolução Industrial. Para Deane (1982), o cerne desta revolução é o crescimento da indústria manufatureira, que implica em unidades de operação em grande escala, máqui- nas que reduzem o trabalho humano, arregimentação da força de trabalho. Não há como falar na Revolução Industrial sem citar o algodão, que impul- sionou, deu o tom da mudança industrial e foi o esteio das primeiras regiões que não teriam existido se não fosse a industrialização, e que expressaram um novo modelo, ou uma nova característica da sociedade, o capitalismo industrial, baseada numa nova forma de produção, a “fábrica” (HOBSBAWM,1979), lugar este de superação das barreiras da própria condição humana. Nesta época, o tear mecânico dominou a tecelagem. Entre 1778 e 1830, revolucionários ocasionaram grandes revoltas contra a disseminação da maquinaria, os quais ficaram conhecidos como os quebrado- res de máquinas. Eles resistiram ao avanço tecnológico, mas este avanço mudou a composição da força de trabalho. A Revolução Industrial modificou a vida de muitas pessoas e também toda história, ela transformou e, em outros casos, destruiu todo estilo de vida tradicio- nal de muitos homens. Dentre eles, a maioria pobres, os que se viram substituídos automaticamente por qualquer coisa (máquina ou outros elementos que substi- tuem o homem), fato que forma o cerne dos efeitos sociais da industrialização.O homem perdeu a criatividade, não por não tê-la, mas pelo fato de executar tarefas amplas, repetitivas, tendo que obedecer a normas e horários, perdeu toda liberdade de trabalho, mas algumas bases técnicas se tornaram importantes em função da necessidade dessa disciplina e pelo controle do trabalho. O desenvolvi- mento das bases técnicas, do ponto de vista do empresário capitalista estendeu-se 18 - 19 Histórico da Gestão da Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . por inúmeras instituições que não só permitiram como legitimaram o controle e a disciplina fabril e abriram caminho para que se produzisse uma esfera de conhecimentos tecnológicos, contudo, os trabalhadores depois de muita resis- tência aceitaram a natureza própria do sistema fábrica (DECCA,1982). A Revolução Industrial representou uma transformação radical na vida de toda a humanidade, onde os lucros passaram a ser necessários à sobrevivência de toda a população. Um dos grandes marcos foi o uso da tecnologia, que foi e é determinante para novas formas de trabalho, necessidade de novos produtos, e novas disciplinas no aparato tecnológico. Podemos destacar Frederick W. Taylor, Henri Fayol, Frank Gilbreth, Henry Gantt, Henry Ford, que foram pessoas que contribuíram em toda evolução dos sistemas de produção, bem como na elaboração de princípios da Administração científica. Auxiliaram na criação das condições para que a chamada produção em massa se estabelecesse de forma mais global, possibilitando maior progresso na área de gestão de operações (CORRÊA; CORRÊA, 2009). Neste cenário industrial, vários conceitos surgiram de modo a melhorar a qua- lidade de produtos, pela inovação na força de trabalho, nos métodos de gestão e nos equipamentos utilizados (CORRÊA; CORRÊA, 2009), entre eles, destacamos: ■ padronização de produtos e de processos produtivos; ■ treinamentos e capacitação da mão de obra direta; ■ definição de quadros gerenciais e de supervisão; ■ desenvolvimento de técnicas de planejamento e controle da rede de operações; ■ desenvolvimento de técnicas de planejamento e controle financeiro; ■ desenvolvimento de técnicas de vendas; ■ dentre outras. Para Martins e Laugeni (2005), a busca incessante por melhores métodos de trabalho e processos de operações, com o objetivo de se obter melhoria da pro- dutividade com o menor custo possível, é ainda hoje o tema central em todas as organizações, mudando-se apenas as técnicas empregadas. 20 - 21 HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Corrêa e Corrêa (2009, p.34) enfatizam que foi no pós-guerra que houve o desenvolvimento da área de Planejamento e Controle da Produção: Outro desenvolvimento interessante que derivou do movimento de es- tabelecimento no pós-guerra da lógica de pesquisa operacional foi o estabelecimento, de uma vez por todas, de áreas como “planejamento, programação e controle da produção, “controle de estoques”, “previ- sões”, e outras correlatas acompanhadas mais tarde do surgimento de sociedades que congregam estudiosos e práticos interessados no tema, como APICS (American Productionand Inventory Control Society) fundada em 1957, e o Councilof Logístics Management, fundado em 1963 (JOHNSTON, 1999 apud CORRÊA; CORRÊA, 2009, p.34). Ao olharmos o presente das organizações, é possível visualizar em muitas delas uma gestão eficaz de produção e operações, pois sabem gerenciar todos os recur- sos de modo a garantir resultados positivos em seus negócios. Deste modo, serão apresentadas algumas definições da Gestão de Operações no tópico a seguir. GESTÃO DE OPERAÇÕES A gestão da produção é responsável pela produção dos bens e serviços disponi- bilizados pelas organizações aos seus clientes, que são a razão essencial da sua existência (PEINADO; GRAEMI, 2007). Esta área de conhecimento estuda os problemas enfrentados dentro da organização, e conduz de maneira estratégica uma melhor utilização de todos os recursos da empresa. Rentes (2008) define a Gestão de Operações como o conjunto de ações de planejamento, gerenciamento e controle das atividades operacionais necessárias à obtenção de produtos e ser- viços oferecidos ao mercado consumidor. Pode-se dizer que a gestão da produção e operações está em nosso dia a dia, em todas as ações que realizamos, mesmo que não saibamos disso, pois tudo o que vestimos, comemos e utilizamos passa de alguma maneira por um processo produtivo (SLACK et al., 2008), e organizar este processo eficaz e eficientemente é o objetivo da Gestão da Produção de Bens e Serviços 20 - 21 Operações de Manufatura e Serviços Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . No modelo geral da gestão de operações, inicialmente temos os recursos de entrada (inputs) que são as informações do que os clientes desejam, informações sobre o mercado competitivo (concorrentes), materiais, ou seja, as matérias-pri- mas utilizadas para a ação transformadora de bens ou serviços, bem como as instalações físicas e o pessoal necessário para o desenvolvimento destas ações. Na parte central do modelo, o enfoque está na agregação de valor, ou seja, onde os recursos iniciais serão transformados. Porém, para que atendamos plena- mente às necessidades de nossos clientes (internos ou externos), precisamos ter o melhor projeto, atender às especificações, realizar um ótimo planejamento e controle para que não haja erros e assim entregar aos consumidores os produ- tos e serviços (outputs) nas melhores condições possíveis. Neste modelo de gestão de operações, os consumidores estão sempre rela- cionados aos ambientes internos da organização, que sinalizam o papel e posição competitiva da produção, de forma que a empresa realize um planejamento estra- tégico organizacional focado na estratégia produtiva, para que, assim, se alcance os resultados esperados pelos clientes. O contexto Gestão da Produção não está apenas relacionado às atividades industriais. No setor de serviços também existe a aplicação desta gestão, por isso, todos os conceitos abordados neste material podem ser aplicados nas fábri- cas, independente de seus segmentos, como em consultórios médicos, hospitais, supermercados, bancos, escolas, salões de beleza etc. OPERAÇÕES DE MANUFATURA E SERVIÇOS Muitas vezes, ao falarmos ou pensarmos em produção, empresa, indústrias no processo de transformação de produtos, apenas imaginamos bens tangíveis, o palpável, o produto final. Estes são frutos da manufatura, ou seja, do processo industrial de um produto. Alguns frutos das operações de manufatura de bens são ilustrados na Figura a seguir. Figura 1: Exemplos de produtos manufaturados © Sh ut te rs to ck 22 - 23 HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I A Revolução Industrial favoreceu muitas mudanças e ocorrências no cenário mundial que contribuíram para o desenvolvimento do setor de serviços. O aumento ou crescimento do setor de serviços, segundo Churchill Júnior e Peter (2003), existe por duas razões: 1. a primeira é que houve maior demanda por serviços. Houve maior desen- volvimento da economia, o que trouxe maior riqueza às pessoas e também necessidades antes inexistentes. Pois como existe maior disponibilidade de dinheiro, as pessoas buscam gastá-lo também com serviços, além de compras de itens básicos como alimentação; 2. a segunda razão para o crescimentodos serviços é o surgimento de novas tecnologias que tornaram os serviços mais acessíveis. As novas tecnolo- gias permitem que empresas ofereçam a seus clientes não somente um produto, mas um serviço após a venda, como de assistência técnica, infor- mação, entre outras. Com o passar dos anos, uma perspectiva de crescimento e diversificação dos serviços em decorrência do desenvolvimento de uma atividade motriz ficou per- ceptível. Com todas as transformações ocorridas na economia mundial ao longo dos anos, a sociedade instituiu os serviços ligados ao turismo e lazer, à cultura, ao consumo, à tecnologia, entre outros, como atividades além da indústria. Não que a indústria tenha perdido a sua importância, é que houve uma divisão de participação com o setor de serviços, o qual tem sido cada vez mais relevante, ou seja, ele passa a se tornar, de certo modo, um setor propulsor da dinâmica urbana (NASCIMENTO, 2007). O setor de serviços, também conhecido como terciário, no contexto da eco- nomia, envolve a comercialização de produtos em geral e o oferecimento de serviços comerciais, pessoais ou comunitários, a terceiros. Ele é definido na lite- ratura econômica convencional como bens intangíveis (FERREIRA, 2011). O que é intangível? É algo que pode ser sentido, por exemplo, assistir a uma aula, um filme, ser atendido em uma loja de conveniência e em uma consulta médica. A Figura 2 ilustra alguns exemplos de prestadores de serviços. 22 - 23 Operações de Manufatura e Serviços Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . O setor de serviços é o maior gerador de empregos, pois a maioria dos pos- tos de trabalho no Brasil está nas empresas desses segmentos. Entre a década de 80 e o ano 2005 o índice saltou de 38% para 58,1%. O segmento de serviços é o grande portador de futuro, riqueza e oportunidades. Essa tendência também se apresenta na evolução das economias dos países mais ricos (IBGE, 2005). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2007, relatou que o interesse pelo setor de serviços cresceu muito na última década e continua crescendo devido às constatações da sua força na economia. Hoje, 65% da riqueza nacional provem do setor terciário, deixando o Brasil com a estrutura econômica parecida com a dos Estados Unidos, onde 77% da riqueza são gera- das por este segmento econômico, e com a do Japão com 68%. Isso torna a área de serviços a maior geradora de empregos formais, sendo responsável por 27 milhões dos 38 milhões de empregos registrados em 2007 no País. O número de empresas de outras áreas no período era de 310 mil, havia 880 mil no setor terciário. Em relação à remuneração média, o salário anual por pessoa ocupada na indústria era de R$ 20 mil, enquanto na área de serviços che- gava a R$ 31 mil (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE). Diante desses fatos, pode-se afirmar que o setor terciário é próspero e impor- tante para economia do país. Por isso, há necessidade de se desenvolver estudos neste ramo, de forma a aprimorar técnicas e administração para as operações de serviços, contemplando suas necessidades e prioridades (CORRÊA; CAON, 2002). Tubino (2007, p. 5) relata que: Tanto a manufatura de bens como a prestação de serviços são simila- res quanto ao aspecto de transformar insumos em produtos úteis aos clientes através da aplicação de um sistema de produção. Ambas de- vem projetar seus produtos, prever sua demanda, balancear seu sistema produtivo, treinar sua mão-de-obra, vender seus produtos, alocar seus recursos e planejar e controlar suas operações. Porém, quando trabalhamos com manufatura ou serviços, observamos suas dife- renças significativas, uma vez que o serviço não pode ser estocado, ele ocorre no ©ShutterstockFigura 2:Exemplos de serviços - Consulta médica, corte de cabelo, consultoria, professor em sala de aula... 24 - 25 HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I ato, são ações vivenciadas e avaliadas no momento da execução do serviço (pro- dução e consumo simultâneos). Já um produto pode ser adquirido e estocado pelo cliente. Deste modo, no próximo tópico, iremos abordar a classificação dos sistemas produtivos, sejam eles focados na fabricação de produtos ou direcio- nados à prestação de serviços e informações. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO Você já parou para pensar sobre como são produzidos os navios, os eletrodo- mésticos, as roupas, alimentos, enfim, tudo o que você adquire no seu dia a dia? Se sim, ótimo, pois já possui uma visão sobre a forma de produção, caso não, agora é hora de compreendê-los, uma vez que existem diversas classificações de sistemas de produção. Entendê-los facilita na identificação de suas característi- cas particulares, a relação entre as atividades produtivas, bem como na seleção de melhores práticas de Planejamento, Programação e Controle da Produção. Também é importante ressaltar que os sistemas de produção são o centro de todas as organizações empresariais, e as atividades de todas as outras áreas estão interligadas com as atividades de gerência de operações. Antes de explicar estas classificações, vamos definir o que é um sistema: Sistema é um conjunto de elementos inter-relacionados com um objetivo em comum (MARTINS; LAUGENI, 2005). Eu costumo exemplificar um sistema como o motor de um carro, onde, para o motor funcionar, todas as peças, todas as engrenagens e comandos devem se encaixar, de modo a alcançarem um obje- tivo em comum, neste caso, fazer o carro trabalhar. Um sistema produtivo nada mais é do que um elemento de transformação adequado a realizar operações de modo a produzir produtos ou serviços efi- cientes e eficazes. Para tal, este sistema recebe entradas, também nomeadas por Inputs, que são os insumos necessários para serem transformados em saídas, os outputs, que são os produtos manufaturados ou serviços executados. Na Figura 3, é apresentado este modelo de transformação. 24 - 25 Classificação dos Sistemas de Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Ambiente Ambiente Funções de transformação Recursos a serem transformados Materiais Mão de obra Capital Energia Outros Insumos Produtos Serviços Inputs Outputs Figura 3: Modelo de transformação Fonte: adaptada de Martins;Laugeni (2005, p.11) Toda empresa, para poder funcionar, adota um sistema de produção com vistas a realizar suas operações e produzir seus produtos ou serviços da melhor maneira possível e, com isto, garantir sua eficiência e eficácia. Este sistema deve exercer uma série de funções operacionais que, segundo Tubino (2000), são caracteri- zadas desde o projeto de produtos, até o controle dos estoques de recrutamento e treinamento de funcionários, aplicação dos recursos financeiros, distribuição dos produtos, entre outros. Este mesmo autor salienta que as funções operacionais podem ser agrupa- das em três funções básicas: finanças, produção e marketing (Figura 4). Finanças Produção/operações Marketing Organização Figura 4: Funções básicas de um sistema de produção Fonte: Tubino (2000, p. 17) 26 - 27 HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I A Organização é uma Associação ou Instituição com objetivos definidos, onde está inserido o sistema de produção. Para Batalha e Rachid (2008, p.185), “uma organização é constituída por um grupo de pessoas que agem emconjunto para atingir um objetivo comum”. Para que esta organização funcione adequada- mente, as três funções básicas devem estar interligadas de modo a alcançarem o objetivo da mesma. Tubino (2000) enfatiza que o sucesso de um sistema produ- tivo depende da forma como estas três funções se relacionam. A função de Operações engloba todas as atividades diretamente relaciona- das à produção de bens ou ao fornecimento de serviços. Lembre-se que a função de produção não existe apenas nas operações de fabricação e montagem volta- das para a produção de bens. Enfatizando então, a função de operações está relacionada com todas as atividades diretamente inseridas na produção de bens ou serviços, as quais trans- formam os insumos em bens ou serviços por meio de processos de conversão, ou seja, onde ocorre a agregação de valor. A função Marketing promove o elo entre a empresa e o mercado, deste modo, várias são as ações desempenhadas, entre elas, destacamos: vender e promover promoções de produtos e serviços; realizar estratégias de publicidade e estima- tivas de preços; abastecer a produção com informações sobre a demanda pelos produtos atuais; pesquisa sobre potenciais necessidades dos clientes, entre outros. A função Finanças tem por desígnio administrar os recursos financeiros da empresa e alocá-los onde forem necessários. Costumo dizer que o elo entre pro- dução, marketing e finanças é fundamental, uma vez que, se a Produção deseja adquirir maquinário e/ou insumos, se o Departamento de Marketing realizar um plano de vendas para um dado período, mas se Finanças não se projetou para tal, conflitos existirão, bem como a necessidade de realizar outras estratégias para atender aos pedidos destes setores. A integração é importante, pois como coloca Tubino (2000), Finanças com Produção e Marketing devem preparar um orçamento de longo prazo prevendo as receitas e despesas que ocorrerão para o patamar de produção projetado dentro do planejamento estratégico da produção. Outras funções dos Sistemas de produção: função de recursos humanos, compras, manutenção, engenharia, produtos, processos. A classificação dos sistemas produtivos tem por intuito facilitar o entendimento © Sh ut te rs to ck 26 - 27 Classificação dos Sistemas de Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . das características inerentes a cada sistema de produção e sua relação com a com- plexidade das atividades de planejamento e controle destes sistemas (TUBINO, 2000). De uma maneira geral, as classificações encontradas na bibliografia são orientadas para sistemas de produção de bens, é o caso da classificação dos sistemas produtivos de acordo com as quantidades produzidas do produto (GROOVER, 1987). Existem várias formas de classificar os sistemas de produção, e você pode observar esta classificação de forma diferenciada na literatura. Para Tubino(2000), elas se categorizam pelo grau de padronização dos produtos; pelo tipo de opera- ção que sofrem os produtos e pela natureza do produto, estas serão explicadas a seguir: 1. Pelo grau de padronização: ■ Produtos padronizados: são bens ou serviços que seguem um padrão, ou seja, apresentam um grau de uniformidade elevado. Geralmente estes são produzidos em alta escala sendo que nesse sistema produtivo os métodos de trabalho contribuem para uma eficiência maior do sistema, favore- cendo a redução dos custos. Podemos citar alguns exemplos de produtos padronizados: automóveis, eletrodomésticos, roupas etc. Como exemplos de serviços, temos: serviços bancários, call centers, fastfoods etc. ©Shutterstock ©Shutterstock 28 - 29 HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I ■ Produtos sob medida: como o próprio nome já diz, são produzidos bens ou serviços designados para um determinado cliente. Desta forma, geral- mente se produzem lotes unitários e por serem específicos a um dado cliente, não são estocados. Nos produtos sob medida, é difícil padroni- zar os métodos de trabalho e de recursos produtivos, o que faz com que o produto torne-se mais caro que os padronizados. Geralmente os proces- sos não são automatizados, pois a quantidade produzida é tão pouca que não justifica tal investimento. Como exemplos de produtos sob medida, podemos ter os alfaiates, com serviços de alta-costura, estaleiros, cons- trução civil. E de serviços, temos: restaurantes, clínicas estéticas etc. 2. Por tipo de operações: ■ Processos contínuos: podemos identificar claramente um processo contí- nuo, pois dificilmente, ao observarmos este, conseguiremos identificar as etapas do processo, ou seja, não conseguimos distinguir em que etapa do processo o mesmo se encontra. Neste tipo de processo, a variedade de família de produtos similares é baixa, porém processam grande volume de itens. São totalmente interdependentes, e utilizados quando existe alta uniformidade na produção e demanda de bens ou serviços, favorecendo, assim, a automa- tização. Como exemplos de processos contínuos, temos as usinas de açúcar e álcool, usinas hidrelétricas, que produzem bens de base, e de serviços, empresas de monitoramento de radares, de limpeza contínua, entre outros. ©Shutterstock 28 - 29 Classificação dos Sistemas de Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ Processos discretos: nestes, podem ser produzidos produtos e serviços, e serem desenvolvidos individualmente ou em lotes. Referem-se a proces- sos que envolvem a produção de bens ou serviços, os quais podem ser isolados, em lotes ou unidades, e cada lote ou produto pode ser identifi- cado individualmente em relação aos demais. E este, por sua vez, ainda pode ser subdividido em: ■ Processo repetitivo em massa: empregado na produção em grande escala de produtos altamente padronizados, pois a variação entre os produtos acabados ocorre geralmente na montagem final. Os projetos normalmente têm pouca alteração a curto prazo, o que pos- sibilita uma estrutura altamente especializada e pouco flexível, pois a demanda por estes produtos é estável. Neste tipo de processo, há a necessidade de uma estrutura produtiva altamente especializada e pouco flexível, onde os altos investimentos possam ser amortiza- dos durante um longo prazo. Exemplos de bens produzidos no processo repetitivo em massa: automóveis, eletrodomésticos, produtos têxteis, produtos cerâmi- cos, abate e beneficiamento de aves, suínos, gado etc., e a prestação de serviços em grande escala, como transporte aéreo, editoração de jornais e revistas etc. ■ Processo repetitivo em lote: caracterizado pela produção de um volume médio de bens ou serviços padronizados em lotes, onde em cada lote várias operações são executadas, as quais necessitam ser programadas à medida que as operações anteriores forem exe- cutadas. Neste tipo de processo, o sistema produtivo geralmente é flexível e emprega-se mão-de-obra polivalente, de modo a atender diferentes pedidos dos clientes e flutuações da demanda. Produtos têxteis em pequena escala, sapatos, alimentos industria- lizados, ferragens, restaurantes, são exemplos de bens e serviços realizados com processos repetitivos em lotes. 30 - 31 HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I ■ Processo por projeto ou sob encomenda: tem por escopo aten- der a uma necessidade específica do cliente. Geralmente, a data de entrega do produto/serviçoé negociada com o cliente referente à sua fabricação e, quando a produção estiver executada, o sistema se volta para um novo projeto. É importante destacar que, neste tipo de processo, a empresa deve conduzir uma boa gestão por proje- tos, pois o não cumprimento dos prazos estabelecidos pode afetar a imagem da organização, bem como o financeiro, uma vez que a empresa pode ser penalizada com multas contratuais. 3. Pela natureza do produto: ■ Os produtos são caracterizados por manufatura de bens (tangíveis) e prestadores de serviços (intangíveis), estes abordados no tópico anterior. Compreendendo tais características do sistema e identificando os seus proces- sos, é possível definir todo o contexto da Gestão de Operações, realizando, desta forma, o planejamento, a programação e o controle da produção. É importante enfatizar que, para manter a competitividade, as empresas devem ter um sistema flexível de produção, com rapidez no projeto e implantação de novos produtos com baixos leads times e estoques no atendimento às necessidades dos clientes (TUBINO, 2000). A forma como se planeja, programa e controla esses sistemas produtivos tem função primordial na competitividade. CONTEXTO ORGANIZACIONAL Como citado anteriormente, o planejamento, programação e controle dos sis- temas produtivos são primordiais de modo a obter eficácia e ser cada vez mais competitivo no mercado em nível global. Porém, o cenário empresarial muitas vezes torna as ações das empresas complexas e cercadas por incertezas. Desta forma, algumas práticas são importantes para que o desempenho organizacio- nal seja melhorado. 30 - 31 Contexto Organizacional Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Muitas vezes, ao conversarmos com empresários, donos de empresa ou seus gestores, eles nos fazem os seguintes questionamentos: COMO POSSO FAZER COM QUE MINHA EMPRESA MELHORE SEUS RESULTADOS? E desta questão, derivam-se outras: Como consigo baixar o custo total dos produtos? É possível diminuir o tempo de produção? Minha empresa sobreviverá sem estoques? Consigo pelo menos reduzir a quantidade dos produtos em estoque? Ou é possível aumen- tar a variedade dos meus produtos? Como posso melhorar a qualidade de produção e atendimento aos clientes? Como aumentar a eficiência da distri- buição? Como faço para que o colaborador realize o que a empresa deseja? Quem devo punir quando há erros? Enfim, muitas são as perguntas, mais muitos destes gestores não sabem como dar o “ponta pé” inicial na busca de melhorias, desta forma, é impor- tante inicialmente compreender como está tal empresa, diagnosticá-la e pensar sempre em investir em melhorias. Claro que estas ações devem ser norteadas por uma estratégia, definindo a política organizacional, e conduzindo ações de qualidade. Na próxima unidade, será abordado o contexto estratégico do Planejamento e Controle da Produção, mas este fator deve ser argumentado por toda orga- nização, deste modo, é importante que a empresa tenha uma estrutura organizacional, pois esta estruturação permite que haja atribuição de respon- sabilidade a todos os envolvidos no processo, seja produtivo ou de tomada de decisão. Hampton (1992 apud BATALHA; RACHID, 2008) enfatiza que a estrutura organizacional facilita a tomada de decisão, a coordenação e o controle sobre a realização de tarefas necessárias para atingir os objetivos de cada organização. Esta estrutura deve acompanhar as mudanças estratégicas da empresa. A Figura 5 ilustra um modelo de estrutura organizacional. 32 - 33 HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Subordinado 1 Chefe Subordinado 2 Subordinado 3 Figura 5: Um organograma Fonte: Batalha e Rachid (2008, p. 163) Esta figura mostra que, em uma empresa, há apenas dois níveis hierárquicos, onde o chefe assume a autoridade sobre os seus subordinados e estes alocados se encontram em três departamentos diferentes. A estrutura organizacional depende muito de como é a empresa, muitas agem com estruturas verticais e outras com estrutura horizontal ou por proces- sos. Na estrutura vertical, há uma forte gestão entre chefia e seus subordinados, onde as ações rígidas são definidas pela chefia/direção e repassadas aos subordi- nados, como se fosse uma cadeia de comandos. Segundo Fayol (1946), a unidade dentro da cadeia de comando, a autoridade, a disciplina, a especialização de tare- fas, e outros aspectos do poder de organização e separação de trabalho criaram todo um contexto para as organizações verticalmente estruturadas, as quais são caracterizadas por classificações de cargos distintos e estruturas de autoridade de cima para baixo, ou ainda uma forma que ficou conhecida como a estrutura organizacional tradicional ou clássica. Já na estrutura horizontal, o foco não é o chefe e sim o todo, o trabalho em equipe, as decisões em grupo, ou seja, é um modelo que diminui as barreiras hierárquicas entre chefia e subordinados, permitindo que os colaboradores se con- centrem nas suas ações, investindo tempo e energia nos objetivos organizacionais. Ozsomer, Calantone e Di Benedetto (1997) ressaltam que a estrutura orga- nizacional influencia diretamente a postura estratégica da empresa, sendo este um fator importante, que aumenta a inovatividade. A postura estratégica da empresa é estabelecida por uma escolha consciente (gestores e subordinados), como uma alternativa que apresenta o caminho que a empresa deve seguir de modo a cumprir sua missão. Os conceitos de Planejamento Estratégico variam de acordo com cada autor, 32 - 33 Contexto Organizacional Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . porém todos com a mesma ideia. Para Oliveira (2009, p. 32), planejamento é “um processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura desejada, de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração de esfor- ços e recursos pela empresa”. Ele ainda complementa afirmando que, ao realizar um bom planejamento, o executivo está preparado para mudar a forma de agir caso a forma atual “não dê certo”. Maximiano (2008) destaca que para efetuar um planejamento de qualidade, é importante avaliar diversos componentes, dentre os quais encontram-se: a mis- são, a vocação e suas competências; o desempenho da organização; os desafios e oportunidades do ambiente; os pontos fortes e fracos dos sistemas internos da organização, e as competências dos planejadores. De um modo mais abrangente, Vasconcelos Filho e Pagnoncelli (2001, p.76) definem Planejamento Estratégico como “processo que mobiliza a empresa para escolher e construir o seu futuro”, ou seja, prepara a empresa para o futuro. Pensando nesse futuro, o empresário atual deve estar atento ao que acontece ao seu redor. Muitas mudanças ocorreram com o passar dos anos, principal- mente nas estruturas e culturas das organizações, o que proporcionou novas formas de ser e pensar das pessoas, inclusive dos gestores. O novo gestor pos- sui um alto nível de conhecimento e consegue se atualizar e adaptar de forma rápida, conforme as tendências. Na era do conhecimento, as pessoas possuem pensamento e visão estratégicos e aceitam mais facilmente as mudanças, e os que ainda não se adaptaram a esse novo ambiente sofrem com as consequên- cias (CAVALCANTI, 2007). O planejamento estratégico oferece vantagens competitivas para a empresa, tais como: ajuda os administradores a se adaptarem às mudanças do ambiente; auxilia a estabeleceras responsabilidades com maior precisão, capacita os admi- nistradores a enxergarem as operações com mais clareza; torna os objetivos mais específicos e conhecidos, e poupa tempo, esforços e recursos (MEGGINSON,1986). Diversos autores, como Fischmann (2000), Oliveira (1998), Bethlem (1998), Thompson Jr. e Strickland (2000), propõem diferentes processos para elabora- ção do planejamento estratégico. No entanto, todos esses métodos possuem a mesma finalidade. Geralmente, eles mostram modelos que se encaixam melhor com grandes empresas e precisam ser adaptados para empresas de pequeno porte. 34 - 35 HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Vasconcelos Filho e Pagnoncelli (2001) subdividiram o Planejamento Estratégico em etapas bem distintas, conforme ilustrado na Figura 6. Estratégias Competitivas Objetivos Visão Análise do Ambiente Princípios Missão Negócio Figura 6: Metodologia de Planejamento Estratégico Fonte: Vasconcelos Filho e Pagnoncelli (2001, p. 68) Cada passo a ser seguido tem uma justificativa e desenvolvimento próprios. Segue a explicação de cada um deles, segundo a visão dos autores: ■ Negócio: a primeira dificuldade nessa etapa é conseguir definir o Negócio da empresa, ele não é o produto que se produz ou vende, e sim, o enten- dimento do principal benefício esperado pelo cliente, ou seja, aquilo que o cliente espera do seu produto. 34 - 35 Contexto Organizacional Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ Missão: a missão é a razão de ser da empresa, a definição de seu negó- cio. Várias empresas podem ter o mesmo negócio, mas a missão é o que as distingue. ■ Princípios: alguns autores nomeiam por valores, e estes são balizamentos para o processo decisório e comportamento da empresa no cumprimento da sua Missão. ■ Analisar o ambiente: “é um conjunto de técnicas que permitem identifi- car e monitorar permanentemente as variáveis competitivas que afetam a performance da empresa” (VASCONCELOS FILHO; PAGNONCELLI, 2001, p.197). Dessa forma, essa se torna a etapa mais longa de todas. Nela deve-se definir a abrangência do ambiente, definir o que analisar dentro desse ambiente, identificar um cenário para referência, levantar as infor- mações relevantes sobre a empresa, descrever, então, o resultado da análise e, por fim, monitorar esse ambiente para sua constante atualização. ■ Visão: “A Visão pode funcionar como “Sonho” ou como “Desafio Estratégico”. Ela deve ser formulada com um pensamento no futuro da empresa, pois é a meta da empresa, o que se deseja ser. Ela deve orientar a estratégia. ■ Objetivos: são resultados que a empresa deve alcançar, em prazo deter- minado, para concretizar sua Visão, sendo competitiva no ambiente atual e no futuro. Nessa etapa, deve-se definir o horizonte dos objetivos, assim como foi feito na Análise do Ambiente, escolher temas, como cres- cimento, produtividade, qualidade etc.(para definir os objetivos dentro de cada tema), definir indicadores de desempenho que permitam avaliar os resultados alcançados e, por fim, preencher o Painel de Controle dos Objetivos, que é a representação dos Objetivos, temas e resultados atra- vés de uma tabela. Podemos dizer que os objetivos são o desdobramento da missão estabelecida. ■ Estratégias Competitivas: é o que a empresa decide fazer e não fazer, considerando o Ambiente, para concretizar a Visão e atingir os Objetivos, respeitando os Princípios, visando cumprir a Missão no seu Negócio, ou seja, é tomar uma decisão, ou várias, com base em tudo o que foi feito anteriormente em todas as etapas. Primeiramente, deve-se formular as Estratégias, checar a consistência delas antes de implementá-las, seguindo uma série de questionamentos, e, por último, estabelecer prioridades entre as Estratégias, não sendo necessário implementar todas de uma só vez. 36 - 37 Não são apenas as empresas que fazem o planejamento estratégico. Nós, como profissionais, devemos sempre planejar nossas ações para alçar obje- tivos futuros. Que tal iniciar o planejamento estratégico de sua vida profis- sional! 36 - 37 HISTÓRICO DA GESTÃO DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I ■ Depois de concluídas essas etapas ocorre o processo de implantação e de acompanhamento. São as etapas determinantes deste processo, pois são elas que determinam o sucesso ou o fracasso do planejamento estraté- gico. É importante destacar que deve existir um cronograma e um plano de ação para alcançar os objetivos propostos pelo planejamento. Porém, nem sempre o bom planejamento garante o sucesso empreendedor, mas a formalização do mesmo aumenta a efetividade das ações e possibilita alcan- çar as respostas para as dúvidas dos gestores em não saber por qual caminho seguir. Além do planejamento estratégico, as ações de Logística de Produção e Serviços, que serão abordadas nas próximas unidades, possibilitarão responder aos questionamentos anteriormente apresentados. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, foi possível compreender o histórico da Gestão da Produção e entender que a Revolução Industrial foi o marco determinante de melhorias em todo o mundo. Foi por meio desta revolução que os Sistemas de Produção foram estudados, e definidos meios para organizar estes sistemas e controlar de maneira eficaz. Também estudamos as diferenças entre manufatura e serviços, e foi exposto que a Gestão de operações pode ser realizada com eficiência em todos os seguimen- tos, mas para tal a empresa deve estar organizada de modo a estabelecer estratégia competitiva e repassar aos seus colaboradores a política empresarial a ser seguida. 36 - 3736 - 37 1. A Revolução Industrial possibilitou o desenvolvimento de bases técnicas em- presariais, permitindo o exercício do controle e disciplina fabril. Escreva sobre a relação entre esta revolução e a gestão de operações. 2. Dentre as várias mudanças ocorridas no cenário mundial, destaca-se o desenvol- vimento do setor de serviços. Descreva as duas razões que favoreceram o cres- cimento deste setor. 3. Quais são as diferenças marcantes entre manufatura e serviço? 4. Por que a estrutura organizacional facilita a tomada de decisão, a coordenação e o controle sobre a realização de tarefas necessárias para atingir os objetivos de cada organização? Apresente dois modelos de estrutura organizacional, uma estrutura do setor de serviços e outra de uma empresa manufatureira. 5. Qual a importância do planejamento estratégico? U N ID A D E II Professora Me. Daiane Maria De Genaro Chiroli CONCEITOS E FUNÇÕES DO PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO – PPCP Objetivos de Aprendizagem ■ Estudar conceitos e o funcionamento do Planejamento, Programação e Controle da Produção. ■ Compreender as atividades de PPCP. ■ Entender as diferenças dos níveis estratégico, tático e operacional. ■ Estudar metodologias de planejamento, programação e controle da produção. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Conceitos e funcionamento do PPCP ■ Atividade do PPCP ■ Metodologias de planejamento no três níveis hierárquicos de produção 40 - 41 INTRODUÇÃO Nesta unidade, iremos abordar todo o contexto do PPCP, compreendendo seu conceito, bem como as atividades que estão relacionadas a esta área tão impor- tante dentro das organizações. É importante ressaltar que INFORMAÇÃO é tudo que o PPCP precisa para que haja um correto funcionamento em todas as áreas da empresa, deste modo,de nada adianta informações soltas, elas precisam estar integradas, para que os tomadores de decisões saibam como as utilizar para a tomada de decisão em vários planos de abrangência, o que serão tratados de plano de longo, médio e curto prazos. Também é importante ressaltar que para cada sistema produtivo em parti- cular existem mecanismos a serem trabalhados de modo a atingir os objetivos empresariais. Cabe a quem trabalha ou a quem irá trabalhar com esta área, organizar da melhor forma possível os dados, seja utilizando as metodologias apresentadas na presente unidade, seja desenvolvendo heurísticas que favore- çam na análise do ambiente, seja agindo no tempo certo. Assim, fique atento(a), pois não adianta fazer ótimos planos se eles não estiverem baseados na reali- dade da empresa. Boa leitura! CONCEITOS E O FUNCIONAMENTO DO PPCP Antes de apresentar os conceitos do Planejamento e Controle da Produção (PCP), é importante enfatizar que todo e qualquer sistema produtivo necessita de informações para a tomada de decisão. Estas informações estão relacionadas ao contexto ou ao objetivo que a logística busca responder, são elas: ■ O que iremos produzir? ■ O que devemos comprar? ■ Qual a capacidade produtiva de minha empresa? 40 - 41 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 42 - 43 CONCEITOS E FUNÇÕES DO PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO – PPCP Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II ■ Quanto devo comprar de insumos? ■ Quando inicio a produção? ■ Quando realizo as compras da empresa? ■ Com que recursos irão produzir? A resposta a estes questionamentos está inserida nos objetivos estratégicos orga- nizacionais, visando exercer os papéis da função produção, ou seja, implementar a estratégia empresarial, apoiar esta estratégia e impulsioná-la de modo a obter vantagens competitivas a longo prazo (SLACK et al., 2008). Deste modo, a fim de alçar o sistema produtivo, devemos traçar prazos e planos com o intuito de que ações sejam direcionadas para alcançar os objeti- vos organizacionais, ou seja, sair do papel para a prática, a realidade. Podemos dizer que o PPCP deve ser planejado em três níveis hierárquicos, são eles: nível estratégico, tático e operacional, os quais são divididos em horizontes de pla- nejamento de longo, médio e curto prazos, respectivamente. Na Tabela 1, são descritas a atuação do PCP nos três níveis estratégicos. Nível Estratégico São definidas políticas estratégicas de longo prazo. O planejamen- to da capacidade é elaborado no nível estratégico, definindo a capacidade da planta. Já o planejamento agregado de produção é elaborado como uma transição para o nível tático, definindo o composto (ou mix) das estratégias específicas de produção. Nível Tático São estabelecidos planos de médio prazo para a produção, obtendo-se o MPS (Master Program Schedule) ou Plano Mestre de Produção (PMP). Nível Operacional São preparados os planos de curto prazo, como resultado do MRP (Material Requiriment Planning) ou Planejamento das Necessidades de Materiais. Neste nível são gerenciados os estoques, as ordens de produção são sequenciadas, as ordens de compras são emitidas e liberadas, assim como são executados o acompanhamento e controle da produção. Tabela 1: Atuação do PCP nos três níveis estratégicos Fonte: Nanci et al.(2008, p. 10) Para atingir os objetivos, o PPCP administra informações vindas de diversas áreas do sistema produtivo e faz uma interação entre os três níveis hierárquicos 42 - 43 Conceitos e o Funcionamento do PPCP Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . de planejamento e controle das atividades produtivas de um sistema de produção (estratégico, tático e operacional). Através desse raciocínio, elaborou-se fluxo- grama apresentado na Figura 7. Planejamento Estratégico da Produção Ac om pa nh am en to e C on tr ol e da P ro du çã o Av al ia çã o de D es em pe nh o Plano de Produção Planejamento-Mestre da Produção Plano-Mestre de Produção Programação da Produção • Administração dos Estoques • Seqüenciamento • Emissão e Liberação de ordens Ordens de Compras Ordens de Fabricação Ordens de Montagem Departamento de Marketing Previsão de Vendas Pedidos em Carteira Departamento de Compras Pedidos de Compras Fornecedores Fabricação e Montagem Clientes Estoques Figura 7: Visão geral das atividades do PCP Fonte: Tubino (2000, p. 25) O PCP reúne dados de todos os setores, analisa e os transforma em informações úteis para toda a organização. Na Figura 8, é ilustrado o fluxo de informações do PCP (RUSSOMANO, 2000). 44 - 45 CONCEITOS E FUNÇÕES DO PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO – PPCP Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Engenharia de Processo Engenharia de Produto - roteiro de fabricação - lead times de fabricação - lista de materiais - desenhos - modi�cações de produto Qualidade - índice de refugo Manutenção Marketing Suprimentos - disponibilidade e con�abilidade dos equip. - plano de vendas - lead time dos fornecedores PCP Ordens de fabricação Ordens de Compra Figura 8: Fluxo de Informações do PCP Fonte: Russomano (2000, p. 32) Para organizar os dados e estabelecer de maneira correta as atividades organiza- das no fator tempo, são definidos os departamentos de Planejamento e Controle de Produção, ou Departamentos de Planejamento, Programação e Controle de Produção, estes ligados à Diretoria Industrial. O PPCP é um departamento de apoio responsável pela “coordenação e apli- cação dos recursos produtivos, de forma a atender da melhor maneira possível os planos estabelecidos em níveis estratégicos, táticos e operacionais” (TUBINO, 2007, p.2). Martins e Laugeni (2005) enfatizam que o PCP é uma área de decisão da manufatura, cujo objetivo corresponde tanto ao planejamento como ao controle dos recursos do processo produtivo a fim de gerar bens e serviços. O PCP tam- bém é um sistema de transformação de informações, pois recebe informações sobre estoques existentes, vendas previstas, linha de produtos, modo de produ- zir, capacidade produtiva (ZACCARELLI,1979). 44 - 45 Atividades do PPCP Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Segundo Slack et al. (2002), há duas entidades que influenciam o plane- jamento e controle da produção, temos os recursos da operação que têm a capacidade de fornecer algo ao consumidor, seja um serviço ou produto, mas que ainda não recebeu instruções de como realizar tais ações. Essas instruções são geradas pelos consumidores, são demandas tanto gerais como específicas, atuais como potenciais. As atividades do PCP proporcionam os sistemas, pro- cedimentos e decisões que conciliam estas duas entidades. Conectam recursos capazes de fornecer bens e serviços para a demanda que foram projetados. Todas as atividades do PCP estão dirigidas de alguma forma a conciliar as capacidades de fornecimento e demanda de uma operação. Um conjunto de sistemas, pro- cedimentos e métodos auxilia os gerentes de produção nas tomadas de decisão no contínuo correr da produção. Voltando à Figura 7, vamos agora descreveras atividades do PCP. ATIVIDADES DO PPCP Na unidade I, falamos sobre o planejamento estratégico da empresa, este visa dar um direcionamento às ações das empresas, de modo sustentável, ou seja, que seja consistente nos objetivos a serem alcançados. Da mesma forma a empresa precisa estabelecer um planejamento estraté- gico da produção, este, por sua vez, visa maximizar os resultados das operações e minimizar os riscos nas tomadas de decisões das empresas (TUBINO, 2000). A definição de uma estratégia produtiva baseia-se em dois pontos-chave: as prioridades relativas dos critérios de desempenho e a política para as diferen- tes áreas de decisões da produção. Para serem competitivas, as empresas devem criar um ambiente de melhoria contínua e focar em critérios que possibilitem avaliar o desempenho organizacional. Estes critérios de desempenho podem ser focados nos seguintes objetivos: custo, qualidade, flexibilidade, confiabili- dade e velocidade. Estes fatores de desempenho podem ser chamados de fatores críticos de 46 - 47 CONCEITOS E FUNÇÕES DO PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO – PPCP Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II sucesso e a partir do momento em que se identificam quais são os mais rele- vantes para a organização, se estabelecem meios para que a operação produtiva atue de acordo com as necessidades do mercado, buscando a excelência em todo processo produtivo. Uma vez estabelecida a estratégia da empresa e de produção, o PCP deve desenvolver um plano de produção de forma a nortear os recursos produtivos para as estratégias escolhidas. PLANO DE PRODUÇÃO É valido ressaltar que todo processo de planejamento é contínuo, compreendendo e tendo ciência da situação presente, o foco no futuro e os objetivos pretendidos (que podem alterar-se ao longo do tempo). A dinâmica e inter-relação destes elementos afetam as decisões no presente. O plano de produção trabalha com o horizonte de planejamento de longo prazo, no entanto, abrange níveis elevados de recursos e incertezas com relação ao futuro. Fatores internos e externos influenciam na dinâmica do ambiente, deste modo, para diminuir as incertezas decorrentes das variáveis utilizadas na orga- nização, deve-se definir um período de replanejamento, possibilitando, assim, maior relevância na tomada de decisão. Muitas empresas utilizam softwares que auxiliam no desenvolvimento deste plano, utilizando simulações, permitindo assim reduzir a margem de erros e aten- der mais criteriosamente aos critérios de competitividade do mercado. O Plano de Produção corresponde ao elo entre o planejamento estratégico da alta dire- ção com as decisões gerenciais do dia a dia da produção, pois ele serve de base para o desenvolvimento do Plano-Mestre de Produção, mas de maneira des- membrada, possibilitando a programação da produção. Para o desenvolvimento do plano, deve-se estudar a estratégia global da empresa, desdobrada de forma coerente na estratégia de negócios em cada uni- dade funcional, ou seja, a estratégia de produção que precisa atender à política de produção. Mas quais informações são necessárias neste processo? Segundo Tubino (2008), deve-se conhecer para o período de planejamento 46 - 47 Atividades do PPCP Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . os seguintes fatores: recursos produtivos, capacidade de produção, mão de obra, terceirização, previsão de demanda, estoques e relação de custos. Padrões de con- sumo destes recursos, taxa de produtividade e tempos de setup por família de produto também devem ser conhecidos. Os objetivos do Plano de Produção são garantir uma radiografia do futuro de modo a gerenciar as mudanças necessárias de maneira eficaz, conduzir um nível de serviço adequado ao consumidor, garantindo um bom desempenho e avaliando este desempenho. A sua função é prever os problemas futuros, reali- zando medidas proativas, de modo a minimizar os impactos futuros. Neste processo, então, trabalha-se com famílias de produtos. O que é uma família de produtos? Bom, no plano de produção, como é um plano de longo prazo, não é viável planejar item por item que a empresa produz, deste modo, agrupam-se os ele- mentos que são da mesma característica (processos produtivos iguais, recursos ocupados). Por exemplo, em uma empresa de cosméticos que fabrica sombras eu não irei planejar cor a cor de sombras, não irei planejar produto a produto, mas sim a agregação do todo, a família de produtos. Para preparar um plano de produção, pode-se utilizar de várias técnicas. A pesquisa operacional possibilita por meio de algoritmos desenvolver modelos matemáticos (programação linear, algoritmos genéticos, programação, simula- ção) que simulem qual o plano ótimo. Mas existem técnicas bem mais simples, utilizando as informações e experiência dos planejados, estas baseadas em ten- tativa e erro. Tubino (2008) ressalta que na prática rotineira das empresas, as técnicas de tentativa e erro são mais empregadas, pois pelo fato de utilizarem muitas vari- áveis, programá-las matematicamente exige um árduo esforço e conhecimento. Aqui apresentarei apenas um modelo de tentativa e erro, utilizando tabelas (tabe- las 2, 3, 4 e 5) para exposição das informações. Como o plano trabalha com famílias de produtos, para haver a agregação correta dos produtos, faz-se necessário avaliar as seguintes informações: mate- riais/compras; operações/manufatura; designs de engenharia/processos; vendas, marketing e distribuição; financeiras e contábeis; recursos humanos, entre outros que os profissionais de PPCP acharem relevantes. 48 - 49 CONCEITOS E FUNÇÕES DO PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO – PPCP Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Também devem ser determinados os requisitos para o horizonte de plane- jamento, por exemplo, um plano de produção de uma família de produtos, para o próximo ano com períodos trimestrais. A previsão de demanda é de extrema importância nesta etapa, uma vez que a previsão é projetada para o período em estudo. Neste processo, é importante considerar tanto os fatores empresariais (produ- ção, marketing, finanças, qualidade) como os fatores de mercado (concorrentes, clientes), pois estes podem comprometer a acuracidade da previsão. Traçar alternativas para lidar com flutuações de demanda. Segundo Tubino (2008), há três grupos de alternativas que poderão ser seguidas, cada uma com reflexos diferentes nos custos produtivos: 1. manter uma produção constante; 2. manter uma taxa de produção casada com a demanda; e 3. variar a taxa de produção em patamares. Para exemplificar a primeira alternativa, vamos supor que uma empresa tem uma demanda maior por seus produtos no período entre maio a outubro. Então a empresa produz as mesmas quantidades de itens, de acordo com a sua capa- cidade, estoca estes produtos no período de baixa demanda e os consome nos períodos previstos. Na segunda alternativa, produz-se exatamente o que foi projetado para a demanda daquele período, e a terceira alternativa consiste na combinação das duas práticas anteriores, onde procura-se acompanhar a demanda alternando-se a taxa de produção em patamares de tempo que permitam certo ritmo produ- tivo e redução nos níveis de estoque. Nos planos de tentativa e erro, realiza-se a análise destas três alternativas distintas, considerando os dados apresentados anteriormente (de estoques, pre- visão de demanda e custos) e escolher a melhor alternativa. Para compreender a dinâmica do plano de produção, iremos apresentá-lo de forma exemplificada. Vamos, então,
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