Buscar

4 NORMATIVIDADE SOCIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

NORMATIVIDADE SOCIAL
Na definição de Daniel Coelho Souza “é o conjunto de regras escritas ou orais de origem determinada ou indeterminada, que tutelam a conduta do homem em grupo impondo-lhes deveres positivos ou negativos”.
1.Normas técnicas: Regras que indicam a maneira para alcançar um fim determinado. Não tem obrigatoriedade em si. (ex: receita de bolo)	
2.Normas éticas: Disciplinam o comportamento do homem, quer no intimo subjetivo quer no exterior social. Prescrevem deveres para a realização de valores. Não implicam apenas juízo de valor, mas impõem a escolha de uma diretriz considerada obrigatória. (ex: casamento)
a) normas religiosas: consideradas como emanadas da divindade ou por ela sancionadas, e também outras tornadas obrigatórias pela autoridade religiosa. É unilateral e autônoma. É aplicada internamente. Incoercível, não tem capacidade de punir o individuo, possui sanções (conseqüência) pre-fixadas. 
b) normas morais: regras de conduta desprovidas de coerção que só prescreve deveres. É unilateral. Autônoma, não sofre influencias externas. É aplicada em seu interior, na mente do individuo. A moral é incoercível e possui sanções difusas, variáveis, amplas.
c) normas de trato social: padrão de conduta social elaboradas pela sociedade e que não resguardando os interesses de segurança do homem, visam tornar o ambiente social mais ameno sob pressão da própria sociedade. É unilateral e heterônoma. É aplicada externamente. É incoercível, não pode punir o individuo, possui sanções difusas.
d) normas jurídicas: regras de conduta impostas ou reconhecidas pelo poder publico, composta de preceito e sanção. É bilateral. Sofre influencia externa, é afetado pela sociedade. É aplicado em seu exterior, na vida social do individuo. É coercível, possui sanções pre-fixadas.
DIREITO COMO FATO SOCIAL
Recanséns Siches diz que o Direito independente de ser um conjunto de significações normativas, é também um conjunto de fenômenos que se dão na vida social.
Os fatores que influem no Direito são de duas ordens:
a) Naturais: são os que decorrem do reino da natureza, inclusive da ação do homem sobre a mesma.
b) Sociais, Culturais ou Históricos: são os produzidos pelo homem.
- Estes fatores influem no Direito economicamente, politicamente e religiosamente.
O Direito integra a superestrutura social, esta é formada pela ideologia e a organização social, assim:
Valores do Direito
Igualdade
Liberdade
Segurança coletiva
Bem Comum
Direitos Humanos Funcionais
Interpretação
QUAIS AS NORMAS JURÍDICAS SUJEITAS À INTERPRETAÇÃO?
Com relação a esse questionamento hoje a doutrina é unânime em responder que todas as normas jurídicas são passíveis de interpretação, sejam elas constitucionais ou infraconstitucionais.
Até mesmo as normas jurídicas não escritas, como os costumes os princípios gerais do direito estão sujeitas à interpretação.
Nem aquelas normas jurídicas entendidas como sendo claras e óbvias estão sujeitas à interpretação, já que até mesmo a clareza é um conceito relativo, já que algo que é claro hoje, com o passar do tempo pode se tornar obscuro e sem sentido, por exemplo.
Conforme Carlos Maximiliano não iremos somente interpretar os textos que são obscuros ou considerados defeituosos temos que interpretar todas as normas jurídicas, sejam elas obscuras ou claras, deficientes ou perfeitas, ambíguas ou isentas de controvérsia.
É certo que determinados ramos do direito não permitem uma extensão muito grande em sua interpretação, mas nem por isso o intérprete deve deixar de fazê-lo, mesmo por que em determinadas situações o que está claro leva a uma injustiça, sendo assim, necessário a sua interpretação.
QUEM DEVE FIXAR AS REGRAS DE INTERPRETAÇÃO?
Conforme a doutrina majoritária cabe aos doutrinadores e à jurisprudênciafixar os critérios de interpretação, justificando da seguinte forma:
a) porque, resultantes da ciência jurídica pura, ou da atividade dos juízes
e tribunais, esses ditames não permanecem inertes, antes acompanham todas as transformações e vicissitudes da vida social, o que não aconteceria se fossem consolidadas em leis; e
b) porque, se em leis transformassem, as próprias normas interpretativas
precisariam ser interpretadas, criando-se, dessarte, um verdadeiro círculo vicioso
Apesar dessa ser a corrente majoritária encontramos um grupo de doutrinadores que se posicionam que as regras de interpretação devem estar previstas nos códigos e em normas específicas, de tal sorte que as regras de interpretação irão ter a mesma força normativa que as demais normas jurídicas.
Métodos ou Espécies de interpretação
1.) QUANTO ÀS ORIGENS : 
a divisão a seguir demonstrada não é pacífica havendo entre os autores uma séria divergência a respeito, entretanto buscamos o maior número de espécies catalogadas pelos juristas a fim de que o nosso aluno seja conhecedor das terminologias utilizadas e possa posteriormente analisá-las uma a uma.
Primeiramente há quem faça a divisão da interpretação em pública e privada, sendo a interpretação pública aquela levada a efeito pelos representantes do Poder Público, sejam estes do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário, enquanto a interpretação privada é aquela feita pelos grupos sociais e científicos.
Interpretações públicas são a autêntica, judicial e administrativa, enquanto a interpretação privada é a doutrinária.
A) Autêntica : 
será tão-só a interpretação levada a efeito pelo órgão criador da norma. 
Assim será interpretação autêntica a explicação que um dispositivo legal dá a um outro, ou que uma lei dá a outra e assim por diante.
Já houve tempo em que a interpretação autêntica teve prestígio, como no Direito Romano, quando Justiniano chegou a proibir qualquer interpretação que não a sua própria.
Hoje, grande parte dos autores ressalta a inconveniência da interpretação autêntica, por prender o aplicador da norma a conceitos rígidos e indesejáveis, bem como pelo fato de que muitas vezes esse recurso ainda deixa dúvidas, nascendo então a interpretação da interpretação. No art.327, do Código Penal, temos um exemplo dessa interpretação, quando o dispositivo determina o conceito de funcionário público.
B) Judicial ou Jurisprudencial : 
é a interpretação feita pelo Poder Judiciário em todas as instâncias, através do julgamento dos conflitos, posto que como já vimos é impossível aplicar a norma ao caso concreto sem antes explicitar o seu significado. Assim sentenças, acórdãos e súmulas contém a interpretação que os magistrados conferem as normas. Essa interpretação é a mais freqüente e a que em grande parte produz a evolução do nosso Direito, posto que influencia novas posturas, tanto por parte de outros juízes quanto por parte dos advogados. Apesar disso, devemos lembrar que a interpretação judicial em nosso país ainda não tem caráter obrigatório ou geral, sendo válida apenas para o caso que está sendo julgado ou como meio de convencimento em outras ocasiões.
C) Administrativa : 
esta é interpretação elaborada por aquele órgão que irá executar a norma, assim ocorre, por exemplo, quando o Secretário da Fazenda, através de uma Portaria explica como devem ser cumpridas as determinações de um decreto governamental, etc...
D) Doutrinária : 
é aquela produzida pelo jurista, estudioso do Direito, cientista dedicado a produzir, bem como a buscar o verdadeiro sentido do que já se produziu no Direito. É a interpretação que se impõe exclusivamente pela força dos 
argumentos, sendo de todas a mais livre por não estar comprometida com 
quaisquer autoridades ou poderes, o doutrinador só deve fidelidade às suas próprias convicções e à Ciência Jurídica.
Assim sendo há interpretação doutrinária, por exemplo, quando o grande penalista Damásio E. de Jesus afirma que “mulher honesta” mencionada nos artigos 215 e 216 doCódigo Penal, deve ser aquela “que mantém conduta regrada, honrada e decente, de acordo com os bons costumes” e mais adiante em sua obra, ainda interpretando aquele termo afirma “só deixa de ser honesta a mulher fácil, que se entrega a todos os que a desejam, que desrespeita franca e abertamente as convenções sociais, somente se diferenciando da prostituta por não exigir paga por seus favores”
2) QUANTO AO MÉTODO ou PROCESSO
divide-se aqui a interpretação segundo os procedimentos ou recursos utilizados pelo aplicador a fim de extrair o significado da norma e o alcance de suas expressões
A) Gramatical ou Literal
busca o sentido da norma pelo significado dos vocábulos nela inscritos. Parte-se do pressuposto de que toda coletividade possui determinados usos lingüísticos e que o legislador no momento de elaboração da norma ficou atento a esses usos e foi fiel ao que desejou expressar. O ideal é portanto que ao elaborar a norma tenha-se o cuidado de recorrer a termos com sentido unívoco ou o mais técnico possível, sem ceder a modismos ou regionalismos. Em havendo duplo significado o intérprete deve optar sempre pelo mais técnico em detrimento do sentido vulgar, bem como procurar interpretar as palavras em conexão com o resto do texto.
O inconveniente óbvio desse processo é o de que as palavras variam de significado com o tempo e o legislador nem sempre domina perfeitamente a língua em que escreve, razão pela qual o método é falho e o seu uso exclusivo corresponde a uma visão doutrinária ultrapassada.
B) Lógico
 este método consiste em avaliar a norma através de determinados postulados lógicos, como por exemplo : 
* o acessório segue o principal;
* o geral abrange o especial;
* não se pode distinguir onde a lei não distingue;
* as leis não contêm palavras inúteis;
* o que é odioso deve ser restringido e ampliado o favorável;
* o contrário do que é verdadeiro é falso;
* toda mudança pressupõe uma causa;
* a parte inclui-se no todo;
* quem pode fazer o mais, pode fazer o menos;
* quem não pode fazer o menos, não pode fazer o mais; etc....
O método lógico busca descobrir o sentido da lei sem o auxílio de qualquer elemento externo senão a própria norma e sua racionalidade, usando para tanto de argumentos lógicos.
C)Sistemático
consiste em observar os dispositivos integrando-os a um sistema superior, mais amplo, em não interpretá-los isoladamente, pois todo dispositivo se integra a um organismo maior, qual seja o ordenamento jurídico. A interpretação sistemática busca manter a coerência entre as normas, e isso se torna ainda mais adequado em sistemas como o nosso com “constituições pormenorizadas, exaustivas, regulando matérias atinentes aos mais diversos campos do Direito”, pois nessa hipótese é sempre necessário confrontar a norma que se pretende interpretar com a Constituição Federal a fim de harmonizá-la com os mais altos princípios do nosso ordenamento jurídico.
Assim, por exemplo, se trato da interpretação do artigo 240, do Código Civil, vou estudá-lo verificando e levando em conta que o mesmo integra o Título -Dos Efeitos Jurídicos do Casamento, que integra o Livro do Direito de Família, que está submetido aos princípios da Constituição Federal.
C) Histórico : 
é o método que objetiva encontrar o significado da norma pela reconstrução de seu conteúdo original, procurando reproduzir as circunstâncias e os interesses dominantes à época de sua edição. O intérprete buscará a chamada “occasio legis” (momento de produção da norma) através das exposições de motivos, pareceres de comissões legislativas ou quaisquer outros documentos que se refiram ao momento de elaboração da norma, e possam revelar os fatores sociais, econômicos e políticos em que esta se formou.
O jurista que se utiliza deste método reconhece a historicidade do fenômeno jurídico e que o texto legal pode até permanecer imutável durante anos ou séculos, mas seu sentido se transforma através dos tempos, conforme as aspirações da nossa sociedade, e por isso é preciso conhecer o desenvolvimento dos institutos jurídicos a fim de melhor aplicá-los.
D) Teleológico : 
é a busca do significado da norma pelo conhecimento do objetivo que esta pretende atingir na sociedade, por isso alguns também o denominam de método sociológico. Enfim, o seu uso consiste em procurar pela finalidade social da lei, assim como ordena o art.5º, da LINDB (“Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”); no uso desse mecanismo o intérprete sempre deverá buscar o “para quê” da norma, e aplicá-la de modo que esta alcance seu ideal.
A aplicação deste método baseia-se no fato de que o Direito não é um fim em si mesmo, mas representa um instrumento para a satisfação de interesses coletivos, um mecanismo para a realização de necessidades de ordem prática. Portanto, o texto legal jamais poderá ser interpretado contra a sociedade.
Alguns autores de índole dogmático-positivista fazem sérias ressalvas ao uso da interpretação teleológica, acreditando que ela pode se caracterizar como um risco à segurança jurídica, pois segundo estes, o juiz ao interpretar teleologicamente poderia acabar fazendo prevalecer pontos de vista inteiramente pessoais.
Nesse sentido pensa um dos mais fervorosos seguidores de Hans Kelsen no Brasil, o jurista Reis Friede, ao registrar em sua obra : 
“Este meio de interpretação, também conhecido pelo nome de interpretação sociológica, busca em última análise, interpretar as leis, objetivando sua melhor aplicação na sociedade a que está voltada. Por esta razão, deve ser sempre observada em último lugar, evitando os elevados riscos de que o intérprete acabe por se confundir com o próprio legislador, criando normas jurídicas onde não existam ou, no mínimo, deturpando o verdadeiro significado das já existentes.” 
É curioso constatar que o autor, apesar de afirmar que o método teleológico existe para beneficiar a sociedade, registra o seu uso como última possibilidade. Tal fato retrata a preocupação exacerbada com o formalismo e sua desídia para com os seres humanos, que são a razão de existência do próprio Direito.
É a inversão de papéis : é possibilitar que a criatura (o Direito) se volte contra seu criador (sociedade). 
Devemos ter em mente que tais argumentos arcaicos e ultra-positivistas contrariam o próprio espírito do direito positivo, pois devemos lembrar que a interpretação teleológica foi a única que o nosso legislador se preocupou em registrar, sendo portanto regra de obediência obrigatória pelo juiz como qualquer outra norma, não podendo o doutrinador “achar” que ela não deve ser usada.
Ademais a idéia de que o método teleológico pode ser arbitrário é totalmente absurda, pois o art.5º da LICC não autoriza qualquer subjetivismo por parte do juiz, já que este ao decidir deverá levar em conta os valores presentes na coletividade, ou seja, aquilo que é considerado o “bem” para a sociedade, e não segundo seus critérios pessoais que poderiam possibilitar a arbitrariedade.
3). QUANTO AOS RESULTADOS PRODUZIDOS : 
aqui a classificação se atém ao produto final, à conclusão a que chegou o intérprete após a análise do texto normativo. O objetivo dessa classificação é saber se o legislador foi eficiente nas palavras em que usou, ou se cometeu equívocos ao utilizá-las.
A) Declarativa : 
aqui o legislador foi feliz ao usar as palavras e o intérprete chega a conclusão de que o texto exprime satisfatoriamente o conteúdo da norma. Essa espécie de interpretação é usada no direito penal, preferencialmente quando tratamos de agravar a situação do acusado.
B) Restritiva : 
ocorre quandoo legislador disse muito mais do que deveria ter dito, ou seja, exagerou nas palavras que usou, cabendo ao intérprete corrigir os excessos, reduzindo o sentido.
C) Extensiva : 
aqui o legislador foi tímido ao usar as palavras, e elaborou uma norma com um sentido menos abrangente do que o necessário, cabendo ao intérprete corrigir o defeito, ampliando o sentido da norma, a fim de que ela cumpra os seus objetivos.
Conceito de ordenamento
Segundo Orlando Almeida Secco
Ordem ou ordem jurídica é o sistema de legalidade do estado. É a organização e o disciplinamento da sociedade a partir do direito. E parte da ordem social que estabelece ou restabelece a ordem e a segurança com equilíbrio das relações intersubjetivas através do direito.
Segundo Miguel Reale
Sistema de normas em sua concreta realização, abrangendo tanto as regras explicitas como as elaboradas para suprir as lacunas do sistema, bem como as que cobrem os claros, deixadas ao poder discricionário dos indivíduos.
Princípios
São dois os princípios que orientam a estruturação do ordenamento:
Entrelaçamento: estabelece a interligação dos elementos que integram o ordenamento. Esses elementos não se encontram livres e isolados. O ordenamento deve estabelecer HARMONIA entre seus elementos.
Fundamentação ou derivação: estabelece que as normas se fundam sempre em outras normas ou dela derivam então há uma linha de descendentes sucessivos (normas fundadas) , a partir de uma ascendente comum (norma fundamental)
Elementos do ordenamento:
A grosso modo, podemos destacar como elementos : a constituição, as fontes do direito, os contratos e etc.
Princípio da plenitude do ordenamento
Ao ordenamento cabe a obrigação de resolver qualquer conflito existente nele, para tanto, a afirmação que apenas na lei pode existir lacunas.
Divisão do ordenamento
Direito publico e privado
Princípios do direito Público
Superioridade do estado e de sua vontade diante dos particulares.
Garantia dos particulares diante do poder estatal em forma de direitos fundamentais, que limitam a atuação do estado.
Igualdade nas relações entre os estados soberanos.
Caráter imperativo nas normas jurídicas, cuja aplicação não depende da vontade das partes envolvidas na relação.
Autonomia da vontade no direito privado
A intervenção direta do Estado na economia gera aquilo que pretendemos denominar de princípio da autonomia da vontade regrada, que quer significar, basicamente, a oposição de barreiras, de proibições e limitações ao exercício pleno do direito de propriedade, na concorrência econômica, na formulação dos contratos, em especial no razoavelmente novo ramo do direito, o direito do consumidor.
 
Direito Público
Direito Privado
Interesse
Geral
Particular
Sujeitos envolvidos
EstadoAutoridade
Sociedade
Particulares
Relação
Submissão
Paridade
Participante
Forte
Fraca
Imperatividade
Forte
Fraca
 Um ordenamento, como sistema, contém um repertório, contém também uma estrutura. Elementos normativos e não-normativos guardam relações entre si. Por exemplo, quando dizemos que as normas estão dispostas hierarquicamente, umas são superiores, outras inferiores estamos pensando na sua estrutura. Hierarquia é um conjunto de relações, estabelecidas conforme regras de subordinação e coordenação. Essas regras não são normas jurídicas nem são elementos não-normativos , isto é, não fazem parte do repertório, mas da estrutura do ordenamento. Exemplo de regra estrutural é o princípio da lex superior (regra segundo a qual a norma que dispõe, formal e materialmente, sobre a edição de outras normas prevalece sobre estas em caso de contradição: as normas constitucionais prevalecem sobre as leis ordinárias), ou a lex posterior (havendo normas do mesmo escalão em contradição, prevalece a que, no tempo, apareceu por último), ou o da lex specialis (a norma especial revoga a geral no que esta dispõe especificamente).
A unidade do ordenamento jurídico
	A dificuldade de rastrear todas normas que constituem um ordenamento depende do fato, de geralmente essas normas não derivarem de uma única fonte. Podemos distinguir os ordenamentos jurídicos em simples e complexos, conforme as normas que os compõem derivem de uma só fonte ou de mais de uma. 
 A imagem de um ordenamento composto somente por dois personagens, o legislador que coloca as normas e os súditos que as recebem, é puramente escolástica (doutrinas teológicas).
 A complexidade de um ordenamento jurídico deriva do fato de que a necessidade de regras de conduta numa sociedade é tão grande que não existe nenhum poder (ou órgão) em condições de satisfazê-lo sozinho. Para vir ao encontro dessa exigência, o poder supremo recorre geralmente a dois expedientes:
– a recepção de normas já feitas, produzidas por ordenamentos diversos precedentes.
– a delegação do poder de produzir normas jurídicas a poderes ou órgãos inferiores.
Em cada ordenamento, ao lado da fonte direta temos fontes indiretas que podem ser distinguidas em duas classes: fontes reconhecidas e fontes delegadas. A complexidade de um ordenamento jurídico deriva, portanto da multiplicidade das fontes das quais afluem regras de conduta, em última análise do fato de que essas regras são de proveniências diversas e chegam à existência (adquirem validade) partindo de pontos os mais diversos.
Em cada ordenamento o ponto de referência último de todas as normas é o poder originário, quer dizer, o poder além do qual não existe outro pelo qual se possa justificar o ordenamento jurídico. Esse ponto de referencia é necessário, além de tudo, para fundar a unidade do ordenamento. Chamamos esse poder originário de fonte das fontes.
 A complexidade do ordenamento, ou seja, o fato de que num ordenamento real as normas afluem através de diversos canais, depende historicamente de duas razões fundamentais:
 1) – Um ordenamento não nasce num deserto, deixando de lado a metáfora, a sociedade civil sobre a qual se forma um ordenamento jurídico, como é, por exemplo, o do Estado, não é uma sociedade natural, completamente privada de leis, mas uma sociedade na qual vigem normas de vários gêneros, morais, sociais, religiosos, usuais, consuetudinárias, regras convencionais e assim por diante. Quando falamos de poder originário, entendemos originário juridicamente, não historicamente. Podemos falar então de um limite externo do poder soberano.
2) – O poder originário, uma vez constituído, cria, ele mesmo, para satisfazer a necessidade de uma normatização sempre atualizada, novas centrais de produção jurídica, atribuindo aos órgãos executivos o poder de estabelecer normas integradoras subordinadas às legislativas (os regulamentos); a entidade, territoriais autônomas, o poder de estabelecer normas adaptadas às necessidades locais (o poder normativo das regiões, das províncias, dos municípios); a cidadãos particulares o poder de regular os próprios deveres através de negócios jurídicos (o poder de negociação). 
É interessante observar como esse duplo processo de formação de um ordenamento, através da absorção de um direito preexistente e da criação de um direito novo, e a conseqüente problemática da limitação externa, e da limitação interna do poder originário, é refletido fielmente nas duas principais concepções com as quais os jusnaturalistas explicam a passagem do estado natural ao estado civil. 
A complexidade de ordenamento, não exclui sua unidade. Não poderíamos falar de ordenamento se não o tivéssemos considerado algo de unitário. Que seja unitário um ordenamento simples, isto é, um ordenamento em que todas as normas nascem de uma única fonte, é facilmente compreensível. Que seja unitário um ordenamento complexo, deve ser explicado. 
Há normas superiores e normas inferiores. As inferiores dependem das superiores. Subindo das normas inferiores aquelas que se encontram mais acima, chega-se a uma norma suprema, que não depende de nenhuma outra norma superior, e sobre a qual repousa a unidadedo ordenamento. Essa norma suprema é a norma fundamental. Essa norma fundamental que dá unidade a todas as outras normas, isto é, faz das normas espalhadas e de várias providências um conjunto unitário que pode ser chamado de “ordenamento”. 
A norma fundamental é o termo unificador das normas que compõem um ordenamento jurídico. 
Sem uma norma fundamental, as normas constituiriam um amontoado, não um ordenamento.
Antinomia
Antinomia é o conflito entre duas normas, dois princípios ou de um principio geral do direito em sua aplicação pratica a um caso particular. É presença de duas normas conflitantes, sem que se possa saber qual delas deverá se aplicada ao caso singular.
Conflito 
Antinomia lógico matemática – entende a antinomia como um enunciado que é simultaneamente contraditório e demonstrável.
Antinomia semântica – contradição que resulta da dedução correta a partir de premissa coerente. Ela contém algumas incoerências ocultas na estrutura de níveis do pensamento e da linguagem.
Antinomia pragmática – condições de existência:
I – uma fonte com forte relação complementar entre o emissor da mensagem e o receptor.
II – nos quadros desta relação, é dada uma instrução que deve ser obedecida, mas que também não deve ser obedecida para ser obedecida.
III – o receptor, que ocupa a posição inferior, fica numa situação insustentável, pois não pode agir sem a complementariedade e não tem meios para sair da situação.
Classificação das antinomias
Real – Não possui solução 
Aparente –possui solução 
Própria – decorre de motivos formais
Imprópria – possui cunho material 
Critérios de solução
Hierárquico – a lei superior revoga a lei inferior
Cronológico – a lei nova revoga a lei velha
Especialidade - a lei especifica revoga a lei geral
 
Meta-conflitos
Lei geral nova X lei especifica antiga
Especifica X Cronologia = Cronologia
Lei superior Antiga X inferior nova
Hierarquia X cronologia = Hierarquia
Lei superior Geral X inferior especifica
Hierárquica X Especifica = ?
Hierárquica X Cronológica X Específica = ? 
O que é melhor para a sociedade?
Usa-se o bom senso.
Lacunas 
É insuficiência de disciplinamento (falta de lei para determinado assunto). Omissão da lei, em caso de omissão utiliza as fontes formais do direito.
Exemplo: entorpecentes (portarias sobre entorpecentes)
Lacuna voluntária – existe devido à falta de conhecimento dos tramites legais e fica a cargo do judiciário.
Fontes
Fontes Materiais: Fatores Sociais
		 Ideologia
 
Fontes Formais: Primordiais: A Lei e o Costume. O Costume é pai da Lei. No caso do Brasil, a única fonte primordial é a Lei
		 Secundárias Auxiliam a Lei. 
Podem ser Delegadas – obrigatórias [costume; analogia; princípios gerais do direito]. 
Ou Reconhecidas – não foram negadas, mas sim, aceitas [doutrina; jurisprudência; equidade; poder negocial; direito comparado – comparar as constituições de países sob leis diferentes; tratados – entre países ou estados soberanos e convenções – acordo coletivo entre órgãos]
1. LEI
Legere: Ler (ser entendida)
Ligare: Ligar (é a Lei quem liga o Estado à Sociedade)
Características da Lei:
- É escrita
- Coerciva ou Obrigatória (O Estado realiza coerção e coação)
- Estatal (Apenas o Legislativo e o Judiciário podem fazê-la. Principio da legalidade)
- É geral (A mesma para toda a sociedade)
- Abstrata (Apesar de valer para todos, só é aplicada quando você se enquadra na situação. Ex: apenas alguns trabalham, logo o direito trabalhista só será aplicado para essas pessoas)
- Novidade (Quando a Lei surge, sempre trás uma novidade. Ex: matar não é novidade, mas as formas de matar são) 
Classificação das Leis:
ORIGEM:
Municipais 
Estaduais
Federais
CONTEÚDO:
- Material
- Processual
SANÇÃO:
- Perfeita
- Menos que perfeita
- Imperfeita
OBRIGATORIEDADE:
- Cogentes (podem ser Proibitivas ou Impositivas)
- Facultativas (podem ser Permissivas ou Supletivas)
Nenhuma lei estadual ou municipal pode negar uma lei federal. A Lei superior revoga a Lei inferior, é hierárquico. Quando duas leis estaduais estão em discordância, usa-se o principio cronológico, é a mais nova que vale.
COSTUME
	É uma pratica geral, constante (acontece em vários lugares ao mesmo tempo), prolongada (já é feita há muito tempo) e, principalmente, é obrigatória.
Contra Legem – conflito entre a sociedade e o direito. (ex: impor normas e regras em presidiários)
Secundum Legem – a lei e os costumes estão no mesmo patamar (ex: Inglaterra)
Preater Legem – os costumes complementam a Lei, caso haja alguma falha da Lei, o costume entra para complementá-la.
3. PRINCIPIOS GERAIS DO DIREITO
	Existem vários, mas o mais importante é o hierárquico. No Brasil, sempre há uma hierarquia. Só se encontra os princípios dentro da Doutrina. É ela que os desmembra e os analisa.
Doutrina
Conjunto de teorias sobre o direito, elaborado pelos juristas. Ela é o produto da reflexão e do estudo que os juristas desenvolvem sobre o direito.
Equidade (uso do bom senso para atingir a justiça)
É o poder do juiz de moldar a norma rígida e abstrata para que se torne justa quando aplicada a cada caso particular.
Jurisprudência
Conjunto de decisões reiteradas sobre determinados questões. Ela é dinâmica, pois a partir das soluções adotadas pelos órgãos judiciais, quando julgam casos “semelhantes”, é que ela se cria.
Validade da norma
Validade  é uma qualidade da norma cuja relação autoridade / sujeito (cometimento) está imune, por estar ela conformada ao ordenamento, tanto quanto as condições como quanto aos fins por ele estabelecidos.
Validade  é uma qualidade contra fática, isto é, o valor de uma norma não depende da existência real e concreta das condutas que prescreve, mesmo descumprida, a norma vale.
Três aspectos de validade:
Validade formal ou técnico jurídico (vigência)
É a executoriedade compulsória de uma regra de direito, por haver preenchido, os registros essenciais à sua feitura ou elaboração. É necessário que o órgão que a promulgou tenha legitimidade para fazê-la.
Validade social ou eficácia 
Há leis que entram em choque com as tradições de um povo e que não correspondem aos seus valores primordiais, isto não obstante valem. Há casos de normas legais que, por contrariarem as tendências dominantes da coletividade, só logram ser cumprida de maneira compulsória possuindo desse modo, validade formal, mas não a eficácia espontânea perante a comunidade. Desta forma a eficácia se refere à aplicação ou execução da norma jurídica enquanto momento da conduta humana.
Mesmo que a sociedade não a cumpra, a lei vale, cabe aos legisladores entenderem que esta não tem mais eficácia.
Validade ética ou fundamento
Toda regra jurídica necessita de um fundamento, que é o valor ou fim objetivado pela regra de direito
Ordenamento no tempo e no espaço
Tempo
Temporalidade
Espaço  territorialidade (a lei aplicada sobre os limites daquele estado)
Territorialidade 
Extra territorialidade: Países estrangeiros 
A territorialidade de se estender para todas as embarcações, em embaixadas, ou espaço aérea, desde que a embarcação esteja registrada no Brasil, usa-se a lei brasileira.
	Nacionalidade
Civilmente aplica-se as leis dos pais onde se esta domiciliado. Usa-se o direito de país onde estão os bens, se houver separação no estrangeiro.
Domicilio
É onde a pessoa é encontrada judicialmente, nem sempre a residência é o domicilio. Em alguns casos a legislação coloca na falta do domicilio a residência vem como a outra opção, vem logo após como local onde a pessoa pode ser encontrado.
Ato jurídico Perfeito
A lei permitia determinada ação, antes de alguma lei proibir. No momento em que gerou seus efeitos, a lei não o proíba.
Coisa julgada 	
Técnica  quando você entrou com o ultimo recurso possível. Ou perder o prazo.
Institucional  quando você chega ao prazo ultimo tribunal (STF ou STJ)
Direito adquirido
É o direito que você tem ou terceiros por você, adquiriu e pode exercer.Exemplo: Pai pensionista e morre, a conjugue pode exercer esse direito, aposentadoria.
Expectativa de direito  é o direito que você tem a expectativa de exercer.
Irretroatividade das leis
Irretroatividade da lei significa que ela só terá vigência a partir da sua promulgação, não atingirá fatos ocorridos antes da sua entrada em vigor. Mas, como toda regra tem exceção, há um princípio do direito que permite que a lei retroaja para beneficiar o réu
Temporárias – termo inicial / final
Excepcionais – acontecimentos
Repristinação
Conceito
Fenômeno pelo qual a revogação de uma lei que por sua vez havia revogado outra lei, importa na revigoração desta.
Exemplo: Lei A existe e vem uma lei B que revoga a lei A e depois vem a lei C que revoga a lei B sem tratar de matéria. Com isso a lei A volta a vigorar.
No Brasil a repristinação quase não ocorre, pois o direito brasileiro e positivista, ou seja, tudo tem que estar escrito para valer, para vigorar.

Outros materiais