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RESUMO 1 – FUNDAMENTOS DIREITO PRIVADO
1.TEORIA GERAL DA RELAÇÃO JURÍDICA
1.1 - A relação jurídica – vínculo entre pessoas 
1.2 - Conceito - Estrutura - Elementos -
1.2.1 - CONCEITO-
Relação jurídica são os efeitos jurídicos das relações humanas - direitos e deveres - 
 
			Sujeito				Objeto
 OOO ------------------------- OOO
 
			 	 OOO
				 Relação jurídica
	
 Sem norma incidente a relação não se eleva ao nível jurídico.
1.2.2 - ESTRUTURA E ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA 
	A estrutura da relação jurídica reveste-se de um duplo caráter: PODER E DEVER. 
A partir daí surgem três elementos 
a) - sujeito
b) - objeto
c) - fato propulsor ou conteúdo
a) - SUJEITO	 - 
+em favor do qual o sujeito existe
- sujeito ativo - 
- sujeito passivo - 
	
b) - OBJETO -
+sobre o qual incide o poder do sujeito
OBJETO MEDIATO E OBJETO IMEDIATO: 
c) - FATO - CONTEÚDO - ligação entre o sujeito e o objeto
+relação que vincula objeto ao poder sujeito
QUANTO AO CONTEÚDO A RELAÇÃO PODE SER:
1.SIMPLES –
2.COMPLEXA –.
1.3 - Direitos Subjetivos - CLASSIFICAÇÃO – SUBJETIVO _ facultas agendi – é o poder de ação assegurado pela ordem jurídica
1.3.1 - Quanto à eficácia: ABSOLUTOS E RELATIVOS
1.3.2 - Quanto ao conteúdo: PATRIMONIAIS E NÃO PATRIMONIAIS
QUANTO A EFICÁCIA:
 
a)ABSOLUTOS: contra todos 
+são os direitos com eficácia universal, devem ser respeitados por todos; 
b)RELATIVOS: particulares
+são os direitos com eficácia circunscrita a determinadas pessoas.
	
QUANTO AO CONTEÚDO: são assim classificados conforme suscetíveis ou não de apreciação pecuniária.
 
a)PATRIMONIAIS: 
+são todos os direitos que recaem sobre bens;
São duas as categorias de direito patrimonial: DIREITOS REAIS e DIREITOS PESSOAIS 
a1) - REAIS – AÇÃO SE EXERCE SOBRE COISAS –
+caracterizam-se pela vinculação da coisa ao poder de quem é titular do domínio, aspecto especial de que essa vinculação assegura ao titular o seu uso exclusivo, com afastamento de qualquer outro membro da coletividade.
a2) - PESSOAIS OU OBRIGACIONAIS – AÇÃO SE EXERCE SOBRE PESSOAS – 
+caracteriza-se por um dever de prestação, consistente um dare, facere ou não facere por parte de alguém.
b)NÃO PATRIMONIAIS ou EXTRAPATRIMONIAIS: 
+são os direitos que não podem ser avaliados em dinheiro, como aqueles que são inerentes à própria personalidade, (direito à vida, à honra), ou todos aqueles que não recaem sobre bens.
1.3.3 - DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO - 
Ë o poder de ação determinado pela vontade que se manifesta através das relações entre as pessoas, recai sobre atos ou bens materiais ou imateriais e é disciplinado e protegido pela ordem pública, a fim de assegurar a todos e a cada qual o livre exercício.
�
RESUMO 2 – FUNDAMENTOS DIREITO PRIVADO
2. - TEORIA GERAL DOS SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA
	Iniciamos aqui o estudo da parte geral do Código Civil.
2.1 - O sujeito de direitos e de obrigações - 
	DAS PESSOAS – é toda a pessoa a que se atribuem direito e obrigações.	
	
	Sujeito de Direitos - sinônimo - de pessoa - ente a que se atribuem direitos e obrigações.
	Assim, surgem duas classes de pessoas: NATURAL e JURÍDICA
1) - PESSOA NATURAL OU FÍSICA - 
2) - PESSOA JURÍDICA - 
2.2 - NOÇÃO DE PERSONALIDADE – possibilidade de ser sujeito
	Personalidade: 
++é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações;
Fim da personalidade natural :	 a existência da pessoa natural acaba com a morte (art. 6º. CC). Até este termo final, conserva o ente humano a personalidade adquirida ao nascer. 
	Morte: real e presumida: 
1. - Real – 
2. - Presumida - 
	Ausente- pessoa que desaparece do seu domicílio deixando de dar notícias por longo tempo
	A morte natural traz como consequência a imediata cessação de todos os direitos e obrigações do “de cujus” era titular: 
dissolução vínculo conjugal 
extinção do usufruto 
extinção do poder familiar
extinção mandatos...
COMORIÊNCIA – TEORIA DA COMORIÊNCIA – morte simultânea - art. 8º. CC 
2.3 - CAPACIDADE DE GOZO E DE EXERCÍCIO -
	Capacidade é a medida jurídica da personalidade.
1.CAPACIDADE DE GOZO OU DE DIREITO –
++capacidade de ser titular de direitos;
2.CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO –
++capacidade de exercício pressupõe a capacidade de gozo;
2.3.1 - LEGITIMAÇÃO -
	Legitimação é a posição das partes num ato jurídico negocial ou não, concreto e determinado, em virtude da qual elas têm competência para praticá-lo.
	DISTINÇÃO ENTRE A INCAPACIDADE E A FALTA DE LEGITIMAÇÃO: 
	A incapacidade envolve inaptidão interna, defeito de ordem física ou psíquica que impede o menor pela sua falta de maturidade, o amental pela sua escasses de siso, o silvícola pela falta de tirocínio de julgarem de maneira adequada,.
	Enquanto que a falta de legitimação ocorre quando a lei, tendo em vista uma posição peculiar de determinada pessoa em face de um negócio lhe proíbe de atuar em certa relação negocial. 
2.4 - PESSOA NATURAL - é o ser humano considerado como sujeito de direitos e obrigações
2.4.1 - PESSOAS CAPAZES, RELATIVAMENTE CAPAZES E INCAPAZES
	
	INCAPACIDADE - é uma restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, devendo ser sempre encarada estritamente, considerando que a capacidade é regra e a incapacidade é exceção.
1.INCAPACIDADE ABSOLUTA -
PESSOAS ABSOLUTAMENTE INCAPAZES
ART. 3O. - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I....
	Os ABSOLUTAMENTE INCAPAZES estão completamente privados de agir juridicamente. 
A incapacidade é absoluta quando houver proibição total do exercício do direito, acarretando em caso de violação a NULIDADE DO ATO, pois é condição para validade do ato jurídico a capacidade do agente.
	
ATO NULO :
 
- não gera nenhum efeito;
	Os ABSOLUTAMENTE INCAPAZES têm direitos mas não poderão exercê-los direta ou pessoalmente, devendo ser REPRESENTADOS.
	
- OS MENORES DE 16 ANOS: (impúberes - direito romano tomava por base a puberdade), são assim considerados pois devido à idade ainda não atingiram o discernimento para distinguir o que podem e o que não podem fazer, o que lhes é conveniente ou prejudicial. 
		
- ENFERMIDADE OU DEFICIÊNCIA MENTAL - são os casos de insanidade mental, permanente ou duradoura, caracterizada por graves alterações psíquicas.
	
2.INCAPACIDADE RELATIVA –
PESSOAS RELATIVAMENTE INCAPAZES: 
ART. 4o- São incapazes, relativamente, a certos atos ou à maneira de os exercer : 
I...
	Nestes casos, a lei procura suprir a deficiência parcial.	
	
	OS RELATIVAMENTE INCAPAZES , estão relacionados ao aspecto da ASSISTÊNCIA, já que têm o poder de atuar na vida civil, desde que autorizados.
	
- OS MAIORES DE 16 E MENORES DE 18 ANOS - (púberes). Os atos são considerados válidos apenas com assistência de seu representante.
	
2.4.1.1 - INTERDIÇÃO 
	INTERDIÇÃO - é o ato judicial que declara a incapacidade real e efetiva de determinada pessoa maior, para a prática de certos atos da vida civil.
	
2.4.2 - SUPRIMENTO DA INCAPACIDADE
	A incapacidade termina em regra, ao desaparecerem as causas que a determinaram. Assim, por ex. no caso da loucura, no caso da surdo-mudez, cessando a enfermidade que a determinou.
	Art. 5o. CC - Aos 18 completos acaba a menoridade ficando habilitado o indivíduo para todos os atos da vida civil.
	O indivíduo se torna maior e capaz no primeiro momento do dia em que perfaz os 18 anos.
	Essa capacidade não deve ser confundida com a eleitoral, nem com a idade limite para o serviço militar.
1. - EMANCIPAÇÃO - é a aquisição da capacidade civil antes da idade legal.A emancipação deve ser denegada nos seguintes casos: 
a)se através dela se colima fim que não o interesse do emancipado 
b)se este não possui necessário discernimento para reger sua pessoa e administrar seus bens;
c)se o mesmo não fundamenta o pedido e ignora fatos essenciais sobre seus haveres, como a qualidade e quantidade;
d)se requerida a emancipação com exclusiva finalidade de liberar bens clausulados até a maioridade.
2. - CASAMENTO - não é plausível que fique sob a autoridade de outrem, pai, mãe, ou tutor, quem reúna condições de casar e assim constituir a própria família. O casamento atribui ao nubente plena capacidade civil.
3. - EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO - a função pública seja federal, estadual ou municipal. Mas só os nomeados em caráter efetivo. Não se beneficiam os simples interinos, contratados, diaristas, mensalistas e investidos de comissão.
4. - COLAÇÃO DE GRAU EM CURSO DE ENSINO SUPERIOR - esta hipótese dificilmente ocorre dada a considerável extensão dos cursos de 1o. e 2o. graus (11 anos) e superior (no mínimo 3 anos). Quando o estudante vier a receber grau, certamente já atingiu a maioridade.
5. - PELO ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL OU PELA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO - evidencia-se que o interessado tem suficiente amadurecimento e experiência desenvolvida, podendo, pois, desde logo, assumir a regência da própria pessoa, assim como de seus bens.
2.5 - CONCEITO GERAL DO ESTADO DAS PESSOAS
	ESTADO (STATUS) - é a noção técnica destinada a caracterizar a posição jurídica da pessoa no meio social.
	Este estado é encarado de três ângulos diferentes: 
a) - ESTADO POLÍTICO;
b) - ESTADO FAMILIAR;
c) - ESTADO INDIVIDUAL;
ESTADO POLÍTICO - são os princípios atinentes a cidadania, aquisição e perda da nacionalidade.
	
ESTADO FAMILIAR - posição ocupada pela pessoa no seio da família
	
	
ESTADO INDIVIDUAL - OU FÍSICO - é a condição física do indivíduo influente no seu poder de agir. Atuam idade (maior/menor) sexo (h e m) saúde (sãos ou insanos). É o modo de ser sob o aspecto da constituição orgânica.
2.5.1 - NACIONALIDADE, NOME E DOMICÍLIO
	A identificação do estado da pessoa se dá pelo nome, que individualiza; pelo estado, que define sua posição na sociedade política e na família, como indivíduo; e pelo domicílio, que é o lugar de sua atividade social.
	1.NOME - o nome integra a personalidade por ser o sinal exterior pelo qual se designa, se individualiza e se reconhece a pessoa no seio da família e da sociedade.
	Dois são os elementos constitutivos do nome: 
	1)PRENOME - 
	2)NOME DE FAMÍLIA OU SOBRENOME - 
	3)Às vezes tem-se o AGNOME.
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE DO NOME: 
1)Quando expuser o seu portador ao ridículo e a situações vexatórias - 
2)Houver erro gráfico evidente –
 
3) - Causar embaraços no setor comercial ou em atividade profissional - É para evitar homonímia.
2. - DOMICÍLIO: sendo o direito um complexo de relações que se estabelecem entre os homens, é indispensável que estes estejam em determinado lugar para que se exerçam as relações jurídicas. Este ponto de referência é o DOMICÍLIO (sede jurídica, sede legal da pessoa).
	Temos dois tipos de domicílio: 
	VOLUNTÁRIO e 	NECESSÁRIO - 
DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA - como não tem residência como as pessoas naturais terão a sua sede que é o centro da sua atividade.
 
NACIONALIDADE - como membros da sociedade o indivíduo pode ser NACIONAL OU ESTRANGEIRO. 
	No tocante a nacionalidade existem 3 categorias: 
1- BRASILEIROS NATOS - 
2 - NATURALIZADOS - 
3 - ESTRANGEIROS – 
2.6 - PESSOAS JURÍDICAS
	CONCEITO: pessoa jurídica é a unidade de pessoas naturais ou de patrimônio, que visa à consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações.
2.6.1 - PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO
	São entidades que se original do poder criador da vontade individual e se propõe realizar objetivos de natureza particular para benefício próprio instituídos ou interesses de uma parcela determinada.
	
2.6.1.1. - ASSOCIAÇÕES, SOCIEDADES E FUNDAÇÕES
	FUNDAÇÕES - São as pessoa jurídicas de direito privado caracterizadas pelo conjunto de coisas à serviço de alguma finalidade, ao qual o Direito dá personalidade. Não visam lucros. Massas de bens destinados a um fim especial.
	SOCIEDADES - civis, religiosas, morais, científicas ou literárias e as associações de utilidade pública. Abrangem, um conjunto de pessoas que colimam fins ou interesses dos sócios, que podem ser alterados, pois os sócios deliberam livremente, já que seus órgãos são dirigentes. São civis ou comerciais. As comerciais visam lucro, mediante exercício de atividade mercantil. Assim, para saber se a sociedade é civil ou mercantil, basta considerar-se a natureza das operações habituais: se estas tiverem por objeto atos do comércio a sociedade será comercial, caso contrário civil. A sociedade civil, por sua vez, visa fim lucrativo e econômico, que deve ser repartido entre os sócios
	
	ASSOCIAÇÃO - quando não há fim lucrativo ou intenção de dividir o resultado, embora tenha patrimônio, formado por contribuição de seus membros para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos , religiosos, recreativos, morais, etc...
	
2.6.1.2. - DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
	A TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO permite que o magistrado não mais considere os efeitos da personificação do da autonomia jurídica da sociedade para atingir e vincular a responsabilidade do sócio, com o intuito de impedir a consumação de fraudes e abusos de direitos cometidos por meio da personalidade jurídica, que causou danos ou prejuízos a terceiros.
2.6.2. - PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO
	EXTERNO - regidas pelo direito internacional, são as nações estrangeiras, Santa Fé, ONU. 
	INTERNO - entidades que exercem com finalidades de interesses imediatos da coletividade, e, incorporadas ao organismo estatal, regem-se pelo direito público.
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RESUMO 3 – FUNDAMENTOS DIREITO PRIVADO
DOS BENS – 
	Todo direito tem um objeto sobre o qual o sujeito exerce o poder que lhe é garantido pela ordem jurídica.
	Sobre o objeto desenvolve-se o poder de fruição dos sujeitos de direito.
	Objeto da relação jurídica é tudo o que se pode submeter ao poder dos sujeitos de direito, como instrumento de realização de suas finalidades jurídicas.
	Não são todas as coisas materiais que interessam ao mundo jurídico. 
	Só interessam ao direito coisas suscetíveis de apropriação exclusiva do homem, como prédios, semoventes, livros, mercadorias, quadros. 
	Se as coisas materiais escapam da apropriação exclusiva do homem por ser inexaurível sua quantidade, como o ar, a luz solar, água dos oceanos, deixam de ser bens em sentido jurídico.
	Bens é tudo que for suscetível de posse exclusiva do homem, sendo economicamente apreciável.
	Constituem patrimônio da pessoa, devem ser economicamente apreciáveis, idôneos à estimação pecuniária. 
BENS JURÍDICAS E COISA – muitas vezes os conceitos se confundem. 
	Clóvis Beviláqua sustenta que se distinguem:
- existem bens jurídicos que não são coisas – liberdade, honra, vida.
-bens são relacionados aos objetos de direitos reais. 
	Coisa é gênero – bem é espécie.
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LIVRO II – arts. 79 e seguintes - 
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS – a classificação é elaborada segundo critérios de importância científica, pois a inclusão de um bem em determinada categoria implica a aplicação automática de regras próprias e específicas. 
	Não podemos aplicar as mesmas regras para todos os bens.
- em alguns casos o legislador utiliza as qualidades físicas ou jurídicas dos bens – fungibilidade/divisibilidade.
- em outros casos as relações que os bens guardam entre si – principais/acessórios.
- em outroscasos a pessoa titular do seu domínio - públicos e particulares.
	Um único bem poderá se enquadrar em mais de uma categoria.
	Ex. uma praça – imóvel e público.
	O CC de 2002, no livro II, 2ª. Geral, em título único classifica os bens da seguinte forma:
I. Bens considerados em si mesmo (quanto a sua própria individualidade).
II. Dos bens reciprocamente considerados (uns em relação aos outros)	
III. Dos bens públicos (em relação ao seu proprietário).
	I. Os bens considerados em si mesmo distribuem-se em:
- Móveis e Imóveis
- Fungíveis e Infungíveis
- Consumíveis e Inconsumíveis
- Divisíveis e Indivisíveis
- Singulares e Coletivos
	II. Os bens reciprocamente considerados distribuem-se em:
- Principais e Acessórios (frutos, produtos, benfeitorias e pertenças)
	III. Os bens considerados em relação ao titular do domínio distribuem-se em:
- Públicos (bens de uso comum do povo, de uso especial e dominicais – art. 99) e Particulares
	O CC de 1916 trabalhava ainda a classificação dos bens em relação à suscetibilidade de serem negociados (Coisas do comércio/fora do comércio e bem de família). 
	O CC atual retirou tais classificações entendendo a primeira classificação ser desnecessária e a segunda mal colocada.
I. OS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS
I.1BENS CORPÓREOS E BENS INCORPÓREOS: 
	No nosso CC não encontramos referência a esta divisão. Essa classificação é exclusivamente doutrinária.
1)CORPÓREOS – materiais - são os que existem materialmente e podem por isso cair sob nossos sentidos. Ocupam lugar limitado no espaço.
	
	São datados de existência física, material que incidem ou recaem sobre os sentidos.
	Portanto, são os bens providos de materialidade, de corpo, que ocupa espaço.
2)INCORPÓREOS – imateriais - são os que têm existência imaterial, abstrata, não podendo cair sob nossos sentidos. 
	Apesar de ter existência abstrata possuem valor econômico, como por ex. os créditos, o nome comercial, propriedade literária, científica, artística (software, know-how)
	
I.2 - BEM IMÓVEL E BEM MÓVEL – sem dúvida a mais importante classificação
	Critério de serem ou não suscetíveis de movimento.
1.IMÓVEL – bens de raiz - são as coisas que se não podem transportar, sem destruição, fratura, modificação ou dano, de um lugar para outro.
	Art. 79 CC 
	São os que não podem ser removidos sem alteração de sua substância.
	Esta conceituação atualmente é utilizada para os imóveis propriamente ditos, mas não abrange os imóveis por determinação legal, nem as edificações que separadas do solo, conservam a unidade, podendo ser removidas para outro local.
	Art. 81, I e 83 CC.
	Atualmente o avanço da ciência e da engenharia deu origem a modalidade de imóveis que não se ajustam à definição.
	Ampliou-se a noção de imobilidade.
	Assim as edificações transportadas de um lugar para outro sem comprometimento de sua unidade não perdem o caráter de imóveis.
	Ex. um terreno, uma casa.
	Existem dois bens que não se enquadram no conceito legal de bens imóveis, mas são classificados nesta categoria:
a)os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram.
	Ex. o usufruto de uma casa ou os direitos do promitente-comprador derivados do compromisso de compra e venda de um lote – art. 80, I.
b)o direito à sucessão aberta, ainda que os bens deixados pela pessoa falecida sejam todos móveis – art. 80, II.
	Assim a lei considera imóveis certos direitos para cercar de maior proteção os interesses envolvidos.
EXISTEM QUATRO CATEGORIAS DE BEM IMÓVEL: 
a)Imóveis por sua natureza: 
	A rigor o único imóvel por sua natureza é o solo.
	O CC amplia o conceito para incluir os acessórios e adjacências naturais, às arvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo.
	A evolução do conceito de propriedade, que deve atender à sua função social determinou mudanças neste conceito.
	Art. 176 CF
	Art. 1229 CC
b)Imóveis por acessão natural - 
	ACESSÃO - significa justaposição, aumento, acréscimo, aderência de uma coisa à outra, de modo que a 1a. absorva a 2a. 
c)Imóveis por acessão artificial ou industrial – 
	Acessão artificial ou industrial é, pois, tudo quanto o homem incorpore permanentemente ao solo, como a semente lançada a terra, os edifícios e construções, de modo que se não possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano.
	Não se incluem nesse conceito as construções provisórias, que se destinam a remoção ou retirada, como os circos, e parques de diversões e as barracas de feiras.
	Art. 81 CC.
d)Bens imóveis por definição da lei – determinação legal – 
	Art. 80 CC.
	Por circunstâncias especiais que a lei atribui condição de imóveis.
	São bens incorpóreos, imateriais (direitos), que não são, em sua, móveis ou imóveis, mas o legislador, para maior segurança jurídica os considera imóveis.
	Os direitos reais sobre imóveis, de gozo (servidão, usufruto) ou de garantia (penhora, hipoteca), são considerados imóveis pela lei, bem como as ações que os asseguram.
	Toda e qualquer transação que diga respeito aos bens imóveis por determinação legal exige o registro competente – art. 1227 CC, bem como a autorização do cônjuge – art. 1747, I CC.
2.MÓVEL - art. 82 CC
	São os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
a)Móveis por natureza – são os bens que, sem deterioração na substância ou na forma, podem ser transportados de um lugar para outro, por força própria ou estranha.
	Sem alteração da destinação econômico-social.
	Uma casa pré-fabricada, enquanto exposta à venda ou transportada, não pode ser considerada imóvel, mesmo que conserve a sua unidade ao ser removida para outro local, mas quando for assentada sobre as fundações será considerada imóvel, em face da nova destinação econômico-social.
a.1)Semoventes - bens suscetíveis de movimento próprio, isto é, animais. 
	São os animais considerados como móveis por terem movimento próprio. 
a.2)Móveis propriamente ditos - as coisas inanimadas suscetíveis de remoção por força alheia, sem danos, como os objetos inanimados, não mobilizados por sua destinação econômico-social.
	Ex. mercadorias, moedas, objetos de uso, títulos da dívida pública.
	Art. 84 CC
	
	O gás, podendo ser transportado por via de tubulação ou de embotijamento, caracteriza-se como bem corpóreo, sendo considerado bem móvel.
b)Móveis por determinação legal – art. 83 CC.
	São bens imateriais, que adquirem essa qualidade jurídica por disposição legal.
	Podem ser cedidos, independentemente de outorga uxória ou marital.
	Ex. fundo de comércio, as quotas e ações de sociedades empresariais, os direitos do autor.
	O inciso II compreende tanto os de gozo e fruição sobre objetos móveis (propriedade, usufruto), como os de garantia (penhor, hipoteca) e as ações a eles correspondentes.
	O inciso III refere-se aos direitos pessoais, ou direito de obrigação, de caráter patrimonial, que são suscetíveis de circulação jurídica, e respectivas ações.
c)Móveis por antecipação – são bens incorporados ao solo, mas com a intenção de separá-los oportunamente e convertê-los em móveis, como as árvores destinadas ao corte e os frutos ainda não colhidos.
	A doutrina também colaciona neste categoria os imóveis que por sua ancianidade, são vendidos para fins de demolição.
	Esta distinção tem efeitos práticos: 
a)bens móveis adquirem-se em regra pela simples tradição, enquanto que os bens imóveis exigem escritura pública e registro no CRI – arts. 108, 1226, 1227;
b)bens imóveis exigem, para serem alienados, hipotecados ou gravados de ônus real, a anuência do cônjuge, exceto no regime da separação absoluta (art. 1647, I, CC), o mesmo não ocorrendo com os móveis.c)no caso do usucapião, o prazo para bens móveis é mais curto, 3 a 5 anos, já que para bens imóveis, 5, 10 e 15 anos (arts. 183 e 191 CF e 1238, 1239, 1240, 1242, 1260 e 1261 CC); 
d)hipoteca é direito real de garantia reservado aos imóveis, com exceção dos navios e aeronaves (art. 1473 CC), enquanto que o penhor é reservado para os móveis (art. 1471 CC);
	Obs. Um bem móvel pode tornar-se imóvel e, eventualmente, voltar à condição anterior.
	Os materiais de construção – tijolos, portas, esquadrias – são móveis, mas incorporados a uma casa, viram imóveis e retornam a condição de móveis se a casa for demolida – art. 84 CC.
I.3 - BENS FUNGÍVEIS E BENS INFUNGÍVEIS
	Art. 85 CC 
	Na base do conceito encontra-se a idéia da possibilidade de substituição da coisa por outra sem prejuízo para o credor.
1.FUNGÍVEIS - substituíveis.
	Art. 85 CC
	São encarados através de seu gênero e especificadas por meio da quantidade e qualidade. 
	São homogêneas e equivalentes, a substituição de um pelo outro é irrelevante.
	Os bens fungíveis são substituíveis porque são idênticos, econômica, social e juridicamente. Assim a fungibilidade é o resultado da comparação entre duas coisas, que se consideram equivalentes.
	
	São os que podem ser substituídos por outros da mesma espécie qualidade e quantidade.
	Ex. os cereais vendidos à granel, 
	Obs. a fungibilidade é própria dos bens móveis, não há bens imóveis infungíveis. Somente nos móveis pode ser bem apreciada a equivalência dos substitutos. Mas os móveis também poderão ser infungíveis.
	Ex. morangos, como os demais produtos agrícolas, são normalmente fungíveis. Um grande comerciante de frutas que deposita num armazém geral os morangos que acabou de adquirir, quando for retirá-los , receberá outros da mesma espécie, qualidade e quantidade, e não necessariamente os mesmos morangos. Mas se uma caixa de morangos foi premiada na mais importante feira da região, e o proprietário empresta para uma exposição, tem direito de receber exatamente a mesma caixa.
	
	Ex. automóvel é, em princípio, infungível. Quando o dono deixa aos cuidados de um estacionamento, deve receber ao término da estada o veículo de sua propriedade, e não outro, ainda que da mesma espécie e qualidade. Mas, no entanto, será considerado fungível nas relações comerciais. A concessionária adquire 20 unidades de certo veículo, certo ano e modelo, poderá receber quaisquer automóveis dessa espécie e qualidade
	Ex. até mesmo o dinheiro bem fungível por excelência poderá se tornar infungível, quando tratarmos de moedas comemorativas, disputadas entre colecionadores.
2.INFUNGÍVEIS OU NÃO FUNGÍVEL - é aquela considerada em sua individualidade. 
	O objeto é caracterizado por uma obrigação em si, a qual o credor almeja.
	Pela qualidade individual tem um valor especial, não podendo por este motivo ser substituído.
	Ex. um determinado cavalo de corrida
		 
	Ex. uma tela de Portinari
	Não só quanto aos bens surge o conceito de fungibilidade e infungibilidade, nas obrigações de fazer também, pois, assim como há prestação infungível somente exequíveis pelo próprio devedor (intuitu personae-personalíssimas), existem também prestações fungíveis realizáveis por terceiro.
	A diferenciação entre bens fungíveis e infungíveis tem importância na distinção dos contratos de mútuo e comodato.
	No mútuo – art. 586 – objeto bens fungíveis.
	No comodato – art. 579 – objeto bens infungíveis.
I.3.BENS CONSUMÍVEIS E BENS INCONSUMÍVEIS
	Art. 86 CC.
	A distinção se funda numa consideração econômica-jurídica, pois há coisas que se destinam ao simples uso, delas tirando-se as utilidades, sem lhes destruir a substância e há outras que se destroem imediatamente à medida que são utilizadas ou aplicadas.
1.CONSUMÍVEIS – são os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, e os destinados à alienação.
	Se destroem ao primeiro uso.
		Os bens consumíveis podem ser consumíveis de fato e consumíveis de direito.
1.a)consumíveis de fato – são os naturais ou materialmente consumíveis.
	São aqueles que o uso importa destruição imediata da própria substância.
	São aqueles que se extinguem pelo uso normal, exaurindo-se num só ato.
	Ex. gêneros alimentícios.
1.b)consumíveis de direito – são os juridicamente consumíveis.
	São os que se destinam à alienação como as mercadorias de um supermercado.
	Devemos lembrar que certos direito não podem recair, em regra, sobre bens consumíveis – é o caso do usufruto. Quando existir passa a denominar-se “usufruto impróprio ou quase-usufruto” – art. 1392, § 1º.
2.INCONSUMÍVEIS - podem ser usados continuamente, ou seja, os que permitem utilização contínua, sem destruição da substância. 
	É a possibilidade que se retirem todas as suas utilidades sem atingir sua integridade.
	É a reiterada utilização pelo homem sem destruição da sua substância.
	A rigor, a utilização mais ou menos prolongada acaba por consumir qualquer objeto, ainda que leve bastante tempo. Entretanto, no sentido jurídico, bem consumível é apenas o que desaparece com o primeiro uso, não é, porém, juridicamente consumível a roupa, que lentamente se gasta com o uso ordinário.
	A consuntibilidade não decorre apenas da natureza do bem, mas igualmente de sua destinação econômica-financeira.
	Ex. um livro na prateleira da livraria será consumível por se destinar à alienação.
	Ex. um livro na estante da biblioteca será inconsumível pois está ali para ser lido e conservado.
	
	Um bem consumível pode tornar-se inconsumível por vontade das partes. Ex. uma garrafa de bebida rara emprestada para uma exposição, que deverá ser devolvida após seu término.
	Um bem inconsumível de fato pode transformar-se em consumível. Ex. livro que não desaparece pelo fato de ser utilizado, mas colocado à venda nas prateleiras de uma livraria.
I.4BENS DIVISÍVEIS E BENS INDIVISÍVEIS
	Art. 87 CC
1.INDIVISÍVEL é a coisa que não pode partir sem alteração de sua substância. 
	Coisas não podem ser fracionadas sem alteração da substância, pois se forem ter-se-á um dano, perderão sua identidade e seu valor.
2.DIVISÍVEL - são as que podem fragmentar sem lesão para a referida substância. 
	Conservam em cada uma das suas partes a mesma condição que tinham no todo.
	Bens divisíveis podem ser fracionados em partes homogêneas e distintas sem alteração das qualidades essenciais do todo e sem desvalorização formando um todo perfeito.
	Se repartirmos uma saca de açúcar, cada metade conservará as qualidades do produto. Apenas se transformou em 2 porções reais e distintas de açúcar, em menor proporção, mas mantendo cada qual a mesma qualidade do todo.
	Art. 88 CC identifica a classificação dos bens divisíveis:
a)Divisibilidade por natureza – indivisibilidade física - os bens que se não podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição de valor ou prejuízo do uso, como o animal, o relógio, um quadro, um brilhante.
b)Divisibilidade legal – indivisibilidade jurídica - quando a lei expressamente impede o seu fracionamento, como no caso das servidões prediais (art. 1386 CC), da hipoteca (art. 1421 CC) e do direito dos co-herdeiros quanto à propriedade e posse da herança, até a partilha (art. 1791).
c)Divisibilidade por vontade das partes – convencional – neste caso o acordo tornará a coisa comum indivisa por prazo não maior do que 05 anos, suscetível de prorrogação ulterior (art. 1320 § 1º.)
	DIVISIBILIDADE INTELECTUAL - embora o bem não possa ser dividido na realidade, poderá sê-lo em partes ideais, como ocorre por ex. com uma casa em que cada um dos três condôminos terá a parte ideal dela ou seja 1/3
	APLICAÇÕES PRÁTICAS: 
a) - as obrigações podem ser divisíveis ou indivisíveis segundo suas prestações, sejam ou não suscetíveis de cumprimento parcial. É indivisívela obrigação que somente por inteiro pode ser cumprida. 
b) - as servidões prediais são indivisíveis, elas não podem ser perdidas em parte. Subsistem no caso da partilha, em benefício de cada quinhão do prédio dominante e continuam gravar cada um dos do prédio serviente.
c) - hipoteca também é indivisível, mesmo devedor venha pagar uma parte do débito os bens gravados continuam integralmente gravados para garantir o saldo devedor.
	Tanto a indivisibilidade quanto a divisibilidade podem converter-se na qualidade oposta.
	Ex. bem materialmente divisível pode transformar-se, pela vontade das partes, em idealmente indivisível. Também a coisa materialmente indivisível pode ser dividida em parte ideais como no condomínio.
I.5BENS SINGULARES E BENS COLETIVOS
	Art. 89 CC
	Também chamados de SIMPLES E COMPOSTOS
1.SINGULARES - quando considerados na sua indivisibilidade.
	Ex. cavalo, uma árvore, uma caneta.
	Obs. a árvore pode ser bem singular ou coletivo, conforme seja encarada individualmente ou agregada a outras, formando um todo, uma universalidade de fato (uma floresta).
	Ao contrário não ocorre com a caneta, que só pode ser bem singular, porque a reunião de várias canetas não daria origem a um bem coletivo. Ainda que reunidas seriam consideradas independentes das demais.
	Os bens singulares são divididos em SIMPLES E COMPOSTAS.
a)Simples - serão simples se formarem um todo homogêneo, cujas partes componentes estão unidas em virtude própria natureza ou ação humana sem reclamar qualquer regulamentação especial de lei.
	Assim suas partes estão ligadas pela própria natureza.
b)Compostas - partes heterogêneas são ligadas pelo engenho humano. 
	Ocorre a ligação pela indústria humana.
	Ex. edifício.
- PARTES INTEGRANTES E PARTES COMPONENTES –
-integrantes – são as coisas simples que formam a coisa composta, mantendo sua identidade.
	As partes integrantes, como as peças de máquinas, podem ser separadas do todo.
-componentes – são as coisas simples que forma a coisa composta, perdendo sua identidade.
	As partes componentes, como o cimento de uma parede, não podem ser separadas do todo.
2.COLETIVOS - são as constituídas por várias coisas singulares, se consideram um conjunto, formando um todo, uma unidade, que passa a ter individualidade própria, distinta de seus objetos componentes.
	Ex. um rebanho, uma floresta.
	Podem se apresentar de duas formas: UNIVERSALIDADE DE FATO E UNIVERSALIDADE DE DIREITO.
	Art. 90 CC
a)UNIVERSALIDADE DE FATO – a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
	O proprietário dá uma destinação unitária.
	Ex. bibliotecas, galeria de quadros, um rebanho.
	
b)UNIVERSALIDADE DE DIREITO - 	quando a universalidade é composta de um conjunto de direitos (relação passiva e ativa).
	Complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
	Art. 91 CC.
	Ex. herança, no patrimônio do falido.
	Conjunto de bens singulares, corpóreos e heterogêneos ou incorpóreos que a norma jurídica com o intuito de produzir certos efeitos dá unidade.
-a universalidade de fato se apresenta como um conjunto ligado pelo entendimento particular – decorre da vontade do titular.
-a universalidade de direito, decorre de lei, ou seja, da pluralidade de bens corpóreos e incorpóreos a que a lei, para certos efeitos, atribui o caráter de unidade, como na herança, no patrimônio, na massa falida.	
II.OS BENS CONSIDERADOS RECIPROCAMENTE
	Após analisar os bens em sua individualidade o legislador muda de critério, passa a analisar uns em relação aos outros, assim classificando-os em principais acessórios.
II.1BENS PRINCIPAIS E BENS ACESSÓRIOS
	Art. 92 CC.
a)PRINCIPAL - é a coisa que existe sobre si, tem existência própria.
	Não depende do conceito de qualquer outra para definir-se.
	Coisa existe por si, exercendo sua função e finalidade independente de outra.
b)ACESSÓRIO - aquela cuja existência está vinculada à principal, supõe a existência da principal.
	Supõe para existir juridicamente uma principal.
	Ex. solo (terreno) é coisa principal, porque existe por si só, concretamente, sem dependência de qualquer outra. A árvore é acessória, porque sua existência está vinculada à do solo onde foi plantada.
	A coisa principal solo tem existência própria e independente de qualquer outra coisa. É condição de existência da coisa acessória no sentido de que lhe fornece a causa e estabelece relação de dependência. 
	Ex. a casa relativamente ao terreno;
 a hipoteca relativamente ao crédito;
	Como regra o bem acessório segue o destino do principal – acessorium sequitur suum principale.
	Para que isso não ocorra é necessário que tenha sido convencionado o contrário – venda de veículo convencionando-se a retirada de alguns acessórios.
	Na hipoteca que é acessório em relação à dívida garantida, temos um exemplo de que o acessório prevalece sobre o principal.	 
	Temos importantes conseqüências desta diferenciação:
a)a natureza do acessório é a mesma do principal – se o solo é imóvel a árvore a ele anexada também o é. É o princípio da gravitação jurídica, pelo qual um bem atrai outro para sua órbita.
b)o acessório acompanha o principal em seu destino – assim extinta a obrigação principal, extingue-se também a acessória, mas o contrário não é verdadeiro.
	Ex. a nulidade da obrigação principal importa a nulidade da cláusula penal.
c)o proprietário do principal é proprietário do acessório – 
	Ex. até a tradição, pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço – art. 237 CC.
	Ex. a posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem – art. 1209 CC.
II.1.b.1Das diversas classes dos bens acessórios - 
	O art. 95 CC inclui na classe dos acessórios os frutos, produtos.
a)PRODUTOS - são as utilidades que se retiram da coisa principal, diminuindo-lhe a quantidade, porque não se reproduzem periodicamente.
	Ex. carvão extraído mina
 pedras de uma pedreira
	O produto diferencia-se dos frutos porque a colheita dos frutos não diminui o valor nem a substância da fonte, e a colheita do produto sim.
b)FRUTOS - são as vantagens, utilidades que a coisa periodicamente produz.
	São produtos que periodicamente nascem e renascem da coisa sem acarretar-lhe a destruição no todo ou em parte.
	Ex. as frutas brotadas das árvores, as crias dos animais.
	Características essenciais: 
-periodicidade, 
-inalterabilidade da substância
-separabilidade periódica da coisa principal.
	3 categorias de frutos: NATURAIS, INDUSTRIAIS E CIVIS
a)Naturais - quando se desenvolvem e se renovam periodicamente pela própria força orgânica.
	Não perde essa característica se o homem concorrer com processo técnicos para melhorar sua qualidade ou aumentar sua produção.
	 Ex. ovos, leite, crias dos animais, café produzido por um cafeeiro.
	
		São produzidos espontaneamente pela coisa sem intervenção humana.
b)Industriais ou artificiais - devidos ao engenho humano.
	
	Resultam da intervenção direta do homem sobre a natureza. São os devidos à intervenção do esforço humano, como os produtos manufaturados.
	Ex. produtos de uma fábrica.
c)civis ou rendimentos de capital - os rendimentos tirados da utilização da coisa frugífera por outrem que não o proprietário como as rendas, aluguéis, juros. 
	São os lucros que se pode de uma coisa pela sua utilização por outrem que não o proprietário.
	Clóvis Beviláqua ainda divide quanto ao seu estado: 
-PENDENTES - enquanto unidos à coisa que os produziu.
-PERCEBIDOS OU COLHIDOS - depois de separados.
-ESTANTES - se depois de separados ainda existem armazenados, acondicionados para venda.
-PERCIPIENDOS - deviam ser mas não foram colhidos ou percebidos.
-CONSUMIDOS – os que não existem mais, pois já foram utilizados.
	Essa diferenciação será importantíssima, relativamente aos efeitos práticos, principalmente no que concerne à posse.
	Arts. 1214 e 1216 CC.
c)PERTENÇAS – são os bens móveis que, não constituindo partes integrantes como os frutos, produtos e benfeitorias) estão afetados por forma duradoura ao serviço ou ornamentação de outro.
	Ex. tratores destinados a uma melhor exploração de propriedade agrícola.
	Ex. os objetos de decoração em uma residência.
	Art. 93 CC.
	Art. 94 - “os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.”
	Assim tal artigo mostra a diferença entre parte integrante (frutos, produtos e benfeitorias) e pertenças, concluindo que a regra de que o acessório segue o principal aplica-se somente às partes integrantes, já que não é aplicável às pertenças. 
d)BENFEITORIAS - são as obras ou despesas feitas no móvel ou imóvel de outrem para conservá-lo, melhorá-lo ou simplesmente embelezá-lo. 
	Art. 96 CC.
	Desse modo chamam-se benfeitorias os melhoramentos que se fazem nas coisas alheias.
	TRÊS ESPÉCIES DE BENFEITORIAS:
1)necessárias
2)úteis
3)voluptuárias
1)NECESSÁRIAS - quando ela é realizada com o propósito de conservar a coisa, de evitar sua deteriorização ou de poupar-lhe um estrago iminente.
	Obras indispensáveis à conservação do bem para impedir sua deteriorização.
	Ex. a reforma do telhado de um prédio para que este não se danifique, com a finalidade de conservar ou evitar que se deteriorize a coisa principal.
	Ex. reforço na fundação de um prédio.
	Ex. depois de um grande temporal o inquilino do imóvel tem despesas consertando telhas danificadas, para consertar a coisa.
	Além dos melhoramentos para conservação da coisa, são também benfeitorias necessárias aquelas realizadas para permitir a normal exploração econômica da coisa.
	Ex. adubação, esgotamento de pântanos.
2)ÚTEIS - visam aumentar ou facilitar o uso do bem.
		Quando a benfeitoria tem por fim melhorar a utilização da coisa.
	Ex. construção de uma nova entrada para um prédio ou de uma garagem de uma casa.
	Ex. construção de um novo banheiro a casa.
	São as benfeitorias que aumentam ou facilitam a funcionalidade da coisa.
3.VOLUPTUÁRIAS - são as despesas que não sendo úteis nem necessárias são feitas por mero deleite ou recreio. 
	Tem por escopo tão somente dar comodidade àquele que as fez, não tendo qualquer utilidade por serem obras para embelezar a coisa.
	Sua construção almeja somente proporcionar maior deleite, sem aumentar a utilidade da coisa, embora possa torná-la mais agradável ou aumentar-lhe o valor.
	Por ex.: construção de um jardim, cascatas artificiais, fontes, construção de uma quadra de tênis, revestimento em mármore de um piso de cerâmica em bom estado.
	A definição e classificação das benfeitorias é importante, de ordem prática porque situações aparecem e a solução vai depender de se fixar a natureza das benfeitorias.
	OBS. não são consideradas benfeitorias os melhoramentos sobrevindos à coisa, sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor – 97 CC - ou seja advindos das acessões naturais, que são acréscimos decorrentes de fato eventuais e fortuitos (aluvião, avulsão – art. 1248 CC)
	OBS. as acessões artificiais e industriais – art. 1253 a 1259 CC – não se confundem com benfeitorias. As benfeitorias são obras ou despesas feitas em um bem já existente, as acessões industriais ou artificiais são obras que criam coisas novas. Ex. a construção de uma casa.
	OBS. essa classificação não tem caráter absoluto, pois uma mesma benfeitoria pode enquadrar-se em uma ou outra espécie, dependendo das circunstâncias.
	Ex. piscina construída numa casa poderá ser considerada voluptuária, mas numa escola de natação será útil ou necessária.
III.OS BENS CONSIDERADOS QUANTO À SUA TITULARIDADE – quanto ao titular do domínio.
	São classificadas em relação às pessoas a que pertencem, às pessoas que figuram na titularidade do direito.
	Art. 89 CC.
1.BENS PÚBLICOS - são as do domínio nacional, pertencentes à União, aos Estados ou aos Municípios. 
	
	As pessoas jurídicas de Direito Público interno é que tem a titularidade.
	Conforme a pessoa jurídica de direito público a que pertencem, os bens públicos serão: 
- federais;
- estaduais;
- municipais.
ESPÉCIES DE BENS PÚBLICOS - 
I.USO COMUM DO POVO – são os que podem ser utilizados por qualquer um do povo, sem formalidades.
	Art. 99, I – rios, mares, estradas.
	Pertencem a ente de direito público mas a comunidade tem o uso e o gozo, condicionados a observação de regulamentos administrativos.
	Ex. pedágio, praças, ruas, estradas.
	Assim o povo somente tem o direito de usar tais bens, mas não tem o seu domínio.
	Embora pertencentes a pessoa jurídica de direito público interno podem ser utilizadas, sem restrição e de forma gratuita ou onerosa, por todos, sem necessidade de qualquer permissão especial, desde que compridas as condições impostas por regulamentos administrativos.
II.DE USO ESPECIAL - são os bens destinados a algum serviço da pessoa jurídica de direito público – execução de serviços públicos.
	Utilizados pelo próprio poder público.
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	São bens públicos de uso especial os edifícios públicos, as construções militares e os terrenos destinados a serviços das repartições públicas.
	Usados pelo próprio poder público, imóveis destinados ao serviço ou estabelecimentos federal, estadual ou municipal, como prédios onde funcionam tribunais, escolas públicas, quartéis, ministérios.
	Art. 99, II CC.
III.OS DOMINICAIS - ou dominiais
	São os que constituem o patrimônio da pessoa jurídica de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
	Art. 99, III.
	São os bens dos quais o poder público é titular, da mesma maneira que a pessoa de direito privado é dona de seu patrimônio.
	Estão nesta categoria: 
- os créditos do estado;
- estradas de ferro;
- terras de propriedade agrícolas que se encontram sob seu domínio;
- terras devolutas (decreto 9760/46)
	Não estando afetados a finalidade pública específica, os bens dominicais podem ser alienados por meio de institutos de direito privado ou de direito público – compra e venda – observadas as exigências da lei – art. 101 CC.
2. - BENS PARTICULARES – são os que pertencem às pessoas jurídicas de direito privado e às pessoas naturais.
BENS QUANTO À POSSIBILIDADE DE SEREM OU NÃO COMERCIALIZADOS – bens fora do comércio e bem de família.
	O bem de família foi deslocado pelo CC de 2002 para o direito de família – arts. 1711 a 1722.
	O CC de 2002 não trabalha os bens fora do comércio
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RESUMO 4. – FUNDAMENTOS DIREITO PRIVADO
1.0 - TEORIA GERAL DO FATO JURÍDICO
	Nem todos os fatos têm para a vida humana o mesmo valor, a mesma importância. 
Existem fatos relevantes para o mundo jurídico e fatos considerados irrelevantes que permanecem sem normatização.
Assim, surge a distinção: O QUE É O MUNDO FÁTICO do que é o MUNDO JURÍDICO. 
 
1.1. - A ESTRUTURA SIMPLIFICADA DA NORMA JURÍDICA
	O vocábulo NORMA é oriundo do grego “gnorimos” (esquadro), e dentro deste sentido literal é tomado na linguagem jurídica como sendo regra, modelo, paradigma. 
	A norma tem a função de definir o fato jurídico e atribuir conseqüências. 
NORMA: tudo que se estabeleça em lei ou regulamento, para servir como padrão da maneira de agir. Norma vem para regulamentar as relações humanas.
	Fato jurídico = fato + norma.
	Somenteo fato que esteja regulado pela norma jurídica pode ser considerado um fato jurídico.
1.2 - INCIDÊNCIA E SUBSUNÇÃO 
 
	INCIDÊNCIA - é um efeito da norma jurídica de transformar em fato jurídico o que o direito considerou relevante para ingressar no mundo jurídico. 
	Incidência é pressuposto de existência. É pressuposto para entrada no mundo jurídico.
	JURIDICIZAÇÃO - é a incidência da norma jurídica sobre o fato que produz a juridicização. 
	Processo de tornar os fatos do mundo dos fatos em fatos jurídicos.
Somente através da incidência é que se formam fatos jurídicos.
1.2.1 - SUPORTE FÁTICO E FATO JURÍDICO 
	SUPORTE FÁTICO - é o fato ou grupo de fatos que compõe o mundo fático, o mundo da vida, e sobre o qual a regra jurídica incide.
 Conjunto de elementos que se identificam entre a norma e o fato da vida real.
	
FATO JURÍDICO - é representado por tudo aquilo a que uma norma jurídica atribui um efeito. 
É todo fato capaz de gerar direitos, transformá-los, modificá-los ou extinguí-los.
1.2.2 - FATOS AJURÍDICOS E FATOS INEXISTENTES
1.FATOS INEXISTENTES -	a doutrina criou a categoria dos fatos inexistentes, para justificar a ineficácia absoluta, daqueles atos a que falta requisito juridicamente necessário à existência. 
O fato inexistente diz respeito a um fato sem existência legal, não previsto no ordenamento.
	
É bom salientar a diferença entre ato inexistente e ato nulo. 
ATO NULO - reúne os elementos necessários a sua constituição, mas apresenta defeito que a lei considera bastante grave para lhe recusar validade. 
FATO INEXISTENTE - não chega a se formar, justo porque lhe falta requisito indispensável à sua existência jurídica. 
2.FATOS AJURÍDICOS OU NEUTRAIS - são os fatos, acontecimentos naturais que não tem relevância para o direito, gravitam fora da órbita jurídica. 
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RESUMO 5. – FUNDAMENTOS DIREITO PRIVADO
1.2.3 - PLANOS DA EXISTÊNCIA, DA VALIDADE E DA EFICÁCIA – ser, valer, produzir efeitos.
São 3 situações distintas que podem passar os fatos jurídicos; não podemos tratá-los como se fossem iguais. 
- plano existência - 
- plano validade - 
- plano eficácia - 
1. - 	PLANO DA EXISTÊNCIA - 
Aqui considerada significa existir para o direito. 
Significa nascer para o mundo jurídico. 
2. - PLANO DA VALIDADE - 
Validade é a qualidade do ato estar de acordo com as regras jurídicas.
 Requisitos - art. 104 CC - constituem o plano da validade.
a)capacidade das partes
b)licitude do objeto
c)forma prescrita em lei 
3. - 	PLANO DA EFICÁCIA – irradiação dos efeitos jurídicos.
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RESUMO 6. – FUNDAMENTOS DIREITO PRIVADO
1.3 - FATOS JURÍDICOS - conceituação -
FATO JURÍDICO - são os acontecimentos em virtude dos quais as relações de direito nascem e se extinguem.
Somente quando o fato repercute no campo do direito (tem importância para o mundo do direito), está previsto normativamente, é que torna-se FATO JURÍDICO.
	A finalidade dos fatos jurídicos é a produção de efeitos jurídicos.
	A expressão fato jurídico é empregada em dois sentidos: lato e restrito.
NO SENTIDO LATO (amplo) - é todo acontecimento, dependente ou não, da vontade humana, a que o direito atribui eficácia, o qual recebe a denominação de fato jurídico latu sensu.
NO SENTIDO ESTRITO (restrito) - é o acontecimento natural independente da vontade humana, o qual recebe a denominação de fato jurídico stricto sensu.
1.3.1 - CLASSIFICAÇÃO -
1.FATO NATURAL – FATO DA NATUREZA - FATOS JURÍDICOS EM SENTIDO ESTRITO (stricto sensu – sentido restrito) - é o fato natural que advém de fenômeno natural. 
	Os fatos naturais se classificam em duas formas:
1.a)ordinária - Ex.: nascimento.
1.b)extraordinária - Ex: desabamento de um edifício devido as fortes chuvas. 
2.ATOS HUMANOS – ATO JURÍDICO SENTIDO LATO (latu sensu) – ATOS JURÍGENOS - são os que produzem efeitos face a vontade do agente.
Os atos humanos são classificados em:
a)LÍCITO – produzem efeitos queridos pelo agente.
a1)ato jurídico em sentido estrito (não negocial) ou meramente lícitos – estes atos não têm intuito negocial.
a2)negócio jurídico - procura criar normas para regular interesse das partes, harmonizando vontades, que parecem antagônicas.
b)ILÍCITO – advém direta ou indiretamente da vontade
3. ATOS FATOS JURÍDICOS – vontade intermediária - não importa se houve ou não a vontade de praticá-lo, o que importa é a conseqüência do ato, ou seja, o fato resultante (efeito resultante), sem se dar maior significância à vontade de praticá-lo.
1.3.2 - ANÁLISE DOS PLANOS DO MUNDO JURÍDICO
Já analisado no item 1.2.3. 
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F A T O S J U R Í D I C O S
fatos jurídicos em 1. - fatos da natureza 		morte 
sentido amplo	 ou fatos juridico 		nascimento
			 stricto sensu			 avulsão
				 	 
meramente lícitos ou ato jurídico 	stricto sensu								 
		 2. - atos humanos	 lícitos 		negócio jurídico
			 ou ato jurídico				 
 latu sensu ou
	 atos jurígenos
ilícitos
- atos-fatos jurídicos
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RESUMO 7. – FUNDAMENTOS DIREITO PRIVADO
1.4 - NEGÓCIOS JURÍDICOS 
	Os contratos são a espécie mais importante de negócio jurídico.
	A vontade é o elemento nuclear.
Dentro desta segunda categoria, dirigida no sentido de obtenção de um resultado, a doutrina chama negócio jurídico.
	O ato negocial ou negócio jurídico só produzirá efeitos jurídicos se a declaração de vontade das partes tiver funcionando normalmente. 
	Nem toda a manifestação de vontade pode ser aceita como negocial, isto é, capaz de produzir norma jurídica.
	Existem pressupostos que hão de ser atendidos para que a vontade possa entrar no mundo jurídico.
1.4.1 - ELEMENTOS EXISTENCIAIS – são através dos elementos existenciais que verificamos se um fato jurídico entra ou não no mundo jurídico
	Os negócios jurídicos se constituem pela conjunção de dois elementos, que devem ser coincidentes: 
-VONTADE INTERNA
-DECLARAÇÃO DE VONTADE
1.4.1.1 - ELEMENTOS ESSENCIAIS, NATURAIS E ACIDENTAIS – são os elementos necessários para os atos se tornarem existentes.
	Para que o negócio jurídico receba do ordenamento jurídico conhecimento pleno, e para que produza todos os seus efeitos, é necessário que o negócio jurídico seja revestido de certos requisitos.
1.REQUISITOS ESSENCIAIS - essentialia negotti - são inderrogáveis pelas partes. As partes não podem alterá-los pois são a descrição da hipótese normativa. 
a)VONTADE HUMANA ou CONSENTIMENTO – pois é fundamentalmente ato vontade. 
b)IDONEIDADE DO OBJETO – licitude do objeto -
c)FORMA PRESCRITA EM LEI – sem a forma ato não existe.
d)CAPACIDADE DO AGENTE – é a aptidão de discernimento para avaliar conseqüências do seu ato (idade/sanidade física metal/condição cultural).
2.REQUISITOS NATURAIS - naturalia negotti – são as conseqüências que decorrem do próprio ato.
Elementos peculiares do negócio, decorrem naturalmente.
	++VÍCIOS REDIBITÓRIOS – são os vícios ou defeitos ocultos que tornem a coisa imprópria para o uso ou diminua seu valor.
++EVICÇÃO – perda da coisa por força de decisão judicial fundada em motivo jurídico anterior.
3.REQUISITOS ACIDENTAIS - accidentalia negotti – podem ou não figurar no negócio sem que a sua presença se faça indispensável.
1.4.2 - REQUISITOS DE VALIDADE
	Os requisitos de validade estão elencados no art. 104 CC.
1.CAPACIDADE DO AGENTE - AGENTE CAPAZ - art. 104 CC 
Capacidade de agir do agente. 
	
	Como o negócio jurídico é um ato de vontade, e como o querer dessas pessoas apresenta deficiências, a lei não permiteque, sem quaisquer restrições, atuem na órbita do direito.
	A incapacidade é exceção à regra da capacidade
	LEGITIMAÇÃO - para certos atos, a lei não se contenta com a capacidade, exigindo, o requisito da legitimação.
 
2.LICEIDADE DO OBJETO - OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL E DETERMINÁVEL - para o negócio jurídico ser perfeito e válido o negócio jurídico deverá versar sobre objeto lícito, idôneo.
	A impossibilidade do objeto pode ser: JURÍDICA OU FÍSICA.
A impossibilidade FÍSICA se subdivide em: ABSOLUTA OU RELATIVA.
a)JURÍDICA – resulta da determinação da lei. 
b)FÍSICA: absoluta e relativa
b.1.ABSOLUTA: quando ninguém pode entregar a coisa prometida ou satisfazer a prestação assumida, porque absurdo em face das leis naturais.
b.2.RELATIVA: prestação pode ser realizada por outrem, embora não seja o devedor. 
3.FORMA PRESCRITA EM LEI OU NÃO DEFESA EM LEI - conforme estipulação do art. 107 CC. 
A liberdade de forma é a regra, ele será livre, a menos que a lei determine o contrário.
	O desatendimento a solenidade formal também implica nulidade.
	Assim, temos ATOS FORMAIS OU SOLENES e NÃO FORMAIS OU NÃO SOLENES: 
a)FORMAIS ou SOLENES - atos que dependem de forma prescrita em lei;
b)NÃO FORMAIS ou NÃO SOLENE - atos que não precisam se revestir de qualquer forma determinada para se aperfeiçoarem.
1.4.3 - PRESSUPOSTOS E FATORES DE EFICÁCIA – 
1.AQUISIÇÃO DE DIREITOS: o direito subjetivo ao nascer vincula-se a uma pessoa, quando nasce o direito o sujeito adquire.
a)ORIGINÁRIA - não há transmissão de direitos, não há filiação do direito a relação jurídica anterior. 
Não se origina de outra relação.
Independe da interposição de outra pessoa.
b)DERIVADA - quando nascimento do direito na pessoa é filiado a uma outra relação jurídica.
Deriva de outra relação.
Pressupõe ato de transmissão.
 
c)GRATUITA – quando não existe contraprestação.
d)ONEROSA – o patrimônio do adquirente enriquece em razão da contraprestação.
2.MODIFICAÇÃO DE DIREITOS: sem que haja alteração na sua substância os direitos podem sofrer modificações no conteúdo, objeto ou titulares.
	O direito sofre transformação.
a)QUALITATIVA - o objeto da relação jurídica sofre mudanças tão grandes que perde sua essência, perde sua substância
	
b)QUANTITATIVA - diminuição do conteúdo do direito.
3.EXTINÇÃO DE DIREITOS:
a)SUBJETIVA - se extingue porque desaparece o titular. 
b)OBJETIVA - quando desaparece o objeto do direito, perecimento da coisa que constitui o objeto.
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RESUMO 8. – FUNDAMENTOS DIREITO PRIVADO
1.5 - DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
	O pressuposto do negócio jurídico é a DECLARAÇÃO DE VONTADE DO AGENTE.
	Para que o ato exista validamente é indispensável a presença do elemento VOLITIVO.
a)Podem ocorrer casos em que NÃO EXISTIU A VONTADE na celebração do negócio.
b)Podem também ocorrer outros casos em que A VONTADE EXISTE, MAS A VONTADE ESTÁ CONTAMINADA POR ALGUM VÍCIO DO CONSENTIMENTO. 
c)Podem ainda, ocorrer casos em que a VONTADE EXISTE E FUNCIONA NORMALMENTE. 
d)Podem existir casos em que a vontade existe, há perfeita correspondência entre a vontade interna e a sua declaração, MAS ELA DESVIA-SE DA LEI OU DA BOA-FÉ, INFRINGINDO O DIREITO E PREJUDICANDO TERCEIROS 
	Assim temos 2 grandes categorias dos vícios: 
1.VÍCIOS DO CONSENTIMENTO.
2.VÍCIOS SOCIAIS.
1.VÍCIOS DO CONSENTIMENTO - incidem sobre a vontade impedindo de externar conforme o íntimo do agente.
	Existe disparidade da vontade com a declaração.
2.OS VÍCIOS SOCIAIS - comprometem também a ordem jurídica, mas batendo frontalmente contra a lisura, honestidade e a regularidade do negócio jurídico. 
1.5.1 - ERRO DE FATO E ERRO DE DIREITO
	Erro é a falsa representação psicológica da realidade.
	Erro provoca uma desconformidade entre a vontade do manifestante e aquilo que efetivamente se manifesta.
Art. 171 CC - Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I.por incapacidade relativa do agente;
II.por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
	
	Para viciar a vontade o erro tem que ser: 
a)SUBSTANCIAL/ESCUSÁVEL: ou seja, tenha como fundamento uma razão plausível, qualquer pessoa de atenção poderia cometer.
b)REAL – efetivo dano para o interessado.
	O erro se subdivide em quatro formas:
-erro substancial ou essencial;
-erro acidental;
-erro de fato;
-erro de direito;
a)ERRO SUBSTANCIAL OU ESSENCIAL E ERRO ACIDENTAL
a1)ERRO SUBSTANCIAL ou ESSENCIAL – art. 139 CC.
Art. 139 CC – o erro é substancial quando:
I.interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
II.concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante.
III.sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
 	É aquele de tal importância que se a verdade fosse conhecida, o consentimento (vontade) não se externaria. Se conhecesse a verdade não teria celebrado tal negócio jurídico.
1a.ERRO QUE INTERESSA A NATUREZA DO ATO: inciso I
	Quando recai sobre a natureza próprio ato.
1b.ERRO SOBRE O OBJETO PRINCIPAL DA DECLARAÇÃO – inciso I 
Quando atinge objeto principal
	
1c.ERRO QUE RECAI SOBRE ALGUMA DAS QUALIDADES ESSENCIAIS DO OBJETO PRINCIPAL DA DECLARAÇÃO - inciso I
	Quando atinge as qualidades da coisa.
1d.ERRO QUE DIZ RESPEITO A QUALIDADES ESSENCIAS DA PESSOA A QUEM A DECLARAÇÃO SE REFERE – inciso II
Quanto às qualidades da pessoa. Atinge a identidade física ou moral da pessoa.
a2)ERRO ACIDENTAL – art. 142 CC – não induz a anulação.
Art. 142 CC – o erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
Não terá influência na perfeição do negócio, pois não possui grande gravidade.
b)ERRO DE FATO E ERRO DE DIREITO -
b1 - ERRO DE FATO – ERROR FACTI - é substancial.
Pode ser anulado.
É aquele que recai sob circunstância de fato;
b2.DE DIREITO – ERROR IURIS - poderá ser substancial.
É aquele que diz respeito à existência da norma jurídica, supondo-se que ele esteja em vigor quando na verdade foi revogada. 
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1.5.2 – DOLO – arts. 145 até 150 CC -
	É o emprego de um artifício ou expediente astucioso para induzir alguém à prática de um ato que o prejudica e aproveita ao autor do dolo ou a terceiro. 
ESPÉCIES DO DOLO – 
1.bonus e malus.
2.causam ou principal e incidem ou acidental.
a)DOLUS BONUS OU MALUS - 
a1.BONUS – dolo tolerado: não induz a anulabilidade.
a2.MALUS – manobras astuciosas destinadas a prejudicar alguém. 
b)DOLUS CAUSAM ou principal e DOLUS INCIDENS ou acidental
b1.DOLUS CAUSAM ou PRINCIPAL: determinante, essencial 
É aquele que dá causa ao negócio jurídico, sem o qual ele não se teria concluído. - art. 145 CC.
Art. 145 CC – São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
PARA QUE O DOLO PRINCIPAL SE CONFIGURE É NECESSÁRIO QUE:
 
a)haja intenção de induzir o declarante a praticar negócio jurídico: é a intenção de prejudicar
b)os artifícios fraudulentos sejam graves, aproveitando quem os alega: é necessário que estes atos se revistam de gravidade.
c)sejam causa determinante da declaração de vontade: o negócio se formou em razão do ato doloso
d)o desconhecimento pelo deceptus (vítima) no momento de concluir o negócio.
b2.DOLUS INCIDENS ou ACIDENTAL: é aquele que leva a vítima a realizar o ato, porém em condições mais onerosas ou menos vantajosas - art. 146 CC - não afetandosua declaração de vontade.
Art. 146 CC – O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
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1.5.3 – COAÇÃO – arts. 151 a 155 – 
 
Toda a pressão exercida sobre um indivíduo para determiná-lo a concordar com um ato, portanto, o sujeito jamais manifestará a sua LIVRE vontade.
1.COAÇÃO FÍSICA - ou vis absoluta - é o constrangimento corporal que retira toda a capacidade de querer, implicando ausência total de consentimento, o que acarreta NULIDADE DO ATO.
2.COAÇÃO MORAL - ou vis compulsiva - atua sobre a vontade da vítima, sem aniquilar-lhe o consentimento, pois a vítima conserva uma relativa liberdade, podendo optar pela realização do negócio que lhe é exigido e o dano com que é ameaçada.
	ATO ANULÁVEL – art. 171, II CC.
Art. 171 CC – Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
...
II.por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo lesão ou fraude contra credores.
PARA QUE SE CONFIGURE A COAÇÃO MORAL SÃO NECESSÁRIOS ALGUNS REQUISITOS – ART. 151 CC
a)a coação deve ser causa determinante do negócio jurídico: deve haver um nexo causal entre o meio intimidativo e o ato realizado pela vítima.
b)a coação deve incutir à vítima um temor justificado: como morte, cárcere privado, desonra, mutilação, escândalo... 
c)o temor deve dizer respeito a dano iminente: suscetível de atingir a pessoa da vítima, sua família ou seus bens. 
d)o dano deve ser considerável: deve ser grave
e)o dano deve referir-se a pessoa do paciente, à sua família ou ao seus bens: ameaças à pessoa estranha ao círculo familiar do paciente por maior que seja o grau de afeição não constitui coação invalidante.
CASOS DE EXCLUSÃO – art. 153 CC – atos não considerados coação - 
Art. 153 CC – Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.
a)exercício normal de um direito - isto porque a violência deve ser injusta. Se fosse justa, o autor da ameaça teria exercido um direito seu. 
b)simples temor reverencial - é o receio de desgostar pai e mãe, ou pessoas a quem se deve obediência e respeito, é incapaz de viciar o negócio, desde que não seja acompanhado de ameaças ou violências irresistíveis. 
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1.5.4 – DO ESTADO DE PERIGO E DA LESÃO – 
1.4.6.1 – ESTADO DE PERIGO – anulável – art. 156 CC -
	Refere-se:
++ a um perigo sofrido pela própria pessoa ou
++ por alguém da sua família ou 
++ até mesmo por um não-parente
	O declarante submetido ao estado de perigo não tem, praticamente, condições de declarar livremente sua vontade negocial.
ASSIM, PARA EXISTIR O ESTADO DE PERIGO SÃO NECESSÁRIOS ALGUNS REQUISITOS, TAIS COMO:
a)que esteja configurado um mal iminente e grave – se for remoto não caracteriza pois o agente não estará em situação capaz de impedir a devida reflexão.
b)que o bem ameaçado seja a própria pessoa que pratica o ato que lhe é excessivamente oneroso, ou outra pessoa a ela intimamente ligada;
c)que esse risco de dano seja a causa do negócio – fator determinante.
d)a parte favorecida dever ter conhecimento do grave perigo existente e do vínculo que se trava entre a declaração negocial e dito risco de dano pessoal - conhecimento da outra parte, que se beneficia da vantagem.
e)obrigação excessivamente onerosa – desproporcional – não tenha correspondência entre prestações.
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1.4.6.2 – LESÃO – art. 157 CC – danos patrimoniais -
Na lesão ou também chamado por alguns doutrinadores como estado de necessidade, o risco provém da iminência de danos patrimoniais, como a urgência de honrar compromissos, de evitar a falência ou a ruína dos negócios.
PREEMENTE NECESSIDADE – faz com que a parte assuma prestação DESPROPORCIONAL com a da outra parte.
Desigualdade entre as partes.
	
	O contrato afetado pela lesão é aquele que se mostra, no momento e na ótica do agente, capaz de fornecer-lhe os meios necessários ao afastamento do perigo, embora a um custo exagerado e iníquo.
OS REQUISITOS ESSENCIAIS PARA A CONFIGURAÇÃO DA LESÃO SÃO: art. 157 CC.
a)desproporção manifesta entre as prestações recíprocas - capaz de proporcionar lucro exagerado e incompatível com o normal da comutatividade dos contratos.
b)deficiência das condições psicológicas do contratante - presentes no momento da declaração negocial, consistente em inexperiência ou preemente necessidade 
c)nexo causal - entre a deficiência da formação da vontade e a conclusão do contrato lesivo.
	No nosso CC não é necessário que o beneficiário tenha ciência efetiva do estado da vítima. 
No caso de lesão existe a possibilidade da SANAÇÃO, veja-se art. 157, § 2º. 
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1.5.5 – SIMULAÇÃO – desacordo intencional -
	Simulação é a declaração enganosa da vontade, visando a produzir efeito diverso do extensivamente indicado. 
	ATO SERÁ NULO (inovação do código civil, já que no código de 1916, o ato simulado era anulável).
DISSIMULAÇÃO: oculta o conhecimento de outrem uma situação existente, pretendendo incutir no espírito de alguém a inexistência da situação real.
SIMULAÇÃO: falsa crença num estado não real. Quer enganar sobre situação não verdadeira.
Art. 167 CC – É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
§ 1º. Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I.aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II.contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III.os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós datados.
§ 2º. Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
Portanto, negócio simulado é aquele que oferece uma aparência diversa do efetivo querer das partes. Estes fingem um negócio que na realidade não desejam.
ESPÉCIES DE SIMULAÇÃO: 
1.SIMULAÇÃO RELATIVA - a simulação ocorre quando duas ou mais pessoas na intenção de enganar terceiros, recorrem a um ato aparente, quer para esconder um outro negócio que se pretende dissimular.
2.SIMULAÇÃO ABSOLUTA - hipótese em que é usada para fingir uma relação jurídica que nada encobre. 
CARACTERÍSTICAS E REQUISITOS: ver art. 167 CC
a)falsa declaração bilateral da vontade – em regra é declaração bilateral - a vontade é o acordo entre duas ou mais pessoas;
b)a vontade exteriorizada diverge da interna ou real - não correspondendo à intenção das partes – o ato praticado não corresponde a real intenção das partes, que disfarçam com uma aparência irreal e fictícia;
c)é sempre concertada com a outra parte, sendo, portanto, intencional o desacordo entre a vontade interna e a declarada – apenas é ignorado por terceiros;
d)é feita no sentido de iludir terceiro – levam os terceiros a acreditar nos negócios fantasiosos.
1.5.6 - FRAUDE CONTRA CREDORES – 
É a prática maliciosa, pelo devedor, de atos que desfalcam o seu patrimônio, com o escopo – OBJETIVO - de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento (prejuízo) dos direitos creditórios alheios.
CREDOR COM GARANTIA REAL – VÍNCULO REAL - muitas vezes o credor tem garantia específica, um determinado bem móvel ou imóvel (hipoteca/penhor), assim, existe o chamado vínculo real (garantia real). 
CREDOR QUIROGRAFÁRIO - normalmente não há essa reserva, o credor conta exclusivamente com a garantia genérica. Assim, credor chama-se quirografário. 
ELEMENTOS: 
a)EVENTUS DAMNI OU ELEMENTOS OBJETIVO - é todo ato prejudicial ao credor, por tornar o devedor insolvente.
b)CONSILIUM FRAUDIS OU ELEMENTO SUBJETIVO - que é a má-fé, a intenção de prejudicar do credor.
ATOS SUSCETÍVEIS DE FRAUDE:
1)atos de transmissão gratuita de bens - 
2)atos de remissão de dívida - 
3)contratosonerosos - art. 159 CC.
 Art. 159 CC - Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
	NOTORIEDADE DA INSOLSÊNCIA - com protestos de títulos, ajuizamento de ações executivas, protestos judiciais dos credores, etc... 
4)pagamento antecipado de dívidas - o patrimônio do devedor é garantia comum de todos os credores, assim todos devem ser aquinhoados proporcionalmente.
5)outorga de direitos preferenciais a um dos credores – art. 163 CC. 
Art. 163 CC - Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias das dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
AÇÃO PAULINA ou AÇÃO REVOCATÓRIA – 
Só pode ser proposta por credor que já fosse quando se praticou ato fraudulento.
Os credores posteriores já encontraram o patrimônio do devedor desfalcado, assim, não podem reclamar de uma situação já conhecida
Art. 161 CC - legitimidade passiva – réu na ação: 
a) - devedor insolvente
b) - a pessoa que celebrou com ele a fraude;
c) - os terceiros adquirentes de má-fé.
	A AÇÃO PAULIANA ou REVOCATÓRIA tem por efeito anular os atos praticados em fraude.
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RESUMO 9. – FUNDAMENTOS DIREITO PRIVADO
1.6 - ELEMENTOS ACIDENTAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO – 
	Elementos acidentais são aqueles dispensáveis (podem ou não configurar) para a constituição do negócio jurídico, são cláusulas acrescidas com o objetivo de modificar uma ou algumas das conseqüências do negócio. 
	São: 	 CONDIÇÃO
		 TERMO
		 ENCARGO ou MODO
1.6.1 – CONDIÇÃO –
	É o elemento acidental que faz com que a eficácia do negócio jurídico fique dependente de um acontecimento FUTURO E INCERTO.
ART. 121 CC – considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
REQUISITOS DA CONDIÇÃO: voluntariedade (cláusula seja voluntária)
1)FUTURIDADE DO EVENTO - fato passado ou presente não é condição, ainda que seja desconhecido e ignorado.
2)INCERTEZA DO ACONTECIMENTO - se houver subordinação do efeito do negócio a um evento certo, como a morte, não se tem condição mas termo.
ESPÉCIES DE CONDIÇÃO: 
1)QUANTO À POSSIBILIDADE: 
Física e juridicamente possível - se puder ser realizada conforme as leis físico-naturais e as normas jurídicas. 
Física e juridicamente impossível - é a que não se efetiva pois é contrária a natureza ou à ordem legal.
As juridicamente impossíveis ou seja a impossível pela ordem legal invalidam os atos a elas subordinados, pois existe uma vontade perversa.
 
As fisicamente impossíveis ou seja impossível por natureza tem-se por inexistente, devido a sua absurdez (absurdo). 	
2)QUANTO À LICITUDE
Lícita - quando o evento da condição não for contrário à lei (art. 122) à ordem pública, à moral e bons costumes.
Ilícita ou condições proibitivas - aquela condenada pela ordem jurídica, pela moral e bons costumes.
3)QUANTO À NATUREZA: 
Necessária - se for inerente à natureza do negócio, não sendo, por isso verdadeiramente uma condição.
Voluntária - é a cláusula oriunda da manifestação de vontade, sendo uma autêntica condição.
4)QUANTO À PARTICIPAÇÃO DA VONTADE DOS SUJEITOS: 
Casual - se depender de um caso fortuito, alheio à vontade das partes.
Potestativa - decorre da vontade de uma das partes.
a)Puramente potestativa - são as de mero capricho: se eu levantar o braço, se for à cidade, se vestir tal roupa.
b)Meramente ou simplesmente potestativa - dependem da prática de algum ato por parte do contratante, na dependência, porém, do exame de circunstâncias que escapam ao seu controle.
c)Promíscua - no momento inicial se caracteriza como potestativa, vindo a perder tal característica por fato superveniente (inesperado) alheio à vontade do agente, que venha a dificultar sua realização.
Mista - decorre, deliberadamente, em parte da vontade, em parte de elemento casual, que poderá ser até mesmo a vontade de terceira pessoa.
5)QUANTO AO MODO DE ATUAÇÃO: 
Suspensiva - quando impede que a avença se aperfeiçoe até o advento da condição.
	Enquanto pendente a condição suspensiva não se terá direito adquirido, mas somente uma expectativa de direito.
Resolutiva - quando torna sem efeito o ajuste, em virtude do seu advento. Fazem desaparecer a eficácia.
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1.6.2 – TERMO – 
É a cláusula que subordina os efeitos do ato negocial a um acontecimento futuro e certo.
O QUE CARACTERIZA o termo é a circunstância de ser certo o seu advento, mas pode acontecer que haja INCERTEZA quanto ao momento da ocorrência. Assim vai surgir a distinção de termo certo e termo incerto.
ESPÉCIES DE TERMO:
1.Inicial - dies a quo - termo suspensivo - ex die - é o que suspende o exercício de um direito ou, ainda, é o momento em que a eficácia de um ato jurídico deve começar. 
2.Final - dies ad quem - termo resolutivo ou extintivo - é que dá término a um direito criado pelo contrato e até então vigente, é o momento em que a eficácia do ato jurídico deve terminar.
3.Certo - quando estabelece uma data do calendário, dia, mês, ano, ou quando fixa um certo lapso de tempo. O termo se refere a uma data determinada.
4.Incerto - quando se referir a um acontecimento futuro, que ocorrerá em data indeterminada.
1.6.2.1 -PRAZOS
O prazo é contado por unidade (hora, dia, mês e ano), excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, salvo disposição em contrário. 
É o espaço de tempo entre a celebração do negócio jurídico e a ocorrência do termo.
1.6.3 - MODO OU ENCARGO –
	Encargo ou modo é a cláusula pela qual se impõe obrigação a quem se faz uma liberalidade.
	É a determinação acessória, em virtude da qual se restringe a vantagem criada pelo ato jurídico, estabelecendo o fim a de deve ser aplicada a coisa adquirida, ou impondo uma certa prestação. 
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RESUMO 10. – FUNDAMENTOS DIREITO PRIVADO 
 
1.7 - TEORIA DAS INVALIDADES – arts. 166,167 e 171 CC 
1.7.1 - NEGÓCIOS NULOS E NEGÓCIOS ANULÁVEIS –
	Como vimos o negócio jurídico é o ATO DE VONTADE.
Se o elemento volitivo, a manifestação de vontade provier de agente capaz, tiver objeto lícito e obedecer à forma prescrita em lei, gera os efeitos pretendidos pelas partes.
	Mas, se ao contrário, o ato vem inquinado de algum defeito, se desatende ao mandamento legal, poderá ser declarado ineficaz em razão das imperfeições existentes.
	Muitas vezes o ato vem com imperfeições, que podem ter três causas: 
1)POR FALTA DE ELEMENTO ESSENCIAL
2)ATO CONTRÁRIO A ORDEM – com violação a lei 
 
3)IMPERFEIÇÃO DA VONTADE - art. 171.			
	
NULOS E ANULÁVEIS - nulidade absoluta (nulo) e nulidade relativa (anuláveis)
Art.166. É nulo o negócio jurídico quando:
I.celebrado por pessoa absolutamente incapaz.
II.for ilícito, impossível ou indeterminado o seu objeto.
III.o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito.
IV.não revestir a forma prescrita em lei.
V.for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial a sua validade.
VI. tiver por objeto fraudar a lei imperativa.
VII. a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
ART. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
ART. 171 – Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I.por incapacidade relativa do agente.
II.por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
NULIDADE - é a declaração legal de que a determinados atos não se prendem os efeitos jurídicos, normalmente produzidos por atos semelhantes.
DISTINÇÃO ENTRE NULIDADE RELATIVA E ABSOLUTA: clássica e fundamental divisão das nulidades

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