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Cenacarta 
 
UUEEMM -- FFaacc.. LLeettrraass 
 DDeepp.. GGeeooggrraaffiiaa 
 
 Centro Nacional de 
Cartografia e Teledetecção 
 
 
 
 
 
 
 
APONTAMENTOS DE TELEDETECÇÃO 
 
 
Fascículo I: 
 
Satélites e Princípios Físicos da Teledetecção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agosto/Setembro de 2003 Por: Engº Manuel Ferrão 
 
I. Classificação dos satélites 
 
Satélite é qualquer objecto que gira em torno de outro de maiores dimensões. 
O primeiro satélite artificial (Sputnik I) foi lançado no espaço pelos soviéticos em 1957, para fins 
meramente experimentais. 
 
 
Fig. 1: Sputnik I 
Em 1959, os americanos colocaram em órbita o satélite Explorer 8, levando a bordo o primeiro 
instrumento (radiómetro de radiação global - ERBE) para a observação da atmosfera. 
 
Fig. 2: Explorer I 
 
Hoje, gravitam em redor da terra milhares de engenhos, dos quais centenas são satélites de 
trabalho. 
 
O acelerado desenvolvimento tecnológico no ramo espacial, ao longo dos últim
acompanhada de uma consequente evolução na classificação dos satélites. Actualm
podem-se agrupar nos seguintes tipos, consoante a sua finalidade (aquém da espion
‰ Satélites Meteorológicos – para o estudo da atmosfera e previsão do tem
‰ Satélites de Comunicação – que estabelecem ligações telefónicas, trans
ou emitem sinais para os sistemas de posicionamento global (GPS); 
‰ Satélites Ambientais – para o estudo das condições e mudanças ambientai
‰ Satélites de Observação da Terra – para o estudo e investigação da su
Estes últimos são, também, designados por Satélites de Teledetecção. 
 
os anos, tem sido 
ente, os satélites 
agem): 
po; 
missões televisivas 
s; 
perfície terrestre. 
2 
II. Órbitas dos Satélites 
De acordo com a missão a realizar, os satélites são posicionados em duas órbitas fundamentais: 
• Órbita geoestacionária ou geosíncrona, na qual a velocidade de translação do satélite é 
igual à da rotação da Terra; 
• Órbita polar ou heliosíncrona, na qual o plano de translação do satélite é fixo em relação ao 
Sol, compensando deste modo o movimento de translação da Terra, independentemente da 
sua rotação. 
 
 
Fig. 3: Satélites meteorológicos correntes em suas órbitas 
 
Para além das duas órbitas fundamentais referidas anteriormente, existem outras órbitas de 
serviço, tais como: 
• Órbita hiperbólica ou aberta, que se utiliza no lançamento do satélite e que o permite 
escapar do solo mediante uma velocidade inicial; 
• Órbita excêntrica, que se utiliza como órbita de transferência, para passar para a órbita 
geoestacionária ou para a heliosíncrona. 
 3 
1. Os Satélites Geoestacionários 
 
Os satélites geoestacionários ficam permanentemente sobre a linha do Equador e estão 
sincronizados com o movimento de rotação da Terra, gravitando a uma velocidade de 15º de 
longitude por hora. Como possuem o mesmo sentido de rotação que o da Terra e a excentricidade da 
sua órbita é nula, estes satélites parecem estar parados e a observar o mesmo ponto da superfície 
terrestre, a uma altitude de cerca de 36.000 Km. 
São exemplos deste tipo os satélites de comunicação, alguns satélites meteorológicos e alguns 
satélites ambientais. 
 
Fig. 4: Funcionamento de um satélite geoestacionário 
Na órbita geoestacionária o satélite pode observar uma região circular com um raio aproximado de 
até 70° de latitude. Entretanto, devido às deformações relacionadas à curvatura da superfície 
terrestre, a área de observação é limitada. Habitualmente, na prática das análises numéricas, os 
dados dos satélites geoestacionários se restringem àqueles de uma área limitada por um círculo com 
raio de até 55° de latitude, com o centro no ponto subsatélite, e com raio de até 65° de latitude nas 
analises qualitativas (não-numérica). 
Na realidade, o satélite geoestacionário não é 'estacionário' em relação à Terra no sentido estrito, 
porque praticamente não fica por um longo tempo em um único ponto. Move-se variando a posição em 
relação à Terra e com movimentos vinculados a diferentes factores. Além disso, visto que o campo 
 4 
gravitacional terrestre não é homogéneo, o satélite fica sujeito ao gradiente da força da gravitação 
ao longo da trajectória orbital, por isso se move no sentido do ponto em que a força da gravitação 
tem valor máximo em sua órbita. O deslocamento do satélite, devido ao efeito gravitacional, é de 
aproximadamente 1° de longitude por mês. Na prática, para compensar esse efeito, a estação de 
comando e de controle do satélite faz a correcção orbital a cada 4 a 6 semanas. Além desse efeito, 
o outro se deve à radiação solar que exerce uma pressão sobre o satélite. O resultado dessa pressão 
é um desvio da posição orbital do satélite em relação ao plano equatorial da Terra. A pressão da 
radiação solar induz um giro na órbita do satélite em 0,8° por ano (em relação ao plano equatorial). 
Para compensar esse efeito, também é feita a correcção da órbita na frequência de 3 a 4 vezes por 
ano. 
Pelas razões descritas, é muito importante proceder e controlar a posição e a altitude dos satélites. 
Para esse propósito são aplicados dois métodos básicos de controle: 
a. O método da "triangulação". O centro de controle e comando envia um sinal de comando (sinal de 
controle) para o satélite. Ao receber o sinal, o satélite imediatamente responde através de seu 
retransmissor para duas outras estações de controle que ficam em lados opostos em relação ao da 
linha do equador. Usando as diferenças de tempos entre o instante do sinal enviado e o instante de 
recepção do sinal retransmitido pelo satélite para os três pontos de controle, calcula-se a posição do 
satélite e a altura de sua órbita através da técnica de triangulação. 
b. No outro método procede-se o monitoramento de diferentes pontos de referência fixos e 
localizados em regiões especiais na superfície da Terra. Quando o satélite geoestacionário muda a 
posição em relação à Terra, devido a agentes e forças externas, os pontos de referência e 
orientação também mudam suas posições na imagem (proporcionada pelo satélite) da Terra. Assim, 
com uma sequência de imagens pode-se estimar o movimento do satélite. 
 
2. Satélites Polares 
 
Os satélites polares estão sincronizados com o Sol, cruzando os pólos Norte e Sul a uma altitude de 
200 a 1000 Km, mais baixa que a dos satélites geoestacionários. Enquanto descrevem a sua órbita, a 
Terra executa o seu movimento de rotação permanecendo, os satélites, num plano constante em 
relação ao Sol. Daqui se designarem, também, de heliosíncronos. Assim, todas as regiões da 
superfície terrestre acabam por passar sob o seu campo de visão. 
 5 
Em cada órbita completa, a Terra faz uma rotação de aproximadamente 30º de longitude, sendo 
necessárias várias órbitas para cobri-la completamente. Num intervalo de tempo determinado, os 
satélites polares voltam a cobrir a zona de partida. 
 
 
Fig. 5: a) Principais órbitas dos satélites b) Cobertura do satélite em órbita polar 
São exemplos deste tipo os satélites de observação da Terra, alguns satélites meteorológicos e 
alguns satélites ambientais. 
Uma variante do satélite polar é o de órbita inclinada ou oblíqua. Este, faz a cobertura da Terra de 
uma forma assimétrica, com uma inclinação variável em relação aos satélite polar normal. 
 
III. Sistemas de Sensores 
Os sistemas de sensores são equipamentos que estão a bordo dos satélites e sua função é captar e 
registrar a energia electromagnética proveniente dos objectos na superfície terrestre. Sem eles 
não seria possível para o satélite obter imagens, ele estaria literalmente “cego”. 
Da mesma forma como nós captamosas cores dos objectos através dos nossos olhos (sensores 
naturais), os sensores a bordo dos satélites captam a energia electromagnética que é reflectida ou 
emitida pelos objectos da superfície terrestre. 
Os sensores podem ser classificados de várias formas, porém existe uma diferença básica que 
permite caracterizá-los em apenas duas classes: ATIVOS E PASSIVOS. 
 6 
 
Fig. 6: Sistemas activo e passivo nos satélites 
Este tipo de classificação refere-se à capacidade do sensor de emitir a energia que irá interagir 
com os objectos. Se não emitir energia, é passivo. Se emitir, é activo. 
 
1. O Sistema passivo emprega lentes ou foto-díodos como detectores e opera, geralmente, no 
espectro visível e infravermelho. Nesta categoria estão a câmara fotográfica, a câmara televisiva e 
o radiómetro de varrimento (scanner). O radiómetro de microondas é, também, um sensor passivo, 
funcionando no espectro das microondas e só mede a radiação térmica da superfície terrestre. 
A maioria dos satélites de teledetecção são PASSIVOS, isto quer dizer que o sensor capta a 
energia originada de uma fonte externa ao sistema sensor. 
A principal fonte de energia disponível para estes fins é a energia do Sol que incide sobre o nosso 
planeta e que é captada pelos sensores depois de haver interagido com a superfície e a atmosfera. 
 
Fig. 7: A interacção da radiação com um sistema passivo 
 7 
2. O Sistema activo utiliza u
espectro da microondas. Dest
particular, o Radar (Radio dete
O radar é um sistema activo
reflectida logo após à sua inte
designados por radiómetros 
electromagnético. 
Graças ao seu cumprimento 
atmosfera, os radares podem
importantes sobre áreas com
qualquer momento, tanto de di
De acordo com o tamanho da s
• Real Aperture Radar (R
• Synthetic Aperture Ra
 
Nos RAR o tamanho da antena
seu fácil desenho e construçã
cumprimentos de onda mais cu
 
Os SAR são mais coerentes e
virtual móvel) consiste em s
pequenas aberturas por onde s
 
 
ma antena para difundir (emitir) e receber de volta a radiação, no 
e sistema faz parte o escatolómetro (scatter significa difundir) e, em 
ction and ranging) e o Lidar (Light detection and ranging). 
 que emite um feixe energético de microondas e regista a energia 
racção com a superfície ou com os objectos. Os radares são também 
activos de microondas e funcionam entre 1 cm e 1 m do espectro 
de onda que é maior que o tamanho da maioria das partículas na 
 operar em quaisquer condições atmosféricas e realizar aplicações 
 grande nublosidade. Ademais, o registo dos dados pode ser feito a 
a como de noite, já que possuem a sua própria fonte de energia. 
ua antena, empregam-se actualmente os seguintes tipos de radares: 
AR) 
dar (SAR) 
 é controlada pelo seu cumprimento físico. A vantagem destes é o do 
o. Contudo, a sua resolução é pobre e o seu alcance fica limitado aos 
rtas, tornando difícil a sua aplicação aos estudos atmosféricos. 
 geram imagens de alta resolução. A sua abertura sintética (antena 
intetizar uma abertura angular grande numa série sucessivas de 
ão transmitidos e recebidos os sinais (pulsos). 
 
Fig. 8: Varrimento de um objecto com o SAR 
8 
O Lidar é um SAR que mede a radiaçã
cumprimento de onda mais curto que 
de observação. Contudo, não consegue
O Lidar é mais utilizado na colheita d
icebergs nos oceanos e a altura do rel
estrutura e a copa da vegetação, de m
 
3. Vantagens e desvantagens 
Cada um dos sistemas mencionados po
passivo possui maior fidelidade geomé
menor tamanho e menor custo de a
terrestre para poder operar e o 
atmosféricas. 
A grande vantagem do sistema acti
penetrando as nuvens ou nevoeiros. 
emite a sua própria radiação em direc
(dia ou noite). As suas imagens são, co
 
 
 
o através de um feixe de raios laser. Estes raios possuem um 
os empregues no Radar, o que permite obter maiores detalhes 
m penetrar as nuvens. 
e informação topográfica tal como a espessura do gelo e dos 
evo no solo. Pretende-se, futuramente, utilizá-los para medir a 
odo a se poder estimar a biomassa e o desflorestamento. 
ssui vantagens e desvantagens. Em relação ao activo, o sistema 
trica, melhor resolução espacial, melhor precisão radiométrica, 
quisição. Em contrapartida, necessita da radiação solar ou 
seu funcionamento poder ser afectado pelas condições 
 
vo é o de não ser afectado pelas condições atmosféricas, 
Para além disso, não precisa da luz solar para funcionar pois 
ção aos objectos. Assim, pode funcionar em qualquer período 
ntudo, mais difíceis de serem processadas e interpretadas. 
Fig. 9 Tipos de Sensores 
9 
IV. A Teledetecção 
1. Conceito e definição 
Como o próprio nome indica, a Teledetecção é uma arte ou ciência de detectar à distância a radiação 
electromagnética proveniente da Terra, quer seja reflectida quer emitida pela mesma. A radiação 
que a superfície da Terra reflecte está concentrada no espectro visível, enquanto que a emitida é, 
principalmente, do tipo Infravermelho (IR). Esta última, denomina-se, também, emissão do corpo 
negro. 
Como ciência, técnica ou arte de detectar à distância, a Teledetecção evoluiu significativamente nas 
últimas décadas. Hoje em dia, o termo teledetecção utiliza-se mais para descrever as actividades 
que determinados veículos espaciais e satélites realizam empregando diversos tipos de sensores. 
A comunidade científica, porém, estabelece alguns parâmetros no conceito desta tecnologia, sendo 
mais comuns as seguintes definições de Teledetecção: 
ƒ Ciência ou arte de adquirir e processar informação da superfície terrestre a partir de 
sensores instalados em plataformas ou veículos espaciais, utilizando a interacção da energia 
electromagnética entre o sensor e a Terra; 
ƒ Obtenção de imagens ou outro tipo de informação acerca de um objecto empregando 
técnicas de medição à distância, com a finalidade de utilizar os dados obtidos após o seu 
processamento; 
ƒ Colecção de informações sobre um objecto sem estar em contacto físico com ele. 
 
Pelo exposto acima, pode-se presumir que o termo teledetecção é restritivo a métodos que 
empregam a energia electromagnética como meio de detectar e medir as características de um 
objecto. Por isso, convencionemos como a mais completa, a seguinte definição: 
Teledetecção é a ciência ou arte de obter informações sobre as características físicas e 
biológicas de objectos, áreas ou fenómenos, através da análise de dados obtidos com medições 
feitas à distância, sem contacto material com elas. 
 
 10 
2. Radiação electromagnética 
A radiação electromagnética é o fenómeno que permite transmitir a energia sem suporte físico, a 
partir da fonte para qualquer direcção, em forma de superposição de campos magnético e eléctrico. 
A radiação pode ser medida em termos de potência, intensidade ou potência por unidade de 
superfície (radiância e emitância). Como a radiação se propaga pelo espaço incidindo sobre a matéria 
e modificando-a, é possível detectá-la através dos sensores que a transformam em sinal eléctrico 
para a sua devida análise e estudo, donde se obtêm valores numéricos. 
 
A radiação detectada pelos sensores passivos é proveniente de três fontes principais: o Sol, a Terra 
(inclui as águas) e a Atmosfera. A radiação electromagnética incidente de origem solar é afectada, 
no processo da sua transmissão, por alguns fenómenos atmosféricos: absorção, difusão (scattering) 
e refracção. 
A emissão terrestre é, também, afectada por alguns fenómenos. A figura 10 mostra, de forma 
simplificada, os diferentes fenómenos que podem afectar o percurso da radiação. 
 
Fig. 10: Interacção da radiação com o meio de transmissãoA radiação de ondas curtas emitidas pelo Sol passa pela atmosfera e parte dela vai sendo 
sucessivamente absorvida pelos gases, pelas nuvens e pela superfície terrestre. Outra parte é 
 11 
refractada e difractada (difundida) na atmosfera. A restante é reflectida (reemitida) pelas nuvens 
e pela superfície terrestre. 
Pela incidência da radiação s
aquece e atua, por sua ve
comprimento de onda longa. 
(difusão) enquanto a radiaçã
alterada pelos componentes a
Portanto, os sensores dos s
emissoras, após aquela sofrer
 
3. As Leis da radiação de u
Todo o corpo a uma temperat
maior é a energia emitida. 
A Função de Planck constit
radiante de um corpo à temp
função (ver fig. 11), onde C1
chama-se corpo negro. A rad
 
 
olar, o sistema terrestre (atmosfera, nuvens e superfície terrestre) 
z, como fonte emissora, porém, no espectro electromagnético de 
A partir daqui reinicia o processo de absorção, refracção, difracção 
o térmica caminha em direcção ao espaço, somente interrompida ou 
tmosféricos. 
atélites medem a energia radiante proveniente de distintas fontes 
 uma série de efeitos no sistema terrestre. 
m corpo negro 
ura T emite radiação electromagnética. Quanto maior é a temperatura, 
ui uma das equações básicas da radiação. Ela determina que a energia 
eratura T num determinado comprimento de onda λ, é traduzida pela 
 e C2 são constantes. Um corpo que cumpra com a função de Planck 
iância B de um corpo negro é independente da direcção de emissão. 
 
Fig. 11: As principais Leis da radiação 
12 
Integrando todos os comprimentos de onda na Constante de Planck, teríamos na área baixa, a curva 
de emissão. Assim, pode-se determinar que a energia total de um corpo negro é proporcional à 
quarta potência da sua temperatura. Esta é a Lei de Stefan-Boltzmann (ver fig. 11). 
 
Outra Lei importante derivada da Função de Planck é a Lei de Wien: o produto do comprimento de 
onda máxima de emissão de um corpo negro (λmax) pela temperatura (T) a que o corpo se encontra, 
é constante (ver fig. 11). 
Por último, a Lei de Rayleigh-Jeans que é, em si mesma, uma aproximação da Função de Planck: Para 
os comprimentos de onda associados às temperaturas de emissão da terra e da atmosfera, a função 
de Planck reduz-se a que a energia emitida é proporcional à temperatura T do corpo radiante (fig. 
11). 
As três últimas leis foram empiricamente descobertas antes da função básica de emissão do corpo 
negro. 
 
4. Outra Leis da radiação de um corpo cinzento 
A matéria real não se comporta como um corpo negro (ideal). Define-se a emitância ou emissividade 
de um corpo, a uma temperatura T, como o cociente entre a radiação emitida num dado comprimento 
de onda e aquela que emitiria se fosse um corpo ideal (negro). Portanto, a emissividade de um corpo 
mede até que ponto o corpo se comporta como ideal e o seu valor varia de 0 a 1. Quanto mais alta, 
mais próximo é do ideal. 
O Sol e a Terra são considerados corpos ideais porque a sua emissividade é próxima de 1. Em abuso 
de linguagem, podemos considerar corpos ideais os materiais utilizados na construção de alguns tipos 
de sensores, pois a sua emitância é também quase igual a 1. 
Por outro lado, a conservação de energia requer que a radiação incidente sobre um corpo esteja 
dividida em três partes: uma é absorvida, outra é reflectida e a última é transmitida. Se a 
dividirmos pela radiação incidente original, teremos uma expressão mais fácil de manipular, que em 
último extremo expressa um conjunto de propriedades da matéria, através dos coeficientes de 
absorção, reflexão e transmissão. 
 13 
Por último, podemos dizer que se um corpo se encontra em equilíbrio termodinâmico a uma dada 
temperatura T, a quantidade de energia emitida é igual à absorvida, pelo que o coeficiente de 
absorção é igual ao da emissão (Lei de Kirchhoff). O corpo negro ou corpo ideal é um conceito 
físico que representa um corpo em equilíbrio térmico com o meio que o circunda. Toda a energia que 
ele recebe é totalmente absorvida e maximamente reemitida sob forma de ondas electromagnéticas. 
 
É importante destacar que a emissividade das nuvens (gotículas de água) decresce com a diminuição 
do comprimento de onda. Isto quer dizer que a emissividade de uma nuvem decresce ao ser 
observada num canal de resolução espectral de 3.9 µm em relação a um de 11 µm. De acordo com a 
Lei de Kirchhoff, as substâncias de pobre emissão são, também, de pobre absorção para os mesmos 
comprimentos de onda. Portanto, é possível ‘ver’ através das nuvens com o canal de 3.9 µm e quase 
impossível com o canal de 11 µm. 
 
Fig. 12: Outras Leis da radiação 
5. Reflexão, Difusão e absorção na atmosfera 
Grande quantidade de energia de volta ao espaço e observada pelos sensores dos satélites, 
encontra-se no espectro visível (0.4 – 0.7 µm). No espectro visível são fundamentais as propriedades 
de reflectividade da terra e da atmosfera. O cociente entre a energia reflectida e a radiação 
 14 
incidente é conhecida por reflectância de um objecto ou de uma superfície. A reflectância pode 
variar ou mudar dependendo de vários factores: 
• A iluminação solar que, por sua vez, depende da latitude do lugar, da época do ano, da hora, 
etc.; 
• A direcção dos raios solares em relação ao objecto ou superfície observada; 
• A direcção do sensor em relação ao objecto que observa; 
• As mudanças que podem ocorrer na própria superfície reflectora (por ex. se a maré for 
baixa e calma, a superfície das águas actua como um bom espelho; se a superfície reflectora 
for uma nuvem, as partes mais espessas reflectirão mais que as mais finas; etc.) 
A reflectância caracteriza o estado das superfícies naturais. Para medi-la, empregam-se 
radiómetros convencionais. E, é através destes que obtemos as assinaturas espectrais (curvas de 
reflectância espectral) dos objectos ou superfícies, num determinado estado físico (vegetação, solo 
seco, solo húmido, água túrbida, água límpida, etc.). 
 
A difusão ou difracção ocorre quando a radiação incidente é difundida pelos gases que formam a 
atmosfera. Por outras palavras, dá-se a difracção quando a radiação incidente ‘choca’, na atmosfera, 
com algumas moléculas gasosas de comprimento de onda inferior à sua ou com partículas de poeira e 
gotículas de água de comprimento de onda similar à sua, difundindo-se nelas (daqui o nome de 
difusão). Em difracção não há absorção de energia. Os comprimentos de onda curta (espectro 
visível) são mais difundidas que as ondas longas (IR térmico). 
No primeiro caso, as moléculas gasosas mais relevantes são o N2 e o O2. A cor azul do céu, durante o 
dia, é devida ao fenómeno da difusão: a parte azul da radiação visível do Sol é mais difundida que a 
vermelha, dando-nos a impressão de que a abóbada celeste é de cor azul. À tardinha, quando o Sol 
está a desaparecer do horizonte, a parte azul desaparece mais depressa porque o seu comprimento 
de onda é mais curto. Assim, ficamos com a impressão de que a abóbada celeste fica avermelhada 
pois por ser mais comprido o comprimento de onda da parte vermelha da radiação visível, leva mais 
tempo a desaparecer. 
O fenómeno da difusão só afecta a parte visível da radiação, provocando uma redução de contraste 
nas imagens captadas pelos satélites nessa banda. 
 15 
No segundo caso, quando entram em cena as partículas de poeira e gotículas de água, tanto o visível 
como o infravermelho (IR) ficam afectados. Nas imagens satélite as nuvens aparecem de cor branca 
por causa da difusão provocada pelas gotículas de água. 
 
Resumindo: na difusão não existe absorção de energia. A difusão é em função do comprimento de 
onda e do tamanho das partículas difusoras. Na aproximaçãode Rayleigh-Jeans as partículas ou 
moléculas são mais pequenas que o comprimento de onda e o grau de difusão é inversamente 
proporcional à quarta potência do comprimento de onda. Assim, comprimentos de onda curta do 
espectro visível são mais difundidas que os das ondas longas do infravermelho térmico. 
 
Na figura seguinte podemos ver as curvas associadas a um corpo negro que emite a 6000ºK 
(temperatura do Sol) e outro a 300ºK (Terra). Os máximos de emissão se concentram nos 0.5 µm e 
11 µm, respectivamente. 
 
Fig. 13: A radiância dos corpos negros em função do comprimento de onda 
 16 
A absorção é o fenómeno que mais afecta a ‘visão’ dos sensores dos satélites por causa dos gases 
que absorvem parte da radiação emitida ou reflectida, ao longo do espectro electromagnético e em 
função do comprimento de onda. 
Para melhor percebermos este fenómeno vejamos, primeiro, a composição da atmosfera e os níveis 
de absorção respectiva. 
a) Na camada mais baixa da troposfera, junto a solo, a atmosfera é composta essencialmente por 
oxigénio (O2) e azoto (N2). Quase ao mesmo nível e um pouco mais acima, outros gases causam 
perturbações mais significativas à trajectória da radiação: 
i. H2O – vapor de água (não confundir com as nuvens ou bruma matinal formados por pequenas 
gotículas de água!). A sua quantidade na atmosfera é variável em função do tempo e do 
espaço e somente absorve pequena parte do espectro visível mas, grande parte do 
infravermelho próximo e quase que a totalidade do infravermelho térmico. Somente o vapor 
de água absorve 5 vezes mais que o resto dos gases, juntos. Mas, lembremo-nos que o vapor 
de água, embora nocivo para os sensores, é o responsável pela humidade na atmosfera, sem a 
qual a respiração não seria possível nos seres humanos. 
A bruma matinal e as nuvens absorvem quase que completamente o visível e grande parte do 
infravermelho próximo. 
ii. CO2 – gás carbónico, mais conhecido por dióxido de carbono. Este, absorve parte do 
infravermelho próximo e toda a radiação com comprimento de onda superior a 14 µm 
(infravermelho térmico). 
O gás carbónico protege a Terra, formando uma camada isoladora em sua volta que evita a 
fuga do calor para o espaço. Com o aumento dos combustíveis fósseis que libertam 
consideráveis quantidades deste gás, a camada isoladora é reforçada e começa a provocar 
um nítido sobre-aquecimento na troposfera (efeito de estufa ou, greenhouse effect). 
 
b) Na camada intermédia, estratosfera, aparecem outros gases sendo o mais significativo o ozono 
(O3). Este gás absorve a radiação ultravioleta e toda a radiação de comprimento de onda inferior 
a 0.3 µm. 
 17 
 
O ozono constitui na atmo a a protecção da espécie 
humana. Este gás filtra as ra
e raios cósmicos). Geralment
entre os 15 e os 35 Km de alt
O ozono é altamente react
compostos contendo cloro
clorofluorcarbonetos (CFC), 
e em outras partes da indús
internacionais. O processo 
químicas e em função da temp
A estratosfera, já em si fr
camada isoladora do CO2), p
global da camada de ozono. 
Um caso particular de dest
continente, isolado de outra
temperaturas frígidas e sem
destruição da camada do oz
ozono’ em meados da década
nesse continente, relativamen
sfera um filtro importantíssimo par
18 
 
 
diações que nos podem ser nocivas (ultravioleta, Raios X, Raios λ 
e designado por camada de ozono pelos media, este gás situa-se 
itude, na estratosfera.
ivo à radiação ultravioleta, mas, é facilmente destruído pelos 
 e brómio, que resultam da decomposição química dos 
antes produzidos e utilizados nos aparelhos de frio, refrigeração 
tria contemporânea mas actualmente banidos pelas convenções 
da decomposição dos CFC é uma rede complexa de reacções 
eratura. Em geral, quanto mais frio, mais fortes são as reacções. 
ia e privada do calor proveniente da troposfera (barrado pela 
ode intensificar o seu arrefecimento, acentuando a degradação 
ruição acelerada da camada de ozono é o da Antárctica. Este 
s partes do mundo, possui o seu próprio sistema climático com 
 sol durante o inverno. Aí, as oportunidades são ideais para a 
ono. Isto, explica os motivos do aparecimento do ‘buraco de 
 de 80 na Antárctica e o porquê da maior diminuição desse gás 
te aos outros. 
 
Fig. 14: Níveis de absorção na atmosfera 
c) Na ionosfera, aproximadamente a 100 Km de altitude, o O2 é substituído pelo monóxido de 
oxigénio, representado por O. Mais acima, começa a notar-se uma forte presença de hélio (He) e 
hidrogénio (H2), que não interferem muito na ‘visão’ dos sensores. 
 
Janelas atmosféricas 
A pesar da absorção que impede a livre passagem da radiação na atmosfera, existem intervalos no 
espectro electromagnético onde a radiação escapa facilmente da troposfera para o espaço exterior. 
Estes intervalos tomam o nome de janelas atmosféricas. 
 
Comprimento de onda Janela 
<300 nm absorvida pelo ozono 
300-900 nm Janela do UV-visível-IR próximo 
1-5 µm Janela do IR, entre H2O e CO2 
8-20 µm Janela do IR 
1.3 cm-1.9 mm Janela entre centímetros e milímetros 
1.8-1.1 mm Janela dos milímetros 
0.8, 0.45, 0.35 mm Janela dos sub-milímetros 
2 cm-10 m Janela das ondas de rádio 
>10 m Absorção ionosférica 
Fig. 15: A Absorção e respectivas janelas atmosféricas 
 19 
6. O espectro electromagnético 
As ondas electromagnéticas se definem como a propagação de um campo eléctrico e um campo 
magnético no espaço. Os dois campos são perpendiculares e a direcção de propagação é também 
perpendicular a ambos. Ao conjunto de todos os comprimentos de onda onde se apresenta a radiação 
electromagnética se chama de espectro electromagnético e este é contínuo (ver figura 16). 
 
 
Fig. 16: O espectro electromagnético 
 
O espectro electromagnético estende-se desde os comprimentos de onda muito curtos (raios 
cósmicos, à esquerda dos raios gama representados na fig. 16) até aos comprimentos de onda muito 
longos (ondas de rádio). Somente uma pequeníssima parte deste espectro é visível ao olho humano 
(espectro visível). Algumas partes não visíveis pelo olho humano podem ser captadas e registadas em 
filmes fotográficos (espectro infravermelho) e outras só podem ser detectadas por outro tipo de 
sensores. 
A unidade mais usada para medir o comprimento do espectro electromagnético é o mícron (µm). Um 
mícron é igual a 1x10-6 metros. 
A Teledetecção situa-se no e para além do visível. Os fenómenos envolvidos são específicos para 
diferentes comprimentos de onda. Os sensores dos satélites medem e registam a radiação 
electromagnética. 
 20 
O comportamento dos corpos ante a incidência da radiação electromagnética designa-se por 
Resposta espectral ou reflectância espectral. Esta, não é sempre a mesma e depende de vários 
factores: 
• Ângulo de incidência; 
• Aspectos do relevo; 
• Interacção atmosférica com os diversos comprimentos de onda; 
• Variações ambientais; 
• Ângulo de observação. 
A textura do corpo influi na reflectância espectral, pelo que no mesmo comprimento de onda, a 
resposta mais baixa se encontra na água, aumentando no solo, vegetação e na neve. A neve fresca é 
um dos corpos naturais mais fortemente reflectidos no espectro visível, decrescendo no 
infravermelho próximo. Quando começa a absorver impurezas, deixa de ser neve fresca e a sua 
resposta diminui. A reflectância do gelo depende das impurezas nele contidas. Porém, a sua 
reflectância especular (quando o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflectância) é bastante 
alta. 
 
É possível medir a intensidade da luz saída de um objecto e comparar o seu valor com a intensidade 
incidente da luz solar. Fazendo isto numa porção pequena do espectro electromagnético,podem-se 
traçar as curvas de reflectância espectral de cada objecto (ver fig. 17). 
A resposta da água varia consoante o comprimento de onda dentro do espectro visível e 
infravermelho. À medida que o comprimento de onda cresce, a resposta espectral é menor. Por outro 
lado, a resposta espectral é, também, influenciada pela profundidade e pela sua qualidade. Quanto 
mais límpida, mais absorve a radiação pois são poucos os sedimentos que possui no seu fundo. Nas 
imagens satélite a água aparece em diversas tonalidades de azul, consoante a sua qualidade. 
A resposta do solo à reflectividade dos comprimentos de onda é influenciada por características 
tais como a sua composição química, a textura, a estrutura e o teor de humidade. A reflectividade é, 
geralmente, média e de forma crescente no visível e infravermelho próximo. O conteúdo de matéria 
orgânica no solo reduz a sua resposta espectral. 
O solo seco tem uma resposta maior que o solo húmido e aparece em tonalidades de cor clara nas 
imagens. Contudo, existem alguns tipos de solo tais como os ‘vertilsols’ que, independentemente do 
 21 
teor de humidade, aparecem sempre de cor escura nas imagens, por causa do alto teor de matéria 
orgânica. 
 
 
Comprimento de onda (µm) 
Água limpa Água túrbida Vegetação Solo arenoso-argiloso Solo escuro 
7: As cu lectâ
Nas 
as c
resp
Os m
azula
A re
somb
uma 
próx
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50%
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rochas, a resposta 
obre, se a houver.
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ra, geometria das 
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Fig. 1
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 A patina, por
o. 
 aparecem nas ima
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ão é influenciada 
folhas, etc.) e pelo
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 vermelha, numa com
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binação falsa
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as imagens satélite a v
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 da vegetação que 
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ico, proporção de 
 e saudável possui 
e no infravermelho 
orvem quase que 
 1.35 µm)cerca de 
egetação verde e 
22 
7. Resolução 
A resolução de um sensor é a sua habilidade em registar informação em detalhe nas distintas curvas 
de reflectância espectral. A resolução depende da capacidade que o sensor possui para distinguir as 
variações da energia electromagnética, discriminar o detalhe espacial e espectral e, ainda, a 
frequência da sua passagem sobre o mesmo objecto. Consoante estes diversos factores, a imagem 
satélite pode-se caracterizar pelos seguintes tipos de resolução: 
Resolução espacial – define o tamanho do pixel, que corresponde à unidade mínima de informação de 
uma imagem. As imagens satélite são constituídas por pontos elementares com um determinado valor 
abaixo do qual não é possível diferenciar os objectos. Este ponto elementar designa-se por pixel e 
integra o valor de cada uma das respostas espectrais (vegetação, solo, água, etc.). Só é possível 
discriminar na imagem elementos de tamanho superior à resolução espacial. 
Nos sensores ópticos, a resolução espacial, ou simplesmente conhecida por resolução, depende do 
material e da tecnologia de fabrico dos detectores e a altitude do satélite. Nos sensores de antena, 
a resolução depende essencialmente do seu raio de abertura, do comprimento de onda e também, da 
altitude. A resolução espacial está relacionada com a escala de trabalho e a fiabilidade dos dados. 
Resolução espectral - é o alcance das bandas espectrais do sensor, como por exemplo : Visível (0.4-
0,7 µm), IR próximo (0.7-1.5 µm), IR térmico (1.5 – 1000 µm), etc. Um satélite pode ser mono-
espectral se tiver um só canal ou banda (caso dos radares), multi-espectral se tiver mais de uma 
banda e hiper-espectral se for capaz de obter informação simultânea em centenas de canais. 
Resolução radiométrica - É a sensibilidade do sensor, isto é, a sua capacidade de detectar as 
diversas variações de radiância espectral que recebe. Esta resolução é dada pelo número do valor 
real dos pixeis na imagem e determina o número de níveis de cinzento reconhecidos . Exemplo, o 
sensor HRV do Spot1 possui três canais com a seguinte resolução radiométrica: XS1 – Verde, XS2 – 
Vermelho e XS3 – IR próximo. 
Resolução temporal - é a periodicidade com que o sensor capta a imagem da mesma porção da 
superfície terrestre. Esta resolução depende das características orbitais da plataforma (altura, 
velocidade e inclinação) e do próprio desenho do sensor (ângulo de observação e ângulo de 
cobertura). O satélite NOAA, por exemplo, capta quatro vezes por dia a mesma porção da terra; O 
Landsat tem uma periodicidade de 16 dias e o SPOT de 26 dias. 
 23 
V. Satélites Meteorológicos 
 
1. Satélites Meteorológicos Geoestacionários 
Os satélites meteorológicos geoestacionários mais conhecidos e utilizados são mantidos pela 
EUMETSAT (Meteosat), Estados Unidos (GOES), Japão (GMS), China (FY-2), Rússia (GOMS) e 
Índia (INSAT). Sua órbita é equatorial, a uma altitude de 38.000 km. Nesta altura, seu período 
orbital se equivale à rotação da terra, de maneira que o satélite parece estar estacionado sobre um 
ponto sobre o Equador. Para conseguir uma cobertura global é necessário uma constelação de 5 a 6 
satélites. Devido a sua órbita equatorial, estes satélites não passam nos pólos. 
Meteosat 
 
 
O Meteosat é uma constelação de satélites geoestacionários europeus 
mantido pela EUMETSAT. A EUMETSAT é uma organização 
intergovernamental criada em uma convenção internacional que reuniu 17 
países europeus. 
A altitude dos satélites é de 35.800 km. Seu campo de imagem (42% da 
superfície da terra) é restrito à sua localização sobre na vertical sobre a 
intersecção do Equador com o meridiano de Greenwich. 
 
Equipado com um sensor espectral, ele explora a superfície terrestre por faixas. Para cada pixel 
desta faixa, se obtém a energia irradiada para diferentes gamas espectrais. Os três espectros do 
Meteosat são o Visível (0,45-1,00 µm). o Infravermelho (10,5-12,5 µm) e Vapor d'Água (5,7-7,1 µm). 
As imagens brutas são obtidas a cada 30 minutos com resolução de 5.000 linhas x 2.500 pixels para 
o espectro Visível e 2.500 linhas x 2.500 pixels para os outros espectros. Com isto a resolução do 
pixel é de 2,5 x 5 km. Devido à curvatura da terra, esta resolução diminui nos limites da imagem (4,5 
x 5 km). 
As imagens digitais são codificadas e enviadas para uma base operacional na Alemanha. Lá as 
imagens brutas são processadas, corrigidas e particionadas em sub-imagens de 800 x 800 pixels. 
 24 
GOES (Geostationary Operational Environmental Satellites) 
 
É a constelação de satélites americanos mantidos pela National Oceanic and 
Atmospher c Administration (NOAA). Os dados são distribuídos pelo 
National Environmental Satellite and Information Service (NESDIS). 
i
Sua altitude e órbita são semelhantes ao Meteosat. As imagens do globo 
terrestre são obtidas a cada 30 minutos e dos Estados Unidos a cada 15 
minutos. 
O GOES é um dispositivo de 5 canais espectrais sendo um Visível (0,55-0,75 µm), três canais 
Infravermelhos (3,8-4,0 µm, 10,2-11,2 µm, 11,5-12,5 µm) e o canal de Vapor d'Água (6,5-7,0 µm). No 
canal Visível, a resolução é 1 km. Nos canais Infravermelhos, a resolução éde 4 km. No canal Vapor 
d'água, a resolução é de 8 km 
A nova série de satélites GOES trouxe aperfeiçoamentos significativos no mapeamento de condições 
meteorológicas. O GOES I-M representa a próxima geração de satélites meteorológicos e traz duas 
novas características: 
• Rastreio flexível: permite mapear pequenas áreas permitindo a previsão mais precisa em 
áreas localizadas ou problemáticas. 
• Rastreio simultâneo e independente: possibilita a comparação de informações diversas dos 
fenómenos meteorológicos aumentando o grau de certeza das previsões. 
 
GMS (Geostationary Meteorological Satellites) 
 
 
Os satélites GMS fornecem dados de tufões, sistemas de baixas pressões, 
direcção e velocidade dos ventos e temperatura da superfície. Ale disso, dão 
dados sobre medição de superfícies realizadas em bóias, barcos e aviões. 
Com o Sistema VISSR (Visible and Infrared Spin Scan Radiometer) - que 
consiste em um sistema de detecção mediante lentes, reflectores e um 
espelho que converte a intensidade luminosa em pulsos eléctricos - pode-se 
obter imagens do disco total terrestre em intervalos de trinta minutos, em 
ambas as bandas do espectro , visível e infravermelho GMS 
 25 
FY-2 
 
A China lançou o seu primeiro satélite meteorológico geoestacionário 
FY-2 em 10 de junho 1997. O satélite foi colocado com sucesso na 
órbita geoestacionária sobre 105° e com um campo de visão que cobre 
as áreas das regiões da Ásia e do Pacífico e a sua primeira imagem 
adquirida foi em 21 de junho 1997. 
As funções principais do satélite Fy-2 são: 
• Obter imagens visíveis do dia, imagens IR diurnas e imagens do vapor de água. 
• Retransmitir os produtos gerados tais como parâmetros das nuvens, vectores do vento e as 
temperaturas da superfície do mar. 
• Obter dados de monitoramento ambiental do espaço, na órbita do satélite. 
• Colectar e reemitir dados de outras plataformas de levantamento de dados. 
Os sensores principais do satélite são: 
• radiómetro visível e infravermelho de varredura de rotação (VISSR); 
• monitor ambiental do espaço (SEM); 
• sistema de transmissão de dados; 
• um sistema de levantamento de dados. 
O VISSR é um instrumento de 3 canais: a banda do visível que opera em 0,55-1,05 µm, a banda (IR) 
infravermelha em 10,5-12,5 µm e a banda do vapor de água (WV) em 6,2-7,6 µm. A resolução para a 
banda do visível é 1,25 km enquanto as bandas do IR e de WV são de 5 quilómetros. 
O VISSR obtém uma imagem completa da Terra a cada 30 minutos. Fornece dados reflexivos das 
nuvens e da superfície da terra na banda do visível durante o dia e na banda do infravermelho 
durante a noite, bem como o índice do vapor de água da atmosfera na banda do vapor de água. 
O SEM é um instrumento para a monitoramento do ambiente espacial. É usado principalmente para 
monitorar o ambiente do espaço perto da órbita do satélite. 
 
 26 
GOMS 
 
 
O sistema meteorológico do espaço inclui o satélite 
meteorológico operacional geoestacionário GOMS (lançado 
em outubro em 31, 1994) situado na órbita no ponto 
estacionário sobre 76° 50' E. 
O pacote de instrumentos a bordo permite: 
• obter em imagens visíveis e infravermelhas reais do tempo da superfície e das nuvens da 
terra dentro de um raio de 60° 50' ; 
• fornecer observações contínuas da dinâmica de vários processos atmosféricos; 
• detectar, numa base operacional, fenómenos naturais perigosos; 
• determinar a velocidade do vento e o seu sentido em diversos níveis, bem como a 
temperatura da superfície do mar; 
• obter informação em fluxos de partículas solares e galácticas, da radiação ultravioleta e da 
radiação do raio X e variações no vector do campo magnético. 
 
INSAT 
 
Propriedade da Indian National Satellite, o Insat é um satélite multi-
propósito com capacidade para a telecomunicação (transmissão de rádio 
e televisão) e para os serviços meteorológicos. O satélite está na órbita 
geoestacionária a uma altitude de 36 000 Km. 
O INSAT-2E carrega dezassete transponders-12 que operam na 
frequência normal da banda-C. Sete dos transponders têm cobertura 
larga do feixe e os restantes têm cobertura zonal. 
 
O INSAT-2E também está equipado com um VISSR (Visible and Infrared Spin Scan Radiometer). 
Este radiómetro explora a Terra linha a linha em diversas gamas espectrais. 
O VISSR é tem três canais: o visível (0.47-0.7 µm), o infravermelho (10.5-12.5 µm) e o vapor de agua 
(5.7-7.1 µm). No canal visível a resolução é de 2 km e nos restantes é de 8 km. 
 27 
2. Satélites Meteorológicos Polares 
Os satélites meteorológicos polares mais usados são os da série TIROS (nome actual é NOAA: 
NOAA-14, NOAA-15, etc.) e os METEOR (METEOR-2, METEOR 3-5, etc.). Actualmente estão 
operacionais o NOAA-14, NOAA-15 e o METEOR 3-5. Também existem os satélites de vigilância da 
Força Aérea da USA, série DMSP (Defense Meteorological Satellite Program). 
As características mais importantes destes satélites são as seguintes: 
• Orbitam a una altitude entre 800 e 900 quilómetros. 
• Possuem um radiómetro AVHRR. 
• Passam duas vezes por dia pelo mesmo ponto. 
• A sua órbita baixa permite imagens de alta resolução. 
• Operam em dois modos, um de baixa resolução APT (Automatic Picture Transmition) e outro 
de alta resolução HRPT (High Resolution Picture Transmition). 
 
TIROS-NOAA (USA) 
 
São satélites norte-americanos operados pela 
National Oceanic and Atmospheric Adminis-tration 
(NOAA). O NOAA 14 e NOAA 15, lançados 
respectivamente a 29 de Maio de 1994 e a 13 de 
Maio de 1998, orbitam a uma altitude de 850 km, em 
órbita inclinada de 99º em relação ao plano 
equatorial. Cada órbita completa em redor da Terra 
dura 102 minutos e realiza 14 órbitas por dia. 
 
O objectivo destes satélites é o de medir a temperatura e a humidade atmosférica, a temperatura 
da superfície terrestre, a temperatura na superfície dos mares, identificação da neve, estudo da 
distribuição das nuvens e das características das partículas atómicas emitidas pelo Sol, medição da 
densidade do fluxo de protões, electrões e outras partículas procedentes do nosso planeta. 
Estão equipados com um radiómetro (Advanced Very High Resolution Radiometer) de alta resolução 
(1.1 km na vertical do satélite). Este instrumento explora uma banda de 3 000 km de amplitude. 
 28 
METEOR (Rússia) 
Os satélites METEOR são explorados pela Agencia Espacial Russa - SRC. A sua altitude é de cerca 
de 1 200 km 
 
 O seu objectivo é medir a temperatura da água e, a vários 
níveis, a da atmosfera, proporcionando um perfil vertical da 
temperatura até a uma altitude de 40 km e medir a 
intensidade da radiação emitida pela Terra. Podem-nos 
proporcionar, duas vezes ao dia, informação sobre a 
distribuição das nuvens e da neve, com imagens na banda 
visível e infravermelha, informação global sobre a 
distribuição da temperatura, altura das nuvens e 
temperatura da água do mar e, três vezes ao dia, imagens 
televisivas às estações locais utilizando um sistema análogo 
similar ao usado nos satélites norte-americanos. 
 
NIMBUS (USA) 
 
O satélite NIMBUS-1 possuía um AVCS (câmara Vidicon) que melhorou a qualidade das imagens das 
nuvens. 
 
O sétimo e último NIMBUS transportou oito instrumentos: dois 
radiómetros de infravermelhos para determinar a distribuição 
vertical da temperatura atmosférica e de elementos 
contaminantes. Um terceiro radiómetro se usa para detectar as 
partículas de aerossol presentes a uma altitude de 20 km e 
determinar o seu efeito no clima. Um quarto instrumento detecta 
a radiação ultravioleta do Sol e a quantidade de ozono. O quinto 
mede a radiação total emitida pela Terra e o sexto detecta atemperatura da água na superfície do mar, o conteúdo de agua das 
nuvens, a precipitação, o vapor de agua, os componentes do solo e a 
distribuição das zonas cobertas de neve. 
 
 
 29 
 
O sétimo instrumento, outro radiómetro, controla as correntes marítimas, a temperatura e 
salinidade da água e a distribuição de sedimentos e da clorofila. O último instrumento, um 
radiómetro de infravermelhos, se utiliza como apoio para o resto dos instrumentos e, 
particularmente, para medir a temperatura e a humidade. 
 
QUIKSCAT 
Este satélite foi lançado em 19 de Junho de 1999 pela Força Aérea dos Estados Unidos e orbita a 
uma altitude de 803 km, com uma inclinação orbital de 98.6º em relação ao plano equatorial. Cada 
órbita completa em redor da Terra tem uma duração de 102 minutos e faz 14 órbitas por dia em 
passos ascendentes e descendentes. 
 
 
Este satélite tem como missão a aquisição, em todo o tempo 
e em medições de alta resolução, dos dados sobre os ventos 
próximos da superfície dos oceanos. Combina os dados do 
vento com outros medidos por instrumentos científicos para 
ajudar a melhorar o conhecimento dos mecanismos das 
mudanças climáticas e padrões globais de tempo. Estuda o 
movimento diário do gelo e suas mudanças no Árctico e 
Antárctico. 
 
 
O QuikSCAT está equipado com um escatolómetro (scatterometer), que é um radar de alta 
frequência (13.4 Ghz) desenhado especificamente para medir a velocidade e a direcção do vento 
junto à superfície dos oceanos. O instrumento recolhe dados numa una banda contínua de 1.800 km 
de amplitude, fazendo aproximadamente 400.000 medidas e cobrindo diariamente 90% da superfície 
terrestre. A sua resolução é de 25 km. 
 30 
FY-1 (China) 
 
A China também possui um satélite meteorológico polar, o FY-1, a 
uma altitude de 870 km, sendo o seu operador o Centro 
Meteorológico Nacional de satélites - NSMC. Cada órbita completa 
em redor da Terra leva 100 minutos e realiza 14 órbitas por dia. 
Os FY-1 estão equipados com um radiómetro MVISR (Multichannel 
Visible and IR Scan Radiometer). Este instrumento explora uma 
banda de 3.000 km de amplitude. 
 
 
 
3. Transmissão e recepção de dados dos satélites meteorológicos 
a) Transmissão dos dados 
 
Em general todos os satélites meteorológicos possuem sistemas similares adaptados a um ou outro 
caso. Nas duas classes fundamentais (polares e geoestacionários) os dados são obtidos através de 
um varrimento (rasteio), linha por linha até completar uma imagem. De acordo com o tipo de imagem 
que se processa, de maior ou menor resolução, há que tratar os dados de diferente maneira, mas o 
processamento final e a calibração se realizam nas estacões de recepção terrestre. 
Os geoestacionários fazem o varrimento linha a linha, gravando a bordo essa informação até 
completar a imagem. Esta é, então, enviada à Terra. Este processo leva o seu tempo pelo que só é 
possível obter imagens cada meia hora. Os polares, pelo contrário, não gravam a informação a bordo 
e enviam cada linha que varrem directamente à terra. Assim, podem-se obter compostas em tempo 
quase real. 
AVHRR, APT e HRPT dos satélites polares 
O sensor a bordo dos NOAA é AVHRR (Advanced Very High Resolution Radiometer), que significa 
Radiómetro avançado de muito alta resolução. O seu sistema de transmissão de dados possui dois 
 31 
modos: o APT (Automatic picture transmition), que trabalha na banda dos 137 Mhz fornecendo 
dados dos canais VIS e IR, com resolução de 5Km e 255 tonalidades de cinzento e o modo HRPT 
(High Resolution Picture Transmition), que trabalha na frequência de 1600 Mhz em cinco bandas 
espectrais, duas para o visível e três para o infravermelho, com a resolução entre 1 e 5 Km. 
 
WEFAX e HRI dos satélites geoestacionários 
Um dos modos de aquisição dos satélites geoestacionários é o Wefax (Weather Facsimile), de baixa 
resolução com um máximo de 25 Km. É mais utilizado para a observação das nuvens. O outro modo é o 
HRI (High Resolution Image), de resolução de 5 Km no Meteosat e de 1.1 Km no GOES. Os dois modos 
operam na banda dos 1600 Mhz. 
 
b) Recepção dos dados 
Para receber imagens dos satélites meteorológicos geoestacionários é necessária uma antena 
omnidireccional, um pre-amplificador Gaas-Fet, uma parabólica de pelo menos um metro e meio, um 
receptor de 1,6 Ghz, um conversor Down (1,6 Ghz-137 Mhz), um receptor de banda larga de 137 
Mhz, um demodulador-digitalizador, um PC e um programa adequado. 
Para o caso dos polares é somente necessária uma antena omnidireccional de alto ganho e um 
receptor da banda de 137Mhz. 
 
Fig. 18: Recepção de dados meteorológicos 
 32 
A baixo está a lista dos elementos para uma estação de recepção de imagens APT e WEFAX: 
• Antena parabólica de 1,5 metros y todos sus componentes. (geoestacionários) 
• Antena omnidireccional quadrifilar de 20 dB (polares) 
• Amplificador de antena (Gaas-Fet) de 18-20 dB. 
• Cabo coaxial de 75 Ohms. 
• Conversor da banda de 1,6 Ghz para a banda de 137 Mhz. 
• Comutador (opcional). 
• Receptor de banda larga, de muito baixo ruído, para 137 Mhz. 
• Demodulador-digitalizador para PC. 
• Programa de processamento de imagens para PC 
 
 
VI. Satélites Ambientais 
Até a um passado recente, o estudo e investigação do meio ambiente era realizado pelos chamados 
satélites de observação da terra (EOS), tanto meteorológicos como os de estudo dos recursos 
naturais ou de teledetecção. Para a sua coordenação e em resposta às recomendações do Painel de 
Especialistas em Teledetecção Espacial foi criado, em 1984, o CEOS (Committee on Earth 
Observation Satellites). O propósito era, através de uma coordenação eficaz entre os membros, 
optimizar os benefícios que advêm das diversas missões e harmonizar os diversos programas de 
observação terrestre. A maior parte das agências espaciais existentes na Europa, América e Ásia 
fazem parte deste comité, que agrega todos os satélites de observação da Terra. 
 
Com a crescente variação e mudança no sistema terrestre e no seu clima, existe hoje uma maior 
necessidade de melhor compreender a dinâmica do meio ambiente através do estudo e investigação 
das forças da natureza e das actividades humanas que nele intervêm e o afectam. Por isso, foi 
estabelecida mais recentemente uma rede de satélites polares e geoestacionários para 
proporcionarem coberturas globais ao meio ambiente. Nesta rede, alguns dos satélites foram 
especificamente desenhados para tal e outros fazem parte dos designados por satélites de 
 33 
observação da terra. Pretende-se, assim, dotar o ser humano de mais meios e instrumentos que o 
permitam estabelecer políticas globais apropriadas de gestão, mitigação e adaptação às mudanças 
globais que o poderão ajudar a preservar a sua vida e a das gerações futuras neste planeta Terra. 
A esta nova rede de satélites damos o nome de satélites ambientais. 
Os satélites ambientais fornecem-nos informações globais e contínuas sobre as condições em que se 
encontra o meio ambiente e dados actualizados sobre as variáveis climatéricas tais como a cobertura 
das nuvens, a temperatura do ar e da superfície do mar, bem como a cobertura vegetal. 
Nos Estados Unidos da América alguns desses satélites são operados pela NESDIS (National 
Environmental Satellite Data, and Information Service), outros (satélites científicos experimentais) 
pela NASA (National Aeronautics and Space Administration) e os restantes pela U. S. Department 
of Defense, nomeadamente os satélites da DMSP (Defense Meteorological Satellite Program). 
Pretende-se, no futuro, por volta do ano 2010, colocar os satélites polares da NASA, da DMSP e os 
controlados pela NOAA (National Oceanicand Atmospheric Administration), num único órgão que 
passará a designar-se por NPOESS (National Polar Orbiting Environmental Satellite System). 
Contudo, a coordenação de todos os satélites de observação da terra através da CEOS continua 
funcional. 
 
Vejamos, pois alguns dos satélites ambientais e suas características: 
 
SeaStar 
 
 
No dia 1 de Agosto de 1977, o SeaStar foi lançado para o 
espaço em baixa órbita circular a 278 Km de altitude, 
levando a bordo um único instrumento, o sensor SeaWIFS 
(Sea-viewing Wide Field-of-view Sensor). Possuindo um 
sistema de propulsão próprio, o satélite ascendeu a uma 
altitude final de 705 Km, vinte dias depois. 
 34 
O sensor SeaWIFS foi concebido para providenciar aos cientistas dados quantitativos globais das 
propriedades bio-ópticas dos oceanos. Ligeiras mudanças nas cores dos oceanos significam vários 
tipos e quantidades de concentração de fitoplâncton (plantas microscópicas marinhas), conhecimento 
que nos pode levar a aplicações científicas e práticas. 
O espectro visível (0.4-0.7 µm) da cor da maior parte dos oceanos varia com a concentração da 
clorofila e dos pigmentos das plantas presentes nas suas águas. Quanto maior é a presença do 
fitoplâncton, maior é a concentração dos pigmentos das plantas e mais verde ela parece. Como o 
sensor pode visualizar toda a superfície da terra em 48 horas, os dados recolhidos são valiosos para 
estudos globais da biota oceânica e para estimar o papel dos oceanos no ciclo de carbono e na troca 
de outros elementos e gazes entre a atmosfera e os oceanos. 
 
Terra 
 
Este satélite de nome tão sugestivo foi lançado pelos 
americanos a 18 de Dezembro de 1999. Leva a bordo cinco 
sensores para a medição do sistema climático terrestre – 
mais concretamente, observar e medir a interacção da 
atmosfera terrestre com a criptosfera, as terras, os 
oceanos e a vida em geral. Os dados deste satélite de uma 
importância fundamental para a compreensão e protecção 
do nosso planeta Terra. 
Os sensores a bordo do satélite Terra são os seguintes: 
• ASTER (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer); 
• CERES (Clouds and the Earth's Radiant Energy System); 
• MISR (Multi-angle Imaging Spectro-Radiometer) 
• MODIS (Moderate-resolution Imaging Spectroradiometer) 
• MOPITT (Measurements of Pollution in the Troposphere) 
ASTER consegue captar imagens de alta resolução (15 a 9o metros) em 14 diferentes comprimentos 
de onda do espectro electromagnético, desde o visível ao infravermelho térmico. Os dados deste 
instrumento são utilizados pelos cientistas para desenhar mapas detalhados da temperatura na 
 35 
superfície da terra, emissividade da terra, reflectância dos objectos e o relevo. Concebido e criado 
pelos japoneses, este instrumento é o único sensor de alta resolução espacial a bordo do satélite 
Terra. 
O CERES faz o balanço da radiação total da Terra e dá estimativas das propriedades das nuvens 
permitindo aos cientistas o estudo do papel das nuvens nos fluxos radiactivos da superfície para o 
topo da atmosfera. A bordo do satélite Terra estão dois sensores CERES idênticos. 
MISR é um novo tipo de instrumento que melhorou o modo de ‘visão’ dos sistemas de sensores. Até 
ao seu aparecimento, a maior parte dos sistemas de sensores só podiam ‘olhar’ para a terra 
directamente para baixo ou obliquamente. De modo a perceber melhor o clima terrestre e 
determinar as causas da sua mudança, precisamos de conhecer a quantidade da radiação solar que é 
difundida nas várias direcções, em condições normais. Este aspecto é coberto pelo MISR que 
observa a Terra com câmaras apontadas para nove ângulos diferentes. Uma câmara aponta na 
perpendicular e as outras sucessivamente para a frente, para a trás e para os lados, em ângulos de 
26.1°, 45.6°, 60.0°, e 70.5°. Enquanto o satélite avança, várias partes da superfície terrestre vão 
sendo simultaneamente imageadas pelas nove câmaras, em comprimentos de onda diferentes (azul, 
verde, vermelho e infravermelho próximo. O MISR faz o monitoramento mensal, sazonal e a longo 
termo dos seguintes aspectos: 
• Quantidade e tipo de partículas de aerossóis na atmosfera, tanto as de fonte natural como 
as resultantes de actividades humanas; 
• Quantidade e tipo e altura das nuvens; e 
• Distribuição da cobertura na superfície, incluindo a estrutura da copa da vegetação. 
Com um campo de visão de 2 330 Km e possuindo 36 bandas espectrais (entre 0.4 a 14 µm), o 
MODIS é uma versão melhorada do AVHRR (Advanced Very High Resolution Radiometer) utilizado 
nos satélites NOAA. Consegue cobrir qualquer ponto do nosso planeta em 1 a 2 dias. O sensor 
MODIS mede diariamente a percentagem da superfície terrestre coberta por nuvens. Juntando os 
seus dados com os do MISR e CERES, pode-se determinar o impacto das nuvens e aerossóis na 
quantidade da energia da Terra. 
MODIS é um instrumento ideal para monitorar mudanças globais na biosfera, principalmente para o 
ciclo global de carbono. Apesar de não haver actualmente nenhum sensor de satélite que possa medir 
directamente a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, o MODIS pode medir a 
 36 
actividade da fotosintética nas plantas terrestres e marinhas (fitoplasma) para colher melhores 
estimativas de quanto gás de estufa está sendo absorvido e usado na actividade das plantas. 
Combinando os dados colhidos por este sensor com os dos sensores que medem a temperatura da 
superfície terrestre, os cientistas podem traçar a curva de resposta do dióxido de carbono nas 
mudanças climáticas. 
MODIS também consegue ver onde e quando iniciam os desastres naturais – erupções vulcânicas, 
cheias, ciclones, secas e queimadas. Com esta informação, podem-se traçar estratégias de prevenção 
e mitigação. Os canais espectrais do MODIS são muito sensíveis às queimadas, podendo distinguir 
entre queimadas violentas e moderadas e oferecendo melhores estimativas sobre a quantidade de 
aerossóis e outros gases libertos pelas queimadas para a atmosfera. 
 
MOPITT é um instrumento desenhado para melhorar o nosso conhecimento sobre a camada mais 
baixa da atmosfera e para, particularmente, observar a interacção desta com a biosfera terrestre e 
marítima. O seu enfoque está na distribuição, transporte, fonte e depósitos do monóxido de carbono 
e metano na atmosfera. O metano é um gás de estufa com cerca de 30 vezes mais poder de absorção 
de calor que o dióxido de carbono; sabe-se que é libertado pelos pântanos, pelas manadas de gado e 
pela queimada da biomassa mas, as quantidades libertadas por cada um destes não é conhecida. O 
monóxido de carbono que é expelido pelas fábricas, carros e queimadas florestais retarda a 
capacidade natural da atmosfera em se desfazer destes poluentes nocivos. 
O MOPITT é o primeiro sensor de satélite a usar um espectroscópio de correlação gasosa. Com 
este, o sensor mede a radiação emitida e reflectida pela terra em três canais espectrais. Quando a 
radiação penetra no sensor, passa por dois trajectos diferentes com reservatório de monóxido de 
carbono um e de metano o outro. Cada trajecto absorve uma determinada quantidade de energia, 
conduzindo assim a que pequenas diferenças de sinal façam a correlação da presença desses gases 
na atmosfera. 
A resolução espacial do MOPITT é de 22 Km na vertical (nadir) e o sensor ‘vê’ a Terra em amplitudes 
de 640 Km. 
 
 37 
Envisat 
O satélite Envisat foi lançado a 1 de Março de 2002 pela Agência Espacial Europeia (ESA), para a 
cobertura global e regional de aspectos ambientais. Colocado a uma altitude de 782 Km e com uma 
inclinação de 98.52º em relação ao plano equatorial, este satélite leva a bordo vários instrumentos, 
alguns dos quaissão sensores que empregam técnicas baseadas no uso de microondas activas para a 
medição da atmosfera e das superfícies terrestre, marítima e do gelo, independentemente da 
cobertura das nuvens e das condições atmosféricas. 
O Envisat é um satélite ambicioso e inovativo que permite monitorar a evolução das mudanças 
ambientais e climáticas e vai, também, assegurar a continuação dos dados proporcionados pelos 
anteriores satélites da ESA, da série ERS. 
Os principais sensores bordo do Envisat são: 
• AATSR (Advanced Along Track Scanning 
Radiometer); 
• ASAR (Advanced Synthetic Aperture Radar); 
• DORIS (Doppler Orbitography and Radiopositioning 
Integrated by Satellite); 
• GOMOS (Global Ozone Monitoring by Occultation of 
Stars); 
• MERIS (MEdium Resolution Imaging Spectrometer); 
• MIPAS (Michelson Interferometer for Passive 
Atmospheric Sounding); 
• MWR (Microwave Radiometer); 
• RA-2 (Radar Altimeter 2); 
• SCIAMACHY (SCanning Imaging Absorption 
SpectroMeter for Atmospheric CHartographY). 
 
 
Cada um dos sensores tem uma função específica, tal como se segue: 
O sensor AATSR foi desenhado para dar continuidade aos dados de medição precisa da temperatura 
da superfície do mar, anteriormente captados por outros instrumentos a bordo dos satélites 
europeus da série ERS. 
 38 
ASAR é um sensor de abertura sintética mais avançado que o que é utilizado nos satélites europeus 
da série ERS. Opera na banda C e possui capacidades melhoradas em termos de cobertura, raio de 
acção e modo de captação. 
O sensor DORIS foi concebido para fins múltiplos: 
• Ajudar a compreender melhor a dinâmica da crosta terrestre; 
• Monitorar os glaciares, a cobertura terrestre e os vulcões; 
• Melhorar a modelagem do campo de gravidade da Terra e da ionosfera. 
Este instrumento embarcou para o espaço, pela primeira vez, a bordo do satélite Francês SPOT 2, 
em 1990. 
O GOMOS é o instrumento mais recente da ESA para o monitoramento do ozono. O seu antecessor 
GOME (Global Ozone Measurement Experiment), foi o primeiro sensor europeu para o mesmo fim, a 
bordo do satélite ERS-1. Enquanto que o GOME só faz medições para determinar o perfil e as 
quantidades de ozono e de outros gases envolvidos na fotoquímica da camada do ozono, o GOMOS 
também realiza o monitoramento contínuo (dia e noite) destes gases e o seu mapeamento preciso, 
registando os perfis da temperatura e o teor de vapor de água. 
O MERIS mede a radiação solar reflectida pela Terra, em 15 canais espectrais entre o visível e IR 
próximo e a uma resolução espacial de 300 metros. Este instrumento permite uma cobertura total 
da Terra em três dias. Porém, a sua missão primária é a medição da cor dos mares nos oceanos e nas 
zonas costeiras para determinar a concentração dos pigmentos de clorofila, dos sedimentos em 
suspensão e a carga dos aerossóis no mar. 
 
O MIPAS foi concebido para medir o espectro das emissões gasosas de alta resolução no limbo 
terrestre. Opera na banda do IR próximo e médio. Os objectivos principais deste sensor são: 
• Medição global e simultânea dos parâmetros geofísicos na média atmosfera: 
Química da estratosfera - O3, H2O, CH4, N2O, e HNO3; 
Climatologia - Temperatura, CH4, N2O, O3 ; 
• Estudo da composição química, dinâmica e regime da radiação na média atmosfera; 
• Monitoramento do O3 e dos clorofluorcarbonetos (CFCs) na estratosfera. 
 39 
 
O MWR serve para medir o perfil integrado do vapor de água na atmosfera e do conteúdo líquido das 
nuvens, de maneira a determinar os parâmetros de correcção do sinal do radar altimétrico. Para 
além disto, as suas são úteis para a determinação da emissividade terrestre e da humidade do solo 
na terra para a investigação da quantidade de energia na superfície como suporte aos estudos 
atmosféricos e de caracterização do gelo. 
O Radar Altimétrico (RA-2) serve para determinar com precisão o atraso bidireccional do ‘eco’ do 
radar na superfície terrestre. Os resultados permitem determinar a velocidade do vento e a altura 
nas ondas marítimas. Também mede a potência e a forma dos impulsos reflectidos. O RA-2 é uma 
versão melhorada do radar altimétrico utilizado nos satélites europeus da série ERS. As suas 
medições são, também, úteis para determinar a topografia oceânica como suporte para a 
investigação da circulação oceânica, batimetria e características da geóide marinha. 
SCIAMACHY é resultado de uma pesquisa conjunta Alemã/Holandesa, com contribuições da Bélgica 
e do Reino dos Países Baixos e a sua missão é a de proporcionar resultados da medição dos gases na 
troposfera e estratosfera. 
 
Aqua 
 
Aqua é um dos satélites americanos desenhados 
especificamente para estudar a longo termo a 
natureza, a dinâmica e as implicações das mudanças 
globais, já que estas são inevitáveis. Lançado em 4 de 
Maio de 2002, está posicionado numa órbita polar a 
705 km de altitude. 
Tal como o satélite Terra, Aqua leva a bordo 
vários instrumentos, cada um com a sua missão. 
 
 40 
Os instrumentos a bordo do Aqua são os seguintes: 
• AMSR/E (Advanced Microwavw Scanning Radiometre); 
• MODIS (Moderate-resolution Imaging Spectroradiometer); 
• AMSU (Advanced Microwave Sounding Unit); 
• AIRS (Atmospheric Infrared Sounder); 
• HSB- Humidity Sounder for Brazil 
• CERES- Clouds and the Earth's Radiant Energy System 
Como se pode ver pela listagem acima, alguns dos sensores a bordo deste satélite são também 
utilizados no satélite Terra, nomeadamente o MODIS e o CERES. Deixando estes, falemos dos 
outros: 
O sensor AMSR/E possui 12 canais espectrais e estuda as propriedades das nuvens, o fluxo de 
energia radiactiva, a precipitação, a humidade da superfície da terra, o gelo marítimo, a cobertura 
da neve, a temperatura da superfície marítima e os ventos à superfície do mar. Este sensor foi 
desenvolvido pelos japoneses. 
O AMSU é um instrumento composto por dois sensores, o AMSU-A1 e o AMSU-A2, com 15 canais 
cada A sua missão primordial é a medição da temperatura e humidade atmosférica. 
O AIRS é um sensor de medição simultânea em mais de 2 300 canais espectrais em intervalos de 0.4 
a 1.7 µm e 3.4 e 15.4 µm. Trata-se de uma sonda atmosférica que mede a temperatura e humidade 
atmosférica, temperaturas da superfície da terra e do mar e fluxo de energia radiactiva. 
O HSB é um sensor brasileiro, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com a missão de 
medir a humidade atmosférica em 5 canais espectrais. 
O satélite Aqua visa os seguintes elementos do sistema terrestre: 
Atmosfera 
• temperatura e humidade, como variáveis centrais que determinam as condições globais e 
locais do tempo; 
 41 
• Aerossóis, que são partículas minúsculas de água e matéria sólida suspensas na atmosfera e 
influenciam os padrões do tempo com a absorção ou difusão da radiação solar ou atraindo a 
condensação para formar nuvens; 
• Nuvens, que são a maior fonte de água fresca no mundo e possuem um grande impacto no 
clima pela radiação solar reflectida para o espaço ou pela absorção da radiação terrestre 
emitida. 
Superfície terrestre 
• Tipos de cobertura vegetal (vegetação, culturas) e sua influência no clima regional e global. A 
cobertura vegetal é afectada pelas variações climáticas contribuindo para as mudanças de 
uso da terra (desertificação, urbanização); 
• Ocorrência de queimadas; 
• Temperatura e humidade da superfície terrestre; 
• Dinâmica da vegetação (tipo, distribuição, propriedades biofísicas. 
• Efeito dos vulcões. 
Oceanos 
• As variações no interior dos oceanos, que podem afectar a pesca bem como as quantidades 
de distribuição de calor e de trocas químicas entre eles e a atmosfera. 
• Variações na temperatura superficial dos mares, que podem,particularmente, indicar 
mudanças (condição do El Niño) com impacto na produtividade dos oceanos e do tempo em 
escala global; 
• Ventos superficiais marítimos. 
Criptosfera 
• A neve na criptosfera influencia o clima absorvendo a radiação e conservando o calor no solo, 
o que provoca a formação de massas de ar fria. A quantidade de cobertura de neve pode 
indicar cheias ou secas eminentes. 
• O gelo nos mares afecta o clima através da sua habilidade em insular a água contra as perdas 
de calor e da forte reflexão da energia solar, reduzindo a quantidade de radiação solar 
absorvida pela superfície terrestre. 
 42 
VII. Satélites de Teledetecção (para o estudo dos recursos naturais) 
As imagens abaixo mostram os actuais e futuros (prestes a serem lançados) Satélites de 
Teledetecção, alguns dos quais da nova geração. 
LANDSAT 1, 2, 3, 4, 5 
 
LANDSAT 7 
 
 
SPOT 5 
 
IRS 
 
JERS 1 
 
RADARSAT 
 
ERS 1, 2 
 
 
 SPOT 1, 2, 3 E 4 
 43 
KOMPSAT 
 
 
QUICBIRD 
 
EROS A 
 
CBERS 
 
ORBVIEW 
 
 
IKONOS 
Fig.19 Plataformas dos satélites de teledetecção actuais 
 
Satélites de Teledetecção com Sensores Ópticos 
 
1. Série Landsat 
Os satélites da série Landsat fazem parte de um programa norte-americano para o estudos dos 
recursos terrestres. 
No dia 23 de Julho de 1972, a NASA (National Aeronautics and Space Administration) lançou nos 
Estados Unidos um primeiro satélite chamado ERTS 1 (Earth Resources Technology Satellites), no 
quadro do Programa Espacial" Earth Resources Technology Satellite". Este Programa Espacial e os 
 44 
satélites que o compõe foi em seguida rebatizado "Landsat" para melhor sugerir o enfoque do seu 
esforço sobre a Teledetecção de Recursos Naturais Terrestres. 
Foram lançados 7 satélites do Programa Landsat desde 1972 , sendo que 6 deles forneceram 
imagens da Terra, como segue: 
Landsat 1: Lançado em 23/07/72 - Desactivado em 06/01/78 • 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
Landsat 2: Lançado em 22/01/75 - Desactivado em 52/02/82 
Landsat 3: Lançado em 05/03/78 - Desactivado em 31/03/83 
Landsat 4: Lançado em 16/07/82 – Semi-desactivado (em standby) 
Landsat 5: Lançado em 01/03/84 - Activo até o momento 
Landsat 6: Lançado em 05/10/93 - Perdido após o lançamento 
Landsat 7: Lançado em 15/04/99 - Activo até o momento 
 
A primeira geração do programa Landsat, composta de 3 satélites, Landsat 1-2-3, tinha 2 
instrumentos: a Camera RBV (Return Beam Vidicon) e o MSS (Multispectral Scanner). Em razão de 
problemas técnicos no RBV e da superioridade técnica do MSS, do ponto de vista espectral e 
radiométrico, o RBV foi muito pouco utilizado. 
A segunda geração foi iniciada em 1982 como lançamento do satélite Landsat 4, que levou a bordo o 
instrumento Thematic Mapper (TM), para além do MSS. 
O Landsat 5, de acordo com as previsões técnicas baseadas na performance actual do satélite, 
deverá operar por mais alguns anos. 
O LANDSAT 6 foi infelizmente perdido logo após o seu lançamento e o Landsat 7 marca o início da 
terceira geração do programa Landsat. 
Resumo das características dos Satélites Landsat 1-2-3-4-5 
 
Fig. 20 Funcionamento do sensor MSS 
 45 
 
Sensores MSS e TM - suas características 
Thematic Mapper - TM 
Bandas 1 2 3 4 5 6 IR Termal 7 
Faixa (µm ) 0.45 - 0.52 0.52 - 0.60 0.63 - 0.69 0.76 - 0.90 1.55 - 1.75 10.42 - 12.50 2.08 - 2.35 
Resolução) 30 30 30 30 30 120 30 
Multi-Spectral Scanner - MSS 
Bandas 1 2 3 4 
Faixa (µm ) 0.5 - 0.6 
Resolução (m) 80 
 
 
Características das Orbit
As órbitas do Landsat são 
heliosíncronas, passan• 
• 
• 
circulares, quase polar
Altitude: 705 km Velo
 
 
O ciclo orbital do LANDSA
Actualmente, o Landsat 5 
de 8 dias exactamente, ou
lançamento do Landsat 7. 
 
0.6 - 0.7 0.7 - 0.8 0.8 - 1.1 
80 80 80 
as Landsat 
: 
do na mesma hora solar em qualquer ponto observado; 
es, permitindo assim uma cobertura completa da terra entre 81°N e 81°S; 
cidade : equivalente a 7,7 km/seg no solo; 
 
Fig. 21 Características da órbita do Landsat 
T 1-2-3 é de 18 dias. Para o LANDSAT 4, 5 and 7 é de 16 dias. 
e o Landsat 7 estão com um intervalo de tempo para imagear a mesma área 
 seja, existe agora duas vezes mais dados Landsat do que antes do 
46 
A área imageada pelo Landsat, seja MSS ou TM é uma faixa de 185 Km, recortada em cenas de 185 
km x 170 km . O satélite demora 24 s para imagear esta área. 
 
 
 
Fig. 22 Características dos sensores do Landsat 
 
Bandas Espectrais do Landsat 5 
Banda 
Intervalo 
espectral 
(µm) 
Principais características e aplicações das bandas TM do satélite 
LANDSAT-5 
1 (0,45 - 0,52) 
Apresenta grande penetração em corpos de água, com elevada transparência,
permitindo estudos batimétricos. Sofre absorção pela clorofila e pigmentos
fotossintéticos auxiliares (carotenóides). Apresenta sensibilidade a nuvens de
fumaça oriundas de queimadas ou actividade industrial. Pode apresentar
atenuação pela atmosfera. 
2 (0,52 - 0,60) 
Apresenta grande sensibilidade à presença de sedimentos em suspensão,
possibilitando sua análise em termos de quantidade e qualidade. Boa penetração
em corpos de água. 
3 (0,63 - 0,69) 
A vegetação verde, densa e uniforme, apresenta grande absorção, ficando
escura, permitindo bom contraste entre as áreas ocupadas com vegetação e sem
vegetação (ex.: solo nu, estradas e áreas urbanas). Apresenta bom contraste
entre diferentes tipos de cobertura vegetal (ex.: floresta densa e aberta).
Permite análise da vanação litológica em regiões com pouca cobertura vegetal.
Permite o mapeamento da drenagem através da visualização da mata galérica e
margens dos cursos dos rios em regiões com pouca cobertura vegetal. É a banda
mais utilizada para delimitar manchas urbanizadas, incluindo identificação de
novas áreas de urbanização. Permite a identificação de áreas agrícolas. 
4 (0,76 - 0,90) 
Os corpos de água absorvem muita energia nesta banda e ficam escuros,
permitindo o mapeamento da rede de drenagem e delineamento de corpos de
água. A vegetação verde, densa e uniforme, reflecte muita energia nesta banda,
aparecendo bem clara nas imagens. Apresenta sensibilidade à rugosidade da copa
das florestas. Apresenta sensibilidade à morfologia do terreno, permitindo a
obtenção de informações sobre Geomorfologia, Solos e Geologia. Serve para
 47 
análise e mapeamento de feições geológicas e estruturais. Serve para separar e
mapear áreas ocupadas com pinho e eucalipto. Serve para mapear áreas ocupadas
com vegetação que foram queimadas. Permite a visualização de áreas ocupadas
com macrófitas aquáticas (ex.: aguapé). Permite a identificação de áreas
agrícolas. 
5 (1,55 - 1,75) 
Apresenta sensibilidade ao teor de humidade das plantas, servindo para observar 
estresse na vegetação, causado por desequilíbrio hídrico. Esta banda sofre 
perturbações em caso de ocorrer excesso de chuva antes da obtenção da cena 
pelo satélite. 
6 (10,4 - 12,5) Apresenta sensibilidade aos fenómenos relativos ao contraste térmico, servindo para detectar propriedades termais de rochas, solos, vegetação e água. 
7 (2,08 - 2,35) 
Apresenta sensibilidade à morfologia do terreno, permitindo obter informações 
sobre Geomorfologia, Solos e Geologia. Esta banda serve para identificar 
minerais com iões hidróxidos. Potencialmente favorável à discriminação de 
produtos de alteração hidrotermal. 
 
 
Resumo das características do Satélite Landsat 7 
O Landsat7 é o mais recente satélite em operação do programa Landsat, financiado pelo Governo 
Americano. O novo satélite foi lançado em abril de 1999, com um novo sensor a bordo denominado 
ETM+ (Enhanced Thematic Mapper Plus). A operação do satélite em órbita é administrada pelaNASA (National Space and Space Administration) e sua produção e comercialização de imagens fica 
sob os cuidados da USGS (United Sates Geological Survey). A sua vida útil está prevista para ser 
superior a 5 anos em orbita. 
Uma imagem LANDSAT 7 ETM+ é composta por 8 bandas espectrais que podem ser combinadas em 
inúmeras possibilidades de composições coloridas e opções de processamento. Entre as principais 
melhorias técnicas se comparado ao seu antecessor, o satélite Landsat 5, destacam-se a adição de 
uma banda espectral (banda pancromática) com resolução de 15 m, melhorias nas características 
geométricas e radiométricas e o aumento da resolução espacial da banda termal para 60 m. Esses 
avanços tecnológicos permitem qualificar o LANDSAT 7 como sendo o satélite mais interessante 
para a geração de imagens satélite com aplicações directas até a escala 1:25.000, em áreas rurais 
principalmente, mesmo em grandes extensões de território. 
As imagens do Landsat7 captadas pelo sensor ETM+ apresentam a melhor relação custo/benefício 
entre os dados gerados por satélites de média resolução ( 15 a 30 metros) actualmente oferecidos 
no mercado. As imagens Landsat 7 ETM+ são um produto com muito boa aceitação no mercado. 
 48 
A Órbita do Landsat 7 
O Landsat7 pode adquirir imagens numa área que se estende desde 81º de latitude norte até 81º de 
latitude sul e obviamente, em todas as longitudes do globo terrestre. 
Uma órbita do Landsat7 é realizada em aproximadamente 99 minutos, permitindo ao satélite dar 14 
voltas da Terra por dia, e a cobertura total do nosso planeta sendo completada em 16 dias. A órbita 
é descendente, ou seja de norte para sul, o satélite cruzando a linha do Equador entre 10:00 e 10:15 
(hora local) em cada passagem. O Landsat7 é "heliosincronizado", ou seja sempre passa num mesmo 
local dado ao mesmo horário solar. 
Outro facto importante é que o satélite LANDSAT 7 tem o mesmo período de revisita que o 
Landsat5 (16 dias), e a sua orbita é de tal maneira que resultou na mesma grade de referência do 
LANDSAT 5 (WRS2) e tem a mesma área imageada (185 x 185 km por cena). A conservação destes 
parâmetros técnicos facilita o processo de pesquisa de imagens, pois pode ser feito com a mesma 
grade de referência e ha uma perfeita integração no processamento das imagens do LANDSAT 7 
com dados históricos do LANDSAT 5 existentes desde 1985, no caso de utilização dos dois tipos de 
dados simultaneamente no mesmo projecto para a mesma área como por exemplo em estudo 
multitemporal. 
 
D ferenças notáveis entre o Landsat 7 e o Landsat 5 i
• 
• 
• 
• 
Adição no Landsat7 de uma banda Pancromática com resolução espacial de 15m 
Aprimoramento no sistema de calibração radiométrica dos sensores, o que garante uma 
precisão radiométrica absoluta de +/-5%. 
Aprimoramento na geometria de imageamento, o que resulta numa maior precisão em imagens 
corrigidas apenas a partir de dados de efemérides de satélite geradas pelo GPS de bordo, 
muito próxima da precisão obtida com imagens georeferenciadas com pontos de controle 
cartográficos. 
 
Bandas espectrais e Resolução Espacial 
As bandas do visível e do infra vermelho mantiveram a resolução espacial de 30 m do Landsat 
5 (canais 1,2,3,4,5 e 7); 
 49 
As bandas do infra vermelho termal (canais 6L e 6H) passam a ser adquiridas com resolução 
de 60 metros, contra 120 m no Landsat 5; 
• 
A nova banda Pancromática (canal 8) tem 15 m de resolução espacial. • 
O quadro comparativo abaixo ilustra as diferenças de resolução espectral entre o sensor TM do 
Landsat5 e o sensor ETM+ do Landsat 7. Os valores abaixo, em µ, representam os limites de 
comprimentos de onda de sensibilidade das bandas espectrais: 
Sensor Banda 1 Banda 2 Banda 3 Banda 4 Banda 5 Banda 6 Banda 7 Banda 8 
TM 0.45 0.52 0.52 0.60 0.63 0.69 0.76 0.90 1.55 1.75 10.4 12.5 2.08 2.35 - 
ETM+ 0.45 0.52 0.53 0.61 0.63 0.69 0.78 0.90 1.55 1.75 10.4 12.5 2.09 2.35 0.52 0.90
 
A banda Pancromática – (banda 8) 
A banda Pancromática é a grande novidade no Landsat7 e o sensor ETM+. A sua resolução espacial de 
15 m registrado com as demais bandas, facultam as imagens geradas pelo sensor ETM+ do satélite 
Landsat7 serem trabalhadas para ampliações até escala 1:25.000. Trabalha na faixa espectral de 
0.52 - 0.90 (µm) gerando uma imagem de boa separabilidade dos alvos de interesse tanto em área 
rural como urbana. 
A banda Termal – (banda 6) 
O Landsat 7 gera a banda 6 com ganho baixo (Canal 6L) e ganho alto (Canal 6H). Isso permite várias 
opções de análise e aplicações, tais como a medição relativa de temperatura radiante ou o cálculo de 
temperatura absoluta. 
Níveis de correcção geométrica das imagens Landsat7 
Em todas as imagens, e isto vale para todos os satélites comercialmente disponíveis e não somente o 
Landsat7, as correcções de sistema são algoritmos de rectificação da imagem bruta aplicada 
automaticamente ainda na estação de recepção, usando-se de parâmetros espaciais contidos nos 
arquivos descritores da imagem (dados de posicionamento e efemérides do satélite), que conseguem 
minimizar as variações espaciais internas presentes na imagem em seu estado bruto, decorrentes do 
ângulo de curvatura da terra, variações na velocidade, altura e atitude do satélite, deslocamentos de 
órbita, etc. 
 50 
As imagens Landsat7 estão disponíveis em 3 níveis de correcção geométrica: Recomendamos 
unicamente o nível de correcção 1G ou os 2 níveis superiores de correcção, os demais (Nível 0 ou 
Nível 1 R) não apresentando características geométricas ou radiométricas que são directamente 
utilizáveis para a grande maioria das aplicações temáticas de mercado e não serão explicitadas aqui. 
Nível de correcção sistemática "1G": é um nível de correcção sistemática onde a imagem é 
radiométrica e geometricamente corrigida de forma sistemática e associada a um sistema de 
projecção cartográfica. O sistema de projecção cartográfica pode ser UTM, SOM, ... e o datum 
horizontal de referência utilizado para a correcção é geralmente WGS 84. Teoricamente, a precisão 
geométrica e espacial de um produto 1G é de pelo menos 250 metros em áreas planas e ao nível do 
mar. Todavia, durante a fase de teste, as imagens analisadas apresentaram uma precisão geométrica 
superior a esse valor. Os algoritmos de correcção modelizam a posição do satélite e a geometria do 
sensor através de dados que o computador de bordo grava ao imageamento. A altitude do satélite, 
efemérides e parâmetros de atitude do satélite, descritos no arquivo Payload Correction Data (PCD) 
e no arquivo Calibration Parameter File (CPF), são componentes fundamentais usados para a geração 
de produtos 1G e garantem a fidelidade geométrica geral da imagem 1G. 
Nível de correcção de precisão com pontos de apoio: Não é um processo automático e não é uma 
correcção sistemática. Este nível de processamento exige intervenção adicional de um operador. A 
imagem nível 1G descrita acima é ajustada com pontos de controle disponíveis em mapa ou com 
pontos de controle gerados por GPS. A precisão geométrica alcançada é de até ½ pixel. Estes 
produtos são elaborado sob medida para o cliente. 
Nível de correcção Ortorectificado: Não é um processo automático e não é uma correcção 
sistemática. Este nível de processamento exige intervenção adicional de um operador a imagem é 
corrigida com pontos de controle de cartografia e usando igualmente um Modelo Numérico de 
Terreno ou Modelo Digital de Elevação (MNT ou DTM) para corrigir todas as distorções, inclusive 
aquelas geradas pelo relevo da região imageada. É recomendado que o MNT tenha uma resolução 
compatível com a resolução da imagem que está sendo corrigida para gerar bons resultados. Estes 
produtos são elaboradosob medida para o cliente. 
"Imagem de Fusão" ou "Merge" do Landsat 7 ETM : O melhor da Resolução Espacial da Banda PAN 
( 15 metros) com o melhor da resolução espectral do Landsat 
A interpretação das imagens de satélites pelos usuários finais dependem principalmente dos 
atributos de textura e cor presentes na imagem, principalmente para descriminar alvos que 
 51 
apresentam grande variedade, como tipos de vegetação e espécies, padrões específicos de uso e 
ocupação do solo e interpretações ligadas a morfologia. 
As imagens geradas pela fusão espectral (merge) reúnem numa única imagem feições texturais 
(qualidade geométrica) oriundas do canal de melhor resolução espacial (15 m da banda PAN, no caso 
do Landsat 7) e a informação temática de cor, resultante da combinação dos diversos canais 
espectrais disponíveis (no caso do Landsat 7, 6 bandas espectrais com resolução espacial de 30 m). 
Possibilidades de combinações: 
Utiliza-se sempre como principio original de geração da "fusão" ou do "merge" de um lado a banda 
Landsat 7 sensor ETM+ com resolução de 10 ou 15 m (PAN) e de outro lado, 3 bandas de 30 m de 
resolução (multiespectrais) a escolher para produzir novas imagens com as seguintes 
características: 
Qualidade geométrica do PAN • 
• Qualidade radiométrica das demais bandas escolhidas 
Assim as possibilidades de combinações são tão numerosas quanto as possibilidades de combinação 
de 3 bandas com resolução original de 30 m. 
Formatos e suportes existentes 
As imagens Landsat7 brutas ou derivadas do processo de fusão estão disponíveis em produtos 
digitais e analógicos, de acordo com a escolha do cliente e ajustados para suas aplicações: 
Escala de Ampliação Reamostragem do Pixel Área de Trabalho 
1:50.000 15 m Quadrante até Cena 
1:25.000 10 m Extracto até Quadrante
 
 52 
 
2. Série SPOT 
 
O programa SPOT foi planeado e projectado desde o início como um sistema operacional e comercial 
de observação da Terra ( SPOT –Satellite Pour l'Observation de la Terre). 
 
Estabelecido por iniciativa do governo francês em 1978, com a participação da Suécia e Bélgica, o 
programa é gerido pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais - CNES, que é o responsável pelo 
desenvolvimento do programa e operação dos satélites. Já foram lançados com sucesso os SPOT 1, 2 
e 3 e 4, assegurando assim a continuidade dos serviços e incluindo notáveis evoluções técnicas e 
comerciais. O SPOT 5, com novas especificações incluindo resolução espacial de 2.5 m numa faixa de 
60 Km, pertence a uma nova geração de satélites, dos quais iremos falar mais adiante. 
A estrutura e o funcionamento do programa SPOT distingue claramente de um lado as funções de 
gestão técnica do sistema , executadas pelo CNES e de outro lado a responsabilidade das operações, 
atribuída à SPOT IMAGE, uma empresa de vocação genuinamente comercial, no tocante ao 
relacionamento com a comunidade de usuários e na distribuição de dados, além da missão 
permanente de divulgar a "imagem" da tecnologia francesa no mundo. 
A SPOT IMAGE tem por missão assegurar a eficiente gestão das capacidades de aquisição de 
imagens pelo satélite e transmissão de dados à 21 estações receptoras existentes no Globo. 
 
Fig. 23 Centros de Recepção Terrestre e seu raio de acção 
 53 
 
A SPOT IMAGE é a única empresa a nível mundial que possui, por concessão do CNES que é o 
proprietário do satélite, os direitos de comercialização dos produtos e serviços SPOT. Esta empresa 
actua no mercado através de uma rede de Distribuidores : o CENACARTA é Distribuidor Autorizado 
da SPOT IMAGE em Moçambique. 
Vejamos as características Técnicas Gerais dos Satélites SPOT: 
Datas de lançamento 
 
SPOT 1 22 de Fevereiro de 1986, operacional 
SPOT 2 22 de Janeiro de 1990, operacional 
SPOT 3 26 de Setembro de 1993, perdido em 14 de Novembro de 97 
SPOT 4 24 de Março de 1998 
Características do SPOT 1-2-3 
Spot 1, 2, 3 Características 
Capacidade de Gravação a Bordo 2 x 22 minutos 
Duração da Vida Útil Prevista > a 3 anos 
Ciclo Orbital 26 dias 
Duração de uma órbita ( nominal) 101,4 min 
Inclinação da Órbita 98.7 Graus 
Nó Descendente 10:39 Horas 
Órbita Circular e Heliosincronizada 
Spot 4 Características 
Capacidade de Gravação a Bordo 2 x 40 minutos + 3 min 
Duração da Vida Útil Prevista > a 5 anos 
Ciclo Orbital 26 dias 
Duração de uma órbita ( nominal) 101,4 min 
Inclinação da Órbita 98.7 Graus 
Nó Descendente 10:39 Horas 
Órbita Circular e Heliosincronizada 
 
Faixa de varredura 
Dois sensores idênticos (HRV - High Resolution Visible) estão a bordo do satélite e podem ser 
utilizados independentemente, tanto na geometria de visão como no modo espectral. Cada 
 54 
instrumento tem uma faixa de varredura de 60 km. Quando os dois instrumentos operam em 
modo "geminado" imageando áreas contíguas, a área total coberta é de 117 km, ou seja, duas 
faixas de 60 Km de largura cada com 3 km de sobreposição. 
Características do SPOT 4 
 
 
 
Fig. 24 Faixa de varredura do SPOT 
 
Os instrumentos HRV podem imagear em nadir (vertical do plano orbital do satélite) ou , graças a um 
espelho móvel que pode ser orientado, apontando para as áreas de interesse num corredor que vai 
até 27 graus lateralmente com relação a vertical, para leste ou oeste, tendo acesso então a uma 
faixa de 950 Km de largura. Quando as cenas são adquiridas com algum angulo de visão, o efeito de 
perspectiva faz com que a área imageada possa ser mais larga, até 80 Km com visão de 27graus 
lateralmente. 
 
Esta possibilidade confere aos satélites SPOT uma capacidade de revisita de uma área de interesse 
de alguns dias ( 3 a 4 dias em média), muito superior a periodicidade da órbita que é de 26 dias, e 
permite igualmente a aquisição de imagens em estereoscopia. permite igualmente a aquisição de imagens em estereoscopia. 
 
Fig. 25 Modos visão do SPOT 
 55 
Uma das características tecnológicas mais inovadoras que o SPOT trouxe em 1986 e mantém até 
hoje é que os seus instrumentos HRV são providos de sensores electrónicos usando a tecnologia 
de CCD (Charged Couple Device), que possibilitam maior fidelidade geométrica das imagens 
adquiridas por eliminarem a necessidade de usar um scanner com partes móveis que são 
geralmente uma fonte de degradação da qualidade das imagens quando o satélite envelhece ... 
 
Modos de aquisição e Bandas Espectrais do SPOT 
O SPOT opera em 2 modos espectrais distintos que podem também serem programados 
simultaneamente para uma mesma área: Multiespectral XS ou XI, dependendo do satélite e 
Pancromático ou Monoespectral, dependendo do satélite. Todas as imagens do SPOT são codificadas 
em 8 bits. 
Nos modos Multiespectrais, as observações são feitas em três bandas espectrais ( modo XS ) para o 
SPOT 1,2,3 e 4 bandas no SPOT 4 (modo XI ), sempre com resolução de 20 metros. 
No modo Pancromático ou Monoespectral, as observações são feitas por uma única banda, de 0,51 µm 
a 0,73 µm, no caso do SPOT 1-2-3, e de : 0,61 a 0,68 µm no SPOT 4, sempre com uma resolução de 
10 metros. 
Sensores Bandas Espectrais Resolução 
Banda-1 : 0.50 ~ 0.59 µm Verde 
Banda 2 : 0.61 ~ 0.68 µm Vermelho 
Banda 3 : 0.79 ~ 0.89 µm Infra Vermelho Próximo 
HRV-XS : Multiespectral: 
3 bandas no SPOT 1-2-3 
HRVIR-XI : 
Multiespectral: 
4 bandas no SPOT-4 
Banda 4 : 1.58 ~ 1.75 µm Infra Vermelho Médio 
20m 
HRV-PAN : Pancromático 
no SPOT 1-2-3 
HRVIR-M : Monoespectral 
No SPOT 4 
Banda única: 0.51 ~ 0.73µm Visível menos Azul 
Dados comprimidos a bordo ( DPCM ¾) 
Banda única: 0,61 ~ 0,68 µm Igual a Banda 2 
Dados comprimidos a bordo ( DPCM ¾) 
10m 
 
 56 
São as seguintes as características e aplicaçõesdas bandas do satélite SPOT: 
‰ O modo Pancromático ou Monoespectral é aconselhado para aplicações que procuram 
precisão geométrica e resolução. 
‰ O Modo Mult espectra XS ou XI é recomendado para aplicações temáticas, para estudos 
de vegetação, uso e ocupação de solos, etc... 
i l
l
‰ Os modos PAN e XS podem ser combinados rendendo uma imagem PAN+XS, colorida, com 
3 bandas e 10 m de reso ução. As imagens PAN e XS do SPOT 1-2-3, ainda que adquiridas 
simultaneamente, não estão registradas entre si, o que pode fazer este processamento 
ser trabalhoso. 
Os modos P e XI do SPOT 4 XS podem ser combinados rendendo uma imagem PAN+XS, colorida, 
com 4 bandas e 10 m de resolução. As imagens M e XI do SPOT 4, quando adquiridas 
simultaneamente, estão registradas entre si, o que faz deste processamento uma tarefa muito 
simples e sistemática ! Isto é possível porque a imagem no modo Monoespectral do SPOT 4, a 
diferença do que acontece no SPOT 1-2-3, é gerada bela banda 2 do instrumento XI de 20 m de 
resolução, sendo então plenamente compatível geometricamente com a imagem XI, adquirida 
simultaneamente pelo mesmo instrumento. 
 
Fig. 26 Curva da Resposta espectral dos objectos nos sensores do SPOT 
 
 57 
As imagens adquiridas pelo SPOT recobrem em visão vertical uma área de 60 por 60 Km, ou seja, tal 
como captadas pelos sensores sempre tem inicialmente 3000 linhas e colunas em modo XS ou XI, e 
6000 linhas e colunas no modo PAN ou M. 
Resumo das diferenças e particularidades de cada Nível de Processamento dos Produtos SPOT: 
Nível Radiometria Geometria Pontos de controle Projecção 
Precisão de 
localização 
1 A Equalização Bruto não nenhuma 500 m 
1 B Equalização Sistemática básica não 
nenhuma 
Orientação da 
orbita 
500 m 
2 A Equalização Sistemática completa não 
a escolha 
Orientação a 
Norte 
50 m 
2 B Equalização 
Sistemática 
completa + 
pontos 
sim 
a escolha 
Orientação a 
Norte 
10 a 30 m 
Orto Equalização 
Sistemática 
Completa + 
pontos + MNT 
sim 
a escolha 
Orientação a 
Norte 
10 a 30 m 
S 
Registada conforme a cena de referência, de 1 A até Orto, portanto com as 
mesmas características básicas, mais um erro de registo de uma imagem com 
a outra estimado aproximadamente no valor de até 1 píxel: 10 m no PAN ou M 
e 20 m no XS ou XI. Precisão estimada com relação a cena de referência e 
não ao solo. 
 
Nível 1A – Cenas sem correcção geométrica, somente equalização dos detectores 
A imagem não é submetida a nenhuma correcção geométrica, é fornecida tal como foi 
adquirida, bruta, com uma grade de pixeis, de forma quadrada. É realizada somente uma 
equalização linear dos barramentos de CCD entre eles, para eliminar eventuais diferenças de 
tonalidades internas da imagem. 
A imagem é fornecida com dados auxiliares: 
Os coeficientes de calibração absolutos que permitem converter em radiância os 
valores digitais dos pixeis. 
• 
• As coordenadas de centro e dos 4 cantos da cena, que possibilitam localizar a área 
imageada no solo com uma precisão aproximada de 500 m. Outras informações 
(efemérides, atitude do satélite, ângulo de visão, ...) também constam e podem ser 
usados para processamentos geométricos precisos. 
 
 58 
As cenas no modo PAN ou M no nível 1 A tem 6.000 linhas por 6.000 colunas e ocupam 36 
megabytes. 
As cenas no modo XS ou XI no nível 1 A tem 3.000 linhas por 3.000 colunas e ocupam 27 a 
36 megabytes para o XS e o XI respectivamente. 
Nível 1 AP : Cenas no nível 1 A para Fotogrametria e Estereoscopia 
Ele consiste em um produto fotográfico, em filme exclusivamente, especialmente 
desenvolvidos para aplicações fotogramétricas com instrumentos ( restituidores ) analógicos. 
A mesma equalização de detectores que sofre o produto do nível 1 A é realizado (equalização 
linear dos barramentos de CCD entre eles, para eliminar eventuais diferenças de tonalidades 
internas da imagem) Depois, uma filtragem do tipo high-pass que realça as feições locais e os 
detalhes da paisagem é aplicado de forma a salientar as características lineares na imagem 
As distorções geométricas não são corrigidas no nível 1 AP. Um esticamento das linhas da 
imagem é realizado para compensar de maneira aproximativa o efeito de perspectiva, 
causado pela visão obliqua no imageamento para melhorar a visão da estereoscopia pelo 
operador do restituidor. 
Como no nível 1 A, a cena no nível 1 AP tem o aspecto de um rectângulo ou de um quadrado. 
Os dados auxiliares da cena 1 AP são idênticos aos do nível 1 A e podem acompanhar os 
produtos 1 AP, que são somente fotográficos (filme exclusivamente). Estes dados auxiliares 
permitem então a localização da imagem no solo com precisão de 500 m, e podem servir para 
uma modelização geométrica no restituidor 
Nível 1B – Cenas com correcções radiométricas e geométricas. 
O nível de processamento 1 B inclui uma correcção sistemática das distorções geométricas 
internas da imagem SPOT. A cena sofre o mesmo processo de equalização de detectores 
CCD que no nível 1 A especificado acima. Os coeficientes de calibração absolutos que estão 
incluídos nos dados auxiliares permitem converter os valores digitais dos pixeis em radiância. 
As correcções geométricas aplicadas servem para corrigir os erros inerentes ao conjunto em 
movimento terra-satélite e as condições da tomada da imagem que provocam distorções 
internas na imagem: variação de atitude do satélite, efeito de perspectiva, rotação e 
curvatura da Terra, velocidade do satélite, etc... que ocorrem durante o tempo em que é 
imageada uma cena SPOT. 
O modelo de transformação utilizado para o processamento no nível 1 B é tal que as cenas 
consecutivas de uma mesma orbita e data de um mesmo segmento contínuo de aquisição 
podem ser mosaicadas de volta com muita facilidade, pois a sua geometria é compatível e 
continua. 
A orientação da imagem processada no nível 1 B não é alterada, as linhas da imagem não 
sofrem uma rotação com relação ao nível 1 A . A cena SPOT no nível 1 B tem a aparência de 
um paralelograma. 
 59 
São fornecidas com a imagem 1 B as coordenadas de centro e dos 4 cantos da cena, que 
possibilitam localizar a área imageada no solo com uma precisão melhor de que 500 m. A 
distorção das distâncias internas da imagem é melhor do que 2/1.000 em terreno plano. 
Nota: A projecção especifica das cenas no nível 1B não corresponde a nenhuma norma 
cartográfica, mais que serve somente para compensar as distorções internas. Assim, a sobre 
posição de informações geométricas externas, tais como vectores, sobre a cena no nível 1 B 
não irá dar certo, pois a cena 1 B não está orientada a norte, ainda, e a não ser com 
correcções geométricas adicionais, usando por exemplo os modelos e dados contidos nas 
informações auxiliares da cena, ela poderá ser modelizada cartograficamente. 
Nível 2 A - Cenas com correcção radiométrica mais correcção geométrica de precisão 
com orientação a Norte e projecção cartográfica. 
O nível 2 A é o produto básico da família de produtos cartográficos do SPOT. A imagem 
processada no nível 2 A é entregue numa projecção cartográfica padronizada, a escolha do 
cliente, elaborada por uma modelização utilizando-se dos parâmetros orbitais e de atitude 
do satélite na toma da imagem, ou seja, sem o uso de pontos de controle ou demais 
elementos externos ao satélite. A precisão de localização é idêntica ao produto 1B, ou seja, 
perto de 500 m de precisão relativa 
A imagem no nível 2 A sobre o mesmo processamento de equalização de detectores CCD que 
no nível 1 A especificado acima. Os coeficientes de calibração absolutos que estão incluídos 
nos dados auxiliares permitem converter os valores digitais dos pixeis em radiância. 
As correcções geométricas aplicadas para se alcançar o nível 2 A se baseiamnum modelo de 
deformação que toma em conta as condições de tomada da imagem, assim como a 
modelização cartográfica básica da imagem num sistema padrão, tal como UTM. Os 
parâmetros utilizados são gerados pelo próprios sistema de navegação do satélite ( 
efemérides do satélite, atitude , etc..) sem acréscimo de informações externas, tais como 
pontos GPS ou cartografia existente. Em decorrência deste método, a precisão de 
localização da imagem no solo é idêntica ao nível 1B, ou seja girando em volta de 500 m. A 
diferença reside no fato de que este erro de localização relativa pode ser facilmente 
corrigido e reduzido com o uso de pelo menos um ponto de controle na área da imagem. Se 
isto for feito, então a precisão de localização absoluta fica reduzida ao mínimo ( ao erro de 
localização do ponto de controle, praticamente ) e a única fonte de erro de localização 
residual na imagem é causada pelo efeito de paralaxe devida as variações do relevo na área 
imageada e do efeito panorâmico devido ao ângulo de visão do satélite. Se o terreno é plano 
e que a imagem foi adquirida com visão vertical , um único ponto de controle permitirá 
eliminar grande parte do erro de localização, por uma amarração em absoluta da imagem por 
meio de uma simples translação em linhas e colunas, o erro eventualmente residual de 
localização não ultrapassando no resultado final, a marca de 50 m. 
Com a imagem no nível 2 A, são fornecidas as seguintes informações adicionais: 
Projecção cartográfica, • 
• 
• 
• 
Datum utilizado, 
Altitude média de referência, 
Coordenadas de canto e de centro da imagem, 
 60 
Os coeficientes de calibração absolutos que permitem converter em radiância os 
valores digitais dos pixeis, 
• 
As coordenadas de centro e dos 4 cantos da cena, que possibilitam localizar a área 
imageada no solo com uma precisão aproximada de 500 m. Outras informações 
(efemérides, atitude do satélite, ângulo de visão, ...) também constam e podem ser 
usados para processamentos geométricos precisos. 
• 
A cena SPOT no nível 2 A tem a aparência de um paralelograma que foi rotacionado com 
relação ao nível 1B, para ser orientado a norte e ser compatível como sistema de 
coordenadas cartográficas do local. 
Nível 2 B : Cenas com correcção radiométrica mais correcção geométrica de precisão 
com pontos de controle, orientação a Norte e projecção cartográfica. 
As imagens produzidas no nível 2 B são o produto de base de toda a família de produtos 
georeferenciados SPOT. A imagem é entregue numa projecção cartográfica a escolha do 
cliente. O uso de pontos de controle adquiridos por GPS ou da cartografia local de precisão 
suficiente (escala 1:25.000 a 1:100.000) permite melhorar bastante a precisão de localização 
da imagem resultante. 
A imagem produzida no nível 2 B sofre a mesma equalização de detectores CCD que no nível 1 
A especificado acima. Os coeficientes de calibragem absolutos que estão incluídos nos dados 
auxiliares permitem converter os valores digitais dos pixeis em radiância. 
As correcções geométricas se baseiam num modelo de deformação que toma em conta as 
distorções introduzidas pelas condições de aquisição da imagem, assim como as 
transformações necessárias para colocar a imagem de interesse na projecção cartográfica 
escolhida pelo usuário (Lambert , UTM, Stereográfica Polar, Policônica, SOM, ...). As 
correcções geométricas usam um modelo dinâmico da órbita do satélite e conforme os 
parâmetros de tomada da imagem (efemérides, atitude do satélite, ...) e dados geográficos 
ou cartográficos. Estas informações adicionais externas são medições feitas em pontos de 
controle ou de apoio, cujas coordenadas cartográficas ou geográficas foram medidas em 
mapas ou no solo mesmo por colectas de pontos GPS. Estas informações resultam num 
produto definitivamente muito superior em termos de precisão de localização de qualquer 
ponto da imagem corrigida no nível 2 B, que é tida como aceitável quando chega perto de 10 a 
30 m, de acordo com a qualidade das medições dos mapas ou da colecta GPS, e em terreno 
plano, sem tomas conta da paralaxe devida ao relevo por exemplo. 
Os cabeçalhos das imagens no nível 2 B fornecem dados auxiliares adicionais ( projecção 
cartográfica, coordenadas cartográficas e geográficas dos cantos e do centro da cena, ...). A 
cena SPOT 2 B tem a aparência de um paralelograma, igual ao nível 2 A, pois é também 
orientada a norte porém com mais precisão de localização absoluta pois está agora 
correctamente amarrada por via dos pontos de controle utilizados como indicada acima no 
processo de correcção geométrica. 
Observações: 
A realização de produtos no nível 2 B é possível somente se existem mapas ou pontos GPS da 
área imageada de interesse, pois estas informações externas são o que caracteriza este 
nível de processamento e permite alcançar o nível de precisão anunciado. 
 61 
Nível ORTHO: :Cenas com correcção radiométrica e correcção geométrica de precisão 
máxima com pontos de controle, MNT, orientação a Norte e Projecção Cartográfica. 
Os produtos SPOT gerados no nível 2 B são produtos muito elaborados que visam atender as 
necessidades de usar informações com precisão cartográfica máxima. Ele corrige todas as 
distorções existentes originalmente na imagem adquirida pelo satélite, inclusive os erros de 
localização residuais devidos as variações locais do relevo da área de . 
A imagem produzida no nível orto sofre a mesma equalização de detectores CCD que no nível 
1 A especificado acima. Os coeficientes de calibragem absolutos que estão incluídos nos 
dados auxiliares permitem converter os valores digitais dos pixeis em radiância. 
As correcções geométricas no nível orto, ou seja a orto rectificação da imagem se baseiam 
num modelo de deformação que toma em conta as distorções introduzidas pelas condições de 
aquisição da imagem, assim como as transformações necessárias para colocar a imagem de 
interesse na projecção cartográfica escolhida pelo usuário (Lambert , UTM, Stereografica 
Polar, Policônica, SOM, ...). As correcções geométricas usam um modelo dinâmico da órbita do 
satélite e conforme os parâmetros de tomada da imagem (efemérides, atitude do satélite, 
...) e dados geográficos ou cartográficos. Estas informações adicionais externas são 
medições feitas em pontos de controle ou de apoio, cujas coordenadas cartográficas ou 
geográficas foram medidas em mapas ou no solo mesmo por colecta de pontos GPS, e, aqui 
reside toda a especificidade do nível orto, usando adicionalmente um Modelo Numérico de 
Terreno (MNT) que permite corrigir o erro de paralaxe devido ao relevo nas imagens 
adquiridas com visão fora do nadir, ou seja, as imagens adquiridas com alguma visão lateral 
pelo SPOT. Estas informações resultam num produto definitivamente muito superior em 
termos de precisão de localização de qualquer ponto da imagem corrigida no nível 2 B, que é 
tida como aceitável quando chega perto de 10 a 30 m, de acordo com a qualidade das 
medições dos mapas ou da colecta GPS, e em terreno plano, sem paralaxe qualquer devida ao 
relevo por exemplo. 
Este processamento resulta numa melhoria significativa na precisão de localização de 
qualquer pixel dentro da imagem, que fica então na faixa de 10 a 30 m de precisão. O valor 
exacto depende da qualidade dos pontos de controle e de apoio usados, seja a partir de 
mapas ou GPS, qual que seja o relevo e o angulo de visão do SPOT para a imagem em questão. 
Os cabeçalhos das imagens no nível orto fornecem dados auxiliares adicionais ( projecção 
cartográfica, coordenadas cartográficas e geográficas dos cantos e do centro da cena, ...). A 
cena SPOT orto tem a aparência de um paralelograma, igual ao nível 2 A ou 2 B, pois é 
também orientada a norte porém com mais precisão de localização absoluta pois está agora 
correctamente amarrada por via dos pontos de controle e MNT utilizadoscomo indicada 
acima no processo de correcção geométrica. 
Observações: 
A realização de produtos no nível orto é possível somente se existem mapas ou pontos GPS, e 
um MNT da área imageada de interesse, pois estas informações externas são o que caracteriza 
este nível de processamento e permite alcançar o nível de precisão anunciado. 
Os produtos SPOT no nível orto são principalmente recomendados para a cartografia do 
relevo e áreas de altimetria bastante variável, pois mesmo nesta situação, eles chegam a 
 62 
oferecer uma precisão similar aos produtos 2 B, independentemente da morfologia da área 
imageada ou do ângulo de visão da cena considerada. Um Modelo Numérico de Terreno deve 
estar disponível, obviamente, seja gerado a partir de mapas ou de um par estereoscópico 
SPOT se for o caso, condição sine qua non para possibilitar a geração dos produto SPOT no 
nível orto. 
A precisão do produto orto final obtido depende exactamente da exactidão da informação 
original relativamente aos pontos de controle e apoio bem como da qualidade do MNT. 
O nível de processamento orto corresponde a precisão geométrica máxima e se destina aos usuários 
que buscam soluções cartográficas precisas. 
 
 
3. Série IRS 
O IRS, Indian Remote Sensing Satelite, é interessante pelas suas imagens PAN de 5 m de resolução, 
cada uma recobrindo 70 por 70 Km. A SPACE IMAGING detém os direitos de comercialização do 
IRS no mundo fora da Índia. 
Especificações técnicas dos sensores 
Satélites considerados: 
IRS-1A lançado em 1988 
IRS-1B lançado em 1991 
IRS-1C lançado em 1995 
 IRS-1D lançado em 1997 
O principal interesse das Imagens IRS são as Imagens Pancromáticas, que tratamos abaixo. 
Especificações Técnicas 
Modo Pancromático 
Sensibilidade 0.5 a 0.75 µm 
Resolução espacial 5.8 m 
Largura da Faixa Imageada 70 Km 
Estereoscopia SIM 
Frequência de Revisita ao Nadir 48 dias no Equador 
Possibilidades de imageamento com visão obliqua 5 dias com visão até ± 26° 
 63 
Os satélites IRS não são programáveis ou seja, somente se pode contar e pedir comercialmente uma 
cena já adquirida na estação. 
A frequência de revisita de 48 dias para o modo PANCROMÁTICO não deve ser considerada 
literalmente, pois não significa que o satélite adquire uma imagem da mesma área neste ritmo, visto 
que somente algumas órbitas seleccionadas pelo operador do satélite são gravadas na estação. 
 
4. Série CBERS 
Um programa de cooperação foi assinado em 6 de julho de 1988 entre a China e o Brasil para 
desenvolver dois satélites de observação da Terra. O primeiro satélite CBERS foi lançado por 
foguetes chineses da série Longa Marcha a partir da base de lançamento de Shanxi, na República 
Popular da China. 
A característica singular do CBERS é sua carga útil de múltiplos sensores, com resoluções espaciais 
e frequências de observação variadas. Os dados de múltiplos sensores são especialmente 
interessantes para acompanhar ecossistemas que requerem alta repetitividade. Os três sensores 
imageadores a bordo são : 
• Imageador de Larga Visão (WFI – Wide Field Imager): O WFI tem uma visão de 900 km no 
solo, que dá uma visão sinóptica com resolução espacial de 260 m e cobre o planeta em menos de 5 
dias. Veja as características detalhadas deste sensor na tabela abaixo. 
• Varredor Multiespectral Infravermelho (IR-MSS – Infrared Multispectral Scanner): O IR-
MSS fornecem informações mais detalhadas em uma visão mais estreita, de 120 km, com resolução 
de 80 e 160 m. Veja as características detalhadas deste sensor na tabela abaixo. O IR-MSS fornecem 
informações mais detalhadas em uma visão mais estreita, de 120 km, com resolução de 80 e 160 m. 
Veja as características detalhadas deste sensor na tabela abaixo. 
• Câmara de Alta Resolução CCD (Couple Charged Device): A câmara CCD de alta resolução (20 
m) tem a capacidade adicional de apontamento lateral de ±32º, que dá frequência de observações 
aumentada ou visão estereoscópica para uma dada região. Veja as características detalhadas 
deste sensor na tabela abaixo. 
Além da carga útil imageadora, o satélite leva um sistema de colecta de dados (DCS – Data Colection 
System) para retransmitir dados ambientais colhidos no solo; um monitor do ambiente espacial 
(SEM) para detecção de radiação de alta energia no espaço; e um gravador de fita de alta densidade 
 64 
(HDTR) experimental para gravação de imagens a bordo. Neste site, somente serão mencionados os 
instrumentos imageadores para observação da Terra. 
Principais características do satélite: 
Parâmetros orbitais 
Altitude média 778 km 
Inclinação 98,504 graus 
Revoluções por dia 14 + 9/26 
Período nodal 100,26 minutos 
Hora solar médio no nó descendente 10h 30min 
Frequência de revisita de um mesmo local 26 dias 
Parâmetros dos Instrumentos imageadores: 
Especificações CCD IR-MSS WFI 
Bandas Espectrais (mm) 
0,51 - 0,73 (pan) 
0,45 - 0,52 
0,52 - 0,59 
0,63 - 0,69 
0,77 - 0,89 
0,50 - 1,10 (pan) 
1,55 - 1,75 
2,08 - 2,35 
10,40 - 12,50 
0,63 - 0,69 
0,76 - 0,90 
Campo de Visão 8,3º 8,8º 60º 
Resolução Espacial (m) 20 80 (pan e IV) 260 
Res. Temporal (Nadir) 26 dias 26 dias 3 - 5 dias 
Res. Temporal (Fora do Nadir): 3 dias (+/- 32º) - - 
Largura da Faixa Imageada 113 km 120 km 890 km 
Capacidade de Visão Lateral +/- 32º - - 
 
 
 
5. Série KOMPSAT (Korea Multi-Purpose Satellite) 
 
O Programa KOMPSAT 
O Satélite KOMPSAT é baseado na tecnologia de plataformas leves da firma norte-americana TRW 
(Space and Electronics Group), com adaptações para se adequar aos objectivos do Instituto Coreano 
de Pesquisa Aeroespacial (Korea Aerospace Research Institute's - KARI). Em Março de 1995, a 
 65 
TRW Space and Electronics Group e assinaram um contrato de desenvolvimento de um satélite leve 
multifinalitário no qual a Indústria Coreana também estaria envolvido. 
 
 
Fig. 27 Aplicações dos dados KOMPSAT. 
 
Durante 5 anos, os engenheiros do KARI, da Indústria Coreana e da TRW trabalharam em estreita 
colaboração para produzir dois modelos completos de um satélite, aprovados para lançamento, 
adquirindo assim o conhecimento, know-how em conceber, construir e usar satélites para servir os 
interesses da República Coreana na área ambiental e científica. 
O programa KOMPSAT consiste em dois modelos completos de um mesmo satélite aptos para o 
lançamento. O primeiro satélite, o protótipo de voo, foi montado, integrado e testado nas 
instalações industriais da TRW em Redondo Beach, Califórnia, E.U.A. e enviado para a Coreia em 
Abril de 1998. Os objectivos deste primeiro protótipo eram, principalmente, comprovar a qualidade 
da estrutura e das funcionalidades do satélite. Ele serviria de "reserva" para o modelo de voo, caso 
fosse necessário. 
O segundo satélite, o modelo de voo, foi montado, integrado e testado nas instalações do KARI em 
Taejon, República da Coreia, pelos engenheiros do KARI com o suporte dos engenheiros da TRW . 
 66 
O satélite KOMPSAT-1 foi lançado no dia 21 de Dezembro de 1999 por um foguete TAURUS, da 
base aérea VANDENBERG da Força Aérea Americana, nos E.U.A. O KOMPSAT define-se como um 
satélite multifinalitário (KOMPSAT-1) do KARI. 
 
Informações Gerais 
O KOMPSAT–1 pesa 500 Kg e tem a bordo vários sensores e instrumentos: 
• EOC - Electro-Optical Camera 
• OSMI - Ocean Scanning Multi-Spectral Imager 
• SPS - Space Physics Sensor 
O satélite está numa orbita heliosíncrona, numa altitude de 685 Km e com expectativa de vida útil 
de 3 anos. 
Especificações Técnicas do EOC 
A missão principal do Instrumento EOC é fornecer imagens da Terra para cartografia até à escala 
1:25.000 do território coreano principalmente. Ele imagea, com esta câmara que funciona com o 
princípiopushbroom (sistema similar ao dos satélites SPOT, entre outros), uma faixa de 17 Km de 
largura, cobrindo uma área de 17 Km por 17 Km. A resolução espacial é de 6.6 m, codificados em 8 
bits e a sensibilidade espectral é de 510 a 730 nm. O EOC pode imagear no nadir e até 45 graus 
lateralmente, graças à capacidade de orientação do corpo do satélite. 
Apesar da missão principal do EOC e do KOMPSAT-1 seja dirigido principalmente à Península 
Coreana, ele pode ser usado para aquisição de imagens de toda a Terra pois comporta um sistema de 
gravação a bordo com capacidade de 2.5 Gigabytes em Solid State Recorder . Assim, as imagens do 
KOMPSAT podem ser facilmente adquiridas para áreas de interesse em diversos pontos do Globo. 
 
Especificações Técnicas do OSMI 
O OSMI fornece dados para o monitoramento mundial dos oceanos para estudos na área de biologia 
e oceanografia. Ele gera imagens com 6 bandas espectrais, com uma faixa de 800 Km e resolução 
 67 
espacial de 1 km. O OSMI é provido de um sistema que permite seleccionar e mudar a sensibilidade 
espectral entre 400 e 900 nm a partir do controle do satélite em Terra. Esta flexibilidade de 
configuração espectral permite o uso do OSMI para múltiplas aplicações e principalmente para 
suporte de pesquisa para o dimensionamento e a elaboração de sensores de nova geração 
 
Especificações Técnicas do SPS 
O instrumento SPS é composto de dois sensores distintos: 
• HEPD (High Energy Particle Detecto ): é um detector de partículas de alta energia. A missão 
deste sensor a é de caracterizar o ambiente orbital do satélite, a influência das partículas 
de alta energia e efeitos de radiações na micro-eletrónica. 
• IMS (Ionosphere Measurement Sensor): é um sensor de medição da ionosfera. Mede a 
densidade e a temperatura de electrões na ionosfera e monitora a irregularidade da 
ionosfera na órbita do satélite KOMPSAT-1. 
 
O KOMPSAT-1 representa o primeiro passo do KARI em projectos de construção de um satélite e é 
uma etapa essencial para a República Coreana poder fortalecer a sua entrada no clube reservado das 
nações que tem agora um real acesso ao Espaço de maneira independente. 
 
Características dos produtos do satélite KOMPSAT 
• Imagens em formato digital ou ampliação fotográfica até à escala 1: 20.000 
• Área de cada cena: 17 por 17 Km, adquirida por programação do satélite ou no catalogo, 
• Quick Looks disponíveis sob solicitação manual no momento 
• Modo PAN, P&B, codificado em 8 bits 
• Resolução de 6.6 m no nadir 
• Correcções de sistema, geométricas e radiométricas 
 
A Korea pretende ter uma família completa de satélites de observação da Terra, com 7 satélites 
KOMPSAT até 2015. Estamos somente no inicio da era KOMPSAT !!! 
 68 
 
 
Fig. 28 A futura constelação de satélites KOMPSAT 
 
 69 
Satélites de Teledetecção com sensor RADAR 
 
O que distingue o sensor radar dos sensores ópticos? 
O sensor RADAR distingue-se dos sensores ópticos pelo tipo de dados que gera e pelo modo como 
esses dados são recolhidos. Os sensores multiespectrais típicos, como o LANDSAT, IRS, IKONOS, 
... usam a energia reflectida da superfície terrestre com comprimentos de onda praticamente 
equivalentes aos detectados pelos nossos olhos (visível e infravermelho,...) dentro de uma ou mais 
bandas de frequência, cada uma representando uma imagem única da superfície terrestre e podendo 
ser interpretada individualmente ou combinada com outras bandas. As técnicas de processamento de 
imagem permitem combinar essas bandas para produzir uma imagem colorida da superfície da Terra 
(em falsas cores, cores naturais, ...) 
Os sensores radar como o do ERS, o JERS e o RADARSAT tiram proveito da energia transmitida na 
frequência de microondas (não detectável pelo olho humano). Operando numa frequência de 
microondas singular, gera um canal de dados e, consequentemente, uma imagem a preto e branco. 
Esta imagem pode ser combinada com outros dados de radar multitemporais (e.g. para detecção de 
alterações) ou dados de outras fontes para criar imagens coloridas. 
Sendo um sensor activo, o SAR (Syntethic Aperture Radar) transmite um pulso energético de 
microondas em direcção à superfície da Terra. O sensor SAR mede a quantidade de energia 
devolvida ao satélite após a interacção com a superfície terrestre. Ao contrário dos sensores 
ópticos, a energia de microondas penetra as nuvens, chuva, pó, ou nevoeiro e permite recolher 
imagens independentemente da iluminação solar, pelo que as imagens radar podem ser geradas em 
qualquer altura e sobre as mais variadas condições atmosféricas. 
Assim, o SAR é um instrumento que trabalha com microondas ou hiperfrequências de alta 
performance que emite e recebe sinais que lhe permitem "enxergar" mesmo com nuvens, neblina, 
névoa, fumaça ou escuridão... Desta forma, um satélite RADAR observando a Terra pode fornecer 
imagens de excelente qualidade a qualquer momento e quais de sejam as condições atmosféricas. 
Operando na Banda C, o instrumento SAR do RADAR pode orientar o feixe de ondas para cobrir uma 
faixa de até 500 Km de largura. Diversos ( 7, exactamente) modos de imageamento permitem ao 
instrumento SAR de imagear áreas de diversos formatos, com uma largura de observação variando 
entre 35 e 500 Km com resolução variando de 8 a 100 m de acordo com a largura da faixa imageada. 
 70 
 
 
6. Série ERS 
 
Características Gerais 
O RADAR do ERS 1 e 2 operam com as seguintes características técnicas: 
• SAR de Banda C 
• Comprimento de onda de 5,60 cm 
• Frequência de 53 Gigahertz 
• Polarização VV (Vertical – Vertical) 
• Ângulo de visão de 23 Graus. 
Cada cena cobre uma área de 100 por 100 Km (10.000 Km2) com resolução de 25 metros. 
As principais aplicações desenvolvidas e reconhecidas dos dados ERS-SAR são: 
• Cartografia básica e temática em Regiões Tropicais de difícil acesso com sensores ópticos; 
• Produto de Coerência, geração de base de pontos de controle para correcção de imagens de 
outros sensores Radar ou Ópticos; 
• Mapeamento de movimentos da Crosta Terrestre; 
• Mapeamento de Desastres Naturais; 
• Mapeamento Geológico; 
• Exploração Petroleira Marinha; 
• Monitoramento de Poluição Marinha por Petróleo e Derivados; 
• Monitoramento de Navios; 
• Gestão Costeira; 
• Monitoramento Agrícola (arroz em particular). 
 
 
Níveis de Processamento ERS e Principais Aplicações 
Para melhor compreensão, os níveis de processamento abaixo são classificados por ordem crescente 
de precisão geométrica final resultante. 
 71 
 
Tipo e especificações Aplicações 
Annotated SAR RAW: 
Dados tais como adquiridos pelo Satélite, usado para gerar 
imagens 
Produção de imagens ERS; 
Interferometria. 
Single Look Complex (SLC): 
Imagens mono-canais em formato complexo, na qual os 
valores da fase (F) e da Quadratura (Q) da amplitude 
complexa são associados a cada pixel. 
 
 
Estudo da fase e amplitude do sinal; 
Interferometria. 
SAR PRI (Precision Image): 
A amplitude da imagem sofreu neste processamento uma 
calibração absoluta e processamento multicanal (3 canais); 
A qualidade radiométrica resultante serve para análise 
quantitativa. Feito com correcções geométricas. 
Interpretação visual e processamento 
de imagens para uma grande variedade 
de aplicações Temáticas (Agricultura, 
Meio Ambiente, Geologia, Hidrologia) 
em Série Multitemporal. 
SAR GEC ( Geocoded): 
Tal como o nível SAR PRI, este nível é radiometricamente 
corrigido, orientado a Norte numa projecção e Datum à 
escolha do cliente. Este produto serve para Aplicações 
Cartográficas 
Interpretação visual e processamento 
de imagens para uma grande variedade 
de aplicações Temáticas (Agricultura,. 
Meio Ambiente, Geologia, Hidrologia); 
Podeser sobreposta em outros dados 
na mesma projecção cartográfica. 
SAR GTC (Geocoded Terrain Corrected): 
É georeferenciado tal como o SAR GEC, porém fazendo uso 
de um Modelo Numérico de Terreno (DEM-MNT, disponível 
na ESA ou fornecido pelo cliente) para corrigir as 
distorções provocadas pelo relevo. Este produto serve para 
Aplicações Cartográficas. 
Interpretação visual e processamento 
de imagens para uma grande variedade 
de aplicações Temáticas (Agricultura, 
Meio Ambiente, Geologia, Hidrologia); 
Pode ser sobre posta em outros dados 
na mesma projecção cartográfica. 
IMPORTANTE: AS IMAGENS ERS NÃO PODEM MAIS SER PROGRAMADAS, DEVIDO À INOPERABILIDADE DOS 
SATÉLITES. 
 
 72 
 
7. Série RADARSAT 
 
 
 
 
RADARSAT-1 RADARSAT-2 
Fig. 29 Plataformas do RADARSAT 
 
O satélite RADARSAT é o primeiro satélite Radar que permite ao cliente a escolha entre vários 
modos de programação e várias opções de entrega. O gravador de bordo do RADARSAT faculta a 
possibilidade de imagear e fornecer a imagem radar de qualquer local da Terra, processá-la e 
entregá-la num prazo extremamente curto. 
 
Características Técnicas dos Satélites RADARSAT 
 RADARSAT 1 RADARSAT 2 
Polarização HH HH VV, HV, VH 
Resolução 8 - 100 m 3 - 100 m 
Ângulos de Incidência 35 Possibilidades de 10 a 59° de 10 a 59° 
Lado de Imageamento a direita a direita ou esquerda 
Faixa de Imageamento de 50 a 500 Km de 10 – 527 km 
Órbita Circular, Heliosíncrona Circular, Heliosíncrona 
Ciclo Orbital 24 dias 24 dias 
Órbitas por dia 14 14 
Altitude, Inclinação 798 Km, 98.6° 798 Km, 98.6° 
Duração de uma Órbita 100.7 minutos 100.7 minutos 
Programação Sim Sim 
Lançamento e Operação 04-11-95 / 1996 Final 2002 / Início 2003 
Estereoscopia Sim Sim 
Disponibilidade Espacial Mundial Mundial 
Processamento em tempo Real Sim Sim 
 73 
Demais características do RADARSAT 2: 
• Sistema GPS, 
• Gravadores de bordo SOLID STATE, 
• Transmissão de dados para a estação de recepção criptografada 
 
 
 
Fig.30 Órbitas do RADARSAT 
 
Como o Radarsat não precisa da energia reflectida do sol para "enxergar", o Radar sendo um 
instrumento "activo" que emite e recebe de volta a energia, ele pode imagear mesmo estando na face 
não iluminada da terra ou à noite, aproveitando assim qualquer trecho de sua órbita .... 
 
Aplicações 
Os dados RADARSAT são por exemplo usados com bastante resultados em inúmeras aplicações 
temáticas tais como em Geologia, Exploração Mineral e Petroleira, em Cartografia (especialmente na 
produção de MNT por Radargrametria), em aplicações militares (Cartografia e Observação), 
monitoramento de Inundações, Agricultura, e monitoramento do uso e ocupação dos solos, em várias 
aplicações oceanográficas, tais como a detecção de manchas de Petróleo e Derivados no Mar, o 
monitoramento de área com perigo de colisão com blocos de gelo ou icebergs nas rotas de navegação 
marítimas, análise do padrão de ondas no mar, etc... 
As imagens RADARSAT são disponibilizadas no formato CEOS ou outro a escolha do cliente e são 
compatíveis e podem ser lidas e processadas com a maioria dos Softwares Comerciais de 
Processamento de Imagens. 
 74 
Modos de Aquisição e Características Principais das Imagens 
 
Modo de Aquisição Posição Ângulo de Incidência (°) 
Resolução 
estimada (m) 
Área Coberta 
(km) 
Alta Resolução 
F1 
F2 
F3 
F4 
F5 
37-40 
39-42 
41-44 
43-46 
45-48 
10 50 x 50 
Standard 
S1 
S2 
S3 
S4 
S5 
S6 
S7 
20-27 
24-31 
30-37 
34-40 
36-42 
41-46 
45-49 
30 100 x 100 
Wide 
W1 
W2 
W3 
20-31 
31-39 
39-45 
30 
165 x 165 
150 x 150 
130 x 130 
ScanSAR Short SN1 SN2 
20-40 
31-46 50 300 x 300 
ScanSAR large SW1 20-50 100 500 x 500 
Extende High 
H1 
H2 
H3 
H4 
H5 
H6 
49-52 
50-53 
52-55 
54-57 
56-58 
57-59 
25 75 x 75 
Extended Low L1 10-23 35 170 x 170 
 
 
 
Fig. 31 Modos de aquisição do RADARSAT 
 75 
Níveis de Processamento das Imagens RADARSAT 
Path Image 
No nível de processamento PATH IMAGE, a imagem RADARSAT fica alinhada paralelamente à 
órbita do satélite. As informações de georeferenciamento da imagem, em latitude e longitude são 
fornecidas para uma localização aproximada do primeiro pixel, o pixel mediano e o último pixel de 
cada linha da imagem. A imagem é por assim dizer sistematicamente corrigida, apenas com 
parâmetros orbitais, mas fica orientada na órbita do satélite somente, sem orientação a Norte. 
Path Image Plus 
A distinção entre o nível de processamento PATH IMAGE e PATH IMAGE PLUS está no tipo de 
processamento usado para a correcção sistemática da imagem em questão. O nível PATH IMAGE 
PLUS faz uso de uma reamostragem menor no processamento, afim de evitar a perda de resolução 
da imagem original no modo de aquisição escolhido. Sendo assim, é possível discriminar melhor os 
objectos e alvos de interesse, mas o arquivo digital da imagem gerado é consideravelmente maior 
que no nível PATH IMAGE. A imagem é por assim dizer sistematicamente corrigida, apenas com 
parâmetros orbitais, mais fica orientada na órbita do satélite somente, sem orientação a Norte. 
Map Image 
O nível de processamento MAP IMAGE é realizada igualmente como uma correcção sistemática com 
parâmetros orbitais mas com orientação para o Norte e colocada numa projecção cartográfica de 
escolha do usuário. Existem 23 opções de projecções cartográficas. A precisão de localização 
alcançada pelo processamento no nível MAP IMAGE depende do relevo do terreno e do modo de 
aquisição escolhido ! 
Precision Map Image 
Com o uso de nível de processamento PRECISION MAP IMAGE, a precisão de localização alcançada 
é ainda maior que no nível MAP IMAGE. São usados Pontos de Controle oriundos de GPS, ou 
cartografia de precisão existente para a área, assim que uma projecção cartográfica de escolha do 
cliente para o georeferenciamento espacial de precisão da imagem. O fornecimento de Mapas 
Topográficos em escalas compatíveis ou Pontos de Controle Terrestre (GCP) são de responsabilidade 
do Cliente para áreas externas a América do Norte. 
 76 
Signal Data 
O nível de processamento "SIGNAL DATA" não é considerado como sendo uma imagem. Trata-se de 
uma matriz de dados não processados, indicando deslocamentos temporais do sinal. Tais dados estão 
reformatados no formato CEOS. Para o uso de tais dados, o usuário deve dispor de software capaz 
de processar dados RADAR tais como os de Abertura Sintética. 
Single Look Complex 
Neste nível de processamento, as imagens são gravadas na projecção SLANT RANGE, ou seja, são 
corrigidas para compensar os erros de recepção do sinal do satélite e contêm informação de 
posicionamento em Latitude e Longitude. Além desta característica, os dados Single Look Complex 
conservam toda a resolução optimizada própria a cada modo de aquisição escolhido e mantém as 
informações de fase e amplitude do sinal RADAR original 
 
 77 
 
VIII. Satélites da Nova Geração para o Estudo dos Recursos Naturais 
Breves considerações 
 
 
Imagens da nova geração de satélites comerciais estão hoje disponíveis a qualquer pessoa com um 
computador e um cartão de crédito. Pela Internet já se pode obter imagens tiradas por satélite 
muito melhores do que qualquer coisa que a CIA teve durante a Guerra Fria. 
O que vai acontecer quando todo o mundo puder espionar o quintal de alguém sem que ninguém saiba? 
Essa é a situação em que a inovação tecnológica, empurrada por uma variedade de motivos, está-nos 
levando e cada vez mais depressa. 
Por cerca de 40 anos, os governos dominaram o negócio do espaço. Hoje em dia, esse quadro está 
mudando e a taxa de transformação se tornará cada vez mais espectacular.Um certo número de 
factores contribuiu para este fenómeno: a rápida evolução das tecnologias de informação, como o 
crescimento explosivo na tecnologia de semicondutores e os avanços extraordinários no 
processamento digital de sinais. 
A teledetecção comercial a partir do espaço é uma indústria que está a decolar ... 
O comércio mundial de imagens de alta resolução tem implicações positivas e negativas.
A questão da política governamental que diz respeito à Teledetecção foi uma das questões relativas 
ao espaço mais “quentes” do início da década de 1990. Surgiram dois campos: um constituído pela 
indústria, ambientalistas e elementos da comunidade científica, que acreditavam que as políticas 
restritivas não eram realistas e queriam uma política que estimulasse o negócio da Teledetecção. O 
outro incluía elementos das forças armadas e das comunidades de inteligência preocupados com o 
comércio irrestrito da Teledetecção. Este grupo defendia o controle da distribuição. 
O debate resultou em uma transigência razoável — a Lei Americana de Teledetecção para o Estudo 
dos Recursos da Terra, de 1992, que deu o alicerce para a operação comercial de sistemas de 
Teledetecção. A lei permite que companhias peçam ao Departamento de Comércio da USA para 
construir e operar esses sistemas. Reconhecendo as preocupações de segurança oriundas de uma 
operação e distribuição de dados completamente irrestritos, a lei e as directrizes políticas 
 78 
subsequentes exigem que as companhias mantenham registos de tarefas, de modo que o governo 
possa verificar quem está pedindo que dados e quando. As companhias, também, precisam de manter 
o controle da nave espacial permanentemente e serem capazes de limitar a colecta e a distribuição 
conforme determinado pelo governo dos Estados Unidos. A lei também autoriza o governo a proibir 
ou restringir dados durante épocas de crise ou de conflito. 
Essa lei também tratou da venda de sistemas de satélites de Teledetecção; especificamente, a 
Administração Clinton observou que “uma tecnologia tão sensível só deve ser tornada disponível em 
termos de um acordo governo a governo”. Além disso, a lei validou o acordo de gestão pelo qual o 
DOD (Department of Defense construiria os sucessores da nave Landsat e seus instrumentos 
enquanto a NASA financiaria e operaria a estação terrestre, o processamento e os sistemas de 
distribuição. 
)
Em Maio de 2003, a Casa Branca aprovou uma nova política para os satélites comerciais de muito alta 
resolução. Esta nova política da Administração Bush substitui a anterior da Administração Clinton e 
relaxa significativamente as restrições anteriormente impostas. O objectivo é de manter a liderança 
dos Estados Unidos da América nas actividades de Teledetecção espacial. 
A nova política exorta as agências do Governo dos EUA a maximizar o uso das capacidades da 
teledetecção comercial com vista a providenciarem imagens necessárias para fins militares e de 
inteligência, bem como para objectivos de política externa e segurança doméstica, para além do seu 
uso civil. 
 
Estabelecido o alicerce apropriado em termos de política, o governo concedeu várias licenças, aos 
operadores da indústria espacial. Três empreendimentos americanos parecem, por agora, serem 
sérios competidores no negócio da Teledetecção. Deve-se observar que a natureza volátil e 
competitiva desse negócio produzirá, provavelmente, um abalo pelos próximos anos. 
Se considerado o critério de primeiro a pôr em órbita, nos Estados Unidos da América, o líder é a 
Earth Watch, Inc. Em 24 de dezembro de 1997, ela pôs em órbita o EarlyBird 1, um satélite 
concebido para fornecer uma resolução de três metros em do s ou três dias a part r do momento do 
pedido. Como evidência ulterior da internacionalização do comércio espacial, o Earlybird 1 foi lançado 
do Cosmódromo Svobodny, o mais novo sítio de lançamento comercial da Rússia, por um ICBM russo 
i i 
 79 
convertido. Infelizmente, o satélite sofreu falhas logo após o lançamento. Em Novembro de 2000, a 
EarthWatch lançou o satélite QuickBird 1, a partir da área de lançamentos de Plesetsk, na Rússia. O 
QuickBird 1 não conseguiu alcançar a sua órbita. Finalmente, a sucessora da Earth Watch, a Digital 
Globe lançou com sucesso, através do foguetão Kosmos, da Rússia, em Outubro de 2001, o Quickbird 
II, um sistema de resolução inferior a 1 metro. 
 
 
 
i
Outro competidor nesse jogo é a Space Imaging EOSAT, que oferece um produto de 1 metro — a 
maior resolução de todos os sistemas comerciais disponíveis — com imagens disponíveis um dia após 
a encomenda. O primeiro satélite Space Imaging, o IKONOS, foi lançado em 24 de Setembro de 
1999, da Base Aérea Vandenberg, na ogiva de um foguetão Athena-2. 
A Orbiting Image (ORBIMAGE), o terceiro participante de importância, oferece a série de satélites 
OrbView: OrbView 1, um pequeno mapeador da atmosfera e de relâmpagos, lançado em 1995; 
OrbView 2, um satélite de mapeamento do oceano, cores e vegetação lançado com êxito em agosto 
de 1997, após uma delonga de 4 anos e o OrbView 3, a primeira aventura da companhia nos domínios 
da alta resolução, que foi lançado recentemente, em 26 de Junho de 2003, fornecendo uma 
resolução de um metro em imagens a preto e branco e de quatro metros em imagens multiespectrais 
(a cores). Um sucessor, o satélite OrbView 4, patrocinado pela Força Aérea, também incluirá uma 
capacidade de formação de imagens hiperespectrais (Warfighter 1) que se anuncia capaz de 
detectar objectos através de camuflagem e da copa das árvores. 
Sistemas internacionais, alguns já em órbita e outros planeados para entrarem em órbita em 2 ou 3 
anos, incluem o SPOT (França), RADARSAT (Canadá), IRS (Índia), ALOS (Japão), CBERS 
(China/Brasil), e EROS (Israel). Esses programas continuarão a ser viáveis, primordialmente por 
causa do mercado mas, também, porque representam um recurso nacional para seus países. 
Estima-se acima de US$2,65 bilhões por ano a receita gerada por este negócio. Prevê-se que num 
futuro próximo seja superior a 5 bilhões. Em termos de demanda, são abundantes os usos para os 
produtos da nova geração de satélites de Teledetecção — monitoramento ambiental, exploração de 
energ a (petróleo e gás), gestão de recursos (agrícolas e minerais), cartografia e planeamento 
urbano e comunitário, para só citar alguns. Hoje em dia, sistemas de aeronaves fornecem imagens 
sinópticas para essas aplicações e outras, mas os satélites de alta resolução são muitíssimo mais 
eficientes. 
 80 
Contudo, o comércio mundial de imagens de alta resolução tem significativas implicações positivas e 
algumas negativas. Antes, as imagens de alta resolução eram somente para fins militares e o seu 
acesso era interdito aos civis. Do lado negativo, como é que as forças armadas de qualquer país irão 
tratar de adversários que podem ter acesso a imagens actualizadas aferidas pelo GPS em seus 
computadores pessoais, através da Internet? Isto não apenas garantirá que o elemento surpresa nas 
operações militares será infinitamente mais difícil, mas as imagens se tornarão o banco de dados 
para formação de alvos de terroristas ou nações degeneradas. Eis porque a Administração Clinton 
insistiu no “controle do obturador”. É um dilema que as forças armadas do próximo século terão que 
levar em consideração, planeando as suas operações tendo em mente essa transparência potencial e 
desenvolvendo contramedidas sofisticadas. Do lado positivo, estas imagens facilmente disponíveis 
trarão imensos benefícios para a sociedade civil na exploração dos recursos naturais terrestres. 
 
 
1. Série QuicBird 
 
EarlyBird 1 foi lançado em 24 de Dezembro de 1997, no foguetão Star -1 de Svobodny, Rússia. 
Entretanto,o satélite saiu de sua órbita quatro dias depois devido a um problema com o sistema 
interno de alimentação de energia. Apesar de grandiosos esforços, a EarthWatch não conseguiu 
restabelecer as comunicações com o satélite. Em abril de 1998, a EarthWatch declarou ter perdido 
o satélite e iniciou a construção dos satélites QuickBird, com verbas advindas do prémio do seguro 
do satélite perdido. 
Em novembro de 2000, a EarthWatch lançou o satélite QuickBird 1, a partir de Plesetsk, na Rússia. 
O QuickBird 1 não conseguiu alcançar a sua órbita. 
Em setembro de 2001 a EarthWatch tornou-se a Digital Globe - uma mudança no nome e no seu foco 
para reflectir melhor os objectivos da companhia. 
Para atingir os seus objectivos, a Digital Globe lançou, em Outubro de 2001, o satélite QuickBird II 
ampliando a resolução da sua série de satélites para 0.61m em modo pancromático e 2.44 metros no 
modo multi-espectral (azul, verde, vermelho e infravermelho próximo). 
 
 81 
Aplicações da imagens 
 
Denominação Objectivo 
 
Defesa - Inteligência Militar 
(Resolução 0.61 m) 
• IDENTIFICAÇÃO E MONITORAMENTO de armamentos, obuses, 
bases aéreas, aeronaves estacionadas, reunião de tropas, etc.; 
• OBSERVAÇÃO DE ATIVIDADES portuárias, deslocamentos de 
tropa na fronteira, por exemplo; 
• SELEÇÃO DE ALVOS estratégicos e posterior avaliação de avarias 
em bombardeiros. 
 
Agricultura 
(Resolução 2.44 m) 
• Avaliação de diversas informações acerca de uma área de plantio 
para a execução de uma agricultura "inteligente", optimizando o uso 
e o monitoramento do solo: tipos e tamanhos de culturas, análise de 
irrigações, fertilizantes, desgaste do solo, avaliação de avarias 
causadas por geadas, tempestades, pragas, etc. 
 
 
 
 
 
Mapeamento 
(Resolução 0.61 m e 2.44 m) 
• A maior parte do globo não possui mapas de grandes e médias 
escalas, ou se existem, estão desactualizados, ou sem precisão. A 
capacidade de fornecer mapas na escala de 1:25000 sem pontos de 
controle terrestres, cria uma oportunidade sem precedentes na 
produção de mapas de países inteiros a baixo custo, incluindo áreas 
inacessíveis através do terreno. Sua constante captação de imagens 
possibilita ainda a permanente e rápida actualização dos mesmos; 
• Imprecisões bem como alterações em infra-estruturas urbanas 
podem ser facilmente detectadas; 
• Actualização de base de dados de mapeamento. 
Planeamento Urbano 
(Resolução 0.61 m) 
 
• Medições precisas de ruas, contorno de elevações, monitoramento 
de tráfego de veículos, etc.; 
• Identificar, cadastrar, monitorar e planear uma grande variedade 
de projectos de infra-estrutura urbana e residencial; 
• Identificar e localizar ruas, avenidas, pontes, rodovias, canais, 
prédios de todos os tamanhos e outras infra-estruturas; 
• Suporte ao desmatamento e construção de estradas, etc.; 
 
 
 
Meio Ambiente 
(Resolução 0.61 m e 2.44 m) 
Monitorar os diversos tipos de poluição do ar de uma determinada 
região bem como medir a sua extensão e dissipação nas correntes 
aéreas, possibilitando a identificação de áreas potenciais atingidas 
por este tipo de poluição; 
• Controle de inundações e regime de rios; 
• Localização de pistas de aterragem ilegais, ocupação ilegal e 
fiscalização do cumprimento de leis ambientais; 
• Levantamento de áreas a serem desmatadas ou inundadas, a fim de 
medir o impacto ambiental de diversos projectos. É possível até 
medir a quantidade de árvore da área em estudo. 
 
 82 
Parâmetros Orbitais 
Altitude média 450 km 
Inclinação 98 graus 
Período nodal 93.4 minutos 
Duração da órbita 98 minutos 
Horário de passagem 10:30 h da manhã 
Velocidade 7.1 Km / s 
Frequência de revisita de um mesmo local 1 a 3.5 dias, dependendo da latitude (30º off nadir) 
Colecta em cada órbita ~128 Gigabits (57 imagens) 
 
Características Técnicas 
Peso, Tamanho 953 Kg, 3.04 metros de comprimento 
Capacidade de envio de dados 320 Mbps, em banda X 
Modo de Aquisição Pancromático Multiespectral 
Resolução Espacial 61 cm (nadir) a 71 cm (off-nadir) 2.44 m (nadir) a 2.88 (off-nadir) 
Bandas Espectrais 1 banda 4 bandas 
 
Faixas Espectrais 
 
450-900 nm 
450-520 nm 
520-600 nm 
630-690 nm 
760-900 nm 
Precisão métrica Horizontal: 23 metros; Vertical: 17 metros 
Tamanho da imagem 16.5 km x 16.5 Km 
Digitalização 11 bits 
Vida útil 7 anos 
 
 
2. Série IKONOS 
O satélite israelita IKONOS II foi lançado no dia 24 de Setembro de 1999, e está operacional 
desde o início de janeiro de 2000. É operado pela SPACE IMAGING que detém os Direitos de 
Comercialização a nível mundial. Gera imagens com até 1 m de resolução espacial. Este nível de 
detalhe que era usado antes como sendo de alta resolução para fins militares está agora 
comercialmente disponível para todo o mundo. 
 83 
As principais características técnicas do satélite IKONOS II e de seus produtos estão resumidos 
nesta tabela abaixo: 
Altitude 680 km 
Inclinação 98,1º 
Velocidade 7km / s 
Sentido da Órbita descendente 
Duração da Órbita 98 minutos 
Tipo de Órbita Sol-síncrona 
Resolução Espacial Pancromática: 1m / Multiespectral: 4m 
Bandas espectrais 
Pan 0.45 - 0.90 µ 
Azul 0.45 - 0.52 µ 
Verde 0.52 - 0.60 µ 
Vermelho 0.63 - 0.69 µ 
Infra vermelho próximo 0.76 - 0.90 µ 
Imageamento 13km na vertical (cenas de 13km x 13km) 
Capacidade de 
Aquisição de imagens 
Faixas de 11km x 100km até 11km x 1000km 
Mosaicos de até 12.000km2 
20.000km² de área imageada numa passagem 
Frequência de 
Revisita 
2.9 dias no modo Pancromático 
1.5 dia no modo Multiespectral 
Esses valores valem para latitude de +/- 40º. A frequência de revisita 
para latitudes maiores será menor, e maior para as latitudes perto do 
Equador. 
 
Características gerais do IKONOS 
• 1 m de resolução no modo PAN e PSM, permitindo discriminar objectos de 1 m² de área ou 
maior. 
• Possibilidade de combinação de imagens adquiridas no modo PANCROMÁTICO, P&B, com 1 m 
de resolução, com imagens multiespectrais coloridas de 4 m de resolução, para a produção de 
imagens coloridas com 1m de resolução, combinando então as vantagens dos dois tipos de 
imagens. Como o satélite adquire sistematicamente as imagens no modo PAN e MS para 
todas as áreas, esta fusão e o produto PSM pode ser gerado para todas as imagens 
adquiridas por este satélite 
• Aquisição das imagens com profundidade radiométrica de 11 bits (2048 níveis de cinza), 
aumentando o poder de contraste e de discriminação das imagens, inclusive nas áreas de 
sombra. Antes, as imagens de satélites eram geralmente adquiridas com 8 bits ( 1 byte) ou 
256 níveis de cinzento. 
 84 
• Grande resolução espacial (discriminar alvos de maneira fina ) aliada a grande precisão 
cartográfica. A precisão cartográfica de localização é obtida através do processo de 
georeferenciamento das imagens. 
• Para se conseguir a alta resolução espacial, as bandas espectrais dos sensores são largas 
dentro do espectro visível da luz, permitindo uma maior penetração na atmosfera e maior 
poder de discriminação dos alvos terrestres, principalmente da cobertura vegetal, áreas 
sombreadas e de corpos d’água; 
O IKONOS tem capacidade de efectuar visões no sentido de sua órbita e perpendicularmente à sua 
órbita, aumentando a frequência de revisita e possibilitando a aquisição de par estereoscópico, 
utilizado para trabalhos de restituição de altimetria. 
Aplicações das imagens 
A alta resolução deste satélite muda até o modo de usar as imagens de satélites por ele geradas, 
pois se anteriormente um pixel continha vários objectos, agora, um objecto é que comporta vários 
pixeis ... Os algoritmos de interpretação mudam. O nível de detalhe igualmente. O satélite tem 
capacidade para serampliado com qualidade até 1:2.500, oferecendo a precisão cartográfica 
correspondente, somente se correctamente produzido. 
São inúmeras as aplicações das imagens deste satélite, em quase todos os ramos que já usam 
imagens satélite e muitos outros que sofriam da limitação da resolução, desde a gestão do espaço 
geográfico complexo e extenso até a análise pontual: 
• GIS (redes, telecomunicações, planeamento, meio ambiente); 
• Elaboração de Mapas Urbanos, Mapas de arruamentos, Cadastro urbano e rural; 
• Apoio em GPS; 
• Uso e ocupação do solo (urbano sobretudo); 
• Arquitectura/Urbanismo/Paisagismo; 
• Engenharia (simulações mais realistas) em escalas da ordem 1:5.000 até 1:2.500; 
• Agricultura convencional e Agricultura de Precisão; 
• Inventário Florestal (estimativa de potencial económico, projectos de desenvolvimento 
sustentável, censo de árvores); 
• Turismo (identificação de locais específicos, mapas de localização de atractivos turísticos); 
• Trabalhos até então realizados com fotografia aérea. 
 85 
 
3. Série EROS 
 
Os satélites da série EROS são plataformas espaciais de baixo custo, alta performance, leves, ágeis 
e construídas para actuar em órbita baixa. Eles materializam o resultado criativo das tecnologias 
mais actualizadas, ultrapassando o que era geralmente reconhecido como factível em matéria de 
Observação da Terra. 
A Constelação de Satélites da ImageSat International foi concebida para possibilitar, quando todas 
as plataformas estiverem operacionais em breve, uma cobertura frequente, senão diário, de qualquer 
área de interesse em qualquer localização do Planeta, para que os usuários e clientes possam ter 
acesso rápido às informações geográficas para tomar as decisões com base em a dados concretos, 
actualizados e precisos. 
Programa de lançamento dos Satélites EROS 
‰ EROS A1 está em órbita desde 05 de Dezembro de 2000 
‰ EROS B1 - Final do Ano 2003 
‰ EROS B2 - Previsto para o Ano 2004 
‰ EROS B3 - Previsto para o Ano 2004 
‰ EROS B4 - Previsto para o Ano 2005 
‰ EROS B5 - Previsto para o Ano 2005 
Existem duas categorias de satélites EROS, nominalmente A e B. 
EROS A1 e A2, os satélites iniciais da família EROS, pesam cada um 240 kg ao lançamento e são 
feitos para operarem numa órbita de 480 Km. Eles são equipados com uma câmara com detectores 
CCD (Charge Coupled Device) na quantidade de mais de 7,000 por linha de imageamento e produzem 
imagens de 1.8 m de resolução. A expectativa de vida útil do EROS A é de no mínimo 4 anos em 
órbita. 
EROS B1-B6, a geração seguinte, irá pesar menos de 350 Kg no lançamento e irá operar numa 
órbita de 600 km. Esta série será equipada com uma câmara de detectores CCD/TDI (Charge 
Coupled Device/Time Delay Integration) que lhe permitirá adquirir imagens mesmo em condições 
desfavoráveis de pouca iluminação solar. O sistema de aquisição terá 20.000 pixeis por linha e 
 86 
resolução de 0.82 m ou 82 cm. A expectativa de vida útil destes satélites será de no mínimo 6 anos 
em órbita. 
Os subsistemas de todos estes satélites, excepto a câmara imageadora, são plenamente 
redundantes, para poder enfrentar casos de falhas localizadas no seu funcionamento. 
Todos os satélites EROS vão operar numa órbita polar. Eles são todos heliosincronizados, ou seja 
todas as imagens adquiridas por um mesmo satélite possuem o mesmo horário local ou hora solar, não 
importando qual dia, mês ou ano. A taxa de transmissão dos dados é de 70 Mbit/s para o EROS A e 
280 Mbit/s para o EROS B em banda X. 
Características técnicas 
Parâmetros Técnicos do Sistema EROS 
Parâmetros EROS A EROS B1 EROS B2 até B6 
Órbita 
Altitude e Tipo 
480 Km circular 
Heliosincronizada 
600 km 600 Km 
Heliosincronizada 
Resolução 1.8 m 0.82 m 0.82 m 
Faixa Imageada 12.5 Km 16 Km 16 Km 
 
Varrimento 
Não sincronizado (até 
750 linhas/sec) 
Não sincronizado (até 
3,050 linhas/sec) 
Sincronizado e não 
sincronizado (até 
9,000 linhas/sec) 
Tipo de Detector CCD CCD-TDI, a escolha CCD-TDI, a escolha 
Banda Espectral 0.5 até 0.9 microns 0.5 até 0.9 microns 0.5 até 0.9microns 
Sampling Depth 
Transmitted 11 Bits 8 Bits 10 Bits 
Pixeis por linha 7,800 20,000 20,000 
Sinal / Ruído Inferior a 2 em 
2,048 Níveis de Cinza 
Inferior a 2 em 256 
Níveis de Cinza 
Inferior a 2 em 1024 
Níveis de Cinza 
Precisão de 
Posicionamento do 
Satélite 
Melhor de que 100m Melhor de que 100m 
Melhor que 30 m 
dentro da cena de 
16X16 Km 
Precisão Relativa das 
imagens 
Melhor de que 100m 
dentro de uma cena 
de 12.5X12.5 Km 
 
Multiespectral Não Não Sim 
Transmissão de dados 70 Mbit/sec 280 Mbit/sec 280 Mbit/sec 
 87 
Aquisição Rápida 
O satélite pode ser orientado em até 45 graus para qualquer direcção na sua órbita, facultando-lhe 
o acesso para a aquisição de várias áreas distintas ao longo de uma única passagem. A capacidade do 
satélite em apontar as suas respectivas câmaras e adquirir imagens nas mais diversas geometrias lhe 
confere a capacidade de imagear em estereoscopia a partir de uma mesma órbita. 
A câmara dos satélites EROS é fixada de modo rígido na estrutura principal do satélite e o seu 
sistema faz uso da técnica de "pushbroom" , como se o satélite estivesse deslizando sobre a área de 
interesse, em grandes tiras de aquisições. A faixa imageada é de 12.5 Km de largura, enquanto o 
EROS-B, vai imagear uma largura de 16 Km. 
Os satélites do tipo A podem operar em modo não sincronizado, permitindo que a câmara apontada 
para a área de interesse esteja imageando a uma velocidade inferior a velocidade de movimento do 
satélite com relação ao chão. Para alcançar isto o satélite é apontado para traz na órbita dele e é 
movido constantemente a uma velocidade angular constante de tal modo que os detectores 
permaneçam mais tempo observando uma área. Desta maneira, eles recebem mas energia reflectida 
pelo alvo (luz), melhorando significativamente o factor de qualidade sinal/ruído, usado para 
qualificar sistemas de imageamento espaciais e permitindo uma melhoria na resolução espacial e 
espectral das imagens resultantes. 
Os satélites EROS do tipo B operam em ambos modos, sincronizado ou não sincronizado. No modo 
sincronizado, o satélite não pode ser apontado para traz na sua órbita e as imagens são scanadas na 
mesma velocidade que a velocidade de movimento do satélite com relação ao chão. 
Capacidade de Imageamento dos Satélites EROS 
Satélite EROS A* EROS B1 EROS B2 até B6 
Faixa de Aquisição 5 cenas de (120X12.5 Km) 4 cenas de (305X16 Kms) 1 cena de (5300X16 km) 
Cenas 28 cenas de (12.5X12.5 Km) 40 cenas de (16X16 Km) 58 cenas de (16X16 km) 
Mosaicos 7 cenas de (25X25 Km) 12 cenas de (32X32 Km) 18 cenas de (32X32 km) 
Faixa Estéreo 5 cenas de (40X12.5 Km) 2 cenas de (160X16 Km) 4 cenas de (530X16 km) 
Mosaico Estéreo 7 cenas de (25X25 Km) 5 cenas de (48X48 Km) 6 cenas de (48X48 km) 
Estereoscopia 
(24 Graus) 
10 cenas de (12.5X12.5 Km) 15 cenas de (16X16 Kms) 20 cenas de (16X16 km) 
 88 
Controle Terrestre 
A Estação Internacional de Controle em Terra da ImageSat transmite diariamente para o satélite a 
Planificação de Tarefas de Aquisição de Imagens, na Banda S, quando o satélite está dentro do 
círculo de visibilidade da antena desta estação. Simultaneamente, a Estação recebe as informações 
sobre o satélite. 
O Plano de Imageamento, que inclui o plano de Aquisições, Arquivo e Distribuição, assim como o 
Serviço de Programação Urgente e Prioritário é quem gere e dirige a actividade da Câmara do 
satélite por várias órbitas. 
No entanto, as tarefas de imageamento podem ser actualizadas e alteradas a qualquer momento em 
que o satélites estiver ao alcance da Estação Internacional de Controle em Terra. O Plano de 
Imageamentoé elaborado com os seguintes elementos em ordem de prioridade: 
• Necessidades de Aquisições Urgentes e Prioritárias 
• Plano de Aquisição, arquivamento e Distribuição (e pedidos de programação não urgentes) 
• Solicitações do Arquivo Central da ImageSat (recomendações das Estações de Recepção e 
áreas sugeridas pela ImageSat) 
 
 
4. SPOT 5 
 
Após 16 anos de existência, o sistema de Observação da terra SPOT iniciou as operações de uma 
nova geração de satélite com o SPOT 5, a partir de Maio de 2002. 
O Satélite SPOT 5 foi desenvolvido pelo CNES, da França em conexão com o Programa de Satélite 
de Observação militar HELIOS II, uma solução que gerou economia de recursos em ambos 
programas. 
O programa SPOT 5 tem igualmente uma componente política e um objectivo estratégico: "é uma 
questão de soberania não deixar a terceiros o monopólio do poder de observação" comenta um 
Director do CNES. 
 89 
Num contexto comercialmente mais competitivo e agressivo, as imagens do SPOT 5 trazem mais 
detalhes, mas mantendo a mesma faixa de observação. Graças às capacidades ampliadas do SPOT 5, 
comparativamente aos seus antecessores, os seus produtos estão dando um grande passo para 
frente em termos de especificações técnicas: 
• Resolução agora de 2,5 m cobrindo uma faixa de 60 Km (cena de 60 x 60 Km). 
• Cobre os 5 continentes com Estereoscopia para geração de Modelos Numéricos de Terreno 
 
O Spot 5 consegue manter o melhor compromisso técnico que os usuários procuram, com alta 
resolução espacial e larga faixa imageada. Os dois novos instrumentos HRG (High-Resolution 
Geometric) imageiam com 5 m de resolução em Pancromático e 2.5 metros em "supermode". Cada um 
dos dois instrumentos cobre uma faixa de 60 Km no solo, dentro de um corredor potencial de 
visibilidade de ±420 km. Da mesma forma que os sensores dos antecessores do SPOT 5, os 
instrumentos HRG podem imagear igualmente em modo multi-espectral em 4 bandas (faixa espectral 
da luz verde, vermelho, infravermelho próximo e infravermelho médio) . 
Os produtos do SPOT 5 foram concebidos para satisfazer os requisitos do mercado em termos de 
fornecimento de informação geográfica operacional, na área de aplicações cartográficas, defesa, 
agricultura, redes de telecomunicações, planeamento urbano, gestão de desastres naturais, ... 
Especificações técnicas do SPOT 5 
• Peso de 3.000 Kg 
• Órbita na altitude de 832 km 
• Memória "Solid State" de 90 Gb. 
• Downlink para as estações de 2 canais de 50 Mbps, garantido a transmissão de 5 canais de 
imageamento simultaneamente (2 Instrumentos HRS, 2 Instrumentos HRG e Vegetação) 
• 2 Instrumentos HRG (High-Resolution Geometric) de 5 m de resolução em Pancromático e 
2.5 metros em "supermode". Cada um dos dois instrumentos cobre uma faixa de 60 Km no 
solo, dentro de um corredor potencial de visibilidade de ± 420 km. Da mesma forma que os 
sensores dos antecessores do SPOT 5, os instrumentos HRG podem imagear igualmente em 
modo multi-espectral em 4 bandas (faixa espectral da luz verde, vermelho, infravermelho 
próximo e infravermelho médio) 
 90 
• 2 instrumentos HRS (High-Resolution Stereoscopic) com cobertura estereoscópica de 
amplas regiões, adquiridas pelos 2 telescópios que formam o conjunto, sendo um deles com 
visão dianteira e outro com visão traseira, capazes de fornecer dados em estereoscopia 
adquiridos numa mesma órbita a alguns segundos de intervalo somente e que uma vez 
processados, resultarão em Modelos Numéricos de Terreno de 10 m de precisão altimétrica, 
servindo a inúmeras e novas aplicações que exigem precisão altimétrica, tal como 
cartografia, base de dados militares e civis, telecomunicações (telefonia celular em 
particular), simuladores e voo e sistemas de aproximação aeroportuária e para Sistemas de 
Informação Geográfica. 
A inovação do SPOT 5: Novos Instrumentos para Novas Performances 
As novidades são a opção "Supermode", conceito desenvolvido pelo CNES para gerar imagens com 
até 2,5m de resolução e o Instrumento HRS que permite a aquisição em simultânea das duas cenas 
que compõe o par estereoscópico, para computação da altimetria do relevo. 
O funcionamento na opção "SUPERMODE" 
Os telescópios do Instrumento HRG trabalham com resolução de 5 m para imagens em P&B e 10 m 
para imagens multiespectrais. A opção de funcionamento em "SUPERMODE" é possível usando um 
novo conceito de imageamento, que consiste em duplicar e deslocar de ½ pixel os detectores CCD 
que já existem no modo Pancromático em 5 m de resolução. Esta tecnologia permite que sejam 
captadas duas vezes mais informações da área imageada e por processamento de imagem feito em 
Terra, alcançar a resolução espacial de 2.5 m. 
Continuação do Instrumento Vegetação 
Ao lado do Instrumento HRS, está no SPOT 5 o Instrumento Vegetação 2, similar ao que opera no 
SPOT 4. Com um Imageador multispectral de 1 Km de resolução, ele continuará fornecendo uma 
visão em pequena escala da Terra, com uma faixa de 2.250 Km de largura. A sua resolução espacial 
permite medir variações subtis na cobertura do planeta, possibilitando um monitoramento global de 
grande valor científico. 
O instrumento Vegetação do Spot-4 foi concebido para assegurar um acompanhamento contínuo, a 
nível regional e global da biosfera continental e da agricultura. Os resultados obtidos permitiram 
começar a estudas as complexas interacções de influências que ocorrem entre a cobertura vegetal 
 91 
do planeta e o clima global : comportamento da vegetação com a ampliação do efeito, consequências 
sobre o ciclo do carbono, e ao inverso, o efeito do aumento do teor de CO2 sobre a produção 
vegetal, etc .... O Instrumento Vegetação 2, montado no SPOT 5 é uma versão aprimorada do sensor 
inicial, com melhorias nos detectores e na parte óptica. 
HRS : Estereoscopia numa única passagem 
Bem menor no seu tamanho de que os instrumentos HRG, a grande novidade do SPOT 5 é o 
instrumento HRS (High Resolution Strereoscopic). Os dois sensores que o compõe tem um ângulo de 
visão de 20 graus, sendo então que um imageará na frente do satélite e, logo depois, outro imageará 
atrás do satélite, a 90s de intervalo, adquirindo desta forma um par estereoscópico de maneira 
sistemática! 
Até o presente momento, os satélites SPOT adquiriam pares estereoscópios provenientes de 
aquisições de várias órbitas distintas e com ângulos variáveis. Entre as duas passagem que formavam 
as cenas do par estereoscópico, as condições de cobertura da área de interesse imageada e as 
condições de iluminação, bem como a meteorologia mudavam bastante, o que resultava em 
dificuldades adicionais para os softwares de produção e extracção de altimetria e Modelo Numérico 
de Terreno. Nestes aspectos, a tecnologia e a metodologia empregada agora no Instrumento HRS do 
SPOT 5 é um progresso indiscutível. 
Os Instrumentos HRS tem capacidade de adquirir diariamente 126 000 km2 de área em 
estereoscopia, o que possibilitará compor uma base de dados de Modelos Numéricos de Terreno a 
nível mundial e atender os clientes e usuários nos melhores prazos. 
 
Fig. 32 Os Instrumentos do SPOT 5: HRG e HRS 
 92 
Imagens SPOT 5 
São imagens de alta resolução até 2.5m de detalhe e cobrindo grandes áreas. O SPOT 5 gera 
imagens com resolução até 4 vezes superiores e mais finas do que os seus antecessores. 
• 5 m e 2.5 m de resolução em P&B no modo Pancromático, contra 10m anteriormente; 
• 10 m de resolução em cores contra 20 m anteriormente . 
• A área recoberta por cada cena foi mantida em 60 km x 60 km ou 60 km x 120 km quando os 
2 instrumentos HRG são usados simultaneamente; 
• Precisão absoluta de localização melhor que 50m sem uso de pontos de controle; 
Estas características permitem o uso das imagensSPOT 5 para aplicações nas escalas entre 
1:10.000 e 1:25.000. 
ORTOIMAGENS SPOT 5: Alta Qualidade Geométrica 
Orto rectificadas usando MNT/DEM, as ortoimagens SPOT 5 possuem excelente qualidade 
geométrica e alta precisão de localização absoluta, entre 10 e 20 m. Com o desenvolvimento de uma 
cadeia de produção automatizada de DEM/MNT do SPOT 5 e a constituição de uma base de dados 
de DEM/MNT a nível mundial, as ortoimagens geradas com os dados SPOT 5 são disponíveis. 
As ortoimagens SPOT5 estão disponíveis em todos as resoluções e modos espectrais possíveis, 
incluindo 5 m e 2.5 m colorido, elaborado com a fusão Pancromático + Multiespectral. 
DEM / MNT SPOT 5 e Visualização 3D: cobertura mundial. 
Os Instrumentos HRS (High Resolution Stereoscopic) do Spot 5 imageam áreas de até 60 km x 120 
km. Isto equivale a uma capacidade diária de 126 000 km2 por dia em média, ou seja de 6.000.000 a 
10.000.000 Km2 por ano - que será combinada com uma cadeia industrial de processamento montada 
conjuntamente pela SPOT IMAGE e IGN, Instituto Geográfico Nacional da França - com o objectivo 
de criar um Modelo Numérico de Terreno Global, e possibilitar a geração de orto imagens e 
visualizações 3 D cobrindo mais 30.000.000 a 50.000.000 km2 num período de 5 anos (duração 
mínima da vida útil do SPOT 5), ou seja mais de 1/3 das terras imersas. Estes produtos terá grande 
precisão, mesmo sem o uso de pontos de controle: 
• precisão altimétrica igual ou melhor que 10 m, 
• precisão absoluta de localização igual ou melhor a 15 m. 
 93 
 
 
5. Série OrbView 
 
O satélite Americano OrbView-3, da Orbimage, lançado em 26 de Junho de 2003, integra a restrita 
família dos primeiros satélites civis e comerciais da nova geração possuindo 1 m de resolução no 
modo pancromático e 4 m de resolução no modo multi-espectral (a cores), ambas com uma faixa de 8 
Km de largura. 
Este tipo de imagens, que o mercado já usa proveniente de outros satélites, permite a identificação 
e analise de objectos tais como imóveis, automóveis e aeronaves individualmente e permite a 
elaboração de mapas de alta precisão e simulações tridimensionais da superfície da terra, tanto em 
ambiente rural como urbano. As imagens multiespectrais coloridas por sua vez, com informação 
igualmente no infravermelho, possibilitam caracterizar áreas agrícolas e a vegetação natural com 
alto poder de discriminação geométrica. 
O satélite tem a capacidade de ser programado para imagear uma área de interesse na superfície da 
Terra em menos de 3 dias, com visão lateral de até 45 graus a partir de sua órbita polar. 
As imagens adquiridas pelo satélite OrbView-3 são transmitidas em tempo real para a Terra nas 
Estações de Recepção e Gravação credenciadas pela Orbimage ou gravadas a bordo do satélite e 
então transmitidas para as Estações Mestres do Sistema Orbimage nos EUA 
 
O OrbView-3 fornece imagens de grande utilidade para variadas aplicações, tais como nas áreas de 
telecomunicações, geração e distribuição de energia, água, prospecção petroleira em geral, 
cartografia e levantamentos temáticos, agricultura e floresta e assuntos relativos a segurança de 
fronteiras... 
 
Especificações Técnicas do OrbView-3 
A tabela a seguir resume as características do satélite OrbView-3 e de seus instrumentos: 
 94 
Modo de Aquisição Pancromático Multispectral 
Resolução Espacial 1 metro 4 metros 
Bandas Espectrais 1 banda 4 bandas 
 
Faixas Espectrais 450-900 nm 450-520 nm 520-600 nm 
625-695 nm 
760-900 nm 
Faixa de 
Imageamento 8 km 
Área de cada 
Imagem Definida pelo cliente 
Frequência de 
revisita Inferior a 3 dias 
Altitude de Órbita 470 km 
Horário solar da 
passagem 10:30 da manhã 
Vida útil 5 anos 
 
 95 
Bibliografia 
 
 
1. Lillesand T & Kiefer R.: Remote Sensing and Image Interpretation, 2nd edition - New York: Library 
of Congress Cataloguing in Publication Data, 1987. 
 
2. GDTA Booklet B 1: Physical bases in Remote Sensing - Toulouse: GDTA, 1992. 
 
3 Harris R: Satellite Remote Sensing - London: Routledge & Kegan Paul, 1987. 
 
4 Fom P.: Cours de Télédétection, fasc. 1 - Bases Physiques - Paris: ENSG/IGN, 1988. 
 
5 Foin P.: Cours de Télédétection, fasc. 2 - Bases sur la connaissance du mi/leu naturel et humain -
Paris: ENSG/ION, 1988. 
 
6. Rolf Larsson R. & Stromquist L.: Uma Abordagem Prática sobre Análise de Imagens Satélite para o 
Monitoramento Ambiental - Maseru SADC ELMS, 1993. 
 
7. ESA: ERS-1: User Handbook - Noordwijk: ESA Publications Division, 1992. 
 
8. SSC: Remote Sensing Magazine n0 27/28/29 - Kiruna: Swedish Space Corporation, 1990/96/97. 
 
9. US Army: SPACE NEWS Periodical Newspaper Vol 5-9 - Springfield: Army Times Publishing C0, 
1995/96/97/98. 
 
10. Satellitebild: Down to Earth (newsletter) - Kiruna Swedish Space Corporation, Feb. 1993. 
 
11 CSIR SAC: News (newsletter) no 1-14 – Pretoria, Satellite Applications Centre, 1995/96/97. 
 
12. SPOT Image: SPOT Magazine no 1 9/2 0/28 - Toulouse: CNES, June 1993, Jan.98. 
 
13. SPOT lmage: SPOT Newsletter no 18 - Toulouse: CNES, Dec. 1992. 
 
14. SPOT Image SPOTF1ash no 12/13 - Toulouse: CNES, October 1993/Feb. 1994. 
 
15. SSC: Resurs-01 - Bringing the Gap (brochure) - Kiruna: Swedish Space Corporation, 1996. 
 
16. EOSAT: Landsat Thematic Mapper imagery - Maryland: EOSAT Publications. 
 
17 Couper H & Henbert N.: The Space Atlas - London: Dorling Kindersley Ltd, 1992. 
 
18. Bakst L., Yamazaki Y: Princípios físicos e técnicos da Meteorologia por Satélite – vol. 1, Relações 
Espaciais. 
 96 
 97 
Consultas na Internet 
 
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http://mit.edu/abyrne/www/ 
http://csep10.phys.utk.edu/astr162/lect/light/ref-diff.html 
http://kiptron.psyc.virginia.edu/steve_boker/ColorVision2/node1.html 
http://aqua.nasa.gov 
http://www.proteccioncivil.org/vademecum/vdm031.htm#3103 
http://www.Dirección General de Protección Civil_ Red Radio de Emergencia_ VADEMECUM REMER 
- Satélites meteorológicos.htm 
http://dmsp.ngdc.noaa.gov/html/sensors/doc_ssmi.html 
http://www.goes.noaa.gov/ 
http://goes1.gsfc.nasa.gov/ 
http://vppx134.vp.ehu.es/fisica/agustin/teledec/geoestacio.htm 
http://www.nottingham.ac.uk/meteosat/ 
http://www.eumesat.de/en/area3/topic1.html 
http://www.eumesat.de/ 
http://www.nasda.go.jp/ 
http://www.isro.org/insat2e.htm 
	Fascículo I:
	Satélites e Princípios Físicos da Teledetecção
	1. Os Satélites Geoestacionários
	2. Satélites Polares
	III. Sistemas de Sensores
	IV. A Teledetecção
	V. Satélites Meteorológicos
	
	
	
	
	1. Satélites Meteorológicos Geoestacionários
	Meteosat
	GOES (Geostationary Operational Environmental Satellites)
	GMS (Geostationary Meteorological Satellites)
	FY-2
	GOMS
	INSAT
	2. Satélites Meteorológicos Polares
	TIROS-NOAA (USA)
	METEOR \(Rússia\)
	NIMBUS (USA)
	QUIKSCAT
	FY-1 (China)
	3. Transmissão e recepção de dados dos satélit�
	
	
	
	
	
	a\) Transmissão dos dados
	b\) Recepção dos dados
	VI. Satélites Ambientais
	
	
	
	
	
	SeaStar
	Terra
	Envisat
	Aqua
	VII. Satélites de Teledetecção \(para o estudo
	
	LANDSAT 1, 2, 3, 4, 5
	null
	LANDSAT 7
	SPOT 1, 2, 3 E 4
	SPOT 5
	IRS
	JERS 1
	RADARSAT
	null
	ERS 1, 2
	KOMPSAT
	IKONOS
	EROS A
	null
	CBERS
	ORBVIEW
	Satélites de Teledetecção com Sensores Ópticos
	
	
	
	
	1. Série Landsat
	Resumo das características dos Satélites Landsat
	Características das Orbitas Landsat
	Bandas Espectrais do Landsat 5
	Resumo das características do Satélite Landsat 7
	A Órbita do Landsat 7
	Diferenças notáveis entre o Landsat 7 e o Landsa
	
	
	
	
	
	Bandas espectrais e Resolução Espacial
	A banda Pancromática – \(banda 8\)
	A banda Termal – \(banda 6\)Níveis de correcção geométrica das imagens Lan�
	Possibilidades de combinações:
	Formatos e suportes existentes
	
	
	
	
	2. Série SPOT
	Datas de lançamento
	Características do SPOT 1-2-3
	Características do SPOT 4
	
	
	
	
	3. Série IRS
	Especificações técnicas dos sensores
	Especificações Técnicas
	
	
	
	
	
	4. Série CBERS
	5. Série KOMPSAT \(Korea Multi-Purpose Satellit�
	O Programa KOMPSAT
	Informações Gerais
	Especificações Técnicas do EOC
	Especificações Técnicas do OSMI
	Especificações Técnicas do SPS
	Características dos produtos do satélite KOMPSAT
	O que distingue o sensor radar dos sensores ópti�
	
	
	
	
	6. Série ERS
	Níveis de Processamento ERS e Principais Aplicaç
	
	
	
	
	
	
	7. Série RADARSAT
	Características Técnicas dos Satélites RADARSAT
	Demais características do RADARSAT 2:
	Aplicações
	Modos de Aquisição e Características Principais�
	Níveis de Processamento das Imagens RADARSAT
	VIII. Satélites da Nova Geração para o Estudo d�
	
	
	
	
	
	1. Série QuicBird
	Colecta em cada órbita
	
	
	
	
	
	
	2. Série IKONOS
	Características gerais do IKONOS
	Aplicações das imagens
	
	
	
	
	3. Série EROS
	Programa de lançamento dos Satélites EROS
	
	Características técnicas
	
	
	
	4. SPOT 5
	A inovação do SPOT 5: Novos Instrumentos para No
	O funcionamento na opção "SUPERMODE"
	Continuação do Instrumento Vegetação
	HRS : Estereoscopia numa única passagem
	
	
	
	
	Imagens SPOT 5
	ORTOIMAGENS SPOT 5: Alta Qualidade Geométrica
	DEM / MNT SPOT 5 e Visualização 3D: cobertura mu
	
	
	
	5. Série OrbView
	Especificações Técnicas do OrbView-3

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