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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA CURSO: ENGENHARIA DE PESCA 2012.2 DISCIPLINA: CE 801 PROF. M A T O S ÁTOMOS, MOLÉCULAS E ÍONS TEORIA ATÔMICA DE DALTON Em 1808, as hipóteses acerca da natureza da matéria nas quais a teoria atômica de JOHN DALTON se baseia estão resumidas da seguinte forma: 1. Os elementos são constituídos por partículas extremamente pequenas chamadas átomos. 2. Todos os átomos de dado elemento são idênticos, tendo o mesmo tamanho, massa e propriedades químicas. Os átomos de um elemento são diferentes dos átomos de todos os outros elementos. 3. Os compostos são constituídos por átomos de mais de um elemento. Em qualquer composto, a razão entre os números de átomos de qualquer elemento presentes é um numero inteiro ou uma fração simples. 4. Uma reação química envolve apenas a separação, combinação ou rearranjo dos átomos: não resulta na sua criação ou destruição. ESTRUTURA DO ÁTOMO Com base na teoria atômica de Dalton, definimos átomo como a unidade básica de um elemento que pode participar de uma combinação química. A partir de 1850 uma serie de investigação demonstram que o átomo é constituído por partículas subatômicas: os elétrons, os prótons e os nêutrons. ELÉTRONS O tubo de raios catódicos trata-se de um tubo de vidro do qual se faz evacuar do seu interior boa parte do ar. Quando se ligam as duas placas metálicas à fonte de alta tensão, a placa carregada negativamente, denominada catodo, emite uma radiação invisível. Os raios catódicos são atraídos para a placa com carga positiva, conhecida como ânodo, passam através de um orifício e continuam o percurso até a outra extremidade do tubo. Quando os raios atingem a superfície do tubo coberta com um revestimento especial, produzem uma fluorescência forte ou uma luz intensa. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA CURSO: ENGENHARIA DE PESCA 2012.2 DISCIPLINA: CE 801 PROF. M A T O S Quando duas placas carregadas eletricamente e um imã foram colocadas na parte externa do tubo de raios catódicos, observamos que quando o campo magnético esta ligado e o campo elétrico desligado, os raios catódicos atingem o ponto A. quando se aplica apenas o campo elétrico, os raios atingem o ponto C. quando ambos os campos, elétrico e magnético, estão desligados ou ligados, mas equilibrados anulando a influencia um do outro, a radiação atinge o ponto B. pela teoria eletromagnética, um corpo carregado em movimento comporta-se como um imã e pode interagir com os campos elétrico e magnético que atravessa. Como os raios catódicos são atraídos pela placa com carga positiva e repelidos pela placa com carga negativa devem ser constituídos por partículas com carga negativa, denominados ELÉTRONS. O físico inglês J.J.Thomson utilizou esses estudos e a teoria eletromagnética para determinar que a razão entre a carga do elétron e a massa de um elétron é de -1,76 x 108 C/g. Millikan estudando gotas de óleo descobriu que a carga de um elétron era de – 1,6022 x 10-19 C. RADIOATIVIDADE Em 1895, o físico alemão Wilhelm Rontgem observou que os raios catódicos faziam com que o vidro e os metais emitissem uma radiação altamente energética que penetrava a matéria, escurecia placas fotográficas cobertas e provocava fluorescência em varias substancias. Como essa radiação não sofria desvios na presença de imãs, não UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA CURSO: ENGENHARIA DE PESCA 2012.2 DISCIPLINA: CE 801 PROF. M A T O S podia conter partículas com carga, à semelhança dos raios catódicos. Rontgen chamou-lhes de raios – X. Em 1896 Henri Bequerel, realizando experimento com um composto de urânio conhecido como blenda resinosa, descobriu um novo tipo de radiação, batizada de partículas emitida espontaneamente pelo composto. Marie Curie determinou que essas partículas eram provenientes do interior do próprio átomo de urânio. Ela chamou esse fenômeno de radioatividade. Investigações posteriores mostraram que na quebra ou desintegração de substancias radioativas, tipicamente nuclear, como o urânio, são produzidos três tipos de radiação dois dos quais desviados por placas metálicas com cargas opostas. A radiação consiste em partículas com carga positiva, chamadas de partículas , e são desviadas pela placa com carga positiva. A radiação , ou partículas , são elétrons e são desviados pela placa com carga negativa. O terceiro tipo de emissão radioativa consiste em raios de elevada energia, não possuem carga elétrica, não são afetados por campos externos elétrico e magnético e são denominados de raios . UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA CURSO: ENGENHARIA DE PESCA 2012.2 DISCIPLINA: CE 801 PROF. M A T O S PROTON E NUCLEO Em 1886, Eugen Goldstein utilizando um catodo perfurado em tubos semelhantes ao de Crookes, observou um foco luminoso surgir atrás do catodo, vindo da direção do anodo. Esses feixes foram denominados de raios anódicos. Por terem carga elétrica positiva, eram desviados para o eletrodo negativo na presença de um campo elétrico externo ao tubo. A razão carga/massa dos íons positivos mudava dependendo do gás utilizado. De todos os gases empregados nos experimentos, o hidrogênio era o que produzia raios anódicos com menor massa. A essa parte elementar dos raios anódicos chamou-se PRÓTON. Em 1913, o físico inglês Henry Moseley demonstrou que cada elemento químico possuía um numero atômico diferente e seqüencial, que ia desde o hidrogênio (numero atômico Z = 1) até o urânio (numero atômico Z = 92). ÁTOMO NEUTRO significa: quantidade de PRÓTONS = QUANTIDADE DE ELÉTRONS MODELO ATOMICO DE THOMSON Em 1898, J.J. Thomson baseado nas evidencias de que os átomos eram formados por pequenas partículas carregadas negativamente (elétrons) e positivamente (prótons), e que os elétrons compreendiam apenas uma pequena fração de massa, comparada com os prótons, propôs o seguinte modelo denominado de “pudim de passas”: Um átomo pode ser imaginado como uma esfera com carga positiva uniforme de matéria, na qual os elétrons estão embutidos semelhantes a passas em um bolo (ver figura abaixo). UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA CURSO: ENGENHARIA DE PESCA 2012.2 DISCIPLINA: CE 801 PROF. M A T O S ÁTOMO NUCLEAR Em 1910, o físico neo-zelandes Ernest Rutherford fez experimentos utilizando partículas para analisar a estrutura dos átomos. Rutherford realizou uma serie de experimentos empregando laminas muito finas de ouro e de outros metais como alvos para partículas oriundas de uma fonte radioativa. (ver figura abqaixo). Baseado no modelo de Thomson, ele esperava que as partículas deveriam ter atravessado a lamina com desvios muitos pequenos devido às cargas positiva do átomo ser muito difusas. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA CURSO: ENGENHARIA DE PESCA 2012.2 DISCIPLINA:CE 801 PROF. M A T O S Nesse experimento Rutherford observou: A maioria das partículas penetrava a lamina sem desvio ou com apenas ligeira deflexão. Mas, de vez em quando, uma partícula era desviada de um ângulo grande. Em alguns casos, a partícula era ricocheteada na direção de onde tinha vindo. (Esse foi o achado surpreendente, pois no modelo de Thomson a carga positiva do átomo era tão difusa que as partículas deveriam ter atravessado a lamina com desvios muitos pequenos). Rutherford deu a seguinte explicação para os resultados obtidos: Grande parte do átomo deve ser constituída de espaço vazio. Isso explica o porquê de a maioria das partículas atravessarem a lamina de ouro praticamente sem desvios. As cargas positivas do átomo se encontravam todas concentradas no NÚCLEO, um cerne denso no interior do átomo. No experimento, sempre que uma partícula se aproximava de um núcleo, sofria grande força de repulsão e, portanto, era muito defletida. Quando uma partícula no percurso se dirigia diretamente para o núcleo, ela seria completamente repelida e sua direção, invertida. As partículas com cargas positivas no núcleo chamam-se PRÓTONS. Em experimentos separados, verificou-se que cada próton transporta a mesma quantidade de carga que um elétron e tem massa de 1,67262 x 10-24 g – cerca de 1.840 vezes a massa do elétron de carga contraria. Enquanto os prótons estão confinados ao núcleo do átomo, concebem-se os elétrons como estando espalhado à volta do núcleo e a alguma distancia deste. O NEUTRON O MODELO ATOMICO DE Rutherford trouxe o seguinte problema: o hidrogênio, o átomo mais simples, continha apenas um próton e o átomo de Helio dois prótons. Portanto, a razão entre a massa do átomo de Helio e a massa do átomo de hidrogênio deveria ser 2:1. Na realidade, contudo, é 4:1. Rutherford postulou a existência de outro tipo de partícula subatômica no núcleo atômico. Em 1932, o físico inglês James chadwick bombardeou uma folha fina de berílio com partículas , o metal emitiu uma radiação de energia muito elevada, semelhante aos raios . Experiências posteriores mostraram que a radiação era constituída por um terceiro tipo partícula subatômica, à qual Chadwick deu o nome de NEUTRON, porque UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA CURSO: ENGENHARIA DE PESCA 2012.2 DISCIPLINA: CE 801 PROF. M A T O S elas mostraram serem partículas eletricamente neutras com uma massa ligeiramente superior à massa dos prótons. PARTÍCULA MASSA (g) C A R G A Coulomb Unidades de Carga Elétron 9,10939 x 10-28 - 1,6022 x 10-19 - 1 Próton 1.67262 x 10-24 + 1,6022 x 10-19 + 1 Neutron 1,67493 x 10-24 0 0 Explicando o problema: No núcleo de Helio há dois prótons e dois nêutrons, mas, no núcleo de hidrogênio, apenas um próton e nenhum nêutron, daí a razão 4:1. NÚMERO ATÔMICO, NÚMERO DE MASSA E ISÓTOPOS. NÚMERO ATÔMICO Todos os átomos são identificados pelo numero de prótons e de nêutrons que contem. O NÚMERO ATÔMICO (Z) é o numero de prótons no núcleo de cada átomo de um elemento. Em um átomo neutro, o numero de prótons é igual ao numero de elétrons e, por isso, o numero atômico também indica o numero de elétrons presentes no átomo. A identidade química de um átomo pode ser determinada apenas pelo seu numero atômico. EXEMPLO: O numero atômico do carbono é 6. Portanto, cada átomo de carbono contem 6 prótons e 6 elétrons. NÚMERO DE MASSA Número de massa (A) é o numero total de prótons e de nêutrons presentes no núcleo de um átomo de um elemento. Número de Massa (A) = Número de Prótons + Número de Nêutrons Número Atômico + Número de Nêutrons Número de Nêutrons = A – Z Observe que o numero atômico, o numero de nêutrons e o numero de elétrons devem ser inteiros positivos. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA CURSO: ENGENHARIA DE PESCA 2012.2 DISCIPLINA: CE 801 PROF. M A T O S Os átomos de um dado elemento nem todos possuem a mesma massa. A maior parte dos elementos possui dois ou mais isótopos. ISÓTOPOS – átomos que possuem o mesmo número atômico, mas número de massa diferente. X A Z Número de Massa Número Atômico Apenas os isótopos do hidrogênio possuem denominações diferentes: H 1 1 Hidrogenio H 2 1 Deutério H 3 1 Trítio Os isótopos dos demais átomos levam o nome do próprio átomo e identificados pelos seus números de massa. U 235 92 U 238 92 As propriedades químicas de um elemento são determinadas pelos prótons e elétrons nos seus átomos: os nêutrons não participam das transformações químicas em condições normais. Isótopos do mesmo elemento possuem propriedades químicas semelhantes, formam os mesmos tipos de compostos e apresentam reatividade semelhante. Indique o numero de prótons, de nêutrons e de elétrons, em RESOLUÇÃO O numero atômico é 8, logo existem 8 prótons. Z = 8 O numero de massa é 17. A = 17 N = A – Z N = 17 – 8 = 9 nêutrons O numero de elétrons é igual ao numero de prótons, ou seja, 8. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA CURSO: ENGENHARIA DE PESCA 2012.2 DISCIPLINA: CE 801 PROF. M A T O S MOLÉCULAS e ÍONS De todos os elementos, apenas os seis gases nobre, (He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn) existem na natureza como átomos isolados. A maior parte da matéria é composta por moléculas ou íons formados por átomos. MOLECULAS Uma molécula é um agregado de, pelo menos, dois átomos ligados em um arranjo definido por forças químicas. Uma molécula pode conter átomos do mesmo elemento ou átomos de dois ou mais elementos unidos em uma razão fixa, conforme a lei das proporções definidas. Tal como os átomos, as moléculas são eletricamente neutras. Moléculas como H2, N2, HCl, CO, são denominadas moléculas diatômicas porque contem apenas dois átomos. A maioria das moléculas contém mais de dois átomos. Podem ser átomos do mesmo elemento, como a molécula de ozônio, O3, que é constituída por três átomos de oxigênio, ou podem ser combinações de dois ou mais elementos diferentes que são chamadas de moléculas poliatômicas, como o O3, H2O e NH3. ÍONS Um íon é um átomo ou grupo de átomos que tem uma carga positiva ou negativa. Durante as transformações químicas o numero de prótons no núcleo de um átomo mantém-se inalterado, embora esse átomo possa ganhar ou perder elétrons. A perda de um ou mais elétrons origina um CÁTION, ou seja, um íon com carga positiva. EXEMPLO Átomos de Na Íon Na+ 11 prótons 11 prótons 11 elétrons 10 elétrons UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA CURSO: ENGENHARIA DE PESCA 2012.2 DISCIPLINA: CE 801 PROF. M A T O S Quando um átomo ganha um ou mais elétrons origina um ÂNION com carga negativa. EXEMPLO Átomo de Cloro Íon Cl- 17 prótons 17 prótons 17 elétrons 18 elétrons Um átomo pode ganhar ou perder mais de um elétron. Íons como Mg2+, Fe3+, Na+ e Cl- são chamados de íons monoatômicos porque contêm apenas um átomo. Dois ou mais átomos podem combinar-se formandoum íon com carga positiva ou negativa e são chamados íons poliatômicos. Exemplo: OH--, CN-- e NH4 +. O cloreto de sódio – NaCl – o sal de cozinha, é denominado um composto iônico porque é formado por cátions e ânions. FÓRMULAS QUÍMICAS Os químicos usam formulas químicas para representar a composição das moléculas e dos compostos iônicos em termos de símbolos químicos. Por composição, entende-se tanto os elementos presentes como também, o numero de cada tipo de átomos que estão combinados. FÓRMULAS MOLECULARES A fórmula molecular indica o numero exato de átomos de cada elemento em uma substancia. Assim, H2 Fórmula molecular do hidrogênio O2 Fórmula molecular do oxigênio O3 Fórmula molecular do ozônio H2O Fórmula molecular da água Observe que o oxigênio, O2 e o ozônio, O3 são alótropos do oxigênio. Um alótropo corresponde a uma de duas ou mais formas distintas de um elemento. As duas formas alotrópicas do carbono são: diamante e grafite. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA CURSO: ENGENHARIA DE PESCA 2012.2 DISCIPLINA: CE 801 PROF. M A T O S A formula estrutural mostra a maneira como os átomos se ligam entre si na molécula. O O O H2O Na molécula de água, cada um dos átomos de H se encontra ligado ao átomo de O. Portanto a formula estrutural da água está mostrado acima. Um traço entre dois símbolos atômicos representa uma ligação química. FORMULAS EMPIRICAS A FÓRMULA EMPIRICA revela quais os elementos presentes e a razão mais simples em números inteiros, entre eles. A fórmula molecular do peróxido de hidrogênio - água oxigenada – é H2O2. Essa formula indica que cada molécula de peróxido de hidrogênio consiste em dois átomos de hidrogênio e de dois átomos de oxigênio. A razão do numero de átomos de hidrogênio para o numero de átomos de oxigênio é 2:2 ou 1:1. A fórmula empírica do peróxido de hidrogênio é HO.
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