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UM EXERCI´CIO RESOLVIDO Exerc´ıcio. Sejam ϕ,ψ : [0, 1]→ R com ϕ > 0, e C = {(ϕ(v), 0, ψ(v)) ∈ R3 | 0 ≤ v ≤ 1} , de modo que h : (0, 1) → R3, definida por h(t) = (ϕ(t), 0, ψ(t)), seja uma parametrizac¸a˜o da curva C no plano xz. Seja S o subconjunto de R3 obtido ao se rotacionar com relac¸a˜o ao eixo z a curva C. (1) Determine espac¸os tangentes a S. (2) Supondo que a parametrizac¸a˜o f : (0, 2pi)× [0, 1)→ R3 de S dada por f(u, v) = (ϕ(v).cos(u), ϕ(v).sen(u), ψ(v)) preserve-orientac¸a˜o, descreva a orientac¸a˜o induzida no bordo de S. Soluc¸a˜o. Comec¸emos por verificar que f e´ uma parametrizac¸a˜o de S, isto e´, que f satisfaz a condic¸a˜o (P′). Evidentemente, f e´ injetiva e de classe C∞. De fato, se f(u, v) = f(u′, v′) enta˜o ψ(v) = ψ(v′) e u = u′, donde u = u′ e v = v′, ja´ que h e´ uma parametrizac¸a˜o de C; e, a func¸a˜o f e´ de classe C∞ pois h o e´. Ale´m disso: (P1) f((0, 2pi)× [0, 1)) = S ∩ U para U = R3 − ({(x, y, z) ∈ R3 |x > 0 e y = 0} ∪ {(x, y, z) ∈ R3 | z > ψ(1)}) ; (P2) Df(a, b) : R2 → R3 e´ injetiva para cada (a, b) em (0, 2pi)× [0, 1), pois como f ′(a, b) = ( −ϕ(b).sen(a) ϕ′(b).cos(a) ϕ(b).cos(a) ϕ′(b).sen(a) 0 ψ′(b) ) , temos que o quadrado da norma do produto vetorial dos vetores-coluna de f ′(a, b) e´ o nu´mero ϕ(b)2(ψ′(b)2 + ϕ′(b)2), o qual e´ 6= 0 ja´ que h e´ uma parametrizac¸a˜o de C; (P3) f−1 : f((0, 2pi)× [0, 1))→ (0, 2pi)× [0, 1) e´ cont´ınua, pois se u 6= pi enta˜o tg (u 2 ) = sen ( u 2 ) cos ( u 2 ) = 2 sen (u2 ) cos (u2 ) 2 cos2 ( u 2 ) = sen (u) 1 + cos (u) = y ϕ(v) 1 + xϕ(v) = y x+ √ x2 + y2 , donde u = 2 arctg ( y x+ √ x2+y2 ) ; analogamente, se u pertence a um pequeno intervalo em torno de pi, obtemos u = 2 arccotg ( y −x+ √ x2+y2 ) . Assim, f e´ uma parametrizac¸a˜o em torno de qualquer ponto (x, y, z) de S ∩ U . Juntamente com mais treˆs parametrizac¸o˜es semelhantes, os argumentos anteriores mostram que, S e´ uma superf´ıcie diferencia´vel com bordo em R3. Doravante, faremos calculac¸o˜es apenas com a parametrizac¸a˜o f . Seja p = f(a, b). Por definic¸a˜o, Tp(S) e´ a imagem da aplicac¸a˜o linear T(a,b)(f) : T(a,b)(R2) −→ Tp(R3) (v1, v2)(a,b) 7−→ (Df((a, b))((v1, v2)))p . Ou seja, Tp(S) e´ o conjunto de todas as combinac¸o˜es lineares dos vetores (−ϕ(b).sen(a), ϕ(b).cos(a), 0)p e (ϕ′(b).cos(a), ϕ′(b).sen(a), ψ′(b))p.† Finalmente, vejamos a orientac¸a˜o no bordo ∂S de S. Notemos que S e´ orienta´vel (ao usarmos as outras treˆs parametrizac¸o˜es semelhantes – cheque!). O vetor normal unita´rio exterior no ponto p e´ o vetor np de Tp(S) definido por np ⊥ Tp(∂S), |np| = 1, e np = T(a,b)(f)(v(a,b)) para algum v com u´ltima coordenada < 0. Como Tp(∂S) e´ gerado por (−ϕ(b).sen(a), ϕ(b).cos(a), 0)p, e observando que os vetores-coluna de f ′(a, b) sa˜o ortogonais, temos que np = − (ϕ ′(b).cos(a), ϕ′(b).sen(a), ψ′(b))p√ ϕ′(b)2 + ψ′(b)2 . Da´ı, ja´ que [T(a,b)(f)((e1)(a,b)), T(a,b)(f)((e2)(a,b))] = [−T(a,b)(f)((e2)(a,b)), T(a,b)(f)((e1)(a,b))], como f preserva-orientac¸a˜o temos µp = [np, T(a,b)(f)((e1)(a,b))] . Logo, por definic¸a˜o, (∂µ)p = [T(a,b)(f)((e1)(a,b))]. Na˜o e´ dif´ıcil ver que as duas componentes de ∂S esta˜o dessa maneira orientadas com sentidos opostos. †Exemplo. Se ϕ(v) = 2, ψ(v) = v, e (a, b) = (pi/4, 0), enta˜o Tp(S) e´ gerado pelos vetores (− √ 2, √ 2, 0)p e (0, 0, 1)p.
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