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CRIMINOLOGIA_-_1_Semestre[1]

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CRIMINOLOGIA 
“Ciência que estuda o crime e o criminoso, suas causas sociais, comportamentais e psicológicas, bem 
como suas implicações no sistema jurídico-penal” 
(SUTHERLAND). 
 
CRIME: DUAS DIMENSÕES: 
ENTIDADE JURÍDICA: Fato típico, ilícito e culpável. 
FENÔMENO SOCIAL. 
 
 
 
1º BIMESTRE 
 
CAUSAS DO CRIME/CRIMINALIDADE/VIOLÊNCIA 
 
1. ENDÓGENAS (INTERNAS, INDIVIDUAIS) — Originadas no interior do organismo, ou por fatores internos. 
 
1.1. BIOLÓGICAS — Estão ligadas ao organismo da pessoa. Por exemplo, hipertireoidismo: 
funcionamento irregular da glândula tireóide, que a faz produzir determinados hormônios em excesso, 
tendo conseqüências no comportamento do indivíduo, podendo causar, entre outras coisas, um baixo 
controle da agressividade. 
 
1.2. PSICOLÓGICAS — Estão ligadas à mente do indivíduo. Por exemplo, cleptomania (mania de furtar), 
psicose (estado mental patológico caracterizado por desvios, sobretudo de caráter, que acarretam 
comportamentos anti-sociais). 
 
1.3. BIO-PSICOLÓGICAS — Estão ligadas a uma perturbação no organismo que desencadeia um reflexo 
comportamental. Por exemplo, puerpério (período que se segue ao parto até que os órgãos genitais e o 
estado geral da mulher retornem à normalidade, quando pode ocorrer um conjunto de fenômenos, entre 
eles, alterações hormonais, que podem levar a desvios comportamentais). 
 
 
2. EXÓGENAS (EXTERNAS, FÍSICAS / SOCIAIS) 
 
2.1. SÓCIO-ECONÔMICAS — São exemplos: a falta de formação sólida moral/educacional como 
decorrência da pobreza; a violência como conseqüência da pobreza; rebeldia/aversão/revolta à sociedade 
consumista. Estes fatores podem levar à criminalidade. Crise financeira/econômica que induz à prática 
delituosa como fator de subsistência (o indivíduo se vê obrigado a furtar para sustentar sua família). 
*Evitar Determinismo1: mais de 30 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha de pobreza, o que não 
significa que haja 30 milhões de criminosos no país; isso demonstra uma relação ocasional, porém, não 
obrigatória com a criminalidade. 
 
KARL MARX: “Divisão Social do Trabalho”: no capitalismo, a situação do desempregado é pior do que 
era a situação do escravo na época da escravatura; este era incluído no sistema econômico — ao menos 
como coisa — enquanto aquele é completamente excluído. O desemprego também pode ser uma causa 
exógena de criminalidade. 
 
Para o controle da criminalidade deve-se usar de Políticas Públicas: a lei sozinha não combate 
criminalidade (Prevenção Geral Positiva: a pena pode reduzir a criminalidade a curto prazo; 
todavia, não resolve o problema). 
 
1
 Determinismo: relação entre fenômenos pela qual estes fenômenos se acham ligados de modo tão rigoroso que qualquer 
fenômeno destes está completamente condicionado pelos fenômenos que o precedem e acompanham, e condiciona com o 
mesmo rigor os que lhe sucedem; como as engrenagens de um relógio: cada uma delas é responsável pelo movimento da outra. 
Em outras palavras, determinismo significa que uma coisa guarda necessária relação com a outra. Deve-se evitar este 
raciocínio determinista em toda a matéria de Criminologia. Assim, deve-se usar o verbo “poder” ao invés do “dever” nesta 
matéria: “determinada coisa pode levar à criminalidade”. 
 
2.2. EDUCACIONAIS — Guardam relação necessária com determinados tipos de crimes (crimes de 
informática, white collars crimes2 — elevado grau de instrução dos autores) e relação ocasional com 
outros tipos de crimes, por fatores como “Atrofia dos Freios Morais” (causada por uma educação 
formadora/informadora deficitária; o indivíduo não é capaz de se determinar por regras morais). 
 
2.3. INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO — 1. Onde as causas sócio-econômicas e a deficiência da 
educação formativa se cruzam: uma estrutura moral frágil pode ceder facilmente à tentação do “ter”, pela 
criação de hábitos superficiais/supérfluos, pela cultura consumista pregada pelos meios de comunicação. 
“Ser = Ter”. 2. Banalização do mal. 3. Incitação à Violência (condicionamento). 4. Deformação moral, 
sexual (banalização do sexo, em cenas de novela, por exemplo). 5. Linguagem Marginal: identificação de 
grupos de subcultura criminal. 
 
Aspecto Positivo: Catarse — canalização/catálise da agressividade. Ao assistir o filme de guerra, 
por exemplo, o indivíduo pode descarregar/canalizar sua raiva/estresse3. 
 
Colisão de Interesses em Direitos Fundamentais: quando direitos fundamentais se colidem 
(quando, por exemplo, o direito à liberdade de expressão — de exibir um determinado filme — 
colide com o direito da criança de não ter cenas de sexo explícito expostas em horário 
inapropriado) deve-se resolver isto pelo Princípio da Proporcionalidade/Razoabilidade através de 
um “encaminhamento racional para a solução dos problemas in concreto”, ou seja, fazendo com 
que o direito à liberdade de expressão seja exercido num horário mais conveniente. 
 
2.4. CRESCIMENTO POPULACIONAL DESORDENADO — 1. Paternidade/Maternidade irresponsável: baixas 
técnicas de controle de natalidade; filhos indesejados; pais com deficiência moral os renegam, abandonam 
o menor. 2. Êxodo Rural (desigualdades regionais). 3. Exclusão Social: ausência do Estado; ocupação 
irregular do solo urbano; ausência de estrutura. 4. Formação do poder paralelo; legitimação deste poder 
através da distribuição de benesses para solidificar a liderança. 5. Marcocriminalidade / Crime Organizado: 
gerada pela tríade (Êxodo / Crescimento Populacional Desordenado / Ausência do Estado). 
 
2.5. PRECONCEITOS — Por exemplo, Xiitas vs. Sunitas; Skinheads. 
 
2.6. ANOMIA — DÜRKHEIM: Sensação de anomia, de ineficácia das leis; “certeza da impunidade”. 1. 
Inimputabilidade do menor. 2. Morosidade da Justiça. 3. Déficit de coerção das leis penais. 4. “Aspecto 
Macuinaímico”: sem escrúpulos, preguiçoso; elevados níveis de corrupção no país. 
 
2.7. OUTROS — Há quem diga que, por exemplo, músicas, melodias, cores, podem influenciar o 
comportamento do indivíduo. 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
 
 
2
 Crimes do colarinho branco. 
3
 Pedofilia: simulação funciona como catarse, ou seja, a canalização do desvio sexual — simulando imagens de crianças em 
relação sexual — funcionaria de modo a evitar a concretização? 
ESCOLAS PENAIS 
 
1. LIBERAL CLÁSSICA (FRANCESCO CARRARA – IMMANUEL KANT – GEORG WILHELM FRIEDRICH HEGEL 
– LUDWIG ANDREAS FEUERBACH) 
 
IDÉIAS: 
 
1. Liberalismo — Idéias e doutrinas inspiradas no Iluminismo que visam a assegurar a liberdade individual 
no campo da política, da moral, da religião, etc., dentro da sociedade. 
 
2. Fundamento filosófico no livre-arbítrio — Possibilidade de exercer um poder sem outro motivo que 
não a existência mesma desse poder. Liberdade de indiferença. Refere-se o livre-arbítrio principalmente às 
ações e à vontade humanas, e pretende significar que o homem é dotado do poder de, em determinadas 
circunstâncias, agir sem motivos ou finalidades diferentes da própria ação. O homem é responsável por 
seus atos. 
 
3. Responsabilidade Moral — Por possuir o livre arbítrio, o homem é responsável por seus atos e deve 
assumir as conseqüências deles. 
 
4. Perspectiva Metafísica — Meta = além: Metafísica: Além da física: Plano superior abstrato. Aceita-se a 
idéia do predomínio de normas absolutas e eternas sobre as leis positivas. 
 
5. Categorias a priori: “Imperativos Categóricos”: Segundo KANT, todas as condutas que quando 
praticadas generalizadamente levem a sociedade ao caos devem ser criminalizadas (por exemplo, se todo 
mundo furtar, matar). 
 
6. HEGEL: “O ser é o racional, o racional é o ser”. 
 
MÉTODO: Lógico-Abstrato / Formal-Abstrato: ou seja, baseado em abstrações metafísicas, como,por exemplo, “o 
ser humano ser dotado um livre-arbítrio” (idéia abstrata) e a existência de leis num “plano superior”, além das leis 
positivas. Em outras palavras, é aplicar a lógica a idéias abstratas, tirando conclusões a partir daí. Exemplo disto em 
KANT: Categorias a priori ou “Imperativos Categóricos”: Segundo KANT, todas as condutas que quando 
praticadas generalizadamente levem a sociedade ao caos devem ser criminalizadas (por exemplo, se todo mundo 
furtar, matar, a sociedade vai ao caos, por isso, tais condutas devem ser criminalizadas). 
 
PENA: de caráter vindicativo (vingança), retributivo. Chamar o delinqüente à sua responsabilidade moral para 
retribuir o mal desnecessário praticado por ele com um mal necessário imposto pela sociedade. 
 
FOCO: crime (fato típico, ilícito e culpável). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. POSITIVA (CESARE LOMBROSO – ENRICO FERRI – RAFFAELE GAROFALLO) 
 
IDÉIAS 
 
1. O crime como fenômeno social pode ser analisado à luz das Ciências Naturais — As Ciências 
Naturais têm como objeto de estudo a natureza em torno do homem, sendo este incluído apenas na 
condição de animal natural, nada mais que isto (Física, Química, Astronomia, Geologia, Biologia). 
Ciências Humanas têm como objeto de estudo o comportamento do homem e os fenômenos culturais 
humanos (Psicologia, Antropologia). Ciências Sociais têm como objetivo o estudo os grupos humanos 
(Sociologia, História, Lingüística, Pedagogia, Psicologia Social). A Escola Positiva afirmava que o 
fenômeno social do crime poderia ser analisado pela ótica das Ciências Naturais. Todavia, cada área tem 
seu próprio método de estudo. Os positivistas trouxeram para a criminologia o método científico das 
Ciências Naturais, o que não significa que tenha havido alguma evolução neste aspecto. 
 
2. Determinismo — Como conseqüência da ótica das Ciências Naturais, os positivistas (LOMBROSO) 
achavam que o comportamento humano poderia seguir padrões determinísticos. É dizer, uma vez detectado 
o padrão, pode-se determinar o comportamento do indivíduo a partir de tal padrão. Assim, segundo 
LOMBROSO, haveriam “criminosos natos”, que nascem propensos ao crime. Os criminosos natos seriam 
aqueles que permaneceram atrasados em relação aos demais durante a evolução da espécie, e ainda não 
perderam a agressividade; possuiriam determinados traços físicos que permitiriam reconhecê-los, como 
cabeça sui generis, com pronunciada assimetria craniana, fronte baixa e fugidia, orelhas em forma de asa, 
zigomas, lóbulos occipitais e arcadas superciliares salientes, maxilares proeminentes (prognatismo), face 
longa e larga, apesar do crânio pequeno… Tese ultrapassada. 
 
3. Responsabilidade Social — o criminoso representa um perigo para a sociedade e deve ser afastado. 
 
4. Criminoso como um “louco moral” 
 
5. LOMBROSO: existem dois tipos de criminosos: nato e outros. 
 
6. TIPOLOGIA DE CRIMINOSOS (FERRI): 
NATO: Possui atrofia primária do senso moral; nasce com incapacidade de se orientar pelas regras morais. 
LOUCO: Possui atrofia secundária do senso moral; desenvolve-a no curso da vida. Admite-se tratamento para 
ambos, por serem considerados como tendo grande capacidade de readaptabilidade social, mesmo tendo alta 
periculosidade social. 
HABITUAL: Não possui atrofia moral. Subdivide-se em: 1. Profissional: vive do, para e pelo crime; há 
organização, método; por exemplo, crime organizado; 2. Violento / Contra a propriedade: mais 
problemáticos; 3. Praticantes de crimes não graves; 4. Progressivo: pratica crimes mais graves e/ou mais 
freqüentes. 
OCASIONAL: “a ocasião faz o ladrão”; furto famélico, por exemplo. O criminoso ocasional possui alta 
capacidade de readaptabilidade social e baixa periculosidade social; não possui valores morais robustos 
para resistir à tentação; o problema se agrava quando se começa a procurar/forjar situações favoráveis à 
prática dos crimes. 
OCASIONAL-PASSIONAL: Age movido pela paixão (crônica, progressiva) e/ou emoção (abrupta); 
normalmente, de reputação ilibada; age por comoção; são geralmente mais jovens (impetuosos); age sozinho; 
os crimes podem acontecer ao ar-livre; não são programados. 
CULPOSO: imprudente/negligente/imperito; não quer causar a lesão; defeito de sensibilidade moral para as 
regras de cuidados impostas ao homem normal; imperitos – pratica uma arte/ofício/profissão/técnica e, por 
desconhecimento, pratica o crime) –; defeito de atenção – deficiente capacidade mental de organização de 
idéias, hoje, inimputáveis ou semi; contingencial – involuntário/ocasional; intervenção na conduta impediria 
de retomar sua conduta normal. 
 
MÉTODO: Empírico-Indutivo ou Indutivo-Experimental (darwinismo social; perspectiva das ciências naturais). 
Empirismo: doutrina ou atitude que admite, quanto à origem do conhecimento, que este provenha unicamente da 
experiência, seja negando a existência de princípios puramente racionais, seja negando que tais princípios, 
existentes, embora possam, independentemente da experiência, levar ao conhecimento da verdade. Indução: 
Raciocínio do particular para o Geral. Darwinismo Social: corrente teórica que aplica alguns princípios básicos da 
idéia darwinista de evolução (como as de seleção natural, luta pela existência, e sobrevivência do mais apto) ao 
estudo e interpretação da vida humana em sociedade. 
 
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SANÇÃO PENAL: Prevenção Especial Negativa. 
 
FOCO: criminoso. 
 
 
 
 
 
3. TERZA SCUOLA ITALIANA (GIOVAN BATTISTA IMPALLOMENI – MANUEL CARNEVALE – BERNARDINO 
ALIMENA) 
 
IDÉIAS 
1. Posição intermediária entre as escolas Liberal Clássica e Positiva — A imputabilidade resulta da 
intimidabilidade (IMPALLOMENI). A imputabilidade resulta da dirigibilidade dos atos do homem, e a 
sociedade não tem o direito de punir, mas somente o de defender-se nos limites do justo (ALIMENA). 
2. Responsabilidade Moral fundamentada no Determinismo Psicológico — diferente da Escola Liberal 
Clássica, aqui, a responsabilidade moral do indivíduo não se baseia no livre-arbítrio, mas no determinismo 
psicológico. 
 
3. Determinismo Psicológico — motivos compelem o homem a agir, não há determinismo antropológico. 
 
4. Diferenciação entre Imputáveis (Pena: Aflitiva, Vindicativa, Defesa Social) e Inimputáveis (Medida 
de Segurança). 
PENA: para os imputáveis — tem caráter Aflitivo, Vindicativo e tem por finalidade a Defesa Social — e Medida 
de Segurança para os inimputáveis. 
 
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4. MODERNA ALEMÃ (FRANZ VON LISZT) 
 
IDÉIAS 
1. Introdução do conceito de crime como fato típico, ilícito e culpável. 
 
2. Perspectiva Teleológica4 — o Direito Penal em sua construção/aplicação deve observar seus 
fins/finalidades/objetivos. “Não se faz política criminal em prejuízo/desfavor ao direito do réu”. 
 
3. Direito Penal como Ciência Normativa — traça normas ao pensamento e à conduta humana — 
Ciências Criminais (lógico-abstrata/causal-explicativa/empírico-dedutiva): Criminologia, Penologia, 
Vitimologia. A Escola Moderna Alemã surgiu na Alemanha por iniciativa de FRANZ VON LISZT (maior 
político-criminológico alemão. LISZT deu à ciência do Direito Penal uma nova e mais complexaestrutura, 
tornando-a uma disciplina completa, resultante da fusão de outras disciplinas jurídicas e criminológicas 
heterogêneas (dogmática, criminologia, política-criminal). 
 
4. Escola da Política Criminal — categoriza o que até então era amorfo, impreciso, indefinido. O que era 
antes descrito em idéias, agora é categorizado, transformado em objeto de estudo de áreas específicas. A 
política criminal encontra seu limite na lei penal, na qual o princípio da legalidade representa um baluarte 
de defesa social. Daí as afirmações de que “o código penal é a Magna Carta do delinqüente” e de que “o 
Direito Penal a insuperável barreira da política criminal”. 
 
PENA: O ponto de partida é a neutralidade entre livre-arbítrio e determinismo, com a proposta de imposição da 
pena, com caráter intimidativo, para os delinqüentes normais e de medida de segurança, para os perigosos 
(anormais e reincidentes), sendo esta última com o objetivo de assegurar a ordem social, com fim único de justiça. 
 
 
 
 
 
5. TÉCNICO-JURÍDICA (ARTURO ROCCO) 
 
IDÉIAS 
1. Teoria Pura do Direito Penal — O crime é entidade / fenômeno jurídico. 
 
2. Raciocínio lógico-abstrato (técnico jurídico) — O objeto da ciência penal era o ordenamento jurídico 
positivo e o método utilizado (o chamado método técnico-jurídico) compunha-se de três partes: exegese, 
dogmática e crítica. 
 
3. Perspectiva eminentemente técnica — a ciência criminal deveria se preocupar com o Direito Penal 
vigente, com o estudo da lei positiva, abstraindo-se o criminalista das indagações de natureza filosófica. 
 
4. Teoria do Tipo — categoria lógica para subsumir condutas humanas. 
 
 
 
4
 Teleologia: estudo da finalidade das coisas. 
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6. CORRECIONALISTA (CARLOS DAVID AUGUSTO RÖDER – DORATO MONTERO –CONCEPCION ARENAL) 
 
IDÉIAS 
1. Responsabilidade coletiva/social/difusa — A pena serve para emendar/corrigir o delinqüente. 
“Profilaxia Social”; o Juiz é um “médico social”. O delinqüente tem o direito de exigir seu “tratamento”. 
O Estado não possuía o direito de punir, mas de corrigir. O direito de reprimir os delitos deve ser utilizado 
pela sociedade com escopo curativo: reprimir curando. 
 
2. Retorno da modalidade cristã-católica — Criminoso como “doente” na perspectiva moral cristã. 
 
3. Perspectiva do indivíduo — imperativo de sua humanidade, como “filho de Deus”; misericórdia. O 
Direito Penal visa converter o criminoso a um homem de bem. 
 
PENA: tem caráter de emenda/correção. 
 
 
 
 
7. ESCOLA DA DEFESA SOCIAL OU NOVA DEFESA SOCIAL (FILIPPO GRAMATICA) 
 
IDÉIAS 
1. Direito de Defesa Social — O Direito Penal deveria ser substituído por um direito de defesa social, com 
a finalidade de adaptar o indivíduo à ordem social e não à sanção de seus atos. 
 
2. Prevenção e Repressão Criminal — “A luta contra a criminalidade deve ser reconhecida como uma 
das tarefas mais importantes que incumbem à sociedade”. Nesta luta, a sociedade deve recorrer a meios de 
ação diversos, ao mesmo tempo para prevenir e sancionar. O direito criminal deve ser considerado como 
um dos meios de que a sociedade pode se utilizar para fazer diminuir a criminalidade. Os meios de ação 
empregados com esse fim devem ter por escopo não somente proteger a sociedade contra os criminosos, 
mas também proteger seus membros contra o risco de caírem na criminalidade. Por sua atividade nesses 
dois campos, a sociedade deve estabelecer o que se pode chamar com justa razão uma “defesa social”. 
 
3. Perspectiva Pró-Indivíduo — humanitarismo. Humanizar a pena com o objetivo da defesa social. Se a 
pena não ressocializar (pela ótica do tratamento humanitário) não serve para nada (MARC ANCEL). 
 
4. Interdisciplinaridade do tratamento do preso (Ciências Humanas) — exame criminológico 
(psicológico/psiquiátrico/serviço social) para devolver ou manter as condições normais ao condenado antes 
do encarceramento. 
 
PENA: A pena deve ressocializar. As sanções, dadas à tutela da norma de Direito Criminal e postas em 
correspondência com os fins da repressão ou da prevenção, consistem respectivamente em penas ou medidas de 
segurança, com elementos característicos comuns e diferenciais, tanto em referência à sua natureza, quanto à sua 
aplicação e execução. 
 
 
RESUMO 
 
 
 
 
ESCOLAS SOCIOLÓGICAS DO CRIME/CRIMINOLÓGICAS 
 
 
1. ESCOLA DE CHICAGO (ROBERT EZRA PARK – HERBERT SPENCER – AUGUSTE COMTE) — Nasceu no 
Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago, por volta de 1890, tendo como base um conflito histórico 
em Chicago decorrente de massiva imigração (estimativa de 50% de imigrantes) que levou a um “boom” de 
criminalidade. 
 
IDÉIAS 
Perspectiva Pragmática (utilitária, prática) — Baseada na análise dos Agentes / Elementos que 
envolvem a criminalidade, criando políticas públicas de combate ao crime baseadas em uma metodologia 
que envolve o desenvolvimento de Inquéritos Sociais (que ajudam a traçar Mapas de Criminalidade) e 
Estudos Biográficos de Casos. 
 
Inquéritos Sociais — Levantamentos Estatísticos-Demográficos para o combate da criminalidade 
em universos circunscritos. 
Estudos Biográficos de Casos — traçam históricos individuais dos criminosos. 
Mapas de Criminalidade — determinar as áreas da cidade onde nasce/desenvolve-se a 
criminalidade, para, com base nestes, direcionar as Políticas Sociais de combate à criminalidade. 
 
Escola/Teoria Ecológica do Crime — o crime seria produto da desorganização da grande cidade 
(urbanização desordenada, conflitos culturais, imigração, pobreza, meio-ambiente desorganizado, 
socialização precária), na qual se deterioram as relações humanas, debilitando-se o controle social 
primário, e possibilitando um contagioso clima de vícios e corrupção. Preocupação eminentemente urbana. 
Visão da cidade como sistema: intercomunicação entre os elementos do meio ambiente. A vida urbana traz 
mobilidade social, geográfica, empregatícia, financeira, sendo fonte de inquietude (por exemplo, 
desemprego, falência, mudança de bairro nobre para favela, etc.) que pode gerar atos de delinqüência. A 
desorganização social causa uma Socialização Deficiente: — a vida urbana permite/causa/possibilita o 
anonimato, arrefecendo (esfriando, afrouxando) os vínculos de solidariedade social; mitiga o autocontrole 
social (controle social primário: por exemplo, vizinhos que nem se conhecem: não há o autocontrole 
social, ou seja, as ações das pessoas, por serem praticamente anônimas, não interessam aos vizinhos, ao 
próximo, aos que estão ao redor; não há interesse na opinião/censura alheia; isso facilita a criminalidade). 
 
MODELO DE COMBATE AO CRIME — Políticas Públicas relacionadas ao urbanismo, arquitetura, e demais políticas 
sociais (por exemplo, recuperação de áreas degradadas; urbanização de favelas, deixando-as esteticamente 
próximas aos ambientes de classe média). A idéia é a de que uma estética arquitetônica agradável gera um reforço à 
dignidade dos moradores, o que resulta numa baixa dos índices de criminalidade. Melhoria da cidade resulta na 
melhoria da vida que resulta na baixa dos índices de criminalidade. 
 
 
 
 
2. TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL (EDWIN SUTHERLAND) 
 
IDÉIAS 
Experiências Pessoais — os indivíduos, principalmente os jovens, determinam seus comportamentos a 
partir de suas experiências pessoais com relação a situações de conflito. 
“Canais de Comunicação” — o comportamento favorável ou desfavorável ao crime seria apreendido a 
partir das interações pessoais, com base no processo de comunicação. Nesse sentido, a família, os grupos 
de amizade e a comunidade ocupam papel central. 
 
“Valores dominantes” — ensinam o crime. O crime é apreendido através dos “canaisde comunicação”. 
Existem interações sociais mais eficientes, mais eficazes, mais íntimas, no ensino do crime. 
 
Incorporação das idéias de PAVLOV5 — reflexo condicionado: Comportamentos reativos 
(nervoso/instintivo). Comportamento operante (elementos ambientais que levam àquela operação orgânica, 
social). O social é o racionalizado. 
 
Racionalização da atividade criminosa — a atividade criminosa é “racionalizada” (apreendida, 
aculturada) com base nas relações do indivíduo. Isso se torna um empecilho para o controle da 
criminalidade, porque a atitude criminosa passa a fazer parte da cultura, do comportamento do sujeito, que 
vai assumindo modelos desfavoráveis (a técnica, os motivos, os impulsos e as atitudes criminosas) aos 
códigos legais. 
 
Estímulo de reforço para comportamentos dominantes — os egressos do sistema prisional voltam ao 
seu ambiente, que contém os mesmos elementos que os levaram e, com isso, readquirem (“relembram”) os 
hábitos criminosos. 
 
 
 
 
 
3. TEORIA DA ANOMIA (ÉMILE DÜRKHEIM – ROBERT K. MERTON) 
 
IDÉIAS 
Perda dos vínculos de solidariedade social — gera a percepção de que não há normas, valores. 
Microssocialmente, isto pode levar o indivíduo ao suicídio; Macrossocialmente, pode levar a criminalidade. 
 
Divisão social do trabalho — a divisão social do trabalho que ocorre na nossa cultura pode gerar 
alienação/anomia, ou seja, os indivíduos, principalmente a classe operária, aprendem a executar somente 
determinadas tarefas (por exemplo, numa fábrica, o funcionário que aperta parafusos só sabe apertar 
parafusos, não sabe pintar peças, nem montar motores). Assim, em situação de desemprego/recessão/crise o 
indivíduo não arranja espaço no mercado de trabalho, por só saber fazer determinada coisa. A frustração 
pode levar o sujeito ao suicídio ou à criminalidade. 
 
Anomia na perspectiva da adaptabilidade social do indivíduo (MERTON) — MERTON analisa a 
adaptação do indivíduo à sociedade através dos objetivos/aspirações sociais confrontados aos caminhos 
 
5
 IVAN PAVLOV, médico russo descobridor dos comportamentos que são “reflexos condicionados”. Enquanto estudava a 
digestão de cães de laboratório, casualmente descobriu que certos sinais provocavam a salivação e a secreção estomacal no 
animal, uma reação que deveria ocorrer apenas quando houvesse ingestão de alimento. Teorizou que o comportamento estava 
condicionado a esses sinais, que, habitualmente, precediam a chegada do alimento, e que faziam o cão antecipar seus reflexos 
alimentares. Pavlov procedeu experimentalmente, fazendo soar uma campainha anunciando o alimento, e constatou que em 
pouco tempo o cão respondia com salivação ao soar da campainha, que passou a ser um estímulo e a provocar o reflexo da 
salivação mesmo sem a presença da comida. Constatou também que não podia enganar o cão por muito tempo, pois a falta da 
comida fazia que os sinais perdessem seu efeito. Publicou os resultados chamando o fenômeno de “reflexo condicionado”, que 
podia ser adquirido por experiência, e designando o processo de “condicionamento”. 
 
socialmente estruturados para atingir tais objetivos. Quadro de dissociação: adaptabilidade do indivíduo à 
sociedade em que vive. Assim, classifica os sujeitos conforme a sua forma de adaptação à sociedade: 
 
Conformismo: aceitação os objetivos sociais e meios socialmente estruturados para alcançá-los. 
Exemplo: cidadão comum. 
 
Ritualismo: aceitação os meios socialmente estruturados, mas renuncia aos objetivos sociais, 
transformando os meios no objetivo em si. O indivíduo tem apego ritualístico a normas sociais. 
Exemplo: funcionários públicos burocratas. 
 
Retraimento: renúncia aos objetivos sociais e aos meios socialmente estruturados para alcançá-
los. Exemplos: bêbados, errantes, viciados, mendigos, suicidas; estão no limiar da criminalidade. 
 
Inovação: aceitação os objetivos sociais e nega os meios socialmente estruturados para alcançá-
los. Exemplo: Criminosos. 
 
Rebelião: renegação os objetivos sociais e os meios socialmente estruturados para alcançá-los. O 
indivíduo se rebela e pode chegar à criminalidade. Exemplo: terrorista. 
 
 
 
 
 
 
 
4. TEORIA DAS SUBCULTURAS CRIMINAIS (STANLEY COHEN) 
 
IDÉIAS 
 
Fatores catapultantes para a criminalidade — contesta a idéia de que o crime seja um ato racional. Há 
fatores catapultantes para a criminalidade. O crime é produto de um sistema de normas e valores que se 
opõem aos valores majoritários e oficiais. A subcultura criminal forma suas regras a partir da cultura 
dominante, invertendo-as. A conduta do criminoso torna-se justa no âmbito sub-cultural, exatamente 
porque é injusta de acordo com as normas culturais dominantes. 
 
Sociedade segmentada — desenvolvimento de subculturas sem racionalidade, gerando inércia cultural. 
Situações com subculturas criminais subjacentes: o espaço social é disputado pelas diversas subculturas, 
que querem se impor. 
 
Características — segundo COHEN 
 
Não utilitarismo da ação: não há motivação utilitária; não há uma finalidade útil. 
 
Malícia na conduta: prazer em desconsertar o outro, prazer em ferir, sem motivo. 
 
Negativismo: contrapor os valores institucionalizados da sociedade; contrariar os valores 
socialmente impostos. 
 
POLÍTICA CRIMINAL — eliminar os cabeças dos grupos; reinserir socialmente os demais; aculturar (levar aos 
grupos a cultura vigente). 
 
 
 
As escolas até aqui analisadas realizam uma abordagem monolítica, ou seja, preocupam-se com apenas um 
aspecto do problema da criminalidade. 
 
 
 
 
5. LABELLING APPROACH (HOWARD S. BECKER – EDWIN M. LEMERT) 
 
IDÉIAS 
 
Abordagem dinâmica, democrática, poligenética — afirma que todas as teorias são verdadeiras. 
 
A própria justiça criminal movimenta a criminalidade — haveriam desvios primários (tratados pelas 
teorias anteriores). A prisão causaria uma “rotulagem social” (estigma) com relação ao egresso do sistema 
prisional (sistema este também composto de subculturas criminais). E existem Desvios Secundários, que 
são decorrentes dos estigmas da justiça criminal, e que causam uma reação social à desviação primária, ou 
seja, uma aversão/preconceito social com relação aos ex-condenados, levando estes indivíduos a praticarem 
novos delitos por não conseguirem se reintegrar à sociedade e, conseqüentemente, gerando um círculo 
vicioso. 
 
POLÍTICA CRIMINAL — Prudente não-intervenção, ou seja, evitar ao máximo o fator criminógeno da pena, 
através de penas alternativas, por exemplo, fazendo com que o indivíduo não seja estigmatizado pela sistema 
prisional. 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
 
 
 
SISENANDO CALIXTO 
2º BIMESTRE 
 
ESCOLAS SOCIOLÓGICAS DO CRIME/CRIMINOLÓGICAS 
 
CRIMINOLOGIA CRÍTICA / NOVA CRIMINOLOGIA (ALESSANDRO BARATTA) — Embora seja esta a sua 
finalidade, a pena privativa de liberdade não ressocializa. Para Baratta, a prisão nasceu, historicamente, para 
perpetuar desigualdades, e ela sempre será usada para isto. A instituição carcerária só serviu para produzir 
desigualdades sociais e jamais atendeu à sua finalidade ressocializadora. Além disto, a pena privativa de liberdade 
não consegue atingir uma importante parcela da criminalidade, como os “criminosos do colarinho branco”, por 
exemplo. Enquanto os batedores de carteira são presos, os criminosos que praticam white collars crimes detêm 
poder econômico para contratar os melhores defensores. Diante disto, indaga-se: Qual a função do Direito Penal? O 
que efetivamente funciona? Para a Criminologia Crítica, a função do Direito Penal deveria ser a ressocialização, 
todavia, seus moldes nunca serviram a este fim. O sistema penal, em sua origem, já nasceu desvirtuado. Além disto, 
o sistema prisional permite a manutenção dosistema social e da estrutura vertical da sociedade, ou seja, das 
relações de poder — um dos elementos que permitem isto é o estigma (Labeling Aproauch). Assim, para esta 
corrente teórica, a pena privativa de liberdade só teria aplicabilidade aos criminosos residuais (aqueles de alta 
periculosidade e alta reincidência) e a jurisdição não-penal serviria para substituir o Direito Penal. Neste ponto, 
alguns dizem que a Criminologia Crítica poderia levar ao Abolicionismo Penal Radical: se o Direito Penal não 
cumpre sua principal (e única função), para que ele serve? Algumas leis brasileiras caminham neste sentido: Lei 
9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Civis e Criminais), Lei 10.276/2001 (Lei dos Juizados Especiais Federais). 
Mas, de outro lado, a Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), e a Lei 9.034/95 (Lei de Combate ao Crime 
Organizado) ressuscitaram o que há de mais antigo em termos de pena (esquizofrenia legislativa). 
 
IDÉIAS 
 
Complexidade Transcendente — não se propõe a analisar o crime em si, como resultado de 
circunstâncias próprias, mas sim, criticar o ordenamento e buscar respostas para uma criminalidade tão 
crescente, de níveis altíssimos. O que mais interessa é a epidemia de criminalidade e não um simples fato 
considerado em si mesmo. 
 
Política Criminal sob a perspectiva de transformação social e radical — Abrir os olhos para a opressão 
econômica e desigualdades sociais como fontes do crime. 
 
Não adianta atacar vetores decorrentes das causas macroexógenas — segundo as idéias marxistas, o 
sistema prisional é o instrumento da manutenção das desigualdades sociais. Há que se rever o modelo, 
ultrapassando o limiar da moralização para chegar à transformação social. 
 
Diálogo com o Abolicionismo Penal — se a pena não ressocializa, se ela não cumpre seu papel, ela não 
serve para nada; deve ser abolida. O abolicionismo propõe abolir as prisões e o próprio Direito Penal, 
substituindo-o por intervenções comunitárias e institucionais de caráter alternativo. Entendem seus 
defensores que numa sociedade repleta de desigualdades nas relações de poder, o Sistema Penal se destina 
apenas a reforçar essas diferenças. Por outro lado, um sistema informal e comunitário de solução de 
situações problemáticas e conflitivas contribuiria em muito para diminuir essas desigualdades, como início 
de um movimento de Transformação Social. 
 
Transformação social — baseia-se na análise marxista da ordem social. Considera o problema criminal 
insolúvel em uma sociedade capitalista, sendo necessária a transformação da própria sociedade. Assume o 
papel da classe trabalhadora, da classe explorada e passa a criticar o modo de produção capitalista, bem 
como os meios de reprodução dos modos de produção (reprodução da ideologia dominante, que se faz por 
intermédio dos órgãos de estado e que tem o fim precípuo de manter o “status” atual da sociedade, 
perpetuando a mão de obra barata que aumenta o lucro e sustentando uma exploração com aparência de 
liberdade, fazendo a manutenção da sociedade opressora.). Cria-se, conforme experiência dos grupos de 
ideologia de esquerda, um “consenso social” que é uma ilusão criada pelos “aparelhos ideológicos de 
estado”, que são as escolas, a imprensa e outras, além dos aparelhos repressivos como a polícia e o sistema 
penitenciário, que também cumprem com seus papeis de propagadores da ideologia dominante. Critica-se 
todo o ordenamento da sociedade capitalista, fazendo uma análise do ponto de vista da classe trabalhadora, 
criticando a própria lei, por ser esta, instrumento da classe dominante e trazendo subsídios importantes para 
uma nova política criminal. 
 
PROPOSTAS DE BARATTA PARA TORNAR O SISTEMA PENAL EFETIVAMENTE RESSOCIALIZADOR 
 
Substitutivos Penais aliados a uma Política de Integração Social — Melhorar o sistema penal não é 
apenas adotar uma política de substitutivos penais (recursos que evitam o encarceramento do criminoso: 
sursis, penas alternativas, transação civil). É preciso aliar os substitutivos penais a uma política de 
integração social, com maior igualdade, maior acesso a bens públicos e melhor distribuição de renda. 
Inspiração na Labelling Aproauch: prudente não-intervenção. 
 
Sociedade Participativa do Sistema Penal — É necessário colocar a sociedade como ente de participação 
do sistema penal, e não apenas como vítima do crime. 
 
Restrição da Abrangência do Direito Penal — A legislação penal é abrangente demais (por exemplo, 
fabricar açúcar de forma clandestina é crime no Brasil). Sugere barata que o Direito Penal se restrinja a 
questões relacionadas à vida, saúde, segurança do trabalho. Questões envolvendo bens patrimoniais 
deveriam ser resolvidas no âmbito civil. 
 
Debate Social — A questão criminal deveria ser submetida a um debate de massas. As bases sociais devem 
ser consultadas sobre esta questão. 
 
Extinção da Instituição Carcerária — Formas autogestionárias de controle da delinqüência. Formação de 
associações para realizar um trabalho de ressocialização e prevenção ao crime. Grupos comunitários 
realizariam o controle e estabeleceriam os padrões éticos. A partir daí viriam as leis: de baixo para cima. 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS 
Ler o texto Tutela Processual dos Direitos Humanos nas Relações de Trabalho — GUILHERME GUIMARÃES 
FELICIANO (Páginas 1 a 10) 
 
Direitos Humanos Fundamentais são direitos inatos à pessoa humana. Há autores que consideram “Direitos 
Humanos” e “Fundamentais” como expressões sinônimas. Outros diferenciam Direitos Humanos de direito 
Fundamentais, justificando que “fundamental” denota previsão normativa, e que existiriam direitos humanos ainda 
não positivados. 
 
Direitos Humanos remetem à Antiga Mesopotâmia, Grécia Antiga, Cristianismo, Carta Magna da Inglaterra, 
Constituição de Weimar (1919). Esta última era considerada a constituição mais humanista até então, prevendo, 
inclusive, o reconhecimento dos direitos dos filhos extramatrimoniais. Esta constituição, no entanto, não impediu o 
holocausto judeu. 
 
II Guerra Mundial: holocausto judeu, campos de concentração. A Liga das Nações foi dissolvida, por mostrar-se 
incapaz de evitar uma segunda guerra. Surge a Organização das Nações Unidas, com tratados e com a idéia de que 
não basta apenas que o Estado tenha em seu ordenamento a garantia dos direitos humanos. É necessário haver uma 
coordenação entre os Estados para cooperarem e se vigiarem mutuamente com o fim de garantir e preservar os 
direitos humanos. A ONU possui uma Comissão Internacional de Direitos Humanos e há órgãos internacionais 
como o Tribunal Europeu de Direitos Humanos. 
 
Passamos por um processo secular e inacabado de descobrimento e positivação dos direitos de liberdade, de 
igualdade e de solidariedade inerentes à condição humana (ciclo virtualmente interminável). 
 
Direitos Humanos são Direitos Históricos (não há como se encontrar um fundamento absoluto para os direitos 
humanos, porquanto derivam da concepção ética de seu tempo). Por isso, impossível abranger todos os direitos. 
São os velozes passos do ser humano em direção ao progresso tecnológico e ao desenvolvimento material e 
econômico que os determinam, não o contrário. 
 
A cada um dos direitos humanos corresponde, em relação ao Estado, um direito de agir (instrumental) que lhes 
assegure a efetividade. O acesso à Justiça é o fator que assegura, para além das meras proclamações, a satisfação de 
tais direitos. 
 
Declaração Universal dos Direitos do Homem (mais importante documento jurídico produzido pelo homem): “o 
reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e 
inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo. O desprezo e o desrespeito pelos direitos 
do homem resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade.Os direitos do homem 
devem ser protegidos pelo império da lei, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião 
contra a tirania e a opressão”. 
 
 
DEFINIÇÕES: “Direitos do homem são os que cabem ao homem enquanto homem”. “Direitos do homem são 
aqueles que pertencem, ou deveriam pertencer, a todos os homens, ou dos quais nenhum homem pode ser 
despojado”. “São os direitos cujo reconhecimento é condição necessária para o aperfeiçoamento da pessoa 
humana, ou para o desenvolvimento da civilização” (BOBBIO). “Conjunto institucionalizado de direitos e 
garantias do ser humano que tem por finalidade básica o respeito a sua dignidade, por meio de sua proteção 
contra o arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da 
personalidade humana” (ALEXANDRE DE MORAES). 
 
 
DISTINÇÕES: Os direitos fundamentais decorrem dos direitos humanos. Os direitos fundamentais 
correspondem a uma manifestação positiva do direito, ao passo que os direitos humanos se restringem a uma 
plataforma ético-jurídica. Os direitos humanos se colocam num plano ideológico e político, fixando-se em uma 
escala anterior de juridicidade (MARCUS VINÍCIUS AMORIM DE OLIVEIRA). 
 
Poder Judiciário com a função de garantir — em última instância — a liberdade dos homens, a justiça nas 
relações e a paz na sociedade (maiores valores de um Estado Democrático de Direito, por isso se diz que o Poder 
Judiciário é o guardião da Democracia nos Estados Republicanos). 
 
 
PREMISSAS ENVOLVENDO DIREITOS DO HOMEM (BOBBIO): 
 
1. Não são “direitos naturais”, mas direitos históricos; 
2. Nascem no início da Era Moderna, juntamente com a concepção individualista da sociedade; 
3. Tornaram-se um dos principais indicadores do progresso histórico da civilização. 
 
 
CARACTERÍSTICAS EMPÍRICAS: 
 
1. Radicam-se nos valores últimos de uma dada sociedade — não raro, valores antinômicos / colisões de 
direitos fundamentais. Reúnem-se em uma classe mal-definível. 
2. Classe variável (porque histórica) — no futuro, poderão surgir novos “direitos do homem”. 
3. Classe heterogênea — abrangem pretensões as mais díspares e, por vezes, incompatíveis entre si (o que 
decorre daquela mesma antinomia recorrente de valores). 
 
GERAÇÕES/DIMENSÕES DE DIREITOS HUMANOS: 
 
PRIMEIRA GERAÇÃO — basicamente os consagrados na Declaração de 1948 — liberdades públicas (por 
exemplo, os direitos civis e políticos — relacionados ao valor liberdade). Reclamam, da parte de terceiros (poderes 
e órgãos públicos), deveres puramente negativos. Liberdades clássicas, negativas ou formais (abstenção do Estado 
de praticar determinados comportamentos cerceadores). 
 
SEGUNDA GERAÇÃO — direitos sociais, econômicos e culturais (por exemplo, artigos 6º e 7º da CRFB). Só 
podem ser satisfeitos se forem impostos aos terceiros (poderes e órgãos públicos); deveres/poderes positivos 
sindicáveis em juízo. Liberdades positivas, reais ou concretas (demandam prestações — e não abstenções — do 
Estado. Interesses coletivos “stricto sensu” (artigo 81, II, do CDC). 
 
Os direitos de primeira e de segunda geração tendem a ser antinômicos entre si, pois a realização plena de todos 
eles não admite simultaneidade. 
 
TERCEIRA GERAÇÃO — direitos de solidariedade/fraternidade: direito à paz, ao desenvolvimento, ao respeito ao 
patrimônio comum da humanidade, ao meio ambiente. Evolve um processo de coletivização dos interesses e 
destinatários (interesses difusos) e de especificação dos sujeitos titulares (consideração do indivíduo humano “uti 
singulus”, a criança, a mulher, o adolescente, o consumidor, o contribuinte, o deficiente, o idoso, etc.), 
diferenciando-se das liberdades singulares do século XVIII (pensava-se o homem “in abstracto”; igualdade 
formal). Os direitos e os homens diferenciam-se em função do gênero (homem vs. mulher), das várias fases da vida 
(direitos da infância e da juventude, direitos do idoso) e dos vários estados excepcionais (deficientes físicos e 
mentais), entre outros. São também de terceira geração o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado 
(artigo 225 da CRFB) e os chamados direitos de paz (em geral). 
 
QUARTA GERAÇÃO — resultariam da globalização da Economia e dos direitos fundamentais, bem como da 
universalização desses últimos no plano institucional, com vistas à (re)fundação do Estado Social e à composição 
de uma trincheira de direitos antagônicos à globalização neoliberal (direito à democracia, direito à informação, 
direito ao pluralismo, direitos de biogenética e outros direitos cogitados no final do século XX, rebentos da era 
tecnológica). 
 
QUINTA GERAÇÃO — “direitos intergeracionais” (preservação do genoma humano fundamental, extensão da 
esfera do direito à vida das gerações futuras; novos sujeitos de direito, como os animais, a natureza). 
 
 
CARACTERÍSTICAS JURÍDICAS DOS DIREITOS HUMANOS: 
 
1. IMPRESCRITIBILIDADE — não se perdem pelo decurso de prazo (tese paralela de que os crimes contra a 
humanidade são igualmente imprescritíveis). 
 
2. INALIENABILIDADE — não podem ser transferidos ou cedidos, seja a título oneroso ou gratuito a ninguém. 
 
3. IRRENUNCIABILIDADE — não podem ser objeto de renúncia (por exemplo, alguns direitos trabalhistas). 
 
4. INVIOLABILIDADE — não podem ser desrespeitados por comandos normativos infraconstitucionais ou por atos 
administrativos de autoridades públicas. 
 
5. UNIVERSALIDADE — alcançam e favorecem todos os indivíduos, independentemente de nacionalidade, credo, 
sexo, raça, convicção político-filosófica, etc. 
 
6. EFETIVIDADE — devem ser garantidos pelo Poder Público, não bastando a sua proclamação ou previsão “in 
abstracto”. 
 
7. COMPLEMENTARIDADE — não devem ser interpretados isoladamente, mas sim de modo conjunto e sistemático, 
para que se complementem em função do projeto teleológico da Constituição. 
 
8. INTERDEPENDÊNCIA — possuem interconexões e intersecções entre si, de modo que o malferimento de um 
deles normalmente afeta o exercício dos demais. Talvez a mais relevante entre todas as características “jurídicas” 
dos direitos fundamentais. 
 
 
 
 
SISENANDO CALIXTO

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