Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA CATARINENSE CAMPUS RIO DO SUL CURSO DE AGRONOMIA DETERMINAÇÃO DE UMIDADE GRAVIMÉTRICA, TEXTURA, DENSIDADE DE PARTÍCULAS, CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA, POROSIDADE TOTAL, MACRO E MICROPOROSIDADE E DENSIDADE DO SOLO Adriano Atanazio¹, Gabriel Ganancini Zimmermann², Gustavo Henrique Janke Medeiros², Marcos Nienkötter², Sidinei Leandro Klöckner Stümer³ Os solos minerais são constituídos por uma mistura de partículas sólidas de natureza mineral e orgânica, ar e água, formando um sistema trifásico, sólido, gasoso e líquido. As partículas da fase sólida variam grandemente em tamanho, forma e composição química e a sua combinação nas várias configurações possíveis forma a chamada matriz do solo. A distribuição de poros dos solos condiciona seu comportamento físico- hídrico, influenciando assim, os processos dinâmicos do ar e da solução do solo, bem como a potencialidade agrícola dos mesmos. A condutividade hidráulica do solo é uma propriedade que expressa a facilidade com que a água nele se movimenta, é importante para o manejo do solo, para a produção das culturas e para a preservação do solo e do ambiente. Textura é um termo empregado para designar a proporção relativa das frações argila, silte ou areia no solo. Estes se diferenciam entre si pelo tamanho de suas partículas (granulometria). Por fim, A análise física do solo determina as principais frações granulométricas que compõe um tipo ou classe de solo. A determinação dos atributos físicos do solo (textura, estrutura, densidade, porosidade, retenção de água e resistência mecânica do solo a penetração, entre outros) permite compreender as relações entre solo, água e planta, visando a máxima produtividade das culturas, assim como o melhor uso e manejo do solo. Palavras-Chave: Propriedades físicas do solo, análise física do solo, estrutura, textura, densidade, condutividade hidráulica e porosidade do solo. ¹ Acadêmico do curso de Engenharia Mecânica do Centro Universitário Leonardo da Vinci ² Técnico em Agropecuária, Acadêmico do curso de Agronomia do Instituto Federal Catarinense - Campus Rio do Sul ³ Engenheiro Agrônomo, DSc., Professor do Instituto Federal Catarinense - Campus Rio do Sul INTRODUÇÃO A agregação é um dos parâmetros que podem ser utilizados para medir a qualidade do solo, pois a manutenção da estrutura do solo facilita a aeração e a infiltração de água e reduz a erodibilidade. A estabilidade dos agregados é influenciada por diversas características do solo, como textura, teor de óxidos de ferro e alumínio, teor de matéria orgânica e atividade microbiana e também pelo manejo do solo (CARPENEDO e MIELNICZUK, 1990). O presente trabalhar teve como o objetivo esclarecer as técnicas utilizadas em aulas pratica para avaliação de um solo. O solo é um derivado de rocha tanto metamórfica, sedimentar ou magmáticas que sofreram intemperismo, onde ocorre processos lentos que causam a degradação e decomposição do solo, condições climáticas ou simplesmente a presença de organismos vivos na área aceleram a decomposição da rocha que é chamada de material de origem. Há vários tipos de solos, como arenosos, argilosos, entre outros. Cada solo em seu processo de formação passa por condições diferentes, podem ser pelo relevo, clima ou organismos presentes. Devido a estes estas diferentes circunstancias os solos apresentam características físicas diferentes, pode ser: cor, espessura, estrutura, densidade do solo, densidade de partículas, porosidade e entre outros (PROCHNOW e ROSSI, 2009). O solo é constituído por uma fração mineral, a qual é contido os minerais herdados do material de origem do solo (minerais primários), e também por minerais formados a partir de processos e reações ocorrentes na formação e desenvolvimento do solo (minerais secundários). É considerado um meio trifásico, por apresentar em sua constituição três fases diferentes: Fase solida é formada por partículas que podem ser de natureza orgânica ou mineral, fase liquida é representada pelos espaços porosos no solo onde há capacidade de armazenamento de água, fase gasosa são os espaços porosos onde está contido o ar no solo. A física do solo envolve um conjunto de técnicas onde busca proporcionar informações para se obter um solo que apresente boas condições de aeração, retenção de água, pouca resistência mecânica ao crescimento radicular, proporcionando assim condições excelentes para um bom desenvolvimento de raízes. As práticas de manejo do solo mal executadas podem interferir nas condições em que o solo se apresentam. MATERIAIS E MÉTODOS O trabalho foi realizado no Instituto Federal Catarinense – Campus Rio do Sul, localizado na comunidade da Serra Canoas, Município de Rio do Sul. O município está localizado no Alto Vale do Itajaí, a uma latitude 27°12’51’’ S e uma longitude de 49°38’35” W (entre a Serra do Mar e a Serra Geral) estando a uma altitude de 339,88m acima do nível do mar. A temperatura média anual é de 18°c, (RIO DO SUL, 2011). De acordo com a classificação de Köppen, o clima e do tipo mesotérmico úmido com verão quente (CFA). Há uma predominância de solos do tipo Cambissolo húmico, caracterizando-se como solos em desenvolvimento e de menor profundidade, composto por argilas, arenitos e sedimentos glaciais (KLEIN & REITZ, 1964). As atividades foram realizadas a partir da coleta de amostras de solos em áreas distintas do setor agricultura 2 localizado no Instituto Federal Catarinense – Campus Rio do Sul, em três locais distintos, sendo estas áreas a mata com vegetação natural intacta, lavoura área utilizada para o cultivo de plantas anuais, e área de campo onde a plantio de arvores com vegetação rasteira. Os processos foram realizados tanto para o horizonte A quanto para o B, a coleta e determinação dos horizontes foram elaborados após a abertura de uma trincheira, e determinação da profundidade de cada horizonte nos diferentes locais de coleta. Determinação da Umidade Gravimétrica Após a coleta das amostras, estas foram encaminhadas para o laboratório, onde foi realizado a pesagem em balança semi-analítica, para obtermos a massa de solo úmido (MSU), posteriormente estas amostras foram adicionadas em Becker conhecendo a massa, e levadas à para estufa com temperatura controlada a 100oC no período de 48 horas. Após a secagem foi realizado uma nova pesagem para determinarmos a massa de solo seco (MSS), a partir da obtenção dos dados de massa podemos saber a quantidade de agua presente no solo, a partir da seguinte formula: Ug= 𝑀𝑆𝑆−𝑀𝑆𝑈 𝑀𝑆𝑆 Onde Ug: umidade gravimétrica, MSS= massa de solo seco, MSU: massa de solo úmido. Onde o resultado é expresso em gágua/gsolo, ou se multiplicarmos por cem (X 100%), para expressar o valor em porcentagem. Determinação da Densidade de Partículas (Dp) Para determinação da densidade das partículas presentes no solo, foi realizado a pesagem de 20 g de solo de cada horizonte de TFSE (terra fina seca em estufa), em balança semi-analítica e transferidos para balões volumétricos de 50 mL. Com o auxílio de uma bureta, adicionamos 20 mL de álcool etílico, como solução penetrante, utilizado devido a baixa tensão superficial e maior capacidade de entrar nos micro agregados, para ocupar todos espaços vazios. Em seguida, as amostras foramagitadas e então colocadas no desumidificador, acoplado a uma bomba para proporcionar vácuo e fazendo com que o álcool penetre nos micro agregados, retirando qualquer quantidade de ar presente. Este processo foi realizado durante aproximadamente 15 minutos, sendo que as amostras apresentavam uma “efervescência”, o que significava a saída de ar de dentro das amostras. Posteriormente com a bureta devidamente zerada foram adicionados volumes de álcool, para as soluções atingirem a marca de 50 mL, anotando todos as quantidades gastas. Com o volume total de álcool adicionado aos balões e massa de solo presente em cada um, foi possível calcular a densidade de partículas, expressa em g.cm-3. Dp= 𝑀𝑝 𝑉𝑝 Onde: Dp= densidade de partículas, Mp= massa de partículas e Vp= volume de partículas. Determinação da Textura do Solo A determinação da textura do solo, pode ser realizada tanto a campo como em laboratório. A determinação ocorreu no laboratório, pelo método da pipeta. Primeiramente secamos o solo em estufa, após a secagem as amostras que estavam dentro de caixas de madeiras, foram desfragmentadas com um rolo destorroador, sendo realizado o peneiramento das amostras em peneira de 2mm, para secar as frações mais grosseira da fração mais fina, tendo somente a terra fina seca em estufa (TFSE). Foram realizadas 4 analises para cada tipo de solo e horizonte, totalizando 24 repetições, sendo desta, 12 com adição de agua destilada para determinar a argila dispersa em água (ADA) e outras 12 com adição de dispersante químico, hidróxido de sódio (NaOH) para separação das partículas da argila total (AT). Com o auxílio do Erlemeyer de 250 ml, foram colocadas 20g de cada amostra de terra fina seca em estufa, acrescentado 100 ml de água. Nas amostras para determinar argila total além dos 100 ml de água, foram adicionados 10 ml de NaOH. A agitação das amostras foi realizada a partir de agitador horizontal, após isso foram levadas para provetas de 1000 ml, onde passaram por uma peneira de 0,05 mm, sendo realizada a lavagem do material, retido na peneira com água. As amostras que ficaram na peneira (areia) foram coletadas e colocados em placas de petry, e levadas a estufa com temperatura de 105º C para posterior secagem. As provetas que continha argila e silte foram completadas até o volume de 1000 ml com agua e agitadas durante 1 minuto, para uma melhor homogeneização do material. Após a Homogeneização foi realizada a medição da temperatura das amostras por um aparelho digital, e após a leitura da temperatura a partir das técnicas de preparação de amostras de solo, foi determinado o tempo para sedimentação das amostras e posterior pipetagem. Para se fazer a separação da argila e silte é necessário fazer a decantação do material, como o tempo de decantação da argila é maior que a do silte, a argila tende ficar na superfície e o silte descer. Após 3 horas de decantação a 20º C, com o auxílio de uma pipeta foi coletado 50 ml de cada amostra em suspensão, com cuidado para não provocar movimentação do material. Os materiais coletados foram colocados em Becker com massa conhecida, e levados a estufa para secagem com temperatura de 105º C. Após secagem foram pesadas as amostras, obtendo a massa de argila e areia presente em 20g de solo. A determinação da quantidade de cada fração granulométrica, é obtido a partir das seguintes equações: Areia (%)= peso da areia peso de solo corrigido X 100 Argila (%) = Peso da argila ∗ 20 ∗ 100 peso de solo corrigido Silte (%)= 100(%) – (argila + areia) Com os dados de argila dispersa em água e argila total, podemos calcular o grau de floculação= GF= AT−ADA ADA X100 Onde AT= argila total, ADA= argila dispersa em água. Determinação da Densidade do solo (Ds) Para determinação da densidade do solo, utilizamos o método do anel volumétrico, que consiste em cravar o anel, com volume conhecido, diretamente no solo. Antes da realização da coleta foi feita uma limpeza da superfície do solo, a fim de evitar que impurezas venham a interferir na coleta da amostra. Logo em seguida cravamos o anel no solo, depois de algumas batidas para melhor qualidade da amostra, retiramos o anel do solo, fizemos então a limpeza, com o auxílio de uma faca, cortando as bordas, fazendo com que o solo ocupe somente o volume conhecido por completo do anel. Assim que realizada a coleta dos horizontes A e B de seus respectivos usos, as amostras foram envoltas com papel alumínio, para que se evitasse perca de solo, e levadas para o laboratório onde foram atadas com pequenos atilhos finos, com o intuito de este absorver água e saturar as amostras. Em laboratório, colocamos as amostras em uma bandeja, onde as amostras foram submetidas a imersão de agua até, próximo, ao limite da borda superior do anel, para que a água ocupasse os poros que houvessem na amostra, preenchendo-os lentamente por meio de capilaridade, assim também dando condições para que pudéssemos fazer a determinação de condutividade hidráulica (ks). Determinação da Condutividade (ks) Para determinar condutividade hidráulica e, simultaneamente a ela, a porosidade, fizemos uso do método de carga constante, sendo necessários que o anel receba mais um anel colado com fita sobre este, para estender a altura e forma coluna de água que proporciona a pressão constante. Após este processo, os anéis foram colocados em funis acoplados a suportes de madeira com copos plásticos previamente identificados em baixo de cada funil, para armazenar a água. As medições de condutividades foram realizadas por 30 minutos, sendo determinada a massa de água a cada 5 minutos, mantendo sempre a altura de água 3 cm. Ks= VA∗L A∗T∗(H+L) Onde: Va: volume de água coletada, em m-3, t: tempo em s, A: área da seção transversal da amostra em m2, L: comprimento da amostra em m, h: potencial de pressão no topo da amostra em m e Ks: condutividade hidráulica em m/s. Determinação da porosidade do solo Após determinar a condutividade hidráulica, os anéis foram pesados e levados para a mesa de tensão, com 60 cm de coluna d’água, para realizar a saída da água, contida nos macroporos. Posterior a esse processo as amostras foram pesadas, para determinar a macroporosidade existente em cada solo. Em seguida, as amostras foram acondicionadas na estufa de circulação de ar á 105°C, para secagem. Com as amostras secas e pesadas Novamente, mais os valores anotados do solo saturado, possibilitaram descobrir a micro porosidade contida nas amostras. Tendo os valores da macro porosidade e da micro porosidade dos solos, podemos efetuar o cálculo para porosidade total do solo. PT= 1- Ds Dp Onde: Ds= densidade do solo, Dp= densidade de partículas. RESULTADOS E DISCUSSÕES Textura do solo Com a análise de textura do solo realizada em laboratório foi possível determinar os teores de areia, argila e silte nos diferentes tipos de solos e horizontes. Os dados encontrados serão representados na tabela abaixo. Analisando os dados da tabela 1, nota-se que houve uma diferença relativamente expressiva entre os teores de areia, argilae silte de cada horizonte, sendo que as duas amostras foram coletadas a uma distância relativamente pequena, a apenas algumas dezenas de metros de distância e com o mesmo tipo de solo, diferenciando-se pelo fato do manejo deste solo. Como se pode observar na tabela houve um aumento da argila na área da lavoura, ocorrendo uma maior porcentagem de areia no horizonte A e maior porcentagem de argila no horizonte B, há pouca diferença entre os horizontes da área da mata, devido ao fato de pouca mobilização do solo, na área do campo houve um leve diferença nas porcentagem em relação aos horizontes. No campo houve diferenças mínimas entre os valores do Horizonte A e B, onde o Campo foi o solo que maior obteve a porcentagem de areia tendo valores de argila abaixo dos demais solos. A textura das análises é dada pelo triangulo textural, representado na figura 1. Através dos valores porcentuais de argila, areia e silte obtidos nas análises laboratoriais, foi então feito uso do Triangulo Textural, onde chegou-se as seguintes Classificações para cada horizonte das áreas: Uso Hz Areia Silte Argila ADA ----------------------------(%)-------------------------- GF Mata A 30,0 35,3 34,6 8,4 76 Mata B 32,7 36,0 31,3 11,6 63 Lavoura A 24,2 45,7 30,1 12,0 60 Lavoura B 20,0 39,9 40,2 15,0 63 Campo A 47,9 30,4 21,7 15,3 23 Campo B 46,1 31,7 22,2 17,1 23 Tabela 1 – Textura do solo Fonte: Autores Mata A:Franco-argilosa Mata B:Franco-argilosa Lavoura A:Franca-argilosa Lavoura B:Argila Campo A:Franca Campo B:Franca Figura 1 – Triangulo Textural Fonte: LEMOS, Santos, 1984. De acordo com os valores apresentados a textura da mata é Franco-argilosa, lavoura é Franca-argilosa e Argila, e o campo é Franca. As partículas de argila contida num solo podem ser classificadas como argila total (AT) e argila dispersa em água (ADA) também denominada argila natural. A argila dispersa em água, obtida neste caso pelo método da pipeta, não é adicionado (NaOH), que faz a desagregação do solo. Deste modo a ADA não soma a argila contida nos agregados do solo. Enquanto, a argila total leva em consideração toda a argila contida no solo, até mesmo a argila contida nos agregados. A argila apresenta condutas diferentes em relação ao uso de solo, especialmente pelo fato do revolvimento, movimentação deste solo, na mata a uma estrutura bem formada, como podemos ver a um alto grau de floculação e pouca argila dispersa em agua, já na lavoura e campo a um baixo grau de floculação, onde a um grande revolvimento do solo. Determinados estudos agrícolas também podem interferir da dispersão da argila, como o Tabela 2- Umidade Gravimétrica (Ug) excesso de calagem e aplicação de fertilizantes, aumentando a argila dispersa. Outra prática que pode aumentar a dispersão da argila é o revolvimento do solo, pois deixa o matéria orgânica suscetível à ação oxidante, diminuindo- a. Umidade Gravimétrica Caracteristicamente, solos arenosos possuem menor porosidade total, porém uma maior quantidade de macroporos, e consequentemente, maior densidade do solo. Como podemos observar na tabela horizonte A da mata teve maior porosidade total e a segunda maior quantidade de Tabela 2 – Umidade Gravimétrica MSU+B MSS+B MB MSU MSS Ug Uso Hz -----------------------------------(g)-------------------------- (%) Mata A 105,6 92,77 50,7 54,8 42,0 30,48% Mata B 107,0 94,98 49,7 57,3 45,2 26,71% Lavoura A 83,38 76,11 50,3 33,0 25,8 28,16% Lavoura B 104,35 93,42 49,1 55,2 44,3 24,69% Campo A 92,02 79,36 44,0 48,0 35,3 35,80% Campo B 148,20 128,94 57,3 90,9 71,6 26,89% Como podemos observar na figura 2, há uma média de 29% de umidade entre os usos, havendo uma maior umidade no solo do campo, e devido ao fato de haver uma umidade na data da coleta, não ocorreu grandes diferenças na umidade. Fonte: Autores Nos horizontes mais superficiais a uma maior umidade, pelo fato de conter uma maior concentração de matéria orgânica, outro fator é a textura, quanto mais argiloso o solo, maior a adesão, mas quanto mais arenoso o solo menor a retenção de água nos horizontes. Densidade e Porosidade do Solo Tabela 3- Proporções relativas de Porosidade total (PT), Macro poros (MAC), Microporos (MIC) e Densidade do Solo (DS). PT MAC MIC Ds Uso Hz --------------------------(%)-------------------- (g.cm³) Mata A 63 17 45 0,86 Mata B 49 5 44 1,25 Lavoura A 42 5 38 1,38 Lavoura B 45 6 39 1,33 Campo A 50 3 3 1,31 Campo B 41 47 39 1,43 0% 10% 20% 30% 40% Lavoura Campo Mata A B macroporos, perdendo somente para o Campo. Solos com uma maior dimensão no espaço poroso em relação do volume de sólidos, possuem uma menor densidade. As raízes que são encontradas nos horizontes superficiais, realizam a formação de bioporos, alternando para maior a porosidade do solo. Outro fator que podem influenciar a porosidade é a matéria orgânica, que serve como um agregado de partículas. Embora do grande teor de areia neste solo, a baixa densidade existente está relacionado pelo alto teor de matéria orgânica, onde a mesma possui densidade menor de 1g.cm-3. Os solos que tem menor densidade, são mais propensos a compactação. O horizonte B ficou muito mais próximo do esperado, tendo porosidade total muito menor, quando comparada ao horizonte A do mesmo local. Isto representa que neste horizonte os fatores que alteram a porosidade estavam em menor concentração. Com menor porosidade total podemos claramente observar um aumento significativo da densidade, afetada pela textura. Neste caso, o solo da mata possuirá uma alta condutividade hidráulica, por causa da maior concentração de macroporos (quando comparado com a os demais, exceto o Hz B do Campo), porém menor retenção de água, que geralmente ocorre nos microporos (encontrados em maior quantidade no mesmo local). Quanto maior a concentração de argila maior será a quantidade de microporos, dando maior retenção de agua ao solo. No entanto, não houve grande variação de densidade entre os horizontes da lavoura, mesmo sendo um solo manejado. Sua densidade encontra-se entre 1,33 e 1,38 g.cm-3, característica de solos agrícolas, o que mostra que o manejo não alterou muito sua densidade. Novamente é possível perceber maior densidade no horizonte A, possivelmente devido ao tráfego de máquinas na área. Os valores de macro e microporos da lavoura correspondem a porosidade ideal, sendo aproximadamente 1/3 de macroporos e 2/3 de microporos do volume total de poros. Densidade de Partículas Tabela 4-Densidade de Partículas Uso Hz Dp média (g/cm³) Mata A 2,40 Mata B 2,47 Lavoura A 2,40 Lavoura B 2,47 Campo A 2,39 Campo B 2,66 Fonte: Autores Os horizontes superficiais apresentaram densidademenor, possivelmente pela maior concentração de matéria orgânica, que por sua vez, possui densidade média de aproximadamente 2,40g cm-3. Já os horizontes B apresentaram Dp maior, o que pode ter ocorrido principalmente pela redução do teor de matéria orgânica. A textura também é considerada um fator atuante na Dp. Solos mais arenosos como o campo apresentam maior Dp, devido ao fato de apresentarem quartzo como principal constituinte. Condutividade Hidráulica Tabela 5- Condutividade Hidráulica. Uso Hz Ks Média (mm/h) Mata A 3,28 Mata B 14,97 Lavoura A 0,01 Lavoura B 5,49 Campo A 0,17 Campo B 7,19 Fonte: Autores A partir dos dados obtidos (Tabela 05), constatamos que os solos da mata – principalmente no horizonte B – possuem maior condutividade hidráulica (Ks), favorecida principalmente pela presença de raízes e microrganismos que proporcionam a formação de bioporos. Outro fator influente na condutividade deste solo foi a textura, que em consequência da areia – encontrada em grande quantidade no campo – apresenta maior 0,17 7,19 3,28 14,97 0,01 5,49T ít u lo d o E ix o Ks(mm/h) quantidade de macroporos, pelos quais grande parte da água é conduzida. No solo da lavoura esperava-se que a condutividade hidráulica fosse maior no horizonte A e menor no horizonte B, devido ao fato de que o horizonte B possui um menor teor de matéria orgânica, porem ocorreu uma grande diferença na condutividade. Valores de Ks superficiais podem ser submetidos a variações pelo uso de mecanização, e também a uma grande ligação com os microporos e também com os macroporos. CONCLUSÃO A porosidade total do solo (PT) e a densidade do solo (Ds) são umas das principais propriedades do estudo de física do solo, e estão extremamente relacionadas umas com a outra. É possível analisar que a densidade do solo é afetada pela textura, porosidade e o teor de matéria orgânica do solo. Como exemplo, o solo da mata tem uma baixa densidade, especialmente no horizonte A, onde a mesma relacionada pelo teor de matéria orgânica, onde tem a densidade menor que 1g/cm³. Para o horizonte B da mata, a porosidade total do solo é fator para o aumento da densidade do solo, juntamente com a textura, isso devido ao grande teor de argila. Avaliando os três casos, os elevados teores de argila e silte, podem ser os causadores pela alta retenção de agua do solo, devido a formação de microporos, que tem característica pela ancoragem da agua, outro fator da retenção, pode-se dita pela baixa condutividade hidráulica do solo. Deve- se destacar a importância do cuidado do manejo do solo em relação ao trafego de maquinários e outras práticas agrícolas no solo. No solo da mata, mais respectivo no horizonte B, a ala condutividade hidráulica (Ks) esta relacionada a grande presença de raízes e microorganimos que causaram a formação de bioporos. No entanto, o solo da lavoura e campo, com o menor valor de condutividade hidráulica, poderá estar relacionada ao manejo, que influencia diretamente nas camadas superficiais. As propriedades físicas dos solos tem grande consequência na forma de manejo deste solo, como será utilizado aquele solo para que seja pouco danificado ou perdido, afim de formar um solo ideal para aquele local, levando em conta que as diferentes propriedades do solo tem uma grande interligação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Manual de métodos de análise de solo / Centro Nacional de Pesquisa de Solos. – 2. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro, 1997. BERNARDO, S; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. Viçosa: UFV, 2006. 625 pg. FORSYTHE, W. Fisica de suelos. Manual de laboratório. Costa Rica, Instituto Interamericano de Ciencias Agricolas, 1975. 212p. LIER, Quirijin de Jong van. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Física do Solo, 1ª edição, pag. 03, 2010. LIMA,R.M. Fernades, LUZ,J.A. Medeiros. Análise granulométrica por técnicas que se baseiam na sedimentação gravitacional: Preto,MG.2001. Lei Stokes.Ouro PROCHNOW, Luís Ignácio; ROSSI, Fabrício. Análise De Solo e Recomendação de Calagem e Adubação. Viçosa, MG, 2009. Pg. 38 e 41. REINERT, D, J; REICHERT, J, M. Propriedades Física do Solo. Santa Maria, Rio Grande do Sul: Universidade Federal De Santa Maria Centro de Ciências Rurais, 2006. SANTA CATARINA – Secretaria de Estado de Coordenação Geral e Planejamento. Subsecretaria de Estudos Geográficos e Estatísticos. Atlas Escolar de Santa Catarina. Aero foto Cruzeiro/IOESC, Rio de Janeiro, 1991. SILVA, Álvaro Pires, Prof. Doutor, Esalq, Departamento de Física do solo. Pircicaba, 2010. STÜRMER, Sidinei Leandro Klöckner; VALICHESKI, Romano; Propriedades físicas do solo. – Rio do Sul – SC, Instituto Federal Catarinense, Campus Rio do Sul, 2012. CARPENEDO, V.; MIELNICZUK, J. Estado de agregação e qualidade de agregados de latossolos roxos, submetidos a diferentes sistemas de manejo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.14, n.1, p.99-105, 1990. KLEIN, Roberto M.; REITZ, Raulino. O Reino Vegetal de Rio do Sul. Sellowia. Itajaí: Anais do Herbário Barbosa Rodrigues. Número 16. Dez 1964.
Compartilhar