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Unidade 6. Licitacao.

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Código : JUR 3211 
Período : 5º 
Turma : C02 
Professor : Leonardo Batista 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO I 
 
Resumo aula 
 
6. LICITAÇÃO 
 
 
6.1. Conceito 
 
O professor José dos Santos Carvalho Filho conceitua 
licitação como o “procedimento administrativo vinculado por meio do qual 
os entes da Administração Pública e aqueles por ela controlados 
selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários 
interessados, com dois objetivos – a celebração de contrato, ou a obtenção 
do melhor trabalho técnico, artístico ou científico.” 
 
O professor Hely Lopes Meirelles ensina que licitação “é o 
procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública 
seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. 
Como procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de 
atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o que propicia 
igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência 
e moralidade nos negócios administrativos.” 
 
6.2- Objeto 
 
O professor José dos Santos Carvalho Filho ensina que o 
objeto da licitação apresenta duas facetas. 
 
A primeira consiste como objeto imediato que é a seleção 
de determinada proposta que melhor atenda aos interesses da 
Administração. A segunda é o objeto mediato que consiste na obtenção de 
certa obra, serviço, compra, alienação, locação ou prestação de serviço 
público, a serem produzidos por particular por intermédio de contratação 
formal. 
 
Importante ressaltar que o objeto da licitação deve estar bem 
delineado no instrumento convocatório (edital). 
 
O professor Hely Lopes leciona que o objeto da licitação 
confunde-se sempre com o objeto do contrato, que pode ser uma obra, um 
serviço, uma compra ou uma concessão como, também, uma alienação ou 
uma locação. 
 
6.3- Princípios 
 
São básicos os princípios da legalidade, da impessoalidade, 
da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, 
da vinculação ao edital e do julgamento objetivo. 
 
Vejamos cada um deles. 
 
6.3.1.Princípio da legalidade 
 
Significa que a vontade do Administrador não pode 
prevalecer sobre o que a lei impõe, ou seja, ele só pode fazer o que a lei 
determina ou dispõe. 
 
Acerca das licitações, este princípio impõe que o 
administrador respeite as regras que a lei dispõe sobre o procedimento 
licitatório, sendo a própria aplicação do devido processo legal, que segundo 
o professor José dos Santos Carvalho Filho “exige que a Administração 
escolha a modalidade certa; que seja bem clara quanto aos critérios 
seletivos; que só deixe de realizar a licitação nos casos permitidos na lei; 
que verifique, com cuidado, os requisitos de habilitação dos candidatos, e, 
enfim, que se disponha a alcançar os objetivos colimados, seguindo os 
passos dos mandamentos legais.” 
 
6.3.2. Princípio da moralidade e da impessoalidade 
 
O princípio da moralidade exige que o administrador 
respeite os conceitos éticos, já o da impessoalidade indica que a 
Administração deve dispensar o mesmo tratamento a todos os 
administrados que estejam na mesma situação jurídica. 
 
A moralidade está associada à legalidade na ideia de que se 
uma conduta é imoral, esta deve ser invalidada. 
 
6.3.3. Princípio da igualdade 
 
Chamado também de princípio da isonomia, previsto no 
artigo 5º, da CF/88, indicando que a Administração deve dispensar 
tratamento idêntico a todos os administrados que se encontrem na mesma 
situação jurídica. 
 
A Constituição Federal, em seu artigo 37, XXI, dispõe que o 
procedimento licitatório deve assegurar “igualdade de condições a todos os 
concorrentes”, significa dizer que todos os interessados em contratar com a 
Administração devem competir em igualdade de condições, sem que a 
nenhum se ofereça vantagem não extensiva a outro. Na verdade, este 
princípio está intimamente ligado ao princípio da impessoalidade. 
 
Desta forma, não poderá haver vedação de se estabelecerem 
diferenças em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes, ou 
a proibição de tratamento diverso de natureza comercial, legal, trabalhista, 
previdenciária entre empresas brasileiras e estrangeiras, conforme dispõe o 
artigo 3º, §1º, I e II, da Lei n. 8666/93. 
 
6.3.4. Princípio da publicidade 
 
Significa que a licitação deve ser amplamente divulgada, de 
modo a possibilitar o conhecimento de suas regras a um maior número 
possível de pessoas. Exemplo: exigência de publicação dos avisos contendo 
o resumo dos editais na imprensa (artigo 21, do Estatuto); audiência 
pública no caso de licitações que envolvam valores vultosos (artigo 39, do 
Estatuto). 
 
6.3.5. Princípio da probidade administrativa 
 
A probidade tem o significado de honestidade e boa-fé dos 
administradores. Assim, este princípio exige que o administrador atue com 
honestidade para os com licitantes, e sobretudo para com a própria 
Administração, fazendo com que sua atividade esteja voltada para a 
promoção da seleção mais acertada possível. 
 
Caso o administrador que pratique o ato de improbidade, 
este será responsável pelas suas ações e sofrerá aplicação das sanções civis, 
penais e administrativas cabíveis ao caso. 
 
 
 
6.3.6. Princípio da vinculação ao instrumento convocatório 
 
A vinculação ao instrumento convocatório é garantia do 
administrador e dos administrados, significando que as regras traçadas 
devem ser observadas por todos. 
 
Este princípio é de suma importância, pois ele evita que 
sejam alterados critérios de julgamento, além de dar a certeza aos 
interessados do que pretende a Administração. 
 
Caso o instrumento de convocação tiver falha, pode ser 
corrigido, desde que oportuno, no entanto os licitantes deverão ter 
conhecimento da alteração e a possibilidade de se amoldarem a ela. 
 
6.3.7. Princípio do julgamento objetivo 
 
Este princípio é corolário do princípio da vinculação ao 
instrumento convocatório. 
 
Consiste em que os critérios e fatores seletivos previstos no 
edital devem ser adotados inafastavelmente para o julgamento, evitando-se, 
assim, qualquer surpresa para os participantes da competição. Tal princípio 
está previsto no artigo 45, da Lei n. 8666/93. 
 
O legislador pretendeu descartar subjetivismos, não apenas 
no julgamento final, mas em todas as fases onde exista julgamento, de 
escolha. Exemplo: se no edital foi previsto o critério de menor preço, não 
pode ser escolhida a proposta de melhor técnica, não se pode selecionar 
simplesmente a de menor preço, e assim sucessivamente. 
 
6.3.8. Princípio correlatos 
 
O professor José dos Santos Carvalho Filho fala em 
princípio correlatos, também chamados de princípios licitatórios implícitos 
específicos, tais como: competitividade, procedimento formal, sigilo das 
propostas e adjudicação compulsória. 
 
A competitividade seria, conforme destaca o Prof. Bandeira 
de Mello e Carvalho Filho, a obrigatoriedade de observância do caráter 
competitivo do procedimento licitatório, não se permitindo artimanhas ou 
mecanismos para frustrar tal propósito. 
 
O procedimento formal, conforme ressaltei quando da 
abordagem do princípio da legalidade, é a configuração de que a licitação 
caracteriza–se como ato administrativo formal, ou seja, tem seu rito e 
fórmulas legalmente estabelecidas, além de ser obrigatório o registro de 
seus atos documentadamente. 
 
O princípio do sigilo das propostas estabelece que as 
propostas serão realizadas de forma sigilosa, evitando–se o conluio ou a 
fraude, mantendo–se o caráter competitivo,sendo inacessível até o 
momento de abertura, que será realizado em sessão pública. 
 
Finalmente, o princípio da adjudicação compulsória 
representa o dever da Administração em atribuir ao vencedor do certame o 
objeto da licitação, de modo a vedar eventual contratação com outrem. 
 
É de se observar que a adjudicação somente é garantia de 
que a Administração não poderá contratar com outrem senão com o próprio 
vencedor do certame. Trata–se, portanto, de ato declaratório e que põe 
termo ao procedimento licitatório possibilitando a assinatura do contrato. 
 
Todavia, não é direito subjetivo do vencedor ser contratado, 
eis que poderá haver o retardo na contratação, a revogação da licitação pela 
Administração ante o interesse público superveniente ou mesmo a anulação 
do certame por vícios existentes. 
 
 
6.4- Legislação pertinente 
 
6.4.1. Disciplina Constitucional 
 
A Constituição Federal, no artigo 22, inc. XXVII, se refere 
expressamente à licitação, em que dispõe ser da competência privativa da 
União Federal legislar sobre “normas gerais de licitação e contratação, em 
todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, obedecido o disposto no artigo 37, XXI, e para as empresas 
públicas e sociedades de economia mista, nos termos do artigo 173, §1º, 
III”. 
 
Além desse mandamento, a Constituição também enunciou 
o princípio da obrigatoriedade de licitação, nos termos do artigo 37, XXI, 
exceto em alguns casos previstos em lei. 
 
6.4.2. Disciplina legal 
 
Como dito em linhas volvidas, o artigo 22, XXVII, da CF, 
dispõe que compete privativamente à União legislar sobre normas gerais, e 
aos Estados, Distrito Federal e Municípios legislar sobre normas 
específicas. 
 
A lei que regula as licitações é a de nº 8.666/93, que, 
inclusive, disciplina os contratos administrativos. 
 
6.5- Obrigatoriedade. Dispensa. Inexigibilidade 
 
6.5.1. Obrigatoriedade 
 
O professor Hely Lopes Meirelles ensina que a licitação de 
obras, serviços, compras e alienações passou a ser uma exigência 
constitucional para toda a Administração Pública, ressalvados os casos 
especificados na lei. É admitido que as sociedades de economia mista e as 
empresas públicas possam ter lei própria, porém sujeitas às normas gerais 
da Lei 8666/93. 
 
O citado professor explica que “A expressão 
obrigatoriedade de licitação tem duplo sentido, significa não só a 
compulsoriedade da licitação em geral como, também, a da modalidade 
prevista em lei para a espécie, pois atenta contra os princípios de 
moralidade e eficiência da Administração o uso da modalidade mais 
singela quando se exige a mais complexa, ou o emprego desta, 
normalmente mais onerosa, quando o objeto do procedimento licitatório 
não a comporta. Somente a lei pode desobrigar a Administração, quer 
autorizando a dispensa de licitação, quando exigível, quer permitindo a 
substituição de uma modalidade por outra.” 
 
6.5.2. Dispensa de licitação 
 
A lei diversificou os casos em que a Administração pode ou deve 
deixar de realizar a licitação, podendo ser dispensada, dispensável e 
inexigível. 
 
Licitação DISPENSADA é aquela que a própria lei declarou-a 
como tal, nos termos do artigo 17, I e II, da Lei n. 8666/93. 
 
Com relação aos imóveis: 
a) dação em pagamento; 
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou 
entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, 
ressalvado o disposto nas alíneas “f”, “h” e “i”; 
 
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos 
constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; 
 
d) investidura; ( entende–se por investidura: I – a alienação 
aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante 
de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por 
preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% 
(cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 
desta lei; II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta 
destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em 
núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados 
dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a 
categoria de bens reversíveis ao final da concessão). 
 
e) venda a outro órgão ou entidade da administração 
pública, de qualquer esfera de governo; 
 
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de 
direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens 
imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no 
âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de 
interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração 
pública; 
 
g) procedimentos de regularização fundiária de que trata o 
art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976; 
 
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de 
direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso 
comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta 
metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização 
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da 
administração pública; 
 
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou 
onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde 
incidam ocupações até o limite de quinze módulos fiscais ou mil e 
quinhentos hectares, para fins de regularização fundiária, atendidos os 
requisitos legais; 
 
E, quando se tratar de bens móveis, a alienação dependerá 
de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos: 
 
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de 
interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio–
econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; 
 
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou 
entidades da Administração Pública; 
 
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, 
observada a legislação específica; 
 
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; 
 
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos 
ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; 
 
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou 
entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem 
deles dispõe. 
 
Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou 
globalmente, em quantia não superior ao limite de R$ 650.000 (valor da 
tomada de preço no caso de compras e outros serviço), a Administração 
poderá permitir o leilão. 
 
Licitação DISPENSÁVEL é aquela que a Administração 
pode dispensar se assim lhe convier. A lei, em seu artigo 24, enumerou os 
casos, vejamos: 
 
Art. 24. É dispensável a licitação: 
 I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% 
(dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo 
anterior (Obs.: até R$ 15.000,00), desde que não se refiram a parcelas de 
uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma 
natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e 
concomitantemente; Critério de valor 
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez 
por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior 
(obs.: R$ 8.000,00) e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde 
que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação 
de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; 
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, 
quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa 
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, 
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os 
bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e 
para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo 
máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados 
da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos 
respectivos contratos; 
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e 
esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a 
Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas; 
VI - quando a União tiver que intervir no domínio 
econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; 
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços 
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem 
incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em 
que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a 
situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor 
não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; 
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito 
público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou 
entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para 
esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço 
contratado seja compatível com o praticado no mercado; 
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da 
segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da 
República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; 
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao 
atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades 
de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço 
seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; 
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou 
fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida 
a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas 
condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, 
devidamente corrigido; 
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros 
gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos 
licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do 
dia; 
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida 
regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do 
desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação 
social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação 
ético-profissional e não tenha fins lucrativos; 
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de 
acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando 
as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder 
Público; 
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e 
objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou 
inerentes às finalidades do órgão ou entidade. 
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários 
padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem 
como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito 
público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração 
Pública, criados para esse fim específico; 
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem 
nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante 
o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses 
equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para 
a vigência da garantia; 
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o 
abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus 
meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em 
portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de 
movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos 
prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das 
operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" 
do incico II do art. 23 desta Lei: 
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças 
Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, 
quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela 
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante 
parecer de comissão instituída por decreto; 
XX - na contratação de associação de portadores de 
deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por 
órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de 
serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado 
seja compatível com o praticado no mercado. 
XXI - Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a 
pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, 
FINEP, CNPq ou outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas 
pelo CNPq para esse fim específico. 
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de 
energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou 
autorizado, segundo as normas da legislação específica; 
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou 
sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a 
aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde 
que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. 
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de 
serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das 
respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato 
de gestão. 
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e 
Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de 
tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de 
criação protegida. 
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da 
Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação 
de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em 
contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. 
XXVII - na contratação da coleta, processamento e 
comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, 
em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações 
ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa 
renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais 
recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas 
técnicas, ambientais e de saúde pública. 
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, 
produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta 
complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão 
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. 
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para 
atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras 
empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas 
quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo 
Comandante da Força. 
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública 
ou privada, com ou sem fins lucrativos,para a prestação de serviços de 
assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de 
Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na 
Reforma Agrária, instituído por lei federal. 
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do 
disposto nos arts. 3
o
, 4
o
, 5
o
 e 20 da Lei n
o
 10.973, de 2 de dezembro de 
2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. 
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II 
do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e 
serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, 
empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, 
como Agências Executivas. 
 
6.5.3. Inexigibilidade de licitação 
 
 
A diferença entre dispensa e inexigibilidade é que na 
primeira a licitação é materialmente possível, mas em regra inconveniente, 
na inexigibilidade, a licitação é inviável a própria competição (artigo 25, do 
Estatuto: “É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de 
competição”. 
 
A Lei n. 8666/93, em seu artigo 25, enumera situações 
especiais para a inexigibilidade, mas é importante esclarecer que são de 
caráter meramente exemplificativo, ou seja, poderá haver outras situações 
que se enquadrem no conceito básico. 
 
Aplica-se, conforme leciona o professor José dos Santos 
Carvalho Filho, a mesma exigência fixada para os casos de dispensa: deve 
a hipótese ser cumpridamente justificada e comunicada em três dias à 
autoridade superior, a esta cabendo ratificar e publicar a justificativa no 
prazo de cinco dias, a fim de que o ato tenha eficácia. 
 
Vejamos os casos expressos de inexigibilidade: 
 
 
1. Fornecedor exclusivo 
 
É inexigível a licitação quando a aquisição de materiais, 
equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, 
empresa ou representante comercial exclusivo, sendo, porém, vedada a 
preferência de marca, nos termos do artigo 25, I, da Lei n. 8.666/96. 
 
Temos a exclusividade absoluta e a relativa. Na absoluta 
só há um produtor ou representante comercial exclusivo no país, sendo a 
inexigibilidade a única alternativa para a contratação. Na relativa a 
exclusividade se dá apenas na praça em relação à qual vai haver a aquisição 
do bem, sendo que havendo fora da praça mais de um fornecedor ou 
representante comercial, poderá ser realizada a licitação, se a 
Administração tiver interesse em comparar várias propostas. 
 
Se a licitação for do tipo convite, considerar-se-á a 
exclusividade na localidade da futura contratação, se for tomada de preços, 
levar-se-á em consideração a exclusividade no registro cadastral, e se for 
concorrência, exclusivo é o que for único no país. 
 
A exclusividade precisa ser comprovada, dando-se através 
de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que 
se realizará a licitação, a obra ou o serviço, pelo sindicato, federação ou 
confederação patronal, ou, ainda, por entidades equivalentes. 
 
Sobre a vedação da preferência de marca, sua proibição não 
é absoluta, pois pode ocorrer que outras marcas sejam de produtos 
inadequados à Administração, e, nesse caso, a preferência etária justificada 
pelo princípio da necessidade administrativa. 
 
Assim, a escolha de determinada marca só pode dar-se em 
três hipóteses: 
1) continuidade da utilização de marca já adotada no órgão; 
2) para a utilização de nova marca mais conveniente; 
3) para o fim de padronização de marca no serviço público, 
todas evidentemente padronizadas pela necessidade da Administração. 
 
2. Atividades artísticas 
 
Uma das situações de inexigibilidade é a contratação de 
profissionais do setor artístico, quando consagrados pela crítica 
especializada ou pela opinião pública, nos termos do artigo 25, III, da Lei 
n. 8666/93. Nesse caso, a arte é personalíssima, não se podendo sujeitar a 
fatores objetivos de avaliação. Nessa hipótese, a Administração pode firmar 
diretamente o contrato. 
 
Sobre a consagração do artista, esse é um fator relativo, pois 
pode um artista ser reconhecido, por exemplo, apenas em certos locais ou 
por determinado público especializado, e nem por isso deverá ser excluído 
de eventual contratação. 
 
É importante dizer que se o profissional tiver vários 
empresários e por qualquer um deles puder ser contratado, é possível se 
estabelecer uma competição entre tais empresários, de modo que não seria 
caso de inexigibilidade, ou seja, a contratação tem que ser diretamente com 
o artista ou por meio de empresário exclusivo. 
 
3. Serviços Técnicos Especializados 
 
Outra hipótese é a necessidade de contratar serviços 
técnicos especializados, de natureza singular, executados por profissionais 
de notória especialização, nos termos do artigo 25, II, do Estatuto. 
 
Importante observar que não são quaisquer serviços que 
podem ser contratados diretamente, mas sim os serviços técnicos e 
especializados. Serviço técnico é quando sua execução depende de 
habilitação específica, como os de pareceres, auditorias, fiscalização, 
supervisão, treinamento de pessoal, estudos técnicos ou projetos, patrocínio 
de causas, etc. 
 
A notória especialização são aqueles profissionais ou 
empresas que desfrutam de prestígio e reconhecimento no campo de sua 
atividade. Tal conceito abrange aspectos como estudos, experiências, 
publicações, desempenho anterior, aparelhamento, organização, equipe 
técnica, etc. Importante destacar que não é obrigatório que apenas uma 
empresa seja de notória especialização. 
 
Sobre os serviços de natureza singular, Eros Roberto Grau
1
 
ensina que “são os serviços porque apenas podem ser prestados, de certa 
maneira e com determinado grau de confiabilidade, por um determinando 
profissional ou empresa. Por isso mesmo é que a singularidade do serviço 
está contida no bojo da notória especialização.” 
 
Conclusão: Diferenças entre licitação dispensável, dispensada e 
inexigibilidade. 
 
Assim, a dispensa de licitação ocorre quando há viabilidade 
de se deflagrar o procedimento licitatório, todavia, a lei autoriza o 
afastamento (licitação dispensável) ou a lei determina o afastamento 
(licitação dispensada). 
 
Na dispensa, portanto, há possibilidade jurídica de 
competição, no entanto, em razão de circunstâncias descritas legalmente na 
lei (hipóteses previstas taxativamente) se dispensa o procedimento 
licitatório e realiza a contratação direta. 
 
Por outro lado, quando se fala em inexigilidade é que há 
inviabilidade de competição, conforme previsto no art. 25, Lei nº 
8.666/93, ou seja, quando não for possível estabelecer procedimento 
competitivo, destacando a Lei algumas situações, de forma exemplificativa, 
pois em qualquer situação, ainda que não descrita na norma, que seja 
inviável a competição, possibilita a contratação direta por inexigibilidade 
de licitação. 
 
A Lei de Licitações, conforme art. 26, parágrafo único, 
exige que os casos de dispensa ou de inexigibilidade sejam devidamente 
justificados, devendo o processo ser instruído com: I – caracterização da 
situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando 
 
1 EROS ROBERTO GRAU, “Inexigibilidade de Licitação – Serviços Técnico-Profissionais Especializados – Notória 
Especialização”, in RDP 99, PP. 70 e seguintes. 
for o caso; II – razão da escolha do fornecedor ou executante; III – 
justificativa do preço. IV – documento de aprovação dos projetos de 
pesquisa aos quais os bens serão alocados. 
 
Tais situações deverãoser comunicados, dentro de 3 (três) 
dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa 
oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos 
atos. 
 
6.6- Modalidades 
 
Verificamos inicialmente a existência de seis modalidades 
de licitação: a) concorrência; b) tomada de preço; c) convite; d) leilão; e) 
concurso; f) pregão. 
 
Somente as três primeiras, ou seja, a concorrência, a tomada 
de preço e o convite, é que são definidas pelo valor. 
 
CONCORRÊNCIA 
 
A CONCORRÊNCIA, conforme dispõe o art. 22, §1º, da 
Lei de Licitações é “a modalidade de licitação entre quaisquer interessados 
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os 
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu 
objeto”. 
 
Com efeito, a concorrência será utilizada para contratações 
de grande vulto, ou seja, para obras e serviços de engenharia cujo valor seja 
superior a 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil) e para outros bens e 
serviços cujos valores sejam superiores a 650.000,00 (seiscentos e 
cinqüenta mil). 
 
No entanto, para alguns casos, independentemente do 
valor, será obrigatória a utilização da concorrência, tal como: 
 
a) Concessão de serviço público; 
b) Concessões de obras ou serviços (Parcerias Público–
Privadas); 
c) Concessões de direito real de uso; 
d) Alienação bens imóveis (exceção: art. 19); 
e) Licitações internacionais (temos exceções); 
f) Contratos de empreitada integral (art. 6º); 
 
Assim, por ser procedimento mais complexo, em que, 
inclusive, se pode verificar claramente todas as fases, não tem limite 
máximo de valor e, ainda, poderá substituir a tomada de preço ou o convite. 
 
Significa dizer que nos casos em que couber o convite, 
poderá ser utilizada a tomada de preço e, em qualquer caso, a 
concorrência. (art. 23, §4º). 
 
O prazo previsto na lei, denominado intervalo mínimo, ou 
seja, da abertura do certame até a apresentação das propostas, é de 45 
(quarenta e cinco) dias, no caso de licitação do tipo técnica e preço, 
melhor técnica, ou ainda, quando for por empreitada integral, e de 30 
dias para licitações tipo menor preço. 
 
TOMADA DE PREÇO 
 
A TOMADA DE PREÇO é “a modalidade de licitação 
entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as 
condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do 
recebimento das propostas, observada a necessária qualificação”. (art. 22, 
§2º, Lei nº 8.666/93) 
 
É modalidade utilizada para contratações de valores 
intermediários, ou seja, para contratação de obras e serviços de 
engenharia de valores entre 150.000,00 (cento e cinqüenta mil) até 
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil), e para outros bens e 
serviços de valores entre 80.000 (oitenta mil) até 650.000 (seiscentos e 
cinqüenta mil). 
 
Além do valor, o que caracteriza a tomada de preço é a 
habilitação prévia, em razão do cadastramento, ou a possibilidade de 
cadastramento até o terceiro dia anterior à data de recebimento das 
propostas. 
 
É admitida nas licitações internacionais, como exceção à 
obrigatoriedade de utilizar a concorrência, desde que a entidade ou órgão 
licitante disponha de cadastro internacional de fornecedores e o contrato 
esteja dentro do limite de valor fixado para essa modalidade. 
 
O prazo de intervalo mínimo é de 30 dias (critérios de 
melhor técnica ou técnica e preço) e 15 dias (menor preço). 
 
 
CONVITE 
 
O CONVITE é, nos termos do art. 22, §3º, da Lei de 
Licitações, “a modalidade utilizada entre interessados do ramo pertinente 
ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número 
mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local 
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais 
cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu 
interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas”. 
 
Os interessados serão convidados ou escolhidos pela 
Administração Pública (carta–convite), em número mínimo de 3 (três), mas 
qualquer cadastrado poderá participar desde que manifeste–se até 24 horas 
da apresentação das propostas. 
 
Entretanto, é possível que a carta–convite seja, 
excepcionalmente, enviada para menos de três cadastrados ou interessados, 
quando houver limitação no mercado ou manifesto desinteresse, e, assim, 
seja impossível a obtenção do número mínimo, caso que deverá estar 
devidamente justificado no processo, sob pena de repetição do convite. 
 
A propósito, quando houver mais de três interessados na 
praça, a cada novo convite para objeto idêntico ou assemelhado, deverá 
obrigatoriamente a Administração estender o convite a, no mínimo, mais 
um interessado, enquanto existirem cadastrados que não participaram das 
licitações anteriores. 
 
É utilizada para valores menores, nos limites do art. 23, ou 
seja, até 150.000 (cento e cinqüenta mil) no caso de obras e serviços de 
engenharia e até 80.000 (oitenta mil) para outros bens e serviços. 
 
O prazo de intervalo mínimo será, sempre, de 5 dias úteis, 
conforme prescreve o art. 21, § 2º, IV, da Lei de Licitações. 
 
Como dito anteriormente, o instrumento convocatório, 
nesta modalidade, é a carta–convite que deve ser encaminhada aos 
licitantes convidados e fixada em local acessível ao público no prédio da 
Administração, não se exigindo, no entanto, publicação no diário oficial 
ou em jornal de grande circulação. 
 
Ademais, consoante estabelece o art. 23, §3º, Lei nº 
8.666/93, é possível a utilização do convite em licitações internacionais 
(mais uma exceção à concorrência), respeitados os valores para essa 
modalidade, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no Brasil. 
 
Resumo: 
� OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA 
• Concorrência (acima de 1,5 milhões) 
• Tomada de Preço (de 150 mil até 1,5 milhões) 
• Convite (até 150mil) 
� COMPRAS E OUTROS SERVIÇOS 
• Concorrência (acima de 650 mil) 
• Tomada de Preço (de 80 mil até 650 mil) 
• Convite (até 80mil) 
 
Tais valores, no entanto, quando se referirem a consórcios 
públicos formados por até três entes federativos, será o dobro e, quando 
formado por mais, será triplicado. (§8º, art. 23) 
 
Por isso, não só no caso de consórcios públicos, mas em 
qualquer caso de aplicação de tais modalidades (concorrência, tomada de 
preço e convite), a distinção se fará pelo valor fixado para o contrato. 
 
CONCURSO 
 
CONCURSO é modalidade de licitação em que se 
estabelece uma disputa entre quaisquer interessados que possuam a 
qualificação exigida, para a escolha de trabalho técnico, científico ou 
artístico, com a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores. 
 
Os trabalhos considerados como técnicos profissionais estão 
elencados no artigo 13 da Lei nº 8.666/93, sendo: 
 
I – estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou 
executivos; 
II – pareceres, perícias e avaliações em geral; 
III – assessorias ou consultorias técnicas e auditorias 
financeiras ou tributárias; 
IV – fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou 
serviços; 
V – patrocínio ou defesa de causas judiciais ou 
administrativas; 
VI – treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
VII – restauração de obras de arte e bens de valor histórico. 
 
Tais trabalhos, ressalvados os casos de inexigibilidade de 
licitação, deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização 
de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração a vencedor, 
sendo o trabalho cedido à Administração. 
 
LEILÃO 
 
O LEILÃO é a modalidade de licitação na qual podemparticipar quaisquer interessados e deverá ser utilizada predominantemente 
para a venda de bens móveis inservíveis, salientando-se que esses não são, 
necessariamente, bens deteriorados, cabendo também para os casos de bens 
que não têm mais utilidade para a Administração Pública. Caberá, ainda, 
para a venda de bens semoventes (cavalos, bois, etc.) 
 
Produtos legalmente apreendidos, em virtude de 
fiscalização, por exemplo, ou penhorados, quando necessária a sua venda, 
também deverão ter sua venda processada por leilão. Nessa aplicação, cabe 
uma ressalva com relação ao termo "penhorado", disposto no art. 22, § 5º 
da Lei n°. 8.666/93. Na realidade, a expressão mais adequada deveria ser 
"empenhado", já que a "penhora" é uma prerrogativa do Poder Judiciário, e 
não do Poder Executivo. 
 
É importante salientar que quando a Administração for 
vender bens móveis, ainda que tenham sido apreendidos ou empenhados, 
conforme disposto no art. 17, § 6o., da Lei nº. 8.666/93, deverá respeitar o 
limite previsto no art. 23, II, "b" do mesmo diploma legal (atualmente R$ 
650.000,00) para utilizar a modalidade leilão, montante esse apurado pelo 
órgão promotor da licitação, mediante avaliações prévias de mercado. 
Acima desse valor, deverá ser utilizada a concorrência. 
 
Quanto aos bens imóveis, aqueles cuja aquisição tenha 
derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, podem ser 
alienados por leilão, por força do art. 19, sendo também cabível a 
concorrência, conforme já explicitado em artigo anterior. E com relação às 
concorrências para a venda de bens imóveis, de acordo com o art. 18 de Lei 
nº. 8.666/93, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do 
recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da 
avaliação, dispensando-se qualquer outra exigência. 
 
O processamento do leilão dar-se-á pelo comparecimento 
dos interessados em local e hora determinados em edital, para apresentarem 
seus lances ou ofertas, os quais nunca poderão ser inferiores ao valor de 
referência estipulado pelo órgão, fruto de uma avaliação prévia. 
 
A publicidade para o leilão é de 15 (quinze) dias corridos, 
devendo seu resumo contar com veiculação em órgão de imprensa oficial, 
em jornal de grande circulação e afixação em mural do órgão, a exemplo 
das concorrências e das tomadas de preços. 
 
O leilão, por sua simplicidade, poderá dispensar, inclusive, 
as exigências de habilitação. No entanto, o órgão poderá exigir que o 
arrematante efetue o pagamento do total arrematado à vista, ou de apenas 
uma parte no ato do leilão, condicionando a entrega dos bens ao pagamento 
do restante, em prazo a ser estipulado. Caso o arrematante não efetue o 
pagamento, perderá o direito dos lotes e estará sujeito às penas do edital. E 
na hipótese de não complementar o pagamento, o arrematante também 
perderá o direito aos lotes e ao valor parcial já recolhido. Mas o importante 
é que todas essas condições estejam previamente estipuladas no edital. 
 
Também é imprescindível que conste do edital do leilão a 
descrição minuciosa dos bens a serem vendidos, seus quantitativos, o local 
para exame e, principalmente, o estado em que se encontram, a fim de não 
ocorrer problemas futuros com um arrematante que alegue não haver 
conhecido o produto de sua aquisição. E, com mais razão ainda, o leilão 
deverá ocorrer, preferencialmente, no local onde os bens se encontrem, 
como mais uma forma de se evitar essas futuras alegações. 
 
Qualquer servidor efetivo e estável da Administração poderá 
ser designado para realizar um leilão. No entanto, esse procedimento 
também poderá ser conduzido por um leiloeiro oficial, devidamente 
investido nessa função. 
 
O leilão também tem sido a modalidade de licitação 
utilizada no Programa Nacional de Desestatização, criado por força da Lei 
Federal n°. 9.491/97, popularmente conhecido como "privatização", com 
algumas particularidades. Esse programa tem por finalidade promover uma 
reformulação nas atividades do Estado, transferindo-as para a iniciativa 
privada. 
 
PREGÃO 
 
O PREGÃO foi instituído pela Medida Provisória nº 
2.026/00, que estabelecia sua aplicação somente para a União e seus 
órgãos, muito embora, já houvesse previsão na Lei nº 9.472/97 (lei das 
agências reguladoras) dessa modalidade de licitação, aplicável somente às 
agências. A Lei nº 10.520 dispõe sobre esta modalidade. 
Nascida assim, a lei sobre o Pregão, em ambas as hipóteses, 
foi severamente criticada, na medida em que modalidade de licitação é 
disposição que deva estar contida em norma de alcance geral. 
 
Por isso, a Lei nº 10.520/02 estendeu o alcance da nova 
modalidade a todos os entes políticos, tencionando afastar a pecha de 
inconstitucionalidade. Está regulamentado, no âmbito federal, pelo Decreto 
3.555/00, dentre outros decretos. 
 
O pregão é modalidade utilizada para contratação de bens e 
serviços comuns, cujos padrões de desempenho e qualidade sejam 
objetivamente definidos no edital. O intervalo mínimo é de 8 dias úteis. 
 
É importante destacar que essa modalidade não adota limite 
de valor, ou seja, poderá ser utilizada para quaisquer valores, desde que 
estejamos diante de bens e serviços comuns. 
 
É, no entanto, vedada a utilização de pregão para a 
contratação de obras e serviços técnicos de engenharia (serviço que não 
envolve capacidade técnica poderá ser utilizado o pregão), alienações em 
geral, locações imobiliárias, compras e contratações de bens e serviços de 
informática e automação. 
 
Observação: na prática a Administração Pública tem 
utilizado o pregão para compra de computadores, monitores etc, o que vem 
sendo criticado por alguns. Todavia, em tais casos o objeto é simples, o que 
estaria compreendido em bens comuns. 
 
Podemos dizer que há duas espécies de pregão, o presencial 
e o eletrônico. O pregão eletrônico ocorre por meio de sistema de 
processamento de dados, em que todos os licitantes são cadastrados e 
conferido acesso por meio de senha pessoal e intransferível. 
 
A característica mais marcante do pregão é a inversão das 
fases de classificação e habilitação. No pregão primeiro se aprecia a 
proposta. 
 
Nessa fase, há dois momentos, o da abertura, listando os 
valores de todos os participantes, com a seleção da de melhor valor e 
aquelas que estiverem até o limite de 10% desta. 
 
Depois disso, passa–se a fase dos lances verbais em que os 
selecionados poderão disputar o objeto dando os lances que entenderem, o 
que der o menor preço será o vencedor. 
A fase externa do pregão será iniciada com a convocação 
dos interessados e observará o seguinte: 
 
• Convocação dos interessados por meio de publicação de 
aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em 
jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrônicos e 
conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação; 
 
• Do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a 
indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a 
íntegra do edital; 
 
• Do edital constarão todos os elementos necessários ao 
certame, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do 
contrato, meios e a quando for o caso; 
 
• Cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à 
disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei 
nº 9.755/98; 
 
• O prazo fixado para a apresentação das propostas, contado 
a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis; 
 
• No dia, hora e local designados, será realizada sessão 
pública para recebimento das propostas, devendoo interessado, ou seu 
representante, identificar–se e, se for o caso, comprovar a existência dos 
necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de todos 
os demais atos inerentes ao certame; 
 
• Aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, 
apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os 
requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a indicação do 
objeto e do preço oferecidos, procedendo–se à sua imediata abertura e à 
verificação da conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos 
no instrumento convocatório; 
 
• No curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e 
os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela 
poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do 
vencedor; 
• Não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições 
definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até 
o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer 
que sejam os preços oferecidos; 
 
• Para julgamento e classificação das propostas, será 
adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para 
fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de 
desempenho e qualidade definidos no edital; 
 
• Examinada a proposta classificada em primeiro lugar, 
quanto ao meios e a objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir 
motivadamente a respeito da sua aceitabilidade; 
 
• Encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o 
pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de 
habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação 
do atendimento das condições fixadas no edital; 
 
• A habilitação far–se–á com a verificação de que o licitante 
está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e 
o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, e as Fazendas 
Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que 
atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações 
técnica e econômico–financeira; 
 
• Os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos 
de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de 
Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito 
Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso 
aos dados nele constantes; 
 
• Verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, 
o licitante será declarado vencedor; 
 
• Se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às 
exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e a 
qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim 
sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o 
respectivo licitante declarado vencedor; 
 
• Na apreciação das propostas, o pregoeiro poderá negociar 
diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor; 
 
• Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar 
imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será 
concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, 
ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contra–
razões em igual número de dias, que começarão a correr do término do 
prazo do recorrente, sendo–lhes assegurada meios e a vista imediata dos 
autos; 
 
• O acolhimento de recurso importará a invalidação apenas 
dos atos insuscetíveis de aproveitamento; 
 
• A falta de manifestação imediata e motivada do licitante 
importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da 
licitação pelo pregoeiro ao vencedor; 
 
• Decididos os recursos, a autoridade competente fará a 
adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor; 
 
• Homologada a licitação pela autoridade competente, o 
adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo definido em 
edital; e 
 
• Se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de 
validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar–se–á as sanções 
legais, passando–se às ofertas subsequentes. 
 
6.7- Procedimentos 
 
As licitações, em regra, possuem duas fases, uma denomina 
interna, onde normalmente se realiza todos os trabalhos e estudos de 
viabilidade e especificação do objeto a ser licitado, e outra externa, que é a 
deflagração do certame, ou seja, da publicação de edital até a adjudicação, 
de modo a viabilizar a contratação. 
 
Na fase interna, o procedimento da licitação será iniciado 
com a abertura do processo administrativo, devidamente autuado, 
protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, indicação 
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, ao qual serão 
juntados oportunamente todos os atos da administração e dos licitantes, 
conforme art. 38, Lei nº 8.666/93. 
 
Nessa fase é elaborada a minuta do contrato, bem como 
do edital, os quais são submetidos a exame e aprovação por assessoria 
jurídica da Administração, bem como os seguintes atos: Delimitação do 
objeto, elaboração de projeto básico (quando necessário), realização 
estimativa de valor (orçamento), previsão de recursos orçamentários, 
apresentação de análise da viabilidade de competição (juntando–se coleta 
de preços e identificando se há empresas no ramo), escolha do tipo e 
modalidade de licitação, definição do cronograma, instauração e 
constituição de comissão (se não houver comissão permanente) e, por fim, 
determinação de divulgação do instrumento convocatório. 
 
Dessa forma, quando publicado o edital ou o instrumento 
convocatório (convite – carta–convite) encerra–se a fase interna, e dá–
se início a fase externa. 
 
A fase externa é a fase que se inicia com a divulgação do 
instrumento convocatório (edital, em regra, ou a carta–convite). Seguindo–
se à publicação do edital, ou seja, abertura da licitação, teremos as 
seguintes fases: a) habilitação; b) julgamento e classificação; c) 
homologação; d) adjudicação. 
 
Obs.: De acordo com o art. 41, §1º, Lei nº 8.666/93, 
qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por 
irregularidade na aplicação da Lei, devendo protocolar o pedido até 5 
(cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de 
habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em 
até 3 (três) dias úteis. Tal faculdade de impugnar o edital, não causa 
prejuízo à faculdade de também representar ao Tribunal de Contas ou órgão 
de controle interno, conforme dispõe o art. 113, §1º, do Estatuto. 
 
A fase externa é a fase que se inicia com a divulgação do 
instrumento convocatório (edital, em regra, ou a carta–convite). 
Seguindo–se à publicação do edital, ou seja, abertura da 
licitação, teremos as seguintes fases: a) habilitação; b) julgamento e 
classificação; c) homologação; d) adjudicação. 
 
Habilitação é a segunda etapa da fase externa, conforme 
expresso no art. 27 e ss. da Lei de Licitações. Trata–se de fase em que se 
exige a comprovação da qualificação do licitante, exigindo–se as 
documentações relativas à habilitação jurídica, qualificação técnica, 
qualificação econômica–financeira, regularidade fiscal e cumprimento 
do disposto no art. 7º, inc, XXXIII da CF/88, conforme o seguinte: 
 
 
 
a) habilitação jurídica 
 
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, 
conforme o caso, consistirá em: 
I – cédula de identidade; 
II – registro comercial, no caso de empresa individual; 
III – ato constitutivo, estatuto ou contrato social em 
vigor,devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, 
no caso de sociedades porações, acompanhado de documentos de eleição 
de seus administradores; 
IV – inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades 
civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício; 
V – decreto de autorização, em se tratando de empresa ou 
sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou 
autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a 
atividade assim o exigir. 
 
b) qualificação técnica 
 
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica 
limitar–se–á a: 
 
I – registro ou inscrição na entidade profissional 
competente; 
 
II – comprovação de aptidão para desempenho de atividade 
pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o 
objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do 
pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da 
licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe 
técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; 
 
III – comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que 
recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de 
todas as informações e das condições locais para o cumprimento das 
obrigações objeto da licitação; 
 
IV – prova de atendimento de requisitos previstos em lei 
especial, quando for o caso. 
 
§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do 
"caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, 
será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público 
ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais 
competentes, limitadas as exigências a: 
 
I – capacitação técnico–profissional: comprovação do 
licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para 
entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente 
reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de 
responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características 
semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior 
relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as 
exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos; 
 
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica ou de valor 
significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão meios e a prévia e 
objetivamente definidas no instrumento convocatório. 
 
§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através 
de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade 
tecnológica e operacional equivalente ou superior. 
 
§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a 
comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados 
fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado. 
 
§ 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou 
de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais 
específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a 
participação na licitação. 
 
§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de 
canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, 
considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão 
atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração 
formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências 
de propriedade e de localização prévia. 
7º - vetado. 
 
§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, 
de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes 
a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou 
não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente 
por critérios objetivos. 
§ 9º Entende–se por licitação de alta complexidade técnica 
aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema relevância 
para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa 
comprometer a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais. 
 
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de 
comprovação da capacitação técnico–profissional de que trata o inciso I do 
§ 1o deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, 
admitindo–se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou 
superior, desde que aprovada pela administração. 
 
c) qualificação econômica–financeira 
 
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico–
financeira limitar–se–á a: 
 
I – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do 
último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que 
comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição 
por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices 
oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de 
apresentação da proposta; 
 
II – certidão negativa de falência ou concordata expedida 
pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, 
expedida no domicílio da pessoa física; 
 
III – garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos 
no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do 
valor estimado do objeto da contratação. 
 
§ 1º A exigência de índices limitar–se–á à demonstração da 
capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá 
que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de 
valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou 
lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 2º A 
Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e 
serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a 
exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as 
garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de 
comprovação da qualificação econômico–financeira dos licitantes e para 
efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente 
celebrado. 
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a 
que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por 
cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita 
relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida 
a atualização para esta data através de índices oficiais. 
 
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos 
assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa 
ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em função do 
patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação. 
 
§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa 
será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis 
previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo 
da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência 
de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de 
situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes 
da licitação.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
 
d) regularidade fiscal 
 
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal, 
conforme o caso, consistirá em: 
 
I – prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) 
ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); 
 
II – prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual 
ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, 
pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual; 
 
III – prova de regularidade para com a Fazenda Federal, 
Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra 
equivalente, na forma dalei; 
 
IV – prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao 
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação 
regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. (Redação 
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
 
É bom enfatizar que o Certificado de Registro Cadastral 
(CRC) substitui os documentos elencados na fase de habilitação, 
permitindo agilidade do procedimento e uma consulta mais rápida pela 
Administração da regularidade do licitante. 
 
A entrega de documentação fora do prazo estipulado não 
deverá ser recebida pela Comissão. Em caso de inobservância dessas 
exigências o eventual licitante será considerado inabilitado. 
 
Outra coisa, não devemos confundir inabilitação com 
desclassificação. A inabilitação ocorre por irregularidade na documentação. 
A desclassificação ocorre em razão da proposta não está de acordo com o 
edital ou o valor ser inexeqüível ou excessivo. 
 
Em caso de pedido de desistência, este somente será 
admitido até o julgamento das habilitações, após, no entanto, só é possível 
a desistência por motivo justificado e se aceito pela Comissão (art. 43, §6º) 
 
Assim, se todos os licitantes forem inabilitados (licitação 
frustrada) a Comissão poderá conceder o prazo de oito dias úteis para 
que promovam a regularização, a fim de se salvar o procedimento ou 
três, no caso do convite. (art. 48, §3º). 
 
A fase de julgamento e classificação ocorre quando se 
encerra a habilitação. Assim, aqueles que foram habilitados terão abertas 
suas respectivas propostas, devendo, todos os licitantes e membros da 
Comissão rubricar tais envelopes, assim como se procede com os envelopes 
da habilitação. 
 
Serão desclassificadas as propostas que não observarem as 
exigências estabelecidas no instrumento convocatório, assim como as 
consideradas exorbitantes e/ou irrisórias (inexeqüíveis), nos termos do art. 
48. 
 
Nesta etapa devem ser utilizados os critérios objetivos 
definidos no edital, sendo vedada a utilização de qualquer elemento que 
não esteja nele previsto e que possa violar a igualdade entre os licitantes. 
 
Os critérios para julgamento são: menor preço, melhor 
técnica, técnica e preço e maior lance ou oferta (art. 46 da Lei de 
Licitações). Trata–se, na verdade, de tipos de licitação. 
 
As propostas serão avaliadas e aquelas consideradas 
incompatíveis serão desclassificadas (art. 44, § 3º e art. 48). Assim, se 
todas forem desclassificadas (licitação frustrada) será concedido prazo de 
oito dias úteis, que poderá ser reduzido para três no caso do convite, para 
que regularizem suas propostas e reapresentem. 
 
A homologação ocorre após a classificação dos licitantes na 
ordem de suas propostas, sendo declarado vencedor aquele que apresentar a 
proposta mais vantajosa, devendo a autoridade competente homologar o 
certame e declará–lo vencedor. 
 
Finalmente, a adjudicação compulsória é a etapa que 
finaliza o procedimento, momento em que se atribui ao vencedor do 
certame licitatório o objeto perseguido, conferindo ao vencedor o direito 
de preferência em relação a qualquer outro em hipótese de contratação do 
objeto, vinculando–se ao proposto (art. 64, § 3º). 
 
É importante dizer que a adjudicação não assegura direito 
líquido e certo à contratação. Significa apenas que o adjudicado é o 
vencedor daquele objeto licitado, é que acaso venha a Administração 
contratar deverá fazê–lo com o adjudicado. 
 
6.8- Anulação e revogação 
 
A Administração PODE revogar a licitação por razões de 
interesse público decorrente de fato superveniente, devidamente justificada, 
com a menção dos motivos que levaram a tal desfecho (art. 49). Assim, 
revogada a licitação por motivos válidos, aferidos por critérios 
administrativos efetivos, não é devida qualquer indenização aos licitantes, 
nem particularmente ao vencedor. 
 
A Administração DEVE anular o certame quando há algum 
vício de legalidade no procedimento, caso em que não haverá obrigação de 
indenizar, salvo se o contratado já houver executado parte do objeto até o 
momento da invalidação (art. 49). Exemplo: quando algum princípio não é 
observado ou alguma das normas pertinentes à licitação; quando se escolhe 
proposta desclassificável; não se concede direito de defesa aos 
participantes, etc. 
 
A anulação é decretada pela própria Administração ou pelo 
Poder Judiciário, produzindo efeitos ex tunc. 
 
Em todo caso, assegura–se o contraditório e a ampla defesa. 
 
 
 
6.9- Recursos 
 
A lei n. 8666/93 classifica os recursos em três tipos: o 
recurso hierárquico, a representação e o pedido de reconsideração (artigo 
109). 
 
No que se refere à licitação, cabe recurso hierárquico, no 
prazo de cinco dias úteis, a contar da intimação do ato ou da lavratura da 
ata, contra: 
 
a) a habilitação ou inabilitação do licitante (tem efeito 
suspensivo, ou seja, só depois de decidido pode 
prosseguir o certame); 
b) o julgamento das propostas (tem efeito suspensivo, ou 
seja, só depois de decidido pode prosseguir o certame); 
c) a anulação ou revogação da licitação (poderá ter efeito 
suspensivo, mas é uma faculdade da Administração); e 
d) o indeferimento do pedido de inscrição em registro 
cadastral, sua alteração ou cancelamento (poderá ter 
efeito suspensivo, mas é uma faculdade da 
Administração). 
 
A representação é prevista no mesmo prazo, como recurso 
contra decisão relacionada com o objeto da licitação, da qual não caiba 
recurso hierárquico (artigo 109, II). 
 
O pedido de reconsideração é dirigido ao Ministro de 
Estado ou Secretário Estadual ou Municipal, no prazo de dez dias úteis, 
quando o administrado houver sido punido com a penalidade de declaração 
de idoneidade para licitar ou contratar com a Administração. 
 
No caso da modalidade convite, reduz-se para dois dias 
úteis o prazo para recurso contra habilitação ou inabilitação e contra o 
julgamento das propostas (artigo 109, §6º).

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