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(ponto colocado por Althusser) Por que o aparelho escolar é o aparelho ideológico de Estado dominante nas formações sociais capitalistas e como funciona? (mostra a importância do aparelho, então, através de tais explicações: )
- Todos os aparelhos ideológicos de Estado possuem o mesmo fim, que nada mais é do que a reprodução das relações de produção, isto é, das relações de exploração capitalista.
- Cada aparelho concorre a este fim único da maneira que lhe cabe. O aparelho político submete os indivíduos à ideologia política do Estado, a ideologia “democrática”, “indireta” (parlamentar) ou “direta” (plebiscitária ou fascista). O aparelho de informação que é despejado pela televisão é carregado de nacionalismo, chauvinismo, liberalismo e moralismo. O mesmo ocorre com o aparelho cultural e aí ele dá, então, o exemplo de que o papel do esporte no chauvinismo é de primeira importância.
- A ideologia da classe que hoje é dominante trata do Humanismo dos grandes ancestrais, que realizaram, antes do cristianismo, o milagre grego e depois a grandeza de Roma, a cidade eterna e os temas que demonstram o interesse particular: nacionalismo, moralismo e economismo.
- Portanto, um aparelho ideológico do Estado desempenha o papel dominante de doutrinar de acordo com interesses específicos do próprio Estado, embora, em um primeiro momento, não seja tão óbvio: este aparelho é a Escola.
Ela se encarrega das crianças de todas as classes sociais, desde o maternal e, desde aí, nos primeiros anos da criança, quando ela é mais vulnerável e espremida no aparelho de Estado familiar e no aparelho de Estado escolar, lhe são impostos os saberes contidos na ideologia dominante em estado puro: moral, educação cívica, filosofia. Por volta dos 16 anos, as crianças, já moldadas pela escola, passam para a “produção”, encaminhando-se pelos variados trabalhos e cargos e, uma parcela dessas crianças, torna-se agente da exploração – capitalistas, gerentes -, agentes da repressão – policiais, militares, políticos, administradores – e profissionais da ideologia – padres, que são “leigos” convictos.
De maneira crítica, ele vai tratar da ideologia pregada por cada grupo que foi desenvolvido e o tempo todo o autor usa aspas para explicitar a ironia carregada nas palavras. Então, ele fala que Cada grupo dispõe da ideologia que convém ao papel que ele deve preencher na sociedade de classe: papel de explorado – a consciência “profissional”, “moral”, “cívica”, “nacional” e apolítica altamente “desenvolvida” -, papel de agente da exploração – saber comandar e se impor diante os operários, ou seja, as relações “humanas” – de agentes da repressão – saber comandar, fazer-se obedecer “sem discussão”, ou saber manipular a demagogia da retórica dos dirigentes políticos -, ou de profissionais da ideologia, que devem saber tratar as consciências com o respeito, ou seja, com o desprezo, a chantagem, a demagogia que convêm, com as ênfases na moral, na virtude, na transcendência, na nação, etc.
Certamente muitas dessas virtudes (modéstia, resignação, submissão de uma parte, cinismo, desprezo, segurança, altivez, grandeza, habilidade) se aprendem nas famílias, na igreja, no exército, nos belos livros, nos filmes. Porém, nenhum aparelho ideológico do Estado dispõe de tantos anos de audiência obrigatória (horas aula durante toda a escolaridade) do que o da totalidade das crianças na formação social capitalista.
É pela aprendizagem de alguns saberes contidos na inculcação maciça da ideologia da classe dominante que, em grande parte, são reproduzidas as relações de produção de uma formação social capitalista, ou seja, as relações entre exploradores e explorados e entre explorados e exploradores. Os mecanismos que produzem esse resultado vital para o regime capitalista são naturalmente encobertos e dissimulados por uma ideologia da Escola universalmente aceita, que é uma das formas essenciais da ideologia burguesa dominante: uma ideologia que representa a Escola como neutra, desprovida de ideologia (por ser leiga), aonde os professores, respeitosos da “consciência” e da “liberdade” das crianças, confiadas pelos “pais” (livres e proprietários de seus filhos), conduzem-nas à liberdade, à moralidade, à responsabilidade adulta pelo seu exemplo, conhecimentos, literatura e virtudes “libertárias”.

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